faça sua pesquisa

quarta-feira, 4 de março de 2020

IMORTALIDADE; PENSAMENTO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




 Como explicar os terremotos, como esses que aconteceram no México? Vi uma notícia de um casal que levou seu filhinho para batizar e no momento em que todos estavam orando na igreja, o prédio desabou e todos morreram... Isso é só uma questão de carma ou existe algo mais? (Elaine)
 Como você sabe, Elaine, segundo a Doutrina Espírita, nada acontece por acaso. Esta frase confirma a afirmação de Jesus de que nenhuma folha cai de uma árvore sem que Deus o saiba. Portanto, a tragédia que atinge os interesse e as aspirações humanas sempre tem explicação. Caso contrário, Deus seria injusto ao sacrificar esse grupo de pessoas mexicanas que estava na igreja, manifestando sua fé por meio do batismo, até mesmo essa criança que nem sabia porque estava lá. Por que Deus, todo-poderoso, sacrificaria pessoas fracas e indefesas? Por que, assim fazendo, ele dá um determinado tratamento a uns e outro tratamento a outros, que jamais terão de enfrentar tamanha tragédia?
  Aí está, portanto, um motivo racional para acreditarmos que a Justiça Divina se consolida através da reencarnação. Se as crianças, que morreram nesse terremoto e que podemos contar às dezenas, não estivessem respondendo por atos do passado, se fossem Espíritos inocentes criados apenas para esta vida, como explicar o que lhes aconteceu? Pelo pecado que não cometeram? Afinal, elas não chegaram a conhecer a vida, não tiveram tempo sequer de errar e tampouco de demonstrar qualidades. Por que morreram dessa forma tão trágica, então?
 Se Deus criasse os Espíritos apenas para uma única existência na Terra, como muitos ainda acreditam – com relação a essas crianças mortas trágica e prematuramente – ele teria lhes aplicado uma pena, antes mesmo que elas cometem algum erro ou fizessem por merecê-la. Por que, então, Ele escolheria justamente aquelas crianças mexicanas e não outras milhões que existem espalhadas pelo mundo? Não são crianças também? Por que escolheria precisamente aqueles pais? Para lhes dar um céu depois desta vida? Será?
 Mas que céu é esse que alguns podem conquistar sem precisar passar por tudo isso, enquanto outros precisam conhecer de perto as consequências sofridas dessa calamidade?  Por que essas crianças, e não milhões de outras crianças no México e no mundo, teriam que ser sacrificadas para obter a felicidade eterna? Para que se fizesse justiça não seria necessário que todos partissem de uma mesma condição e enfrentassem mais ou menos as mesmas dificuldades, como diz o bom senso? Que justiça é essa, então?
 Logo, Elaine, o que você chama de carma – e que, no Espiritismo, podemos chamar de prova ou expiação – é a explicação mais racional para os efeitos danosos da tragédia do México sobre aquelas centenas de pessoas que foram suas vítimas fatais – sem contar, naturalmente, os feridos, os milhares de desalojados e o sofrimento moral que envolve todas as famílias mexicanas. Se você quiser uma leitura muito apropriada para este tema, consulte o livro OBRAS PÓSTUMAS, de Allan Kardec, o capítulo “Questões e Problemas – Expiações Coletivas”.
 É evidente que existem vários tipos de causas para os problemas humanos e não apenas a questão relativa às expiações e provas individuais. Um fato natural, como um terremoto, pode ocorrer a qualquer momento, porque se trata de um fenômeno geológico de acomodação das chamadas camadas tectônicas que se movimentam no interior da Terra. Esse fenômeno faz parte do processo evolutivo do globo que veio se realizando desde os primórdios e que hoje continua com menor intensidade.
 Como o Ser humano é novo no Planeta, pois foi a única espécie animal que surgiu sobre sua superfície há poucos milhões de anos, ele encontrou a Terra em melhores condições de habitabilidade do que outras espécies animais que já estavam aqui há muitos milhões de anos atrás e que, portanto, sofreram muito mais os efeitos das grandes convulsões geológicas do passado. Hoje, com o aumento acelerado da população, com as grandes áreas habitadas e principalmente com a ampliação das áreas urbanas (ou seja, com as cidades), os estragos causam bem mais prejuízos materiais e atingem um número maior de habitantes.
 Mesmo assim, Elaine, esses fenômenos naturais não acontecem senão porque o homem precisa aprender a sobreviver, desenvolver sua inteligência, exercitar seus bons sentimentos (como a solidariedade e o sentimento de coletividade que vemos nessas situações), o que significa que mesmo da calamidade se tira uma lição para a vida. Além disso, as coletividades precisam tomar consciência de que não se deve facilitar diante dos fenômenos da natureza, mas tomar providência para que aprendam a conviver com eles.
 É por isso que reencarnamos. A vida não termina com a morte, Deus sempre nos dá nova oportunidade e, por isso mesmo, cada existência – tanto para o indivíduo como para a coletividade -  e especificamente para os lideres políticos e governos, que precisam trabalhar mais pelos interesses do povo, desenvolvendo programas sociais e educativos mais eficazes, a fim de darem um impulso maior ao processo de evolução da Humanidade.  São as nossas necessidades, muito mais que as nossas opções, que nos obrigam a criar condições para que as gerações futuras possam ter uma qualidade melhor de vida neste Planeta.














Nenhum comentário:

Postar um comentário