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domingo, 31 de maio de 2020

ELES SABIAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Resgatado de forma racional há um século e meio n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, o princípio da reencarnação tem encontrado, há mais de quatro décadas, no trabalho de inúmeros profissionais da saúde mental e comportamental sua confirmação, ajudando a entender processos profundamente perturbadores a pacientes submetidos às regressões de vidas passadas. No meio experimental espírita, os chamados trabalhos de desobsessão amenizam ou livram outras tantas pessoas de influências transtornantes, oriundas de vivencias mal resolvidas em vidas passadas. Objeto de proibição por decreto político/religioso nos primeiros séculos da institucionalização do movimento derivado do primitivo culto aos pensamentos e ensinamentos preservados por seguidores do líder Jesus, o correto  entendimento dos mecanismos e objetivos existentes sobre a reencarnação, representam a chave para a compreensão da maioria dos conflitos humanos, individuais e coletivos. Alguns dos conteúdos que confirmam que o próprio Jesus via com naturalidade a questão está claro no diálogo dele com o senado Nicodemos, concluindo o diálogo entre eles com a dizendo: -“Em verdade te digo: Ninguém pode alcançar o reino de Deus se não nascer de novo”. (João 3, 3). Evidenciado está que entre os que o acompanhavam a ideia da reencarnação era conhecida, pois, ao indagar dos discípulos quem o povo dizia ser ele, lhe responderam: -“Uns dizem João Batista, outros Elias, e outros ainda algum velho profeta ressuscitado”. (Mateus, 16; Marcos 8; Lucas 9). Mais à frente noutro diálogo afirma: -“É verdade que Elias deve retornar e restabelecer todas coisas; porém vos declaro que Elias já veio e não o reconheceram e o trataram como lhes aprouve (...). Então seus discípulos compreenderam que foi de João Batista que Jesus lhes falara”.    Registros históricos confirmam a existência de vários documentos propondo a reencarnação como resposta à dúvidas não explicadas de outra forma. Na civilização caldeia, mais antiga que a egípcia, os magos admitiam que a alma evoluia por uma ascensão contínua em direção à perfeição. Primeiro inconsciente, ela atravessava sucessivamente todos os reinos da natureza antes de chegar à Humanidade, onde aparece com faculdades intelectuais que adquiriu pouco a pouco no decorrer de suas existências passadas. Ela é destinada a ainda desenvolver-se e a experimentar milhares de degraus de inteligências mais elevadas”. Os hindus, no seu BHAGAVAD-GITA, escrito segundo se supõem no século X a.C, angustiado ante uma batalha em que deveria enfrentar  como inimigos parentes, o príncipe Arjuna é consolado por Krishna que lhe revela a doutrina das transmigrações dizendo: -“Esses corpos perecíveis são animados por uma alma eterna indestrutível. Aquele que crê possa ela ser morta ou matar engana-se. Aquele que penetrou o segredo de meus nascimento e de minha obra divina nã mais retorna a um novo nascimento ao deixar seu corpo, retorna a mim. Tive muitos nascimentos, assim como tu também, Arjuna, eu os recordo a todos, porém tu os ignoras”. Sobre as crenças encontradas entre os gauleses, o grande Imperador e conquistador Julio Cezar  no relatório Guerra das Gálias mandou escrever: -“Querem, sobretudo, persuadir de que as almas não morrem, mas passam, depois da morte, de uns para outros corpos”. No Talmude, livro sagrado entre os hebreu, encontra-se preservada a ideia de que “a alma de Abel passou para o corpo de Set e depois para o de Moises”, ao que o Zohar , um dos trabalhos mais importantes da Cabalá, no misticismo judaico, aduz: -“Todas as almas são submetidas às provas da transmigração. Os homens desconhecem a vontade do Alto com relação a eles. Ignoram por quantos sofrimentos e transformações misteriosas devem passar e quão numerosos são os Espíritos que, vindo a este mundo, não retornam ao palácio de seu divino rei. As almas devem, por fim, novamente imergir na substância de onde saíram; entretanto, antes desse momento, já devem ter desenvolvido até o mais alto grau todas as virtudes cujo germe nelas encontra-se latente; se esta condição não é realizada em uma única existência, devem as almas renascer até que tenham atingido o grau de desenvolvimento que torna possível sua absorção em Deus”. Segundo a Cabalá, “as encarnações, ocorrem com longos intervalos entre si; as almas esquecem inteiramente o passado e, longe de constituírem uma punição por suas faltas, os renascimentos são uma bênção que permite aos homens purificarem-se”. Finalizando, destacamos do TRATADO DOS MISTÉRIOS EGIPCIOS, também conhecido como JÂMBLICO, no capítulo 4, da seção IV: -“A Justiça de Deus não é absolutamente a justiça dos homens. O homem define a justiça a partir das relações existentes em sua vida atual e de seu estado presente; Deus a define relativamente a nossas existências sucessivas e à universalidade de nossas vidas. Assim as penas que nos afligem são frequentemente os castigos de um pecado cometido por nossa alma em vida anterior”.

 -  Maria Luiza pergunta: “Vi uma notícia, que me deixou preocupada. Uma mulher, condenada por assassinato dos pais, num crime brutal que abalou o país, foi designada missionária de uma igreja. Minha pergunta é a seguinte: mesmo sabendo que Jesus ensinou a amar os inimigos, até que ponto podemos confiar que esse inimigo, que se diz convertido, não vai se utilizar dessa condição para praticar o mal?”

 Não temos dúvida quanto à assertiva de Jesus, Maria Luíza, quando ele recomentou o amor até mesmo aos inimigos. Aliás, se você abrir O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, no capítulo 11, vai encontrar o tema “Caridade para com os Criminosos” o que, em tese, poderia justificar a atitude tomada pelo pastor em questão. Porém, segundo uma regra do bom senso e as ponderações da Doutrina Espírita, não devemos assumir atitudes precipitadas e indiscriminadas diante de toda e qualquer situação. No capítulo 12 da mesma obra, “Amai os Inimigos”, Allan Kardec nos encaminha a ponderadas considerações a respeito desse delicado tema.
 Questionando a recomendação de Jesus, muitos perguntam: mas como eu posso amar meu inimigo? Basta ler esse capítulo d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, e ali vamos encontrar uma resposta objetiva, lógica – no mínimo, convincente. E vamos entender o porquê da insistência de Jesus na vivência do amor.
  É claro que, como irmãos e filhos de um mesmo Pai, temos por obrigação moral dar a todos oportunidade de reabilitação, principalmente aos que caíram em erros clamorosos. Mas cada caso merece um tratamento próprio, até porque uma atitude precipitada pode prejudicar o indivíduo ao invés de ajudá-lo, contribuindo para que venha a transgredir novamente. Por  isso mesmo, achamos que esse pastor deve ter recebido muita crítica por parte de quem não acredita na capacidade de regeneração do ser humano.
 Como não temos como conhecer os reais propósitos da pessoa condenada e muito menos saber de seus reais sentimentos, devemos agir com a cautela necessária para não provocar um estrago maior; no caso, unindo a compreensão à sinceridade, sem que isso venha a representar qualquer tipo de discriminação. Trata-se, evidentemente, de uma precaução natural, para não complicar mais sua vida e a de outras pessoas.
  Mesmo assim , a atitude de nomear a condenada à missionária , de que você nos fala, cara ouvinte, pode ter sido a melhor possível, considerando que ela pode atuar diretamente junto aos seus colegas de prisão, mas também pode ter sido precipitada, se lhe der chance de utilizar mal sua missão. Talvez pudesse haver maneiras mais suaves e ponderadas de buscar uma solução adequada. 
 De qualquer forma, o pastor em questão foi corajoso e se utilizou de um princípio do evangelho, assumindo o risco, que é próprio daqueles que realmente acreditam nos ideais que abraçam.  Por isso mesmo, essas pessoas podem ser extremamente úteis em momentos decisivos na vida de Espíritos decaídos que precisam apenas de uma nova oportunidade


















CURAS ESPIRITUAIS NA REVISTA ESPÍRITA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




Paulinha Garcia pergunta: “Como devemos entender o castigo de Deus, segundo a Doutrina Espírita?”
Um outro leitor questionou por que Kardec ainda usou essa palavra “castigo” em suas obras, quando ele mesmo deixou claro que não existe castigo de Deus. Explicávamos, então, que o sentido das palavras se modificam com o tempo. De tanto ser usada repetidas vezes, uma palavra vai assumindo conotações diferentes em diferentes épocas e lugares.
 Evidentemente, a palavra castigo, na obra espírita, não tem o mesmo sentido da palavra castigo nas diversas religiões salvacionistas. Chamamos de salvacionista a religião que prega ser o único caminho de salvação da alma para um céu de felicidade eterna, ou, a perdição num inferno impiedoso de eterno sofrimento. Esta, porém, não é a proposta espírita, como o ouvinte deve saber. No Espiritismo, como nas leis da natureza, nada se perde, tudo se transforma. Logo, não há perdição; há apenas transformação.
 Na concepção religiosa comum – com a qual o Espiritismo não concorda – desde a época de Adão e Eva, Deus vem castigando o homem pela sua desobediência. Assim, por exemplo, ao tempo de Moisés – que, aliás, nem cogitava da vida após a morte – a vida que Deus nos concedeu era esta  estamos vivendo hoje e, depois dela, não haveria mais vida. Isso significava que todo castigo, assim como toda recompensa, só podiam ser aplicados por Deus nesta mesma vida, enquanto estamos encarnados, razão pela qual os mandamentos trazidos por Moisés previam essas práticas de maneira rigorosa.
Vamos dar um exemplo.  Entre os dez mandamentos recebidos por Moisés, havia um que dizia: “honrai vosso pai e vossa mãe para que longos sejam vossos dias na Terra”. Isso significava que a duração da vida de uma pessoa dependia da forma como ela tratava seus pais, ou seja, viveriam mais anos aqueles que tratassem bem seus pais. Era a crença da época. Isso significava, por outro lado, que a pessoa que não desse um bom tratamento ao pai e à mãe seria castigada por Deus e morreria mais cedo.
 Quando Jesus apareceu no cenário da Palestina, ele andou discordando de alguns mandamentos, no todo ou em parte. Mas ele trouxe uma visão nova de vida - pois, para Jesus, a vida não é apenas esta aqui, a vida continua numa outra vida, numa outra dimensão. Bastou que Jesus trouxesse ensinamento para que se passasse a entender que a duração da vida de uma pessoa neste mundo nada tinha a ver com o castigo de Deus.
 Pelo contrário, Deus para Jesus é Pai misericordioso, que manda o sol para os bons e para os maus, que manda a chuva para os justos e para os injustos, como ele próprio afirmou. Logo, não há castigo divino ou, pelo menos, podemos dizer que os nossos sofrimentos não dependem de Deus. O princípio, que Jesus ensinava, se resumia no lema “a cada um segundo suas obras”. Logo, não é Deus que castiga, é o homem que se castiga a si mesmo, quando pratica o mal ou deixa de fazer o bem, porque o amor é lei da natureza. Da mesma forma é o homem que busca a própria recompensa toda vez que faz o bem.
  Na lei mosaica o castigo maior era a pena de morte, infringida a quem trabalhasse no sábado, cometesse adultério ou proferisse blasfêmia, e isso era feito mediante um ritual de apedrejamento. Jesus não concordava com isso, pois ensinava um Deus bom e misericordioso: “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, o que não vos dará o Pai celestial, que é bom e perfeito?”
No LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec questionou os Espíritos sobre este tema, e ele mesmo, Kardec, para ilustrar os ensinos que recebeu, contou a seguinte parábola. Um homem, na hora da morte, chamou seus dois filhos e lhes passou as terras que estava deixando. Ensinou o que fazer para fazer a terra produzir e deu-lhes as ferramentas nas mãos. E Kardec conclui: se esses filhos não cuidarem devidamente da terra e vierem a viver na miséria no futuro, eles poderão culpar o pai ou dizer que o pai os castigou? Certamente que não. Nesse caso o castigo adveio da preguiça e da negligência para com a Terra.
Por outro lado, mesmo o castigo infringido pelos pais humanos aos seus filhos, não tem como objetivo prejudica-los ou destruí-los, mas ensiná-los o bom caminho.  Que pai humano mataria seu filho, porque cometeu uma falta, mesmo grave? Ora, se o pai – que é humano e imperfeito – mesmo quando seu filho comete um grave, no máximo, pode impor-lhe um castigo, mas com o objetivo de corrigi-lo, quanto mais Deus, que é bom e perfeito, em relação aos seus filhos amados.Desse modo, podemos concluir que Deus não se volta contra nenhum de seus filhos, por mais grave a falta que cometeu, mas vai dar-lhe oportunidade de regeneração e reparação do mal, até que reconquiste a paz e se torne feliz. Assim, não existe perdição eterna, pois pensar nestes termos é contrariar tudo que Jesus ensinou. O Espiritismo pode explicar como isso acontece através da reencarnação, pois a cada vida na Terra temos novas oportunidades de nos recompor e melhorar, até que cheguemos à própria perfeição moral.
 
















sexta-feira, 29 de maio de 2020

ALLAN KARDEC E A MEDIUNIDADE DE CURA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Poucos sabem, mas, quando da eclosão dos fenômenos que deram origem ao Espiritismo, um dos que surpreendiam eram os resultantes da mediunidade de cura. Allan Kardec também dedicou atenção aos fatos ligados a essas ocorrências, abstraindo várias conclusões expostas não apenas nas chamadas OBRAS BÁSICAS, mas também em números da REVISTA ESPÍRITA. A propósito das doenças, a explicação da Doutrina Espírita sobre as doenças é quepertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos, condições nocivas, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade” e que as “doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc (...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”. A partir da farta documentação disponível, podem ser encontradas informações importantes sobre CASOS DE CURA SEM AUXÍLIO DOS MÉDIUNS, nas edições de fevereiro 1863; abril e setembro 1865 e CASOS DE CURA INSTANTÂNEA nos números de dezembro, outubro e novembro 1866; agosto, outubro e novembro 1867. Adotando um método compreendendo procedimentos simples (1-evocação dos bons Espíritos, 2- recolhimento, 3- braços estendidos, 4- dedos esticados sobre o corpo do paciente) foram registrados resultados surpreendentes para a época, como os relatados nos números de janeiro de 1864: 1- Cura de nevralgia violenta, após 5 minutos de emissão fluídica simples com as mãos; 2-Cura de uma sensibilidade aguda de pele, manifestada 15 anos antes, após emissão fluídica diária de 15 minutos, durante 35 dias e 3- Cura de individuo acometido de epilepsia durante 25 anos, com crises diárias, após 35 dias de emissão de fluido direcionado para estômago e nuca. Dois importantes personagens espirituais da história do Espiritismo em seu início, ofereceram suas opiniões sobre os requisitos imprescindíveis para o êxito nos trabalhos mediúnicos em torno da assistência ao que convive com as doenças. O primeiro, o conhecido médico Franz Anton Mesmer, que em mensagem psicografada alinhou três sugestões aos candidatos a esse trabalho: 1- Vontade de curar desenvolve fluido animalizado e espiritual; 2- Prece e 3- Curas milagrosas, se devem à natureza do fluido derramado pelo médium através da imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos quando há fé sincera e pureza de intenção. O outro, o Espírito Paulo, o Apóstolo que alinha duas recomendações: 1- Fé sincera; desinteresse, humildade e perseverança e 2- A Prece que deve ser guia e ponto de apoio do médium. As observações sobre o tema, permitiu a Allan Kardec formular um conjunto de conclusões estampadas em matéria apresentada em novembro de 1866: 1- Os médiuns curadores curam só pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, mas, às vezes, instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio.2- O poder curativo está nos fluidos depurados dos bons Espíritos para os quais os médiuns curadores servem de condutores. 3- O exercício dessa faculdade curadora só tem lugar com o concurso dos Espíritos. 4- A mediunidade curadora pode curar algumas doenças, mas há doenças fundamentalmente incuráveis e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. 5-  A mediunidade curadora depende de uma disposição orgânica, de forma que muitas pessoas a possuem ao menos em gérmem, que fica em estado latente, por falta de exercício e desenvolvimento. 6- A mediunidade curadora exige imperiosamente o concurso dos Espíritos depurados. 7- Há, para o médium curador, a necessidade de atrair o concurso dos Espíritos superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade. 8- A primeira condição para o médium curador é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir ao doente, com completo desinteresse material e moral. 9- As qualidades do médium curador devem ser o devotamento, a abnegação, a humildade, além do desejo de fazer o Bem e tornar-se útil aos semelhantes. 10- A Mediunidade curadora escapa completamente da lei sobre o exercício legal da Medicina, porque não prescreve qualquer tratamento, é exercida pela influência pessoal do médium.  Este último enunciado é passível de revisão, naturalmente, pelos impactantes fenômenos manifestados ao longo do século que se seguiu após ter sido elaborado. De qualquer modo, dispomos de excelente conteúdo para estudos e reflexões.



 Maria Lúcia Gonçalves, pergunta sobre as cruzes que comumente encontramos na beira de estradas e que assinalam a morte de pessoas por acidente naqueles locais. Ela quer saber se os Espíritos – que ali são homenageados com cruzes e flores, colocados pelos seus familiares, ficariam presos àqueles lugares e se poderiam, assim, contribuir para haver mais acidentes ainda.

 As cruzes e as flores colocadas nos locais de morte por acidente nas estradas, Maria Lúcia, são expressões do pesar e da fé dos familiares dessas vítimas. Acreditamos que o ato em si de assim proceder, tanto pode satisfazer o que se foram (porque eles vão se sentir amados, quando conseguirem perceber a homenagem), como também os que ficaram, pelo fato de poderem manifestar assim seus sentimentos em relação aos entes queridos.  
Geralmente as vítimas fatais de acidentes não tomam consciência do que lhes aconteceu durante muito tempo, até que se refaçam do impacto da brusca mudança. Por outro lado, Maria Lúcia, a religiosidade do povo brasileiro, inspiradas nos dogmas da fé católica, incentiva de alguma forma tais manifestações, da mesma maneira que os túmulos são visitados e enfeitados nos cemitérios por grande parte da população em atos de afeto e respeito pelos que se foram. Como dissemos, o ato em si pode servir tanto aos desencarnados, como aos encarnados.
 Se existe algum problema espiritual, ele não está propriamente na homenagem, mas na condição espiritual das vítimas. Pode acontecer de alguns Espíritos permanecerem no local do acidente, muitas vezes presos aos seus despojos, pelo fato de ainda não conseguirem se desapegar de valores  materiais, dos lugares, mas, em nosso entendimento, não por causa da homenagem em si. Além do mais, por que um determinado Espírito, que foi vítima de um acidente, quereria provocar outros e envolver outras pessoas?
 É claro que, eventualmente, isso poderia acontecer. Não podemos descartas essa possibilidade. Todavia, mesmo assim, não dependerá somente dele, mas principalmente das condições espirituais das pessoas que transitarem por aquela estrada com seus veículos, pois os Espíritos não têm poderes mágicos (nem para o mal, nem para o bem). No máximo, eles podem contribuir para algum acidente, quando encontram as condições de perturbação nos encarnados.