faça sua pesquisa

segunda-feira, 11 de maio de 2020

SONHOS; OBSESSÃO EM MASSA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




  Tatiane Duarte Vieira, do Conjunto João Zapata, pergunta o que o Espiritismo tem a dizer sobre a volta de Jesus, a ressurreição dos mortos e o juízo final.
  Para a Doutrina Espírita, Tatiane, essas referências que encontramos em alguns trechos dos evangelhos não passam de figuras alegóricas ou representativas da grande transformação pela qual deveria passar a humanidade ao longo dos séculos. Os escritos bíblicos, bem como outros que datam de milhares de anos atrás, estão carregados de alegorias ou comparações como essa, ricas em ensinamentos mas, ao mesmo tempo, sujeitas a várias interpretações, dependendo do ponto de vista de quem as analisa.
 Espíritos muito elevados na escala da evolução espiritual, segundo o Espiritismo, quando encarnam aqui na Terra para trazer grandes ensinamentos, como foi o caso de Jesus – a figura máxima da espiritualidade que esteve entre nós – utilizam de uma linguagem figurada, contos e comparações, porque falam de fatos que estão bem acima da compreensão de seus ouvintes ou de fatos que ocorrerão num futuro muito distante deles. Então, recorrem a comparações para que entendam o espírito da mensagem, mas que, interpretadas ao pé da letra, ficam parecendo fantasias, como são as lendas e os mitos para nós.
 Um exemplo clássico de linguagem alegórica é o mito da criação do homem, com que se ocupa o primeiro livro da Bíblia, o Gênese. Ali encontramos a criação de Adão e Eva, a figura do paraíso, a referência ao pecado original, às maldições que Deus teria proferido contra o casal de pecadores e seus descendentes, bem como a expulsão do paraíso. Evidentemente, não se trata de fatos reais, mas de metáforas ou comparações que nos leva a deduzir sobre a imperfeição humana e a necessidade da busca de Deus para o encontro da felicidade.
  Muitos teólogos da atualidade, líderes espirituais das grandes religiões, notadamente entre os judeus, já não têm nenhuma dúvida quanto a isso. Eles leem esses textos buscando o seu significado mais profundo que, evidentemente, se refere à luta do bem contra o mal no íntimo de cada um de nós. Jesus era mestre em parábolas; contava histórias, que ele próprio criava, não como fatos verdadeiros, mas contos que revelavam verdades que deviam ser compreendidas pelos seus ouvintes, do mesmo modo que contamos histórias de fadas e de magia para que as crianças aprendam o caminho do bem. Nos próprios evangelho, às vezes, não é fácil distinguir o que é um fato do que é uma parábola.
 Quando Jesus se referia ao futuro da Terra, ele queria dar a entender que chegaria um tempo em que seus ensinamentos seriam observados na sua essência. Mas, para isso, seriam necessárias muitas transformações, que haveriam de desencadear a volta de sua doutrina para que ela fosse entendida em espírito e verdade e, portanto, praticada no dia a dia, e não ficasse apenas na adoração. Logo, Tatiane, a volta de Jesus não será o simples retorno de um homem que veio para salvar o mundo, mas a retomada das elevadas lições de amor que ele deixou para que o próprio homem se salvasse.
 A ressurreição dos mortos representa a chegada de uma época em que os Espíritos desencarnados ( chamados mortos) haveriam de somar seus esforços à humanidade para redirecioná-la para a vivência da verdadeira caridade. O juízo final seria o encontro de cada um consigo mesmo – ou com sua própria consciência – já numa etapa mais adiantada de progresso espiritual, para avaliar-se e proclamar a grande transformação da humanidade, através da qual permaneceriam na Terra os Espíritos com um nível mais adiantado de progresso moral.
 Na verdade, Tatiane, o Espiritismo, sendo uma doutrina que revive os ensinos de Jesus e respeita os que professam  com sinceridade suas religiões, reúne as características do Consolador prometido por Jesus nessa etapa de grande transformação que poderá acontecer ainda neste milênio. Sem se arvorar como dono da verdade, mas como colaborador na divulgação do evangelho, o Espiritismo se abre aos corações interessados em reviver a expressão mais elevada de fraternidade entre todas as criaturas.
 Por outro lado, as descrições da volta de Jesus, das catástrofes que anunciariam o fim do mundo e da separação de bodes e ovelhas, conforme letras do evangelho, não devem ser objeto da crença cega e ingênua, neste momento em que a humanidade já vive a Idade da Razão, do bom senso e do pensamento científico. Os ensinamentos morais de Jesus diziam respeito não ao aspecto material da vida, mas ao seu aspecto espiritual da vida. As mudanças a que se referiam, na verdade, não acontecerão fora, mas dentro de cada um de nós, onde podemos erigir o Reino de Deus.















Nenhum comentário:

Postar um comentário