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sexta-feira, 26 de abril de 2024

ALLAN KARDEC E OS SERVIÇOS DE CURA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Observa-se na atualidade, especialmente, na área da abrangência da cidade de São Paulo (SP), a eclosão de inúmeros trabalhos focados na cura de doentes de toda espécie. Embora a finalidade precípua do Espiritismo seja despertar a consciência da individualidade que, na verdade, é a verdadeira responsável pela manifestação das enfermidades, as quais funcionam como filtros ou freios para as tendências viciosas do Espírito ainda ignorante quanto à sua razão de existir, o fato é que tais mecanismos de auxílio podem levar a criatura a se aperceber que a vida não se resume ao tempo de permanência nesta Dimensão. Houve algo antes e haverá um depois. Desse modo os esforços nessa área cumprem um papel igualmente importante. Na REVISTA ESPÍRITA de novembro de 1866, Allan Kardec desenvolve interessante matéria sobre a questão, da qual destacamos alguns pontos para a reflexão de dirigentes, trabalhadores ou mesmo assistidos, para que os processos obsessivos não se constituam na verdade por traz dos “fenômenos” observados: 1- Há uma diferença radical entre os médiuns curadores e os que obtêm prescrições médicas da parte dos Espíritos. Estes em nada diferem dos médiuns escreventes ordinários, a não ser pela especialidade das comunicações. Os primeiros curam só pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, às vezes, instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio. O poder curativo está todo, inteiro no fluido depurado a que servem de condutores. 2- A Teoria deste fenômeno foi suficientemente explicada para provar que entra na ordem das Leis Naturais e que nada há de miraculoso. É o produto de uma aptidão especial, tão independente da vontade quanto todas as outras faculdades mediúnicas; não é um talento que se possa adquirir; não se faz um médium curador como se faz um médico. 3- A aptidão para curar é inerente ao médium, mas o exercício da faculdade só tem lugar com o concurso dos Espíritos. De onde se segue que se os Espíritos não querem, ou não querem mais servir-se dele, é como um instrumento sem músico, e nada obtém. Pode, pois, perder instantaneamente a sua faculdade, o que exclui a possibilidade de transformá-la em profissão. 4- Um outro ponto a considerar é que sendo esta faculdade fundada em leis naturais, tem limites traçados pelas mesmas. Compreende-se que a ação fluídica possa dar a sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um obstáculo ao movimento e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque então o fluido se torna um verdadeiro agente terapêutico; mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a destruição de um órgão, o que seria um verdadeiro milagre. Há, pois, doenças fundamentalmente incuráveis, e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. 5- Há que levar em conta a variedade de nuanças apresentadas por esta faculdade, que está longe de ser uniforme em todos os que a possuem. Ela se apresenta sob aspectos muito diversos. Em razão do grau de desenvolvimento do poder, a ação é mais ou menos rápida, extensa e ou circunscrita. Tal médium triunfa sobre certas moléstias em certas pessoas e, em dadas circunstâncias e falha completamente em casos aparentemente idênticos. 6- Opera-se neste fenômeno uma verdadeira reação química, análoga à produzida por certos medicamentos. Atuando o fluido como agente terapêutico, sua ação varia conforme as propriedades que recebe das qualidades do fluido pessoal do médium. Ora devido ao temperamento e à constituição deste último, o fluido está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. Daí resulta uma ação diferente, conforme a natureza da desordem orgânica; esta ação pode ser, pois, enérgica, muito poderosa em certos casos e nula em outros. 7- Só a experiência pode dar conhecer a especialidade e a extensão da aptidão; mas, em princípio, pode dizer-se que não há médiuns curadores universais. 8- A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estuda-las; que a natureza tem leis e recursos que eles ignoram; que o elemento espiritual, que eles desconhecem, não é uma quimera, e que quando o levarem em conta, abrirão novos horizontes à ciência e terão mais êxitos que agora. 9- Há, pois, para o médium curador a necessidade absoluta de se conciliar o concurso dos Espíritos Superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade, senão, em vez de crescer ela declina e desaparece pelo afastamento dos bons Espíritos. A primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir”.



Eu gostaria de saber por que têm pessoas que, logo que morrem, já dão comunicação, e outras que nunca se comunicam? Eu nunca recebi uma palavra de minha mãe, desde que ela morreu, faz 10 anos, e eu e ela sempre tivemos uma ligação muito grande. Depois que ela morreu, eu só pude vê-la em sonho uma vez, mas gostaria de receber uma mensagem, pois isso me daria muito conforto. ( M.C.S.O.)


As coisas nem sempre são como imaginamos. Entretanto, é bom que você saiba que as comunicações através de médiuns não são tão simples como é para nós pegar um telefone e ligar para outra pessoa à distância. É claro que, mesmo para telefonar para alguém, antes de tudo é preciso que eu tenha um telefone em condições de chamar e que a pessoa, do outro lado, também tenha um telefone para receber a ligação. As manifestações mediúnicas, também, dependem de várias condições.


Se você viu o filme “Ghost”, deve ter verificado como foi difícil para o rapaz desencarnado entrar em contato com a namorada; e o motivo era urgente!... As comunicações mediúnicas dependem de vários fatores como, por exemplo: a vontade do comunicante, a suas condições emocionais e espirituais ( às vezes, ele quer, mas não consegue), a disponibilidade de médium (nem todo médium serve para um determinado Espírito; é preciso haver sintonia mental entre ambos), a insegurança do comunicante ( que não quer decepcionar e que tem medo de não se fazer acreditado), a disponibilidade do familiar ( onde ele está, se pode ter acesso a um centro ou a um médium), e assim por diante.


A maior dificuldade de uma comunicação mediúnica reside, entretanto, no médium. Temendo que sua mensagem seja deturpada, o Espírito pode não se comunicar, porque não confia no médium. Entretanto, cara ouvinte, a comunicação com os entes queridos desencarnados não se dão apenas e tão somente através de médiuns. Elas ocorrem frequentemente durante o nosso sono, como foi o seu caso, que sonhou com sua mãe. Com certeza, embora você se lembre de um sonho, devem ter havido muitas outras ocasiões de que você não se lembra, razão pela qual sua mãe ficou tranqüila.


Mas, se você se preparar melhor interiormente, porque essa receptividade depende muito de nossas condições íntimas, é bem possível que, daqui em diante, você volte a se encontrar mais vezes com sua mãe. A receptividade é muito importante para isso, no sem tido de possibilitar que esse contato espiritual, gravado no inconsciente, venha para o consciente, e promova a lembrança. De resto, podemos lhe dizer que as comunicações mediúnicas não interessam a todos os Espíritos, da mesma forma que nós, os encarnados, sempre escolhemos um meio mais adequado de nos comunicar uns com os outros.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

AS REVELAÇÔES DE HUMBERTO DE CAMPOS, O IRMÃO X, EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Nas centenas de páginas psicografadas atraves do médium Chico Xavier – a maior parte enfeixadas em dezenas de livros -,, o escritor e jornalista Humberto de Campos, além de oferecer-nos ensinamentos de rara beleza literária/espiritual, repassou interessantes revelações evidenciando a realidade da reencarnação e sua interrelação com a Lei de Causa e Efeito. No livro CRÔNICAS DE ALÉM TUMULO (feb,1937), no texto em que relata visita a Jerusalém, dialogando com o próprio Espírito conhecido com Judas Iscariotes, por ocasião da Semana Santa de 1935, descobre ter ele resgatado suas dívidas em relação à prisão, julgamento, condenação e morte de Jesus, em “uma fogueira inquisitorial no século XV, onde, imitando o Mestre, foi traído, vendido e usurpado”, na personalidade de Joana D’Arc, a grande missionária que mudou a Historia da França, salvando-a das negociatas políticas que a transformariam em parte do território inglês, preservando as matrizes genéticas que permitiriam a reencarnação séculos depois de grandes pensadores que originaram o movimento conhecido hoje como Iluminismo. No BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO (feb, 1938), revela, entre outras coisas, que José Bonifácio de Andrada e Silva retornaria, posteriormente, como Rui Barbosa e José de Anchieta como o português João Barbosa, notabilizado como Frei Fabiano de Cristo. No PONTOS E CONTOS (feb, 1950), apresenta o exemplo de “um renomado advogado apelidado nos círculos de convivência comum, de “grande cabeça”. Talento privilegiado, não vacilava na defesa do mal, diante do dinheiro, torturando decretos, ladeando artigos, forçando interpretações, acabando sempre em triunfo espetacular. Sentindo-se a suprema cabeça em seu círculo, com a última palavra nos assuntos legais, encontrou um dia a morte, despertando além dela, envolto em extensa rede de compromissos que lhe deformaram de tal forma a cabeça que não conseguia colocar-se na posição de equilíbrio normal, atormentado pelas vítimas ignorantes e sofredoras”. A forma encontrada para re-harmonizar seus órgãos da ideia atacados pela hipertrofia do amor próprio, foi interná-lo num corpo físico na Dimensão mais material, reencarnado nos tristes quadros da hidrocefalia. No CONTOS E APÓLOGOS (feb, 1957), mostra a origem de um fenômeno teratológico de um único corpo sustentando duas cabeças, ambas unidas por débitos nascidos em encarnação anterior em que uma impediu o renascimento da outra através da infeliz opção do aborto. Na mesma obra, a história “registrada na ante-véspera do Natal de 1956, em que apagada mulher, ao tentar salvar dois filhos de inesperada inundação que lhe submergia o barraco que habitava em Passa Quatro (MG), acaba sendo tragada pelas águas do alagamento que se formara. A pobre infeliz de hoje, era a rica fazendeira que na ante-véspera do Natal de 1856, obrigara escrava de sua propriedade, se lançar nas águas transbordantes do Rio Paraiba, ao ouvir-lhe a confissão de que suas duas “crias”, eram também do filho da Sinhá que retornara de repousante estadia na Corte”. No CONTOS DESTA E DOUTRA VIDA ( feb, 1964), revela que “grande parte dos renascidos a partir de meados da década de 50, ostentando deformidades em braços, pernas, orelhas, mãos, lavraram tal sentença contra si mesmos, nas violentas ações usurpadoras nas áreas de confinamento reservadas para judeus, em países europeus, protegidos pela condição de soldados do exército nazista”. Por fim, no CARTAS E CRÔNICAS (feb, 1966), o esclarecimento sobre a origem da trágica morte coletiva de centenas de pessoas, crianças e adultos, na tarde de 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói (RJ), minutos antes do término do espetáculo de estreia do Grand Circo Americano: resultara das lamentáveis das ideias nascidas e implementadas por eles, no ano 177 DC na arena do circo, na cidade de Lião, antiga Gália – hoje, França -, no sentido de entreterem de forma original autoridade ligada ao Imperador Marco Aurélio, vendo queimar em desespero, cristãos, adultos e crianças, aprisionados na madrugada anterior.




Por que os espíritas não fazem também celebrações, como as outras religiões, que adotam rituais, cânticos e louvores? Não é essa uma forma respeitosa de adorar a Deus?


Não duvidamos de que as religiões, que adotam a ritualística, para prestar suas homenagens a Deus, estejam imbuídas das melhores intenções. Desde os primórdios da humanidade, as formas mais antigas de religião instituíram as cerimônias como forma de adoração. Para o Espiritismo, porém, essa é uma fase superada, pois o que vale mesmo é o sentimento - ou seja, aquilo que verdadeiramente estamos vivenciando em nosso coração, quando nos dirigimos a Deus. Não foi isso que Jesus ensinou, quando proferiu o sermão da montanha?


A Doutrina Espírita, em termos morais, decidiu adotar a moral e o procedimento de Jesus, e faz questão de seguir suas recomendações. Se você ler os quatro evangelhos, selecionados pela Igreja ( de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João), vai perceber que, em nenhum momento, Jesus usou de cerimônia para prestar culto a Deus. Pelo contrário, ele deixou bem claro que a verdadeira adoração parte do coração sincero e não se mede pelas manifestações exteriores, ou seja, por aquilo que aparece. Aliás, foi esse ponto que mais criticou nos fariseus.


As celebrações têm, de fato, seu valor, quando elas correspondem exatamente ao sentimento das pessoas que delas participam, mas quando, de sentimento, elas só têm a aparência, com certeza não tem valor algum. Foi, pelo menos, o que Jesus ensinou com estas palavras: “Quando quiserdes orar, entrai em vosso quarto e, fechada a porta, orai em silêncio e vosso Pai, que sabe o que se passa em silêncio, vos atenderá”.


E mais adiante, referindo-se aos fariseus, ele disse: “Não façais como os hipócritas que oram em pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. Na verdade, eles já receberam sua recompensa”. E mais: “ Não façais como os gentios que pensam que é pelo muito falar que sereis ouvidos; vosso Pai sabe do que necessitais, antes mesmos de fazeres o vosso pedido”. No evangelho de Marcos, lemos estas recomendações de Jesus: “Mas, quando puserdes em oração, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os pecados, porque se não perdoardes, também vosso Pai não vos perdoará”.


O caráter da prece, para Jesus, está no sentimento de quem ora. A prece é um ato espiritual, desprendido, que não precisa de manifestações exteriores; mas é desprovido de aparatos, de ornamentos ou de quaisquer outros apetrechos. Tanto assim que Jesus orava, com os discípulos, em qualquer momento e em qualquer lugar. Aliás, a sua vida já era uma oração em si, porque só falava o bem, só fazia o bem, só amava o próximo. Não vemos Jesus cantando ou mandando entoar hinos, embora a música seja uma coisa divina e maravilhosa.


Os cerimoniais foram introduzidos depois pelos movimentos cristãos, reproduzindo o que já se fazia no judaísmo. Jesus, porém, não queria confundir a aparência com a essência e só por isso se abstinha de ornamentar a prece com outra coisa que não fosse o bom sentimento. No Espiritismo também usamos a música, quando vamos orar, mas apenas como para auxiliar a concentração, para facilitar nosso equilíbrio emocional. É comum se utilizar músicas suaves orquestradas em volume bem baixo, que nos ajudam a elevar a alma. Outros tipos de música podem ser utilizadas no meio espírita, mas em outras situações, como em festividades e confraternizações.. 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

OS DOIS VOLTAIRE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Sagaz, oculto no pseudônimo Voltaire, Francois-Marie Arouet foi um escritor, historiador e filosofo, considerado um dos representantes do Iluminismo, ficou famoso por suas críticas ao Cristianismo e a escravidão. Tendo vivido entre 1694 e 1778, retornou em 1862 através de um grupo mediúnico que funcionava na Sociedade Espírita de Paris por um médium identificado como Sr E.Vézy, fato explicado através de Santo Agostinho em matéria com que Allan Kardec fecha a edição de abril da REVISTA ESPÍRITA, dizendo “deixei falar em meu lugar um dos vossos grandes filósofos, principal chefe do erro; quis que viesse vos dizer onde está a luz; que vos pareceu ele? Todos virão repetir-vos: Não há sabedoria sem amor nem caridade; e dizei-me, que doutrina mais suave para ensiná-lo que o Espiritismo? Não saberia muito vo-lo repetir: o amor e a caridade são as duas virtudes supremas que unem, como o disse Voltaire, a criatura ao Criador. SANTO AGOSTINHO. Escreveu o Filosofo: - Sou bem eu, mas não mais aquele Espírito zombador e cáustico de outrora; o pequeno reizinho do século dezoito, que comandava, pelo pensamento e o gênio, a tantos grandes soberanos, hoje não tem mais sobre os lábios aquele sorriso mordaz que fazia tremer inimigos, e mesmo amigos! Meu cinismo desapareceu diante da revelação das grandes coisas que eu queria tocar e que não as soube senão no além-túmulo! Pobres cérebros tão estreitos para conterem tanta maravilha! Humanos, calai-vos, humilhaivos, diante do poder supremo; admirai e contemplai, eis o que podeis fazer. Como quereis aprofundar Deus e seu grande trabalho? Apesar de todos esses recursos, vossa razão não se choca diante do átomo e o grão de areia que ela não pode definir? Usei minha vida, eu, a procurar e a conhecer Deus e seu princípio, minha razão nisso se enfraqueceu, e cheguei, não a negar Deus, mas sua glória, seu poder e sua grandeza. Eu me explicava esse desenvolvimento no tempo. Uma intuição celeste me dizia para rejeitar esse erro, mas não a escutava, e me fiz apóstolo de uma doutrina mentirosa... Sabeis por quê? Porque no tumulto e no fracasso de meus pensamentos, que se entrechocavam sem cessar, não via senão uma coisa: meu nome gravado no frontão do templo de memória das nações! Não via senão a glória que me prometia essa juventude universal que me cercava e parecia provar com suavidade e delícias o suco da doutrina que eu lhe ensinava. No entanto, impelido por não sabia quais remorsos de minha consciência, quis parar, mas era muito tarde; como uma utopia, todo o sistema que abraça vos arrasta; a torrente segue primeiro, depois vos leva e vos quebra, tanto sua queda é, às vezes, violenta e rápida. Crede-me, vós que estais aqui à procura da verdade, encontrá-la-eis quando tiverdes destacado de vosso coração o amor às lantejoulas, que fazem brilhar, aos vossos olhos, um tolo amor-próprio e um tolo orgulho. Não temais, no novo caminho que caminhais, combater o erro e abatê-lo quando se levantar diante de vós. Não é uma monstruosidade enaltecer uma mentira contra a qual não se ousa se defender, porque se fez discípulos que vos precederam em vossas crenças? Vós o vedes, meus amigos, o Voltaire de hoje não é mais aquele do século dezoito; sou mais cristão, porque venho aqui para vos fazer esquecer minha glória e vos lembrar o que eu era durante minha juventude, e o que eu amava durante minha infância. Oh! quanto gostava de me perder no mundo do pensamento! Minha imaginação, ardente e viva, corria os vales da Ásia em consequência daquele a quem chamais Redentor... Gostava de correr nos caminhos que ele percorrera; e como me parecia grande e sublime esse Cristo no meio da multidão! Acreditava ouvir sua voz poderosa, instruindo os povos da Galiléia, mas margens do lago de Tiberíades e da Judéia. Mais tarde, nas minhas noites de insônia, quantas vezes me levantei para abrir uma velha Bíblia e dela retirar as santas páginas! Então, minha cabeça se inclinava diante da cruz, esse sinal eterno da redenção que une a Terra ao céu, a criatura ao Criador!... Quantas vezes admirei esse poder de Deus, se subdividindo, por assim dizer, e do qual uma centelha se encarna para se fazer pequeno, vindo dar sua alma no Calvário para a expiação!... Vítima augusta, da qual neguei a divindade, e que me fiz dizer dela, no entanto: Teu Deus que traíste, teu Deus que blasfemas, Por ti, pelo universo, está morto nesses próprios lugares! Sofro, mas expio a resistência que opus a Deus. Tinha por missão instruir e esclarecer; primeiro o fiz, mas a minha luz se extinguiu em minhas mãos na hora marcada para a luz!... Felizes filhos dos séculos dezoito e dezenove, é a vós que está dado ver luzir a luz da verdade; fazei que vossos olhos vejam bem sua luz, porque para vós ela terá raios celestes e sua claridade será divina! VOLTAIRE.
– “Jesus disse: honrai pai e mãe.” Sobre isso,o ouvinte Cristiano Ricardo Alves, de Vera Cruz, faz a seguinte pergunta: o que dizer de um filho, que depende dos pais, que foi beneficiado por eles, e que os critica construtivamente de maneira enérgica? “ Disseram os Espíritos a Kardec que “o bem é sempre o bem e o mal é sempre o mal”. Nada impede que um filho critique seus pais, quando esses não estão pautando por uma conduta reta, principalmente se pode ajudá-los a não cometer erros e se comprometerem moralmente. Uma coisa é a dependência e a outra é o respeito. O fato de o filho ser dependente financeiramente dos pais não quer dizer que ele não possa falar em nome da verdade e da justiça, ainda que desagradando os pais. Além disso, é melhor ser repreendido pelo filho do que por estranhos. O que o filho não deveria fazer é faltar com respeito e muito menos fazer algo que possa prejudicá-los. Honrar pai e mãe não é simplesmente agradá-los, mas é fazer de tudo para dignificá-los e defendê-los moralmente. Assim como os pais devem agir com energia em relação aos filhos, sempre que esses estiverem errados, também os filhos ( que podem ser Espíritos até mais esclarecidos que os pais) podem ajudá-los no caminho do bem, da verdade e da justiça.

terça-feira, 23 de abril de 2024

O INCRÍVEL CHICO XAVIER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Ramiro Gama, o autor do memorável LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER e CHICO XAVIER NA INTIMIDADE com ele trabalhou e registrou que ao seus mais intimos o poeta Hermes Fontes, dizia: -Pedi a Deus para vir aqui, feio, magro, pobre, baxo e poeta para falir menos.. As circunstâncias da vida o elevaram a condição de secretário particular de um Ministro de Estado, vendo-se rodeado de prestígio, caindo nas armadilhas do dinheiro e da glória, das tentações e das ilusões da matéria, que venceram sua feiura,sua gagueira e sua magreza. E a traição no casamento levaram-no ao suicídio. Sua história ligar-se ia a de Chico Xavier num daqueles fenômenos extraordinários envolvendo o incomparável médium. Num relato do jornalista, escritor e poeta e professor,Gilberto Campista Guarino, reconstui-se este momento incrível. |Acompanhemos sua narrativa:Centro Espírita Luiz Gonzaga. Cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Chico apressava-se para a reunião da noite, dentro em pouco. Nesse ínterim, já haviam chegado a Belo Horizonte duas senhoras muito distintas, travando relacionamento na classe médica da capital. Um médico havia que, por seu lindo caráter, seu conhecimento e sua cultura, chamava a atenção de todos. Era o Dr. Melo Teixeira. Ele, as duas senhoras e um terceiro médico resolveram excursionar por Belo Horizonte. Conversando animadamente, o automóvel rodou até Pedro Leopoldo. Uma das senhoras, ouvindo pronunciado o nome da cidade, perguntou se não era, porventura, a terra de Chico Xavier… O interpelado disse que, naqueles mesmos minutos iria ter início a sessão, no Luiz Gonzaga. Para lá se foram. Chegaram, entraram e o Dr. Melo Teixeira dirigiu-se a Chico, que não o conhecia. Apresentaram-se, em termos gerais, só declinando o nome o conhecido médico, os demais referidos como amigos. Chico, como de costume, após dizer-se honrado pela visita ilustre (o Dr. Melo declinara sua condição de catedrático de Psiquiatria, crítico literário), indicou os lugares para todos, lugares esses que se constituíam em vários bancos e toscos caixotes, sob um teto de palha e sobre um chão de tijolos, faceando grande mesa, coberta por toalha branca, trazendo o nome “Luiz Gonzaga”. O Dr. Melo Teixeira tomou assento à esquerda de Chico; referiu-se, para a direita, mostrando um lugar para a esposa do médico (Chico desconhecia inteiramente os lances do episódio); mais adiante, fulano e beltrano; cicrano, ainda à frente. Após o receituário, o médium grafou inúmeras mensagens, sob o desconfiado olhar do visitante, que se traía surpreso, diante de tal velocidade. O papel era de padaria, havendo diversos lápis com ponta muito bem feita. Chico pegava um lápis… deixava-o; pegava outro… deixava-o… enquanto alguém ia virando as folhas já psicografadas. Terminada a reunião, após a leitura de mensagens e receitas, Chico parou, virou-se, e disse, timidamente, ao Dr..— Dr. Melo, o senhor vai me perdoar, mas houve uma confusão muito grande, que eu não pude compreender…”“— Eu tenho aqui um soneto de Hermes Fontes, dirigido à sua viúva, que ele diz estar presente aqui, e ser aquela senhora.” (Apontou para aquela que ele, Chico, dissera ser a esposa do Dr. Melo).Tinha-se a impressão que uma pedra havia caído num imenso reservatório de água: as lágrimas jorraram dos olhos da infeliz senhora, comovendo a todos, e enchendo de espanto o recinto singelo e desataviado. O Dr. Melo, atônito, quase desconcertado, olhou para todos os lados e disse:Deixe-me ver o soneto, Chico…Leu-o, primeiramente, em silêncio. À medida que o fazia, todos pressentíamos em seu semblante indescritíveis emoções. A testa vincada, tinha lívido o rosto… Súbito, ele, que era um homem honesto e leal ao extremo, vira-se para o público, que era reduzido, e confessa, fortemente chocado, o que se segue:— Meus amigos… Se eu andasse atrás de uma prova definitiva, comprobatória mesmo do mediunismo, jamais a encontraria como a encontrei aqui, neste instante. Ela veio às minhas mãos, sem esforço algum. Eu não conhecia Chico Xavier; Chico Xavier não me conhecia, e muito menos sabia que a ilustre senhora que aqui se encontra é viúva do grande poeta Hermes Fontes. Vou ler o soneto, e quero dizer ainda aos amigos que, neste soneto, Hermes fontes faz referências ao seu autoextermínio, motivado por inúmeros problemas, envolvendo o desalento familiar. Preciso notar ainda: EU CONHEÇO TODA A OBRA DE HERMES FONTES, e a conheço muito bem. O estilo é cem por cento o do poeta inesquecível. Todas as características poéticas estão profundamente assinaladas na peça. Este soneto só poderia ter sido produzido pelo Espírito do nosso querido Hermes. Vou lê-lo, para cumprir um dever de honra.”E a voz ecoou, comovida, no pequeno recinto:( — Para X, que está na sala — )


Não condeno o teu dia de ventura,

Dessa ventura que eu antegozei

Em meus sonhos lindíssimos de rei,

Que em prazeres as mágoas transfigura.



 Eras a luz suave, terna e pura,

A encantadora estrela que eu amei,

Sonho divino, que idealizei

Em meu mundo de sombra e de amargura.



 A teu lado busquei amparo e um ninho,

Tomando, ávido, a mão que me estendeste,

Num grande e abençoado afeto irmão.



 E deixaste-me, só, no meu caminho…

Mas há nest’alma, que não compreendeste,

Uma fonte sublime de perdão.”

Hermes Fontes



segunda-feira, 22 de abril de 2024

ESPIRITISMO: UMA INTRODUÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

As pessoas estranhas ao Espiritismo, não lhe compreendendo nem os objetivos nem os meios, quase sempre, fazem dele uma ideia completamente falsa. O que lhes falta, sobretudo, é o conhecimento do princípio, a chave primeira dos fenômenos; na falta disso, o que veem e o que ouvem é sem proveito, e mesmo sem interesse, para elas. Há um fato adquirido pela experiência, é que só a visão ou o relato dos fenômenos não basta para convencer. Aquele mesmo que é testemunha de fatos capazes de confundi-lo, é mais espantado do que convencido; quanto mais o efeito lhe parece extraordinário, mais o suspeita.


Um estudo preliminar sério é o único meio de conduzir à convicção; frequentemente mesmo ele basta para mudar inteiramente o curso das ideias. Em todos os casos, ele é indispensável para a compreensão dos fenômenos mais simples. À falta de uma instrução completa, que não pode ser dada em algumas palavras, um resumo sucinto da lei que rege as manifestações bastará para fazer encarar a coisa sob a sua verdadeira luz, para as pessoas que nela não estão ainda iniciadas. É esse primeiro degrau que damos na pequena instrução adiante. No entanto, uma observação preliminar é necessária. A propensão dos incrédulos, geralmente, é suspeitar da boa fé dos médiuns, e de supor o emprego de meios fraudulentos.


Além de que, ao olhar de certas pessoas, essa suposição é injuriosa, é preciso, antes de tudo, se perguntar qual interesse poderiam ter em enganar e em desempenhar, ou fazer desempenhar, a comédia. A melhor garantia da sinceridade está no desinteresse absoluto, porque ali onde não há nada a ganhar, o charlatanismo não tem razão de ser. Quanto à realidade dos fenômenos, cada um pode constatá-la, colocando-se nas condições favoráveis e se leva à observação dos fatos a paciência, a perseverança e a imparcialidade necessárias.

1. O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações.

2. Os Espíritos não são, como se pensa frequentemente, seres à parte na Criação; são as almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outros mundos. As almas ou Espíritos são, pois, uma só e mesma coisa; de onde se segue que quem crê na existência da alma, crê, por isso mesmo, na dos Espíritos.

3. Geralmente, faz-se um ideia muito falsa do estado dos Espíritos; estes não são, como alguns o creem, seres vagos e indefinidos, nem chamas como os fogos fátuos, nem fantasmas como nos contos de assombrações. São seres semelhantes a nós, tendo um corpo como o nosso, mas fluídico e invisível no estado normal.

4. Quando a alma está unida ao corpo durante a vida, ela tem um duplo envoltório: um pesado, grosseiro e destrutível que é o corpo; o outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito. O perispírito é o laço que une a alma e o corpo; é por seu intermédio que a alma faz o corpo agir, e que percebe as sensações sentidas pelo corpo.

5. A morte não é senão a destruição do envoltório grosseiro; a alma abandona esse envoltório, como se despe de uma roupa usada, ou como a borboleta deixa a sua crisálida; mas ela conserva o seu corpo fluídico ou perispírito. A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem; a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito.

6. A morte do corpo livra o Espírito do envoltório que o prendia à Terra e o fazia sofrer; uma vez livre desse fardo, não há mais do que seu corpo etéreo, que lhe permite percorrer o espaço e transpor as distâncias com a rapidez do pensamento.

7. O fluido que compõe o perispírito penetra todos os corpos, e os atravessa como a luz atravessa os corpos transparentes; nenhuma matéria lhe faz obstáculo. É por isso que os Espíritos penetram por toda a parte, nos lugares o mais hermeticamente fechados; é uma ideia ridícula crer que se introduzem por uma pequena abertura, como o buraco de uma fechadura ou o tubo da chaminé.

8. Os Espíritos povoam o espaço; constituem o mundo invisível que nos cerca, no meio do qual vivemos, e com o qual, sem cessar, estamos em contato.

9. Os Espíritos têm todas as percepções que tinham sobre a Terra, mas em um grau mais alto, porque as suas faculdades não são amortecidas pela matéria; têm sensações que nos são desconhecidas; veem e ouvem coisas que os nossos sentidos limitados não permitem nem ver nem ouvir. Para eles não há obscuridade, salvo aqueles cuja punição é estar temporariamente nas trevas. Todos os nossos pensamentos repercutem neles, e os leem como num livro aberto; de sorte que o que poderíamos responder a alguém quando vivo, não o poderemos mais desde que seja Espírito. Allan Kardec .(RE;1864)



Eu gostaria de saber quando o ser humano vai ser capaz de encarar a morte com mais serenidade? A morte sempre existiu e até hoje nós não a aceitamos, mesmo sabendo que ela é inevitável. Não é contraditório isso? ( V.M.L.)


De ponto de vista racional, sim. Evidentemente, não podemos evitar a morte, mas podemos prolongar ao máximo a nossa vida. No livro “O CÉU E O INFERNO”, Allan Kardec trata desse tema, logo nos primeiros dois capítulos, que vale a pena ler. A colocação de Kardec, ali, é tão bem feita ( e considere que essa obra foi lançada em 1865), que vamos reproduzir um trecho Do 2º capítulo, onde ele diz o seguinte:


A crença no futuro é intuitiva e muito mais generalizado do que a crença no nada. Entretanto, a maior parte dos que crêem na imortalidade da alma são muito apegados aos bens terrenos e temerosos da morte. Por quê? Esse temor é um efeito da providência divina e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os seres vivos. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligencia o trabalho que deve servir ao nosso adiantamento.”


Kardec mostra, aqui – como você percebe - que o medo e a repulsa da morte vêm do instinto de conservação, da necessidade de estarmos sempre defendendo a vida e de precisar viver mais possível na Terra. Por isso não queremos morrer e não queremos que nossos entes queridos morram. Contudo, esse temor e essa repulsa vão assumindo outro aspecto à medida que compreendemos melhor o nosso futuro espiritual, tomando consciência de que a morte não é o fim, mas apenas uma passagem de uma condição para outra. Assim, quem realmente acredita na continuidade da vida, na imortalidade da alma, (mas quem tem realmente convicção disso) mesmo não querendo partir e mesmo sofrendo a partida de entes amados, vai, com certeza, absorver melhor essa realidade inevitável.


Para libertar-se do temor da morte – diz Allan Kardec – é necessário encará-la no seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado no pensamento do mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria.” E completa: “À medida que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui, uma vez que, esclarecida a sua missão na Terra, espera por esse momento com calma, resignação e serenidade. A certeza na vida futura lhe dá outro rumo às idéias, outro objetivo ao trabalho...”


Mais adiante, Kardec afirma: “ Para se libertar do temor da morte é preciso encará-la no seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para saber desprender-se da matéria.”


domingo, 21 de abril de 2024

KARDEC E A MEDIUNIDADE DE CURA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Provar que a Doutrina Espírita atual não é senão a síntese de crenças universalmente difundidas, partilhadas por homens cuja palavra tem autoridade e que foram nossos primeiros mestres em filosofia, é mostrar que ela não está assentada sobre a base frágil da opinião de um só. Que desejam os Espíritas, se não for encontrar quanto mais adeptos possíveis às suas crenças? Deve ser, pois, para eles uma satisfação, ao mesmo tempo que uma consagração de suas ideias, de encontrá-las mesmo antes deles. Jamais compreendemos que homens de bom senso hajam podido concluir contra o Espiritismo moderno de que ele não é o primeiro inventor dos princípios que proclama, ao passo que está aí precisamente o que faz uma parte de sua força e deve acreditá-lo. Alegar a sua antigudade para denegri-lo, é mostrar-se soberanamente ilógico, e tanto mais inábil, que ele jamais se atribuiu o mérito da descoberta primeira. É, pois, equivocar-se estranhamente sobre os sentimentos que animam os Espíritas, supor nestes ideias muito estreitas e uma muito tola presunção de crer molestá-los em lhes objetando que o que professam era conhecido antes deles, quando são eles os primeiros a folhear no passado para ali descobrir os traços da antiguidade de suas crenças, que fazem remontar às primeiras idades do mundo, porque estão fundadas sobre as leis da Natureza, que são eternas.


Nenhuma grande verdade saiu de todas as peças do cérebro de um indivíduo; todas, sem exceções, tiveram precursores que as pressentiram ou delas entreviram algumas partes; o Espiritismo se honra, pois, de contar os seus por milhares e entre os homens o mais justamente considerado; pô-los à luz, e a mostrar o número infinito de pontos pelos quais ele se liga à história da Humanidade. Mas em nenhuma parte se encontra o Espiritismo completo; sua coordenação em corpo de doutrina, com todas as suas consequências e suas aplicações, sua correlação com as ciências positivas, é uma obra essencialmente moderna, mas por toda a parte dele se encontram os elementos esparsos, misturados às crenças supersticiosas das quais é preciso fazer a triagem; se se reunissem as idéias que se acham disseminadas na maioria das filosofias antigas e modernas, nos escritores sacros e profanos, os fatos inumeráveis e infinitamente variados, que se produziram em todas as épocas, e que atestam as relações do mundo visível e do mundo invisível, chegar-se-ia a constituir o Espiritismo tal qual é hoje: é o argumento invocado contra ele por certos detratores. Foi assim que procedeu? É uma compilação de ideias antigas rejuvenescidas pela forma? Não, ele saiu inteiramente das observações recentes, mas longe de se crer diminuído, pelo que foi dito e observado antes dele, com isso se encontra fortificado e engrandecido.

Uma história do Espiritismo antes da época atual está ainda por fazer. Um trabalho desta natureza, feito conscienciosamente, escrito com precisão, clareza, sem alongamentos supérfluos e fastidiosos que dele tornariam a leitura penosa, seria uma obra eminentemente útil, um documento precioso a consultar. Esta seria antes uma obra de paciência e de erudição do que uma obra literária, e que consistiria principalmente na citação das passagens de diversos escritores que emitiram pensamentos, doutrinas ou 12 teorias que se encontram no Espiritismo de hoje. Aqueles que fizerem este trabalho conscienciosamente terão muito mérito da Doutrina.

O Espiritismo moderno não descobriu mais nem inventou a mediunidade curadora e os médiuns curadores do que os outros fenômenos espíritas. Desde que a mediunidade curadora é uma faculdade natural submetida a uma lei, como todos os fenômenos da Natureza, ela deveu se produzir em diversas épocas, assim como o constata a História, mas estava reservado ao nosso tempo, com a ajuda das novas luzes que possuímos, dar-lhe uma explicação racional, e fazê-la sair do domínio do maravilhoso.


No numero de dezembro 1866, Allan Kardec reporta-se a um fato ocorrido 37 anos antes envolvendo um padre cujo nome era príncipe de Hohenlohe. Segundo apurou “enfermos e doentes iam lhe pedir, para obter do céu a sua cura, e socorro de suas preces. Ele evocava sobre eles as graças divinas, e bem cedo viu-se um grande número desses infortunados curados de repente. A fama dessas maravilhas ressoou ao longe. A Alemanha, a França, a Suíça, a Itália, uma grande parte da Europa dela tomaram conhecimento”.


Reuniu na matéria elaborada vários exemplos de cura como de (1 -) uma jovem de 17 anos de nome Mathilde, internada numa casa de saúde há dois anos, impossibilitada de andar . Médicos renomados da França, da Itália e da Áustria, tinham esgotado todos seus recursos para curar a moça dessa enfermidade sem sucesso. Certo dia ela deixou o leito de repente, e caminhou muito livremente. Após uma visita do sacerdote de Hohenlohe que perante testemunha perguntou a ela se ela tinha uma fé firme e que Jesus Cristo poderia curá-la de sua doença, após o que disse à doente para pedir do mais fundo de seu coração e colocar em Deus a sua confiança. Quando ela tinha acabado de pedir, deu-lhe sua bênção, e lhe disse: "Vamos, levantai-vos; atualmente estais curada e podeis caminhar sem dores..." Todo o mundo da casa foi chamado imediatamente. Não se sabia como expressar a sua admiração com uma cura tão rápida e tão incompreensível.

Outros casos foram listados: 2- A esposa de um ferreiro que não podia mais ouvir mesmo os golpes mais pesados de martelo de sua forja. Procurar o padre lhe suplicou para socorrê-la. E enquanto ela estava de joelhos, lhe impôs as mãos sobre a cabeça, e tendo pedido algum tempo, os olhos elevados para o céu, ele a tomou pela mão e levantou-a. Para espanto dos espectadores, a mulher se levantando, disse que ouvia soar o relógio da igreja! 3- Uma pessoa ilustre (o príncipe real da Baviera) foi curado imediatamente de uma doença que, segundo as regras da medicina, deveria necessitar de muito tempo e dar muito trabalho. 4- Uma doente que tinha tentado duas vezes a cura mas que, a cada vez, não tinha obtido senão um leve alívio. Esta cura se operou na pessoa de uma cunhada de um, negociante. Ela estava há muito tempo afligida por uma paralisia muito dolorosa. A casa ressoou de gritos de alegria. 5- "No mesmo dia, a visão foi devolvida à uma viúva que, há vários anos, estava completamente cega. 6- Outra cura, de uma jovem estava tão gravemente estropiada da mão direita, que não podia dela se servir nem estendê-la. Ela fez imediatamente a prova de sua perfeita cura, levantando com a mesma mão uma cadeira muito pesada. 7- Um paralítico, cujo braço esquerdo estava inteiramente enfraquecido, foi completamente curado. 8- Uma cura de dois outros paralíticos se fez imediatamente depois. Ela foi tão completa e mais rápida ainda. 9 - Houveram também a curas de crianças. Tinham-lhe trazido uma do campo, que não podia caminhar senão com muletas. Poucos minutos depois, esta criança, transportada de alegria, corria na rua sem muletas. 10- Nesses intervalos, uma criança muda, que não podia fazer ouvir senão alguns sons inarticulados, foi conduzida ao príncipe. Alguns minutos depois, a criança se pôs a falar. 11- Logo uma pobre mulher trouxe, nas suas costas, sua pequenina filha, estropiada das duas pernas. Ela a depositou aos pés do padre. Um momento depois, ele devolveu a criança à sua mãe, que viu, então, sua filha correr e saltar de alegria. 12- Uma mulher paralítica e cega, lhe foi conduzida numa charrete. Ela estava cega há vinte e cinco anos. O sacerdote orou por ela, deu-lhe a sua bênção, e lhe perguntou se ela acreditava bem firmemente que, em nome de Jesus, ela poderia recobrar a visão. Como ela respondeu que sim, disse-lhe para se levantar. Ela se retirou. Apenas tinha se afastado de alguns passos, quando, de repente, seus olhos se abriram. Ela via, e deu todas as provas que se lhe pediu da faculdade que vinha de recobrar. 13- "A cura de uma mulher do hospital civil, de nome Elisabeth Laner, filha de um sapateiro, tinha a língua tão vivamente afetada, que ficava às vezes quinze dias sem poder articular uma única sílaba. Suas faculdades mentais tinham muito sofrido. Ela tinha quase perdido o uso de seus membros, porque estava num leito como uma massa. Esta pobre infeliz foi hoje ao hospital, sem o socorro de ninguém. Ela goza de todos os seus sentidos, como deles gozava há doze anos, e sua língua está tão bem desamarrada, que ninguém 14 - Um pobre estudante paralítico de seus braços e de suas pernas, enfraquecido de maneira assustadora. O príncipe, orou em torno de cinco minutos, as mãos juntas e elevadas para o céu, falou várias vezes ao estudante; e, enfim, lhe disse: "Levantai-vos, em nome de Jesus Cristo." O estudante se levantou efetivamente, mas com sofrimentos que não pôde dissimular. O príncipe disse-lhe para não perder a confiança. O infortunado que, alguns minutos antes, não podia movimentar nem braços nem pernas, se mantém então direito e perfeitamente livre sobre a sua carroça. Depois, voltando seus olhos para o céu, onde se via pintado o mais terno reconhecimento, ele exclamou: "Ó Deus! vós me socorrestes!" Os espectadores não puderam reter suas lágrimas.

Na reunião da Sociedade Espírita de Paris, de 25/10/1866,através do médium Sr Desliens, manifestou-se o Espírito do Ex-Padre que, entre outras coisas, disse:

.1- ..A faculdade da qual estava dotado era simplesmente o resultado de uma mediunidade. Era instrumento; os Fspíritos agiam, e, se pude fazer alguma coisa, não foi certamente pelo meu grande desejo de fazer o bem e pela convicção íntima de que tudo é possível a Deus. Eu acreditava!... e as curas que obtinha vinham sem cessar aumentar a minha fé. .

..2- A mediunidade curadora foi exercida em todos os tempos, e por indivíduos pertencentes às diferentes religiões. - Deus semeia por toda a parte seus servidores os mais avançados para deles fazer degraus de progresso, naqueles mesmos que estão os mais afastados da virtude, e direi mesmo, naqueles sobretudo....

...3- Não é raro encontrar homens dotados de faculdades extraordinárias pela multidão, entre os simples; e, por esta palavra, entendo aqueles cuja pureza de sentimentos não é deslustrada pelo orgulho e pelo egoísmo.


...4- É verdade que a faculdade pode igualmente existir nas pessoas indignas, mas ela não é e não poderia ser senão passageira; é um meio enérgico de abrir os olhos: tanto pior para aqueles que se obstinam em mantê-los fechados. Eles reentrarão na obscuridade de onde saíram, com a confusão e o ridículo por cortejo,


5- Qualquer que seja a crença íntima de um indivíduo, se suas intenções são puras, e se está inteiramente convencido da realidade daquilo que crê, ele pode, em nome de Deus, operar grandes coisas. A fé transporta as montanhas: ela restitui a visão aos cegos e o entendimento espiritual àqueles que erravam antes nas trevas da rotina e do erro.


6- Quanto à melhor maneira de exercer a faculdade de médium curador, não há disso senão uma: É de ficar modesto e puro, e de atribuir a Deus e às forças que dirigem a faculdade tudo o que se realiza. Os que perdem os instrumentos da Providência, é que não se creem simplesmente instrumentos; querem que seus méritos sejam em parte por causa da escolha que foi feita de sua pessoa; o orgulho os embriaga e o precipício entreabre-se sob seus passos.


7- Hoje, sei que é coisa toda natural, e que pode, que deve concordar com a imutabilidade das leis do Criador, porque sua grandeza e sua justiça permanecem intactas. Deus não saberia fazer milagres!... .porque isto seria fazer presumir que a verdade não é bastante forte para se afirmar por si mesma, e de outra parte, não seria lógico demonstrar a eterna harmonia das leis da Natureza, perturbando-as por fatos em desacordo com a sua essência.


8- Quanto a adquirir a faculdade de médium curador, não há método para isto; todo o mundo pode, numa certa medida, adquirir esta faculdade, e, agindo em nome de Deus, todos farão curas. Os privilegiados aumentarão em número à medida que a Doutrina se vulgarizar, e, é muito simples, uma vez que haverá mais indivíduos animados de sentimentos puros e desinteressados. PRÍNCIPE DE HOHENLOHE.




Vendo o mundo de hoje, fico pensando por que será que as pessoa estão mais egoístas do que há 30 ou 40 anos atrás? (Maurício)


Não temos dúvida de que nestas últimas décadas o mundo mudou muito, Maurício – e mudou muito rapidamente. Em certos aspectos para melhor ( como, por exemplo, o conforto material), mas em outros aspectos, como na convivência, de forma preocupante. Na verdade, há uma relação inversa – e você já deve ter notado isso - entre o conforto e a solidariedade: quanto menos conforto entre as pessoas, mais solidariedade existe entre elas, porque, na hora da necessidade, a solidariedade é uma forma de diminuir a necessidade de todos. Se um barco está afundando, todos se unem para evitar o naufrágio; mas, quando o barco navega tranquilamente, eles começam a se desentender.


Em certas comunidades rurais, onde o desenvolvimento material ainda é muito precário, existe bem mais solidariedade do que nas cidades. Essa é uma condição atual da humanidade. Isso acontece em nosso estágio de desenvolvimento espiritual. Somos Espíritos ainda muito egoístas: pensamos muito em nossas necessidades e interesses, mas muito pouco ou quase nada na necessidade do próximo. Por isso aproveitamos para nos beneficiar ao máximo com a presença das outras pessoas, mas ainda fazemos muito pouco em benefício delas. Ainda não aprendemos a desenvolver o sentimento de coletividade, que Allan Kardec caracterizou como “a mais elevada expressão da caridade”.


Não é difícil entender a psicologia humana. Quando só tínhamos um televisor em casa, toda a família era obrigada se reunir na sala e estudar uma forma para que todos pudessem desfrutar do aparelho, ver seu programa e respeitando o direito do outro de ver o seu. Essa contingência obrigava o pessoal a se reunir, a trocar idéias, a discutir e a dividir – mas todos se mantinham juntos. A partir do momento em que cada um passou a ter a sua televisão no seu quarto, acabou o encontro familiar, desfez-se o relacionamento, houve um afastamento e um esfriamento nas relações. O mesmo aconteceu depois em relação ao carro. E desse modo fica bem mais difícil as pessoas aprenderem a conviver.


O distanciamento entre as pessoas ( que hoje podem dispor de televisão própria, de carro, de moto, de celular, etc.) desenvolveu uma espécie de auto-suficiência e, portanto, de individualismo e egoísmo, onde cada um passa a resolver o seu próprio problema da forma mais cômoda possível, sem precisar recorrer aos demais. Trata-se de um estágio de aparente retroação, em que tivemos de voltar para uma fase anterior de relacionamento, para podermos aprender novamente como repartir e como compartilhar nossas experiências em situações mais confortáveis.


Mais do que nunca, precisamos parar para refletir sobre isso, como você está fazendo. A família, a escola, a religião e as demais instituições sociais, que tem capacidade de organização, precisam envolver as pessoas para discutirem seus relacionamentos. A crise maior está dentro de casa: quando, em casa, as coisas não vão bem, o reflexo acontece bem maior na sociedade. No passado, a que você se refere, só as famílias muito pobres e necessitadas, tinham sérios problemas de relacionamento; hoje, essa situação generalizou, principalmente por causa desse fator conforto. Os primeiros a errar são os pais que, de um modo geral, estão dando muita coisa a seus filhos, sem lhes ensinar a necessidade e a importância de compartilhar.


EDUCAÇÃO MORAL DA INFÂNCIA: A ÚNICA SOLUÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Educador com forte influência no ensino frances na primeira metade do sédulo 19, Allan Kardec possui argumentos importantes sobre o tema título desta matéria. Escreveu ele:

- Não se pode negar a influência do meio e do exemplo sobre o desenvolvimento dos bons e dos maus instintos, porque o contágio moral é tão manifesto quanto o contágio físico. No entanto, essa influência não é exclusiva, uma vez que se veem seres perversos nas famílias mais honradas, ao passo que outros saem puros da lama. Há, pois, incontestavelmente, disposições naturais, e, duvidando-se disto, o fato que nos ocupa disso seria uma prova irrecusável.

Infelizmente, a maioria daqueles que não desdenham se ocupar dessas questões, o fazem partindo de uma ideia preconcebida à qual querem tudo sujeitar: o materialista às leis exclusivas da matéria, o espiritualista à ideia que se faz da natureza da alma segundo suas crenças. Antes de concluir, o mais sábio é estudar todos os sistemas, todas as 3 teorias, com imparcialidade, e de ver aquela que resolve o melhor e mais logicamente o maior número de dificuldades.

A diversidade das aptidões intelectuais e morais inatas, independentes da educação e de toda aquisição moral na vida presente, é um fato notório: é o conhecido. Partindo desse fato para chegar ao desconhecido, diremos que se a alma é criada no nascimento do corpo, fica evidente que Deus criou almas de todas as qualidades. Ora, esta doutrina sendo irreconciliável com o princípio da soberana justiça, forçosamente, deve ser afastada. Mas se a alma não é criada no nascimento do indivíduo, é que ela existia antes. Com efeito, é na preexistência da alma que se encontra a única solução possível e racional da questão e de todas as anomalias aparentes das faculdades humanas.

As crianças que têm, instintivamente, aptidões transcendentes por uma arte ou uma ciência, que possuem certos conhecimentos sem tê-los aprendido, como os calculadores naturais, como aqueles aos quais a música parece familiar em nascendo; esses linguistas natos.

Sim, o homem já viveu, não uma vez, mas talvez mil vezes; em cada existência suas ideias se desenvolveram; adquiriu conhecimentos dos quais traz a intuição na existência seguinte e que o ajudam a adquiri-los novos. Ocorre o mesmo com o progresso moral. Os vícios dos quais se desfaz não reaparecem mais; aqueles que conservou se reproduzem até que deles esteja definitivamente corrigido. Em uma palavra, o homem nasce aquilo que se fez ele mesmo. Aqueles que viveram mais, mais adquiriram e melhor aproveitaram, são mais avançados do que os outros; tal é a causa da diversidade dos instintos e das aptidões que se notam entre eles; tal é também a causa pela qual vemos sobre a Terra selvagens, bárbaros e homens civilizados.

A pluralidade das existência é a chave de uma multidão de problemas morais, e foi por falta de ter conhecido esse princípio que tantas questões permaneceram insolúveis. Que se a admita somente a título de simples hipótese, querendo-se, e ver-se-ão todas as dificuldades se aplainarem.

O homem civilizado chegou a um ponto em que não se contenta mais com a fé cega; ele quer se dar conta de tudo, saber o por quê e o como de cada coisa; preferirá, pois, uma filosofia que explica àquela que não explica. De resto, a ideia da pluralidade das existências, como todas as grandes verdades, germina numa multidão de cérebros, fora do Espiritismo, e como ela satisfaz a razão, não está longe o tempo em que será colocada na classe das leis que regem a Humanidade.

O homem não se despoja subitamente de todas as suas imperfeições.

Cremos que os Espíritas são os melhores especialistas em semelhante circunstância, precisamente porque dedicam-se ao estudo dos fenômenos morais, e os apreciam, não segundo ideias pessoais, mas segundo as leis naturais. (RE;1866)





Recebemos e agradecemos carta de Encarnação Lorite, residente no Bairro Palmital, em Marília. Ela relata o drama comovente de sua vida, as dificuldades pelas quais tem passado e a luta que vem empreendendo por uma vida melhor.


De fato, todos nós temos um caminho a percorrer e admiramos o seu. Um poeta espanhol, chamado José Machado, tem um poema chamado “Caminhante”, que começa assim: “Caminhante, não há caminhos; o caminho se faz ao caminhar....” Ele quer dizer que os caminhos da vida não estão previamente traçados; nós é que os traçamos. É como penetrar numa mata virgem, onde vamos abrindo uma picada e andando em frente. Cada um tem um jeito de abrir esse caminho - metas a alcançar, maneira de viver, e escolhe o rumo que lhe parece mais promissor. Alguns caminham mais depressa e fazem grandes progressos; outros rodam em círculos e parecem não sair do lugar.


Às vezes, enquanto estamos abrindo a picada no meio da mata, encontramos alguém, que nos dá uma notícia sobre o que podemos encontrar mais adiante, ou seja, no futuro. Esse alguém é aquela pessoa, que já subiu numa árvore, que lá de cima percebeu o que está logo à frente: nós não vemos, mas ela foi capaz de divisar alguma coisa mais à frente. Quando avançamos, para nossa surpresa, vamos perceber que ela tinha razão; de fato encontramos algo que ela havia visto. Mas isso só aconteceu porque caminhamos no mesmo rumo que ela indicou; se tivéssemos tomado um rumo diferente, por certo, isso não teria acontecido.


Os fatos de nossa vida não estão determinados, Encarnação, a não ser que não mudemos a maneira de viver; quando mudamos, tudo muda. Se estivermos indo bem e continuarmos assim, vai melhorar mais; porém, se estivermos errando muito e prosseguirmos do mesmo jeito, tudo vai piorar. O que é isso? - é o funcionamento da chamada Lei de Causa e Efeito. N´O EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO, capítulo “Bem-Aventurados os Aflitos”, vamos encontrar Kardec comentando sobre as causas de nossas aflições.


Primeiramente, Kardec fala das causas atuais de nossos sofrimentos, ou seja, daquelas que têm origem nesta mesma vida, que decorrem de dificuldades e erros que estamos cometendo atualmente. O segundo tipo de causa é o que decorre de vidas anteriores, de outras encarnações. Repare que Kardec valoriza mais as causas atuais do que as de vidas anteriores? Por quê? Porque as atuais nós podemos modificar; as anteriores, não. Na maioria das vezes não sofremos porque estamos abrindo a picada, mas porque não estamos sabendo como abri-la.


Certo dia, uma jovem perguntou à quase centenária, Cora Coralina: “Você, que já viveu tanto e que também já sofreu tanto, o que acha da vida?” E a simpática poetisa respondeu: “A vida é boa, minha jovem; o importante é saber viver.” Em seguida, ela mostrou quanto é necessário para todos nós aprender com as próprias dificuldades. As pessoas, que só vivem, mas não tiram lições de sua vida, sofrem muito - e sofrem inutilmente. Elas não crescem, não se aperfeiçoam e, por isso mesmo, estão sempre cometendo os mesmos erros e recaindo nos mesmos problemas. Vamos pensar sobre isso. Obrigado, Encarnação, pela sua cartinha. Escreva mais.