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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pensamento - Surpreendente Comportamento



“-A experiência social na Terra vive tão distraída nos jogos de máscaras, que a visita da verdade sem mescla, a qualquer agrupamento humano, por muito tempo ainda será francamente inoportuna”. O depoimento, sem meias palavras, "curto e grosso", pertence a importante Industrial, Administrador e homem público, identificado - por razões compreensíveis - apenas pela inicial G, fez em extensa carta que escreveu através do médium Chico Xavier. Nela, detalhando sua repentina morte física em meio a atividade, intensa e incessante, revela interessante comportamento do pensamento no trânsito desta para outra Dimensão. Por representar importante e realístico documento sobre a questão da sobrevivência, a importância de não nos esquecermos do equilíbrio quanto às coisas materiais e espirituais,  negligenciadas pela maioria e, pela riqueza de informações nela contidas  quanto a esse momento que, pelas Leis da vida, obrigatoriamente todos passaremos, cremos, deva ser compartilhada. Conta ele: “-Não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse os movimentos. Incapaz de falar, ouvi os gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minha alma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia interpor-se agora entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia...Inexplicavelmente, assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo...Contudo, buscando-me afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava – dizia de mim para comigo -, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio .Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação pública. Mas(...), eu, que me sentia singularmente repartido, observei que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante de mim, revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras imaginadas. Muitas diziam aos meus familiares em pranto: “-Meus pêsames! Perdemos um grande amigo”...E o pensamento se lhes esguichava da cabeça, atingindo-me como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: “-não tenho pesar algum, este homem deveria realmente morrer”... Outras se enlaçavam aos amigos, e diziam com a boca: “ -Meus sentimentos! O doutor G. morreu moço, muito moço”. E acrescentavam, refletindo: “-velhaco! Deixou uma fortuna considerável...deve ter roubado excessivamente”... Outros, ainda, comentavam junto à carcaça morta: “-Homem probo, homem justo!... E falavam de si para consigo: “- político ladrão e sem palavra!. Que a terra lhe seja leve e que o inferno o proteja!”...Via-me salteado por interminável projeção de espinhos invisíveis a me espicaçarem o coração. Torturado de vergonha, não sabia onde esconder-me. Ainda assim, quisera protestar quanto às reprovações que me pareceram descabidas(...) Por muito tempo, perdurava a conturbação, até que encontrei algum alívio. Muitas crianças de escolas, que eu tanto desejaria ter ajudado, oravam agora junto de mim. Velhos empregados das empresas em que eu transitara, e de cuja existência não cogitara com maior interesse, vinham trazer-me respeitosamente, com lágrimas nos olhos, a prece e o carinho de sincera emoção. Antigos funcionários, fatigados e humildes, aos quais estimara de longe, ofertavam-me pensamentos de amor. Alguns poucos amigos envolveram-me em pensamentos de paz. Aquietei-me, resignado. Doce bálsamo de reconhecimento acalmou-me a aflição e pude chorar, enfim(...). Estava inegavelmente morto e vivo”....Tecnicamente, o Instrutor Espiritual Emmanuel através de Chico Xavier revelou que o processo de desligamento das estruturas corpo espiritual / corpo físico consomem aproximadamente 50 horas.  Centenas de depoimentos obtidos por via mediúnica, demonstram que essa etapa pode ser vivenciada de forma lúcida ou inconsciente. Cada caso é um caso. A forma como se viveu, o estado emocional no momento da morte, o que se fez (não aparentou ter feito) além das obrigações naturais, mostram-se como determinantes.  Naturalmente, você deve estar curioso para saber como terminou a história aqui reproduzida. Pois bem, relembra ele que “curtia dolorosas indagações, quando, em dado instante, arrebataram-me o corpo. Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo estranho cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo triste, cauteloso e desapontado .Não valiam agora o carinho sincero e a devoção afetiva com que muitos braços amigos me acalentavam o ataúde...A vizinhança do cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Tentei apoiar-me em velhos companheiros de ideal e de luta, mas o ambiente repleto de palavras vazias e orações pagas como que me acentuava a aflição e o desespero. Senti-me fraquejar. Clamei debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo. Apagara-se o conflito. Tudo era agora letargo, abatimento, exaustão...Por vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas de industrial e político haviam chegado a termo(...). Antigas afeições surgiram, amparando-me a luta nova”. VOCÊ JÁ ASSISTIU O VÍDEO DEPENDÊNCIAS QUÌMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS? clique no ícone Documentários de Curta Duração - logo abaixo  e saiba a visão dos Espíritos.  

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Manual de Xéfolius


A obra A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO (edicel), organizada pelo médico Arthur Conan Doyle - o criador de Sherlock Holmes -, avalia que um século antes do  Dezenove, uma invasão organizada se processava, descortinando paulatinamente as realidades do Mundo Espiritual, sabe-se hoje, para onde nos deslocamos após a morte e de onde viemos antes de aqui nos fazermos presentes. Allan Kardec na paginas da sua REVISTA ESPÍRITA, edição de agosto de 1865, confirma o acerto da observação, após analisar um opúsculo publicado setenta e nove anos antes d' O LIVRO DOS ESPÍRITOS e  que lhe chegara às mãos: O MANUAL DE XÉFOLIUS. Atribuída a Félix de Wimpfen, guilhotinado em 1793, seus sessenta e seis exemplares surgiram pela primeira vez em 1788, apenas para alguns amigos, sendo, portanto, bastante raro quando da avaliação do Codificador. No prefácio, o autor confessa “a espécie de desconfiança experimentada, a princípio, diante dos conceitos diante dos quais se via, sentimento superado, posteriormente, por um respeito mais profundo pelo Autor de todas as coisas; por um novo amor pelos semelhantes; pela compreensão dos “porquês” de tantos murmúrios contra a Sabedoria Eterna; nascendo o desejo de “compartilhar com seus irmãos, as encorajadoras esperanças, a pacífica resignação, os impulsos para a perfeição de que se achava dominado”. Kardec explica ter tido acesso ao livreto por um colega da Sociedade Espírita de Paris que, sem saber como, nem por quem, a encontrou sobre sua mesa de trabalho. Em sua avaliação, destaca sete pontos que tentaremos resumir a partir da essência de cada um: 1-) Partimos do mesmo ponto, para chegar à mesma circunferência, seguindo raios diferentes; e é da diversidade dos tipos que temos representado que provém a diversidade de inclinações dos homens para o seu primeiro protótipo; 2-) O homem não passa de um protótipo, disforme ou débil, somente quando abusou da força e da beleza daquele que acaba de deixar, sendo privado das vantagens de que abusou, afastando-se da felicidade e da salvação, recebendo o que novamente delas nos pode aproximar. Se, pois, foi a beleza, renascerá feio, disforme; se a saúde, fraco, doente; se as riquezas, pobre, desprezado; se as grandezas, escravo, vilipendiado; 3-) Estaremos igualmente de acordo que os castigos que de um mau sujeito fariam um bom cidadão são preferíveis à barbárie de o supliciar eterna e inutilmente, para si e para os outro(...). Que, assim, tudo quanto experimentamos não é senão para nos esclarecer e modificar; 4-) Quando souberes que aquele tirano, assassinado na flor da idade, não cessou de viver; que passou pelas mais abjetas condições; que foi punido pela Lei de Talião; que sofreu sozinho tudo o que fez sofrerem os outros; quando souberes que instruído pela desgraça, modificado pelos sofrimentos, desenganado, esclarecido sobre tudo que o perturba; aquele coração no qual abundavam os erros e os vícios, e que vomitava os crimes que as Leis Universais usaram para a modificação e salvação de uma porção de nossos irmãos; quando souberes, que aquele coração é hoje asilo da Verdade, das mais suaves e harmoniosas virtudes, quais serão teus sentimentos por ele?; 5-) Deus, tão bom quanto justo, só exerce sua justiça em medida igual à sua Bondade. Tendo nos criado para um destino feliz, ELE ordenou justamente a natureza das coisas de maneira a 1- que nenhum crime fique impune; 2- que a punição, mais cedo ou mais tarde, se torne uma luz para o infrator e para vários outros; 3- que não possamos deslocar nem infringir nossas leis sem cair num mal proporcional à nossa infração e à luxação moral do grau atual de nossa modificação; 6-) Quanto mais avançares mais encantos encontrarás na prece de amor, porque é pelo amor que seremos felizes e porque, sendo o amor o elo dos seres, teu bom gênio reagirá sobre ti; 7-) Quando uma injustiça ou uma maldade despertar em ti o sentimento de indignação, antes de raciocinar sobre ela, analisa teu sentimento, a fim de que não se transforme em cólera. Dize: é para suportar isto que necessito de sabedoria. Não será velha dívida que pago? Se me deixar perturbar, não tardarei a cair. Não estamos todos sob a mão do Grande Obreiro e não sabe ele melhor que eu qual o utensílio de que deve servir-se?”. Kardec comenta que “estas citações dizem bastante para dar a conhecer o espírito dessa obra e tornar supérfluo qualquer comentário”. Interessado em evocar o Espírito do autor, obtém a informação que ele já se manifestara em várias ocasiões na Sociedade, obtendo da entidade, na sequência, esclarecimentos adicionais interessantes. Uma delas que em comunicações ali obtidas, “os Espíritos usam o nome tipo do grupo a que pertencem. Assim, tal Espírito que assina Santo Agostinho não será o Espírito de Santo Agostinho, mas um Ser da mesma ordem, chegado ao mesmo grau de evolução. Que ele, pessoalmente, foi em sua ultima vida no corpo físico, um desses médiuns inconscientes que se revelam frequentemente; que para cada aquisição do homem nas Ciências, físicas ou morais, diversas balizas, a princípios desdenhadas, repelidas para a seguir triunfar, tiveram que ser plantadas, a fim de imperceptivelmente preparar os Espíritos para as conquistas futuras; que quando um homem, dotado de uma inteligência capaz de propagar novas instituições com alguma chance de sucesso, aparece na Terra ou alhures, foi escolhido pela hierarquia dos Seres Invisíveis, encarregados pela Providência de velar pela manifestação da nova invenção, para receber a inspiração dessa descoberta e trazer progressivamente os incidentes que devem assegurar-lhe o êxito. Acrescenta saber agora ter sido instrumento, em parte passivo, impelido a escrever O MANUAL DE XÉFÓLIUS pelo Espírito encarregado de o dirigir para o ponto harmonioso, sobre o qual ele devia se modelar, para adquirir a soma das perfeições que lhe era dado esperar na Terra”. CLIQUE NO LINK DO ÍCONE DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO E CONHEÇA DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS     

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Vampirismo: Mais Real que se Pensa


Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal, atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e, afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem sucedida: juventude, romance e vampirismo. O tema, acompanhando a evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs, em várias versões, o celebre sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo, vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho,  mais conhecido como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das entidades capazes de nos “sugar” energias chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus (femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos ou das duas Dimensões. Provando com inúmeros depoimentos reproduzidos nos números da REVISTA ESPÍRITA  durante o período em que a dirigiu, Allan Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas por  Espíritos desencarnados, através dos curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20, ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo médico desencarnado   oculto no pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO LAR (feb), perfazendo treze livros, descreve suas surpresas ante a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante diálogo com o Instrutor Alexandre em MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”, indagando sobre a proteção das Esferas mais altas, ouve que “por não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”. Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital”, e que “vampiro - espiritual – é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação do Benfeitor que acompanhava que "os que desencarnam viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA MORTE e SONHOS:UMA VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado, acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor: “grande número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar, impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano. Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, não se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

As Revelações do Professor



Nos sessenta e sete anos em que esteve em nossa Dimensão, o Espírito que recebeu o nome Abel Gomes durante essa existência, não apenas aproveitou para resgatar antigos débitos do passado, mas também semeou as Verdades espirituais para os que testemunharam suas lutas, se impregnando de seus exemplos e palavras. Impossibilitado de andar quando tinha apenas 25 anos por pertinaz paralisia que lhe imobilizou as pernas, perdeu também boa parte da visão, nunca se deixando, contudo, vencer pelas expiações e duros golpes da adversidade. Descendente de colonizadores portugueses, pobre de bens materiais, Abel Gomes se tornou benquisto por todos, aureolado de grande respeito e admiração, jamais alimentando desejos de enriquecer-se. Exerceu a profissão de professor e contabilista em várias firmas comerciais, até que, devido à paralisia, começou a trabalhar em sua própria residência como alfaiate e fotógrafo. Desencarnado, serviu-se do médium Chico Xavier para dar NOTÍCIAS de sua sobrevivência, dentro daquela simplicidade característica dos que alcançaram grande sabedoria na busca do infinito conhecimento. Sintetiza em seu texto, ampla visão a respeito da realidade que encontrou a partir da “área de embarque” desta para outra Vida, chamada Velório. Pela riqueza de detalhes a partir de uma percepção diferente, destacamos alguns pontos para sua reflexão, já que todos nós, cada um à sua maneira, nos defrontaremos mais dia, menos dia, com essa fatalidade. Dentre os dados didaticamente colocados, encontramos que no Mundo Espiritual, “as inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou frequência vibratória, em que se encontram”, já que cada mente vive na dimensão com que se harmonize. “Aqui, diz ele, as leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples”. Destaca que “a matéria mental, energia cuja existência mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que possamos calcular”. Comenta que “os Orientadores dos princípios filosóficos ou religiosos afirmam que cada individualidade vive no mundo que lhe é peculiar, isto é, cada mente vive o tipo de vida compatível com o seu estagio, avançado ou atrasado, na marcha evolutiva”. Afirma ter visitado vastas Colônias representativas de Civilizações há muito extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram no tempo. Deixemos, porém, a palavra com o professor Abel Gomes: 1- “A cerimonia dos funerais e, os convencionalismos do velório, dificultam, sobremaneira, a nossa cruzada de libertação mental (...). Imprimem tamanhas características de terror na alma recém-desencarnada, que somente poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo”.    2- “Cada qual, como acontece no nascimento, tem a sua porta adequada para ausentar-se do Plano Físico (...)”.     3- “O estado mental é muito importante nas condições da matéria rarefeita que a criatura passa a habitar, logo depois de abandonar o carro fisiológico”.   4 –“Incontáveis pessoas, por deficiência de educação do “eu”, agarram-se aos remanescentes do corpo, com a obstinação de estulto viajante que  pretendesse inutilmente reerguer na estrada a cavalgadura morta”.     5- “Mas, o número de almas perturbadas de outro modo é infinitamente maior. Não se apegam ao cadáver putrefato, mas demoram na paisagem doméstica, onde se desvencilharam das células enfermas, conservando ilusões ou sofrimentos intraduzíveis. Muitos que se abandonaram à moléstia, fortalecendo-a e acariciando-a, mais por fugir aos deveres que a vida lhes reserva do que por devoção e fidelidade aos Desígnios Divinos, fixam longamente sintomas e defeitos, desequilíbrios ou chagas na matéria sensível e plástica do organismo espiritual, experimentando sérias dificuldades para extirpá-los (...). Desalentadas e oprimidas, podem ser enumeradas aos milhares, em qualquer região dos círculos sutis que marginam a zona de trabalho, em que se delimita a ação dos homens encarnados. Quando possível, são internadas em grandes e complexas organizações hospitalares, quase que justapostas ao Plano terrestre comum”.  6- “Milhares se mantem dentro de linhas mentais infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitas permanecem, em profundo desânimo, nos recintos domésticos em que transitaram por anos consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante”.   7- Há infernos purgatoriais de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio”.  8- (...) Surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedoras”. O longo estudo do arguto observador, incluído no extraordinário livro FALANDO À TERRA (feb), contem, enfim, informações merecedoras de análises e reflexões àqueles que já atentaram que as ilusões da superficialidade em que muitos preferem estacionar, como pondera ele, “a morte nos situa à frente de complexidades imensas, nos domínios da mente, e, para solucionar os problemas de ordem imediata, nesse campo de incógnitas vastíssimas, somente encontraremos na prática dos ensinos de Jesus a sublimação necessária ao equilíbrio íntimo de que carecemos para mais amplos voos no conhecimento e na virtude, forças básicas para as realizações mais altas na dinâmica do Espírito”.





sábado, 17 de novembro de 2012

O Que Falta ?

Numa de suas edições de 1988, a revista norte-americana TIME, estampava em sua capa um índio da Amazonia brasileira portando uma câmara de vídeo com que procurava gerar material de divulgação da realidade de seu povo, do descaso das autoridades para com eles, as belezas de sua cultura. No contexto da matéria, mostrava-se a importância e utilidade de tal instrumento, aliado ao vídeo cassete em programas de educação voltados para populações carentes do então chamado Terceiro Mundo. Ásia, Oriente Médio, países remotos se serviam desse meio para alcançar aqueles que não dispunham de maiores recursos para serem tirados da ignorância total de forma massificada. Mostrava a reportagem ainda a importância dos recursos em foco no treinamento e formação de mão de obra qualificada. Outro estudo divulgado à época revelava que no processo de fixação da informação, se uma mensagem é apenas ouvida, retém-se de vinte a vinte e cinco porcento; se lida, de quarenta a quarenta e cinco porcento, e, se lida e ouvida ao mesmo tempo, de oitenta a oitenta e cinco porcento. Curiosamente, o retorno de Milton Medeiros,  incansável trabalhador e líder, à presidência do Grupo Espírita CASA DO CAMINHO (Rua Estado de Israel,61, Vl Mariana,São Paulo), ao qual servíamos, fê-lo cogitar da retomada do Curso de Informação Sobre Espiritismo, que em gestão do início daquela década, com sua concordância havíamos criado para semear informações no coração e mente dos que se submetiam ao ciclo de oito passes aplicados no tratamento espiritual dos que procuravam auxílio na instituição. Nascera o referido programa a partir da observação da rotatividade alta desses assistidos que, concluído o atendimento prescrito nas entrevistas de orientação e encaminhamento, afastavam-se. Profissionalmente ligados naqueles dias à área de Recursos Humanos em grandes corporações, constatamos a importância dos programas de integração dos novos funcionários às organizações e imaginamos desenvolver algo que atendesse a dois objetivos: despertar o interesse pelo Espiritismo e pela Casa. Ante a impossibilidade de retomarmos o compromisso abandonado anos antes por razões familiares,  numa conversa informal no escritório do inesquecível amigo, sugeriu desenvolvermos algo tipo telecurso contando com monitores adequadamente preparados; ideia essa que evoluiu para a produção de oito pequenos didáticos documentários vinculados a cada um dos passes que o assistido tomaria, de forma independente e integrada de modo que não houvesse diferença se começasse, por exemplo, assistir da terceira apresentação, desde que acompanhasse nas semanas seguintes até a segunda do próximo ciclo. Como um carrossel. Obstinado, encontrou Sergio , o entusiasmado voluntário capaz de sacrificar horas de sono e fins de semana e de materializar a ideia, a partir de áudio, possíveis imagens e texto com marcações aproximadas. Assim, meses depois, estavam concluídos os oito primeiros trabalhos ( Por que Espiritismo, As Obras Básicas, A Filosofia Espírita, O Fenômeno Mediúnico, A Moral Espírita, O Espiritismo no Brasil, A Prática Espírita e A Atitude Mental) e o resultado foi tão surpreendente para os dois leigos aventureiros, que decidiram ousar mais, nascendo mais quatro trabalhos ( Sobre a Morte e o Morrer, Reencarnação - Vivíamos Antes, Viveremos Depois?, Os Espíritos e o Efeitos Físicos e A Influência Espiritual), agora de duração maior, seguidos por vinte e seis adaptações para vídeos de pioneira iniciativa de dois visionários ligados à Evangelização Infantil nos anos 60: Mizael Garbim  e Aldrovaldo Góes Ribeiro, os quais mostraram a força do seu ideal – um residia em Mairinque(SP) e outro, em Santo Antonio da Platina (PR), produzindo material para mostrar à infância o Espiritismo, a partir de “slides”. Finalizando, mais duas  produções( Anália Franco – A Grande Dama da Educação Brasileira, A Perturbação Espiritual) e, por fim, Chico Xavier – Um Perfil Biográfico (1910/1993). A multiplicação gratuita atingiu a marca de cinco mil cópias que se irradiaram por várias regiões brasileiras e alguns países do Exterior.  Na CASA DO CAMINHO, os vídeos e o programa CIE  funcionaram até que as cópias não suportassem mais, durante mais de uma década. As reproduções também se interromperam, até que a insistência de outro determinado idealista – Sergio Tadeu Diniz – sugerisse a digitalização das matrizes analógicas, tentativa que resultou na disponibilização, por inesperada e inspirada iniciativa de um filho, Adolfo Bravo Ferreira, em 2006, de 14 dos 41 produzidos no YOUTUBE, essa ferramenta extraordinária de democratização da informação e criatividade das criaturas humanas, possibilitando a, no total, mais de um milhão de pessoas do mundo, visualizá-los, fazerem dowloads ( mais de 100 mil cópias), usando-os como material de apoio em aulas, palestras, etc . A evolução da comunicação no meio espírita evoluiu consideravelmente, a televisão aberta abriu espaço, em várias localidades brasileiras, para programas de divulgação, nasceram dois canais de web-TV (TV MUNDO MAIOR e TV CEI), a Internet é cada vez mais utilizada para formal e informalmente propagar o pensamento de Espíritos e espíritas, contudo os vídeos ou programas didáticos que, sabe-se tem grande poder de influencia, se restringiram àquelas inciativas pioneiras. Recursos tecnológicos, gente talentosa e competente há. O que falta? Talvez vontade. Há um manancial incrível de alternativas na área do material didático em forma de documentários, de curta duração. Para provarmos isso, começamos com uma postagem abaixo a oferecer algo experimental no contexto deste BLOG, sob o titulo de DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO. Basta clicar no link reproduzido abaixo do título e, automaticamente, assisti-lo. Não são produções requintadas, mas, cremos passam informações e conceitos importantes. Por razões óbvias, o primeiro trabalho versa sobre a Dependência Química Além da Morte, revelando suas interações e implicações com a realidade de nossa Dimensão. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Espiritismo: Porque Vale a Pena Conhecer


Em sua REVISTA ESPIRITA de agosto de 1865, Allan Kardec inicia a pauta com um artigo intitulado O QUE ENSINA O ESPIRITISMO, respondendo às pessoas que perguntam quais as conquistas novas que devemos ao Espiritismo. Num trecho de seus comentários, diz que “é incontestável que o Espiritismo ainda tem muito a nos ensinar. É o que não temos cessado de repetir, pois jamais pretendemos que ele tenha dito a última palavra”. Em outro, que “para alcançar a felicidade, Deus não pergunta o que se sabe, nem o que se possui, mas o que se vale e o bem que se terá feito. É, pois, no seu melhoramento individual que todo espírita sensato deve trabalhar, antes de tudo. Só aquele que dominou suas más inclinações aproveitou realmente o Espiritismo e receberá sua recompensa”. Alinha dez argumentos, demonstrando a lógica de seus raciocínios: 1 – Inicialmente, ele dá, como sabem todos, a prova patente da existência e da imortalidade da alma. É verdade que não é uma descoberta, mas é por falta de provas sobre este ponto que há tantos incrédulos ou indiferentes quanto ao futuro; é provando o que não passava de teoria que ele triunfa sobre o materialismo e evita as funestas consequências deste sobre a sociedade. Tendo mudado em certeza a dúvida sobre o futuro, é toda uma revolução nas ideias, cujas consequências são incalculáveis. Se aí, se limitassem os resultados das manifestações, esses resultados seriam imensos. 2 – Pela firme crença que desenvolve, exerce uma ação poderosa sobre o moral do homem; leva-o ao Bem, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nas provações da vida e o desvia do pensamento do suicídio. 3 – Retifica todas as ideias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno, as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a vida futura e nô-lo mostra racional e conforme à justiça de Deus. É ainda uma coisa de muito valor.  4 – Dá a conhecer o que se passa no momento da morte; este fenômeno, até hoje insondável, não mais tem mistérios; as menores particularidades dessa passagem tão temida são hoje conhecidas; ora, como todo mundo morre, tal conhecimento interessa a todo mundo.  5 – Pela Lei da Pluralidade das existências, abre um novo campo à filosofia; o homem sabe de onde vem, para onde vai; com que objetivo está na Terra. Explica a causa de todas as misérias humanas, de todas as desigualdades sociais; dá as mesmas leis da natureza para base dos princípios de solidariedade universal, de fraternidade, de igualdade e de liberdade, que só se assentavam na teoria. Enfim, lança a luz sobre as questões mais complexas da metafísica, da psicologia e da moral. 6 – Pela teoria dos fluidos perispirituais, dá a conhecer o mecanismo das sensações e das percepções da alma; explica os fenômenos da dupla vista, da visão à distância, do sonambulismo, do êxtase, dos sonhos, das visões, das aparições, etc; abre um novo campo à Fisiologia e à Patologia. 7 – Provando as relações existentes entre os mundos corporal e espiritual, mostra neste último uma das forças ativas da natureza, um poder inteligente e dá a razão de uma porção de efeitos atribuídos a causas sobrenaturais, e que alimentaram a maioria das ideias supersticiosas. 8 – Revelando o fato das obsessões, faz conhecer a causa, até aqui desconhecida, de numerosas afecções, sobre as quais a ciência se havia equivocado, em detrimento dos doentes, e dá os meios de os curar.  9 – Dando-nos a conhecer as verdadeiras condições da prece e seu modo de ação; revelando-nos a influência recíproca dos Espíritos encarnados e desencarnados, ensina-nos o poder do homem sobre os Espíritos imperfeitos para os moralizar e os arrancar aos sofrimentos inerentes à sua inferioridade. 10Dando a conhecer a magnetização espiritual, que era desconhecida, abre ao magnetismo uma via nova e lhe trás um novo e poderoso elemento de cura. Conclui, por fim, que “o Espiritismo deu sucessivamente e em alguns anos todas as bases fundamentais do novo edifício. Cabe agora a seus adeptos por em obra esses materiais, antes de pedir novos. Deus saberá bem lhes  fornecer, quando tiverem completado sua tarefa”.  

domingo, 4 de novembro de 2012

Era Modigliani


O lar de Nelly e José Marques Ferreira, em Ribeirão Preto (SP), encheu-se de alegria naquele 6 de março de 1950 com o nascimento do filho José Luiz, que juntamente da irmã Nelly,  formaria um grupo familiar feliz até 22 anos após, quando um acidente automobilístico nas imediações de Iracemapolis (SP), imporia a separação compulsória entre eles, em 5 de agosto de 1972. Moço tranquilo, exercia natural liderança entre os amigos, sem nada impor. Sempre muito amoroso com os pais, com a irmã, cunhado e sobrinhos, deixou saudades profundas no meio em que vivia. Cursou Engenharia Civil na Universidade de Brasília por algum tempo, abandonando-a por considera-la muito fria, optando por Arquitetura que cursava quando desencarnou. Revelava-se espiritualizado, usando muito a expressão “religiosos de fim de semana” ao se referir às praticantes da fé convencionais, entendendo que sua geração esperava algo mais além esta vida. Nas vésperas do seu último natal, ao ver sua mãe preparar a sala para recepcionar amigos para um almoço, disse-lhe: “Não ponha nada desses enfeites de Natal, que é tudo comércio. Vou pintar um quadro que você vai gostar muito”. Ao fazê-lo, surpreendeu a mãe com uma imagem de Cristo tão grande, impressionando-a tanto, a ponto de julga-lo triste, tendo a impressão não conhecer o filho, tal a profundidade daquele presente. Como esperava algo alegre, indagou-lhe se estava com algum problema, ao que ele, calmamente, respondeu com outra pergunta: “-Qual é o verdadeiro espírito do Natal? Não é Jesus?”. Zé Luiz, desde muito cedo manifestou grande aptidão para desenho e pintura, deixando ao morrer aproximadamente quarenta telas, incluindo trabalhos em aquarela, guache, crayon e colagem, embora tenha frequentado apenas algumas aulas aos 15 anos. Sofria de bronquite alérgica, apresentando também hipersensibilidade a tintas, forçando-o a abandoná-las nas primeiras tentativas. A maioria de seus trabalhos foi encontrada depois de seu desenlace, muitos não intitulados, nem revelados e interpretados por ele aos familiares. Escrevia também poesias, originais e curiosas como a intitulada “Aminofilina”, nome comercial de um produto farmacêutico que usava no controle à sua bronquite asmática. Zé Luiz tinha horror a tóxicos e quando sabia que um conhecido ou amigo se iniciava no uso dos mesmos, dizia à mãe: “- A senhora que é amiga de Fulana, avise-a que seu filho está começando na droga”. Outra faceta de sua vida, só conhecida após sua morte, era o trabalho, silenciosos e anônimo, que ele e um grupo de colegas realizava nas noites frias da capital paulista, distribuindo cobertores à albergados debaixo de pontes e viadutos. Vinte e seis foi o número de dias que Zé Luiz esteve internado, com várias fraturas, complicadas por meningite e embolia gordurosa, que determinaram sua morte. Durante todo esse período, com exceção dos últimos dias lucido, levantava o ânimo dos médicos e dos que o visitavam. O reencontro com seus, se daria apenas setenta dias após sua desencarnação, por extensa e confortadora carta, escrita através de Chico Xavier, em Uberaba (MG). Nela, o jovem revela estar em convalescença, em tratamento, hospitalizado, sem condições de concatenar seus pensamentos com segurança. Acrescenta “estar ainda ligado à casa de onde saíra, sabendo tudo o que falavam a seu respeito, embora não soubesse explicar como isso ocorria, tendo a ideia que fios o interligavam aos familiares, fios que na Terra, não se tem a mais leve informação. Pede ajuda aos pais, pois segundo ele, quando eles choravam, mesmo à distância um do outro, sem que se vissem, ele via os dois e o pranto lhe surgia incontrolável. Pede-lhe aceitação, conformação e conversão do tempo em serviço no Bem ao próximo”. Cita as avós Eugênia e Amélia que o receberam e acompanhavam na recuperação, menciona a visita de Dom Mousinho, o primeiro Arcebispo de Ribeirão Preto, amigo da família e da Madre Coração de Jesus, ligada ao Colégio em que estudou em Ribeirão. Detalhes e nomes desconhecidos por Chico que ao despedir-se do casal, afirmou acreditar que a próxima manifestação do jovem seria artística. Seis anos se passaram e, em dezembro de 1978, assistindo a uma apresentação do então jovem Luiz Antonio Gasparetto, em São Paulo, à qual fora movida por forte impulso que a fez, com o marido, abandonar a um casamento a um casamento de que participava em Limeira (SP), para aproveitar a oportunidade de incluir-se entre a plateia convidada para ver o médium em ação. Na ocasião, entre as dezenas de pinturas produzidas pelos Espíritos com as mãos e pés de Gasparetto, havia uma obtida em um minuto e trinta segundos, assinada por Modigliani, apresentando um Cristo, em linhas gerais, muito semelhante a outro produzido por Zé Luiz, sete meses antes de sua morte, denominado por ele “CRISTO EM AZUL”. Comentando com Gasparetto a questão da semelhança, ao final do estafante trabalho mediúnico, este, mostrou-se surpreso por ter pintado Cristo já que durante o transe não tinha consciência do que os Espíritos por ele transmitiam. Pouco mais de um ano depois, os pais de Zé Luiz, de posse do quadro CRISTO EM AZUL pintado por ele e da obra produzida por Modigliani através de Gasparetto, mostraram-nas a Chico Xavier, que se limitou a dizer que a pintura mediúnica pertencia de fato à mãe do jovem desencarnado, afirmando que o Espírito a pintara para ela. Na visita posterior do casal à Uberaba, ao final da reunião pública de 15 de outubro de 1982, Chico convidou-os para ir à sua casa na manhã seguinte, contando-lhes que, em desdobramento espiritual, fora levado por um Espírito à França, mais precisamente a uma praça, com muitas pessoas, onde estavam expostas várias telas. Observou que as obras de arte tinham a assinatura “Modigliani”. Destacava-se de um grupo, um moço alto e bonito. Dirigiu-se, então, ao Espírito amigo que o conduzia dizendo-lhe: “- Eu conheço esse moço, ao que ele respondeu: “-Conhece sim!”. Chico acrescentou: “-Mas eu conheço esse moço do Brasil”, obtendo a reveladora informação: “-Exatamente, este moço no Brasil, foi o Zé Luiz”. Se restava alguma dúvida, ela definitivamente estava totalmente desfeita, conforme contado no livro PORTO DA ALEGRIA (ide): Zé Luiz era o pintor italiano Amadeo Modigliani reencarnado.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

QUEM FOI? (8) - a primeira mensagem


“- Conheci pessoalmente Dona Maria Lacerda de Moura, em 1937. Nesse tempo ela estudava com grande interesse os fenômenos mediúnicos, num grupo consagrado a diversos instrutores do mundo indiano. As reuniões obedeciam às instruções deles e apresentavam resultados admiráveis do ponto de vista medianímico. Ela convidou-nos, ao Dr. Rômulo Joviano que era então meu chefe no serviço, e a mim, para assistirmos a algumas reuniões. Com a permissão de Emmanuel, compareci, por algumas vezes, às tarefas do grupo mencionado e pude ver, através da clarividência, as entidades que operavam, todas elas dignas do maior respeito, pelo sentido altamente religioso que davam às próprias manifestações”.  O depoimento pertence à Chico Xavier no livro NO MUNDO DE CHICO XAVIER (ide).Recordando um desses momentos inesquecíveis, o Dr Rômulo contou ao amigo Clóvis Tavares que “assistindo em Barbacena (MG), a uma dessas reuniões de estudos orientalistas, após Maria Lacerda ter escrito no quadro-negro algumas palavras em português, possivelmente um “mantra”, para meditação dos presentes, Chico recebe, através da psicofonia sonambúlica, uma mensagem em idioma hindu, havendo a entidade comunicante, conduzido o médium até o mesmo quadro-negro, traçando diversas expressões ininteligíveis para os presentes, posteriormente reconhecidas como mantras grafados em caracteres sânscritos”. Segundo seus biógrafos, “Maria Lacerda de Moura é considerada uma das pioneiras do feminismo em Brasil, e certamente foi uma das poucas que observaram a condição feminina dentro da perspectiva da luta de classesAnticlerical, escreveu numerosos artigos e livros criticando tenazmente a moral sexual burguesa, denunciando a opressão exercida sobre todas mulheres, e em especial as das camadas mais pobres. Entre os temas eleitos pela escritora, nós encontramos a educação sexual dos jovens, a virgindade, o amor livre, o direito ao prazer sexual, o divórcio, a maternidade consciente e a prostituição, assuntos considerados tabu naquela época. Seus artigos foram publicados na imprensa brasileira, uruguaia, argentina e espanhola. A autora fundou também a revista Renascença, cujo foco foi a formação intelectual e moral das mulheres. Em seu livro "Religião do amor e da beleza", Maria Lacerda de Moura defende o amor livre. Para ela, o amor só seria livre quando as mulheres não fossem mais compelidas aos braços dos homens por estarem submetidas a constrangimentos financeiros (seja pelo casamento, pela prostituição ou pela "escravidão do salário"), nem estivesse atada a preconceitos religiosos de qualquer natureza”. Formou-se na Escola Normal de Barbacena, trabalhou como educadora, adotando a pedagogia de Francisco Ferrer e lecionando em Escolas Modernas. Em 1920, no Rio de Janeiro, fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que combateria a favor do sufrágio feminino. Após mudar-se para São Paulo em 1921, se tornou ativa colaboradora da imprensa operária, publicando em jornais como A Plebe e O Combate. Em 1923, desagradou outros anarquistas por se referir positivamente às reformas educacionais promovidas pelos bolcheviques na URSS, mesmo após a perseguição política que os anarquistas russos sofreram durante e após a Revolução Russa de 1917 ter se tornado pública. Entretanto, também recusou convites para ingressar no recém-formado Partido Comunista Brasileiro. Entre 1928 e 1937, viveu numa comunidade agrícola autogestionária em Guararema, formada principalmente por anarquistas e desertores espanhóis, franceses e italianos da Primeira Guerra Mundial, "livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais". A repressão política durante o governo de Getúlio Vargas forçou a comunidade a se desfazer, levando-a a fugir para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio Mayrink Veiga lendo horóscopos. Fez parte da maçonaria e da Rosa Cruz, mas se distanciou desta publicamente, após saber que sua sede em Berlim havia sido cedida aos nazistas, e desautorizou seu filho adotivo a reconhecê-la, após este ter se associado aos integralistas. Sua última conferência (O Silêncio) foi realizada no Centro Rosa Cruz, ao qual voltou a se ligar ao final de sua vida. Deixou dezesseis livros publicados, desencarnando em 1945. Concluindo seu depoimento, Chico Xavier recorda que ela declarou-lhe estar convencida, quanto à sobrevivência da alma depois da morte. E, por várias vezes, disse que se partisse para o Mundo Espiritual, antes dele, viria se pudesse, ao seu encontro para escrever o que lhe fosse possível. Desencarnada em 1945, voltou a vê-lo em Espírito e grafou, por suas mãos a mensagem que consta do livro FALANDO À TERRA (feb,1951). Indagado se ela teria conversado com ele assuntos que não constam da mensagem, disse: “-Dona Maria que teve uma fase de livros combativos, em sua existência de escritora e mentora da mocidade, me disse que o azedume não constrói e que eu pedisse à Providência Divina para que inteligências desencarnadas com a vocação da censura violenta, não viessem escrever por meu intermédio criando problemas  na seara de amor que o Espiritismo Cristão nos oferece”.  Na belíssima carta por ela escrita, Maria Lacerda de Moura revela ter revisto sua própria postura no que se refere à forma como abordou e tratou os temas com que se envolveu na sua condição de líder e formadora de opinião. Por ser extensa, destacamos alguns pontos: “- A morte não é o milagroso Pais do Sonho...É novo passo na jornada do Grande Ideal. E, da eminência do monte a que somos conduzidos pela Verdade, contemplamos o apagado Lilliput em que os homens se agitam. Desenrola-se o panorama terrestre aos nossos olhos, mas não é a sátira ou o desprezo que provoca: é a piedade com o remorsos dilacerante de não haver compreendido os pigmeus do orgulho e da vaidade, enquanto nos hospedamos em seu reino prodigioso de paixões e de brinquedos. Quando passei do proscênio aos bastidores, e pude repetir a mim mesma as palavras “está representada a peça”, fino estilete de amargura se me cravou no coração. Desapontara a plateia sem ajuda-la. Frisara-lhe em cores vivas o destempero, a maldade e a ignorância e a ferroteara com o aguilhão candente da crítica exacerbada. Ante a grotesca figura dos heróis de mentira, dei asas livres à revolta e perdi a oportunidade de serviço construtivo, zurzindo os pavões e as gralhas, os abutres e os chacais, que comigo representavam, fantasiados em autêntica pele humana. Ah! Se eu fosse um palhaço ou um bufão! – pensei. O riso, porém, dificilmente me aflorava à face. Confrangeu-me, desde muito cedo, a tragédia da alma no purgatório humano, pus-me a indagar de mim mesma a causa de tanta desgraça, e ante essa realidade terrena o pessimismo ressecou-me a fonte de alegria(...). Usando as fortes lentes da investigação, tateei as chagas do organismo social, assombrando-me o espetáculo da miséria de todos os tempos....Descobri a imoralidade, a depravação, a baixeza, a libertinagem, o despudor, o vício sob todas as formas; entretanto, à maneira de Freud, que fez a diagnose espiritual da Humanidade, catalogando-lhe os complexos enervantes e sombrios, sem contudo, lhe oferecer remédio providencial, igualmente indiquei o pântano e o espinheiro, sem traçar, por mim mesma, sólidas diretrizes para a sua extinção”. Nossa irmã, como talvez aconteça com muitos de nós, enquadrou-se na profunda frase com que Chico Xavier adornou a soleira de uma das portas internas da sua modesta casa:  “Muito tarde é que se vê que não se amou o bastante”.