“-A experiência social na Terra vive tão distraída
nos jogos de máscaras, que a visita da verdade sem mescla, a qualquer
agrupamento humano, por muito tempo ainda será francamente inoportuna”.
O depoimento, sem meias palavras, "curto e grosso", pertence a importante Industrial, Administrador e homem público, identificado - por razões compreensíveis - apenas pela inicial G, fez em extensa
carta que escreveu através do médium Chico Xavier. Nela, detalhando sua repentina
morte física em meio a atividade, intensa e incessante, revela interessante comportamento
do pensamento no trânsito desta para outra Dimensão. Por representar
importante e realístico documento sobre a questão da sobrevivência, a
importância de não nos esquecermos do equilíbrio quanto às coisas materiais
e espirituais, negligenciadas pela
maioria e, pela riqueza de informações nela contidas quanto a esse momento que, pelas Leis da vida, obrigatoriamente
todos passaremos, cremos, deva ser compartilhada. Conta ele: “-Não
admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A
angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse
lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não
furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse os movimentos. Incapaz
de falar, ouvi os gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito,
tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos
gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que em minha aflição por
despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minha alma
entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra
parecia interpor-se agora entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante,
que ninguém atendia...Inexplicavelmente, assombrado, em vão pedia socorro, mas
acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo,
prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e
calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a
palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam
sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio
alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em
regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando,
ouvindo e vendo...Contudo, buscando-me afastar-me, reparei que um fio tênue
de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte.
Indiscutivelmente delirava – dizia de mim para comigo -, no entanto aquele
sonho me dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção
perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da
câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua
de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror
neutralizavam-me o raciocínio .Mesmo assim, concentrei minhas forças na
resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado
teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me
exposto à visitação pública. Mas(...), eu, que me sentia singularmente
repartido, observei que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante de mim,
revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder
explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras
imaginadas. Muitas diziam aos meus familiares em pranto: “-Meus pêsames!
Perdemos um grande amigo”...E o pensamento se lhes esguichava da cabeça, atingindo-me
como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: “-não tenho pesar
algum, este homem deveria realmente morrer”... Outras se enlaçavam aos
amigos, e diziam com a boca: “ -Meus sentimentos! O doutor G. morreu moço,
muito moço”. E acrescentavam, refletindo: “-velhaco! Deixou uma fortuna
considerável...deve ter roubado excessivamente”... Outros, ainda, comentavam
junto à carcaça morta: “-Homem probo, homem justo!... E falavam de si
para consigo: “- político ladrão e sem palavra!. Que a terra lhe seja leve e
que o inferno o proteja!”...Via-me salteado por interminável projeção de
espinhos invisíveis a me espicaçarem o coração. Torturado de vergonha, não
sabia onde esconder-me. Ainda assim, quisera protestar quanto às reprovações
que me pareceram descabidas(...) Por muito tempo, perdurava a conturbação, até
que encontrei algum alívio. Muitas crianças de escolas, que eu tanto desejaria
ter ajudado, oravam agora junto de mim. Velhos empregados das empresas em
que eu transitara, e de cuja existência não cogitara com maior interesse,
vinham trazer-me respeitosamente, com lágrimas nos olhos, a prece e o carinho
de sincera emoção. Antigos funcionários, fatigados e humildes, aos quais
estimara de longe, ofertavam-me pensamentos de amor. Alguns poucos amigos
envolveram-me em pensamentos de paz. Aquietei-me, resignado. Doce bálsamo de
reconhecimento acalmou-me a aflição e pude chorar, enfim(...). Estava
inegavelmente morto e vivo”....Tecnicamente, o Instrutor Espiritual
Emmanuel através de Chico Xavier revelou que o processo de desligamento das
estruturas corpo espiritual / corpo físico consomem aproximadamente 50
horas. Centenas de depoimentos obtidos
por via mediúnica, demonstram que essa etapa pode ser vivenciada de forma
lúcida ou inconsciente. Cada caso é um caso. A forma como se viveu, o estado
emocional no momento da morte, o que se fez (não aparentou ter feito) além das
obrigações naturais, mostram-se como determinantes. Naturalmente, você deve estar curioso para
saber como terminou a história aqui reproduzida. Pois bem, relembra ele que “curtia
dolorosas indagações, quando, em dado instante, arrebataram-me o corpo.
Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo estranho
cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo
triste, cauteloso e desapontado .Não valiam agora o carinho sincero e a devoção
afetiva com que muitos braços amigos me acalentavam o ataúde...A vizinhança do
cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O
largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me
seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Tentei apoiar-me em velhos companheiros
de ideal e de luta, mas o ambiente repleto de palavras vazias e orações pagas
como que me acentuava a aflição e o desespero. Senti-me fraquejar. Clamei
debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre
o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo.
Apagara-se o conflito. Tudo era agora letargo, abatimento, exaustão...Por
vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas
de industrial e político haviam chegado a termo(...). Antigas afeições
surgiram, amparando-me a luta nova”. VOCÊ JÁ ASSISTIU O VÍDEO DEPENDÊNCIAS QUÌMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS? clique no ícone Documentários de Curta Duração - logo abaixo e saiba a visão dos Espíritos.
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quinta-feira, 29 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
O Manual de Xéfolius
A obra A HISTÓRIA DO
ESPIRITISMO (edicel), organizada pelo médico Arthur Conan Doyle - o criador
de Sherlock Holmes -, avalia que um século antes do Dezenove, uma invasão organizada se
processava, descortinando paulatinamente as realidades do Mundo Espiritual,
sabe-se hoje, para onde nos deslocamos após a morte e de onde viemos antes de
aqui nos fazermos presentes. Allan Kardec na paginas da sua REVISTA ESPÍRITA, edição de agosto de
1865, confirma o acerto da observação, após analisar um opúsculo publicado setenta e nove anos antes d' O LIVRO DOS ESPÍRITOS e que lhe chegara
às mãos: O MANUAL DE XÉFOLIUS.
Atribuída a Félix de Wimpfen, guilhotinado em 1793, seus sessenta e seis
exemplares surgiram pela primeira vez em 1788, apenas para alguns amigos, sendo, portanto, bastante raro quando da avaliação do Codificador. No
prefácio, o autor confessa “a espécie de desconfiança experimentada, a
princípio, diante dos conceitos diante dos quais se via, sentimento superado,
posteriormente, por um respeito mais profundo pelo Autor de todas as coisas;
por um novo amor pelos semelhantes; pela compreensão dos “porquês” de tantos
murmúrios contra a Sabedoria Eterna; nascendo o desejo de “compartilhar
com seus irmãos, as encorajadoras esperanças, a pacífica resignação, os
impulsos para a perfeição de que se achava dominado”. Kardec explica
ter tido acesso ao livreto por um colega da Sociedade Espírita de Paris que, sem saber como, nem por quem, a
encontrou sobre sua mesa de trabalho. Em sua avaliação, destaca sete
pontos que tentaremos resumir a partir da essência de cada um: 1-) Partimos
do mesmo ponto, para chegar à mesma circunferência, seguindo raios diferentes;
e é da diversidade dos tipos que temos representado que provém a diversidade de
inclinações dos homens para o seu primeiro protótipo; 2-) O
homem não passa de um protótipo, disforme ou débil, somente quando abusou da
força e da beleza daquele que acaba de deixar, sendo privado das vantagens de
que abusou, afastando-se da felicidade e da salvação, recebendo o que novamente
delas nos pode aproximar. Se, pois, foi a beleza, renascerá feio, disforme; se
a saúde, fraco, doente; se as riquezas, pobre, desprezado; se as grandezas,
escravo, vilipendiado; 3-) Estaremos igualmente de acordo que os
castigos que de um mau sujeito fariam um bom cidadão são preferíveis à barbárie
de o supliciar eterna e inutilmente, para si e para os outro(...). Que, assim,
tudo quanto experimentamos não é senão para nos esclarecer e modificar;
4-) Quando
souberes que aquele tirano, assassinado na flor da idade, não cessou de viver;
que passou pelas mais abjetas condições; que foi punido pela Lei de Talião; que
sofreu sozinho tudo o que fez sofrerem os outros; quando souberes que instruído
pela desgraça, modificado pelos sofrimentos, desenganado, esclarecido sobre
tudo que o perturba; aquele coração no qual abundavam os erros e os vícios, e
que vomitava os crimes que as Leis Universais usaram para a modificação e
salvação de uma porção de nossos irmãos; quando souberes, que aquele coração é
hoje asilo da Verdade, das mais suaves e harmoniosas virtudes, quais serão teus
sentimentos por ele?; 5-) Deus, tão bom quanto justo, só exerce sua
justiça em medida igual à sua Bondade. Tendo nos criado para um destino feliz,
ELE ordenou justamente a natureza das coisas de maneira a 1- que
nenhum crime fique impune; 2- que a punição, mais cedo ou mais tarde, se torne
uma luz para o infrator e para vários outros; 3- que não possamos deslocar nem
infringir nossas leis sem cair num mal proporcional à nossa infração e à
luxação moral do grau atual de nossa modificação; 6-) Quanto
mais avançares mais encantos encontrarás na prece de amor, porque é pelo amor
que seremos felizes e porque, sendo o amor o elo dos seres, teu bom gênio
reagirá sobre ti; 7-) Quando uma injustiça ou uma maldade
despertar em ti o sentimento de indignação, antes de raciocinar sobre ela,
analisa teu sentimento, a fim de que não se transforme em cólera. Dize: é para
suportar isto que necessito de sabedoria. Não será velha dívida que pago? Se me
deixar perturbar, não tardarei a cair. Não estamos todos sob a mão do Grande
Obreiro e não sabe ele melhor que eu qual o utensílio de que deve servir-se?”.
Kardec comenta que “estas citações dizem bastante para dar a conhecer o espírito dessa
obra e tornar supérfluo qualquer comentário”. Interessado em evocar o
Espírito do autor, obtém a informação que ele já se manifestara em várias
ocasiões na Sociedade, obtendo da entidade, na sequência, esclarecimentos
adicionais interessantes. Uma delas que em comunicações ali obtidas, “os
Espíritos usam o nome tipo do grupo a que pertencem. Assim, tal Espírito
que assina Santo Agostinho não será o Espírito de Santo Agostinho, mas um Ser
da mesma ordem, chegado ao mesmo grau de evolução. Que ele, pessoalmente, foi em sua ultima
vida no corpo físico, um desses médiuns inconscientes que se revelam
frequentemente; que para cada aquisição do homem nas Ciências, físicas ou
morais, diversas balizas, a princípios desdenhadas, repelidas para a seguir
triunfar, tiveram que ser plantadas, a fim de imperceptivelmente preparar os
Espíritos para as conquistas futuras; que quando um homem, dotado de uma inteligência
capaz de propagar novas instituições com alguma chance de sucesso, aparece na
Terra ou alhures, foi escolhido pela hierarquia dos Seres Invisíveis,
encarregados pela Providência de velar pela manifestação da nova invenção, para
receber a inspiração dessa descoberta e trazer progressivamente os incidentes que
devem assegurar-lhe o êxito. Acrescenta saber agora ter sido instrumento, em parte
passivo, impelido a escrever O MANUAL DE XÉFÓLIUS pelo Espírito encarregado de
o dirigir para o ponto harmonioso, sobre o qual ele devia se modelar, para
adquirir a soma das perfeições que lhe era dado esperar na Terra”. CLIQUE NO LINK DO ÍCONE DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO E CONHEÇA DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Vampirismo: Mais Real que se Pensa
Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando
com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal,
atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se
como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e,
afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura
comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem
sucedida: juventude, romance e vampirismo. O tema, acompanhando a
evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs, em várias versões, o celebre
sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo,
vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho, mais conhecido como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das
entidades capazes de nos “sugar”
energias chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus
(femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o
conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo
físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos
ou das duas Dimensões. Provando com inúmeros depoimentos reproduzidos
nos números da REVISTA ESPÍRITA durante o período em que a dirigiu, Allan
Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas
por Espíritos desencarnados, através dos
curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano
em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20,
ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos
e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo
médico desencarnado oculto no
pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual
transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO
LAR (feb), perfazendo treze livros, descreve suas surpresas ante
a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante
diálogo com o Instrutor Alexandre em
MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à
mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”,
indagando sobre a proteção das Esferas mais altas, ouve que “por
não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e
que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e
sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela
nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”.
Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia
vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância,
ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a
substância vital”, e que “vampiro - espiritual – é
toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e,
em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer
que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem
guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua
narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego
aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se
mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família.
Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram
do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades
congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos
fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação
do Benfeitor que acompanhava que "os que desencarnam viciados nas sensações
fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -,
o
mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos
típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS
QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA MORTE e SONHOS:UMA
VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado,
acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor:
“grande
número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se
procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do
plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do
Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o
retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer
defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes
as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha
equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar,
impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas
deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande
viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes
padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem
como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de
trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos,
em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os
verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar
boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as
posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de
dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são
alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano.
Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo
espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS
(feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo
fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que
agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e
ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se
harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita
simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como
se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, “não
se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de
influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar
da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço
do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só
o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
As Revelações do Professor
Nos sessenta e sete anos em que esteve em nossa Dimensão, o
Espírito que recebeu o nome Abel Gomes
durante essa existência, não apenas aproveitou para resgatar antigos débitos do
passado, mas também semeou as Verdades espirituais para os que testemunharam
suas lutas, se impregnando de seus exemplos e palavras. Impossibilitado de
andar quando tinha apenas 25 anos por pertinaz paralisia que lhe imobilizou as
pernas, perdeu também boa parte da visão, nunca se deixando, contudo, vencer
pelas expiações e duros golpes da adversidade. Descendente
de colonizadores portugueses, pobre de bens materiais, Abel Gomes se tornou benquisto por todos, aureolado de grande
respeito e admiração, jamais alimentando desejos de enriquecer-se. Exerceu a
profissão de professor e contabilista em várias firmas comerciais, até que,
devido à paralisia, começou a trabalhar em sua própria residência como alfaiate
e fotógrafo. Desencarnado, serviu-se do médium Chico Xavier para dar NOTÍCIAS
de sua sobrevivência, dentro daquela simplicidade característica dos que
alcançaram grande sabedoria na busca do infinito conhecimento. Sintetiza em seu
texto, ampla visão a respeito da realidade que encontrou a partir da “área
de embarque” desta para outra Vida, chamada Velório. Pela riqueza de
detalhes a partir de uma percepção diferente, destacamos alguns pontos para sua
reflexão, já que todos nós, cada um à sua maneira, nos defrontaremos mais dia,
menos dia, com essa fatalidade. Dentre os dados didaticamente colocados,
encontramos que no Mundo Espiritual, “as inteligências se agrupam segundo os
impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou frequência vibratória,
em que se encontram”, já que cada mente vive na dimensão com que se
harmonize. “Aqui, diz ele, as leis magnéticas se exprimem de maneira
positiva e simples”. Destaca que “a matéria mental, energia cuja existência
mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que
possamos calcular”. Comenta que “os Orientadores dos princípios filosóficos
ou religiosos afirmam que cada individualidade vive no mundo que lhe é peculiar,
isto é, cada mente vive o tipo de vida compatível com o seu estagio, avançado ou
atrasado, na marcha evolutiva”. Afirma ter visitado vastas Colônias
representativas de Civilizações há muito extintas para a observação terrestre.
Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis
minudências, nas raízes que os produziram no tempo. Deixemos, porém, a palavra com o professor Abel Gomes: 1- “A cerimonia dos funerais e, os
convencionalismos do velório, dificultam, sobremaneira, a nossa cruzada de
libertação mental (...). Imprimem tamanhas características de terror
na alma recém-desencarnada, que somente poucos Espíritos treinados no
conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em
muitos casos, perduram por longo tempo”. 2- “Cada
qual, como acontece no nascimento, tem a sua porta adequada para ausentar-se do
Plano Físico (...)”. 3- “O estado mental é muito importante nas
condições da matéria rarefeita que a criatura passa a habitar, logo depois de
abandonar o carro fisiológico”. 4
–“Incontáveis
pessoas, por deficiência de educação do “eu”, agarram-se aos remanescentes do
corpo, com a obstinação de estulto viajante que pretendesse inutilmente reerguer na estrada
a cavalgadura morta”. 5- “Mas,
o número de almas perturbadas de outro modo é infinitamente maior. Não se
apegam ao cadáver putrefato, mas demoram na paisagem doméstica, onde se
desvencilharam das células enfermas, conservando ilusões ou sofrimentos
intraduzíveis. Muitos que se abandonaram à moléstia, fortalecendo-a e acariciando-a,
mais por fugir aos deveres que a vida lhes reserva do que por devoção e
fidelidade aos Desígnios Divinos, fixam longamente sintomas e defeitos, desequilíbrios
ou chagas na matéria sensível e plástica do organismo espiritual,
experimentando sérias dificuldades para extirpá-los (...). Desalentadas
e oprimidas, podem ser enumeradas aos milhares, em qualquer região dos círculos
sutis que marginam a zona de trabalho, em que se delimita a ação dos homens
encarnados. Quando possível, são internadas em grandes e complexas organizações
hospitalares, quase que justapostas ao Plano terrestre comum”. 6- “Milhares se mantem dentro de linhas mentais
infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitas permanecem, em
profundo desânimo, nos recintos domésticos em que transitaram por anos
consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias
vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante”. 7- Há infernos purgatoriais de muitas
categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para
si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as
compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas clamando
contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros
aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio”. 8- (...) Surpreendemos entidades fortemente ligadas
umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de
padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no
crime. Outras, que perseveram no remorso pelos delitos praticados, improvisam,
elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de
castigo dos quais se sentem merecedoras”. O longo estudo do arguto
observador, incluído no extraordinário livro FALANDO À TERRA (feb), contem, enfim, informações merecedoras de
análises e reflexões àqueles que já atentaram que as ilusões da
superficialidade em que muitos preferem estacionar, como pondera ele, “a
morte nos situa à frente de complexidades imensas, nos domínios da mente, e,
para solucionar os problemas de ordem imediata, nesse campo de incógnitas
vastíssimas, somente encontraremos na prática dos ensinos de Jesus a sublimação
necessária ao equilíbrio íntimo de que carecemos para mais amplos voos no
conhecimento e na virtude, forças básicas para as realizações mais altas na dinâmica
do Espírito”.
sábado, 17 de novembro de 2012
O Que Falta ?
Numa de suas edições de 1988, a revista norte-americana TIME,
estampava em sua capa um índio da Amazonia brasileira portando uma câmara de
vídeo com que procurava gerar material de divulgação da realidade de seu povo,
do descaso das autoridades para com eles, as belezas de sua cultura. No
contexto da matéria, mostrava-se a importância e utilidade de tal instrumento, aliado ao vídeo cassete em programas de educação voltados para populações
carentes do então chamado Terceiro Mundo. Ásia, Oriente Médio, países remotos
se serviam desse meio para alcançar aqueles que não dispunham de maiores
recursos para serem tirados da ignorância total de forma massificada. Mostrava
a reportagem ainda a importância dos recursos em foco no treinamento e formação
de mão de obra qualificada. Outro estudo divulgado à época revelava que no
processo de fixação da informação, se uma mensagem é apenas ouvida, retém-se de
vinte a vinte e cinco porcento; se lida, de quarenta a quarenta e cinco
porcento, e, se lida e ouvida ao mesmo tempo, de oitenta a oitenta e cinco
porcento. Curiosamente, o retorno de Milton Medeiros, incansável trabalhador e líder, à presidência
do Grupo Espírita CASA DO CAMINHO (Rua Estado de Israel,61, Vl Mariana,São Paulo), ao qual servíamos, fê-lo cogitar da retomada
do Curso de Informação Sobre Espiritismo, que em gestão do início daquela
década, com sua concordância havíamos criado para semear informações no coração
e mente dos que se submetiam ao ciclo de oito passes aplicados no tratamento
espiritual dos que procuravam auxílio na instituição. Nascera o referido
programa a partir da observação da rotatividade alta desses assistidos que,
concluído o atendimento prescrito nas entrevistas de orientação e
encaminhamento, afastavam-se. Profissionalmente ligados naqueles dias à área de Recursos
Humanos em grandes corporações, constatamos a importância dos programas de
integração dos novos funcionários às organizações e imaginamos desenvolver algo
que atendesse a dois objetivos: despertar o interesse pelo Espiritismo e pela
Casa. Ante a impossibilidade de retomarmos o compromisso abandonado anos antes
por razões familiares, numa conversa informal no escritório do inesquecível
amigo, sugeriu desenvolvermos algo tipo telecurso contando com monitores
adequadamente preparados; ideia essa que evoluiu para a produção de oito pequenos
didáticos documentários vinculados a cada um dos passes que o assistido
tomaria, de forma independente e integrada de modo que não houvesse diferença
se começasse, por exemplo, assistir da terceira apresentação, desde que acompanhasse nas
semanas seguintes até a segunda do próximo ciclo. Como um carrossel. Obstinado,
encontrou Sergio , o entusiasmado voluntário capaz de sacrificar horas de sono e fins de semana e de materializar a ideia, a partir de
áudio, possíveis imagens e texto com marcações aproximadas. Assim, meses
depois, estavam concluídos os oito primeiros trabalhos ( Por que Espiritismo, As Obras Básicas, A Filosofia Espírita, O Fenômeno
Mediúnico, A Moral Espírita, O Espiritismo no Brasil, A Prática Espírita e A Atitude Mental) e o resultado foi
tão surpreendente para os dois leigos aventureiros, que decidiram ousar mais, nascendo
mais quatro trabalhos ( Sobre a Morte e
o Morrer, Reencarnação - Vivíamos Antes, Viveremos Depois?, Os Espíritos e o
Efeitos Físicos e A Influência
Espiritual), agora de duração maior, seguidos por vinte e seis adaptações
para vídeos de pioneira iniciativa de dois visionários ligados à Evangelização
Infantil nos anos 60: Mizael Garbim e
Aldrovaldo Góes Ribeiro, os quais mostraram a força do seu ideal – um residia
em Mairinque(SP) e outro, em Santo Antonio da Platina (PR), produzindo material
para mostrar à infância o Espiritismo, a partir de “slides”. Finalizando, mais duas
produções( Anália Franco – A Grande Dama da Educação Brasileira, A Perturbação
Espiritual) e, por fim, Chico Xavier
– Um Perfil Biográfico (1910/1993). A multiplicação gratuita atingiu a
marca de cinco mil cópias que se irradiaram por várias regiões brasileiras e
alguns países do Exterior. Na CASA DO
CAMINHO, os vídeos e o programa CIE funcionaram até que as cópias não suportassem
mais, durante mais de uma década. As reproduções também se interromperam, até que a
insistência de outro determinado idealista – Sergio Tadeu Diniz – sugerisse a
digitalização das matrizes analógicas, tentativa que resultou na
disponibilização, por inesperada e inspirada iniciativa de um filho, Adolfo
Bravo Ferreira, em 2006, de 14 dos 41 produzidos no YOUTUBE, essa ferramenta
extraordinária de democratização da informação e criatividade das criaturas
humanas, possibilitando a, no total, mais de um milhão de pessoas do mundo,
visualizá-los, fazerem dowloads ( mais de 100 mil cópias), usando-os como
material de apoio em aulas, palestras, etc . A evolução da comunicação no meio
espírita evoluiu consideravelmente, a televisão aberta abriu espaço, em várias
localidades brasileiras, para programas de divulgação, nasceram dois canais de
web-TV (TV MUNDO MAIOR e TV CEI), a Internet é cada vez mais utilizada para
formal e informalmente propagar o pensamento de Espíritos e espíritas, contudo
os vídeos ou programas didáticos que, sabe-se tem grande poder de influencia,
se restringiram àquelas inciativas pioneiras. Recursos tecnológicos, gente talentosa e competente há. O que falta? Talvez vontade. Há um manancial incrível de
alternativas na área do material didático em forma de documentários, de curta
duração. Para provarmos isso, começamos com uma postagem abaixo a oferecer algo
experimental no contexto deste BLOG, sob o titulo de DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO. Basta clicar no link reproduzido abaixo do
título e, automaticamente, assisti-lo. Não são produções requintadas,
mas, cremos passam informações e conceitos importantes. Por razões óbvias, o
primeiro trabalho versa sobre a Dependência
Química Além da Morte, revelando suas interações e implicações com a
realidade de nossa Dimensão.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Espiritismo: Porque Vale a Pena Conhecer
Em sua REVISTA
ESPIRITA de agosto de 1865, Allan Kardec inicia a pauta com um artigo
intitulado O QUE ENSINA O ESPIRITISMO,
respondendo às pessoas que perguntam quais as conquistas novas que devemos ao
Espiritismo. Num trecho de seus comentários, diz que “é incontestável que o Espiritismo
ainda tem muito a nos ensinar. É o que não temos cessado de repetir, pois
jamais pretendemos que ele tenha dito a última palavra”. Em outro, que “para
alcançar a felicidade, Deus não pergunta o que se sabe, nem o que se possui,
mas o que se vale e o bem que se terá feito. É, pois, no seu melhoramento
individual que todo espírita sensato deve trabalhar, antes de tudo. Só
aquele que dominou suas más inclinações aproveitou realmente o Espiritismo e
receberá sua recompensa”. Alinha dez argumentos, demonstrando a lógica
de seus raciocínios: 1 – Inicialmente, ele dá, como sabem todos,
a prova patente da existência e da imortalidade da alma. É verdade que não é
uma descoberta, mas é por falta de provas sobre este ponto que há tantos
incrédulos ou indiferentes quanto ao futuro; é provando o que não passava de
teoria que ele triunfa sobre o materialismo e evita as funestas consequências
deste sobre a sociedade. Tendo mudado em certeza a dúvida sobre o futuro, é
toda uma revolução nas ideias, cujas consequências são incalculáveis. Se aí, se
limitassem os resultados das manifestações, esses resultados seriam imensos. 2 –
Pela firme crença que desenvolve, exerce uma ação poderosa sobre o moral do
homem; leva-o ao Bem, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nas
provações da vida e o desvia do pensamento do suicídio. 3 – Retifica todas as
ideias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno,
as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos
fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a
vida futura e nô-lo mostra racional e conforme à justiça de Deus. É ainda uma
coisa de muito valor. 4 – Dá a conhecer
o que se passa no momento da morte; este fenômeno, até hoje insondável, não
mais tem mistérios; as menores particularidades dessa passagem tão temida são
hoje conhecidas; ora, como todo mundo morre, tal conhecimento interessa a todo
mundo. 5 – Pela Lei da Pluralidade das
existências, abre um novo campo à filosofia; o homem sabe de onde vem, para onde
vai; com que objetivo está na Terra. Explica a causa de todas as misérias
humanas, de todas as desigualdades sociais; dá as mesmas leis da natureza para
base dos princípios de solidariedade universal, de fraternidade, de igualdade e
de liberdade, que só se assentavam na teoria. Enfim, lança a luz sobre as
questões mais complexas da metafísica, da psicologia e da moral. 6 – Pela teoria
dos fluidos perispirituais, dá a conhecer o mecanismo das sensações e das percepções
da alma; explica os fenômenos da dupla vista, da visão à distância, do
sonambulismo, do êxtase, dos sonhos, das visões, das aparições, etc; abre um
novo campo à Fisiologia e à Patologia. 7 – Provando as relações existentes
entre os mundos corporal e espiritual, mostra neste último uma das forças
ativas da natureza, um poder inteligente e dá a razão de uma porção de efeitos atribuídos
a causas sobrenaturais, e que alimentaram a maioria das ideias supersticiosas.
8 – Revelando o fato das obsessões, faz conhecer a causa, até aqui desconhecida,
de numerosas afecções, sobre as quais a ciência se havia equivocado, em
detrimento dos doentes, e dá os meios de os curar. 9 – Dando-nos a conhecer as verdadeiras
condições da prece e seu modo de ação; revelando-nos a influência recíproca dos
Espíritos encarnados e desencarnados, ensina-nos o poder do homem sobre os Espíritos
imperfeitos para os moralizar e os arrancar aos sofrimentos inerentes à sua
inferioridade. 10 – Dando
a conhecer a magnetização espiritual, que era desconhecida, abre ao magnetismo
uma via nova e lhe trás um novo e poderoso elemento de cura. Conclui,
por fim, que “o Espiritismo deu sucessivamente e em alguns anos todas as bases
fundamentais do novo edifício. Cabe agora a seus adeptos por em obra esses
materiais, antes de pedir novos. Deus saberá bem lhes fornecer, quando tiverem completado sua tarefa”.
domingo, 4 de novembro de 2012
Era Modigliani
O lar de Nelly e José Marques Ferreira, em Ribeirão Preto
(SP), encheu-se de alegria naquele 6 de março de 1950 com o nascimento do filho
José Luiz, que juntamente da irmã Nelly,
formaria um grupo familiar feliz até 22 anos após, quando um acidente
automobilístico nas imediações de Iracemapolis (SP), imporia a separação
compulsória entre eles, em 5 de agosto de 1972. Moço tranquilo, exercia natural
liderança entre os amigos, sem nada impor. Sempre muito amoroso com os pais,
com a irmã, cunhado e sobrinhos, deixou saudades profundas no meio em que
vivia. Cursou Engenharia Civil na Universidade de Brasília por algum tempo,
abandonando-a por considera-la muito fria, optando por Arquitetura que cursava
quando desencarnou. Revelava-se espiritualizado, usando muito a expressão
“religiosos de fim de semana” ao se referir às praticantes da fé convencionais,
entendendo que sua geração esperava algo mais além esta vida. Nas vésperas do
seu último natal, ao ver sua mãe preparar a sala para recepcionar amigos para
um almoço, disse-lhe: “Não ponha nada desses enfeites de Natal, que
é tudo comércio. Vou pintar um quadro que você vai gostar muito”. Ao
fazê-lo, surpreendeu a mãe com uma imagem de Cristo tão grande,
impressionando-a tanto, a ponto de julga-lo triste, tendo a impressão não
conhecer o filho, tal a profundidade daquele presente. Como esperava algo
alegre, indagou-lhe se estava com algum problema, ao que ele, calmamente,
respondeu com outra pergunta: “-Qual é o verdadeiro espírito do Natal? Não
é Jesus?”. Zé Luiz, desde muito cedo manifestou grande aptidão para
desenho e pintura, deixando ao morrer aproximadamente quarenta telas, incluindo
trabalhos em aquarela, guache, crayon e colagem, embora tenha frequentado
apenas algumas aulas aos 15 anos. Sofria de bronquite alérgica, apresentando
também hipersensibilidade a tintas, forçando-o a abandoná-las nas primeiras
tentativas. A maioria de seus trabalhos foi encontrada depois de seu desenlace,
muitos não intitulados, nem revelados e interpretados por ele aos familiares.
Escrevia também poesias, originais e curiosas como a intitulada “Aminofilina”,
nome comercial de um produto farmacêutico que usava no controle à sua bronquite
asmática. Zé Luiz tinha horror a tóxicos e quando sabia que um conhecido ou
amigo se iniciava no uso dos mesmos, dizia à mãe: “- A senhora que é amiga de
Fulana, avise-a que seu filho está começando na droga”. Outra faceta de sua
vida, só conhecida após sua morte, era o trabalho, silenciosos e anônimo, que
ele e um grupo de colegas realizava nas noites frias da capital paulista,
distribuindo cobertores à albergados debaixo de pontes e viadutos. Vinte e seis
foi o número de dias que Zé Luiz esteve internado, com várias fraturas,
complicadas por meningite e embolia gordurosa, que determinaram sua morte.
Durante todo esse período, com exceção dos últimos dias lucido, levantava o
ânimo dos médicos e dos que o visitavam. O reencontro com seus, se daria apenas
setenta dias após sua desencarnação, por extensa e confortadora carta, escrita
através de Chico Xavier, em Uberaba (MG). Nela, o jovem revela estar em
convalescença, em tratamento, hospitalizado, sem condições de concatenar seus
pensamentos com segurança. Acrescenta “estar ainda ligado à casa de onde saíra,
sabendo tudo o que falavam a seu respeito, embora não soubesse explicar como
isso ocorria, tendo a ideia que fios o interligavam aos familiares, fios que na
Terra, não se tem a mais leve informação. Pede ajuda aos pais, pois segundo
ele, quando eles choravam, mesmo à distância um do outro, sem que se vissem,
ele via os dois e o pranto lhe surgia incontrolável. Pede-lhe aceitação,
conformação e conversão do tempo em serviço no Bem ao próximo”. Cita as
avós Eugênia e Amélia que o receberam e acompanhavam na recuperação, menciona a
visita de Dom Mousinho, o primeiro Arcebispo de Ribeirão Preto, amigo da
família e da Madre Coração de Jesus, ligada ao Colégio em que estudou em
Ribeirão. Detalhes e nomes desconhecidos por Chico que ao despedir-se do casal,
afirmou acreditar que a próxima manifestação do jovem seria artística. Seis
anos se passaram e, em dezembro de 1978, assistindo a uma apresentação do então
jovem Luiz Antonio Gasparetto, em São Paulo, à qual fora movida por forte
impulso que a fez, com o marido, abandonar a um casamento a um casamento de que
participava em Limeira (SP), para aproveitar a oportunidade de incluir-se entre
a plateia convidada para ver o médium em ação. Na ocasião, entre as dezenas de
pinturas produzidas pelos Espíritos com as mãos e pés de Gasparetto, havia uma
obtida em um minuto e trinta segundos, assinada por Modigliani, apresentando um
Cristo, em linhas gerais, muito semelhante a outro produzido por Zé Luiz, sete
meses antes de sua morte, denominado por ele “CRISTO EM AZUL”. Comentando com Gasparetto
a questão da semelhança, ao final do estafante trabalho mediúnico, este,
mostrou-se surpreso por ter pintado Cristo já que durante o transe não tinha
consciência do que os Espíritos por ele transmitiam. Pouco mais de um ano
depois, os pais de Zé Luiz, de posse do quadro CRISTO EM AZUL pintado por ele e
da obra produzida por Modigliani através de Gasparetto, mostraram-nas a Chico
Xavier, que se limitou a dizer que a pintura mediúnica pertencia de fato à mãe
do jovem desencarnado, afirmando que o Espírito a pintara para ela. Na visita
posterior do casal à Uberaba, ao final da reunião pública de 15 de outubro de 1982,
Chico convidou-os para ir à sua casa na manhã seguinte, contando-lhes que, em
desdobramento espiritual, fora levado por um Espírito à França, mais
precisamente a uma praça, com muitas pessoas, onde estavam expostas várias
telas. Observou que as obras de arte tinham a assinatura “Modigliani”.
Destacava-se de um grupo, um moço alto e bonito. Dirigiu-se, então, ao Espírito
amigo que o conduzia dizendo-lhe: “- Eu conheço esse moço, ao que ele
respondeu: “-Conhece sim!”. Chico acrescentou: “-Mas eu conheço esse moço do
Brasil”, obtendo a reveladora informação: “-Exatamente, este moço no Brasil,
foi o Zé Luiz”. Se restava alguma dúvida, ela definitivamente estava
totalmente desfeita, conforme contado no livro PORTO DA ALEGRIA (ide): Zé Luiz era o pintor italiano Amadeo Modigliani
reencarnado.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
QUEM FOI? (8) - a primeira mensagem
“- Conheci pessoalmente Dona Maria
Lacerda de Moura, em 1937. Nesse tempo ela estudava com grande interesse os
fenômenos mediúnicos, num grupo consagrado a diversos instrutores do mundo
indiano. As reuniões obedeciam às instruções deles e apresentavam resultados
admiráveis do ponto de vista medianímico. Ela convidou-nos, ao Dr. Rômulo
Joviano que era então meu chefe no serviço, e a mim, para assistirmos a algumas
reuniões. Com a permissão de Emmanuel, compareci, por algumas vezes, às tarefas
do grupo mencionado e pude ver, através da clarividência, as entidades que
operavam, todas elas dignas do maior respeito, pelo sentido altamente religioso
que davam às próprias manifestações”. O depoimento pertence à Chico Xavier no livro NO MUNDO DE CHICO XAVIER (ide).Recordando um desses momentos
inesquecíveis, o Dr Rômulo contou ao amigo Clóvis Tavares que “assistindo
em Barbacena (MG), a uma dessas reuniões de estudos
orientalistas, após Maria Lacerda ter escrito no quadro-negro algumas palavras
em português, possivelmente um “mantra”, para meditação dos presentes, Chico
recebe, através da psicofonia sonambúlica, uma mensagem em idioma hindu,
havendo a entidade comunicante, conduzido o médium até o mesmo quadro-negro,
traçando diversas expressões ininteligíveis para os presentes, posteriormente
reconhecidas como mantras grafados em caracteres sânscritos”. Segundo
seus biógrafos, “Maria Lacerda de Moura é considerada
uma das pioneiras do feminismo em Brasil, e certamente foi uma das poucas que
observaram a condição feminina dentro da perspectiva da luta de classes. Anticlerical, escreveu numerosos artigos e livros criticando tenazmente a moral
sexual burguesa, denunciando a opressão exercida sobre todas
mulheres, e em especial as das camadas mais pobres. Entre os temas eleitos pela
escritora, nós encontramos a educação sexual dos jovens, a virgindade, o amor
livre, o direito ao prazer sexual, o divórcio, a maternidade consciente e a prostituição, assuntos considerados tabu naquela época.
Seus artigos foram publicados na imprensa brasileira, uruguaia, argentina e
espanhola. A autora fundou também a revista Renascença, cujo foco foi a
formação intelectual e moral das mulheres. Em seu livro "Religião do amor
e da beleza", Maria Lacerda de Moura defende o amor livre. Para ela, o amor só seria livre quando as mulheres não fossem mais
compelidas aos braços dos homens por estarem submetidas a constrangimentos
financeiros (seja pelo casamento, pela prostituição ou pela "escravidão do
salário"), nem
estivesse atada a preconceitos religiosos de qualquer natureza”. Formou-se na Escola
Normal de Barbacena, trabalhou como educadora, adotando a pedagogia de Francisco Ferrer e lecionando em Escolas Modernas. Em 1920,
no Rio de Janeiro, fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da
Mulher, que combateria a favor do sufrágio
feminino.
Após mudar-se para São Paulo em 1921,
se tornou ativa colaboradora da imprensa operária, publicando em jornais como A Plebe e O
Combate.
Em 1923,
desagradou outros anarquistas por se referir positivamente às reformas
educacionais promovidas pelos bolcheviques na URSS,
mesmo após a perseguição política que os anarquistas russos sofreram durante e
após a Revolução
Russa de 1917 ter se tornado pública. Entretanto, também
recusou convites para ingressar no recém-formado Partido
Comunista Brasileiro.
Entre 1928 e 1937,
viveu numa comunidade agrícola autogestionária em Guararema, formada principalmente por anarquistas e
desertores espanhóis, franceses e italianos da Primeira
Guerra Mundial, "livre
de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de
muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais".
A repressão política durante o governo de Getúlio Vargas forçou a comunidade a se desfazer,
levando-a a fugir para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio
Mayrink Veiga lendo horóscopos. Fez parte da maçonaria e da Rosa Cruz, mas se distanciou desta publicamente,
após saber que sua sede em Berlim havia sido cedida aos nazistas,
e desautorizou seu filho adotivo a reconhecê-la, após este ter se associado aos integralistas. Sua última conferência (O Silêncio) foi
realizada no Centro Rosa Cruz, ao qual voltou a se ligar ao final de sua vida.
Deixou dezesseis livros publicados, desencarnando em 1945. Concluindo seu depoimento, Chico Xavier
recorda que ela declarou-lhe estar convencida, quanto à sobrevivência da alma
depois da morte. E, por várias vezes, disse que se partisse para o Mundo
Espiritual, antes dele, viria se pudesse, ao seu encontro para escrever o que
lhe fosse possível. Desencarnada em 1945, voltou a vê-lo em Espírito e grafou,
por suas mãos a mensagem que consta do livro FALANDO À TERRA (feb,1951). Indagado se ela teria conversado com
ele assuntos que não constam da mensagem, disse: “-Dona Maria que teve uma fase de
livros combativos, em sua existência de escritora e mentora da mocidade, me
disse que o azedume não constrói e que eu pedisse à Providência Divina para que
inteligências desencarnadas com a vocação da censura violenta, não viessem
escrever por meu intermédio criando problemas
na seara de amor que o Espiritismo Cristão nos oferece”. Na belíssima carta por ela escrita, Maria
Lacerda de Moura revela ter revisto sua própria postura no que se refere à
forma como abordou e tratou os temas com que se envolveu na sua condição de
líder e formadora de opinião. Por ser extensa, destacamos alguns pontos: “- A
morte não é o milagroso Pais do Sonho...É novo passo na jornada do Grande
Ideal. E, da eminência do monte a que somos conduzidos pela Verdade,
contemplamos o apagado Lilliput em que os homens se agitam. Desenrola-se o
panorama terrestre aos nossos olhos, mas não é a sátira ou o desprezo que provoca:
é a piedade com o remorsos dilacerante de não haver compreendido os pigmeus do
orgulho e da vaidade, enquanto nos hospedamos em seu reino prodigioso de
paixões e de brinquedos. Quando passei do proscênio aos bastidores, e pude
repetir a mim mesma as palavras “está representada a peça”, fino estilete de
amargura se me cravou no coração. Desapontara a plateia sem ajuda-la.
Frisara-lhe em cores vivas o destempero, a maldade e a ignorância e a
ferroteara com o aguilhão candente da crítica exacerbada. Ante a grotesca
figura dos heróis de mentira, dei asas livres à revolta e perdi a oportunidade
de serviço construtivo, zurzindo os pavões e as gralhas, os abutres e os
chacais, que comigo representavam, fantasiados em autêntica pele humana. Ah! Se
eu fosse um palhaço ou um bufão! – pensei. O riso, porém, dificilmente me
aflorava à face. Confrangeu-me, desde muito cedo, a tragédia da alma no
purgatório humano, pus-me a indagar de mim mesma a causa de tanta desgraça, e
ante essa realidade terrena o pessimismo ressecou-me a fonte de alegria(...).
Usando as fortes lentes da investigação, tateei as chagas do organismo social,
assombrando-me o espetáculo da miséria de todos os tempos....Descobri a
imoralidade, a depravação, a baixeza, a libertinagem, o despudor, o vício sob
todas as formas; entretanto, à maneira de Freud, que fez a diagnose espiritual
da Humanidade, catalogando-lhe os complexos enervantes e sombrios, sem contudo,
lhe oferecer remédio providencial, igualmente indiquei o pântano e o
espinheiro, sem traçar, por mim mesma, sólidas diretrizes para a sua extinção”.
Nossa irmã, como talvez aconteça com muitos de nós, enquadrou-se na profunda
frase com que Chico Xavier adornou a soleira de uma das portas internas da sua
modesta casa: “Muito tarde é que se vê que não
se amou o bastante”.
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