faça sua pesquisa

segunda-feira, 30 de março de 2015

APRENDENDO COM CHICO XAVIER

Os anos de convívio com a Espiritualidade transformaram o médium Chico Xavier numa fonte extraordinária de aprendizados sobre a Humanidade que se serve da Terra para o trabalho da evolução espiritual. Destacaremos a seguir alguns deles preservados pelo companheiro Adelino da Silveira um dos que desfrutou da intimidade do incomparável médium mineiro nos últimos anos de sua vida. 1- Por que Joanna D’Arc foi considerada santa apesar de ter liderado soldados franceses em batalhas certamente muito sangrentas?  Chico Xavier – “Naquela época, os Espíritos encarregados da evolução do Planeta estavam selecionando os gens que viriam servir na formação do compor da plêiade de entidades nobres que reencarnariam para ampliar o desenvolvimento geral da Terra, através do chamado Iluminismo francês. Era preciso suportar a dinâmica das inteligências que surgiriam. Se a França fosse invadida, perder-se-ia o trabalho de muitos séculos. Então Joanna D’Arc foi convocada para que impedisse a invasão, a fim de que se preservassem as sementes genésicas, para a formação de instrumentalidade destinada aos gênios da cultura e do progresso que renasceriam na França, especialmente em se tratando da França do século 19 que preparou, no mundo, a organização da Era Tecnológica que passou a viver-se no século 20”. 2- Porque jamais uma nação conseguiu invadir o Brasil e tomar parte de nossa Pátria, quando temos uma costa litorânea tão imensa? - Chico Xavier- “Porque toda vez que alguma Nação planejava isso, Jesus determinava que alguns milhares de Espíritos desencarnados e que ainda habitavam esse País, reencarnassem no Brasil e, ao invés de entrarem invadindo-nos pelas fronteiras geográficas faziam-no pelas fronteiras genéticas. As Leis de Segurança Planetária não permitiram, até agora, a invasão deliberada, decerto a fim de reservar determinada tarefa ou missão para os brasileiros do futuro, milhares dos quais filhos do pretenso invasor”. 3- Chico Xavier – “Conta-se que ao celebrar a primeira missa, na manhã de 29 de agosto de 1553, no Alto do Inhapuambuçú, hoje Pátio do Colégio, na capital paulista, o eminente Padre Manuel da Nóbrega, fundador de São Paulo, considerada a cidade mais importante do Hemisfério Sul, foi visitado pelo Apóstolo São Paulo, que lhe apareceu nimbado de intensa luz. Redivivo, o amigo da Gentilidade apontou-lhe as caminas circunjacentes e lhe pediu fundasse, no Planalto Piratiningano, uma cidade, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que se estabelecesse sobre as quatro colunas básicas do Cristianismo: amor e fé, trabalho e instrução.  Desde esse dia, entre o Tamunduateí e o Anhangabaú, Padre Nobrega dá-se pressa na fundação inicial do Real Colégio de Piratininga, distribuindo encargos e responsabilidade entre os companheiros inesquecíveis, dentre os quais, o nosso admirável Apóstolo José de Anchieta, nas atividade do magistério, se incumbe das lições de Humanidade. Manoel da Nóbrega, impressionado, medita na revelação com que fora distinguido e recorda o encontro de Jesus com o mesmo Apóstolo São Paulo, às portas de Damasco, nos dias do Cristianismo primitivo e delibera inaugurar as obras do Real Colégio de Piratininga, na data que relembra a conversão do notável Doutor de Tarso, 25 de janeiro, o que sucede a 25 de Janeiro de 1554, com o estabelecimento definitivo da grande instituição”. 4- Em 1952, quando Chico psicografava AVE CRISTO, certa noite, visitou-o um Espírito que viveu na época de Moisés. Tentou conversar com o médium mentalmente, mas este olhou para Emmanuel e disse-lhe: - Não entendi nada do que ele quis me dizer. Então, o bondoso guia explicou-lhe: - Ele está dizendo que não vem à Terra aproximadamente há 4 mil anos e que achou as construções um pouco diferentes, mas a evolução moral foi muito pequena”. 5- Francisco de Assis era a reencarnação do Apóstolo João Evangelista? Chico Xavier– “Acreditamos que a elevação de São Francisco de Assis foi a continuidade de João Evangelista na divulgação da obra do Cristo em todo o mundo, especialmente na Vida Ocidental. Creio que o assunto exposto é a expressão da verdade”. 6- Qual o animal mais adiantado? Chico Xavier – “O cão. O cão desperta muito amor e é um modelo de fidelidade. As pessoas que amem e cultivem a convivência com os animais, especialmente os cães ou descendentes das raças caninas, se observarem com atenção, decerto verificarão que os vários espécimes são portadores de qualidade que consideramos quase humanas, raiando pela prudência, paciência, disciplina, obediência, sensibilidade, inteligência, improvisação, espírito de serviço, vigilância e sede de carinho, infundindo-nos a ideia de que, quanto mais perto se encontram das criaturas humanas, mais se lhes assemelham, preparando-se para o estágio mais próximo da hierarquia espiritual”.

sábado, 28 de março de 2015

AINDA SOBRE A POSSIBILIDADE DE PREVER O FUTURO

Na tentativa de nos auxiliar a entender este intrigante fenômeno, Allan Kardec escreve na REVISTA ESPÍRITA de maio de 1864.-“Aquele a que é confiado o trabalho de revelar uma coisa oculta pode recebê-la, independentemente de sua vontade, como inspiração pelos Espíritos que a conhecem; então a transmite maquinalmente, sem se dar conta. Além disso, sabe-se que, quer durante o sono, quer em vigília, no êxtase da dupla vista, a alma se desprende e possui em grau mais ou menos grande as faculdades do Espírito livre. Se for um Espirito adiantado, se, como os profetas, tiver recebido a missão especial para esse efeito, goza, nesses momentos de emancipação da alam, da faculdade de abarcar, por si mesmo, um período mais ou menos extenso e vê, como presentes, os acontecimentos desse período. Então pode revela-los, imediatamente, ou lhes conservar a memória ao despertar. Se os acontecimentos devem ser mantidos em segredo, ele perderá a sua lembrança ou conserva apenas uma vaga intuição, suficiente para o guiar instintivamente. É assim que se vê essa faculdade desenvolver-se providencialmente em certas ocasiões, nos perigos iminentes, nas grandes calamidades, nas revoluções e que a maioria das seitas perseguidas tiveram numerosos videntes; é ainda assim que se veem grandes capitães marchar resolutamente contra o inimigo, com a certeza da vitória; homens excepcionais, como, por exemplo, Cristóvão Colombo, perseguir um objetivo, por assim dizer predizendo o momento de o atingir. É que viram esse objetivo, que não é desconhecido para seu Espírito. Todos os fenômenos cuja causa era desconhecida foram reputados maravilhosos. A Lei segundo a qual estes se realizam, uma vez conhecida, os colocaram na ordem das coisas naturais. O dom da predição não é sobrenatural, como não o são muitos outros fenômenos: repousa nas propriedades da alma e na Lei das relações entre os mundos visível e invisível, que o Espiritismo vem dar a conhecer. Mas como admitir a existência de um Mundo Invisível, se não se admitir a alma, ou se se não admitir sua individualidade após a morte? O incrédulo que nega a presciência é consequente consigo mesmo. Resta saber se o é com a Lei Natural. A Teoria da Presciência talvez não resolva de modo absoluto todos os casos que a previsão do futuro possa apresentar, mas, não se pode desconsiderar que ela estabelece o seu princípio fundamental. Se se não pode tudo explicar é pela dificuldade, para o homem. De colocar-se nesse ponto de vista extraterrestre; por sua inferioridade, seu pensamento, incessantemente arrastado para o caminho da vida material, muitas vezes é impotente para se destacar do solo. A esse respeito muitos homens são como as aves novas, cujas asas, demasiadamente fracas, não lhes permitem elevar-se no ar, ou como aqueles cuja vista é demasiado curta para ver ao longe, ou, enfim, como aqueles a quem falta um sentido para certas percepções. Entretanto, com alguns esforços e o hábito da reflexão, lá chegam: os Espíritas, mas facilmente que os outros, porque , melhor que os outros, podem identificar-se com a Vida Espiritual, que compreendem. Para compreender as coisas espirituais, isto é, para fazer delas uma ideia tão clara quanto a que fazemos de uma paisagem que está aos nossos olhos, falta-nos, realmente, um sentido, exatamente como a um cego falta o sentido necessário para compreender os efeitos da luz, das cores e da visão à distância. Assim, só por um esforço da imaginação é que o conseguimos, auxiliados por comparações tiradas das coisas familiares. Mas, as coisas materiais, só ideias muito imperfeitas nos podem dar das coisas espirituais. É por isso que não se deveriam tomar essas comparações ao pé da letra e, por exemplo, crer, no caso de que se trata, que a extensão das faculdades de perspectiva dos Espíritos depende de seu elevação efetiva, e que eles necessitem estar numa montanha ou acima das nuvens, para abarcar o tempo e o espaço. Essa faculdade é inerente ao estado de espiritualização ou, se se quiser, de desmaterialização. Por outras palavras, a espiritualização produz um efeito que se pode comparar, embora muito imperfeitamente, ao da visão de conjunto do homem sobre a montanha. Esta comparação apenas objetivava mostrar que acontecimentos que estão no futuro para uns, está no presente para outros e, assim, podem ser preditos, o que não implica que o efeito se produza da mesma maneira. Para gozar dessa percepção o Espírito não precisa, então, transportar-se para um ponto qualquer no espaço; o que está na Terra, ao nosso lado, pode possuí-la em sua plenitude, como se estivesse a milhares de quilômetros, ao passo que nada vemos fora do horizonte visual. Não se produzindo a visão nos Espíritos da mesma maneira e com os mesmos elementos que no homem, seu horizonte visual é bem outro. Ora, aí está precisamente o sentido que nos falta para o conceber; ao lado do encarnado, o Espírito é como um vidente ao lado de um cego”.


terça-feira, 24 de março de 2015

É POSSIVEL PREVER O FUTURO? COMO?

A resposta Allan Kardec apresentou em curioso artigo na edição de maio de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Escreveu ele: -“Diz-se que as coisas futuras não existem; que ainda estão no nada. Então como saber se acontecerão? Contudo são muito numerosos os exemplos de predições realizadas, de onde concluir-se que aí se passa um fenômeno cuja chave não se tem, pois não há efeito sem causa. Essa causa, que tentaremos achar, ainda é o Espiritismo, também chave de tantos mistérios, que nô-la fornecerá e, além disso, mostrar-nos-á que o próprio fato das predições não sai das Leis Naturais. Como comparação, tomemos um exemplo nas coisas usuais e que auxiliará a compreender o princípio que temos de desenvolver. Suponhamos um homem colocado no alto de uma montanha, considerando a vasta extensão da planície. Nessa situação pouco será o espaço de um quilometro, e facilmente poderá ele abarcar de um golpe de vista todos os acidentes do terreno, do começo ao fim da estrada. O viajante que, pela primeira vez, percorre essa estrada, sabe que marchando chegará ao fim. Isso é simples previsão da consequência de sua marcha. Mas os acidentes do terreno, as subidas e descidas, os riachos a transpor, as matas a atravessar, os precipícios onde pode cair, os ladrões postados para o assalto, as hospedarias onde poderá descansar, tudo isto independe de sua pessoa: é para ele desconhecido o futuro, porque sua vista não vai além do pequeno círculo que o envolve. Quanto a duração, mede-a pelo tempo consumido em percorrer o caminho. Tirai-lhes os pontos de referência e apaga-se a duração. Para o homem que está na montanha e que acompanha o viajante com o olhar, tudo isto é presente. Suponhamos esse homem descendo e que diga ao viajante: -“Em tal momento encontrareis essa coisa; sereis atacado e socorrido”. Ele predirá o futuro. O futuro é para o viajante; para o homem da montanha é o presente. Agora se sairmos do circulo das cosas puramente materiais e, por pensamento, entrarmos no domicílio da Vida Espiritual, veremos esse fenômeno reproduzir-se em escala muito maior. Os Espíritos desmaterializados são como o homem da montanha; para ele apagam-se espaço e tempo. Mas a extensão e a penetração de sua vista são proporcionais à sua depuração e à sua elevação na hierarquia espiritual; em relação aos Espíritos inferiores, são como o homem armado de poderoso telescópio, ao lado do que tem os olhos nus. Nestes últimos a vista é circunscrita, não só porque dificilmente podem afastar-se do Globo a que estão ligados, mas porque a grossura de seu períspirito vela as coisas afastadas, como a garoa para os olhos do corpo. Compreende-se, pois, que, conforme o grau de perfeição, um Espírito possa abarcar um período de alguns anos, alguns séculos e, até, de milhares de anos, porque o que é um século ante a Eternidade? Ante ele os acontecimentos não se desenrolam sucessivamente, como os incidentes da estrada do viajante; vê simultaneamente o começo e o fim do período; todos os acontecimentos que, nesse período são o futuro para o homem da Terra, para ele são presente. Poderia ele, pois, vir dizer-nos com certeza: Tal coisa acontecerá em tal momento, porque vê essa coisa como o homem da montanha vê o que espera o viajor na estrada. Se não o diz, é porque o conhecimento do futuro seria nocivo ao homem; entravaria o seu livre arbítrio; paralisá-lo-ia no trabalho que deve realizar para o seu progresso. Sendo-lhe desconhecidos o Bem e o mal que o esperam, o são para a sua provação. Se uma faculdade, mesmo restrita, pode estar nos atributos da criatura, a que grau de poder deve ela elevar-se no Criador, que abarca o Infinito? Para ele o tempo não existe; o começo e o fim do mundo são o presente. Nesse imenso panorama, que é a duração da vida de um homem, de uma geração, de um povo? Contudo, como deve o homem concorrer para o progresso geral, e certos acontecimentos devem resultar de sua cooperação, em certos casos pode ser útil que pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o caminho e estar pronto a agir quando chegar o momento. Eis porque, às vezes, Deus permite seja levantada a ponta do véu; mas é sempre com um fim útil e jamais para satisfazer uma vã curiosidade. Assim, essa missão pode ser dada, não a todos os Espíritos, pois alguns não conhecem o futuro melhor que os homens, mas a alguns Espíritos suficientemente adiantados para isto. Ora, é de notar que essas espécies de revelações sempre são feitas espontaneamente e jamais ou, pelo menos, muito raramente, em resposta a uma pergunta direta”.

                                                                                                        

sábado, 21 de março de 2015

A SÉRIE NOSSO LAR E ANDRÉ LUIZ

Chico Xavier já tinha 25 anos, começara suas atividades com a mediunidade oito anos antes, quando conheceu o responsável pela Fazenda Modelo, mantida pelo Ministério da Agricultura na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. O encontro foi motivado pela morte do pai do Dr Romulo Joviano, figura importante no campo da educação pública no Estado mineiro, chamado Arthur Joviano. Da conversa inicial para a inclusão do jovem de família numerosa e reconhecidamente muito pobre no quadro de servidores da importante campo experimental dirigido pelo competente engenheiro agrônomo foram poucos meses. Desse ponto para o estabelecimento das noites de quarta feira para a realização de uma reunião em torno dos ensinos do Evangelho com a presença do médium, do Dr Romulo e sua esposa, com eventuais convidados foi pouco tempo. Muitas coisas interessantes ocorreram nessas oportunidades, grande parte possível deduzir após o resgate do arquivo carinhosamente preservado pela filha do casal até a aproximação do primeiro centenário de nascimento de Chico, ocorrido em 2010. Da revisão resultaram alguns livros de grande importância para os que pesquisam as conexões da vida do incomparável médium e a evolução do pensamento espírita no século XX. Num deles, o Dr Arthur Joviano, quando do lançamento d’ OS MENSAGEIROS, a segunda obra da série NOSSO LAR, faz em mensagem psicografada na reunião de 26 de janeiro de 1944, revelador comentário: -“É um mundo novo, creia, para a responsabilidade individual. Esse esforço foi muito estudado antes da organização que se alcança agora. Precisava-se de um nome impessoal, sem filiação a grupos preestabelecidos, que pudesse trazer semelhantes observações de caráter universalista. E, felizmente, atinge-se, presentemente, o objetivo. (...). Talvez o trabalho de André Luiz não encontre uma compreensão generalizada no momento, mas, podem acreditar, que para a educação espiritual do indivíduo encarnado esse esforço apresenta ilações muito graves pela exatidão dos conceitos a que chegou o mensageiro, aproveitando todas as possibilidades de simplificação ao seu alcance”. Dois anos depois, numa da carta enviada ao Dr Antonio Wantuil de Freitas então presidente da Federação Espírita Brasileira com quem mantinha correspondência regularmente, acrescenta mais alguns dados importantes em relação ao autor da famosa série: -“Emmanuel, desde fins de 1941, se dedica afetuosamente, aos trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a propósito de “algumas autoridades espirituais” que estavam desejosas de algo lançar em nosso meio, com objetivos de despertamento. Falou-me que projetavam trazer-nos páginas que nos dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no “outro lado”, e, desde então, onde me concentrasse, via sempre aquele “cavalheiro espiritual”, que depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase dois anos, antes de NOSSO LAR”. Acrescentaria mais à frente: -“Dentro de algum tempo, familiarizei-me com esse novo amigo. Participava de nossas preces, perdia tempo comigo, conversando. Contava-me histórias interessantes e, muitas vezes, relacionou recordações do Segundo Império, o que me faz acreditar tenha sido ele, André Luiz, também personalidade da época referida. Achava estranho o cuidado dele, o interesse e a estima; entretanto, decorrido algum tempo, disse-me Emmanuel que estava o companheiro treinando para se desincumbir de tarefa projetada e, de fato, em 1943, iniciava o trabalho com NOSSO LAR”.  Contou também: -“Desde então, vejo que o esforço de Emmanuel e de outros amigos nossos concentrou-se nele, acreditando, intimamente, que André Luiz está representando um círculo talvez vasto de Entidades Superiores. Assim digo porque quando estava psicografando MISSIONÁRIOS DA LUZ, houve um dia em que o trabalho se interrompeu. Levou vários dias parado. Depois, informou-me Emmanuel, quando o trabalho teve reinício, que haviam sido realizadas algumas reuniões para o exame de certas teses que André Luiz deveria ou poderia apresentar ou não no livro. Em psicografando o capítulo “Reencarnação”, do mesmo trabalho, por mais de uma vez, vi Emmanuel e Bezerra de Menezes, associados ao autor, fiscalizando ou amparando o trabalho”. Uma reflexão sobre essas revelações revelam o planejamento que envolveu a extraordinária coleção de livros. Conclui-se também sobre a importância da obra que correu sério risco de ser interrompida como se depreende do conteúdo de outras cartas: Na de 6 da abril de 1948, Chico comenta: -“Tenho recebido, meu amigo, cartas insultuosas e observações bem duras, quanto aos livros desse mensageiro espiritual que nos veio ensinar quanto é nobre e sublime a Vida Superior” e, na de 18 de novembro do mesmo ano: -“O ‘dossier’ dos irmãos gaúchos contra os trabalhos de André Luiz me veio às mãos. Foram excessivamente generosos comigo. Deram-me formosos adjetivos e só disseram que eu estou um médium “cansado”. Isto é muito honroso para uma pessoa como eu que me sinto, francamente, na posição do servidor que ainda não começou a trabalhar”

quarta-feira, 18 de março de 2015

COISAS QUE TODOS DEVERIAM SABER

1 - CONTAMINAÇÃO FLUIDICA: -“Vendo duas cadeiras vagas, junto a pequena mesa de trabalho, meu colega consultou, como evidente intuito de completar a lição: - Creio que os móveis sob nossa vista são utilizados por auxiliares da administração do museu...Se nos sentarmos neles, poderemos entrar em relação com as pessoas que habitualmente os ocupam? –Sim, se desejarmos esse tipo de experiência, informou o orientador. – E, em nos referindo aos encarnados? – prosseguiu Hilário. – Qualquer pessoa, em servindo de objetos pertencentes a outros, tais como vestuários, leitos ou adorno, pode sentir os reflexos daqueles que os usaram? – Perfeitamente. Contudo, para que os registrem devem ser portadores de aguçada sensibilidade psíquica. As marcas de nossa individualidade vibram onde vivemos e, por elas, provocamos o Bem ou o mal naqueles que entram em contato conosco. (...).Em tudo, vemos integração, afinidade, sintonia...E de uma coisa não tenhamos dúvida: através do pensamento, comungamos uns com os outros, em plena vida universal”. (NDM;)  2: - A CÂMARA DE PASSES: “-Atravessamos a porta e fomos defrontados por ambiente balsâmico e luminoso. Como explicar a atmosfera radiante? Nesta sala se reúnem sublimadas emanações mentais da maioria de quantos se valem do socorro magnético, tomados de amor e confiança. Aqui possuímos uma espécie de altar interior, formado pelos pensamentos, preces e aspirações de quantos nos procuram trazendo o melhor de si mesmos”. (NDM) 3: PREPARO DOS PASSISTAS: “-Um cavalheiro maduro e uma senhora respeitável recolhiam apontamentos em pequeno livro de notas (CADERNO DE VIBRAÇÕES), ladeados por entidades evidentemente vinculadas aos serviços de cura. (...). Pouco depois, em prece, nimbavam-se de luz. Dir-se-ia estavam quase desligados do corpo denso, porque se mostravam espiritualmente mais livres, em pleno contato com os benfeitores presentes, embora por si mesmos não pudessem avaliar. Calmos e seguros, pareciam haurir forças revigorantes na intimidade de suas almas. Guardavam a ideia de que a oração lhes mantinha o Espírito em comunicação com invisível e profundo manancial de energia silenciosa. Afiguravam-se nos espiritualmente distantes. Absortos, em companhia das entidades irmãs, registravam-lhes as instruções, através dos recursos intuitivos. O efeito deve-se ao fato de que a oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, os trabalhadores expulsam do próprio mundo interior os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário de luta e sorvem do Plano Espiritual as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficiência, a favor do próximo. Desse modo, ajudam e acabam por  ser firmemente ajudados”. (NDM;) 4: O AMBIENTE ESPIRITUAL DE UMA CASA DE ORAÇÃO: “-Todas as expressões de matéria física assumiam diferente aspecto, destacando-se a matéria de nosso Plano. Teto, paredes e objetos de uso corriqueiro revelavam-se formados  de correntes de força, a emitirem baça claridade. Detive-me na contemplação dos companheiros encarnados que agora apareciam mais estreitamente associados entre si, pelos vastos círculos radiantes que lhes nimbavam as cabeças de opalino esplendor”. Apurei tratar-se de pessoas comuns que comem, bebem, vestem-se e apresentam-se na Terra sob o aspecto vulgar de outras criaturas do ramerrão carnal, trazendo, no entanto, a mente voltada para os ideais superiores da fé ativa, a expressar-se pelo amor aos semelhantes, procurando disciplinar-se, exercitam a renúncia, cultivam a bondade constante e, por intermédio do esforço próprio no Bem e no estudo nobremente conduzido, adquiriram elevado teor de radiação mental. Quanto à luz observada na transfiguração da matéria conhecida no mundo, lembrou o Instrutor que acompanhávamos que “o homem encanado é um gerador de força eletromagnética, com uma oscilação por segundo, registrada pelo coração; que todas as substâncias vivas da Terra emitem energias, enquadradas nos domínios das radiações ultravioletas; que a sincera devoção ao Bem, com esquecimento de seus próprios desejos característica das almas regularmente evoluídas, permite a elas projetar raios mentais, em vias de sublimação, assimilando correntes superiores e enriquecendo os raios vitais de que são dínamos comuns; raios vitais que podem também ser chamados raios ectoplásmicos, peculiares a todos os seresvivos.(NDM;)5:SOBRE OS FREQUENTADORES: “-Leve chamamento à porta provocou a saída de um dos companheiros da atitude de meditação, para atender. Dois enfermos, uma senhora e um cavalheiro idoso, custodiados por dois familiares, transpuseram o umbral, localizando-se num dos ângulos da sala, fora do círculo magnético. (...). Logo após, um colaborador de nosso Plano franqueou acesso a numerosas entidades sofredoras e perturbadas, que se postaram, diante da assembleia, formando legião. (...). Dir-se-ia que se aglomeravam, em derredor dos amigos encarnados em prece, quais mariposas inconscientes, rodeando grande luz. Vinham bulhentas, proferindo frases desconexas ou exclamações menos edificantes. (...). Tratava-se de almas em turvação mental, que acompanhavam parentes, amigos ou desafetos às reuniões públicas da Instituição, e que se desligam deles quando os encarnados se deixam renovar pelas ideias salvadoras, expressas na palavra dos que veiculam o ensinamento doutrinário”. (NDM)






domingo, 15 de março de 2015

COMO FUNCIONA

Embora apenas conhecido pelo sobrenome Thilorier, Adrien Jean Pierre, foi um criativo inventor cujos desenvolvimentos ainda hoje são de muita utilidade. Um deles em 1835, o dióxido de carbono liquefeito, mais conhecido como gelo seco. Filho de um advogado famoso em sua época, Thilorier viveu entre 1790/1844, gravou seu nome na história da ciência por várias contribuições inovadoras sem que se saiba como desenvolveu seu pensamento científico ou mesmo sua formação nesta área, tendo publicado em 1815, uma obra em quatro volumes sobre ciência. Morto aos 69 anos foi tema de uma interessante crônica na edição de 22 de setembro de 1859 do jornal francês Patrie, na qual destaca-se a informação de que um acidente em meio a experimentos com um motor destinado a substituir o vapor pensando tê-lo encontrado com o ácido carbônico, que chegara a condensar, uma explosão feriu várias pessoas, custou a vida a um ajudante e arrancou um de seus dedos. Tornou também Thilorier uma pessoa um pouco triste, operando profunda mudança em seus hábitos, com aparentes transtornos mentais que lhe perturbavam, por vezes, a lucidez, fato verificado até sua morte súbita no próprio laboratório de trabalho. Nada dos desenhos e notas de importante descoberta que fizera foram encontradas. Motivado pela matéria da publicação, Allan Kardec decidiu evocar seu Espírito numa reunião da Sociedade Espírita de Paris, como revela nas páginas da edição de agosto de 1860 da REVISTA ESPÍRITA. Entre as catorze respostas obtidas na entrevista com ele feitas algumas chamam a atenção. Perguntado sobre se teria conseguido com o ácido carbônico condensado obtido a substância para substituir o vapor, revelou que “sua ideia sobre o assunto era de tal modo fixa, que havia tido um sonho na véspera de sua morte, ou, para ser mais exato, no momento de sua ressurreição espiritual”; que “a superexcitação de sua imaginação lhe havia dado uma visão fantástica, que enunciava desperto, em termos exatos, uma loucura, absolutamente inaplicável”; que “ainda conservava certa perturbação resultante do desprendimento do corpo físico avariado que abandonara; que  o motor a vapor ainda seria muito aperfeiçoado, entretanto, a inteligência humana acharia um meio de o simplificar ainda mais”; que “o ar condensado como motor representava excelente motor, mais leve e econômico que o vapor e que quando se conseguisse dirigir seu emprego, teria mais força e velocidade”. Allan Kardec aproveita ainda para confirmar com ele a informação obtida junto a outros Espíritos de que deles os homens costumam receber muitas sugestões das quais resultam muitas descobertas, apurando que a “Espíritos evoluídos são confiadas missões que devidamente cumpridas levam-no a encontram um homem capaz de apreender aquilo que, por sua vez pode ensinar; homem que, de repente é obsidiado por um pensamento, disso falando a todo instante, sonhando dia e noite com a coisa, ouve vozes falando sobre a ideia até que tudo estando bem desenvolvido em sua cabeça anuncia no mundo uma descoberta ou aperfeiçoamento; sendo assim inspirados os homens em sua maioria”. Logo após o diálogo, Allan Kardec propõe mais algumas questões ao dirigente espiritual dos trabalhos ali realizados. Sobre “como conciliar a informação que os homens recebem sugestões de ideias se alguns homens crendo inventar e nada inventam ou só inventam quimeras”, respondeu que “estes são iludidos pro Espíritos enganadores que, achando seu cérebro aberto ao erro, passam a controla-los”; solicitado a explicar que o Espírito frequentemente escolha homens incapazes de levar a termo uma descoberta, disse que “são os cérebros desprovidos de previsão humana os mais capazes de receber a perigosa semente do desconhecido, não sendo escolhido tal homem por ser incapaz, mas este que nada sabe fazer para frutificar a semente que lhe é dada; a respeito do prejuízo causado por isso à Ciência, respondeu que “ela nada sofre, porque o que um esboça um outro termina, e, durante o intervalo, a ideia amadurece”; sobre obstáculos providenciais que poderiam opor-se à divulgação de uma descoberta prematura, afirmou que “nada jamais detém o desenvolvimento de uma ideia útil, pois, Deus não permitiria, sendo necessário que ela siga seu curso”. Por fim Allan Kardec usa o exemplo da descoberta da força motriz do vapor por Papin que exigiu numerosos ensaios, mantendo-se no estado de teoria, para perguntar porque que uma descoberta tão importante ficou adormecida por tanto tempo, se não haviam homens capazes de viabilizá-la, obtendo como resposta: -“Para comunicação das descobertas que transformam o aspecto exterior das coisas, Deus deixa a ideia amadurecer, como as espigas cujo desenvolvimento o inverno não impede, mas apenas retarda. A ideia deve germinar bastante tempo a fim de nascer quando todos a solicitam. Dá-se o mesmo com as ideias morais que primeiro germinam e só se implantam quando chegam à maturidade. Por exemplo, neste momento em que o Espiritismo tornou-se uma necessidade, será acolhido como um benefício, porque inutilmente foram tentadas outras filosofias para satisfazer as aspirações do homem”.

sexta-feira, 13 de março de 2015

CAMINHO INUSITADOS

A reencarnação como apresentada pelo Espiritismo encontra suas afirmações e comprovações através de caminhos os mais inesperados. Certamente o século 21 oferecerá demonstrações cada vez mais frequentes das revelações encontradas nas obras do grande pesquisador que foi Allan Kardec. O erudito Hermínio Correia de Miranda por meio de suas obras nos oferece interessantes exemplos disso. Seus instigantes artigos – alguns dos quais enfeixados em livros – preservam o resultado de sua mente perquiridora que sondando livrarias e sebos de países por onde passou no exercício de sua vida competente atividade profissional. Num deles, fala da experiência do médico inglês Denys Kelsey que, depois de formado, exerceu a clínica, num hospital militar, onde, de maneira inesperada encontrou-se com os problemas do Espírito. Ante o afastamento de um colega vitimado por uma epidemia de influenza, foi convidado a acumular, tanto quanto possível, os encargos da ala dedicada à Psiquiatria. Conta ele que já na primeira noite, acidental e intuitivamente, hipnotizou um paciente agitadíssimo dificilmente controlado por dois homens, o que abriu para ele um amplo panorama sobre os mistérios do Espírito. Definiu-se pela especialidade da Psiquiatria, associando-a com critério à hipnose. Não demorou muito tempo para se defrontar com a ideia da reencarnação. Relutante, a princípio, acabou por integrá-la ao seu repertório de conhecimentos como autêntico instrumento de trabalho. Essa convicção não lhe chegou subitamente, mas, vagarosamente e por etapas, após ter dedicar-se por mais de quatro anos em sua clínica particular, depois de ter deixado o Hospital militar onde suas experiências psiquiátricas começaram. Antes, convenceu-se da existência do princípio espiritual.  Mantendo-se fiel aos fundamentos da Psiquiatria, firmou-se a outro ponto importante: não ser obrigatório pesquisar existências passadas em todos os distúrbios psíquicos. Dez anos após sua primeira experiência no Hospital militar, uma paciente em transe hipnótico, descreveu-lhe com precisão e sem nenhuma dúvida, sua casa, distante, como se lá estivesse naquele momento. Surpreendeu-se com um amigo ao qual relatara o fato, ao saber da convicção do mesmo quanto ao fato comum há várias Eras, especialmente no Egito. Casualmente lera o livro de uma senhora chamada Joan Grant, desconhecida até então, intitulado O FARAÓ ALADO, convencendo-se antes do final que a reencarnação era uma realidade. Disposto a, se necessário percorrer a distância que fosse necessária para conhecer a autora da obra, descobriu morar ela a menos de 50 quilômetros dele.  Um jantar que se desdobrou por horas de conversa, resultou na identificação e casamento com a escritora viúva Joan Grant.  Descobriram-se velhos conhecidos tendo passado algumas experiências muito interessantes no passado remoto. Numa existência na Roma antiga, ela fora dama de grande beleza e vaidade que se apaixonou por um médico – o próprio Kelsey reencarnado - que conheceu e contratou para seu serviço permanente. Orgulhosa ante a não declaração de afeto do jovem médico idealizou mirabolante plano de matar-se, após a compra de belíssimo sarcófago de mármore, um banquete programado com amigos mais próximos e um discurso de despedida, após o que se deitou na urna cheia de água perfumada, por pétalas de rosa que nela boiavam, pedindo, em seguida, que o amado médico lhe abrisse as veias, confiando que ante tal procedimento, ele apaixonadamente vivesse com ele. Entretanto, ele tomou sua determinação ao pé da letra, ocasionando sua morte prematura. Casados na vida atual passaram a trabalhar juntos, enriquecendo suas pesquisas com as faculdades mediúnicas de que Joan era dotada, o que resultou em 1967, num livro de dez capítulos intitulado MUITAS EXISTÊNCIAS, alternando-se capítulo a capítulo nos relatos de suas vivências, ele como médico, ela como médium. Um caso impressionante tratado pelo Dr Kelsey, envolveu um homem de meia idade, profissional liberal de elevado grau de cultura afligido por persistente e invencível homossexualismo. A Psicanálise convencional, mesmo com hipnose, não apresentaram resultados práticos. Apesar das convicções religiosas profundas desenvolvidas na atividade de membro da Igreja Anglicana, na décima quarta consulta, uma sessão de hipnose, afloraram lembranças de uma existência remota entre os hititas, onde, na qualidade de esposa de um dos chefes da época, exercendo grande influencia sobre o marido, ao sentir-se preterida por ele, negociou com um sacerdote de Baal, o amaldiçoamento dele, acabando, por fim, assassinada, levando para o Além toda a frustração da sua humilhante posição de esposa orgulhosa e desprezada. Ao que parece, o episódio trazido do fundo do passado distante repercutia na vida atual, na torturante tendência homossexual. A descoberta de Hermínio apenas confirma que, a honesta verificação de qualquer pesquisador, isento de preconceitos, conduz inevitavelmente às verdades essenciais da Doutrina Espírita sobre a preexistência e sobrevivência do Ser.

terça-feira, 10 de março de 2015

PARA REFLETIR

Resposta oferecida a Allan Kardec a propósito das Expiações Coletivas pelo Espírito Clélia Duplantier, esclarece “haver em todo homem três caracteres: o do indivíduo, do Ser em si mesmo; o de membro da família e, finalmente, o de cidadão. Sob cada uma dessas três faces pode ele ser criminoso e virtuoso, isto é, pode ser virtuoso como pai de família, ao mesmo tempo, que criminoso como cidadão e reciprocamente. Daí as situações especiais que para si cria nas suas sucessivas existências”. Baseado nisso, “garimpamos” em diversos comentários feitos pelo médium Chico Xavier alguns tópicos relacionados ao do indivíduo como cidadão para nossas reflexões: 1 - VIDA ALHEIA - “-Deveríamos nos abster de opinar sobre a vida alheia. Não sabemos o que nos espera no passo seguinte. Quase todas as pessoas que observei recriminando os outros caíram naquilo que criticavam – caíram eles mesmos ou caíram através daqueles a quem devotavam extremado amor”. 2 - FOME -  -“A fome no mundo é um convite, sim, à solidariedade, embora a maioria esteja numa prova voluntária. Algumas sementes num pedaço de chão fazem o milagre da multiplicação. Uma pequena hortaliça pode matar a fome de muita gente”. 3 – DELINQUENTES - -“Quase todos os delinquentes que conheci, e com os quais pude conversar, sofreram maus tratos na infância. Foram abandonados pelos pais e cresceram sem receber afeto de ninguém”.  4 - NECESSIDADES ARTIFICIAIS - -“O homem cria muitas necessidades artificiais e se torna prisioneiro delas. Hoje, o homem corre o dia inteiro atrás de dinheiro – dinheiro para sustentar uma vida repleta de ilusões!”. 5 - VIOLÊNCIA -“Permitimo-nos uma contra pergunta: não será a violência o resultado de nosso pretendido afastamento da fé-religiosa, segundo o materialismo da inteligência deteriorada, que tenta convencer-nos de que não passamos de animais sadios ou doentes da civilização? Esperemos que o amor se propague no mundo com mais força que a violência e a violência desaparecerá, à maneira da treva  quando a luz se sobrepõe(...). Na prática exige a cooperação de nós todos”. 6 – SEXO - O sexo, sem dúvida, está na base da maioria dos conflitos psicológicos das criaturas. Todos estão à procura de satisfação que, em essência se traduz pela realização de si mesmos. Agora, ninguém será feliz as custas da infelicidade alheia”. 7 - VIBRAÇÕES NEGATIVAS - -“Quem pede a Deus pelos seus desafetos, vai quebrando as vibrações negativas daqueles com os quais não se afiniza e desarmando o Espírito para uma futura reconciliação – nem que seja na Outra Vida”. 8 – CULPA ALÉM DA VIDA - -Dos Espíritos desencarnados com os quais tenho tido a oportunidade de conversar, nenhum está satisfeito com o que pôde fazer sobre a Terra; todos acreditam que deveriam ter feito mais”. 9 – PERDAS - -“Não existe sofrimento maior do que perder um filho. Não entendo os nossos irmãos que combatem esse tipo de intercâmbio com o Mundo Espiritual. Eles se esquecem de que os que partiram também desejam o contato. O médium, sem dúvida, pode, em certas circunstâncias, rastrear o Espírito, mas na maioria das vezes, é o Espírito que vem ao médium. O trabalho da Espiritualidade é intenso. Para que um filho desencarnado envie algumas palavras de conforto aos seus pais na Terra, muitos Espíritos se mobilizam. Isso não é uma evocação. Não raro, são os próprios filhos desencarnados que atraem seus pais aos Centros Espíritas. Desejam dizer que não morreram, que continuam vivos na Outra Dimensão, que os amam e que haverão de amá-los sempre”. 10 – POLÍTICOS - -“Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos Espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual”. 11 – PACIÊNCIA - -“Precisamos estar preparados, compreendendo que a nossa dor não é maior do que a dos outros. Se não temos paciência com uma caneta quebrada, com o café, com o prato à mesa que não vem de acordo com a nossa predileção, como vamos ter paciência com as grandes coisas – se não temos com as pequeninas?”. 12- DESENCARNAR - -“Desencarnar para que? Para entrar outra vez na fila, pleiteando um novo corpo no mundo? É muito difícil ser criança: O período infantil é uma espécie de doença para o Espírito. Até que o Espírito se reencontre consigo mesmo, já se passaram dezoito, vinte anos. A criança está à mercê das circunstâncias. Vamos aproveitar ao máximo”.











domingo, 8 de março de 2015

SEXTO SENTIDO : O SENTIDO ESPIRITUAL

Três anos após suas interessantes reflexões sobre o sexto sentido presente nas criaturas humanas ser o sentido espiritual, Allan Kardec voltaria ao assunto na edição de julho de 1867 da REVISTA ESPÍRITA. Atendia a questionamento de um médico chamado Charles Grégory, fervoroso adepto do Espiritismo que também oferecia sua opinião sobre artigo do editor da publicação incluído na edição de março passado intitulado A Homeopatia Nas Moléstias Morais. Grégory questionava Allan Kardec sobre intrigante informação do Espírito Erasto em comunicação mediúnica, afirmando ter o homem mais dois sentidos além dos cinco conhecidos (audição, visão, paladar, olfato e tato), chamando-os de sentido sonambúlico e o sentido mediúnico. O médico observa que “estes dois últimos não existem senão por exceção, bastante desenvolvidos nalgumas naturezas privilegiadas, caso existam em todo homem em estado rudimentar, acrescentando que, por convicção adquirida por várias observações e por uma experiência bastante longa dos poderes homeopáticos, as duas admiráveis faculdades poderiam se desenvolver através do uso de alguns medicamentos bem escolhidos, tomados por longo tempo”. Opina Kardec: -“Seria erro considerar o sonambulismo e a mediunidade como o produto de dois sentidos diferentes, por isso que não passam de dois efeitos resultantes de uma mesma causa. Essa dupla faculdade é um dos atributos da alma e tem por órgão o períspirito, cuja radiação transporta a percepção além dos limites da ação e dos sentidos materiais. A bem dizer é o sexto sentido, que é designado sob o nome de sentido espiritual. O sonambulismo e a mediunidade são duas variedades da atividade desse sentido que, como se sabe, apresentam inúmeras nuanças e constituem aptidões especiais. Fora destas duas faculdades, mais admiráveis porque mais aparentes, seria erro crer que o sentido espiritual não exista senão em estado rudimentar. Como os outros sentidos, é mais ou menos desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme os indivíduos, mas todo o mundo o possui, e não é o que presta menos serviços, pela natureza todas especial das percepções das quais é a fonte. Longe de ser a regra, sua atrofia é a exceção, e pode ser considerada como uma enfermidade, assim como a ausência da vista e da audição. É por este sentido que recebemos os eflúvios fluídicos dos Espíritos, que nos inspiramos – independente da nossa vontade, em seus pressentimentos e a intuição das coisas futuras ou ausentes, que se exercem a fascinação, a ação magnética inconsciente e involuntária, a penetração dos pensamentos, etc. Essas percepções são dadas ao homem pela Providencia, assim como a visão, o olfato, a audição, o paladar e o tato, para a sua conservação. São fenômenos muito comuns, que ele apenas nota pelo hábito que tem de os experimentar, e dos quais se deu conta até hoje, devido à sua ignorância das leis do princípio espiritual, da própria negação, nalguns, da existência deste princípio. Mas, que quer que leve sua atenção para os efeitos que acabamos de citar, e sobre muitos outros da mesma natureza, reconhecerá quanto eles são frequentes e como são completamente independentes das sensações percebidas pelos órgãos do corpo. A vista espiritual (vidência), vulgarmente chamada dupla vista ou segunda vista, é um fenômeno menos raro que se pensa; muitas pessoas tem esta faculdade sem o suspeitar; apenas é mais ou menos acentuada, e é fácil certificar-se que ela é estranha aos órgãos da visão, pois que se exerce sem o concurso destes órgãos e mesmo os cegos a possuem. Existe em certas pessoas no mais perfeito estado normal, sem o menor traço aparente de sono nem de estado extático. Conhecemos em Paris uma senhora na qual ela é permanente, e, tão natural quanto a visão comum; ela vê sem esforço e sem concentração o caráter, os hábitos, os antecedentes de quem quer que aproxime; descreve as doenças e prescreve tratamentos eficazes com mais facilidade que muitos sonâmbulos comuns; basta pensar em uma pessoa ausente para que a veja e a designe. Um dia, estávamos na casa dela, e vimos passar na rua alguém com quem temos relações, e que ela jamais tinha visto. Sem ser provocada por qualquer pergunta, fez-lhe o mais exato retrato moral e nos deu a seu respeito conselhos muito prudentes. Entretanto essa senhora não é sonâmbula: fala do que vê, como falaria de qualquer outra coisa, sem se perturbar nas suas ocupações. É médium? Ela mesma nada sabe a respeito, porque até a pouco nem mesmo conhecia de nome o Espiritismo. Assim, nela essa faculdade é tão natural e tão espontânea quanto possível. Como percebe ela senão pelo sentido espiritual?”.

sexta-feira, 6 de março de 2015

PARECE MENTIRA



A jovem demonstrando sinais de subnutrição, perturbação e desequilíbrios orgânicos de vulto, pediu ajuda ao pequeno Centro Espírita de seu conhecimento. Avaliado pelos Benfeitores Espirituais ali em atividade, foi diagnosticada a ação de um indivíduo desencarnado tempos antes, com quem ela nutrira relacionamento afetivo, interrompido pela morte prematura e inesperada do mesmo, aparentemente por suicídio após retornar de extenuantes quatro dias ininterruptos dedicados às festividades carnavalescas. Preparando-se para banho refazedor, adormeceu após ligar o gás, inalando a substância letal que o expulsaria do corpo físico. Desenfaixando-se da veste carnal, com o pensamento enovelado à paixão por ela, esta sintonizou com ele, a ponto de retê-lo junto de si com aflições e lágrimas, que passou a vampirizar-lhe o corpo. Desarvorado diante da desencarnação, adaptou-se ao organismo da mulher amada que passou a obsidiar, nela encontrando novo instrumento de sensação, vendo por seus olhos, ouvindo por seus ouvidos, muitas vezes falando por sua boca e vitalizando-se com os alimentos comuns por ela utilizados. Nessa simbiose, viviam ambos, há quase cinco anos sucessivos, o que a levou em face de sua debilidade a procurar socorro. O quadro, a princípio, sugeria o afastamento dos fluidos que a envolviam, o que exigia o diálogo esclarecedor do desencarnado nos trabalho especializados conhecidos como de desobsessão. Através de uma das mais bem preparadas médiuns do pequeno grupo, o solteirão desencarnado que não guardava consciência da própria situação, dialogou de forma tensa e áspera, com o dirigente do grupo, reviu cenas de sua própria intimidade num aparelho denominado “condensador ectoplásmico”, o qual condensando em si os raios de força projetados pelos componentes da reunião, reproduz as imagens que fluem do pensamento da entidade comunicante, facilitando o trabalho do esclarecedor que as recebe em seu campo intuitivo, auxiliado pelas energias magnéticas do Plano Espiritual. Por fim, defrontando-se com as ignoradas consequências das suas derradeiras ações no Plano dos encarnados, entrou em crise emotiva que obrigou sua retirada do recinto    para a transferência para organização próxima para que fosse convenientemente abrigado. O mais curioso, contudo, se verificaria na madrugada que se seguiu, segundo relato do Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier. Acompanhando o Instrutor Espiritual que introduzia ele, e seu amigo Hilário nos assuntos da mediunidade, partiram para atender pedido de conhecido a ele dirigido em favor de um dos assistidos na reunião de horas antes. Narra André Luiz que a breve tempo, penetraram nebulosa região, dentro da noite. Os astros desapareceram de seus olhos. Teve a impressão de que o piche gaseificado era o elemento preponderante naquele ambiente. Em derredor, proliferavam soluções e imprecações, mas a pequenina lâmpada que um cicerone empunhava, auxiliando-os, não lhes permitiam enxergar senão trilho estreito que lhes cabia percorrer. Findos alguns minutos de marcha, atingiram uma construção mal iluminada, em que vários enfermos se demoravam, sob a assistência de enfermeiros atenciosos. Entraram, cientificando-se estar em hospital de emergência, dos muitos que se estendem nas regiões purgatoriais. Tudo pobreza, necessidade, sofrimento... Aproximaram-se, por fim, da entidade tratada, entre outras, no trabalho de horas antes, sendo informados que o doente denotava crescente angústia. Auscultado, o especialista acompanhado por André Luiz, informou: -“O pensamento da irmã encarnada que o nosso amigo vampiriza está presente nele, atormentando-o. Acham-se ambos sintonizados na mesma onda. É um caso de perseguição recíproca. Os benefícios recolhidos no grupo estão agora eclipsados pelas sugestões arremessadas de longe”. Em meio a alguns comentários, o doente fizera-se mais angustiado, mais pálido, parecendo registrar uma tempestade interior, pavorosa e incoercível. Mal acabara o orientador de formular o seu prognóstico sobre a vizinhança da irmã que se lhe apoderou da mente, tornando-o mais dominado, mais aflito, a pobre mulher desligada do corpo físico pela atuação do sono, apareceu à frente do grupo, reclamando feroz: -Libório!. Libório! Porque te ausentaste? Não me abandones! Regressemos para nossa casa! Atende!. Atende!”... Era a mesma jovem que recorrera ao Centro em busca de socorro, e que na manhã seguinte acordará lembrando-se vagamente de haver sonhado com a antiga paixão. Ante a surpresa quase surreal, o Benfeitor ponderou que o auxílio solicitado “era o que ela julga querer. Entretanto, no íntimo, alimenta-se com os fluidos enfermiços do companheiro desencarnado e apega-se a ele, instintivamente. Milhares de pessoas são assim. Registram doenças de variados matizes e com elas se adaptam para mais segura acomodação com o menor esforço. Dizem-se prejudicadas e inquietas, todavia, quando se lhes subtrai a moléstia de que se fazem portadoras, sentem-se vazias e padecentes, provocando sintomas e impressões com que evocam as enfermidades a se exprimirem, de novo, em diferentes manifestações, auxiliando-as a cultivar a posição de vítimas, na qual se comprazem”.

segunda-feira, 2 de março de 2015

SEXTO SENTIDO: NOVO PARADÍGMA?

Abrindo o número de outubro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta um artigo sugestivo: O Sexto Sentido e a Visão Espiritual. Para ilustrar seu ponto de vista, expõe uma experiência vivida quando em visita à casa de um membro identificado apenas como senhor W. da Sociedade Espírita de Paris, na cidade de Berna, na Suíça, onde ouviu falar e depois conheceu um camponês das cercanias, possuidor da faculdade de descobrir fontes e ver num copo respostas às perguntas que lhe faziam. Casado, pai de família, 64 anos, alto, esguio, boa saúde, torneiro de profissão, protestante, muito religioso, leitor habitual da Bíblia, vítima desde trinta anos antes de uma doença que o fazia se movimentar com dificuldade.  Segundo relato do senhor W. existindo em sua propriedade um conduto de águas muito extenso que, por força de certas causas locais, concluíram que a tomada d’agua fosse mais próxima, para evitar escavações inúteis, recorreu ao descobridor de fontes. Este, sem deixar seu quarto, disse olhando o copo: -“No percurso dos tubos existe outra fonte; está a tantos pés de profundidade, abaixo do décimo quarto tubo, a partir de tal ponto”. A coisa foi encontrada tal como ele havia indicado. Aproveitando a ocasião, Allan Kardec na companhia de seu anfitrião, sua esposa e mais duas pessoas, foi à casa desse homem, na intenção de instruir-se sobre o fenômeno. Ouviu que sua faculdade se revelou quando da manifestação da enfermidade, crendo que Deus quis lhe dar certa compensação. Rosto expressivo e alegre, olho vivo, inteligente e penetrante, só fala o dialeto alemão da região não entendendo nada de francês, vivendo do produto de algumas peças da terra e de seu trabalho pessoal, não sofrendo necessidade, sem estar numa posição confortável. Procurado por desconhecidos para uma consulta, seu primeiro movimento é de desconfiança, sondando suas intenções, respondendo só se ocupar de fontes, recusando qualquer experiência com o copo, crendo que se se ocupasse com questões frívolas, especulações amorosas, realização de algum desígnio mau, Deus lhe retiraria a faculdade. Absolutamente ignorante sobre Espiritismo, sem a menor ideia dos médiuns, da intervenção dos Espíritos, da ação fluídica, para ele sua faculdade está nos nervos, numa força que ele não explica. Citando outro exemplo da precisão das visões do visitado, inclusive em relação a si mesmo, Allan Kardec diz ser “mais comum que se pensa, pessoas com a mesma percepção, que o copo é mero acessório, útil apenas pelo hábito da mesma forma que a borra de café, a clara de ovos, o côncavo das mãos, as cartas, apenas um meio de fixar a atenção, um pretexto para falar, um suporte. (...). Porque o que tem efeito sobre um não o tem sobre outro? Porque tantas pessoas possuem essa faculdade sem auxílio de qualquer aparelho? É que a faculdade é inerente ao individuo e não ao copo. A imagem se forma em si mesmo, ou melhor, nas irradiações fluídicas que dele emanam. O copo não oferece, por assim dizer, senão o reflexo dessa imagem: é um efeito, e não uma causa. (...). E isto é tão verdadeiro, que certas pessoas veem perfeitamente com os olhos fechados. A visão espiritual é, na realidade, o sexto sentido ou sentido espiritual, de que tanto se falou e que, como os outros sentidos, pode ser mais ou menos obtuso ou sutil. Ele tem como agente o fluido perispiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do fluido perispiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido, como todos os outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis. . Sendo o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do desprendimento da matéria. O homem em quem tal sentido é desenvolvido goza, assim, por antecipação, de uma parte das sensações do Espírito livre. Posto que amortecido pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de produzir sobre todas as criaturas uma porção de feitos reputados maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. Estando esta faculdade na Natureza, pois depende da constituição do Espírito, então existiu em todos os tempos; mas, como todos os efeitos cuja causa é desconhecida, a ignorância o atribuía a causas sobrenaturais. Os que a possuíam em grau eminente e podiam falar, saber e fazer coisas acima do alcance comum, ou eram acusados de pactuar com o diabo, qualificados de feiticeiros e queimados vivos; enquanto outros eram beatificados, como tendo o dom dos milagres, quando, na realidade, tudo se reduzia à aplicação de uma lei natural”.