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terça-feira, 31 de maio de 2022

VOCE PODE AUXILIAR ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Não é preciso estudos muito avançados para concluir que a Humanidade terrena atravessa uma grande crise, derivada da degradação dos valores nos comportamentos sociais da maioria de seus representantes. As estruturas religiosas de maneira geral não conseguem responder aos grandes questionamentos dos indivíduos desorientados e desalentados ante tantas contradições, notícias de violência, corrupção, crueldade e sofrimentos morais e físicos como a fome, as doenças de difícil diagnóstico, falta de oportunidades iguais de tratamento, índices crescentes de suicídio, desemprego, guerras ideológicas alimentadas por interesses econômicos dissimulados nas crenças obsoletas e tirânicas. Dogmas vazios de Espiritualidade iludem massas de ignorantes em todos os quadrantes do Planeta. Necessário algo novo, fundamentado na substância dos exemplos reais que infundam alento aos sedentos e famintos de entendimento. Necessário revitalizar, talvez, muitas das ideias que inspiraram o surgimento das escolas que disputam avidamente a preferência dos habitantes do Planeta, nem tão preocupadas assim com sua iniciação no conhecimento que liberta. Nesse sentido, o Espiritismo pode auxiliar, até porque como disse o Orientador Espiritual Emmanuel através de Chico Xavier, “não pode guardar a pretensão de exterminar as outras crenças, parcelas da Verdade que a sua Doutrina representa, mas, sim, trabalhar por transformá-las, elevando-lhes as concepções antigas para o clarão da Verdade Imortalista”. Tem-se, contudo, a sensação de um avanço discreto na divulgação de suas ideias, predominantemente no Brasil, onde segundo o mesmo Espirito disse “do último quartel do século 19 para cá, de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil para dar corpo às ideias da Doutrina Espírita e fixarem os valores da reencarnação”.. Para Gabriel Delanne, Espírito ouvido há cinco décadas em entrevista por André Luiz, no dia 20 de agosto de 1965, a divulgação do Espiritismo “terá de efetuar-se de pessoa a pessoa, de consciência a consciência, visto que a Verdade a ninguém atinge através da compulsão. A verdade para a alma é semelhante à alfabetização para o cérebro já que um sábio por mais sábio não consegue aprender a ler por nós”. Nesse sentido, qualquer um que já enxergue veracidade na visão do pioneiro do Espiritismo, pode colaborar desde agora. A visão da sobrevivência após a morte, da mediunidade, da reencarnação, da influência espiritual, da obsessão, dos fluidos, precisa ser repassadas mesmo que ecoando no aparente vazio, pois, as sementes não germinadas encontrarão um dia as condições propícias para brotar. Válido buscar na nascente da fonte, as informações que reflitam a sabedoria dos Mestres que a repassaram para nossa Dimensão. E, elas sem encontram nos livros produzidos por Allan Kardec e na sua REVISTA ESPÍRITA, nos números por ele editados. Aos que pensam que ser esse processo moroso demais para a Humanidade, o iluminado pensador espírita diz que “uma obra prima de arte exige, por vezes, existências e existências para o artista que persegue a condição de gênio. Como acreditar que o esclarecimento e o aprimoramento do Espírito imortal se faça tão só por afirmações labiais de alguns dias?”. No que tange aos princípios espíritas, pondera que “suas atividades contam pouco mais de um século e um século é período demasiado curto em assuntos do Espírito”.



Um jovem ouvinte faz a seguinte colocação: “Eu gostaria de saber por que a gente briga em família, mas quando alguém de fora fala mal da nossa família, a gente defende?”


Geralmente, é porque nos sentimos donos do espaço onde convivemos. No fundo, consideramos que as pessoas, que participam de nosso núcleo familiar, nos pertencem e, por isso, ainda que nos desentendamos com elas, não permitimos que os outros invadam o nosso reduto. Nós nos sentimos no direito de censurá-las, mas não reconhecemos tal direito para os de fora.


Ademais, existem – além dos laços de sangue – os laços espirituais, os compromissos do passado que, de alguma forma, nos ligam aos nossos familiares, e não tanto aos que se acham distantes. Embora não percebamos e ainda que estejamos sempre em conflito, guardamos inconscientemente com as pessoas de nosso círculo familiar uma ligação maior do que supomos, mesmo que não convivamos em harmonia.


Mas, ainda, podemos considerar que as brigas domésticas nem sempre revelam ódioe entre seus membros. Muitas vezes, sem querer justificá-las, elas fazem parte de um processo de adaptação uns aos outros, para poderem melhor se compreender. Precisamos estar atentos a isso, para aproveitar melhor as experiências dentro de casa. Devemos analisar nossa conduta do dia-a-dia, aprender a perder e, principalmente, a pedir desculpas, quando achamos que ultrapassamos limites, que ferimos suscetibilidade ou deixamos nossos familiares tristes.


Não resta dúvida de que o âmbito familiar é o terreno mais sagrado que existe no mundo. É por eles que entramos neste mundo e é nele que temos o compromisso de criar e fortalecer laços afetivos para o bem de todos – inclusive para o nosso próprio bem. Podemos errar – por vezes, ultrapassar o limite do respeito e da cordialidade – mas não devemos esquecer que, apesar das limitações de todos, precisamos aprender a ter para com os nossos entes queridos a maior consideração. Leia, n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, o capítulo “Honrar Pai e Mãe”


segunda-feira, 30 de maio de 2022

O VELHO NOVO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Como parte do conteúdo da edição de abril de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui interessante estudo sobre a identidade entre os ensinos do Espiritismo e as milenares tradições druídicas, uma das etnias pertencentes ao grande grupo humano conhecido como Celta. Os Celtas foram citados literariamente pela primeira no século VI a.C., por Hecateu de Mileto, constituindo várias tribos designadas bretões, gauleses, batavos, belgas, gálatas, entre outros, as quais, mais tarde, dariam nome a províncias romanas e, posteriormente, a estados-nações medievais e modernos da Europa. Os gauleses habitavam a Gália, território hoje compreendido pela França, Itália e Bélgica, dividindo-se em 44 povos quando das conquistas do Império Romano, formando a chamada Gália Celta. Nessas sociedades os Druidas viam a vida como um círculo ou espiral, e, eram encarregados das tarefas de aconselhamento, ensino e jurídico-filosóficas, assumindo o papel de diretores espirituais, buscando o equilíbrio, ligando a vida pessoal à fonte espiritual presente na Natureza. Kardec motivara-se por uma série de artigos publicados dez anos antes no jornal Le Siècle, especialmente por que quando de sua elaboração não se cogitava de Espíritos, o que, segundo crê, “não teria deixado o autor de sublinhar que tudo quanto se passa hoje é mera repetição daquilo que os antigos sabiam tão bem, ou melhor, que nós”. “Quanto a nós, diz ele, “as observações pessoais, nenhuma dúvida deixam, relativamente à antiguidade e universalidade da doutrina ensinada pelos Espíritos. A coincidência entre o que hoje nos dizem e crenças das mais remotas eras é um fato significativo do mais elevado alcance”. Acrescenta: -“Entretanto, se encontramos por toda parte os traços da Doutrina Espírita, em parte alguma a vemos completa. Parece ter sido reservada à nossa época a tarefa de coordenar esses fragmentos esparsos entre os povos, a fim de chegarmos à unidade de princípios, através de um conjunto mais completo e, sobretudo, mais geral das manifestações que, parece, dão razão ao autor do artigo citado pouco antes, sobre o período psicológico, no qual aparentemente vai entrando a Humanidade”. O material do Le Siècle, depois de ponderações sobre aspectos da proposta dos Druidas, como sua predileção particular pelo número três que empregavam especialmente para a transmissão de suas lições que, mediante esse corte preciso, mais facilmente era gravada na memória, reproduz 29 premissas da visão daquela escola sobre DEUS E O UNIVERSO; OS TRÊS CÍRCULOS (de existência/estados/fases – humilhação, liberdade e felicidade -, necessárias em relação à vida) e O CIRCULO DE ABRED - ou círculo da migração -,onde o destino do Ser é determinado através de uma série de existências, segundo o bom ou mau uso que haja feito de sua liberdade, visando elevar-se ao CÍRCULO SUPREMO (gwynfyd), onde cessam as migrações, onde não se morre, onde a vida se escoa na felicidade, conservando, entretanto, uma atividade perpétua e a plena consciência de sua individualidade. Concluindo o material por ele elaborado, Kardec comenta: -“A Doutrina Espírita não consiste apenas na crença nas manifestações dos Espíritos - mas em tudo quanto estes nos ensinam sobre a natureza e o destino das almas. Se, pois, nos reportarmos aos preceitos contidos n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, onde encontraremos formulado todo seu ensino, ficaremos admirados ante a identidade de alguns princípios fundamentais com os da Doutrina Druídica, dos quais um dos mais notáveis é, incontestavelmente, a reencarnação. Nos três círculos, nos três estados sucessivos dos seres animados, encontramos todas as fases apresentadas por nossa escala espírita. Realmente, que é o CIRCULO DE ABRED ou da migração, senão as duas ordens de Espíritos que se depuram pelas existências sucessivas? No CÍRCULO GWYNFYD, o homem não transmigra mais; desfruta a suprema felicidade. Não é a primeira ordem da escala, a dos puros Espíritos, que, tendo realizado todas as provas, não mais necessita da reencarnação e gozam a vida eterna? Notemos ainda que, segundo a Doutrina Druídica, o homem conserva o livre arbítrio; que se eleva gradativamente, por sua vontade, por sua perfeição progressiva e pelas provas por que passou, do ANNOUFN ou ABISMO, à perfeita felicidade em GWYNFYD, com a diferença, entretanto, que o druidismo admite a volta possível às camadas inferiores, ao passo que, segundo o Espiritismo, o Espírito pode ficar estacionário, mas não pode degenerar”.




Vocês acham que a ciência, um dia, vai provar a existência de Deus? (Tatiane)


Difícil a resposta. Se o que nós chamamos de Deus fosse uma pessoa como nós, de carne e osso, não seria difícil localizá-lo em algum lugar do universo. Até mesmo se ele tivesse um corpo espiritual, energético, poderia ser detectável no tempo e no espaço. Entretanto, o que podemos dizer que é Deus? Não sabemos nem mesmo o que é a matéria.!... Deus é algo que escapa à nossa compreensão – o início e o fim de tudo que buscamos compreender. Não podemos atingir a compreensão do que seja perfeito, nossos sentidos e nossos aparelhos jamais poderiam detectar o transcende a natureza, pois o que transcende a natureza é a causa eficiente e o fim de tudo.


Se só a idéia de Deus já foge à nossa acanhada capacidade de entendimento, chegando às raias do absurdo por causa de nossa limitada inteligência, imagine como detectar esse absurdo pelos caminhos do raciocínio. Concepções como de onipresença (estar em tudo), onisciência (saber tudo), onipotência ( poder tudo), não são das raias da ciência, mas da filosofia. Para você entender melhor, vamos dizer que Deus seja o infinito. Ora, se o infinito não tem começo nem fim, como poderemos comprovar algo invisível e imponderável, que não sabemos onde começa e muito menos onde termina?


A ciência só trabalha com o ponderável, o palpável, o perceptível, o imediato – e nada disso é Deus, ou melhor – Deus não é nada disso. O que o cientista pode descobrir são as leis do universo e seus efeitos, que são obras de Deus. Não vendo o artista, podemos concebê-lo apenas pela sua obra. Como o cientista está sempre descobrindo novas e leis, e descobrindo novos efeitos, consequentemente, não é dificil concluir que o conhecimento do universo é inesgotável, o que nos leva a deduzir que a causa do universo é inesgotável e, portanto, só pode ser a perfeição.


Quando Kardec perguntou aos Espíritos o que é Deus, eles responderam: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Definição curta, mas diz tudo. Inteligência suprema por causa da leis da vida que são perfeitas. Causa primária, porque deve haver um princípio e um fim para tudo. No seu livro “Uma Breve História do Tempo”, o físico britânico Steven Hawking, que não era religioso ou crente, afirmou: “Se chegarmos a uma teoria completa (sobre o universo) com o tempo ela deveria ser compreensível para todos e não só para um pequeno grupo de cientistas. Então, qualquer pessoa poderia tomar parte na discussão sobre o por que da nossa existência e da existência do universo... Nesse momento, conclui Hawking, conheceríamos a mente de Deus”.


Por outro lado, o físico e matemático inglês, Paul Davies, na sua obra “A Mente de Deus”, afirma: “ Acredito que as leis naturais são engenhosas e criativas, facilitando o desenvolvimento de riqueza e diversidade na natureza. A vida é apenas um aspecto disso. A consciência é outro. Um ateu pode aceitar essas leis como um fato bruto, mas para mim elas sugerem algo mais profundo e intencional”. O que Paul Davies está dizendo em 1992 é o que Kardec já dizia em 1857, quando lançou O LIVRO DOS ESPÍRITOS.


A expressiva maioria das pessoas ainda concebe Deus como uma pessoa: daí a idéia de que o homem foi criado à semelhança de Deus. Na verdade, dizem os antropólogos, é o contrário: Deus é sempre concebido à imagem e semelhança do homem, como podemos verificar pela história religiosa dos povos ocidentais. Não conseguimos imaginar algo que não tenha forma, que não tenha começo nem fim. Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, um princípio criador.


Aliás, um outro físico britânico, Frank Tipler, na sua obra, “A Física da Imortalidade”, de 1994, vê Deus como esse princípio criador, organizador, com todos os atributos da perfeição. Para ele, o modo como o caos gera ordem e como todo o cosmo conspira a favor da existência do fenômeno da vida revelam atributos divinos como consciência e intenção. A vida, assim, deve ser vista como um milagre e a vida consciente – como é o caso da vida humana - o maior dos milagres da vida.




domingo, 29 de maio de 2022

VISÃO RETROSPECTIVA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O erudito Hermínio Correia de Miranda num dos últimos trabalhos publicados sob o título AS DUAS FACES DA VIDA (lachatre, 2005) informa no capítulo PSIQUISMO BIOLÓGICO haver quando do transe da morte ou mesmo na iminência dele uma transcrição dos arquivos biológicos para os perispirituais, do que resulta um belo e curioso espetáculo de replay da vida, para o qual, por sinal, propôs o nome recapitulação, após o que o corpo estaria liberado para o processo de decomposição. No substancial documentário intitulado O CÉU E O INFERNO organizado por Allan Kardec, em sua segunda parte, entre os 62 depoimentos de Espíritos entrevistados na Sociedade Espírita de Paris, o médico J. Sanson revelando detalhes do momento de sua morte, diz ter conservado suas ideias até o ultimo momento, que não via mais, mas pressentia e “toda sua vida se desenrolou diante de sua lembrança”, enquanto o sr M. Jobard, outro intelectual ligado ao Espiritismo nascente, relatou através de um médium que ‘após um abalo estranho, lembrou-se de repente, seu nascimento, juventude, idade madura, enfim, toda sua vida se retratou nitidamente em sua lembrança’. Analisando o início do processo chamado desencarnação que principia a volta do Espírito à sua condição normal, Allan Kardec destaca na mesma obra o torpor, uma espécie de desmaio e essa revisão que o Ser enceta neste momento. A partir dos anos 70 do século 20, o médico Raymond Moody Jr começa a revelar suas constatações sobretudo no que ele denominaria EQM – Experiências de Quase Morte, ou seja, daqueles que vitimados por situações naturais ou acidentais resolvidos expontaneamente ou mecanimente pela Medicina, retornaram à vida relatando suas impressões durante o breve tempo em que estiveram mortos clinicamente, incluindo entre as sensações a da revisão de suas próprias vidas. No Brasil, a mediunidade de Chico Xavier com a intensificação da recepção de cartas de inúmeros Espíritos que mortos ‘precocemente’ afirmavam aos entes queridos sua sobrevivência após a chamada morte, muitos deles contaram ter vivenciado a etapa da recapitulação. Dentre os vários depoimentos, Ivan Sergio de Athaíde Vicente contou que teve ‘a idéia de rever toda a minha existência, como num sonho que estivemos vivendo acordado, até que as minhas lembranças se condensaram na rememoração do acidente que me transtornava a cabeça, enquanto Luiz Antonio Biazzio escreveu: -“Rememorei meus estudos de medicina, revisei os meus doentes e os meus apuros na psiquiatria para definir-lhe as emoções e, em seguida, querida mãezinha, as recordações da infância e do lar desfilaram diante da minha visão íntima. de tudo me lembrei”. Entre todas essas contribuições para nosso esclarecimento sobre o que é ‘morrer’, o pesquisador italiano Ernesto Bozzano, em uma de suas substancias obras, A MORTE E SEUS MISTÉRIOS, dedica a terceira parte para apresentar casos de VISÃO PANORÂMICA OU MEMÓRIA SINTÉTICA NA IMINÊNCIA DA MORTE. Separa em três categorias casos de visão panorâmica na iminência da morte ou em perigo de vida; casos acontecidos com pessoas sãs, sem a ocorrência de perigo de morte e, casos de comunicantes que por via mediúnbica afirmam ter passado pela experiência da ‘visão panorâmica’. Na primeira situação, por exemplo, turistas que sofreram quedas de montanhas e viram a morte de perto, permitiram estabelecer um padrão mais ou menos constantes nesta espécie de acidentes, desde o momento em que se perdeu o pé até ao em que se produziu o choque na queda física: 1.° - um sentimento de beatitude; 2.° - a anestesia do tato e do sentido da dor, a vista e o ouvido conservando a sua acuidade normal; 3 ° - extrema rapidez do pensamento e da imaginação; e, 4.° - em inúmeros casos, a alma revê todo o curso de sua vida passada: " vislumbrei todos os fatos de minha vida terrena que se desenrolaram diante de meus olhos em imagens inumeráveis”. Conclui-se, por fim, tratar-se de ocorrência natural a ser enfrentada por todos no fim da jornada no corpo físico.



Eu gostaria de saber se existe corrupção no mundo espiritual. (V.M.L.)


Chamemos de mundo espiritual ao plano de vida onde estão os Espíritos desencarnados, ou seja, as pessoas que viveram na Terra e desencarnaram. Não é difícil, portanto, concluir que entre essas pessoas há bons e maus, honestos e desonestos. A morte – ou seja, a passagem do Espírito desta para outra dimensão da vida – necessariamente não muda o seu caráter, embora possa contribuir para isso. Isso quer dizer que a tendência de uma pessoa, quando ainda muito arraigada à sua maneira de ser, pode não mudar com a morte ou, então, que as chances de ela mudar de repente são muito poucas.


Desse modo, assim como entre nós, no mundo espiritual há Espíritos com as mais diferentes tendências para o bem ou para o mal. A diferença, no entanto, é que no plano espiritual é muito mais difícil para o Espírito passar-se por honesto quando corrupto. Aqui, na Terra, as pessoas se escondem sob diversas máscaras, uma vez que, de um modo geral, não somos capazes de “ver” seus sentimentos ou de adivinhar o que elas sentem ou o que estão pensando. No mundo espiritual, o Espírito mau tem dificuldade de se disfarçar, porque os traços do caráter se manifestam na forma como eles se apresentam, e todos são sensíveis aos sentimentos dos outros.


Além disso, há uma tendência natural dos bons se unirem aos bons e dos maus se unirem aos maus. Essa tendência, como explica André Luiz, está na própria lei de atração entre semelhantes. Cada Espírito cria em torno de si um campo mental que revela suas tendências morais. É esse campo de mental, que funciona à maneira de um ímã, que atrai e é atraído por outros campos mentais com vibrações semelhantes. No entanto, os maus Espíritos – ou seja, aqueles que têm tendências para a desonestidade e corrupção – podem influenciar, até com certa facilidade, os encarnados que também alimentam essas mesmas tendências.


Algumas religiões criaram as figuras teológicas do céu e do inferno, querendo dizer que no céu estão os bons e no inferno os maus. Contudo, para elas o céu e o inferno são condições definitivas para aqueles que para eles se dirigem. Já, para o Espiritismo, não há situação definitiva para ninguém, pois a felicidade ou infelicidade é uma conquista que cada um pode obter ao longo do tempo. Como a tendência é a perfeição, todos os Espíritos caminham para isso, ainda que hoje estejam numa situação bastante comprometedora. Assim, os maus não serão maus para sempre, pois a condição de maldade é uma espécie de sofrimento, de que todos, mais cedo ou mais tarde, vão procurar se libertar.


Por outro lado, a corrupção é uma condição do espírito humano que, por estar ainda em sentimentos inferiores, dela não conseguiu se libertar. Quando o sentimento é muito profundo, só mesmo o sofrimento, através de experiências muito difíceis, pode despertar a consciência para a busca da regeneração.





 

sábado, 28 de maio de 2022

NÃO EXISTE RETROCESSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

No número de março de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec procura esclarecer dúvida levantada por correspondente da publicação em torno de questão moral, cuja resposta pode nos auxiliar a entender como surgem no organismo social, de vez em quando, casos de indivíduos canibais, outros, dados ao esquartejamento ou decapitação do corpo dos seus semelhantes, outros ainda a ocupações como açougueiros nos matadouros ou carrascos que executam as sentenças de morte deliberadas pelos critérios da justiça ou da religião, como se vê ainda em alguns países ou regiões da Terra. Contrariamente à ideia genérica do Espírito escolher voluntariamente suas mais marcantes experiências e provas futuras, o bom senso diz que essa possibilidade apenas contempla aqueles que já atingiram certo estagio evolutivo. A maioria retorna às lides da nossa Dimensão submetidos à inflexibilidade da Lei de Causa e Efeito, ou seja, do Determinismo capaz de impor ao infrator da citada Lei as repercussões das suas ações, induzindo seu progresso na escala evolutiva. Acompanhemos o raciocínio de Kardec: -“É evidente, que um Espírito já adiantado, como, por exemplo, o de um europeu esclarecido, não poderá escolher como via de progresso uma existência selvagem: em vez de avançar, retrogradaria. Sabem, entretanto, que os próprios antropófagos não se encontram no último degrau da escala e que há mundos onde o embrutecimento e a ferocidade não tem analogia na Terra. Esses Espíritos são ainda inferiores aos mais atrasados do vosso mundo. Vir, pois, entre os nossos selvagens é-lhes um progresso. Se não visam um ponto muito alto, é que sua inferioridade moral lhes não permite compreender um progresso mais completo. Só gradativamente pode o Espírito progredir: deve passar sucessivamente por todos os graus, de modo que cada passo à frente seja uma base para assentar um novo progresso. Ele não pode transpor de um salto a distância que separa o barbárie da civilização, assim como o estudante não transporá, sem transições, do A B C à retórica. É nisto que vemos uma das necessidades da reencarnação, que é realmente segundo a justiça de Deus. De outro modo, que seria desses milhões de seres que morrem no último estado de depravação, se não tivessem meios de atingir à superioridade? Porque os teria Deus deserdado dos favores concedidos aos outros homens? Repetimo-lo, por ser ponto essencial: à vista de sua curta inteligência, só compreendem o que é melhor do seu ponto de vista e em estreitos limites. Há, entretanto, alguns que se transviam, por quererem subir muito alto e que nos dão o triste espetáculo da ferocidade no meio da civilização. Voltando ao meio dos canibais, estes ainda lucrarão. Estas considerações também se aplicam às profissões. Elas oferecem evidente superioridade relativa para certos Espíritos, e é neste sentido que devemos conceber a escolha por eles feita. Na mesma posição, elas podem ser escolhidas como expiação ou como missão, porque nenhuma existe na qual se não possa fazer o Bem e progredir pela própria maneira de as exercer. Quanto a saber o que seria dessas profissões caso nenhum Espírito as quisesse exercer, está respondida pelo fato. Desde que os Espíritos que as alimentam vem mais de baixo, não é para temer o desemprego. Quando o progresso social permitir a supressão do ofício de carrasco, desaparecerá o lugar, mas não os candidatos: estes irão apresentar-se entre povos, ou, entre outros mundos menos adiantados”. Como esclarece mensagem reproduzida no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação(...). Os Espíritos em expiação aí estão, se assim nos podemos exprimir, como estrangeiros. Já viveram em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação no mal, que os tornava causa de perturbação para os bons. Foram relegados por algum tempo, entre os Espíritos mais atrasados, tendo por missão faze-los avançar, porque trazem uma inteligência desenvolvida e os germes dos conhecimentos adquiridos. É por isso que os Espíritos punidos se encontram entre as raças mais inteligentes, pois são estas também as que sofrem mais amargamente as misérias da vida, por possuírem maior sensibilidade e serem mais atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso moral é mais obtuso”.



Gostaria de saber o que são crianças índigo. (Adriana, Paineiras)


A expressão “criança índigo” nada tem a ver com o Espiritismo, Adriana. Ela foi criada pela americana Nancy Ann Tappe, quando publicou um livro intitulado “Entendendo sua vida através da cor”, no ano de 1982. A autora estava se referindo a aura ou campo energético que cada pessoa emite. Foi ela mesma que deu essa denominação “criança índigo”, referindo-se a crianças das novas gerações, cujas auras – segundo ela - emitem a cor índigo ou azul anil, que ela mesma disse observar. Essas crianças demonstrariam habilidades que vão além do mental e do emocional das pessoas comuns.


Mas a expressão “criança índigo” se propagou mesmo com uma obra mais recente, lançada em 1999, e escrita por Lee Carroll e Jan Tober. O título original do livro é “As Crianças Índigo: os Novos Garotos Estão Chegando”. A obra, na verdade, reúne artigos de diversos autores, todos eles se referindo ao nascimento de crianças notáveis, que apresentam um conjunto de características psicológicas incomuns e um padrão de comportamento ainda não classificado pela ciência. Esses autores acham que essas crianças são Espíritos, que chegaram para revolucionar o mundo. O livro apresenta orientações sobre a educação dessas crianças.


Cremos que ainda é muito cedo para avaliar essa teoria. Pelo menos, do ponto de vista da Doutrina Espírita, se não devemos rechaçar de vez as idéias novas, devemos ter muita cautela para não abraçar de imediato toda novidade que se apresenta, principalmente se ela vem envolvida por um halo de misticismo ou mistério. No entanto, a teoria a respeito do comportamento das crianças da nova geração é cativante e já ganhou muitos adeptos.


Os espíritas sabem, todavia, pela lei da evolução, que cada geração que nasce no planeta vem sempre para dar um passo adiante. Não fosse assim, a humanidade não teria progredido: se ela vem progredindo a cada geração é porque as novas reencarnações são de Espíritos mais preparados – e nem poderia ser diferente. Carroll e Tober, no entanto, descrevem essas crianças – que eles classificam como índigo - com características nobreza, extremamente seguras e, ao mesmo tempo, rebeldes, pois não aceitam facilmente as decisões dos adultos e não têm medo de dizer o que pensam.


Para esses autores, são Espíritos que vieram para transformar o mundo. Eles não são maus, como à primeira vista se poderia pensar, mas são firmes e seguros em suas decisões. Por isso, facilmente se confrontam com as posições e opiniões dos adultos, pois são portadores de uma visão nova do mundo. Como dissemos, não nos parece nada surpreendente que os Espíritos, que estão reencarnando agora, demonstrem ser mais avançados os que os de gerações anteriores. Mas devemos tomar cuidado para não exagerar e cair no misticismo. O Espiritismo, na verdade, nada tem a ver com a teoria das crianças índigo.


Você, com certeza, prezada ouvinte, está perguntando: por que as crianças de hoje são mais ativas do que as das gerações passadas? – do que as da nossa geração, por exemplo? . Por causa da lei do progresso, que é bem visível aos olhos de todos. Não é só o progresso material, mas o progresso da inteligência. Quanto mais o Espírito reencarna, mais ele se desenvolve Não é preciso buscar a origem desses Espíritos em outros planetas para explicar o comportamento das novas gerações, pois temos certeza de que a humanidade está progredindo moral e intelectualmente, como Allan Kardec deixou no claro no último capítulo de “A Gênese” , quando trata dos novos tempos.


sexta-feira, 27 de maio de 2022

VALE A PENA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 No início dos anos 70 do século XX, o Espiritismo saiu da condição como era visto pelas pessoas que desconheciam sua proposta para interessar maior número de pessoas. Parte disso devido à aparição do médium Chico Xavier num dos programas de maior credibilidade da televisão brasileira: PINGA FOGO. Paralelamente um programa de uma das emissoras da capital paulista veiculava semanalmente outra contribuição importante, o programa NO LIMIAR DO AMANHÃ. Celebrando dois anos de existência, os produtores buscaram em Uberaba, Minas Gerais, Chico Xavier para uma entrevista sobre variados temos. De seu conteúdo, destacamos três absolutamente importantes para entendermos o momento presente. 1- Com esse aumento da população e com a evolução industrial, está acontecendo um outro problema, que é um problema ecológico e que está angustiando muito, principalmente as nações mais desenvolvidas. É o problema da poluição. Ele não irá acarretar consequências desastrosas? Chico - Esse problema está relacionado também com uma espécie de poluição que nós outros – os cristãos principalmente mais de 500 milhões no seio da humanidade – ainda não nos preocupamos com ele. É o problema da poluição das ideias cristãs. Se nós, os cristãos, estivéssemos atentos à preservação dos valores do Espírito, segundo nos ensinou Jesus Cristo em sua divina revelação, a poluição da natureza, nas cidades e nos campos, não seria hoje esse flagelo que está tomando vulto no seio das cidades metropolitanas, por exemplo. Se nós nos respeitássemos uns aos outros segundo a lei áurea: “não deseje para o seu vizinho aquilo que você não deseja para você mesmo”, a poluição talvez nem chegasse a existir. Porque todo o mundo industrial, todo o campo da educação, todos os grupos sociais, todos os valores que presidem o progresso humano estariam, quem sabe, condicionados à regra áurea e estaríamos em dimensões de paz. 2- Você acredita na tese de Humberto de Campos sobre o papel do Brasil num futuro próximo? Ele é realmente o coração do mundo e a Pátria do Evangelho? Chico - Muita gente interpreta esse livro como sendo realmente um volume de legendas patrióticas, sem finalidade dentro do esquema do progresso mundial. Mas, nós estamos convencidos de que ao Brasil foi assinalado um papel muito significativo na chamada era do espírito. Porque, em verdade, o Cristianismo no Brasil é diferente dos processos de vida cristã nos outros países. Tudo que vi nos países que visitamos em 1965 e 1966, é diferente do que se verifica no Brasil. O amor fraterno, o chamado calor humano que existe no Brasil, eu não vi em parte alguma onde estivemos presentes. No Brasil, por muito que se faça desvinculação e reeducação dos nossos impulsos de amor, o brasileiro de todas as condições é portador de recursos afetivos imensos, que parecem iluminados por uma inspiração de ordem superior. (...) Peço licença para aditar um apontamento de Emmanuel. Perguntei a ele, em 1965, onde estavam aqueles companheiros de Allan Kardec que vibravam com a Doutrina Espírita na França, onde estava aquele contingente de almas heroicas, sublimes, que aceitaram aquelas ideias e as divulgaram com tanto entusiasmo pelo mundo inteiro. Então ele me disse que do último quartel do século 19 para cá, de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil, para dar corpo às ideias da Doutrina Espírita e fixarem os valores da reencarnação.


Como deve ser o comportamento dos pais diante das crianças rebeldes? (Maria Regina da Silva)


Educar é a missão mais difícil do mundo. Não há formulas mágicas para isso. Mas há diretrizes gerais, que podemos seguir. Os filhos, sejam eles como forem, sempre vão exigir mudança no comportamento dos pais e, portanto, um esforço maior para educá-los de forma adequada, segundo seus princípios morais. Nenhum filho é igual ao outro, e os pais, que têm vários filhos, sabem muito bem disso. Desse modo, são eles, a mãe e o pai, que precisam se reeducar, para poderem fazer frente às necessidades de cada um desses Espíritos que estão reencarnando nos dias de hoje.


Já falamos aqui a respeito do que se tem chamado de “criança índigo”, crianças da nova geração – inteligentes, espertas e, ao mesmo tempo, rebeldes. Na verdade, como dissemos, cada geração que nasce, observando a lei de evolução espiritual, é mais inteligente que a anterior e, portanto, não é de se estranhar que Espíritos, que estão vindo neste início do século 21, tenham um comportamento bem diferente do comportamento daqueles que vieram em décadas anteriores. A História mostra um crescendo na inteligência humana, mas, ao tempo, uma rebeldia cada vez maior das novas gerações.


O comportamento rebelde da criança e, principalmente, do adolescente é esperado. No entanto, essa rebeldia, que significa discordância, manifesta-se diferentemente em cada um e, dependendo do ambiente que encontra, pode ser mais ou menos educada para uma vida de princípios morais renovadores. No passado, as famílias tinham muitos filhos; hoje, ao contrário. Mas essa redução no número de filhos é providencial. Os de hoje exigem mais do que os de ontem. São mais espertos, mais inteligentes e ativos.


Pai e mãe devem ter planos para cada filho que nasce e, portanto, devem se preparar para recebê-lo, a fim de poderem encaminhá-lo. Eles não sabem quem é esse Espírito, mas desde que nasce começa a conhecer suas tendências. Quanto mais rebelde a criança se mostrar, mais os pais devem se concentrar na sua educação, educando-se primeiramente, a fim de demonstrarem, por atitudes, equilíbrio e bom senso. Educa-se a criança com atitudes firmes, mas nunca com violência ou com excesso de mimo.


O ambiente espiritual do lar e a formação religiosa são fundamentais na educação dos filhos. Se os pais têm uma religião e a professam de forma constante e respeitosa, isso influenciará em muito na formação de seus filhos. Mas o ambiente espiritual não se constrói apenas com palavras e orações ou mera freqüência a reuniões e cultos, mas com uma conduta coerente aos princípios que esposam, no dia-a-dia. Assim, só se forma o homem honesto com atitudes de honestidade, só se forma o homem pacifico com atitudes de paz e respeito humano. Falar uma coisa e fazer outra é ensinar o contrário do que se pretende.


No caso específico da rebeldia, os pais deverão aproveitar a energia natural da criança para coisas boas e construtivas, canalizando-a para atividades que exijam energia e que levem a resultados compensadores do ponto de vista moral. Para todas as crianças, mas para as rebeldes principalmente, um dos maiores recursos da educação é o diálogo, a conversa e a participação direta em sua vida. De um modo geral, as crianças devem sentir a presença do pais em suas vidas, não apenas quando elas criam problemas, mas principalmente quando estão bem comportadas, para que o bom comportamento seja reforçado com a sua presença.



quinta-feira, 26 de maio de 2022

DURA REALIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Durante a reunião formatada para esclarecer dúvidas com base nas informações disponibilizadas pelo Espiritismo, a senhora identificada como Psiquiatra, solicita comentário em torno do crescente número de pacientes infanto-juvenis por ela atendidos com tendências suicidas, geralmente ignoradas pelos próprios pais. Ante a exposição do fato, irrompe na memória, prognóstico feito pela Espiritualidade a Allan Kardec em manifestação de abril de 1866 e incluída na REVISTA ESPÍRITA, edição de outubro daquele ano, dizendo, entre outras coisas: -“E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os suicídios multiplicando-se numa proporção incrível, até entre crianças”. No comentário tratando das mudanças coletivas previstas para o planeta Terra, traçam um perfil dos Espíritos atrasados: “negadores da Providência Divina e de todo poder superior à Humanidade; depois, a propensão instintiva às paixões degradantes, aos sentimentos anti-fraternais do egoísmo, do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim, a predominância do apego a tudo o que é material ”. Preveem que “persistirão em sua cegueira e sua resistência marcará o fim de seu reino por lutas terríveis. Em seu desvario, eles próprios correrão para a sua perda: impelirão à destruição, que gerará uma multidão de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão a chegada da era da renovação”. Questionando a Espiritualidade sobre aspectos da educação, Kardec foi lembrado que a predominância dos que reencarnam, são desconhecidos em sua procedência, missão e destinação, com históricos de grandes comprometimentos perante a Lei do Progresso; que cerca-los de cuidados e facilidades não basta, sendo necessário observar-lhes as tendências, procurando corrigi-las, direcionando-as para um aspecto mais construtivista. Observaram que a fase mais propícia é a infância, pois ao atingir a adolescência, características do passado se misturam aos registros do presente, tornando o jovem refratário a qualquer orientação. O que se vê na atualidade, contudo, é o contrário. Reforçam-se as tendências negativas, permite-se a vivência da indisciplina, mantem-se o Ser à margem dos assuntos da espiritualidade, esperando-se na mocidade um comportamento improvável com as condições oferecidas ao tutelado, considerando que o papel de pais e filhos é meramente circunstancial. Não se avalia também o impacto negativo da exposição excessiva às imagens de violência veiculadas pela televisão, a disponibilização de conteúdos nocivos na rede mundial conhecida como Internet, ou, simplesmente, a testemunhada no próprio lar. E nesse ambiente, o fator mais marcante: a ausência do amor. Cremos que os Espíritos reencarnados nas últimas décadas refletem considerável desenvolvimento intelectual. Esse aspecto, desenvolvem e demonstram com facilidade. O que os traz de volta, então? Justamente a necessidade de crescimento no campo do amor. Como devolvemos à vida o que recebemos e aprendemos, consistindo o aprendizado existencial, na observação e vivência, pode-se perguntar: qual o tipo de registros predominantemente acumulados pela criança de nossos dias? Diz um axioma popular que “ninguém dá o que não tem”. Ideais suicidas em crianças e adolescentes resultam da dificuldade de compreensão e aceitação da dura realidade em meio à qual vivem. A tarefa da paternidade parece desfocada na percepção dos que a assumem. Há milhares de “órfãos de pais vivos” vivendo sob o mesmo teto. Crianças rejeitadas, abandonadas, agredidas, violentadas, exploradas sexualmente, comercializadas em vários países, expõem uma dura realidade: a Humanidade precipita-se num vazio cujos limites imprevisíveis, comprometem o seu próprio futuro. Afinal, a ignorância a respeito da significação daquilo que o Espiritismo define como educação moral (nada a ver com religião), recrudesce o egoísmo e o orgulho individual, projetando-se sobre o coletivo de forma avassaladora. E mais uma vez, ecoa a pergunta de Allan Kardec em comentário n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS: “- Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?





Existem pessoas que matam, que fazem maldades e nunca se arrependem. Para onde elas vão depois da morte, se só usam de violência e não têm piedade do semelhante? Não seriam essas que iriam para o inferno?


Esse tema vem tratado n”O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, a partir da questão 990. Muitas vezes, nós achamos que existem pessoas, que nunca se arrependem, porque só levamos em consideração o tempo de duração desta vida – de 20, 40, 60 ou 80 anos. De fato, se esta vida fosse a única, então haveria pessoas que nunca se arrependem do mal que fizeram, porque elas não teriam tempo suficiente para se arrepender. Mas acontece que existem inúmeras existências e que um Espírito, que hoje não se arrepende do que fez, mais cedo ou mais tarde, aqui ou na Espiritualidade, despertarão para a extensão do mal que fizeram.


A lei de Deus é tão perfeita que o arrependimento não precisa acontecer agora, hoje ou amanhã. Se, por exemplo, um indivíduo mata alguém, cometendo um crime hediondo e morre em seguida, não terá tempo de se arrepender aqui. Se o seu futuro é a eternidade e se a sua sorte foi definida após a morte, ele não teria salvação. Acontece que o arrependimento não se dá da mesma forma e nem tampouco no mesmo tempo em todos os indivíduos. Isso vai depender de seu amadurecimento espiritual. Pode haver quem se arrependa logo depois do crime, mas isso não é regra; é exceção. E, além do mais, cada um terá o seu próprio tempo para se arrepender: alguns na Espiritualidade, outros ainda precisarão de várias encarnações.


Se existisse o inferno de condenação eterna, como pintam as religiões, quase todos estaríamos perdidos, pois, para uma boa parte dos erros que cometemos, nem temos consciência do mal que fizemos. Que sentido teria o apelo de Jesus quando, diante de seus algozes, ainda exclamou, “Pai, perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem”, se essas pessoas, que usam de tanta crueldade, não tivessem outra oportunidade? Entretanto, o que chamamos de misericórdia divina é a oportunidade do arrependimento, da reparação e da regeneração, através das reencarnações.


Não basta arrepender-se. Muitos se arrependem para cometer outro crime. Para que fiquemos quites com a própria consciência, precisamos reparar o mal que fizemos – o que, na linguagem mais simples do povo - significa, “pagar o que devemos” ou devolver o que tiramos de nossas vítimas. Não há ninguém que não se arrependa um dia, por mais distante que esteja esse dia. Ou aqui, ou depois, todos nos arrependeremos dos erros cometidos, quando tomarmos consciência dos males que eles causaram. Alguns se arrependerão mais depressa, outros demorarão muito, pois cada um tem seu próprio ritmo de progresso moral, mas a lei de Deus, que é a lei de evolução, nos proporcionará sempre oportunidade para nos arrepender.


quarta-feira, 25 de maio de 2022

ÚNICA FORMA DE ENTENDER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Aqueles que assistem ao filme A CULPA É DAS ESTRELAS que enfoca a difícil situação de pacientes diagnosticados com doenças irreversíveis suas relações com a doença, entre si e seus familiares, certamente indaga se realmente existe um Deus, qual o sentido disso e que culpa tem os pais por se defrontarem com tão dolorosa situação. Apesar dos avanços da Medicina na busca de respostas os argumentos meramente fisiológicos não parece resolvida a questão. Buscar a evasiva de que “é por que Deus assim quis” tampouco. Podemos dizer que Espírito comanda a máquina física, através de um Corpo intermediário denominado Espíritual ou Perispírito, que por sua vez, modelou e organizou o chamado corpo físico a partir da fecundação do óvulo, servindo-se das contribuições genéticas masculinas e femininas dos geradores. Assim, a vida na nossa Dimensão subordina-se a Leis que oferecem ao Ser oportunidades renovadas de se reabilitar diante das quedas ou infrações resultantes do exercício do Livre Arbítrio. Diante dessa visão, vitimas de doenças incuráveis nos primeiros anos de vida, sugerem a volta daqueles que desistiram da vida em outras encarnações através do suicídio. Os anos aqui passados correspondem ao tempo não cumprido na vida frustrada e os males externados no corpo físico, correspondentes às áreas lesadas pelas agressões a elas impostas. No ano de 1961, através do médium Chico Xavier, o Espírito identificado como Emmanuel escreveu interessante texto em que estabelece conexões entre o efeito e o agente causal. Segundo ele, “os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa”. Acrescenta que “segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma”. Uma década depois, em entrevista a programa de televisão, Chico Xavier ampliaria nossa compreensão dizendo: -“O suicídio, para aqueles que conhecem a importância da vida, impõe um complexo culposo muito grande nas consciências. Então, em suicidando, demandamos o além com a lesão das estruturas do corpo físico. De forma que, se damos um tiro no crânio, conforme a região que o projétil atravessa, sofremos no além as lesões consequentes. São Espíritos doentes, os espíritos enfermiços que recebem carinho especial dos Protetores Espirituais. Mas o problema está dentro de nós e, na hora de voltar à Terra, pedimos para assumir as dificuldades inerentes às nossas culpas. Assim, se a bala atravessou o centro da fala, naturalmente vamos retomar o corpo físico em condições de mudez. se atravessa o centro da visão, vamos renascer com processo de cegueira; se nos precipitamos de alturas e aniquilamos o equilíbrio de nossas estruturas espirituais, vamos voltar com determinadas moléstias que afetam o nosso equilíbrio; quando nos envenenamos, quando envenenamos as nossas vísceras, somos candidatos; quando voltamos à Terra, ao câncer nos primeiros dias de infância, ao problema de fluidos comburentes que criam desequilíbrio no campo celular.




Uma ouvinte veio comentar sobre o crime ocorrido em São Paulo contra a menina Izabela Nardoni, anos atrás. Ela se diz muito chocada com o que aconteceu e acredita que todas as mães, principalmente as mães que têm filhas nessa idade, devem estar sentindo o mesmo... Mas ela tem medo de que não se faça justiça e que o criminoso saia impune.


Não há dúvida, de que um fato dessa natureza causa uma grande comoção na sociedade. Crimes não deveriam existir; mas existem. Sempre existiram e, com toda certeza, esse também não será o último: infelizmente é a condição humana, ainda distante do elevado ideal de Jesus, que ensina o amor, até mesmo, pelos inimigos. Quanto mais para uma criança indefesa!... Uma criança deveria ser sempre um motivo de alegria e de esperança para todos.... E quem cometeu esse crime também já foi criança...


No entanto, precisamos reconhecer que a mídia explora em demasia e de maneira espetacular acontecimentos tão tristes como esse, dá-lhe uma dimensão assustadora, porque, de tanto insistir na cobertura dos fatos – a todo momento - mexe em demasia com o sentimento do povo, a ponto de torturá-lo com abusada insistência. Não estamos querendo diminuir a gravidade do fato, mas alertando (principalmente os pais) para não se deixarem envolver por uma comoção doentia, que pode embotar a razão e gerar revolta e, até mesmo, descrença no ser humano e na vida. A pior condição, que o homem pode chegar, é perder a esperança e desacreditar da vida e de Deus.


Os crimes bárbaros - crimes com requintes de crueldade ( os chamados crimes hediondos) sempre existiram e , no passado, muito mais do que hoje. Acontece que, no passado mais distante, não tínhamos os meios de comunicação de que hoje dispomos. Quando não tínhamos rádio nem televisão, a notícia caminhava muito devagar e, quando chegava, o fato já tinha ocorrido há tempos e não causava mais tanta comoção. Hoje, porém, com a facilidade de comunicação, ele é visto imediatamente e repetido a toda hora, nos mínimos detalhes, explorado de todos os ângulos possíveis, porque, para o jornalismo, a notícia que causa impacto e comoção é sempre a melhor notícia.


Precisamos estar atentos. Um crime é sempre uma ameaça para a sociedade e quando ele causa comoção social, então, adquire uma dimensão ainda maior. Entretanto, ele precisa ser apurado, com equilíbrio, com tranqüilidade, sem traumas e sem coações, que são as condições ideais para se chegar serenamente à verdade. Para isso, há necessidade de tempo: as coisas não se resolvem de uma hora para outra. O crime é grave, mas é grave também acusar e condenar um inocente. Daí a seriedade e a delicadeza da apuração. Um dos princípios do direito é de que é mais grave condenar um inocente do que absolver um criminoso.


É por isso que tudo dever ser feito com a máxima cautela, evitando o açodamento da imprensa e, mais que isso, a curiosidade popular, que mais prejudica que ajuda. Além do mais, sabemos que uma coisa é a justiça humana e outra a justiça divina. A verdade verdadeira, por melhor a investigação dos fatos, nunca se mostra clara e precisa. Mas a justiça divina é infalível. Pode o homem safar-se de responsabilidades, conseguir absolvição por meio de artifícios da própria lei, mas jamais conseguirá enganar-se a si próprio e muito menos a Deus.


Por isso, Jesus sempre se mostrou sereno e calmo. Sua condenação injusta e seu martírio foram uma vitória momentânea para os inimigos, e ele sabia disso. Todavia, não se exaltou; permaneceu confiante, sabendo que a verdadeira justiça não está nas mãos do homem, e que cada um de nós vai se encontrar consigo mesmo, diante de sua consciência, para dizer se é culpado ou inocente. Logo, prezada ouvinte, devemos aguardar, sem precipitação, sem ansiedade, confiando em Deus e orando pelos implicados, poupando-nos diante dessa avalanche de notícias e comentários que, as mais das vezes, só provocam desconforto e inquietação em nossa mente.


Certa ocasião, durante um programa de TV, o apresentador ouviu um grupo de artistas sobre pena de morte. A maioria, ainda sob grande comoção, porque uma atriz fora assassinada, disse que era a favor da pena de morte. Contudo, quando o apresentador voltou a perguntar a cada um deles, se o criminoso fosse um familiar querido (um irmão, por exemplo), se eles o defenderiam, mudaram imediatamente de opinião. Pense nisso.



terça-feira, 24 de maio de 2022

A RESPOSTA AO PRINCIPE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Os regimes Monárquicos ainda prevaleciam, sobretudo na Europa, e, um ano após ter iniciado a publicação da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec abre o número de janeiro de 1859, reproduzindo a íntegra de uma carta dirigida a um Príncipe que lhe escrevera solicitando alguns esclarecimentos sobre informações veiculadas pelo Espiritismo apresentado ao publico meses antes, através d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Precedendo as respostas as 5 perguntas recebidas, Kardec alinha alguns pontos considerados por ele como fundamentais para esclarecer algumas outras dúvidas: 1- Fora do mundo corpóreo visível, existem seres invisíveis, que constituem o Mundo dos Espíritos. 2- Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas dos que viveram na Terra, ou em outras esferas, e que se despojaram de seus invólucros materiais. 3- Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Consequentemente, há-os bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos e mentirosos, velhacos e hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, assim como os há em tudo muito superiores, que não procuram senão fazer o Bem. Esta distinção é ponto capital. 4- Os Espíritos rodeiam-nos incessantemente. Malgrado nosso, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, assim influindo sobre os acontecimentos e sobre os destinos da Humanidade. 5- Os Espíritos por vezes denotam sua presença por meio de efeitos materiais. Esses efeitos, nada tem de sobrenatural: só nos parecem tal porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, os efeitos entram na categoria dos fenômenos naturais. É que Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e movê-los sem o concurso dos nossos agentes externos. Negar a existência de agentes desconhecidos, pelo simples fato de que não os compreendemos, seria traçar limites ao poder de Deus e crer que a Natureza nos tenha dito sua ultima palavra. 6- Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa pelo simples fato de que é desconhecida. 7- Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando vemos as peças do aparelho telegráfico produzirem sinais que correspondem ao pensamento, não concluímos que elas sejam inteligentes, mas são movidas por uma inteligência. Dá-se o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não for a nossa, evidentemente independe de nós. 8- Nos fenômenos das ciências naturais agimos sobre a matéria inerte e a manejamos à nossa vontade. Nos fenômenos espíritas agimos sobre inteligências que dispõem do livre arbítrio e não se submetem à nossa vontade. Há, pois, entre os fenômenos comuns e os fenômenos espirituais uma diferença radical quanto ao princípio. Eis porque a ciência vulgar é incompetente para os julgar. 9- O Espírito encarnado tem dois envoltórios: um material, que é o corpo, outro semi-material e indestrutível, que é o períspirito. Deixando o primeiro, conserva o segundo, que constitui uma espécie de segundo corpo, mas de propriedades essencialmente diferentes. Em estado normal é-nos invisível, mas pode tornar-se momentaneamente visível e mesmo tangível: tala causa do fenômeno das aparições. 10- Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, com existência própria, que pensam e agem em virtude de seu livre arbítrio. Estão por toda parte, em volta de nós. Povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento. 11- Os homens podem entrar em relação com os Espíritos e receber comunicações diretas pela escrita, pela palavra ou por outros meios. Estando ao nosso lado, ou podendo vir ao nosso apelo, é possível, por certos meios, estabelecer comunicações frequentes com os Espíritos, assim como um cego pode fazê-lo com as pessoas que ele não vê. 12- Certas pessoas são mais dotadas que outras de uma aptidão especial para transmitir comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um interprete; é um instrumento de que se serve o Espírito; esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, donde as comunicações mais ou menos fáceis. 13- As comunicações tanto podem provir de Espíritos inferiores quanto de superiores. 14- Todos nós temos um Espírito familiar, que se liga a nós desde o nascimento, que nos guia, aconselha e protege. 15- Além do Espírito familiar há outros que atraímos graças à sua simpatia por nossas qualidades e defeitos ou em virtude de antigas afeições terrenas.



Na revista “Seleções” do mês de abril de 2008, página 154, no artigo “Cura à Distância”, diz que rezar por uma pessoa, que está doente, realmente funciona, de acordo com pesquisa da Universidade Estadual do Arizona. Então, eu pergunto: “o contrário também funciona? Alguém, com pensamentos rancorosos, invejosos, etc., pode nos prejudicar? O que devemos fazer para receber melhor os bons pensamentos, de cura e evitar pensamentos ruins, de inveja, etc. (ANA ROSA PINHEIRO GONÇALVES)


De fato, experiências têm sido feito nesse sentido, Ana Rosa; inclusive aqui, na Universidade de Brasília, conforme a imprensa noticiou meses atrás.. Neste sentido, foi feito o seguinte experimento: os pesquisadores dividiram pacientes crônicos em dois grupos – um que receberia a oração e outro não. Entretanto, nenhum paciente sabia o que estava acontecendo; portanto, os pacientes não foram informados de nada. Um grupo de pessoas religiosas, acostumadas à oração, foi encarregado de fazer a prece em determinados horários e dias em favor dos pacientes. Depois de certo tempo, os pacientes foram reavaliados e verificou-se que o grupo, que recebeu prece, teve uma reação significativamente melhor do que aquele que não recebeu.


André Luiz, na obra “Mecanismos da Mediunidade”, psicografada por Chico Xavier, afirma que o pensamento ainda é matéria. Não essa matéria comum, que conhecemos, mas um tipo de uma substância fluídica muito tênue ( semelhante às ondas eletromagnéticas do rádio e televisão), que se propaga no espaço, formando em torno das pessoas uma espécie de atmosfera mental, que André Luiz dá o nome de psicosfera. Cada um de nós tem a sua própria psicosfera, ou seja, um campo formado pela matéria de seus pensamentos ( ou seja, pelo que a pessoa costuma pensar e sentir no seu dia-a-dia).


Quem cultiva um padrão mais elevado de pensamento tem mais condições tanto de fazer quanto de receber o bem e suas preces são mais poderosas nesse sentido. Quem tem pensamentos de baixo padrão moral, tem mais chances de fazer ou de receber o mal pelo pensamento. Acontece que é esse campo mental ou psicosfera ( de que fala André Luiz) que favorece a presença de Espíritos bem ou mal intencionados, que são para ele atraídos, dependendo do padrão de pensamento que a pessoa costuma emitir.


O campo mental, que cada pessoa cria com seus pensamentos, portanto, seleciona o tipo de pensamento que nos enviam, e nisso está a condição para merecermos boas preces ou maus pensamentos. Logo, se alguém nos manda sentimentos elevados, votos de saúde ou desejos de melhora, se estivermos abertos para isso, com certeza, vamos receber, e esses pensamentos vão nos favorecer de alguma forma. Não quer dizer que eles, por si somente, vão resolver nossos problemas, mas certamente vão nos ajudar. O que determina o padrão de pensamento de uma pessoa é o tipo de vida que ela leva, pois as nossas atitudes e atos refletem, no dia-a-dia, o que nós pensamos.


Explicando a experiência com os pacientes, podemos dizer que, no caso de uma pessoa doente, devemos considerar que ela está mais protegida pelos seus próprios pensamentos que, nesses momentos, são sempre mais contidos e mais puros. Daí porque um grupo de paciente de um hospital é mais sensível às preces do que um grupo de pessoas saudáveis. Mas a resposta final, Ana Rosa, é que, no caso de pensamento negativo, o mal vai atingir com mais facilidade quem têm um campo mental povoado de idéias e sentimentos negativos, como ódio, e inveja, e impulsos de hostilidade contra o próximo.