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domingo, 31 de maio de 2015

BEM DIFERENTE DO QUE SE PENSA



-“Os Espíritos se desmaterializam à medida que se elevam e depuram. Só nos Planos Inferiores é que a encarnação é material. Para os Espíritos Superiores não há mais encarnação material e, consequentemente, não há procriação, pois esta é pelo corpo e não pelo Espírito. Uma afeição pura é, pois o único objetivo da união e, por isto mesmo, ao contrário do que se dá na Terra, não necessita da sanção dos funcionários ministeriais”. O comentário faz parte de uma apreciação de Allan Kardec ao final de matéria incluída na REVISTA ESPÌRITA de julho de 1862 reproduzindo um diálogo havido através de uma médium identificada como Sra H..., na cidade de Bordeaux, em 15 de fevereiro daquele ano. O foco principal: a União Simpática das Almas. Na verdade, apenas duas questões. A primeira sobre uma possível união definitiva entre dois seres e, a segunda, sobre se aqueles que se unem se reconheceriam em novas e felizes existências. A entidade comunicante, sobre a primeira indagação diz que “os que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar as suas faltas, reencontram-se, a princípio, no Mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, podendo deixar o Mundo Espiritual na mesma ocasião, reencarnar-se nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns terão pedido pera serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e que terão a felicidade de dirigir no bom caminho. Outros, pedido para se unirem pelo casamento”. Acrescenta que “no tocante às nossas secretas aspirações, essa misteriosa necessidade irresistível de amor, de amar longamente, de amar sempre, não foram colocadas por Deus nos nossos corações, senão porque a promessa do futuro nos permitia essas doces esperanças. Deus não nos fará experimentar as dores da decepção. Nossos corações querem a felicidade e não batem senão por afeições puras e a recompensa será a perfeita realização de nossos sonhos de amor”. Quanto à identificação dos que se amam em existências novas e felizes, diz que “assim como na Terra dois amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na sociedade e se buscam mais do que se suas relações apenas datassem de alguns dias, também os Espíritos que merecem o inapreciável favor de se unirem nos Mundos Superiores são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo encontro que corresponde aos seus olhos mais caros. Os mundos colocados acima da Terra na escala da perfeição são cumulados de todos os favores que possam contribuir para a felicidade perfeita dos seres que os habitam: o passado não lhes é oculto porque a lembrança de seus sofrimentos antigos, de seus erros resgatados à custa de muitos males, e a lembrança, ainda mais viva, de suas afeições sinceras, lhes fazem achar mil vezes mais doce essa nova vida e os protegem contra faltas a que, talvez, pudessem ser arrastados por uns restos de fraqueza. Esses mundos são para o homem o paraíso terrestre, destinado a conduzi-los ao paraíso Divino”. As explicações do Espírito suscitam a lembrança da informação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS nas questões 200 e 202 tratando do sexo nos Espíritos caracterizados apenas circunstancialmente na morfologia masculina ou feminina, visto que o sexo como o entendemos,  existe como uma necessidade da preservação da espécie humana. Assim sendo, as diferenças aparentes desaparecerão com a evolução, sugerindo que as românticas visões de almas gêmeas, metades eternas, etc, sustentam teorias e teses durante uma etapa no processo evolutivo. Avaliando as opiniões manifestadas, Allan Kardec lembra que “como leis, as únicas imutáveis são as Leis Divinas. Mas as Leis humanas, devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos, ao clima, ao grau de civilização, são essencialmente mutáveis, e seria mau se assim não o fossem; e que os povos estejam presos à mesma regra que regiam os nossos antepassados. Assim, se as leis mudaram deles até nós, como não chegamos à perfeição, elas deverão mudar de nós até nossos descendentes. No momento em que é feita, toda lei tem a sua razão de ser e sua utilidade. Mas pode dar-se que, sendo boa hoje, não o seja amanhã. No estado dos nossos costumes, de nossas exigências sociais, o casamento necessita ser regulado pela lei, e a prova que esta lei não é absoluta é que não é a mesma para todos os países civilizados. É, então, permitido pensar que nos mundos superiores, onde não há os mesmos interesses materiais a salvaguardar, onde não existe o mal, isto é, onde os Espíritos maus são excluídos da encarnação, onde consequentemente, as uniões resultam da simpatia e não do cálculo, as condições devam ser diferentes. Mas aquilo que é bom para eles, poderia ser mau para nós”.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

LIGAÇÃO DE MILÊNIOS

Um simples esbarrão acidental ocorrido numa avenida de Belo Horizonte, na verdade, reativou a ligação de dois Espíritos que compartilharam inúmeras experiências ao longo de várias reencarnações. De um lado, um homem abatido pela perda de sua jovem esposa vinte e um dias antes. De outro, um médium de 36 anos, preso a difíceis compromissos familiares, sociais e econômicos apesar de ostentar um currículo de 28 livros publicados, organizados com produções de Espíritos desencarnados, alguns dos quais celebridades no meio literário luso-brasileiro. Seria o início de uma amizade nesta vida que se manteria firme até o ano de 1958, quando o médium atingido por mais uma das insidiosas perseguições contra ele movidas, se viu obrigado a transferir às pressas seu domicílio para a região do chamado Triângulo Mineiro, mais especificamente para a cidade de Uberaba. O viúvo chamado Arnaldo Rocha e o médium, Chico Xavier. Inexplicavelmente dominado por indizível emoção, reconhecendo naquele homem simples, modestamente trajado, o personagem de uma tendenciosa e maldosa reportagem publicada pela revista de maior circulação na época, não conseguiu articular palavra, fenômeno, por sinal, comum nas narrativas feitas por pessoas que se aproximaram de Chico um dia. Em contrapartida, ouviu daquele com quem se chocara: -“Escute, Naldinho... Não é assim que Meimei lhe falava? Ela está aqui, conosco, radiante de alegria pelos seus vinte e quatro janeiros, ou melhor, ela diz vinte e quatro primaveras de amor.! Hoje não seria o dia de seu aniversário? Deixe-me ver o retrato dela, guardado em sua carteira”. Assustado diante do que ouviu, visto que nada falara ao desconhecido ao não ser um pedido de desculpas, inda chorando, suando frio, mostrou-lhe a fotografia, que segura delicadamente, revelou lágrimas nos seus olhos, seguido de um sorriso reconfortante e das seguintes palavras: -“Nossa querida princesa Meimei que muito lhe falar. É hoje, em comemoração ao seu aniversário; podíamos fazer uma prece. Vamos à casa de Geraldo”. O que sucederia a partir dali resultou em páginas belíssimas no livro da vida tanto de um quanto de outro. No centro, o Espírito Meimei, na verdade Irma de Castro, desencarnada no auge de sua juventude em consequência de uma nefrite crônica que a acompanhou grande parte da existência recém  terminada.  Ao longo das décadas que se seguiriam inúmeras paginas Meimei verteu através da mediunidade do amigo de muitas vidas, celebrando Natais, Dias das Mães, entre outras datas comemorativas, além de revelações importantes. Meimei é personagem do livro AVE CRISTO, (feb,1953) escrito pelo Espírito Emmanuel, onde tinha o nome Blandina, filha única de Taciano, que não era outro senão o próprio marido Arnaldo Rocha do século XX. Blandina, por sinal, a responsável por núcleo de assistência a crianças recém-desencarnadas descrito no livro do Espírito André Luiz, ENTRE A TERRA E O CÉU (1954, feb). Além de mensagens incluídas obras de Autores Diversos, quase uma dezena produzida por Meimei, faz parte do acervo de mais de quatro centenas de obras publicadas com material materializado em nosso Plano, graças ao impecável trabalho de Chico Xavier. Dentre os inspiradores textos da iluminada Entidade Espiritual, destacamos para sua avaliação a intitulada ESCOLA DA BÊNÇÃO:

- Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção de amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e usastes comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana, sai de ti mesmo e busca na caridade, a escola da bênção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contato daqueles que leem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos que sonham com a alegria de se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicando um momento de alívio, os que choram mutilações trazidas do berço e os que vacilam, desorientados, na noite total da loucura...
Verte-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:

- Obrigado, meu Deus!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

TRÍADES - INTERESSANTE MÉTODO DE APRENDIZAGEM

Em artigo estabelecendo uma correlação entre o Druidismo e o Espiritismo, publicado no número de abril de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec argumenta que os Druidas tinham uma predileção particular pelo número três e o empregavam especialmente, como mostram a maioria dos monumentos gauleses, para a transmissão de suas lições que, mediante esse corte preciso, mais facilmente era gravada na memória”. Realmente é muito interessante a formulação de conceitos através das chamadas Tríades, como reproduzido na matéria em que Kardec emite a referida avaliação há pouco citada. Os exemplos selecionados por ele incluem algumas Tríades sobre DEUS E O UNIVERSO, OS TRÊS CÍRCULOS e O CIRCULO DE ABRED, embora a literatura dos bardos – pessoas encarregadas de transmitir conhecimentos de forma oral através de poemas cantados, o equivalente aos chamados trovadores da história - tenha propagado enorme quantidade de aforismos do mesmo gênero, relativos a todos os ramos do saber humano como Ciências, História, Moral, Direito, Poesia, entre outros. Vejamos alguns exemplos de como são facilmente assimiláveis conceitos através das chamadas Tríades: DEUS E O UNIVERSO1 - Há três unidades primitivas e de cada uma delas não podia existir mais que uma: um Deus, uma Verdade e um Ponto de Liberdade, isto é, o ponto onde se encontra o equilíbrio de toda posição. 2- Três coisas procedem das três unidades primitivas: toda vida, todo Bem e todo poder. 3- Deus é, necessariamente, três coisas: a maior parte da vida, a maior parte de ciência e a maior parte do poder; e de cada coisa não poderia haver parte maior. 4- Três coisas Deus não poderia deixar de ser: o que deve constituir o Bem perfeito, o que deve querer o Bem perfeito e o que deve realizar o Bem perfeito. 5- Três garantias do que Deus faz e fará: seu poder infinito, sua sabedoria infinita, seu amor infinito; pois não há nada que não possa ser efetuado, que não possa tornar-se verdadeiro e que não possa ser desejado por atributo.(...) OS TRÊS CÍRCULOS - 12- Há três círculos de existência: o círculo da região vazia (CEGANT) – exceto Deus – não há nada vivo nem morto e nenhum Ser que Deus não possa atravessar; o círculo da migração (ABRED) onde todo Ser animado procede da morte, que o homem atravessou; e o círculo da felicidade (GWINFYD), onde todo Ser animado procede da vida, que o homem atravessará no Céu. 13- Três estados sucessivos dos Seres animados: o estado de humilhação no abismo ANUNF, o estado de liberdade na Humanidade e o estado de felicidade no Céu. 14- Três fases necessárias de toda existência em relação à vida: o começo em ANNOUNF, a transmigração em ABRED e a plenitude em GWYNFID; e, sem estas três coisas, nada pode existir, exceto Deus.(...) O CÍRCULO ABRED – 15 - Três coisas necessárias no círculo de ABRED: o menor grau possível de toda vida e, daí, o seu começo; a matéria de todas as coisas e, daí, o crescimento progressivo, o qual não se realiza no estado de carência; e a formação de todas as coisas da morte e, daí, a debilidade das existências. 16 – Três coisas das quais todo Ser vivo participa necessariamente, pela justiça de Deus: o socorro de Deus em ABRED, porque sem isto ninguém poderia conhecer coisa alguma; o privilégio de participar do amor de Deus; e o acordo com Deus quanto à realização pelo poder de Deus, enquanto for justo e misericordioso. 17- Três causas da necessidade do círculo de ABRED: o desenvolvimento da substância material de todo Ser animado; o desenvolvimento de todas as coisas; e o desenvolvimento da força moral para superar todo contrário e a CYTHRÔL (o mau Espírito) e para libertar-se de DRUG (o mal). E sem esta transição de cada estado de vida, não poderia haver nele a realização de nenhum Ser. Em meio à suas análises comparativas, Alan Kardec comenta: -“Por meio de que conduta a alma realmente se eleva nesta vida e merece, após a morte, alcançar um modo superior de existência? A resposta dada a esta pergunta pelo Cristianismo é de todos conhecida: é com a condição de destruir em si o egoísmo e o orgulho, de desenvolver no íntimo de sua substância as forças da humildade e da caridade, únicas eficazes e meritórias aos olhos de Deus: Bem aventurados os mansos, diz o Evangelho; bem aventurados os humildes. A resposta do Druidismo é bem diversa e contrasta claramente com esta última. Conforme suas lições, a alma eleva-se na escala das existências, com a condição de, pelo trabalho sobre si mesma, fortificar a própria personalidade. E este resultado ela o obtém naturalmente, pelo desenvolvimento da força de caráter, aliada ao desenvolvimento do saber.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

ATUALÍSSIMO

Em comentário aparentemente irônico, Chico Xavier disse ter ouvido de representante de outra escola religiosa, que “os espíritas haviam conseguido um prodígio: -Tornarem-se inimigos íntimos”. Uma análise superficial que seja a respeito das atividades de instituições que nasceram e trabalham em nome do Espiritismo, confirmará a assertiva feita ao médium mineiro. Em mais de um século e meio de atividades desenvolvidas, especialmente em terras brasileiras, acentuadas após as aparições de Chico Xavier nos dois programas PINGA FOGO, da extinta TV Tupi, segundo dizem os Espíritos que orientam as atividades de disseminação dos princípios espíritas,  também é grande o número daqueles “que faliram nas missões da mediunidade e da doutrinação”. A constatação não é de hoje, pois, André Luiz, reproduzindo no livro OS MENSAGEIROS, (1944, feb), o parecer de uma das Entidades dedicadas aos esforços da comunicação espiritual em nossa Dimensão, já alertava para a contraditória realidade. Segundo ele, “as transições essenciais da existência na Terra encontram a maioria dos homens absolutamente distraídos das realidades eternas. A mente humana abre-se, cada vez mais, para o contato com as expressões invisíveis, dentro das quais funciona e se movimenta. Isto é uma fatalidade evolutiva. Toda expressão religiosa é sagrada, todo movimento superior de educação espiritual é santo em si mesmo. Sacerdotes e intérpretes dos núcleos organizados da religião e da filosofia, não percebem ainda que o espírito da Revelação é progressivo, como a alma do homem. As concepções religiosas se elevam com a mente da criatura. Muitas Igrejas não compreendem, por enquanto, que não devemos espalhar a crença nos tormentos eternos para os desventurados, e sim a certeza de que há homens infernais criando infernos para si mesmos. Não podemos, porém, perder tempo no exame da teimosia alheia. Temos serviços complexos e dilatados. (...).  A Humanidade terrena aproxima-se, dia a dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Mas, segundo reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimento evolutivos.  E os mais angustiosos conflitos se verificam no sendal humano. A Ciência progride vertiginosamente no planeta e, no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições da alma. Os jornais do mundo estão cheios de notícias maravilhosas, quanto ao progresso material. Segredos sublimes da Natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar; mas a estatística dos crimes humanos é espantosa. Os assassínios da guerra apresentam requintes de perversidade muito além dos que foram conhecidos em épocas anteriores. Os homicídios, os suicídios, as tragédias conjugais, os desastres do sentimento, as greves, os impulsos revolucionários da indisciplina, a sede de experimentação inferior, a inquietação sexual, as moléstias desconhecidas, a loucura, invadem os lares humanos. Não existe em país algum, preparação espiritual bastante para o conforto físico. Entretanto, esse conforto tende a aumentar naturalmente. O homem dominará, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo. Atendido, porém, o corpo revelará as necessidades da alma e vemos agora a criatura terrestre assoberbada de problemas graves não só pelas deficiências de si própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios do Eterno. Não podemos, no entanto, circunscrever apreciações,  na visão unilateral do problema. Concordamos que a reverência

ao Pai, a fé e a vontade são expressões básicas da realização divina no homem, mas não podemos esquecer que o trabalho é necessidade fundamental de cada espírito. Que outros irmãos nossos perseverem, tão somente, nas especulações teológicas; encaremos, porém, os serviços do Senhor, como se faz indispensável. A Humanidade terrena, atualmente, é como um grande organismo coletivo, cujas células, que são as personalidades humanas se envolvem no desequilíbrio entre si, em processo mundial de reajustamento e redenção. Quantos cooperam conosco, veem a extensão dos cipoais em que se debate a mente humana. Criminosos agarram-se a criminosos, doentes associam-se a doentes. Precisamos oferecer, no mundo, os instrumentos adequados às retificações espirituais, habilitando nossos irmãos encarnados a um maior entendimento do Espírito do Cristo”. No sentido de refletirmos sobre o papel desempenhado por nós mesmos nesse momento crucial na fase de transição para novo Ciclo Evolutivo, deixou-nos um alerta: -“Para consegui-lo, todavia, necessitamos de colaboradores fiéis, que não cogitem de condições, compensações e discussões, mas que se interessem pela sublimidade do sacrifício e de renuncia com o Senhor”.

sábado, 23 de maio de 2015

O LENTO, CÍCLICO E ADMINISTRADO PROCESSO DE EVOLUÇÃO

Quando o Orientador Espiritual Emmanuel respondeu ao médium Chico Xavier que “do último quartel do século 19 para cá (1965), de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil, para dar corpo às ideias da Doutrina Espírita e fixarem os valores da reencarnação”, estava sugerindo que para que o segundo propósito dessa transferência em massa fosse alcançado contava com ideias incorporadas às estruturas mentais desses Espíritos, que, como se sabe, são remanescentes daqueles que animaram a grande comunidade Celta ou Gaulesa que deu origem, segundo historiadores, à França, Bélgica e Itália. No número de abril de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec desenvolve interessantes argumentos sobre as conexões entre Espiritismo e o Druidismo praticado por aquele povo, reproduzindo interessante texto de autoria desconhecida que confirma sua suposição. Afirma Kardecsaber-se, com efeito que a Gália é, ainda em nossos dias, o mais fiel asilo da nacionalidade gaulesa que, entre nós, sofreu profundas modificações. Apenas roçada pela dominação romana, que nela se deteve pouco tempo e fracamente; preservada da invasão dos bárbaros pela energia de seus habitantes e pelas dificuldades de seu território; submetida, mas tarde, à dinastia normanda, a qual, entretanto, se viu obrigada a lhe deixar um certo grau de independência, o nome de Galles – Gallia, que sempre conservou, é um traço distintivo, pelo qual se liga, sem descontinuidade, no período antigo. A língua kymrica, fala outrora em toda parte setentrional da Gália, jamais deixou de ser usada; muitos costumes são igualmente gauleses. De todas as influências estranhas, a única que logrou um triunfo completo foi o Cristianismo. Mas não o conseguiu sem grandes dificuldades, relativamente à supremacia da Igreja Romana, cuja reforma, no século XVI não fez mais que determinar a sua queda, há muito preparada, nessas regiões cheias de um sentimento de indefectível independência. Pode-se mesmo dizer que, convertendo-se ao Cristianismo, os druidas não se extinguiram totalmente na Gália, como na nossa Bretanha e em outras regiões de sangue gaulês”. Argumentando que  “os temas desenvolvidos nas tríades, estão mesmo tão completamente fora do Cristianismo que as raras influências cristãs que aqui e ali se infiltraram no seu conjunto, logo à primeira vista se distinguem do fundo primitivo. Os Druidas tinham uma predileção particular pelo número três e o empregavam especialmente, como mostram a maioria dos monumentos gauleses, para a transmissão de suas lições que, mediante esse corte preciso, mais facilmente era gravada na memória. (...). Desta série de tríades, as onze primeiras são consagradas à exposição dos atributos característicos da Divindade. É obvio que nesta seção as influências cristãs, como era fácil de prever, tivessem ação maior. Se não se pode negar que o Druidismo tenha conhecido o princípio da unidade de Deus, talvez por sua mesma predileção pelo número ternário se tenha elevado a conceber, de certo modo confuso, algo como a divina Trindade. É contudo incontestável que o que completa esta alta concepção teológica – a saber, a distinção das pessoas e, particularmente, da terceira, - ficou completamente estranho a essa antiga religião. Tudo conduz à prova de que seus antigos sectários se preocupavam muito mais em fundar a liberdade do homem do que a caridade. E foi mesmo consequência dessa falsa posição do ponto de partida que ela pereceu. Também parece razoável referir a uma influência cristã, mais ou menos determinada, todo esse exórdio, principalmente a partir da quinta tríade. Em seguida aos princípios gerais relativos à natureza de Deus, passa o texto a expor a constituição do Universo. O conjunto dessa constituição é formulado superiormente em três tríades que, mostrando ser particular numa ordem absolutamente diferente daquela de Deus, completam a ideia que deve ser feita do Ser único e imutável. Sob fórmulas mais explícitas estas tríades mais não fazem, entretanto, que reproduzir aquilo que já era sabido, pelo testemunho dos Antigos, sobre a doutrina da circulação das almas passando alternadamente, da vida à morte e da morte à vida

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A ILUSÃO DAS APARÊNCIAS

As chamadas reuniões de tratamento da obsessão poderão se constituir em fonte inesgotável de confirmação dos Princípios da Reencarnação, bem como dos mecanismos do instrumento que os regula que é a Lei de Causa e Efeito. Excetuando-se os casos preservados pelos excelentes livros NOVOS RUMOS A MEDICINA e A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO, organizados pelo médico Inácio Ferreira que, ao longo de cinquenta anos, dirigiu o pioneiro Sanatório Espirita de Uberaba (MG), inexistem outros estudos associando os transtornos mentais patológicos e obsessivos – como proposto por Allan Kardec -, e, os equívocos do passado dos envolvidos. Um incalculável desperdício, pois, nos tratamentos desenvolvidos em função desses trabalhos, surpreendentes revelações surgem.  O caso do Espírito Joaquim tratado no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), enquadra-se na situação. Segundo o dirigente encarnado dos trabalhos ali realizados em favor da desobsessão, a entidade manifestou-se numa das reuniões através do médium Chico Xavier, revoltada e infeliz. Dizia-se molestado por fortes jatos de água fria, alegando estar sendo dissecado vivo numa aula de anatomia numa Faculdade de Medicina. Afirmava sentir pavoroso sofrimento, repetindo, a cada passo, entre lágrimas: -“Como é possível aplicar semelhante procedimento a um homem vivo? Não há justiça na Terra?”. Meses depois, retornaria, segundo ele, para trazer ao grupo notícias suas. Na comunicação preservada em um gravador disponibilizado por admirador daquelas tarefas e depois transcrita, Joaquim conta o seguinte: -“Minha derradeira máscara física era a de um pobre homem, que tombou na via pública, num insulto cataléptico. Tão pobre que ninguém lhe reclamou o suposto cadáver. Conduzido à laje úmida, não consegui falar e nem var, contudo, não obstante a inércia, meus sentidos da audição e do olfato, tanto quanto a noção de mim mesmo, estavam vigilante. Impossível para mim descrever-nos o que significa o pavor de um morto-vivo. Depois de muitas horas de expectação e agonia moral, carregaram-me seminu para a câmara fria. Suportei o ar gelado, gritando intimamente sem que a minha boca hirta obedecesse. Não posso enumerar as horas de aflição que me pareceram intermináveis. Após algum tempo, fui transportado para certo recinto, em que grande turma de jovens me cercou, em animada conversação que primava pela indiferença à minha dor. Inutilmente procurei reagir. Achava-me cego, mudo, paralítico... Assinalava, porém, as frases irreverentes em torno e conseguia ajuizar, quanto à posição dos grupos a se dispersarem junto de mim... Mais alguns minutos de espera ansiosa e senti que lâmina afiada me rasgava o abdômen.  Protestei com mais força, no imo de minha alma, no entanto, minha língua jazia imóvel. Tolerando padecimentos inenarráveis, observei que me abriam o tórax e me arrebatavam o coração para estudo. Em seguida, um hoque no crânio para a trepanação fez-me perder a noção de mim mesmo e desprendi-me, enfim, daquele fardo de carne viva e inerte, fugindo horrorizado qual se fora um cão hidrófobo, sem rumo... Não tenho palavras para expressar a perturbação a que me reduzira. E, até agora, não sou capaz de imaginar, com exatidão, as horas que despendi na correria martirizante. Trazido, porém, à vossa casa, suave calor me requentou o corpo frio. Escutei vossas advertências e orações. E braços piedosos de enfermeiros abnegados conduziram-me de maca a um hospital que funciona como santa retaguarda, além do campo em que sustentais abençoada luta. Banhado em águas balsâmicas, aliviaram-se-me as dores. Transcorridos alguns dias, implorei o favor de vir ao vosso núcleo de prece, solicitando-vos cooperação para que todos os cadáveres, constrangidos aos tormentos da autopsia, recebessem, por misericórdia, o socorro de injeções anestésicas (...). Em resposta, porém, à minha alegação, um de vossos amigos, que considero agora também por meus amigos e benfeitores -, numa simples operação magnética, mergulhou-me no conhecimento da realidade e vi-me, em tempo recuado, envergando o chapéu de um mandarim principal. O rubi simbólico investia-me na posse de larga autoridade. Revi-me, numa noite de festa, determinando que um de meus companheiros, por mero capricho de meu orgulho, fosse lançado em plena nudez num pátio gelado. Ao amanhecer, recomendei lhe furtassem os olhos. Mandei algemá-lo qual se fora um potro selvagem, embora clamasse compaixão. Impassível, ordenei fosse ele esfolado vivo. Depois, quando o infeliz se debatia nas vascas da morte, decidi fosse o seu crânio aberto, antes de entregue aos abutres, em pleno campo. Exigi, ainda, lhe abrissem o abdômen e o tórax. Reclamei-lhe o coração numa bandeja de prata. O toque magnético impusera-me o conhecimento de minha dívida”.

terça-feira, 19 de maio de 2015

O UNIVERSO E A DOUTRINA ESPÍRITA

O Espiritismo bem antes de muitos dos avanços da chamada Ciência ofereceu, através dos conteúdos apresentados por Allan Kardec em suas obras, uma visão avançada considerando os conhecimentos disponíveis na época. A ideia da realidade espiritual anteceder e determinar em vários pontos a em que nós vivemos é uma delas, visto que, como se sabe a Física Quântica através da Teoria das Supercordas, além de afirmar a existência de Universos Paralelos em outras Dimensões, diz que “mesmo que as dimensões ocultas do Espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”.  Na sequência, destacamos alguns pontos interessantes para nossas reflexões: 1- O Universo é ao mesmo tempo um mecanismo incomensurável, acionado por um número incontável de inteligências, e, um imenso governo, no qual cada Ser inteligente tem a sua parte de ação sob as vistas do soberano Senhor, cuja vontade única mantém por toda a parte a unidade. Sob o império dessa vasta potência reguladora, tudo se move, tudo funciona em perfeita ordem”. (G,18:4) 2-  Deus não permite que tudo seja revelado ao homem, aqui na Terra.(LE,17) 3- O véu do mistério das coisas ocultas ao homem se ergue na medida em que ele  evolui, necessitando, porém, para a compreensão de certas coisas, de faculdades que não possui.(LE,18) 4- A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todos os sentidos, não podendo, entretanto, ultrapassar os limites fixados por Deus. (LE,19) 5- Fora da Ciência, se Deus o julgar útil, pode acessar aquilo que ela não consegue alcançar.(LE,20) 6- ESPAÇO - Espaço é o infinito. 7- VAZIO ABSOLUTO - Não existe, nada é vazio. O que é vazio segundo nossas concepções, está ocupado por uma matéria que nos escapa aos nossos sentidos e instrumentos (LE, 36) 8- TEMPO - O tempo é a sucessão das coisas, estando ligado à Eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao Infinito. Apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias. 9- MATÉRIA - Do ponto de vista dos conhecimentos possíveis à inteligência terrena, é aquilo que tem extensão, pode impressionar os sentidos e é impenetrável.  Todavia, segundo a Espiritualidade, existe em estados que não percebemos, podendo ser tão etérea e sutil que não produza impressão nos nossos sentidos, sendo sempre matéria, embora não o seja para nós. 10- ESPÍRITO - É o princípio inteligente do Universo. 11- AS LEIS E AS FORÇAS - “Há um fluido etéreo – fluido cósmico universal - que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe inerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. Essas múltiplas forças, indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, localizadas segundo as massas, diversificadas em seus modos de ação, segundo as circunstâncias e os meios, são conhecidas na Terra sob os nomes de gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa. Os movimentos vibratórios do agente são conhecidos sob os nomes de som, calor, luz, etc.  Em outros mundos, ela se presentam sob outros aspectos, revelam outros caracteres desconhecidos na Terra e, na imensa amplidão dos céus, forças em número infinito se tem desenvolvido numa escala inimaginável, cuja grandeza tão incapazes somos de avaliar, como o é o crustáceo, no fundo do oceano, para apreender a universalidade dos fenômenos terrestres”. (G; 6:10) 12 -“A Natureza jamais se encontra em oposição a si mesma. Uma só é a divisa do brasão do Universo: unidade-variedade”. NAS OBRAS DO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ – 1- “O Universo, a estender-se no Infinito, por milhões e milhões de sóis, é a exteriorização do Pensamento Divino, de cuja essência partilhamos, em nossa condição de raios conscientes da Eterna Sabedoria, dentro do limite de nossa evolução espiritual” (NDM) 2-“O Pai Celeste é Onipresente, através do amor de que satura o Universo. O sentimento divino é a corrente invisível em que se equilibram os mundos e os seres”. (ETC) 3-“O Universo enquadra-se na ordem absoluta. Aves livre em limitados céus, interferimos no Plano Divino, criando para nós prisões e liames, libertação e enriquecimento. (NMM). 4-“A nossa Terra, com todas as esferas de substância ultra-física que a circundam, pode ser considerada qual laranja minúscula, perante o Himalaia, e nós outros, confrontados com a excelsitude dos Espíritos Superiores (...), não passamos, por enquanto, de bactérias, controlados pelo impulso da fome e pelo magnetismo do amor. Entretanto, guindados a singelas culminâncias da inteligência, somos micróbios que sonham com o crescimento próprio para a Eternidade”. (L)






sábado, 16 de maio de 2015

AVALIAÇÃO ACERTADA

-“Em nossa opinião, os maiores embaraços para a expansão do Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física”, respondeu o Espírito Gabriel Delanne em entrevista concedida ao também Espírito André Luiz na cidade de Paris, no dia 20 de agosto de 1965, quando da passagem pela França, dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, numa das duas viagens de intercâmbio por eles realizada entre 1965 e 1966, para conhecer o Espiritualismo praticado nos Estado Unidos da América do Norte e alguns países da Europa, experiência parcialmente reproduzida no livro ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS (1965, feb). Na avaliação, pode também ser enquadrada a tentativa feita pela Espiritualidade dois séculos antes de acender a luz da Verdade Espiritual no obscuro cenário da cultura terrestre, como se depreende de entrevista efetuada em 23 de setembro de 1859, na Sociedade Espírita de Paris, cumprindo compromisso assumido após ser evocação ao final da reunião de 16 de setembro passado, reproduzida por Allan Kardec no número de novembro daquele ano, da REVISTA ESPÍRITA. No foco, um verdadeiro gênio na avaliação convencional dos intelectuais, formado em Engenharia de Minas, cientista, teólogo, político, filósofo e inventor, que viveu 84 anos entre 1688 e 1772. Filho de um bispo luterano, nascido em Estocolmo, na Suécia, aos 56 anos, após um jantar tarde da noite, em Londres, Inglaterra, passou a ter a primeira de uma série de visões com um Espírito que, segundo escreveria, posteriormente, lhe disse: -“Eu sou Deus, o Senhor, Criador e Redentor. Escolhi-te para explicar aos homens o sentido interior e espiritual da Sagrada Escritura. Ditarei o que deves escrever”. Antes de começar a responder as questões pelas quais ali se encontrava, teceu alguns comentários avaliando sua contribuição de um século antes, dizendo que “um século antes pregara o Espiritismo, vendo-se diante de inimigos de todos os gêneros, mas também de fervorosos adeptos”. Acrescentou que “sua moral espírita e sua doutrina não estavam isentas de grandes erros, que hoje reconhecia”. Reconhece que “quando de sua primeira visão já se ocupava das questões teológicas, desejando, de algum modo, as revelações de que foi testemunha, tendo, entretanto, elas ocorrido espontaneamente”. Afirmou que “o Espírito que lhe apareceu dizendo ser Deus, não o era, tendo ele pensado ter dele ouvido isso, por nele ter visto um Ser sobre-humano, sentindo-se lisonjeado com diante da aparição” e, que “o mesmo tomou o nome de Deus para ser melhor obedecido”. Considerava também que o Espírito que o fez escrever coisas que reconhecia hoje errôneas, “não agira com má intenção, pois ele mesmo estava enganado por não ser bastante esclarecido”, entendendo atualmente que as ilusões do seu próprio Espírito e inteligência, o influenciavam, contra sua vontade, e, chamando a atenção para o fato de que “no meio de alguns erros de sistemas, fácil é reconhecer grandes verdades”. A propósito do princípio em sua teoria de existir uma correspondência entre cada coisa do mundo material e cada coisa do mundo moral, respondeu não passar de ficção e, sobre Deus ser o próprio homem, esclareceu que “Deus não é o homem: o homem é que é uma imagem de Deus, representando Deus sobre a Terra pelo poder que exerce sobre toda a Natureza e pelas grandes virtudes que tem o poder de adquirir; não sendo o homem uma parte da Divindade, apenas a sua imagem”. Indagado sobre a forma como eram recebidas suas comunicações por parte dos Espíritos, contou: -“Quando eu estava em silêncio e recolhimento, meu Espírito como que ficava deslumbrado, em êxtase, e eu via claramente uma imagem a minha frente, a qual me falava e ditava o que eu deveria escrever. Por vezes minha imaginação aí se misturava”. Avaliando a contribuição de Swedenborg, Allan Kardec diz: -“Ainda que rendendo justiça ao mérito pessoal de Swedenborg como cientista e como homem de Bem, não nos podemos constituir defensores de doutrinas condenadas pelo mais elementar bom sendo. O que resulta mais claramente conforme o que conhecemos dos fenômenos Espíritas, é a existência de um Mundo Invisível e a possibilidade de nos comunicarmos com ele. Swedenborg gozou de uma faculdade que em seu tempo pareceu sobrenatural. É por isto que admiradores fanáticos o encararam como um Ser excepcional. Em tempos mais remotos ter-lhe-iam levantado altares. Aqueles que não acreditavam nele o consideraram um cérebro exaltado ou um charlatão. Para nós era um médium vidente e um escritor intuitivo, como os há aos milhares”. 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

CONEXÕES

Vinte e quatro anos após o Psiquiatra Brian Weiss surpreender-se com as revelações de uma paciente de nome Catherine a ele encaminhada por colegas de trabalho no Hospital onde respondia pela direção do Departamento de Psiquiatria, na cidade de Miami, nos Estados Unidos da América do Norte, demonstrou o quanto havia aprendido através dos 4 mil pacientes que se sucederam em seu consultório. E, embora ignorando as informações e conteúdos oferecidos pelo Espiritismo, a verdade é que suas pesquisas conduzidas com isenção de preconceitos mostram-se perfeitamente identificadas com a original proposta apresentada mais de um século antes pelo intelectual e educador francês oculto no pseudônimo Allan Kardec. Um dos casos por ele tratados envolvia um empresário emocionalmente instável o que se refletia em problemas da hipertensão; tendo sofrido um ataque do coração, na iminência de ter outro; obeso, fumante, trabalhador compulsivo, avesso à férias, com 52 anos de idade, aparentando 60. Conta que no primeiro enfarto, viveu uma experiência de quase morte em que em se sentindo sair do corpo se viu encaminhando para uma luz azul o que lhe infundiu a consciência de que tudo ficaria bem. Mesmo assim continuava intransigente com as pessoas do trabalho e com sua mulher e filhos. Nos estados alterados de consciência pela hipnose a que se submeteu, numa sessão se viu numa existência como velho estalajadeiro alcóolatra na Idade Média, sete séculos antes, em cidade da Alemanha, às vésperas de desencarnar vitimado por um derrame. Identificou sua esposa atual como filho na vida passada, e sua filha no presente como sua mulher naquela encarnação. Uma das constatações é a de que “as pessoas importantes em nossa vida presente foram importantes em vidas passadas e permanecem conosco”. Tanto n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS quanto em OBRAS PÓSTUMAS, encontram-se afirmações de Allan Kardec sobre essa interligação entre os Seres na sua caminha da evolutiva. Segundo ele, “muitas vezes um indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem juntos para constituir uma família noutra posição social, a fim de apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos”. E, acrescenta: -“Por considerações de ordem mais geral, a criatura renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar”. Outra constatação do Dr Weiss: -“A forma mais provável de reencarnar num grupo de pessoas específico, definido por religião, raça, nacionalidade ou cultura, é odiar essas pessoas numa vida pregressa, ter preconceito ou praticar violência contra esse grupo”. Exemplo disso foi oferecido pelo Espírito Emmanuel, o orientador das tarefas mediúnicas de Chico Xavier, que rememorando existências passadas, no livro HÁ DOIS MIL ANOS, identifica-se como um Senador romano que, como se sabe alimentava ódio pelos dominados judeus e, após sua morte, reencarna como personagem central do livro 50 ANOS DEPOIS, na condição de um escravo judeu reconhecido pelos profundos conhecimentos a respeito da história de Roma. Dentre as experiências do psiquiatra americano, encontra-se a com bem sucedida profissional de pouco mais de trinta anos, mergulhada numa depressão pela recente separação do marido logo após os ataques suicidas de 11 de setembro no World Trade Center, em Nova Iorque. Um sentimento de profunda e obsessiva solidariedade aos judeus e aversão aos árabes. Já na primeira regressão buscando entender seu comportamento atual, viu-se na Segunda Guerra Mundial, como um oficial nazista, membro da S.S., apaixonado por seu trabalho de supervisor do embarque de judeus a quem considera “vermes” nos vagões que vão levá-los a Dachau, para morrer, não sentido nada pelas pessoas que matara durante tentativas de fuga. Quando de sua morte na referida vida, revisando-a sentiu remorso e culpa intensa, o que a trouxe a nova encarnação para confirmar seu aprendizado e recompensar aqueles a que ferira em sua vida germânica. Outra constatação derivada das regressões de vários pacientes por ele tratados: A alternância da condição masculina para a feminina e vice versa. A revelação inclui-se entre as respostas dadas a Allan Kardec nas questões 200 a 202 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, publicado em 1857. Ali, numa nota de rodapé, derivada dos esclarecimentos das Entidades Superiores, descobre-se que “os Espíritos se encarnam homens ou mulheres porque não tem sexo como o entendemos. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhe oferece provas à deveres especiais, além da oportunidade de adquirir experiência. Aqueles que fosse sempre homem não saberia senão o que sabem os homens”.

terça-feira, 12 de maio de 2015

A VOLTA DO MÉDICO

Paulista de Tatuí, o Dr Alberto  Seabra já aos 16 anos, iniciou seus estudos de Medicina, em na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Pioneiro da Homeopatia no Brasil, desencarnou em 1934 após uma intensa vida dedicada à filantropia e às causas humanistas e espiritualistas, tendo deixado importante conjunto de livros sobre a temática.  Na noite de 7 de julho de 1955, marcou presença em reunião do Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), onde, através do médium Chico Xavier, escreveu interessante texto reafirmando suas posições enquanto encarnado. Em sua mensagem, diz o Dr. Seabra: -“Quando os Instrutores da Sabedoria preconizam o estudo, não desejam que o aprendiz se intelectualize em excesso, para a volúpia de humilhar os semelhantes com as cintilações da inteligência, e, quando recomendam a meditação, decerto não nos inclinam à ociosidade ou ao êxtase inútil. Referem-se à necessidade de nosso aprimoramento interior para mais vasta integração com a Luz Infinita, porque o reflexo mental vibra em tudo. Nossa alma pode ser comparada a um espelho vivo com qualidades de absorção e exteriorização. Recolhe a força da vida em ondas de sentimento e emite-as em ondas de pensamento a se expressarem através de palavras e atitudes, exemplos e fatos. Refletimos, assim, constantemente, uns nos outros. É pelo reflexo mental que se estabelece o fenômeno da afinidade, desde os reinos mais simples da Natureza. Vemo-lo nos animais que se acasalam, no mesmo tom de simpatia, tanto quanto nas almas que se reúnem na mesma faixa de entendimento. Quando se consolida a amizade entre um homem e um cão, podemos registrar o reflexo da mente superior da criatura humana sobre a mente fragmentária do Ser inferior, que passa então a viver em regime de cativeiro espontâneo para servir ao dono e condutor, cuja projeção mental exerce sobre ele irresistível fascínio. É desse modo que Espíritos encarnados podem influenciar entidades desencarnadas, e vice-versa, provocando obsessões e perturbações, tanto na esfera carnal como além-túmulo. As almas que partem podem retratar as que ficam, assim como as almas que ficam podem retratar as almas que partem. Quando pranteamos a memória de alguém que nos antecede, aí no mundo, na viagem da morte, atiramos nesse alguém o gelo de nossas lágrimas ou o fogo de nossa tortura, lhe conturbando o coração, toda vez que esse Espírito não for suficientemente forte para sobrepor-se ao nosso infortúnio. E quando alguém se ausenta da carne, carreando aflições e pesares procedentes de nossa conduta, arremessará da vida espiritual sobre nossa alma os dardos magnéticos da lembrança infeliz que conserva a nossa respeito, prejudicando-nos o passo no mundo, caso não estejamos armados de arrependimento para renovar a situação, criando imagens de harmonia restauradora. Em razão disso, convém meditar nos ideais, aspirações, pessoas e coisas que refletimos, porque todos nos subordinamos, pelo reflexo mental, ao fenômeno da conexão. Estamos inevitavelmente ligados a tudo o que nos merece amor. Essa lei é inderrogável em todos os planos do Universo. Os mundos no Espaço refletem os sóis que os atraem, e a célula, quase inabordável no corpo humano, reflete o alimento que lhe garante a vida. Os planetas e os corpúsculos, porém, permanecem escravizados a leis cósmicas e organogênicas irrevogáveis. O Espírito consciente, no entanto, embora submetido às leis que lhe presidem o destino, tem consigo a luz da razão que lhe faculta a escolha. A inteligência humana, encarnada ou desencarnada, pode contribuir, pelo poder da vontade, na educação ou na reeducação de si própria, selecionando os recursos capazes de lhe favorecerem o aperfeiçoamento. A reflexão mental no homem pode, assim, crescer em amplitude e sublimar-se em beleza para absorver em si a projeção do Pensamento Superior. Tudo dependerá de nosso propósito e decisão. Enquanto nos comprazemos com a ignorância ou com a indiferença para com os princípios que nos governam, somos cercados sem defensiva por pensamentos de todos os tipos, muitas vezes na forma de monstruosidades e crimes, em quadros vivos que nos assaltam a imaginação ou em vozes inarticuladas que nos assomam à acústica do Espírito, conduzindo-nos aos mais escuros ângulos da sugestão. É por isso que notamos tanta gente ao sabor das circunstâncias, aceitando simultaneamente o Bem e o mal, a verdade e a mentira, a esperança e a dúvida, a certeza e a negação, à maneira de folha volante na ventania. Eduquemo-nos, estudando e meditando, para refletir a Divina Inspiração. Lembremo-nos de que o impulso automático do braço que levanta a lâmina homicida pode ser perfeitamente igual, em movimento, ao daquele que ergue um livro enobrecedor. A atitude mental é que faz a diferença. Nosso pensamento tem sede de elevação, a fim de que a nossa existência se eleve. Construamos em nós o equilíbrio e o discernimento. Rendamos culto incessante à bondade e à compreensão. Habitualmente contemplamos no espelho da alma alheia a nossa própria imagem, e, por esse motivo, recolhemos dos outros o reflexo de nós mesmos ou então aquela parte dos outros que se harmoniza com o nosso modo de ser. Não bastam à nossa felicidade aquisições unilaterais de virtude ou valores incompletos. Todos temos fome de plenitude. O desejo é o imã da vida. Desejando, sentimos, e, pelo sentimento, nossa alma assimila o que procura e transmite o que recebe. Aprendamos, pois, a querer o melhor para refletir o melhor em nossa ascensão para Deus”.

domingo, 10 de maio de 2015

A RESPOSTA

Algumas pessoas contestam a doutrina da reencarnação, como contrária aos dogmas da Igreja, concluindo que a mesma não existe. Que é que se pode responder? A resposta, certamente procurada por muitos, pode ser encontrada no número de dezembro de 1862, em que Allan Kardec inclui interessante comentário resultante da carta recebida do amigo de um socialista francês da primeira parte do Século 19, desencarnado em 1837, François Marie Charles Fourier, e que elaborara uma teoria que, segundo o missivista, encontrara também na Doutrina Espírita. Na sua missiva resumindo alguns dos principais pontos da visão de Fourier, o remetente comenta também que encontrara a mesma visão num opúsculo elaborado pelo redator do jornal Siècle, Sr Louis Jordan publicado pela primeira vez em 1849 antes, portanto, que se cogitasse do Espiritismo, revelando, uma perfeita intuição desta lei da natureza tão esquecida até o surgimento do Espiritismo. Escreveu Kardec: -“A resposta é muito simples. A reencarnação não é um sistema que dependa dos homens adotar ou não, como se faz com um sistema político; é uma lei inerente à Humanidade, como comer, beber e dormir; uma alternativa da vida da alma como a vigília e o sono são alternativas da vida do corpo. Se é uma lei da natureza, não é uma opinião contrária que se a possa impedir de ser. A Terra não gira ao redor do Sol porque se o acredite, mas porque obedece a uma lei; e os anátemas que foram lançados contra esta lei não impediram que a Terra girasse. Assim, como a reencarnação: não será a opinião de alguns homens que os impedirá de renascerem, se tiverem que renascer. Admitido que a reencarnação é uma lei da natureza, suponhamos que ela não possa acomodar-se com um dogma: trata-se de saber se a razão está como dogma ou com a lei. Ora, quem é o autor da lei da natureza, senão Deus? No caso, direi que não é a lei que contraria o dogma, mas o dogma que contraria a lei, desde que qualquer lei da natureza é anterior ao dogma e os homens renasciam antes que o dogma fosse estabelecido. Se houvesse incompatibilidade absoluta entre um dogma e uma lei da natureza, isto seria a prova de que o dogma é obra dos homens, que não conheciam a lei, pois Deus não pode contradizer-se, desfazendo de um lado aquilo que fez do outro. Sustentar essa incompatibilidade é, pois, fazer o processo do dogma. Segue-se que o dogma é falso? Não, mas apenas que é suscetível de uma interpretação, como foi interpretada a Gênese, quando se reconheceu que os seis dias da Criação não se acomodavam com a lei da formação do Globo. A religião ganhará com isso, pois haverá menos incrédulos. A questão é saber se existe ou não a reencarnação. Para os espíritas há milhares de provas contra uma que é inútil repetir. Direi apenas que o Espiritismo demonstra que a pluralidade de existências não só é possível, mas necessária, indispensável; e ele encontra a sua prova, sem falar da revelação dos Espíritos, numa incalculável multidão de fenômenos de ordem moral, psicológica e antropológica. Tais fenômenos são efeitos que tem uma causa. Buscando-se a causa, encontramo-la na reencarnação, posta em evidência pela observação daqueles fenômenos, como a presença do Sol, embora oculto pelas nuvens, é posta em evidência pela luz do dia. Para provar que está errada, ou que não existe, seria preciso explicar melhor, por outros meios, tudo o que ele explica o que ninguém ainda fez. Antes da descoberta das propriedades da eletricidade, se alguém tivesse anunciado que poderia em cinco minutos corresponder-se a quinhentos quilômetros, não teriam faltado cientistas que lhe provassem cientificamente, pelas leis da mecânica, que a coisa era materialmente impossível, pois não, pois não conheciam outras leis. Para tanto havia necessidade da revelação de uma nova força. Assim com a reencarnação. É uma nova lei, que vem lançar luz sobre uma porção de questões obscuras e modificará profundamente todas as ideias quando for reconhecida. Assim, não é a opinião de alguns homens que prova a existência da lei: são os fatos. Se invocamos o seu testemunho, é para demonstrar que ela tinha sido entrevista e suspeitada por outros, antes do Espiritismo, que não é seu inventor, mas a desenvolveu e lhe deduziu as consequências”.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

REFLETINDO COM CHICO XAVIER

Enquanto desfrutou de uma razoável saúde, Chico Xavier atendia após as reuniões de sexta-feira e sábado à noite, perto de 800 pessoas atraídas para o médium de Uberaba (MG), na esperança de ouvir ou obter alguma palavra de conforto e orientação para suas dores pessoais. Rejeição, perda de entes queridos, inaceitação de si mesmo, inversões sexuais, separações conjugais, filhos excepcionais, depressão, estavam entre os principais motivos. Eram atendimentos rápidos, pois, a fila tinha de andar pela exiguidade de tempo. Alguns dos apontamentos, por vezes inesperados de Chico foram gravados ou anotados e preservados em livros para, quem sabe servirem a outros necessitados. Na sequência, destacamos alguns que merecem ser refletidos pelos interessados em espiritualizar-se. VIDA ALHEIA -“-Deveríamos nos abster de opinar sobre a vida alheia. Não sabemos o que nos espera no passo seguinte. Quase todas as pessoas que observei recriminando os outros caíram naquilo que criticavam – caíram eles mesmos ou caíram através daqueles a quem devotavam extremado amor”. FOME -“A fome no mundo é um convite, sim, à solidariedade, embora a maioria esteja numa prova voluntária. Algumas sementes num pedaço de chão fazem o milagre da multiplicação. Uma pequena hortaliça pode matar a fome de muita gente”. DELINQUENTES - “-Quase todos os delinquentes que conheci, e com os quais pude conversar, sofreram maus tratos na infância. Foram abandonados pelos pais e cresceram sem receber afeto de ninguém”. NECESSIDADES ARTIFICIAIS - “-O homem cria muitas necessidades artificiais e se torna prisioneiro delas. Hoje, o homem corre o dia inteiro atrás de dinheiro – dinheiro para sustentar uma vida repleta de ilusões! VIOLÊNCIA  -“Permitimo-nos uma contra pergunta: não será a violência o resultado de nosso pretendido afastamento da fé-religiosa, segundo o materialismo da inteligência deteriorada, que tenta convencer-nos de que não passamos de animais sadios ou doentes da Civilização? Esperemos que o amor se propague no mundo com mais força que a violência e a violência desaparecerá, à maneira da treva quando a luz se sobrepõe(...). Na prática exige a cooperação de nós todos”. SEXO -“-O sexo, sem dúvida, está na base da maioria dos conflitos psicológicos das criaturas. Todos estão à procura de satisfação que, em essência se traduz pela realização de si mesmos. Agora, ninguém será feliz as custas da infelicidade alheia”. VIBRAÇÕES NEGATIVAS - “-Quem pede a Deus pelos seus desafetos, vai quebrando as vibrações negativas daqueles com os quais não se afiniza e desarmando o Espírito para uma futura reconciliação – nem que seja na Outra Vida”. CULPA ALÉM DA VIDA - “-Dos Espíritos desencarnados com os quais tenho tido a oportunidade de conversar, nenhum está satisfeito com o que pôde fazer sobre a Terra; todos acreditam que deveriam ter feito mais”. PERDAS - “- Não existe sofrimento maior do que perder um filho. Não entendo os nossos irmãos que combatem esse tipo de intercâmbio com o Mundo Espiritual. Eles se esquecem de que os que partiram também desejam o contato. O médium, sem dúvida, pode, em certas circunstâncias, rastrear o Espírito, mas na maioria das vezes, é o Espírito que vem ao médium. O trabalho da Espiritualidade é intenso. Para que um filho desencarnado envie algumas palavras de conforto aos seus pais na Terra, muitos Espíritos se mobilizam. Isso não é uma evocação. Não raro, são os próprios filhos desencarnados que atraem seus pais aos Centros Espíritas. Desejam dizer que não morreram, que continuam vivos na Outra Dimensão, que os amam e que haverão de amá-los sempre. POLÍTICOS - “-Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos Espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual”. PACIÊNCIA - “-Precisamos estar preparados, compreendendo que a nossa dor não é maior do que a dos outros. Se não temos paciência com uma caneta quebrada, com o café, com o prato à mesa que não vem de acordo com a nossa predileção, como vamos ter paciência com as grandes coisas – se não temos com as pequeninas?” FÉ - “-Às vezes, nos esfalfamos para conquistar um diploma, na história, no jornalismo, na administração, mas a única escola que temos para nos ensinar bondade natural, caridade dentro de casa, amor à família é a fé, porque, se não pusermos no nosso coração o ensino religioso, seja qual for, estaremos numa agressividade exagerada”. HIPOCRISIA - Existem pessoas que se aproximam de nós com o espírito da maledicência; querem saber da nossa vida, não para nos auxiliar, mas para tornarem públicas as nossas feridas. Devemos tomar cuidado com esses nossos irmãos que adquiriram uma estranha viciação; querem crescer às custas da indigência alheia”. VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO  -“É a ausência do Cristianismo puro. Acho que a imprensa deveria cooperar com as autoridades, no caso específico dos acidentes de trânsito. Os sinais de trânsito devem ser respeitados religiosamente. Não é religiosamente, no sentido de corretamente; para lá disso. Interpretar o respeito à vida alheia, porque se respeitarmos os sinais de trânsito, evidentemente que todos esses problemas de desastres sofrerão uma redução muito grande”.


terça-feira, 5 de maio de 2015

AVASSALADOR TEMPO

Um conceito ou ideia requer por vezes, mais de um século para destruir estruturas arcaicas, especialmente aquelas impostas à ignorância que se constitui noutra barreira a ser transposta. Os anais da chamada ciência que foi paulatinamente se libertando do jugo da religião nos últimos cinco séculos, estão repletos de casos. Para a proposição do sistema heliocêntrico de Copérnico sepultar o geocêntrico foram mais de cem anos. A Homeopatia de Hahnemann igualmente. As revolucionárias proposições do Espiritismo vão derrubando nos meios mais receptivos, barreiras erguidas pelas sombras dos preconceitos intencionalmente projetados por líderes não tão preocupados com a verdade como tentam fazer crer. As forças que agem nos bastidores da evolução vão, contudo, minando esses aparentemente monolíticos muros. Um exemplo fica evidenciado num dos livros do Psiquiatra norte americano Brian Weiss que depois de “tropeçar” acidentalmente numa sugestiva evidência da reencarnação durante atendimento de uma paciente que o motivou a escrever o livro MUITAS VIDAS, MUITOS MESTRES, foi estudar com isenção o assunto em obras disponíveis, inclusive de colegas de profissão ignorados até então. Membro de uma sociedade dividida entre influências do Catolicismo e do Protestantismo e suas derivações, o Dr Weiss tornou-se para muitos numa referência importante no sentido de tentarem entender seus próprios conflitos interiores através das inovadoras técnicas adotadas em sua terapia, destravando de uma memória profunda conteúdo de experiências traumatizantes construídas em passado próximo ou remoto.  Um dos seus livros MUITAS VIDAS, UMA SÓ ALMA (sextante, 2005) é manancial de informações instigantes, nos casos ali relatados. Mas, o que mais chama a atenção é o número de evidências expostas referendando os postulados revelados pelo Espiritismo há mais de um século e meio.  O médico americano provavelmente nunca ouviu falar do Espiritismo, pois em suas obras não existe nenhum indício que sugira essa possibilidade. Mas o material compilado por ele em seus atendimentos vão ao encontro de muitos dos conteúdos reunidos por Allan Kardec em seus livros a partir das revelações oferecidas pelos Espíritos em respostas formuladas pelo intelectual francês. A questão da família ou do grupo social da nossa intimidade, como apregoado pelo Espiritismo que a “parentela baseia-se em relações anteriores”, reencarnando frequentemente num mesmo grupo familiar Espíritos comprometidos entre si a fim de trabalharem pela própria evolução”, vai se confirmando na sucessão de exemplos por ele incluídos no livro. As criaturas voltam a essa Dimensão em que nos encontramos para seguirem com seus processos evolutivos. Outro dado importante é a inversão de posição na questão da sexualidade. De uma forma ousada e original, Allan Kardec propôs aos Espíritos algumas perguntas sobre o sexo nos Espíritos, apurando que os “Espíritos, não tem sexo como entendemos, dependendo essa definição dos corpos utilizados por eles nos diferentes programas evolutivos cumpridos na volta às experiências do Plano material. Dessa forma, o Espírito que animou o corpo de um homem, em nova existência, pode animar o de uma mulher, e vice versa, pouco importando enquanto Espirito a partir de certa condição evolutiva, a forma como se apresenta, pois esta dependerá das provas que deve suporta; conceito perfeitamente compreensível em se considerando que o Espírito deve progredir em todos os sentidos adquirindo experiências”. Em vários dos casos reunidos pelo Dr Brian Weiss, as memórias acessadas pelo pacientes em estado alterado de consciência, mostram essa realidade ignorada e, portanto, negada pela maioria.  Tal negação, por sinal, reflete a condição ainda precária dos Espíritos confinados nesta nave chamada Terra que circula pelo espaço Infinito levando alguns bilhões de Espíritos mais próximos da animalidade que da Angelitude, como avaliado por um Instrutor Espiritual. A contribuição do Dr Weiss naturalmente não vai mudar o mundo até porque inteligências ainda limitadas não conseguem desenvolver grandes raciocínios como o aluno dos cursos primários não entendem formulações mais complexas. Contudo podemos presumir que seu trabalho se soma ao de milhares de outros Espíritos do Senhor que de forma objetiva ou discreta prosseguem trabalhando no Planeta no sentido de redefinir o inconsciente coletivo que, por sua vez, repercutirá sobre a sociedade do futuro não muito distante, abrindo caminho para conquistas no plano individual e coletivo apenas sonhado pelos visionários do passado. Como a plataforma imaginada por um cientista nos primeiros anos do século 20 e que no final do mesmo, com o advento da astronáutica se converteu no poderoso e extraordinário telescópio Hubble que revelou um Universo ilimitado muito além daquele suposto por Nicolau Copérnico, citado no início dessas considerações.   



domingo, 3 de maio de 2015

A FRENTE DE SEU TEMPO

No número de dezembro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inseriu uma mensagem escrita pelo Espírito Francois-Nicolas Madeleine que em sua encarnação terminada um ano antes em Paris, também era conhecido como Cardeal  Morlot, em reunião da Sociedade Espírita de Paris  de 9 de outubro expondo seu ponto de vista a respeito do Apóstolo Paulo demonstrando nos fragmentos de cartas por ele escritas à sua época ser um precursor do Espiritismo. Entre suas considerações podemos destacar: -“O grande apóstolo Paulo, que outrora tanto contribuiu para o estabelecimento do Cristianismo por sua prédica poderosa, vos deixou monumentos escritos, que servirão, não menos energicamente, à expansão do Espiritismo. (...) O sopro que passa nas suas Epístolas, a santa inspiração que anima seus ensinos, longe de ser hostil à vossa Doutrina, está cheia de singulares previsões em vista do que acontece hoje. É assim que, na sua primeira Epístola aos Coríntios, ele ensina que, sem a caridade, não existe nenhum homem, ainda que fosse santo, profeta e transportasse montanhas, que se possa gabar de ser um verdadeiro discípulo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Como os Espíritas, e antes dos Espíritas, foi o primeiro a proclamar esta máxima que vos constitui uma glória: -Fora da caridade não há salvação! Mas não é apenas por este lado que ele se liga à doutrina que nós vos ensinamos e que hoje propagais. Com aquela alta inteligência que lhe era , tinha previsto o que Deus reservava para o futuro e, notadamente, esta transformação, esta regeneração da fé cristã, que sois chamados a assentar profundamente no espírito moderno, pois descreve, na citada Epístola, e de maneira indiscutível, as principais faculdades mediúnicas, que chama os dons abençoados do Espírito Santo”.  Considerando que o surgimento da Doutrina Espírita dar-se-ia 19 séculos depois, conclui-se ser sua condição espiritual muito além de seu tempo. Ao final da transcrição, por sinal, Allan Kardec inclui alguns trechos da Primeira Epístola aos Coríntios, referendando as palavras de Francois-Nicolas, como por exemplo, “nem toda a carne é uma mesma carne; mas uma certamente é a dos homens, e outra a dos animais; uma das aves, e outra a dos peixes”; ou “e corpos há celestiais, e corpos terrestres; mas uma é por certo a glória dos celestiais, e outra a dos terrestres. Uma é a claridade do Sol, outra a claridade da Lua, e outra a claridade das estrelas; e ainda há diferença de estrela a estrela na claridade; ou ainda“ é semeado o corpo animal, ressuscitará o corpo espiritual. Se há corpo animal, também há o espiritual, assim como está escrito”, e, por fim, “mas digo isto, irmãos, que a carne e o sangue não podem possuir o Reino de Deus, nem a corrupção possuirá a incorruptibilidade”. Raciocinando sobre tais trechos, Kardec escreve:-“Que  pode ser este corpo espiritual, que não é corpo animal, senão o corpo fluídico, cuja existência é demonstrada pelo Espiritismo, o períspirito, de que a alma é revestida após a morte? Com a morte do corpo, o Espírito entra em confusão; por um instante perde a consciência de si mesmo; depois recupera o uso de suas faculdades, renasce para a vida inteligente; numa palavra, ressuscitará com o seu corpo espiritual. O último parágrafo, relativo ao Juízo Final, contradiz positivamente a doutrina da ressurreição da carne, pois diz: a carne e o sangue não podem possuir o Reino de Deus. Assim, os mortos não ressuscitarão com sua carne e seu sangue, e não necessitarão reunir seus ossos dispersos, mas terão seu corpo celeste, que não é corpo animal. Se o autor do Catecismo Filosófico   tivesse meditado bem o sentido destas palavras, teria evitado fazer notável calculo matemático, a que se entregou, para provar que todos os homens mortos desde Adão, ressuscitando em carne e osso, com seus próprios corpos, poderiam caber perfeitamente no Vale de Josafá, sem muito incômodo. Assim, São Paulo estabeleceu em princípio e em teoria o que ensina o Espiritismo sobre o estado do homem após a morte. Mas São Paulo não foi o único a pressentir as verdades ensinadas pelo Espiritismo. A Bíblia, os Evangelhos, os Apóstolos, os Pais da Igreja delas estão cheias, de sorte que condenar o Espiritismo é negar as autoridades mesmas sobre as quais se apoia a religião. Atribuir todos os seus ensinamentos ao demônio é lançar o mesmo anátema sobre a maioria dos autores sacros. Assim, o Espiritismo não vem destruir, mas, ao contrário, restabelecer todas as coisas, isto é, restituir a cada coisa seu verdadeiro sentido”.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

INDICADOR DA INFERIORIDADE DA HUMANIDADE TERRENA


Há apenas 149 anos discutia-se na França, berço das grandes transformações sociais e culturais operadas no tempo decorrido que passou, se as primeiras mulheres a concluir um curso universitário deveriam receber diplomas, pois, não se sabia se tinham alma. Tratada como inferior desde épocas imemoriais, mesmo resolvido o impasse acadêmico, os avanços foram pequenos, em algumas nações e povos. Muitos ainda vivem no primitivismo da Antiguidade, subjugados por princípios religiosos incompreensíveis num Universo criado e regido, segundo creem, por Deus. Nas sociedades ditas desenvolvidas a maioria das mulheres continua submissa, sub-remuneradas no mercado de trabalho em relação ao homem, transformada em objeto de desejo pela mídia que se vale dessa condição para vender de carros a bebidas, de roupas a padrões de comportamento. E, apesar da degradação espiritual de que indiretamente é causadora, algumas galgam pela competência e trabalho posições inimagináveis outrora como executivas maiores de grandes corporações ou mesmo máximas mandatárias de Países.  O quadro dominante, porém, mostra que o conhecimento maior da visão revolucionária do Espiritismo é necessidade urgente. Já, n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a Espiritualidade Superior revelou nas questões 200 a 202, que: 1o) o Espirito não tem sexo como o entendemos, 2º) a formatação masculina/feminina está condicionada à necessidade da preservação da espécie humana; 3º) o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher, numa existência e, vice-versa; 4º) dependem as inversões das provas que tiver de sofrer; 5º) que os Espíritos encarnam-se homens ou mulheres porque não tem sexo – apenas a energia criativa que se define numa direção ou outra a partir do corpo perispiritual - e, 6º) devendo progredir em tudo, cada sexo, como cada posição sexual, oferece-lhe provas e deveres especiais e novas condições de adquirir experiências, visto que se renascesse sempre homem, só saberia o que fazem os homens. Em mensagem mediúnica inserida por Allan Kardec no número de abril de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, entidade identificada apenas como Um Espírito que se manifestou em reunião ocorrida em 10 de março daquele ano num grupo de Joinville, escreveu um texto intitulado Instrução Das Mulheres, dizendo: -“Neste momento a instrução da mulher é uma das mais graves questões, porque não contribuirá pouco para realizar as grandes ideias de liberdade, que dormem no fundo dos corações. Honra aos homens de coragem que tomaram a iniciativa! Eles podem, de antemão, estar certos do sucesso de seus trabalhos. Sim, soou a hora da libertação da mulher.; ela quer ser lovre e para isto há que libertar sua inteligência dos erros e preconceitos do passado. É pelo estudo que ela alargará o círculo de seus conhecimentos estreitos e mesquinhos. Livre, ela assentará sua religião sobre a moral, que é de todos os tempos e países. Ela quer ser a companheira inteligente do homem, sua conselheira, amiga, instrutora de seus filhos e não um joguete de que se serve como uma coisa, e que depois se despreza para tomar uma outra. Ela quer trazer sua pedra ao edifício social, que se ergue neste momento ao poderoso sopro do progresso. É verdade que, uma vez instruída, ela escapa das mãos daqueles que a convertem num instrumento. Como um pássaro cativo, quebra sua gaiola e voa para os vastos campos do Infinito. É verdade que, pelo conhecimento das leis imutáveis, que regem os mundos, ela compreenderá Deus de modo diferente do que lhe ensinam; não acredita mais num Deus vingador, parcial cruel, porque sua razão lhe dirá que a vingança, a parcialidade e a crueldade não se podem conciliar com a justiça e a bondade. O seu Deus, dela, será todo amor, mansuetude e perdão. Mais tarde ela conhecerá os laços de solidariedade, que unem os povos entre si, e os aplicará em seu derredor, espalhando com profusão tesouros de caridade, amor e benevolência para todos. A qualquer seita a que pertença, saberá que todos os homens são irmãos e que o mais forte não recebeu a força senão par proteger o fraco e o elevar na sociedade ao verdadeiro nível que deve ocupar. Sim, a mulher, é um Ser perfectível como o home e suas aspirações são legitimas; seu pensamento é livre e nenhum poder no mundo tem o direito de a escravizar aos seus interesses e paixões. Ela reclama sua parte de atividade intelectual, e a obterá, porque há uma lei mais poderosa do que todas as leis humanas, a Lei do Progresso, à qual toda Criação está submetida”.