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quarta-feira, 30 de junho de 2021

O ALTO CUSTO DO SUICÍDIO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Considerado pela maioria das religiões como imperdoável e determinante da condenação eterna, o suicídio segundo o Espiritismo é visto como a fuga ou deserção de programas planificados antes mesmo da reencarnação viabilizar a existência do Ser na Dimensão em que nos encontramos. Não a partir de teorizações, mas, de milhares de depoimentos através de outro tanto número de médiuns. E, da forma objetiva como a Doutrina Espírita trata a sobrevivência após a morte, vinculando também à Lei de Causa e Efeito (ou do Carma), revela que as sequelas ou traumas produzidos pelos violentos traumas impostos ao corpo físico gravam-se na estrutura denominada corpo espiritual ou períspirito, reproduzindo-se, de um modo ou outro, na reencarnação imediatamente após a frustrada pela violência intencional. Tais marcas imporão limitações ou restrições na forma biológica resultante da gravidez durante o número de anos que faltavam ser concluídos na forma voluntariamente abandonada, tempo necessário para recuperar a harmonia da estrutura drasticamente avariada, a fim de retomar o curso da evolução inexorável, atrasada pelo gesto insensato. Análises apresentadas n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS (questões 943 a 957), oferecem vários elementos para reflexão e o estudo sobre a obsessão nos oferece outros importantes dados como os Espíritos Claudia Pinheiro Galasse, desencarnada aos 18 anos (“- Não sei até hoje que forças desumanas teriam posseado o meu Ser. Recordo-me que chegava a sentir mão pesada sobre a minha para que o gatilho não falhasse”) ou Wlademir Cesar Ranieri, desencarnado com 25 anos, em 1981 (-O que se verificou foi a hipnose por parte de criaturas desencarnadas que me seguiam e junto das quais não me furto às responsabilidades do meu gesto infeliz. A minha vontade era uma alavanca de Deus em minhas mãos. Poderia facilmente escutar os convites injustos e rechaça-los com o meu livre arbítrio, mas a minha fraqueza foi o que me perdeu”.), ambos com cartas psicografadas pelo médium Chico Xavier e inseridas no livro AMOR E SAUDADE (ideal). Situações como essas são consideradas como com atenuantes. Não impedem, contudo, a necessidade de enfrentamento das consequências advindas do ato extremo. Em texto inserido no livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS (feb), prefaciado pelo Orientador Espiritual Emmanuel através de Chico Xavier, no início dos anos 60, ele explica que “após determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são habitualmente reinternados no plano carnal, em regime de hospitalização na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições”.  Esclarece que “segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma”. Exemplificando, diz que “os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endócrinas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo as neoplasias diversas e a paralisia infantil; os que estilhaçaram o crânio ou  deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa”. Anos depois indagado sobre o problema da esquizofrenia, Chico Xavier revelaria que os portadores deste transtorno psiquiátrico, “são os que suicidaram após terem cometido homicídios” e as vitimas de nanismo, os que se atiraram de grandes alturas, chocando-se com o solo em pé, impondo radical compressão às estruturas físico/perispirituais. Como o desconhecimento dessas informações certamente tem favorecido o número crescente de suicídios em todo Planeta na atualidade, necessário difundi-las para, pelo menos, as pessoas refletires sobre as possibilidades expostas e sobre a orientação oferecida por Emmanuel no final de seu comentário: -“ Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus”.


 Do ouvinte José Cândido, residente em Garça, temos a seguinte pergunta: “Dizem que o suicídio é condenável pelo fato de a pessoa tirar a sua própria vida. E o homicídio? (30agosto)

 Tanto o homicídio quanto o suicídio são condenáveis, José Candido, pelo fato de ferirem uma lei da natureza, a lei que determina a preservação da vida humana. Aliás, a vida é o mais precioso patrimônio da natureza. Por isso, existe a lei da preservação ou da conservação, que procura garantir a vida para que ela se escoe naturalmente.

 Em todos os livros sagrados e em todos os códigos de todos os povos do mundo sempre houve essa cláusula proibitiva de “não matar, conforme lemos nos mandamentos trazidos por Moisés, há cerca de 2.300 anos. Tudo indica que, nesse particular, todos os povos e nações do mundo estiveram de acordo, dada à necessidade e importância da vida, que merece ser defendida e preservada.

 No Espiritismo, o tratamento desta questão já começa em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, lançado há 163 anos atrás.  Nessa obra vamos encontrar importantes esclarecimentos da Espiritualidade sobre o homicídio  (questões 746 a 751) e sobre o suicídio (questões 943 a 957). Se você puder, consulte essa obra com muita atenção, O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec, que você pode encontrar facilmente na internet.

 Homicídio é tirar a vida de uma pessoa, seja quem for; suicídio é tirar a própria vida. Pela forma como pergunta, você quer saber o peso desses dois atos contra a vida. Em primeiro lugar, o Espiritismo considera que, pela lei de causa e efeito, não é Deus que castiga o homicida ou o suicida; são eles mesmos -o homicida e o suicida - que, ao cometerem o ato antinatural desencadeiam reações naturais contra si mesmos.

O homicida – ou seja, aquele que praticou um assassinato – além de responder perante as leis humanas, quando isso for possível, terá que enfrentar, mais ou mais tarde e com muito mais rigor, o tribunal da própria consciência e, mais ainda, terá que suportar a carga de ódio que pode advir da vítima ou amigos da vítima contra ele. Isso pode dar-se nesta encarnação, na vida espiritual depois de sua morte ou em encarnações seguintes, em forma de perseguição ou obsessão.

  O suicida, aquele que se matou, não terá o inimigo de fora, mas terá que suportar a cobrança do inimigo de dentro -  a sua própria consciência - que, mais tarde ou logo em seguida, perceberá a gravidade do erro cometido na tentativa de fugir da vida, e sofrerá conflitos íntimos que poderão deixa-lo transtornado durante muito tempo. Evidentemente, cada caso é um caso, não podemos generalizar, pois dependerá muito do tipo de vida e de sentimentos que vem cultivando durante a existência na Terra.

 Consultando O LIVRO DOS ESPÍRITOS, vamos perceber que há muito mais questões sobre o suicídio do que sobre o homicídio. É que, no suicídio, a guerra é interna – ou seja, a pessoa contra ela mesma, da qual é mais difícil fugir. Eis porque o problema é mais intrincado. De qualquer modo, como dizem os Espíritos a Kardec, cada caso tem suas próprias peculiaridades, todo suicida vai sofrer grande e terrível decepção, que lhe custará tempo para superar.

  Em OBRAS PÓSTUMAS, no capítulo “Questões e Problemas”, Allan Kardec consultou o Espírito Clélia Duplantier sobre a questão do sofrimento humano e esse Espírito explicou que cada de um de nós, ao reencarnar, assume três níveis de compromisso. Primeiro, consigo mesmo; depois com aqueles com quem convive e, por último com a sociedade. Como é fácil de ver, matar-se ou atentar contra a própria vida fere esse primeiro importante compromisso de cada um com a sua consciência, porque é necessário que nos amemos para podermos amar o próximo e cumprir a nossa missão na Terra. Defender a própria vida não é apenas uma opção, é um dever moral do Espírito.

Fugir da vida é fugir de si mesmo, é renegar-se, é odiar-se ou subestimar todo o seu valor, uma condição contra a qual todos precisamos lutar sempre, independente do que nos aconteça, pois a vida, de fato, não é fácil para ninguém.  Não estamos nesta vida , José Candido, apenas para gozar e viver tranquilamente como se estivéssemos num paraíso de delícias. Estamos aqui, também, para aprender com os nossos problemas, reconhecendo que somos muito mais do que imaginamos, se soubermos atravessar os maus momentos, tendo a necessária humildade para pedir e aceitar o auxílio dos outros sempre que necessário.

Do ouvinte José Cândido, residente em Garça, temos a seguinte pergunta: “Dizem que o suicídio é condenável pelo fato de a pessoa tirar a sua própria vida. E o homicídio? (30agosto)

 Tanto o homicídio quanto o suicídio são condenáveis, José Candido, pelo fato de ferirem uma lei da natureza, a lei que determina a preservação da vida humana. Aliás, a vida é o mais precioso patrimônio da natureza. Por isso, existe a lei da preservação ou da conservação, que procura garantir a vida para que ela se escoe naturalmente.

 Em todos os livros sagrados e em todos os códigos de todos os povos do mundo sempre houve essa cláusula proibitiva de “não matar, conforme lemos nos mandamentos trazidos por Moisés, há cerca de 2.300 anos. Tudo indica que, nesse particular, todos os povos e nações do mundo estiveram de acordo, dada à necessidade e importância da vida, que merece ser defendida e preservada.

 No Espiritismo, o tratamento desta questão já começa em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, lançado há 163 anos atrás.  Nessa obra vamos encontrar importantes esclarecimentos da Espiritualidade sobre o homicídio  (questões 746 a 751) e sobre o suicídio (questões 943 a 957). Se você puder, consulte essa obra com muita atenção, O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec, que você pode encontrar facilmente na internet.

 Homicídio é tirar a vida de uma pessoa, seja quem for; suicídio é tirar a própria vida. Pela forma como pergunta, você quer saber o peso desses dois atos contra a vida. Em primeiro lugar, o Espiritismo considera que, pela lei de causa e efeito, não é Deus que castiga o homicida ou o suicida; são eles mesmos -o homicida e o suicida - que, ao cometerem o ato antinatural desencadeiam reações naturais contra si mesmos.

O homicida – ou seja, aquele que praticou um assassinato – além de responder perante as leis humanas, quando isso for possível, terá que enfrentar, mais ou mais tarde e com muito mais rigor, o tribunal da própria consciência e, mais ainda, terá que suportar a carga de ódio que pode advir da vítima ou amigos da vítima contra ele. Isso pode dar-se nesta encarnação, na vida espiritual depois de sua morte ou em encarnações seguintes, em forma de perseguição ou obsessão.

  O suicida, aquele que se matou, não terá o inimigo de fora, mas terá que suportar a cobrança do inimigo de dentro -  a sua própria consciência - que, mais tarde ou logo em seguida, perceberá a gravidade do erro cometido na tentativa de fugir da vida, e sofrerá conflitos íntimos que poderão deixa-lo transtornado durante muito tempo. Evidentemente, cada caso é um caso, não podemos generalizar, pois dependerá muito do tipo de vida e de sentimentos que vem cultivando durante a existência na Terra.

 Consultando O LIVRO DOS ESPÍRITOS, vamos perceber que há muito mais questões sobre o suicídio do que sobre o homicídio. É que, no suicídio, a guerra é interna – ou seja, a pessoa contra ela mesma, da qual é mais difícil fugir. Eis porque o problema é mais intrincado. De qualquer modo, como dizem os Espíritos a Kardec, cada caso tem suas próprias peculiaridades, todo suicida vai sofrer grande e terrível decepção, que lhe custará tempo para superar.

  Em OBRAS PÓSTUMAS, no capítulo “Questões e Problemas”, Allan Kardec consultou o Espírito Clélia Duplantier sobre a questão do sofrimento humano e esse Espírito explicou que cada de um de nós, ao reencarnar, assume três níveis de compromisso. Primeiro, consigo mesmo; depois com aqueles com quem convive e, por último com a sociedade. Como é fácil de ver, matar-se ou atentar contra a própria vida fere esse primeiro importante compromisso de cada um com a sua consciência, porque é necessário que nos amemos para podermos amar o próximo e cumprir a nossa missão na Terra. Defender a própria vida não é apenas uma opção, é um dever moral do Espírito.

Fugir da vida é fugir de si mesmo, é renegar-se, é odiar-se ou subestimar todo o seu valor, uma condição contra a qual todos precisamos lutar sempre, independente do que nos aconteça, pois a vida, de fato, não é fácil para ninguém.  Não estamos nesta vida , José Candido, apenas para gozar e viver tranquilamente como se estivéssemos num paraíso de delícias. Estamos aqui, também, para aprender com os nossos problemas, reconhecendo que somos muito mais do que imaginamos, se soubermos atravessar os maus momentos, tendo a necessária humildade para pedir e aceitar o auxílio dos outros sempre que necessário.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

PESQUISA COM UM ESPÍRITO ENCARNADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Obstinado perseguidor da Verdade, Professor Rivail, identificado pelos estudiosos do Espiritismo como Allan Kardec, não se intimidava diante de desafios que, naturalmente, foram muitos diante da diversidade de fenômenos e dúvidas derivadas deles que se multiplicava em várias partes da Europa na segunda metade do século 19. Uma das instigantes questões levantada pela lógica era: se realmente há Espírito a comandar o corpo físico durante o período da vida física, seria possível obter dele suas impressões e percepções como encarnado através da médium? O profícuo “laboratório” conhecido como Sociedade Espírita de Paris se servindo do incrível “instrumento” equivalente, segundo ele, ao microscópio chamado mediunidade precisava desenvolver experimentos nesse sentido. Assim foi feito como relatado no número de janeiro de 1860 da REVISTA ESPÍRITA, em duas reuniões sucessivas, a de 25 de novembro e 2 de dezembro de 1859. A carta de um Conde identificado apenas pelas iniciais R.C. de 23 de novembro motivou a experiência, visto que ele mesmo se oferecia como voluntário, considerando ter assistido na reunião de 14 de outubro passado a um experimento na própria Sociedade, em que um pai encarnado se comunicava com o Espírito da filha morta. Marcada a data para a incursão no desconhecido terreno, foi efetuada a primeira tentativa que obrigou a realização de outra, perfazendo, na entrevista com o Espírito desdobrado do Conde R.C., um total de 80 questões, quarenta e uma na primeira reunião, e, a outra, na segunda. D primeiro bloco de respostas, destacamos: 1- Tinha plena consciência de estar presente por ser evocado; 2- encontrava-se espacialmente entre o médium e Allan Kardec; 3- Não percebia tudo claramente pelo fato de seu corpo ainda não estar totalmente adormecido; 4- Que podia transportar-se instantaneamente e à vontade dali para sua residência e vice versa; 5- Podia ter consciência do trajeto percorrido, vendo os objetos do percurso; se o quisesse; 6- Seu estado diferia ao do sonâmbulo nos respectivo fenômeno a que este se entregava, pelo fato do sonâmbulo não dormir fisicamente, apenas ter suas faculdades orgânicas modificada, não entorpecidas; 7- Que evocado somente poderia indicar remédios se os conhecesse ou estando em contato com um Espírito que os conheça, o que não acontecia com os sonâmbulos; 8- As lembranças da existência corpórea estavam muito claras em sua memória; 9- Solicitado a descrever como se sentia, explicou estar no mais feliz e satisfatório estado que se possa experimentar, como num sonho em que o calor do leito que leva crer estar-se embalados no ar, ou na crista de ondas tépidas, sem preocupação com movimentos, sem consciência dos membros pesados e incômodos, a se moverem ou se arrastarem, sem qualquer necessidade a satisfazer, não sentindo o aguilhão da fome ou da sede; 10- Que tinha perfeita consciência de estar em Espírito ligado ao corpo por um laço, indescritível nas palavras conhecidas, mas, semelhante a uma luz fosforescente, que não lhe dava nenhuma sensação; 11- Tinha uma percepção maior dos sons que os percebidos pelos encarnados; 12- Transmitia seu pensamento ao médium, atuando sobre sua mão; para lhe dar uma direção, que facilitava por uma ação sobre o cérebro; que se servia ora das palavras que o médium tinha na cabeça e ora das suas; 13- Se encontrava no estado em que estará quando estiver morto, diferenciado pelo laço que o prende ao corpo; 14- Tinha lembranças confusas de vidas anteriores; 15- Poderia responder a uma pergunta mental. Do segundo conjunto, escolhemos: 1- Se seu corpo, desdobrado espiritualmente como estava, somente sentiria uma picada se fosse bastante forte; 2- Percebia odores mais intensamente que os encarnados; 3- Via perfeitamente na obscuridade, conseguindo enxergar através de corpos opacos; 4- Somente poderia deslocar-se  a outro Planeta  se este estivesse no mesmo grau da Terra, ou mais ou menos; 5- Via outros Espíritos no ambiente, constatando sua presença por sua forma própria, ou seja, pelo seu períspirito; 6- O períspirito é o corpo ou revestimento do Eu que é o Espírito, reproduzindo a forma do corpo material; 7- Seria como Espírito capaz de agredir fisicamente de forma perceptível um encarnado, só que em ambiente diferente do que estavam; 8- Se seu corpo morresse subitamente estando ele desdobrado, seria atraído para o corpo antes da consumação do fato, conseguindo se desligar dele com mais facilidade do que em circunstâncias comuns; 9- Tinha perfeito livre arbítrio sobre suas ações; 10- Uma recusa diante da possibilidade de ser útil aos semelhantes, tendo consciência de seus atos, resultaria em consequências inevitáveis; 11- Caso fosse ofendido por alguém estando desdobrado como se encontrava, o sentimento que emitiria seria o de desprezo, não procurando vingar-se; 12- Não tinha ideia da posição que ocupava na escala evolutiva dos Espíritos, não lhe sendo permitido disso ter conhecimento.


 Um ouvinte, que se identificou pelas iniciais A.M.S., trouxe-nos a seguinte questão: “No caso de uma pessoa gay ou lésbica, quando o homem se sente atraído por outro homem ou a mulher por outra mulher, isso pode ter sido um erro na reencarnação? Já ouvi dizer que, quando há troca de sexo de uma encarnação para outra, o Espírito se complica nessa situação. É verdade? Por que, na sua obra, Kardec não trata dos homossexuais?”

 Não existe um fator único que explique a transexualidade, caro AMS. Podemos lhe indicar a leitura do livro, que tem por título DESAFIOS DA SEXUALIDADE, autoria  do Dr. Alexandre Perez, onde você vai encontrar o assunto com mais detalhes e terá mais elementos para refletir sobre a questão. Na verdade, a condição de transexual pode fazer parte da trajetória do Espírito; pode ser em certos casos até mesmo uma opção.  Quando há opção (nem sempre é opção, é claro.) ela pode ter acontecido no mundo espiritual ou até mesmo nesta vida.

 Desse modo, como parece que você está entendendo, o indivíduo já nasceria com uma tendência sexual definida. É possível que após encarnações seguidas num determinado sexo e a necessidade de ter experiências também no sexo oposto possa favorecer a manifestação homossexual. Mas não deve ser apenas isso. Não é tão simples assim: temos de considerar o que houve antes, qual a trajetória que o Espírito veio fazendo.

  O Dr. Alexandre Perez, em sua obra, considera que o impulso ocasionado pela inversão sexual pode ser ostensivo ou moderado, e isso depende de cada caso. Do mesmo modo, não podemos esquecer que os impulsos do heterossexual – tanto homem, quanto mulher – também podem ser ostensivos ou moderados. O sexo pode ser motivo de paz ou de guerra, de amor ou de ódio, de romances idílicos ou de tragédias passionais.

  O que sabemos, caro ouvinte, é que devemos respeitar a tendência sexual das pessoas, como queremos que respeitem os nossos próprios problemas relacionados ao sexo, acolhendo a todos indistintamente.  Na verdade, devido às nossas dificuldades evolutivas, como sociedade, ainda alimentamos tabus e, por vezes, até atitudes hostis quando as pessoas não se enquadram nos padrões que a sociedade reconhece como normalidade.

Por último, podemos lhe dizer que, ao que tudo indica, Allan Kardec não tratou dessa questão na sua obra, porque ela ainda não era sentida em sua época com a dimensão social que adquiriu hoje em dia, num momento de rápidas e profundas transformações.

 



domingo, 27 de junho de 2021

MERGULHANDO NO INCONSCIENTE PROFUNDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Autora de 42 livros, entre os quais o exaltado MÉDICO DE HOMENS E DE ALMAS (1959), romanceando a história do evangelista Lucas, Taylor Caldwell, na verdade Janet Miriam Holland Taylor Caldwell, mergulhou numa profunda depressão quando da morte de seu marido Marcus Reback. Contava na época 70 de idade tendo afirmado a amigo muito próximo que “se não fosse católica, com uma leve suspeita de que alguma coisa talvez exista depois da morte, se mataria, por não ter nada que a prendesse, pois, quando seu marido morreu, todo o sol retirou-se de sua vida”. Acometida de “pressão arterial tremendamente alta”, dissera que “tudo quanto esperava era um enfarte para morrer logo”. Nascida na Inglaterra, em 1900, imigrara com sete anos com a família para os Estado Unidos da América do Norte, tendo perdido o pai pouco depois. Casou-se aos 19, desenvolvendo várias atividades, até se formar na Universidade de Bufallo, em 1931, divorciando-se em seguida. No ano seguinte, casar-se-ia novamente com aquele que seria o grande amor de sua vida convivendo com ele por quatro décadas. Em 1938, teve publicado seu primeiro trabalho A DINASTIA DA MORTE, iniciado quatro anos antes, sendo que todo acervo construído vendeu mais de 39 milhões de exemplares no mundo, tornando ela e o marido, milionários. Radicalmente avessa à ideia da reencarnação por considerá-la deprimente dizendo “estremecer à simples ideia de nascer novamente neste mundo. A vida, para mim, praticamente desde a infância, foi uma coisa monstruosa, penosa, angustiante, e a ideia de repetir tal existência – mesmo sob melhores condições – me horroriza”, dizendo-se resistente a qualquer tipo de hipnose, concordou, logo após a morte do marido, em submeter-se a experiências de regressão de memória sugeridas pelo amigo escritor Jess Stearn, que afirmava que os detalhes vividos em muitos dos romances históricos de sua autoria era realmente lembrança subconsciente de vidas anteriores. Acertados os detalhes, inclusive que tudo seria gravado sem que Taylor ouvisse nada até o fim da investigação no seu inconsciente profundo, a primeira sessão ateve-se a recuperação de lembranças da existência atual. Afloraram lembranças como a registrada quando ela tinha 9 anos e ouvira de sua mãe muito calma: -“Nunca desejamos que você nascesse. Há um rio no final da Rua. Por que você não vai se afogar?”. Ficou gravado: -“Olhei para minha mãe e vi que ela estava falando sério. Era a nossa casa na Rua Albany. Não sei por que ela disse aquilo. Olhei-a nos olhos e pensei que ela estava louca”. Retroagida ao período pré-natal, desabafou: -“Meu Deus! Aqui estou eu novamente. Mas desta vez vai ser diferente, a última. Desta vez não serei impaciente de novo, para ter que voltar para cá. Depois desta vez não voltarei mais. Tenho a impressão de que alguém está tentando me matar. Ouço alguém dizer: - Não a terei, não a quero. Será que ela se refere a mim?". A sessão seguinte levou-a à Inglaterra Vitoriana, falando com forte sotaque irlandes onde teria se chamado Jeannie MacGill, filha de pais desconhecidos, abrigada num prostíbulo até os dez anos quando foi trabalhar como doméstica na casa da famosa romancista Mary Ann Evans onde perseguida por uma governanta foi vitima de uma armação da mesma, o que lhe valeu uma condenação de dez anos não cumprida por ter se enforcado antes. Ainda neste século 19, reencarnaria num subúrbio de Londres, tendo se chamado Wilma Sims, tendo morrido aos 21 anos, vitimada pela tuberculose. Levada a voltar ao século 18, viu-se como uma copeira em casa de família, onde viveu até os 14 anos, tendo morrido em meio a violências praticadas por seu patrão, dois filhos e mais dois homens embriagados. Entre os séculos 14 e 15, viu-se reencarnada como uma freira chamada Irmã Tereza, no convento Santa Maria de Las Rosas, na cidade de Barcelona (Espanha), tendo morrido afogada ao atirar-se ao mar, após ter tido frustrada sua fuga com um padre que seduzira por amor. As sessões foram levando-a a recuar a uma existência entre os Maias; como uma grega chamada Helena, como uma judia chamada Hannah ao tempo de Jesus na cidade de Magdala; totalizando ao final das pesquisas 11 encarnações. As investigações revelaram inúmeros detalhes extremamente ricos, inclusive sobre como Taylor dominava tão bem conhecimentos relacionados à Medicina, sobre os quais escrevia com muita profundidade e propriedade sem tê-los estudado na vida atual. Concluídas as sessões de regressão, depois de ler com muita atenção a transcrição do material obtido, sem conseguir explicar seu conhecimento do hebraico, espanhol, italiano, idiomas não aprendidos na vida atual, afirmou-se “a cética dos céticos sobre a ideia da reencarnação”, que, para ela, “se existe, é uma gigantesca maldição e não uma esperança”. (material baseado no texto ENTRE A REVOLTA E A DOR de Hermínio Correia de Miranda)


 Vocês acham que uma pessoa, para ser feliz, precisa acreditar na reencarnação? ( André de Miranda)

  Não chegaríamos a tanto, André. Cada um de nós, na liberdade que tem de construir e cultivar sua própria crença, não precisa dar satisfação a ninguém. Só é preciso que seja sincero consigo mesmo. Que tenha seus próprios valores, seus ideais de vida e, mais do que isso, traga na consciência a sensação de estar seguindo ou procurando seguir o melhor caminho. Uma pessoa pode acreditar ou não acreditar em Deus, pode professar esta ou aquela religião, mas só ela – no mais íntimo de seu ser – é que pode dizer se sente feliz no que crê e no que espera da vida, mesmo que a vida termine hoje.

 Em nossa maneira de ver, só não pode se sentir feliz quem procura enganar a si mesmo, quem segue um caminho em que não acredita; quem, por orgulho ou vaidade, apega-se a uma religião apenas por tradição ou para agradar e dar satisfação aos que o rodeiam; enfim, quem não está sendo honesto consigo próprio e afirma acreditar naquilo que seu coração repele. Ao contrário, só pode se sentir feliz quem trilha pelo caminho da sinceridade, da honestidade, atendendo aos ditames da própria consciência.

 No livro OBREIROS DA VIDA ETERNA, de autoria de André Luiz, recebido pelo médium Chico Xavier, o autor espiritual relata os casos de cinco Espíritos, que foram preparados em Nosso Lar para reencarnar em diferentes meios religiosos, cada qual com uma tarefa ou missão. Isso significa que a Espiritualidade não tem a pretensão de fazer com que todos tenham a mesma religião e, portanto, as mesmas crenças, e que essa condição seja imprescindível para servir aos ideais superiores da vida.

 Pelo contrário, os Espíritos esclarecidos – como as pessoas mais lúcidas - sabem que são vários os caminhos que levam a Deus e que, portanto, podem nos fazer felizes. Por isso mesmo, Allan Kardec, nas obras iniciais da doutrina, sempre deixou claro que o Espiritismo não tem a pretensão de tirar adeptos de outras religiões, até porque isso seria inadmissível para uma doutrina que prega e defende a liberdade de crença, que quer que cada pessoa – por decisão própria – escolha aquela que mais atende às suas necessidades e aspirações.

 Logo, o Espiritismo se dirige àqueles que já não estão satisfeitos no caminho que estão trilhando, que não se sentem devidamente amparados ou confortados por suas religiões, e que precisam buscar algo novo, que possa preencher suas necessidades íntimas e seus ideais. Isso quer dizer, em última instância, que não são todas as pessoas que estão preparadas para a aceitar a reencarnação ou qualquer outro princípio da Doutrina Espírita, do mesmo modo que nem todas têm estrutura psíquica para reconhecer a necessidade de ter uma religião.

  Na ordem geral, ter esta ou aquela religião, acreditar nisso ou naquilo, pouco importa, se a pessoa está trilhando o caminho do bem e agindo conforme pede sua consciência para se sentir útil a si e aos outros. Deus não nos criou para sermos iguais, mas sim para termos direitos que representem a verdadeira justiça. Se Ele quisesse nos fazer iguais em tudo – Ele que é perfeito e  todo poderoso – não teria dado nenhuma opção para que cada um caminhasse de acordo com a sua consciência. Temos, assim, o direito de errar ou de seguir por falsos caminhos, mesmo porque a lei da reencarnação sempre nos dá a possibilidade de nos corrigir mais à frente.

 Veja, André,  que o único caminho que Jesus – e todos os grandes mestres da humanidade – nos indicaram como imprescindível para a felicidade é o caminho do bem, é o caminho do amor. Esta é a única verdade que impera sobre tudo, porque Deus é amor e, como dizia João Evangelista, nada existe fora desse amor. O mais importante na vida é aprendermos a nos respeitar porque somos diferentes. A chave da felicidade é conviver bem com os diferentes, pois não haveria nenhum mérito de nossa parte, se soubéssemos aceitar apenas os que pensam como nós. Nisso está a oportunidade de desenvolvermos as virtudes que Jesus nos ensinou, da paciência, da tolerância e do amor.

 A reencarnação, André, para aqueles que a aceitam, é a única explicação para a Justiça Divina que, mais cedo ou mais tarde, será uma crença universal. Mas para os que ainda não acreditam na reencarnação  devem haver outras formas de adequar suas verdades e sua visão de mundo à justiça de Deus.

 

 

 

sábado, 26 de junho de 2021

NECESSIDADE URGENTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Quando a sociedade humana não tem outro objetivo de atividade senão a prosperidade material e o prazer dos sentidos, ela mergulha no materialismo egoísta, aprecia todas as ações segundo o Bem que delas retira, renuncia a todos os esforços que não levam a uma vantagem palpável, não estima senão aqueles que possuem, e não respeita senão a força que se impõe. Quando os homens não se preocupam senão com os sucessos imediatos e lucrativos, perdem o senso de honestidade, renunciam à escolha dos meios, calcam aos pés a felicidade íntima, as virtudes privadas, e cessam de se guiar segundo os princípios de justiça e de equidade. Numa sociedade lançada nessa direção imoral, o rico leva uma vida de ociosidade ignóbil, embrutecedora, e o deserdado nela arrasta uma existência dolorosa e monótona, da qual o suicídio parece ser a última consolação!”. Essa avaliação não se constitui num verdadeiro retrato falado, um diagnóstico perfeito da realidade observada na atualidade do mundo? Ocorre que ela foi publicada na abertura do número de setembro de 1863 da REVISTA ESPÍRITA. O editor, Allan Kardec a reproduz pela qualidade dos argumentos elaborados pelo autor, identificado como F. Herrenschneider, sobre a necessidade da aliança entre a Filosofia e o Espiritismo. Diante do quadro desenhado pelas palavras iniciais, acrescenta que “contra semelhante disposição moral, pública e privada, a filosofia é impotente. Não que os argumentos lhe façam falta para provar a necessidade social de princípios puros e generosos, não que ela não possa demonstrar a iminência da responsabilidade final, e estabelecer a perpetuidade de nossa existência, mas os homens não têm, geralmente, nem o tempo, nem o gosto, nem o espírito bastante refletido, para prestar atenção à voz de suas consciências e às observações da razão. As vicissitudes da vida, aliás, frequentemente, são muito imperiosas para que se decida ao exercício da virtude pelo simples amor ao Bem. Quando mesmo que a filosofia tivesse sido, verdadeiramente, o que deveria ser: uma doutrina completa e certa, jamais teria podido provocar, só pelo seu ensino, a regeneração social de maneira eficaz, uma vez que até este dia não pôde dar, à autoridade de sua doutrina, de outra sanção senão do amor abstrato do ideal e da perfeição. É que aos homens é preciso, para convencê-los da necessidade de se consagrarem ao bem, fatos que falem aos sentidos. Preciso lhes é o quadro impressionante de suas dores futuras, para que consintam em subir novamente a rampa funesta onde seus vícios os arrastam; é-lhes preciso tocar com o dedo as infelicidades eternas que se preparam por seu desleixo moral, para que compreendam que a vida atual não é o objetivo de sua existência, mas o meio que o Criador lhes deu de trabalhar pessoalmente no cumprimento de seus destinos finais. Também é por esse motivo que todas as religiões apoiaram seus mandamentos sobre o terror do inferno e sobre as seduções das alegrias celestes. Mas, desde que, sob o império da incredulidade e da indiferença religiosa, as populações se tranquilizaram sobre as consequências últimas de seus pecados, uma filosofia fácil e inconsequente ajudando o culto dos sentidos, dos interesses temporais e das doutrinas egoístas, acabou por prevalecer. Hoje os homens esclarecidos, inteligentes e fortes se afastam da Igreja e seguem suas próprias inspirações; a autoridade necessária lhe faz falta para recobrar sua influência vinte vezes secular. Pode-se, pois, dizer que a Igreja é tão impotente quanto a filosofia, e que nenhuma nem outra exercerão influência salutar sujeitando-se, cada uma em seu gênero, a uma reforma radical. (...). É, pois, o Espiritismo que nos revela nossos destinos futuros, e, quanto mais for conhecido, mais a regeneração moral e religiosa ganhará em impulso e em extensão. A união do Espiritismo com as ciências filosóficas nos parece, com efeito, de uma alta necessidade para a felicidade da Humanidade e para o progresso moral, intelectual e religioso da sociedade moderna; porque não estamos mais no tempo em que se podia afastar a ciência humana e preferir-lhe a fé cega. A ciência moderna é muito sábia, muito segura de si mesma, e muito avançada no conhecimento das leis que Deus impôs à inteligência e à Natureza, para que a transformação religiosa possa ter lugar sem seu concurso. Conhece-se muito exatamente a exiguidade relativa de nosso Globo para conceder à Humanidade um lugar privilegiado nos desígnios providenciais. Aos olhos de todos, não somos mais do que um grão de pó na imensidade dos mundos, e sabe-se que as leis que regem essa multidão indefinida de existências são simples, imutáveis e universais”.


Guto Soares pergunta por que a palavra reencarnação não está na Bíblia.

 A palavra reencarnação não está na Bíblia, simplesmente porque na época em que os textos bíblicos foram escritos ainda não existia essa palavra. Aliás, o termo “reencarnação” ( que quer dizer renascer num corpo de carne) foi criado por Allan Kardec, mas a ideia da reencarnação – ou seja, a concepção de que vivemos muitas vidas na Terra, esta já existia séculos antes de Cristo, muito antes da crença na ressurreição dos mortos. O que Kardec fez, quando codificou o Espiritismo, foi dar-lhe um nome mais adequado ao pensamento da doutrina.

 Nas filosofias antigas do Oriente, tanto quanto no pensamento dos filósofos da Grécia Antiga ( como Pitágoras, Sócrates e Platão), havia a concepção de que o homem não está na Terra pela primeira vez, que já viveu antes e que ainda viverá depois. Platão deu o nome de metempsicose a esse fenômeno de morrer e nascer de novo, mas a ideia de Platão ainda não era a mesma que o Espiritismo concebeu há 160 anos atrás. O Espiritismo aperfeiçoou a ideia, passando a tratá-la com mais precisão filosófica e científica.

 Nos Evangelhos, apesar da crença na reencarnação não fazer parte da religião dos judeus, encontramos referências a “nascer de novo” e uma delas foi do próprio Jesus. Mas podemos perceber isso em livros do Antigo Testamento, como o de Jó, por exemplo. Natural que as ideias do Oriente também chegassem aos judeus, aqui no Oriente Médio, mas o que os judeus mais absorveram foram as concepções do Zoroastrismo, religião persa que ensinava, entre outras coisas, a existência de um deus do bem e de um deus do mal, além ensinar a ressurreição do corpo e o juízo final.

 De nossa parte não temos conhecimento de que alguma tradução bíblica para o português, tenha introduzido o termo usado por Kardec, embora saibamos que há traduções que usam termos como “espiritismo” e “mediunidade”, sendo que essas palavras que nunca fizeram parte dos textos  originais, até porque elas não existiam naquela época, mas foram propositada e indevidamente introduzidas na Bíblia, apenas com a finalidade de combater a Doutrina Espírita.

 Ora, foi Allan Kardec que criou também essas palavras – tanto “Espiritismo” como “mediunidade” – e isso só aconteceu há pouco mais de 160 anos atrás. Elas não poderiam, portanto, ter sido usadas nos originais bíblicos, mas algum tradutor, ocupado em desautorizar o Espiritismo e em enganar os leitores – acabaram por utilizá-las de forma desonesta em suas versões, como se na época de Moisés por exemplo, há 2.300 anos atrás, já existisse a Doutrina Espírita, o que não é absolutamente verdade. 

 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

HOLOGRAMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A mediunidade, o recurso que nos tem possibilitado conhecer e estudar a vida no Mundo Espiritual, ao longo do século 20, através de diferentes médiuns, nos revela que nos Universos Paralelos ligados ao Planeta Terra, existem extraordinários mecanismos que, ao longo do tempo, vem se materializando em nossa Dimensão. Assim se deu com sistemas de defesa – petardos e barreiras magnéticas, lança choques, redes luminosas de defesa, etc -, descritos em obras do Espírito André Luiz, psicografada por Chico Xavier, como OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb,1946) ou circuitos fechados de televisão do Hospital Maria de Nazareth da obra do escritor Camilo Castelo Branco, MEMÓRIAS DE UM SUICIDA (feb,1942) pela médium Yvonne do Amaral Pereira, entre outros. No não menos revelador livro A VIDA ALÉM DO VÉU (feb,1920), que relata as experiências vividas pelo Reverendo inglês George Dale Owen, entre 23 de setembro e 31 de outubro de 1913, escrevendo durante o estado alterado de consciência em que entrava 24 palavras por minuto, encontramos no material obtido no sábado, 11 de outubro, a descrição de uma vivência que assemelha às holografia possíveis hoje. No nosso Plano, os hologramas foram concebidos teoricamente em 1948, contudo, viabilizados nos anos 60, após a invenção do laser. A Holografia é um método de registro “integral” de informação com relevo e profundidade. Vejamos o que conta a mãe de Owen em incursão por mais uma área da região em que residia no Plano invisível aos nossos olhos: -“Conduziram-nos a uma sacada, ao lado de um espaço circular. Era um tanto saliente e podíamos ver tudo de uma vez. Fomos, então, avisados de que seria feita uma pequena demonstração em nosso proveito a fim de que, pudéssemos formar ideia do uso que podiam ter esses objetos. Sentamo-nos à espera e, afinal, uma névoa azul principiou a encher o espaço central. Em seguida, um raio de luz percorreu toda a extensão do salão e pousou no globo que representava a Terra. Parecia que o Globo absorvia o raio que o contornava e se tonava luminoso; depois de certo tempo, tendo o raio sido retirado, notámos que o globo brilhava como que internamente. Em seguida, outro raio lhe foi projetado em cima, mais intenso e de cor diversa, e o globo vagarosamente abandonou o pedestal, ou pino, ou o que quer que lhe servia de apoio, e principiou a flutuar, afastado da parede. Ao aproximar-se do centro, penetrou a névoa azul e, logo em seguida, ao seu contato, transformou-se em uma grande esfera, brilhando com luz própria e flutuando no espaço cerúleo. Era belíssimo. Vagarosa, muito vagarosamente, revolvia-se sobre seu eixo, evidentemente do mesmo modo que a Terra, e pudemos ver os Oceanos e continentes. Esses eram reproduções planas como as dos globos terrestres usados na Terra. Com o giro, porém, principiaram a mostrar aspecto diferente. As montanhas e os morros começaram a destacar-se, as águas a arfar e a encrespar-se; pouco depois, notámos minúsculas reproduções das cidades e mesmo os pormenores das suas construções. Ainda mais circunstanciado se tornou o modelo da Terra, até que vimos os seus próprios habitantes; em primeiro lugar, as multidões, e em seguida os indivíduos. Ser-lhes-á difícil compreender como, em um globo de talvez vinte oito a trinta metros de diâmetro, pudemos perceber homens e animais. Faz parte, porém, da ciência deste instituto poder mostrar as coisas discriminada e individualmente. Cada vez mais distintas se tornavam essas maravilhosas cenas e, ao circular o Globo, vimos homens se moverem nas cidades e trabalharem nos campos. Observámos os grandes espaços das campinas, dos desertos e das florestas, e os animais vagando neles. Ao girar vagaroso globo, notámos os oceanos e os mares, alguns plácidos, outros agitados e enfurecidos, e um navio de onde em onde. E toda a vida da Terra passou ante nossos olhos. Examinávamos estas cenas durante muito tempo, e o nosso amigo, que pertencia a esse estabelecimento, falou-nos de onde estava, para o lugar onde nos achávamos sentados, que o que observávamos era a Terra no seu estado atual. Se o desejássemos, mostrar-nos-ia o retro progresso das épocas desde a idade atual até o princípio como ser inteligente.(...). Devo aqui parar para explicar um assunto que leio no seu cérebro. O recinto não estava às escuras; havia luz por toda parte. O Globo, porém, brilhava com tal intensidade que, sem sensação desagradável de espécie alguma, obscurecia tudo que estava fora da nuvem azul(...). Depressa, o cenário principiou a mudar na superfície da Esfera em rotação e, fomos transportados através de milhares de anos da vida terrestre”. A descrição prossegue oferecendo dados instigantes para os estudiosos das questões


Comentário que ouvimos há uma semana. Muitas vezes eu me surpreendi avaliando como mudei de minha juventude para a velhice. Já consigo ver o mundo com outros olhos e isso me traz uma grande esperança em mim mesmo. Acho que isso é evolução. Queria que vocês opinassem.

– “Graças a Deus”, devemos dizer: a evolução é uma realidade presente em nossa vida, caro ouvinte. Ninguém está perdido. Não fosse assim, não teria nenhum sentido Jesus pedir pelos seus algozes, ao dizer: “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem”. Talvez o que ainda nos falte, é descobrir o quanto mudamos para melhor e que isso devemos às experiências que a vida nos proporcionou, principalmente as experiências amargas, difíceis, os paredões abruptos que a vida nos obrigou a escalar.

 Chico Xavier contava sobre um ancião que, certa vez, o procurou para falar de uma ofensa de que fora vítima na juventude, quando fora humilhado pelo chefe diante do público. Durante a vida toda ele planejou se vingar. Passaram-se muitos anos, até que um dia o odiado ofensor, já em idade avançada, o procurou na sua casa, chorando de arrependimento, para lhe pedir perdão. Diante disso, o ofendido disse ao Chico que seu ódio se transformara em compaixão e o velho adversário, por quem alimentou tanto ódio, passou a ser um grande amigo.

 De fato, a vida é uma escola, como escreve o Espírito Carmen Cinira no seu belo Poema da Fraternidade, do livro “Correio Fraterno”. Mesmo que não percebamos, por maior a nossa resistência às lições da vida, estamos sempre aprendendo, pois esta é a lei.  Todavia, aprendem mais depressa aqueles que mais cedo despertam para seu crescimento, porque, então, já podem assumir conscientemente o comando das próprias transformações.

 Imagine isso, caro ouvinte, quando transportado para a vida infinita do Espírito. Se, numa encarnação, que dura poucos anos aqui na Terra, já somos capazes de crescer, substituindo velhos defeitos e descortinando novos concepções, quanto mais ampla não devem ser as conquistas que o Espírito vem fazendo ao longo de várias encarnações!

 É claro que cada um de nós está num patamar evolutivo próprio: alguns mais à frente, outros numa condição mediana e outros ainda bem atrás. Mesmo assim, invariavelmente todos crescem de algum modo e em alguma direção. Contudo, a direção que mais contribui para o nosso crescimento espiritual é a das nossas conquistas no campo da sabedoria. Por isso, é de se esperar, de uma maneira geral, que os mais idosos sempre tenham mais que nos ensinar, porque viveram mais, erraram mais e também sofreram mais.

 Não confundamos sabedoria com conhecimento. Conhecimento é informação, sabedoria é vivência. Nem sempre os mais bem informados sabem tomar as melhores decisões, pois a informação instrui, mas só a sabedoria educa. Uma atua mais no campo da inteligência, outra na área do sentimento. De qualquer forma, vivencia de vida, em geral, nos amadurece para as questões mais importantes.

 A evolução é uma lei da natureza que envolve todos os aspectos do nosso desenvolvimento espiritual. Mesmo que aparentemente seja lenta, diante da nossa curta existência na Terra, ela jamais se detém, pois é da lei que todos nos aperfeiçoemos em direção a Deus, buscando a nossa própria perfeição. “Sede prefeitos como vosso Pai celestial é perfeito” – disse Jesus.


quinta-feira, 24 de junho de 2021

DOENÇAS MENTAIS E O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Aceleradamente a ciência vai acessando informações extremamente úteis para o entendimento dos outrora inexplicáveis problemas humanos. Até a Organização Mundial de Saúde na Classificação Internacional de Saúde, item F.44.3 do CID 10, de 2016, já considera a possibilidade dos transtornos mentais serem causados por perturbações espirituais. Analisando um caso de obsessão coletiva no número de maio de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece elementos uteis para quem quer refletir sobre a fascinante influência espiritual intencional. Diz ele: -“Está demonstrado pela experiência que os Espíritos mal-intencionados não só agem sobre o pensamento, mas, também, sobre o corpo, com o qual se identificam e do qual se servem como se fosse o seu; que provocam atos ridículos, gritos, movimentos desordenados que apresentam todas as aparências da loucura ou da monomania. Encontrar-se-á sua explicação n’O LIVRO DOS MÉDIUNS, no capítulo da obsessão. Com efeito, é bem uma espécie de loucura, uma vez que se pode dar este nome a todo estado anormal, em que o Espírito não age livremente. Deste ponto de vista, é uma verdadeira loucura acidental. Faz-se, pois, necessário distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva. A primeira resulta de uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor dizendo, a expressão do pensamento é incoerente. Na loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e subjuga. No primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão, para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico e, sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia. Abrindo novos horizontes a todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura das doenças mentais, ao atribuir-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. Mas como fazer que tal causa seja admitida por aqueles que estão sempre dispostos a enviar ao hospício quem quer que tenha a franqueza de crer que temos uma alma e que esta desempenha um papel nas funções vitais, sobrevive ao corpo e pode atuar sobre os vivos? Graças a Deus, e para o bem da Humanidade, as ideias espíritas fazem mais progresso entre os médicos do que se podia esperar e tudo faz prever que, num futuro não muito remoto, a Medicina saia finalmente da rotina materialista. Estando provados alguns casos isolados de obsessão física ou de subjugação, fácil é compreender que, semelhante a uma nuvem de gafanhotos, um bando de Espíritos perturbadores pode lançar-se sobre certo número de indivíduos, deles se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral. A ignorância, a vulnerabilidade das percepções, a ausência de cultura intelectual naturalmente lhes facultam maior influência. É por isso que eles prejudicam, de preferência, certas classes, embora as pessoas inteligentes e instruídas nem sempre estejam isentas. Estudai o Espiritismo e compreendereis a razão”.




 (COMENTÁRIO DE UM OUVINTE) Ultimamente vem ocorrendo vários crimes praticados por lideres religiosos ( sacerdotes, pastores, médiuns, etc.); por incrível que pareça,  pessoas que infundiam respeito e admiração e que  tinham por obrigação perante a sociedade e perante Deus dar exemplo aos seus seguidores.  Será isso um sinal do fim dos tempos?

 Primeiramente precisamos  considerar que líderes religiosos são seres humanos como todos nós e que nem sempre aqueles que assumem posição de destaque entre seus profitentes ( seja qual for a religião) ou perante a sociedade são pessoas que reúnem a necessária condição moral e espiritual para tanto. A História é testemunha disso e, certamente, se nos remontarmos ao passado mais distante da humanidade, de séculos e séculos, vamos encontrar problemas ainda maiores.

 Além disso, existem entre esses líderes os que realmente trazem uma inclinação missionária para fazer o que devem fazer no cumprimento de suas missões, enquanto outros, algumas vezes, estão mais interessados em si mesmos e nas vantagens que podem tirar de sua posição, a custa da boa fé do povo. Sob o ponto de vista espírita, existem, inclusive, Espíritos que falham redondamente em suas missões, atraídos por outros interesses.

  Temos dito em nosso programa, inúmeras vezes, que a capa da religião não é atestado suficiente de bondade e de amor pela humanidade. Há muita gente, que nem religião tem e que até preferem ficar distante dela e que, no entanto, são exemplos de honradez e bondade. No seu tempo, Jesus combateu a ação nefasta de muitos fariseus que, a título de defender e salvaguardar a religião, eram exímios exploradores da fé simples daquele povo.

 Desse modo, não é novidade que ainda existam pessoas que se colocam em evidência no meio religioso e que, inclusive, arrastam multidões para suas atividades, mas que, no fundo, são aproveitadores ou exploradores do povo. Allan Kardec se preocupou muito com isso no seu tempo, pois não faltavam os que queriam tirar vantagem em nome do Espiritismo, prometendo vantagens, curas, revelações e espetáculos para atender à curiosidade pública.

 Por isso mesmo, em seguida à publicação de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec  lançou O LIVRO DOS MÉDIUNS que, ao mesmo tempo, mostrava como as pessoas deveriam praticar uma mediunidade séria, segura e autêntica. Mas nessa obra ele não se esqueceu de dedicar pelo menos dois capítulos para abordar a questão do charlatanismo e da mistificação, através dos quais alertava os espíritas contra o mau uso da mediunidade e contra os falsos médiuns e prestidigitadores.

 Hoje, século XXI, com o extraordinário avanço dos meios de comunicação e, consequentemente, com a possibilidade de as pessoas ter acesso a todo tipo de divulgação, já estamos um pouco mais atentos contra a mentira e a falsidade que ainda existem na sociedade. Sendo assim, também fica mais fácil localizar os impostores que se utilizam da fé e do sentimento religioso para explorar, como tem acontecido ultimamente.

  Mesmo assim, nesse vasto campo das muitas religiões e das inumeráveis promessas de soluções fáceis, do anúncio de milagres ou de outros fatos maravilhosos que geralmente chamam a atenção e encantam os curiosos, precisamos sempre nos manter atentos e esclarecer aqueles que podem facilmente ser atraídos para alguma armadilha de cunho religioso.


quarta-feira, 23 de junho de 2021

RESULTADOS INESPERADOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Indiscutivelmente, não fazia parte das conclusões habituais das terapias aplicadas em seus pacientes desde que se especializara em Psiquiatria na Universidade de Yale, renomada escola dos Estados Unidos da América do Norte. Exatamente por isso, o Professor e doutor Brian Weiss resolveu contar somente após quatro anos, a história construída com uma de suas pacientes, no início dos anos 80. Trabalhavam no mesmo Hospital, ligado à Escola de Medicina da cidade Miami, onde ele ministrava aulas e clinicava. Não se conheciam até o primeiro atendimento, sucessivas vezes adiado e consumado ante a insistência de colegas médicos que lhe solicitaram tentar resolver os distúrbios que perturbavam a harmonia de Catherine – nome fictício -, uma jovem na faixa dos 30 anos, acometida de depressão, insônia, algumas fobias e medos em estágio progressivo. Os resultados contrariavam não só tudo aquilo que havia aprendido em sua formação como visto até então. De igual modo como acontece com aquelas capazes de redefinir paradigmas, foram descobertas casuais, embora não originais. Após 18 meses de tentativas frustradas de identificar a origem do perturbador processo que envolvia Catherine, o Dr Weiss resolveu experimentar a hipnose e os efeitos se fizeram sentir rapidamente, pois recuada à primeira infância, a paciente recuperou de suas memórias profundas uma vivência traumatizante aos 6 anos, num tratamento dentário; outro, aos 5 anos, quando a empurraram de um trampolim para uma piscina sem saber nadar e, por fim, a pior de todas, aos 3 de idade quando viu seu pai, militar ligado à Marinha, entrar alcoolizado no escuro de seu quarto, tapar sua boca e abusar dela sexualmente. Os registros desvendados, porém, não promoveram melhoras significativas e o terapeuta resolveu prosseguir com a regressão e o que se apurou a seguir foi surpreendente: Catherine transpôs a barreira desta vida e começou a resgatar memórias de outras que teria tido nos últimos quatro mil anos, em diferentes nações, civilizações, raças, culturas, minudenciando fatos que, revelavam inclusive a presença nas diferentes passagens pelo corpo físico, de alguns dos personagens presentes na sua existência atual. As surpresas, porém, não pararam por aí. A partir de uma das dezenas de sessões que se realizariam nas semanas seguintes, houve manifestações do que o Dr. Weiss chamou de Mestres. Na primeira delas, para assegurar a veracidade da ocorrência, Catherine repetiu algumas informações de ordem pessoal do médico, ou seja, somente do seu conhecimento. Uma, sobre o raro nome de seu pai, Avron, que havia morrido tempos antes e outra, sobre um filho do Dr Weiss morto 23 dias depois de ter nascido, e, passado por delicada cirurgia com que se pretendia reverter o quadro raríssimo - um em cada 10 milhões de nascimentos -, de trazer o coração invertido em relação aos corpos normais. A morte da criança provocou profunda reflexão no médico, em face da dor experimentada, fazendo-o optar pelo exercício da Psiquiatria por descrer das demais especialidades. A perda familiar, bem como do nome incomum de seu genitor, não era do conhecimento de Catherine que não privava de maior intimidade com a pessoa de Weiss. Os Mestres revelaram a Catherine ter ela tido 86 existências no corpo físico, alternando inclusive sua sexualidade, ora renascendo como homem, ora como mulher. Os conflitos enfrentados por Weiss, naturalmente, foram muitos, determinados não só pela sua formação acadêmica, como pela religiosa visto ser seguidor do Judaísmo que não considera nem remotamente a possibilidade da reencarnação. Buscando encontrar subsídios para entender aquilo com que se deparava, o médico releu inclusive o livro do curso de religiões comparadas frequentado por ele no seu primeiro ano na Universidade de Columbia. “Havia’, apurou ele, ‘referências à reencarnação no Velho e no Novo Testamento. Em 325 d.C, o imperado romano Constantino, o Grande e sua mãe, Helena, suprimiram as que estavam contidas no novo Testamento. O Segundo Concílio de Constantinopla em 553 d.C, validou este ato, declarando herético o conceito de reencarnação. Aparentemente, ele enfraqueceria o poder crescente da Igreja, dando aos homens tempo demais para buscarem a salvação”. Publicado em 1988, sob o título MUITAS VIDAS, MUITOS MESTRES (1991, salamandra), o livro tornou-se um campeão de vendagem, popularizando a história que influenciou milhares de profissionais ligados à saúde mental. 

OBSERVAÇÃO FEITA POR UM COMPANHEIRO DE UM GRUPO DE ESTUDOS. “Uma coisa importante a vida já me ensinou,  que é mais fácil socorrer alguém que está sofrendo do que a gente mesmo sofrer e precisar de ajuda de outra pessoa. Por mais que a gente queira entender o sofrimento dos outros, não dá para saber o quanto a pessoa está sofrendo”.

Temos abordado este tema reiteradas vezes, mas o assunto nunca se esgota. Quando falamos de sofrimento, estamos falando sobretudo da dor moral, ou seja, da dor que fere a alma, causando enorme desconforto íntimo, desconforto da pessoa consigo mesma, da pessoa com outras de suas relações e da pessoa com Deus. A dor moral difere da dor física, porque a dor moral não tem limites, enquanto a dor física acontece e passa. A dor moral fica por muito tempo, às vezes por uma vida inteira.

  A dor é que causa o sofrimento; quer dizer, o sofrimento é a resposta à dor. Essa dor pode ser, por exemplo, a perda de um ente querido, fato que acontece na vida de todo mundo. Por isso, cada um de nós tem o seu próprio sofrimento com relação aos seus sentimentos para com o ente que partiu. Quando queremos ajudar alguém, que está nessas circunstâncias, imaginamos o quando a pessoa está sofrendo, procurando nos colocar no lugar dela. É o máximo que podemos fazer, se estamos movidos pela melhor das intenções, se queremos de fato ajudar.

Então, geralmente, nos valemos de argumentos, dependendo  de nossos conhecimentos, de nossa própria visão de vida, de nossa religião. Mas há pelo menos duas formas de conter a dor moral de alguém que perde um ente amado: primeiro, nos colocando ao seu lado para que ela senta proteção ou para que sinta que não está sozinha. E, depois, com a nossa argumentação; geralmente recorremos à crença na imortalidade da alma e em Deus, para que não se sinta desamparada.

De fato, tudo que podemos fazer em seu favor é essa disposição de doar-se, mas com isso certamente estamos fazendo o que devemos fazer. Diferente, no entanto, é quando somos nós que precisamos de ajuda. A nossa dor sempre parece maior do que todas as dores do mundo, porque, na condição espiritual em que nos encontramos, estamos muito centrados em nós mesmos, razão pela qual quanto mais a pessoa se preocupa em ajudar os outros, menos ela dá conta de sua própria dor e, por isso, sofre menos.

Desta reflexão, tão importante para a vida de todos nós, devemos concluir que é preferível dar do que receber, é melhor ajudar que ser ajudado, é mais fácil cuidar do problema do outro do que enfrentar os próprios problemas. Eis porque os instrutores espirituais não se cansam de nos convidar à prática do bem.


terça-feira, 22 de junho de 2021

INTERMISSÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Intermissão foi o termo escolhido pelos principais pesquisadores da reencarnação no século XX para explicar fatos envolvendo crianças que espontânea e de forma impactante revelam habilidades incomuns ou detalhes de vidas passadas como o próprio nome, de familiares, cidades, entre outras lembranças que só podem ter se originado em existência anterior. Segundo eles, a manifestação desses registros deve-se ao intervalo curto entre encarnações, o que vai ao encontro do afirmado por Allan Kardec em abordagem sobre as vidas sucessivas, dizendo que “a criatura renasce no mesmo meio, nação, raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar”. A História da Humanidade na Terra inclui o registro de vários fenômenos clássicos como, entre outros, o compositor Mozart, o matemático Pascal, o físico Ampére, o cientista Gauss, considerados gênios precoces em suas áreas de atuação. No lado Oriental do Planeta, a Índia e países periféricos, conta com milhares de exemplos de memórias de vidas passadas, situação facilitada pelos atavismos religiosos que veem o mecanismo da reencarnação como uma realidade. No número de novembro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, foi incluída uma matéria tratando de curioso caso revelado em publicação científica inglesa sobre uma criança de cinco anos que desde os três de idade não sabia pronunciar senão as palavras ‘papa’ e ‘maman’. Quando atingiu os quatro anos, a língua se desatou repentinamente, falando quando da veiculação da notícia, de conhecidas no idioma inglês somente as duas palavras citadas, expressando-se num idioma ignorado por todos que se aproximavam dela. Apesar das tentativas de ensinar-lhe o idioma pátrio, recusava-se terminantemente aprendê-lo. Colocado em discussão o tema na reunião de 9 de outubro daquele ano,  da Sociedade Espírita de Paris, um Espírito de nome Luiz Nivard, manifestou-se sobre o assunto por um dos médiuns presentes, na verdade seu filho, dizendo que a ocorrência do fenômeno tinha uma razão de ser: levar os que se intrigavam diante dela a procurar-lhe a causa. Como Espírito, o que poderia dizer era que “o Espírito encarnado no corpo dessa menina, conheceu a língua, ou antes, as línguas que fala, pois faz uma mistura. Não obstante a mistura é feita conscientemente e constitui uma língua, cujas diversas expressões são tomadas das que esse Espírito conheceu em outras encarnações. Em sua ultima existência ele tinha tido a ideia de criar uma língua universal, a fim de permitir a facilidade das relações e o progresso humano. Para esse efeito ele tinha começado a compor essa língua, que constituía de fragmentos de várias que conhecia e gostava. A língua inglesa lhe era desconhecida; tinha ouvido ingleses falar, mas achava sua língua desagradável e detestava. Uma vez no Plano Espiritual, o objetivo que se tinha proposto em vida aí continuou; pôs-se à tarefa e compôs um vocabulário que lhe é particular. Encarnou-se entre ingleses, com o desprezo que tinha por sua língua, e com a determinação bem firme de não a falar. Tomou posse de um corpo, cujo organismo flexível lhe permite manter a palavra. Os laços que o prendem a esse corpo são bastante elásticos, para mantê-lo num estado de semidespreendimento, que lhe deixa a lembrança bastante distinta de seu passado, e o mantém em sua resolução. Por outro lado, é ajudado por seu guia espiritual, que vela para que o fenômeno tenha lugar com regularidade e perseverança, a fim de chamar a atenção dos homens. Aliás, o Espírito encarnado estava consentindo na produção do fato. Ao mesmo tempo que demonstra o desprezo pela língua inglesa, cumpre a missão de provocar as pesquisas psicológicas”. Comentando, Kardec diz que se a explicação não pode ser demonstrada, ao menos tem por si a racionalidade e a probabilidade. Um inglês que não admite o princípio da pluralidade das existências e que não tinha conhecimento desta comunicação espiritual, arrastado pela lógica irresistível, disse, falando desse caso, que ele não se poderia explicar senão pela reencarnação, se fosse certo a gente reviver na Terra. Eis, pois, um fenômeno que, por sua estranheza, cativando a atenção, provoca a ideia da reencarnação, como a única razão plausível que se lhe possa dar. (...). Em tempos mais remotos, teriam olhado essa menina como enfeitiçada. (..). O que não é menos digno de nota, é que este fato se produz precisamente num País ainda refratário à ideia da reencarnação, mas à qual será arrastado pela força das coisas”.


  “Se Deus criou tudo, quem criou Deus?”- a pergunta vem do Kayki, neto de nossa habitual ouvinte, Elisa Maria de Almeida, do Labienópolis.

  Se você abrir O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, logo no primeiro capítulo, vai encontrar este tema, Deus. Aliás, este tema também poderia ser a conclusão do livro, porque todas as abordagens que os Espíritos fazem sobre as leis que governam a vida só podem nos levar à concepção de uma inteligência perfeita como causadora de um universo regido por leis perfeitas, que regulam todos os fenômenos, desde o mundo infinitamente pequeno as constelações e galáxias que povoam o universo.

 No entanto, Kardec preferiu trazê-la para início do livro, a fim de que o leitor estivesse mais aberto para absorver à compreensão das ideias que são expostas paulatinamente no decorrer da obra. Eis porque, da questão número um à questão nº 15, vamos percorrendo vários degraus de concepções que nos encaminham à ideia que podemos fazer da inteligência perfeita e criadora de tudo que existe. Assim mesmo, os Espíritos procuraram simplificar, para o nosso entendimento, o que seria Deus.

 Observe que, na primeira questão, Allan Kardec não pergunta “quem é Deus”, mas sim “o que é Deus”. Há uma diferença:  “quem” é um pronome que se refere especificamente à pessoa de alguém, enquanto que o pronome “que” é indefinido, amplo e, portanto, se refere a qualquer coisa. Kardec não perguntou se Deus é uma pessoa, porque se assim fizesse já estaria restringindo Deus a um ser limitado, mas perguntou o que ele é. Os Espíritos devem ter se esforçado muito para dar um conceito que coubesse na inteligência humana, sem se chocar com os princípios lógicos do raciocínio.

 “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” – responderam. Mas esse conceito simples não encerra o debate, tanto assim que Kardec continua perguntando. Ele parte da ideia de que, se o universo  é infinitamente complexo e infinito em suas dimensões, só pode ter tido origem inteligente; e se as leis da natureza são tão perfeitas como podemos perceber, elas devem ter provindo de uma inteligência perfeita, que seria Deus ou a maior Inteligência que pode existir.

 Se você quiser penetrar um pouco mais nas ideias de Allan Kardec, leia e faça uma cuidadosa reflexão, sobre as 15 questões iniciais de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Falar de Deus ou da causa primária de tudo que existe é querer penetrar num campo de conhecimento que está muito além da concepção e da imaginação humanas. Nossa inteligência, sendo limitada e imperfeita, por mais se proponha a isso, não consegue compreender uma inteligência perfeita e infinita.  Fazendo uma simples comparação, seria como uma minhoca que se propusesse a entender a inteligência humana – impossível. Eis porque precisamos tratar essa questão com bastante humildade.

 Ora, a inteligência humana é criativa, conforme podemos perceber pelo mundo que o próprio homem criou, através da ciência, das artes, da tecnologia, descobrindo, inventando e criando de uma forma simplesmente extraordinária. Eleve tudo isso que o homem já fez ao infinito ( que é Deus) e perceberá que a inteligência de Deus é a suprema criação, que se fez a si mesma na eternidade, além do espaço e do tempo que conhecemos, sem necessidade de uma causa anterior para existir. Não existe anterior na história de Deus. Para a inteligência perfeita só existe o presente, a eternidade.

 Se Deus – a quem Jesus chamou de Pai - tivesse sido criado ou surgido num determinado momento, ele não seria Deus, pois a   própria concepção de Deus implica na ideia de um ser perfeito, autossuficiente, auto existente,  causa e  finalidade de tudo e, portanto, a  “causa não causada” – conforme disse Aristóteles, século IV antes de Cristo. O homem, com toda a sua inteligência pode perceber a presença de Deus em tudo, através grandiosidade de sua obra, mas não consegue ir além do que sua inteligência permite.