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sexta-feira, 18 de junho de 2021

A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A insuficiência de conhecimentos astronômicos da Antiguidade nas tentativas de explicar a origem de tudo durante o tempo em que se imaginava a Terra o centro do Universo, levaram os estudiosos a escalonarem os Céus, acomodando diversos graus de beatitude, sendo o último, a morada da suprema felicidade. Segundo a opinião mais comum, havia sete deles; daí a expressão “estar no Sétimo Céu”, para exprimir uma felicidade perfeita. Os muçulmanos admitem nove, em cada um aumentando a felicidade dos crentes. O astrônomo Ptolomeu que viveu na Alexandria, no Egito, contou onze, sendo o último chamado Empíreo, por causa da ofuscante luz que ali reinava. A Teologia Católica reconhece três Céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens; o segundo o espaço onde se movem os astros; o terceiro, além da região dos astros, é a morada do Mais Alto, a região dos eleitos que contemplam ao Deus face a face, crença que levou a se dizer que São Paulo foi elevado ao Terceiro Céu. O surgimento do Espiritismo apresentou uma visão mais racional da questão ao dizer que a fim do período de ligação com o corpo físico, libera o chamado períspirito ou corpo espiritual para a reintegração no Mundo Espiritual de onde a individualidade saiu um dia para mais uma experiência reencarnatória. Aglutinam-se conforme os diferentes estados em que se desprendem do revestimento fisiológico. Observa-se que alguns não se afastam do meio em que viveram, enquanto outros se elevam a outros espaço ou mundo enquanto certos Espíritos culpados erram em regiões sombrias, constituindo também, diferentes moradas, não localizadas nem circunscritas, encaixadas nas “muitas moradas na Casa do Pai” referidas por Jesus aos seus seguidores mais próximos. Em interessante observação reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de junho de 1868, Allan Kardec explica: -“A quem quer que não conheça a verdadeira constituição do Mundo Invisível, parecerá estranho que Espíritos, segundo eles, seres abstratos, semi-materiais, indefinidos, sem corpo, sejam vítimas de sensação como a fome, por exemplo. O espanto cessa quando se sabe que esses mesmos Espíritos são seres como nós: tem um corpo, fluídico é verdade, mas que não deixa de ser matéria; que deixando o seu invólucro carnal, certos Espíritos continuam a vida terrena com as mesmas vicissitudes, durante um tempo mais ou menos longo. Isto parece singular, mas é; e a observação nos ensina que tal é a situação dos Espíritos que viveram mais a vida material que a espiritual, situação por vezes terrível, porque a ilusão das necessidades da carne se faz sentir, e se tem todas as angústias de uma necessidade impossível de saciar. O suplício mitológico de Tântalo, nos antigos, acusa um conhecimento mais exato do que se supõem, do estado do Mundo de Além-túmulo, sobretudo mais exato do que entre os modernos. Outra, contudo, é a posição dos que, desde essa vida, se desmaterializaram pela elevação de seus pensamentos e sua identificação com a vida futura. Todas as dores da vida corporal cessam com o último suspiro e logo o Espírito plana, radioso, no mundo etéreo, feliz com um prisioneiro livre de suas algemas. Quem nos disse isto? ´E um sistema, uma teoria? Alguém disse que deveria ser assim e se acredita sob palavra? Não; são os próprios habitantes do Mundo Invisível que o repetem em todos os pontos do Globo, para ensinamento dos encarnados. Sim, legiões de Espíritos continuam como na vida corporal com suas torturas e suas angústias. Mas quais? Os que anda estão muito presos à matéria para dela se destacarem instantaneamente. É uma crueldade do Ser Supremo? Não; é uma Lei da Natureza inerente ao estado de inferioridade dos Espíritos e necessária ao adiantamento; é um prolongamento misto da vida terrestre durante alguns dias, meses ou anos, conforme o estado mora dos indivíduos. (...). As evocações nos mostram uma porção de Espíritos que ainda se julgam deste mundo: suicidas, supliciados que não suspeitam que estão mortos e sofrem o seu gênero de morte; outros que assistem ao próprio enterro, como ao de um estranho; avarentos que guardam seus tesouros, soberanos que julgam mandar ainda e ficam furiosos por não serem obedecidos; depois de grandes naufrágios, náufragos que lutam contra o furor das ondas; depois de uma batalha, soldados que se batem e, ao lado disto, Espíritos radiosos, que nada mais tem de terrestres e são para os encarnados o que a borboleta é para a lagarta. Pode-se perguntar para que serve as evocações, quando nos dão a conhecer, até nos mínimos detalhes, esse mundo que nos espera a todos ao sairmos deste? É a Humanidade encarnada que conversa com a Humanidade desencarnada; o prisioneiro que fala com o homem livre. Não, por certo, elas para nada servem ao homem superficial que nisto só vê um divertimento; elas não lhe servem mais que a física e a química recreativas para sua instrução. Mas para o filósofo, o observador sério, que pensa no amanhã da vida, é uma grande e salutar lição; é todo um mundo novo que se descobre; é a luz atirada sobre o futuro; é a destruição dos preconceitos seculares sobre a alma e a vida futura; é a sanção da solidariedade universal que liga todos os seres. Dirão que se pode estar enganado. Sem dúvida, como se o pode sobre todas as coisas, mesmo as que se vê e se toca. Tudo depende da maneira de observar”.


O que vocês acham da crença das pessoas  que dizem que a  prece pelos mortos é inútil. Essas pessoas consideram que, após a morte, o destino dos Espíritos já está definitivamente decidido, -  ou céu ou inferno -  e não tem como mudar.

 É uma crença que elas têm e que nós respeitamos. Se existe algo sagrado numa pessoa, além de sua vida (é claro), é o direito de ela ter a sua própria maneira de crer. Este é um dos mais importantes princípios do Espiritismo; está na Lei da Liberdade do LIVRO DOS ESPÍRITOS. Todavia, isso não quer dizer que sempre devemos concordar com a crença dos outros. Nós também temos o direito de cultivar o  próprio ponto de vista, e é isso que faz a diversidade, a beleza da vida e a maravilha da criação de Deus.

 Esta como qualquer outra questão não se limita a uma fé simples e passiva, porque para o Espiritismo sempre devemos questionar antes de acreditar: razão e fé devem andar lado a lado. Veja, prezado ouvinte, que Allan Kardec, ao responder esta questão n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, capítulo “Pedis e Obtereis”, dá uma explicação sobre o cabimento e a  necessidade da prece pelos que partiram desta vida, até para aqueles que acreditam na eternidade das penas, ao dizer o seguinte:

  “Certas pessoas não admitem a prece pelos mortos, porque na sua crença não há para a alma senão duas alternativas: ser salva ou ser condenada às penas eternas e, num e noutro caso, a prece seria inútil. Sem discutir o valor dessa crença, porém, vamos admitir por um instante a realidade das penas eternas e irremissíveis e que as nossas preces sejam impotentes para lhes pôr um fim.”

 “Perguntamos, se nessa hipótese, é lógico caridoso e cristão rejeitar a prece pelos condenados. Essas preces, por impotentes que sejam para os libertar, não são para eles um sinal de piedade que pode amenizar seu sofrimento? Sobre a Terra, quando um homem é condenado à prisão perpétua, no caso em que não tenha nenhuma esperança de obter graça, é proibido a uma pessoa caridosa ir sustentar suas correntes para lhes aliviar o peso?”

E continua Kardec: “Quando alguém está acometido de uma doença incurável, porque não há nenhuma esperança de cura, é preciso abandoná-la sem nenhum alívio? Imaginai que, entre os condenados, pode se encontrar uma pessoa que vos foi cara, um amigo, talvez um pai, uma mãe ou um filho e, por que, segundo vós, não poderá esperar sua graça, lhes recusareis um copo d’água para lhes estancar a sede? Um bálsamo para secar-lhes as feridas?”

 “Não faríeis por ele o que faríeis para um prisioneiro? Não lhes daria um testemunho de amor, uma consolação? Não, isso não seria cristão. UMA CRENÇA, QUE RESSECA O CORAÇÃO, NÃO PODE ALIAR COM A DE UM DEUS QUE COLOCA EM PRIMEIRO LUGAR ENTRE OS DEVERES O AMOR AO PRÓXIMO.”


 

 

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