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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Allan Kardec e Os Serviços de Cura

Observa-se na atualidade, especialmente, na área da abrangência da cidade de São Paulo (SP), a eclosão de inúmeros trabalhos focados na cura de doentes de toda espécie. Embora a finalidade precípua do Espiritismo seja despertar a consciência da individualidade que, na verdade, é a verdadeira responsável pela manifestação das enfermidades, as quais funcionam como filtros ou freios para as tendências viciosas do Espírito ainda ignorante quanto à sua razão de existir, o fato é que tais mecanismos de auxílio podem levar a criatura a se aperceber que a vida não se resume ao tempo de permanência nesta Dimensão. Houve algo antes e haverá um depois. Desse modo os esforços nessa área cumprem um papel igualmente importante. Na REVISTA ESPÍRITA de novembro de 1866, Allan Kardec desenvolve interessante matéria sobre a questão, da qual destacamos alguns pontos para a reflexão de dirigentes, trabalhadores ou mesmo assistidos, para que os processos obsessivos não se constituam na verdade uma realidade por traz dos “fenômenos” observados: 1- Há uma diferença radical entre os médiuns curadores e os que obtêm prescrições médicas da parte dos Espíritos. Estes em nada diferem dos médiuns escreventes ordinários, a não ser pela especialidade das comunicações. Os primeiros curam só pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, às vezes, instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio. O poder curativo está todo, inteiro no fluido depurado a que servem de condutores. 2- A Teoria deste fenômeno foi suficientemente explicada para provar que entra na ordem das Leis Naturais e que nada há de miraculoso. É o produto de uma aptidão especial, tão independente da vontade quanto todas as outras faculdades mediúnicas; não é um talento que se possa adquirir; não se faz um médium curador como se faz um médico. 3- A aptidão para curar é inerente ao médium, mas o exercício da faculdade só tem lugar com o concurso dos Espíritos. De onde se segue que se os Espíritos não querem, ou não querem mais servir-se dele, é como um instrumento sem músico, e nada obtém. Pode, pois, perder instantaneamente a sua faculdade, o que exclui a possibilidade de transformá-la em profissão. 4- Um outro ponto a considerar é que sendo esta faculdade fundada em leis naturais, tem limites traçados pelas mesmas. Compreende-se que a ação fluídica possa dar a sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um obstáculo ao movimento e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque então o fluido se torna um verdadeiro agente terapêutico; mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a destruição de um órgão, o que seria um verdadeiro milagre. Há, pois, doenças fundamentalmente incuráveis, e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. 5- Há que levar em conta a variedade de nuanças apresentadas por esta faculdade, que está longe de ser uniforme em todos os que a possuem. Ela se apresenta sob aspectos muito diversos. Em razão do grau de desenvolvimento do poder, a ação é mais ou menos rápida, extensa e ou circunscrita. Tal médium triunfa sobre certas moléstias em certas pessoas e, em dadas circunstâncias e falha completamente em casos aparentemente idênticos. 6- Opera-se neste fenômeno uma verdadeira reação química, análoga à produzida por certos medicamentos. Atuando o fluido como agente terapêutico, sua ação varia  conforme as propriedades que recebe das qualidades do fluido pessoal do médium. Ora devido ao temperamento e à constituição deste último, o fluido está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. Daí resulta uma ação diferente, conforme a natureza da desordem orgânica; esta ação pode ser, pois, enérgica, muito poderosa em certos casos e nula em outros. 7- Só a experiência pode dar conhecer a especialidade e a extensão da aptidão; mas, em princípio, pode dizer-se que não há médiuns curadores universais. 8- A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estuda-las; que a natureza tem leis e recursos que eles ignoram; que o elemento espiritual, que eles desconhecem, não é uma quimera, e que quando o levarem em conta, abrirão novos horizontes à ciência e terão mais êxitos que agora. 9- Há, pois, para o médium curador a necessidade absoluta de se conciliar o concurso dos Espíritos Superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade, senão, em vez de crescer ela declina e desaparece pelo afastamento dos bons Espíritos. A primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir”. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dr Bezerra de Menezes Fala Sobre Homossexualismo e Sexo

-“Alcança número muito maior de criaturas, na Terra, como no Além, do que se possa imaginar... Contam-se aos milhões, no mundo, padecendo conflitos desta natureza, que ainda não encontraram compreensão adequada, nem estudo conveniente das Doutrinas que lhe investigam as causas, procurando soluções. Por enquanto, travam-se lutas entre a coarctação e a liberação do comportamento daqueles que estagiam nas áreas conflitantes do sexo. Os apologistas da proibição aferram-se a códigos morais caducos e impiedosos, nos quais a pureza é sinônimo de puritanismo, e os outros, que lideram o esforço em favor dos direitos da funcionalidade aberta, primam pela agressão moral, pela alteração de valores, pela imposição da sua conduta, nivelando todos os indivíduos em suas carências afetivas e estruturais, proclamando a hora da promiscuidade e da chalaça. Apresentam-se muitos indivíduos que se deixam conhecer, como motivo de escárnio, ao invés de lutarem pela conquista igualitária de espaço; ou de risota, ostentando deformidades que resultam dos comportamentos alienados, pedindo generalização dos costumes nos quais a conduta enfermiça deveria tornar-se padrão para todos. O respeito e a linha de equilíbrio devem viger no homem, em qualquer compromisso de relacionamento estabelecido. Enquanto, porém, o sexo se mantiver na condição de produto para venda e a criatura permanecer como objeto de prazer, a situação prosseguirá nos seus efeitos crescentes, mais amplos e dolorosos do que aqueles que se digladiam em nossa sociedade consumidora e inquieta. É natural que ressalvemos as exceções valiosas e nobres que há em todos os campos e áreas de ação da Humanidade (...). O sexo, em si mesmo, é instrumento excretor, a serviço da vida. Programado pela Divindade para servir de veículo à “perpetuação da espécie” nos seres pelos quais se expressa, tem sido gerador de incontáveis males, através dos tempos, em face do uso que o homem, em especial, lhe tem dado. Quando respeitado nos seus objetivos pelas criaturas e atendido pelo instinto entre os animais, atinge as finalidades a que se destina, sem outras consequências, qual ocorre também com as plantas...No atual estágio evolutivo do Planeta terrestre, o ato sexual faz-se acompanhar de sensações e emoções, de modo que propiciem prazer, facultando o interesse entre os seres, e assim preenchendo a destinação a que se encontra vinculado. Não obstante, o vício e o abuso sempre lhe seguem, como decorrência da mente que se perverte e o explora, dando origem a capítulos lamentáveis de dor e sombra, que passam a assinalar a conduta daqueles que o perturbam. Simultaneamente, devemos considerar que, em sua realidade intrínseca, o Espírito é assexuado e sem preferência ou psicologia especifica para uma ou outra experiência na organização física. Por esta razão, a própria vida elaborou formas que se completam em favor da função procriativa (...). A própria forma humana vigente hoje na Terra, é transitória (...). Sendo superior o psiquismo na atualidade, portanto, o Espírito, este imprime no corpo o que lhe é mais necessário para a evolução a que se destina, assim elaborando órgão e compleição mais compatíveis com as suas finalidades (...). De permeio, surge no laboratório das transformações, a interferência das mentes, produzindo constituições assinaladas pelos transtornos do comportamento anterior do Ser lúcido, que geram os tipos do hermafroditismo e da bissexualidade, que passam a constituir organismo de reeducação para os seus exploradores antigos, agora submetidos a provas de correção entre fortes conflitos e áspera insegurança interior (...). Correspondendo a tais circunstâncias, sempre do Espírito para o corpo e não deste para aquele, as respostas orgânicas se fazem mediante os genes e cromossomos que estabelecem as formas, sujeitas à ação do Ser reencarnado, de acordo com as suas necessidades evolutivas (...) Seja, porém, qual a forma sob a qual se expresse o sexo na vida, ele é departamento orgânico importante, credor de respeito e consideração, não apenas máquina de satisfação dos instintos egoístas, imediatistas... O seu uso deve ser regulamentado pela consciência dignificada, facultando ao indivíduo o equilíbrio e a harmonia decorrentes da permuta de hormônios e de afeto, sem que a vulgaridade e o barateamento lhe constituam razão predominante. Além da responsabilidade pessoal, diversas implicações se fazem assinalar pelos efeitos do relacionamento que envolve outros parceiros, cuja conduta, muitas vezes, passa a ser o resultado da consideração ou do desprezo a que são relegados por aqueles que os seduzem, enganam ou exploram. À medida que o Espírito se eleva e se enobrece, o uso do sexo passa por significativa alteração”. Nota: a íntegra deste parecer poderá ser lido na obra LOUCURA E OBSESSÃO (feb, 86), do Espírito Manuel Philomeno de Miranda pelo médium Divaldo Pereira Franco.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Homossexualismo : Um Depoimento, Uma Explicação

Diante da Entidade espiritual incorporada no médium, o jovem extravasou: -“Sou uma alma em frangalhos! Se continuo nesta marcha, nesta dubiedade de comportamento, vivendo duas formas de ser, enlouquecerei, se é que já não me encontro transpondo o portal do desvario. Há momentos em que não tenho discernimento para saber o que é certo ou o que se encontra errado, o que devo ou não fazer (...). Será que sou um Espírito feminino domiciliado num corpo masculino? Toda a minha vida até aqui é um permanente delírio. A minha psicologia difere da minha fisiologia, minhas aspirações entram em choque com a minha forma. Desde criança, eu preferia que me chamassem Lícia, a Lício, que é o meu nome. A última forma me chocava, enquanto a primeira me produzia deleite. Ao espelho, despido, sempre me estranhei, passando a detestar o que eu apresentava sem sentir, anelando pelo que experimentava emocionalmente, sem possuir. As formas do corpo produziam-me estranheza... Foi, porém, na puberdade que os meus sofrimentos se agravaram, na escola, no lar, em toda parte. Eu era uma pessoa dupla: a real, era interior, enquanto que a aparente, era a visível (...). Quando eu contava dez anos, um irmão de minha mãe, que morava no interior, portanto, meu tio, veio fazer Faculdade, em nossa cidade, e nosso lar foi-lhe aberto, confiante, hospitaleiro. Eu o conhecera rapidamente, desde quando muito antes, fora visitar meus avós, levado por meus pais e em companhia dos meus irmãos maiores: um menino e uma menina(...). Agora, porém, fora um choque reencontrá-lo, embora minha pouca idade (...). Um dia, com palavras dóceis, que eu não alcançava, levou-me à sedução, à ação nefasta devastadora que me prossegue afetando. Sem saber discernir, era uma brincadeira, um segredo de amor, que manteríamos, conforme deu-me instrução para uso pessoal e junto à família. Com o tempo adaptei-me e, envergonho-me de confessá-lo, passei a amá-lo, se é que um adolescente, naquele período, sabe o que é o amor(...). Por mais de três nãos vivemos essa terrível aventura, que se interrompeu, quando ele concluiu o curso e foi exercer a profissão em outra cidade(...). Ele encontrou uma jovem, a quem passou a amar realmente, deu-me ciência do fato e casou-se com ela (...). Após noites indormidas, e lutas tenazes contra a ideia do suicídio que se me fixava como única solução, tombei em novas, frustrantes e arrasadoras experiências que me magoaram profundamente, dilacerando-me o coração e a dignidade interior”.  Após alguns minutos de profundo recolhimento, o Espírito respondeu: -“Você tem razão ao afirmar que se trata de uma alma feminina encarcerada num corpo masculino. Tal ocorrência, no entanto, não é fruto de um sortilégio divino, mas dos códigos soberanos da vida, que estabelecem diretrizes que, desrespeitadas, produzem resultados concordes com a gravidade da rebeldia (...). A forma, numa como noutra área, é oportunidade para aquisição de Particulares conquistas de acordo com os padrões éticos que facultam a uma ou à outra (...). Quando, porém, o indivíduo se utiliza da função genésica para o prazer continuado sem responsabilidade, derivando para os estímulos que as aberrações da luxúria o convidam, incide em gravame que é convidado a corrigir, na próxima oportunidade da reencarnação, sob lesões da alma enferma, que se exteriorizam em disfunções genésicas, em anomalias e doenças do aparelho genital ou na área moral, mediante os dolorosos conflitos que maceram, nos quais o ser íntimo difere in totum do ser físico (...). Pelo menos, nas três últimas reencarnações, você, Lício, viveu experiências femininas, utilizando-se de corpos desse gênero. Na antepenúltima, enredou-se numa trama que a paixão insensata fez enlouquecer (...). Não há muito, utilizou de toda a força que a atração física lhe emprestava, para usufruir e malsinar vidas que se lhe enroscam, perturbando-lhe a marcha. Os efeitos emocionais lhe dilaceraram as fibras sensíveis da aparelhagem espiritual que modelaram um corpo-presídio, no qual a forma sofre o tormento da essência e vice-versa (...). Como é normal, infelizmente, aqueles que lhe padeceram a arrogância e a insensibilidade retornaram ao seu convívio físico e psíquico, tanto quanto os que foram corrompidos e lhe propuseram degradação ora renteiam ao seu lado. O tio pervertido é lhe companhia antiga, do mesmo grupo de perversão, que não lhe teve resistências morais para vencer os impulsos físicos, que provinham dos refolhes do ser viciado, e soube identificar, embora sem compreender, a antiga companheira de alucinação. Todavia, no seu desvario, ele esteve inspirado por adversário de ambos, domiciliado em nossa esfera de ação, que aguarda ensejo de vingar-se, na condição de esposo traído e vilipendiado pelos dois(....). Esta situação, todavia, existe porque os vínculos com o bem ou o mal permanecem conforme a força dos atos praticados, até que novas ações rompam a geratriz deles, por eliminação do seu efeito, fortalecendo as correntes do dever, que permanecerão para sempre”.A íntegra da consulta espiritual pode ser lida na obra LOUCURA E OBSESSÃO (feb, 86), do Espírito Manuel Philomeno de Miranda pelo médium Divaldo Pereira Franco.
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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ceitil Por Ceitil

A manhã daquele domingo, sete de julho de 1975, surgia como excitante perspectiva de dias de refazimento e lazer para o professor Oswaldo Peixoto Martins que partia da sua querida Campos (RJ), juntamente com a esposa Ruth Maria, os três filhos (Analice, Luciana e André Luiz) e a ama deles, na direção das férias escolares do meio de ano. Quilômetros após, contudo, um acidente no trecho recém-inaugurado da BR 101, entre Campos-Rio, nas imediações de Casimiro de Abreu (RJ), alteraria, para ele e a pajem Eliceia de Souza Batista, o destino anteriormente estabelecido, poupando a esposa e suas crianças. No capotamento ocorrido numa perambeira fora da estrada, o Professor Oswaldo foi projetado fora do veículo, sendo encontrado pela esposa caído numa região de brejo, com água que teria sido suficiente para mata-lo por afogamento, caso não houvesse sido retirado por ela para um lugar mais seco. Profissional do magistério que prestava serviços em três estabelecimentos de ensino da cidade em que vivia, o professor Oswaldo viveria ainda por quatro horas, desencarnando no Hospital da cidade de Macaé (RJ), para onde foi removido do local do acidente. Sua desencarnação repercutiu em toda Campos, pela sua reconhecida contribuição na formação de tantos talentos ao longo dos anos.  Sua esposa, tanto quanto ele, atuante no movimento espírita, particularmente na Escola Jesus Cristo, de Campos (RJ), recebeu notícias do marido através de uma mensagem psicografada na noite de 5 de agosto de 1974, pelo médium Chico Xavier, em reunião na cidade de Peirópolis  (MG), endereçada à Dona Hilda Mussa Tavares, dirigente da instituição a que serviam , presente no local da comunicação espiritual. Assinava-a Lenora, filha do casal, desencarnada sete anos antes. Na esclarecedora e confortadora carta, a menina pede à mãe não chorar mais à noite chamando o papai, porque isso vai até ele “sem que nós possamos saber como evitar-lhe a dor de querer dar resposta sem as forças precisas”. Afirma: -“Papai não está morto. Ele e a nossa companheira estão hospitalizados. Muitos amigos estão velando por nós”. O médium Chico Xavier, no tocante à linha da carta – estávamos com o papai Oswaldo no dia 7 -, revelou à dona Hilda, a destinatária da carta, que seu filho Carlinhos (Carlos Vítor Mussa Tavares), também desencarnado, contou que “na véspera do desastre que vitimara o Prof. Oswaldo, ele, em companhia de outros Amigos Espirituais, conduzira o Espírito das meninas Analaura( desencarnada com apenas dois meses onze anos antes) e Lenora até junto de seu pai Oswaldo, que se encontrava em uma reunião de professores na Escola Técnica Federal, ficando as duas meninas, desde aquele momento, em companhia do papai, a fim de ajuda-lo espiritualmente para a dolorosa provação da manhã do dia 7. Outro detalhe – aqui foi sono aplicado – confirmado por sua esposa, era a sonolência dizia estar sentindo momentos antes do acidente, comentando com a  esposa estar se sentindo muito cansado, desejando interromper por isso a viagem, o que acabou não fazendo. Na verdade, eram providências da Espiritualidade para que não sentisse dores motivadas pelos impactos que seu corpo sofreria ao ser arremessado violentamente à distância. Oito anos depois, no dia 4 de setembro de 1982, o Professor Oswaldo, psicografaria através de Chico uma extensa e emocionada carta à esposa onde, a certa altura, relata que “após despertar na vida nova, começou a perguntar a si mesmo qual a motivação daquela prova, incomodando a tantos amigos, recorreu a tantos mentores para conhecer a causa do acidente que, parecia vir até nós, através do nada, que um orientador, embora conhecendo a sua incapacidade para suportar mergulhos prolongados nos domínios das recordações mais recônditas, relativamente a mim mesmo, conduziu- me a certo instituo em que a hipnose é examinada e praticada nos alicerces de profunda veneração pelos valores humanos e, em minutos, mostrou-me um quadro que ele mesmo desarquivara de passado recente, no qual me vi tutelado por ama generosa, na qual reconheci nossa estimada Elicéia. Em exposição rápida vi-me, ao lado dela combinando a precipitação de um adversário num pântano, desalojando-o da carruagem na qual processaria viagem longa. Não posso dizer o que se passou em mim. Pedi o adiamento para qualquer nova revelação, que me pudesse advir, ante a qual, se surgisse, não me sentiria preparado e continuo a esperar por mim mesmo, no sentido de retomar a experiência”. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pressentimentos e Prognósticos


Apoiando-se em fatos que envolveram algumas personalidades importantes do passado da França, Allan Kardec escreve na edição de novembro de 1867 da REVISTA ESPÍRITA um artigo em que procura explicar a diferença entre as duas situações propostas pelos termos pressentimentos e prognósticos. Cita o livro Memórias De Madame Chapman em que é relatado que na época em que tinha sido concebida a ideia de unir Maria Antonieta, a filha da Imperatriz Maria Tereza, ao filho de Luiz XV, esta buscou ouvir o Cura Gassner  - reconhecido pelos seus à época chamados dons - a quem consultava muitas vezes, que ante a pergunta se sua “Antonieta seria feliz?”, após longa reflexão, empalideceu estranhamente e, apesar de manter enigmático silêncio, premido pela Imperatriz, disse: -“Senhora, há cruzes para todos os ombros”. A História registrou que desde o dia do casamento ocorrido em 16 de maio de 1770, uma sucessão de acontecimentos inclusive atmosféricos assinalaram essa pagina da vida de tanta gente famosa. O próprio Luiz XV, ouvira em 1757, de um astrólogo levado à sua presença pela Madame Pompadour, depois de ter feitos cálculos a partir da sua data de nascimento, disse-lhe:-“ Senhor, vosso reino é celebre por grandes acontecimentos; o que se seguirá sê-lo-á por grandes desastres”. Voltando à Maria Antonieta, após 8 anos de esterilidade, concebeu a uma menina e, três anos depois, ao  que deveria ser o herdeiro da Coroa, acontecimento comemorado em festa por toda Paris, em 21 de janeiro de 1782, onze anos antes da morte do Rei e do aprisionamento da Rainha para ser  guilhotinada, em 1793, um ano após o marido, acusada de traição pelos que fizeram a Revolução Francesa. Analisando a questão Allan Kardec pondera: -“Nestes fatos, há que considerar duas coisas bem distintas: os pressentimentos e os fenômenos considerados como prognósticos de acontecimentos futuros. Não se poderiam negar os pressentimentos, dos quais há poucas pessoas que não tenham tido exemplos. É um desses fenômenos cuja explicação a matéria só é impotente para dar, porque se a matéria não pensa, também não pode pressentir. É assim que o materialismo a cada momento se choca contra as coisas vulgares que o vem desmentir. Para ser advertido de maneira oculta daquilo que se passa ao longe e de que não podemos ter conhecimento senão num futuro mais ou menos próximo pelos meios comuns é preciso que algo se desprenda de nós, veja e entenda o que não podemos perceber pelo olhos e pelos ouvidos, para referir a sua intuição ao nosso cérebro. Esse algo deve ser inteligente, desde que compreende e, muitas vezes, de um fato atual, prevê consequências futuras. É assim que por vezes temos o pressentimento do futuro. Esse algo não é outra coisa senão nós mesmos, nosso Ser espiritual, que não está confinado no corpo, como um pássaro numa gaiola, mas que, semelhante a um balão cativo, afasta-se momentaneamente da Terra, sem cessar de a ela estar ligado. É sobretudo nos momentos em que o corpo repousa, durante o sono, que o Espírito, aproveitando o descanso que lhe deixa o cuidado de seu invólucro, em parte recobra a liberdade e vai colher no espaço, entre outros Espíritos, encarnados como ele, ou desencarnados, e no que vê, ideias cuja intuição traz ao despertar. Essa emancipação da alma por vezes se dá no estado de vigília, nos momentos de absorção, de meditação e de devaneio, em que a alma parece não mais preocupada com a Terra. Ocorre, sobretudo de maneira mais efetiva e mais ostensiva nas pessoas dotadas do que se chama a dupla vista ou visão espiritual. Ao lado das intuições pessoais do Espírito, há que colocar as que lhe são sugeridas por outros Espíritos, quer em vigília, quer no sono, pela transmissão de pensamentos de alma a alma. ´É assim que muitas vezes se é advertido de um perigo, solicitado a tomar tal ou qual direção, sem que por isto o Espírito cesse de ter o seu livre arbítrio. São conselhos e não ordens, porque sempre fica livre de agir à sua vontade. Os pressentimentos tem, pois, a sua razão de ser e encontram a sua explicação natural na vida espiritual, que não cessamos um instante de viver, porque é a vida normal.  Já não é o mesmo com os fenômenos físicos, considerados como prognósticos de acontecimentos felizes ou infelizes. Em geral esses fenômenos não tem nenhuma ligação com as coisas que parecem pressagiar. Podem ser precursores de efeitos físicos que são sua consequência, com um ponto negro no horizonte pode ao marinheiro pressagiar uma tempestade, ou certas nuvens anunciar o granizo, mas, a significação desses fenômenos para as coisas de ordem moral deve ser posta entre as crenças supersticiosas”.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Ultima Palavra


“O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”.escreveu Allan Kardec em artigo incluso na REVISTA ESPIRITA de outubro de 1866. Transcorridos 156 anos após a publicação da versão original da obra fundamental da Doutrina Espírita, muitos pontos e dúvidas vieram a ser acrescentados às informações originalmente compiladas pelo Codificador. Uma delas tem sua origem em mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, na reunião pública de 17 de maio de 1979. Escreveu-a a senhora Maria das Graças Ayres Gregh, desencarnada por volta das 22:30 horas de 16 de dezembro de 1975, quando o carro em que se encontrava com seu marido, duas filhas, um casal de amigos e o recém-nascido filho destes foi literalmente , foi esmagado por um caminhão que transportava refrigerantes, na estrada que liga as cidades de Jardinópolis a Ribeirão Preto, ambas no Estado de São Paulo. Todos morreram no local. Trinta e nove meses depois, a mãe de Dona Maria das Graças, recebeu das mãos do médium um pequeno bilhete em que a filha, informava estar ainda hospitalizada num tratamento rigoroso, com os demais familiares, prometendo voltar posteriormente, o que acabaria acontecendo na data já referida. Sua carta se soma à de centenas de Espíritos que voltaram através de Chico para testemunhar e documentar sua sobrevivência, não fosse por um detalhe inusitado. Rememorando os fatos derradeiros de sua recente encarnação, Dona Maria que estava a poucos dias de dar à luz ao terceiro filho, conta: -“Descrever, Mamãe, o que foi o choque dos veículos, quando nos aproximávamos daquele Natal que se desfez em lágrimas, é muito difícil para a sua filha. Creia que o Waldir tudo fez para que pudéssemos fugir ao caminhão enorme que se abeirava de nós. Acredito que a senhora terá sabido que até mesmo nos retiramos da estrada para o chão que a marginalizava, ignorando a que perigo nos expúnhamos, entretanto, a grande máquina parecia visar-nos”. A perícia policial sobre o acidente mostrou que o marido de Dona Maria, tentou fugir do inevitável choque desviando, sem sucesso, para o acostamento. Mais à frente, ela recorda: -“Todos os movimentos de fuga manobrados por Waldir pareciam seguidos pela máquina enorme, até que fomos esmagados. De momento, não tive muita certeza do que acontecia. Pensava nas crianças. Acredito que cheguei a gritar e a chamar por Deus, mas tudo foi questão de um pedacinho de minuto. Ana Paula, Alessandra e o resto, desapareceu de meus olhos. Não mais vi o esposo, porque uma energia esquisita me selou as pálpebras para um sono que não poderia evitar. Foi um sono indescritível, porque me vi, como num pesadelo, arrastada para fora de um turbilhão de destroços e acomodada em grande maca, na ideia de que continuava em meu corpo físico, a caminho de um hospital. Por mais estranho que possa parecer, o meu pesadelo-realidade era feito de impressões e dores condicionadas de um parto prematuro. Achava-me dopada por medicamentos ou forças que até hoje não sei explicar, e senti perfeitamente que uma cesariana se processava. Sentia-me fora do desastre, entre o reconforto de ser mãe novamente e a dor da dúvida sobre o Waldir e sobre as crianças que ficavam na retaguarda. Depois disso, veio o sono de verdade, do qual acordei perplexa, perguntando pelos meus. A criança repousava junto de mim. O aspecto do quarto que me abrigava era idêntico ao de uma enfermaria espaçosa e arejada, que se reservasse apenas para o meu problema. Chorei e implorei pela vinda do Waldir e da senhora, até que alguém se aproximou de mim e falou-me com carinho de toda a extensão da ocorrência, esclarecendo-me que em meu caso a criança em Espírito já se achava perfeitamente formada e que não poderíamos exigir uma eliminação sumária do companheirinho a nascer. O espanto me tomou de todo o coração”.  O espanto de Dona Maria, obviamente, não é apenas dela. Para os que admitem ser o corpo físico uma réplica do corpo perispiritual, o modelo organizador biológico, fica mais fácil de admitir e aceitar. A propósito Chico Xavier,  em comentário feito a Heigorina Cunha, reproduzido no livro IMAGENS NO ALÉM (ide, 1994) afirmou que “quer seja a senhora ou a mãe solteira, se não tiver no ventre materno o sêmem espiritual, não há fecundação pelo espematozóide. Há a concepção espiritual e a material”. A observação, seguida de outros detalhes, requer, naturalmente, maiores reflexões para formar-se uma ideia mais clara sobre o assunto.

sábado, 18 de maio de 2013

Outro Caso Raro



O início da manhã de 16 de junho de 1966, marca o fim da atual passagem por nossa Dimensão, de mais um dos extraordinários médiuns de efeitos físicos brasileiros: Francisco Peixoto Lins. Reencarnado 61 anos antes na cidade de Pacatuba, no Estado do Ceará, Peixotinho como era mais conhecido, teve uma infância marcada por dificuldades em face da desencarnação de sua mãe, fato que o levou a ser criado por tios. Encaminhado cedo para um seminário católico, viu-se meio que desorientado ante  questionamentos que não podiam ser respondidos pela proposta religiosa diante de si. Aos quatorze anos, muda-se para o Amazonas, sonhando alto, em face das perspectivas oferecidas pela extração da borracha. Seis meses de trabalho duro, em meio aos perigos naturais, solidão e falta de recursos, o fizeram dar meia volta, acometido de implacável obsessão, que lhe paralisava as pernas sem causa aparente, além de persistente letargia. Seis meses passaram, com o problema atingindo tal ponto que viveu a chamada morte aparente por um dia inteiro, cegando a ser preparado para ser sepultado, o que somente não aconteceu por que seu pai se recusava a crer que ele estava realmente morto. Peixotinho estava com quinze para dezesseis anos quando um seguidor do Espiritismo, o major do Exercito Brasileiro Vianna de Carvalho, o livrou das obsessões e das doenças sem causa aparente, observando, porém, ser o jovem dotado de grande sensibilidade mediúnica. Imigra em 1924, para o Rio de Janeiro, prestando o serviço militar no Tiro de Guerra na Fortaleza de Santa Cruz, ao qual servia seu primo-irmão Raimundo Peixoto, o Peixotão. Contrariando o que seria lógico por ser franzino e portador de insidiosa asma crônica, engaja-se em definitivo no Exercito, transferindo-se em 1928, para Macaé, passando a servir no Forte Marechal Hermes. Casa-se em 1933, nascendo no mesmo ano o primeiro de seus nove filhos, uma das quais, Aracy, desencarnou com pouco menos de dois anos. O acontecimento repercutiu muito nele, o levando a buscar a disciplina necessária para o exercício da mediunidade de efeitos físicos que já despontara, embora não levada muito a sério. Somava ele 33 anos de vida, era o ano de 1938, os fenômenos de ectoplasmia eclodiram, fazendo que amigos se unissem em torno dele, fundando o Grupo Espírita Pedro. Tempos depois, durante uma reunião, numa das paredes da sala, formou-se uma nuvem de cor avermelhada, que foi ganhando forma de um medalhão, surgindo nele o rosto de uma entidade feminina muito bonita sorrindo. Era o Espírito Aracy, a filhinha perdida, que se apresentava em sua forma adulta, pois, como se sabe, os que desencarnam em tenra idade, dependendo de sua evolução, podem reassumir a morfologia adulta que tinham antes de passar pelo processo da reencarnação. Vencidas as dificuldades impostas pelo preconceito da época, em 1945, já transferido para o Rio, participa no ano seguinte, da fundação do Grupo Espírita André Luiz, onde serviria por vários anos. Em dezembro de 1952, acompanha a comitiva que seguiu a Pedro Leopoldo (MG), para se avistar com Chico Xavier. Aconteceu uma reunião especial no Centro Espírita Luiz Gonzaga, ocorrendo fenômenos de materialização incríveis, fotografados, a partir da autorização do Espírito Scheilla, naquele momento, também materializado. Numa das fotos, no meio da massa branca de ectoplasma, expelido pelas narinas, boca e ouvidos do médium, estava bem nítido o rosto de Gugu, o filho de uma das integrantes do grupo visitante, Dona Inaiá, desencarnado tempos antes. A semelhança possível de ser observada pela nitidez da formação, com as fotos do jovem enquanto encarnado, não deixam dúvidas quanto a ser ele mesmo. Diversos fenômenos promovidos pela Espiritualidade através de Peixotinho puderam ser fotografados, muitos dos quais preservados por Rafael Ranieri, na excelente e rara obra MATERIALIZAÇÕES LUMINOSAS.   






quinta-feira, 16 de maio de 2013

Uma Surpreendente Comunicação Coletiva


Integrantes da Sociedade Espírita de Paris encontravam-se reunidos na noite de primeiro de novembro de 1866 para reverenciar o Dia dos Mortos, convencionalmente comemorado no dia dois do mesmo mês, conforme instituído no calendário da predominante no lado Ocidental da Terra. Um fenômeno interessante marcaria aquela reunião, revelando mais um aspecto do instigante processo de intercâmbio entre os dois mundos. Deu-se através do médium Sr Bertrand, conforme relatado por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA, número de março de 1867.  Foi a comunicação de vinte Espíritos cujas vidas, em nossa Dimensão, marcaram importantes momentos da História da Humanidade. Mesmer, General Brune, Luiz XVI, Lafayette, Arago, Napoleão, entre outros. O mais curioso é que a partir do tema proposto por um, outros contra pontuavam ampliando a compreensão do mesmo, encadeando, por fim, uma mensagem de conteúdo de grande elevação. Um trecho que bem exemplifica isto: o Espírito Meyerbeer escreveu: -“Três coisas devem progredir: a música, a poesia e a pintura. A música transporta a alma ferindo o ouvido”; Casemir Delavigne acrescentou: -“A poesia transporta a alma abrindo o coração”; seguido por Flandrin: -“A pintura transporta a alma acariciando os olhos”, enquanto Alfred de Musset: -“ Então a poesia, a música e a pintura são irmãs e se dão as mãos: uma para abrandar o coração, outra para suavizar os costumes e a última para abrir a alma: as três para vos elevar ao Criador; ao que São Luiz, encerrando a comunicação em nome de todos, aditou: -“ Mas nada, nada deve progredir mais momentaneamente do que a Filosofia; ela deve dar um passo imenso, deixando estacionar a ciência e as artes, mas para as elevar tão alto, quando for tempo, que essa elevação será muito mais súbita quanto para vós hoje”. Kardec acrescenta que no dia 6 de dezembro, o mesmo Sr Bertrand, no grupo do Sr. Desliens, psicografou uma comunicação do mesmo gênero que, de certo modo, é continuação da precedente, desta vez  com vinte e nove manifestantes, desenvolvendo raciocínios rápidos em torno do amor, da sabedoria, ciência, reencarnação, a Doutrina de Jesus, além de outros temas. Considerando que o estudo da mediunidade evidencia a necessidade da identidade de fluidos entre o Espírito comunicante e o médium, Kardec levantou a duvida no seguinte questionamento: -“Como os fluidos de tão grande número de Espíritos podem assimilar-se quase instantaneamente com o fluido do médium, para lhe transmitir seu pensamento, quando tal assimilação por vezes é difícil da parte de um só Espírito, e geralmente só se estabelece com vagar?”. Conta o Codificador que, Slener,“o guia espiritual do médium parece o ter previsto, porque dois dias depois lhe deu a seguinte explicação”:-“A comunicação que obtiveste no Dia de Todos os Santos, como a última, que é o seu complemento, posto nesta haja nomes repetidos, foram obtidas da seguinte maneira: como sou teu Espírito protetor, meu fluido é similar ao teu. Coloquei-me acima de ti, transmitindo-te o mais exatamente possível os pensamentos e os nomes dos Espíritos que desejavam manifestar-se. Estes formaram em torno de mim uma assembleia cujos membros, cada um por sua vez, ditava os seus pensamentos, que eu te transmitia. Isso foi espontâneo e o que naquele dia tornava as comunicações mais fáceis é que os Espíritos presentes tinham saturado a sala com seus fluidos. Quando um Espírito se comunica com um médium, fá-lo com tanto mais facilidade quanto melhor estabelecidas entre si as relações fluídicas, sem o que o Espírito, para comunicar seu fluido ao médium, é obrigado a estabelecer uma espécie de corrente magnética, que atinge o cérebro deste. “E, se em razão de sua inferioridade, ou por qualquer outra causa, o Espírito não pôde estabelecer esta corrente, ele próprio, então recorre à assistência do guia do médium, e as relações se estabelecem como acabo de indicar”. As informações suscitaram outra pergunta: -“No número destes Espíritos não há alguns encarnados, neste ou noutro mundo e, neste caso, como se podem comunicar?”. Eis a resposta que foi dada: “- Os Espíritos de um certo grau de adiantamento tem uma radiação que lhes permite comunicar-se simultaneamente em vários pontos. Nuns, o estado de encarnação não amortece essa radiação de maneira completa para os impedir de se manifestarem, mesmo em vigília. Quanto mais avançado o Espírito, mais fracos os laços que o unem à matéria do corpo; está num estado de quase constante despendimento e pode dizer-se que está onde está seu pensamento”.

domingo, 12 de maio de 2013

Um Jornalista Imparcial, Um fenômeno real


Salomão Schvartzman construiu, ao longo dos seus 79 anos, uma carreira reconhecida pela competência e imparcialidade diante dos fatos por ele documentados em reportagens marcantes. Um delas publicada pelo famoso semanário FATOS E FOTOS, edição de três de agosto de 1963. Esclarece na matéria que ele e o fotógrafo Geraldo Mori, “dois descrentes em matéria de Espiritismo, viajaram mais de 400 quilômetros para comprovar a materialização de um Espírito e trazer aos leitores de FATOS E FOTOS, o relato honesto dos 120 minutos que passaram no interior da casa número 138 da Rua do Mercado, em Andradas (MG), onde funcionava o Centro Paz e Amor”. Acrescenta que “em toda sua vida – a época contava 29 anos -  jamais havia assistido a qualquer trabalho dessa natureza. Movia-o o desejo da reportagem, tão somente, imbuído de um respeito simples que todos guardamos dentro de nós quando nos defrontamos com algo desconhecido. Confesso que, de início, antes que começasse a sessão, alimentava a vontade de descobrir uma possível fraude. Seus olhos bailaram de cá para lá, de baixo para cima, procurando um teto falso, um túnel, um buraco, uma porta secreta, qualquer coisa, enfim, que levasse a por em dúvida a seriedade daquele espetáculo. Nada encontrou. A médium, uma mulher baixa, magra, aparentando 30 anos, naquela quarta-feira, com 38 graus de febre, voz fina de mulher do interior, usando um vestido largo e um suéter grosso e sapatos baixos, me dava a ideia de qualquer coisa incomum. Seu nome: Otília Diogo. Casada, mãe de duas filhas(...). Éramos, numa sala de uns vinte e cinco metros quadrados, 34 pessoas, entre homens e mulheres. O silêncio era total. A voz de Antenor Risso, o presidente do Centro, com uma voz forte mas simpática, falou durante uns trinta minutos na Bem-Aventurança da vida extraterrena. Também um capítulo do Evangelho foi lido. Quando  se deu por satisfeito e antes que todos passássemos a uma outra sala, três passistas percorreram um por um dos assistentes – nós dois, inclusive -, fazendo gestos sobre nossas cabeças, “tirando os maus Espíritos” que porventura tivéssemos trazido. Benzidos, penetramos na sala onde se daria a materialização. Homens de um lado, mulheres, de outro. Antenor conduziu a médium Otília até um tablado de madeira, onde uma cadeira especial a esperava. Foi amarrada com duas correias que se fechavam por um cadeado. A chave ficou em poder de Antenor. A minha expectativa aumentava. Subi até o tablado e examinei o local onde Otília já estava, pois assim que a sessão começasse  uma cortina a separaria de todos nós, a fim de que lá não penetrasse a mínima réstea de luz O teto era de cimento, como as paredes, que também não tinham o menor defeito, rachadura ou porta”. Prosseguindo em sua minuciosa descrição, mais à frente, o jornalista relata: -“ A luz foi desligada. A escuridão era absoluta – eu não enxergava minha própria mão (...). De repente, em meio à escuridão, vislumbrei um vulto branco. Era o Espírito que aparecia e que se anunciava como irmã Josefa. Todos renderam graças a Deus. Fiquei extático. A preocupação de descobrir qualquer indício de embuste tirou-me do medo. Mas não vi nenhuma mistificação. E a Irmã Josefa já estava, com apenas uma pequeníssima parte de seu rosto e a laringe iluminadas por uma luz fosforescente. Não se lhe viam os olhos, a boca e o nariz. A luminosidade diminuta de uma parte de sua laringe – repito – era o que se enxergava. Pronunciou algumas palavras, após o que Antenor destacou-se da assistência e perguntou se o fotógrafo poderia tirar chapas. Irmã Josefa numa voz meiga, envolvente disse: -“ Sim. E porque, não?”. O flash explodiu pela primeira vez dentro daquela colossal escuridão. Na claridade momentânea, vi o Espírito materializado numa vestimenta branca, comprida, tocando o chão”. Após instigantes e marcantes momentos, em que outras fotos foram batidas e o repórter autorizado pela entidade a entrevistou, “o Espírito materializado avisa que vai embora. O Plasma está acabando. Todos rendem graças a Deus e a luz é ligada novamente. No aclarar-se a sala, já não se vê mais Irmã Josefa. Desapareceu. Meus olhos ardem. A cortina é aberta e a médium é libertada, sob as minhas vistas. Nenhum buraco no chão, nenhum sinal de vestimenta branca, nenhum teto falso, nada, nada. Otília ainda se debate. Estrebucha. É acalmada. Um líquido branco – o plasma – escorre da sua boca. Móri fotografa sobre o tablado. Eu acabara de assistir a um espetáculo raro, como jamais sonhei ver! Durou 90 minutos – noventa minutos de escuridão total. Saí da sala perguntando-me se tudo aquilo era mesmo verdade. Não sabia responder. Vi, ouvi, senti. E agora?”.




sexta-feira, 10 de maio de 2013

O Testemunho de Um Médico Norte-Americano




-“Em setembro de 1967 vim ao Brasil para continuar meus estudos sobre Arigó. Eu o tinha visto várias vezes, desde aquela ocasião em que operara meu lipoma em 1963, e, nunca me passara pela cabeça pedir-lhe qualquer opinião clinica sobre mim mesmo. Um dia em que estávamos trabalhando juntos, ele virou-se de repente e disse: “-Você tem uma otosclerose”. Eu repliquei: -“Nada sei a respeito, mas tenho uma infecção crônica e secreção em meu ouvido esquerdo devido a um colesteatoma”. Arigó contestou: “-Sim, já sofre disto há muito tempo, mas a otosclerose é recente. Procura ver isto quando voltar à sua terra. Dar-lhe-ei uma receita que curará as duas coisas”. E, em trinta segundos apresentou-me uma receita para um tratamento em duas fases. Quando voltei aos Estados Unidos pedi à audiologista de meu laboratório para que fizesse um teste usando seu audiômetro. Ao terminar ela apresentou seu diagnóstico: -“O senhor tem uma otosclerose”. Verifiquei os audiogramas. Arigó tinha razão(...). Iniciei o primeiro tratamento em 7 de outubro de 1967, o segundo no dia 25, finalizando-o em 11 de janeiro de 1968. Novos audiogramas demonstraram que minha otosclerose havia desaparecido e minha audição melhorara”. O depoimento pertence ao médico, inventor e pesquisador Andrija Puharich, bastante conhecido em seu país por ter trazido para ele, com fins de pesquisa científica, o israelense Uri Geller e o holandês Peter Hurk. Faz parte de uma espécie de epílogo do livro O CIRURGIÃO DA FACA ENFERRUJADA, escrito pelo jornalista norte americano John G. Fuller, publicado em 1974 Nele está contada a história do primeiro e mais famoso médium do Espírito do médico alemão Dr. Fritz. A história de Zé Arigó, que teve desfecho num  trágico acidente de trânsito em janeiro de 1971, teve início em 1950, treze anos antes de Puharich vir com sua equipe à Congonhas do Campo(MG), a fim de pesquisar o fenômeno que repercutia além das fronteiras brasileiras. O jovem e dinâmico José Pedro de Freitas, então com 32 anos, havia impressionado com seu magnetismo pessoal, franqueza e espírito de liderança o candidato à reeleição para o Senado por Minas Gerais, Lucio Bittencourt que o convidara para acompanha-lo a grande comício que se realizaria em Belo Horizonte no dia seguinte. Bittencourt havia recebido um diagnóstico de câncer de pulmão que exigia uma cirurgia que preferira adiar até as eleições que ocorreriam dali a duas semanas. Acontece que o comício foi adiado e Bittencourt convidou Arigó a pernoitar na capital mineira. Retornando ao Hotel após a meia noite, acomodado em seu quarto, o Senador, teve dificuldade para adormecer, perdendo a noção do tempo. Sem saber precisar a hora, percebeu quando a porta do quarto abriu-se. Na penumbra, não podia perceber quem tinha entrado, entretanto, a silhueta maciça e troncuda assemelhava-se a Arigó, o que se confirmou quando a luz foi acesa. Arigó segurava uma navalha, seus olhos pareciam vidrados, o olhar distante como se nada houvesse à sua frente, aproximou-se da cama, ante um Bittencourt mudo e estarrecido, embora, por alguma razão, não sentindo medo ou temor. Arigó aproximou-se com um sotaque alemão muito pronunciado, a voz dizendo tratar-se de uma emergência, fazendo-se necessária uma operação. O Senador desmaiou, e, ao voltar a si, a luz continuava acesa e o relógio marcava cinco horas da manhã. Sentia-se fraco e abatido, lembrando-se perfeitamente de tudo que vivera, até desmaiar. Despindo o pijama, examinando-o e constatando uma mancha de sangue bastante grande com o tecido cortado nas costas. Contando o ocorrido a Arigó, posteriormente, este quase entrou em choque, recusando-se a acreditar no que ouvia. O Senador, retornando ao Rio, contudo, ouviu do médico após exames realizados, que o câncer havia desaparecido. Essa a página inicial de uma das mais impressionantes histórias do fenômeno de cura espiritual, dando sequência a uma série de estranhas experiências pessoais vividas por José Pedro de Freitas, que variavam de vozes a uma série de impressionantes sonhos em que se via em uma sala de cirurgia onde havia um grupo de médicos e enfermeiras, reunidos à volta de um paciente que já estava deitado na mesa para ser operado. Uma história somente explicável pela necessidade da Espiritualidade de dar a prova da continuidade da vida após a morte do corpo físico.







segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Depoimento de Goethe


Considerado o mais importantes dos escritores e pensadores alemães, Johann Wolfgang Von Goethe, viveu 83 anos em nossa Dimensão, tendo desencarnado em 1832, na cidade de Weimar, Alemanha. Romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas da arte, literatura e ciências naturais, fazem parte de sua vasta produção. Ao lado de Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão.Sua obra influenciou a literatura de todo o mundo. Atraves do romance OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER, tornou-se famoso em toda a Europa no ano de 1774. Marco inicial do romantismo, o livro é considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, de tom autobiográfico,  escrito na primeira pessoa e com poucas personagens. Na época de seu lançamento, ocorreu na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. Outra obra consagrada de Goethe, é FAUSTO, poema trágico dividido em duas partes, redigido como uma peça de teatro, pensado mais para ser lido que encenado, cuja versão definitiva foi escrita e publicada em 1808. Em 1788, aos trinta e nove anos, ao retornar da Itália, conhece Schiller que a esta altura já havia escrito a ODE Á ALEGRIA posteriormente imortalizada por Beethoven na sua NONA SINFONIA -, nascendo daí uma sincera amizade,  temperada com uma dose de competição, embora incomodado com o sucesso do seu concorrente dez anos mais jovem, especialmente pelo seu vício pelo tabaco e pelo jogo. Schiller morreria sete anos depois, aos 39 anos, mas a convivência renderia bons trabalhos em comum. Bem, Allan Kardec, quatorze anos após a morte de Goethe, na reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas de 25 de março de 1856, o evoca e o entrevista, obtendo interessantes informações sobre sua vida, obra e situação no Plano Espiritual. Foram dezenove perguntas, respondidas objetivamente pelo famoso intelectual e reproduzidas no número de junho de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Informando estar ainda na situação de desencarnado, esclarece “estar mais feliz do que enquanto vivo” em nossa Dimensão “por estar desvencilhado do corpo grosseiro, vendo o que não via antes”. Sobre sua opinião atual sobre FAUSTO, explica que era “uma obra que tinha por objetivo mostrar a vaidade e o vazio da Ciência Humana e, por outro lado, naquilo que havia de belo e de puro, exaltar o sentimento do amor, castigando-o no que encerrava de desregrado e de mau”. Sobre se teria sido por uma espécie de intuição do Espiritismo – ainda não Codificado –, que descreveu a influência dos maus Espíritos sobre o homem, disse que “tinha a recordação exata de um mundo onde via exercer-se a influência dos Espíritos sobre os seres materiais”, acrescentando ser uma “recordação de uma existência precedente”, “num mundo diferente da Terra, onde se viam os Espíritos agindo”. Explicou que “era um mundo superior até certo ponto”, mas não como entendemos. “Nem todos os mundos tem a mesma organização, sem que, por isto, tenham uma grande superioridade”, disse. Sobre si, revelou que em sua passagem pela Terra, “cumpria uma missão, não tendo se comprometido, por sua obra ainda servir para moralização”. Segundo ele, “aplicava aquilo que podia haver de superior naquele mundo precedente para melhorar as paixões dos seus heróis”. Sobre a adaptação de FAUSTO, para ópera, feita por Charles-François Gounod, disse que o compositor o “evocou sem o saber, compreendendo-o muito bem, mesmo pensando como músico francês”. A respeito de WERTHER, do ângulo em que se encontrava por ocasião da comunicação espiritual, “a desaprovava, pois fez e causou desgraças”, “sofrendo e se arrependendo pela influência maléfica espalhada, causando muitos suicídios”. Solicitado a opinar sobre Schiller, disse: -“Somos irmãos pelo Espírito e pelas missões. Schiller tinha uma grande e nobre alma, de que eram reflexos as suas obras. Fez menos mal do que eu. É-me superior, porque era mais simples e verdadeiro”. A entrevista inclui ainda outros temas curiosos para nossas reflexões.



domingo, 5 de maio de 2013

Outra Tentativa




Na segunda metade do século XX, intensificaram-se as tentativas do Plano Espiritual em chamar a atenção das criaturas humanas sobre a relatividade da vida física, considerando seu acelerado e crescente mergulho na vivencia do sensorial propiciado pelo consumismo derivado do materialismo que sufocava o discreto esboço de espiritualidade existente na maioria dos habitantes do planeta Terra. Lamentavelmente, a apatia cedeu lugar ao abandono e esquecimento, despertado, por vezes, pelo impacto do sofrimento e da dor. Arigó, influenciado pelo Dr Fritz, abriu caminho para o grupo de entidades empenhadas na cura. Rosemary Brown serviu aos grandes compositores da chamada música erudita sob o comando de Franz Lizt. Chico Xavier, orientado por Emmanuel, a centenas de desencarnados de forma violenta na faixa mais vigorosa da vida. E grandes nomes da pintura universal, começaram com um jovem paulistano a demonstrar sua sobrevivência através da produção de telas compatíveis com seus estilos em questão de poucos minutos. Tudo se iniciou - como relatado pela jornalista inglesa Elsie Dubugras em seu livro RENOIR É VOCÊ? (feesp) - quando Luiz Antonio, segundo filho dos casal Gasparetto, participava de uma das reuniões realizadas semanalmente em seu lar para o estudo do Espiritismo, ao qual haviam se convertido recentemente. Nela, o rapazola, que fora irrequieta e hiperativa criança, “começou a sentir frêmitos nos braços. Aos poucos os músculos enrijeceram e os braços ficaram paralisados, não permitindo que ele se movimentasse e depois desta reunião, Luiz Antonio ficou como que obsecado pelo desejo de desenhar. Seus estudos - que já não iam bem – começaram a piorar. Preocupada com isso e com outros sintomas que o garoto mostrava, sua mãe conversou com uma amiga dirigente de um Centro Espírita. Esta, que possuía profundos conhecimentos da Doutrina Espírita e da mediunidade, sugeriu que o levasse ao seu Centro, para que pudesse observar o menino. Logo que ele chegou, apesar de sua pouca idade, foi colocado à mesa entre os médiuns com uma pilha de papéis à sua frente. Assim que a sessão foi iniciada, aconteceram certos fenômenos incomuns: uma médium começou a falar em língua que desconhecia, enquanto que Luiz Antonio, em transe mediúnico, desenhava com rapidez e respondia na mesma língua. Terminados os desenhos, ele levantou-se e começou a aplicar passes nos assistentes. Só saiu do transe duas horas depois. Em vista desse comportamento incomum para alguém de 13 anos, sugerida sua participação a duas reuniões semanais, aos poucos começaram a aparecer retratos de homens e mulheres, algumas paisagens e desenhos abstratos”. No início, não assinados. Passaram-se os anos e, em 1971, como Luiz Antonio apresentava alguns problemas, seus pais levaram-no a Uberaba (MG), para conversarem com o extraordinário Chico Xavier. No final da sessão uns quinze retratos estavam prontos e Chico, para surpresa de Luiz Antonio, identificou alguns como sendo obra de Rembrandt. A partir daí, outros Espíritos de pintores famosos começaram a desenhar por seu intermédio. O jornalista Fernando Worm, testemunhou numa noite de sexta-feira de 1976, também em Uberaba, fatos inesquecíveis. Finda a reunião normal, iniciou-se outra com a presença de Luiz Antonio. Descreveu Fernando em capítulo de seu livro A PONTE (lake), a produção de sucessivas telas em questão de minutos cada uma. Tolouse-Lautrec – segundo Chico o coordenador espiritual dos trabalhos de Luiz -,retratou o Espírito “Maria Dolores” e, após, sua composição em pastel intitulada “Dois Esboços”.  Seguiram-no Tissot com o quadro “D.Célia Ramos”; Leonardo da Vinci com expressiva fisionomia do “Cristo”; Picasso retrata alguém postado atrás de algo indefinível, cujo titulo Chico propôs “Espírito Prisioneiro”; Renoir um busto intitulado “Gustavo”; Goya, o quadro “Valtinho”, identificado por Chico como Valter Perrone; Manet, pinta “Maria João de Deus”, mãe natural de Chico na recente existência; Van Gogh, o quadro “Flores”, com cores fantásticas do seu estilo pré-impressionista; Tarsila do Amaral, uma mulher deitada; Matisse, “Ricardinho”; Tolouse-Lautrec, volta e pinta “Caibar”; Manet, o quadro “Uma Parisiense” . Para surpresa de todos, bisnagando a ponta dos dedos dos pés, os Espíritos fazem através de Luiz Antonio, o fundo da primeira tela. Um toque aqui, um retoque ali, os traços fisionômicos vão adquirindo crescente nitidez. A facilidade e rapidez de execução é menor que a obtida com as mãos,mas, ainda assim, o quadro “Senhora” vem com a assinatura de Picasso; Tissot, manejando os pés do médium retrata sorridente palhaço com ares de “Pierrot”. Ao encerramento da noite de arte espiritual, estabeleceu-se interessante diálogo entre Tolouse-Lautrec e Chico Xavier, em que, entre outras reveladoras informações, o Espírito do famoso pintor explica que o objetivo deles através daquele trabalho era “alegrar mais a vida, comprovando que a morte não existe, a vida prossegue sem os componentes físicos”. Os inusitados fenômenos seguiriam sendo produzidos através de Luiz Antonio por alguns anos, e, com sua opção por seguir em outras direções, passaram a ocorrem por  inúmeros outros médiuns que foram surgindo. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Como Garantir a Paz do Amanhã


Em programa de debates de um dos canais de notícia da TV paga, no final de noite do último dia primeiro de maio, um Desembargador e um Promotor de Justiça ligado à área da Infância e Juventude discutiam sobre a necessidade de se reduzir a maioridade penal em face do crescente aumento da violência garantida pela impunidade em nossa sociedade. O Promotor, favorável à mudança da diminuição do limite vigente, defendendo seu ponto de vista, disse ter ouvido jovens afirmarem que “atiram em suas vitimas somente para vê-las cair”, não demonstrando nenhum tipo de respeito em relação à vida humana. Sua observação nos fez lembrar a atualidade de questionamento no comentário de Allan Kardec à resposta da pergunta 685 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, quando diz “quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. E, nesse aspecto, o Espiritismo tem importantes considerações a fazer. Aponta a educação da criança como preocupação essencial na formação de indivíduos, durante o período em que a personalidade construída em existências anteriores encontra-se bloqueada pela “anestesia” do esquecimento do passado, resgate que se dá por volta dos quinze anos de idade. Em comunicação espiritual espontânea lida na reunião de 14 de janeiro de 1859, publicada no número de fevereiro da REVISTA ESPÍRITA, recolhemos alguns tópicos importantes. 1- Não conheceis o segredo que, em sua inocência, ocultam as crianças; não sabeis o que são, nem o que foram, nem o que hão de ser. Entretanto vós as amais, vós as prezais como se fossem uma parte de vós mesmos e de tal modo que o amor da mãe pelos filhos é considerado como o maior amor que um Ser possa ter a outro Ser. 2- As crianças são os seres que Deus envia a novas existências; e para que elas não possam queixar-se de sua grande severidade, dá-lhes toda a aparência da inocência; mesmo numa criança naturalmente má, os defeitos são cobertos pela inconsciência de seus atos. Esta inocência não é uma superioridade real sobre aquilo que foram antes. Não: é a imagem do que deveriam ser; e se não o são, a culpa cairá sobre elas unicamente. 3- Mas não foi apenas por elas que Deus lhes deu tal aspecto; foi também – e, sobretudo – por seus pais, cujo amor é necessário à sua fraqueza; e este amor ficaria singularmente enfraquecido à vista de um caráter impertinente e intratável, ao passo que, supondo os filhos bons e meigos, lhes dão toda a sua afeição e os cercam das atenções mais delicadas. 4- Quando, entretanto, as crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência, que lhes foi dada durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e individual aparece em toda a sua nudez: permanece bom, se for fundamentalmente bom, mas se irisa sempre de nuanças que estavam ocultas pela primeira infância. 5- A infância tem ainda outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corpórea para o seu aperfeiçoamento, para sua melhora; a fraqueza da infância os torna flexiveis, acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que tem o encargo de seu progresso. É então que seu caráter pode ser reformado, pela repressão de suas más inclinações. Tal o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual hão de responder”. Diante de tais ponderações, perguntamos: na atualidade, o exercício da paternidade e da maternidade, tem algum tipo de orientação nesse sentido? A questão da espiritualidade é cogitada pelos responsáveis pelo Espírito a ele vinculado pela consanguinidade? O comportamento social do jovem e da criança hoje, aproxima-se da civilidade ou do primitivo? Goethe, poeta e pensador alemão escreveu que “só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.  Seu caso ou dos exemplos que observa ao redor, incluem no currículo de matérias a serem ministradas na convivência com os filhos o amor?