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domingo, 12 de maio de 2013

Um Jornalista Imparcial, Um fenômeno real


Salomão Schvartzman construiu, ao longo dos seus 79 anos, uma carreira reconhecida pela competência e imparcialidade diante dos fatos por ele documentados em reportagens marcantes. Um delas publicada pelo famoso semanário FATOS E FOTOS, edição de três de agosto de 1963. Esclarece na matéria que ele e o fotógrafo Geraldo Mori, “dois descrentes em matéria de Espiritismo, viajaram mais de 400 quilômetros para comprovar a materialização de um Espírito e trazer aos leitores de FATOS E FOTOS, o relato honesto dos 120 minutos que passaram no interior da casa número 138 da Rua do Mercado, em Andradas (MG), onde funcionava o Centro Paz e Amor”. Acrescenta que “em toda sua vida – a época contava 29 anos -  jamais havia assistido a qualquer trabalho dessa natureza. Movia-o o desejo da reportagem, tão somente, imbuído de um respeito simples que todos guardamos dentro de nós quando nos defrontamos com algo desconhecido. Confesso que, de início, antes que começasse a sessão, alimentava a vontade de descobrir uma possível fraude. Seus olhos bailaram de cá para lá, de baixo para cima, procurando um teto falso, um túnel, um buraco, uma porta secreta, qualquer coisa, enfim, que levasse a por em dúvida a seriedade daquele espetáculo. Nada encontrou. A médium, uma mulher baixa, magra, aparentando 30 anos, naquela quarta-feira, com 38 graus de febre, voz fina de mulher do interior, usando um vestido largo e um suéter grosso e sapatos baixos, me dava a ideia de qualquer coisa incomum. Seu nome: Otília Diogo. Casada, mãe de duas filhas(...). Éramos, numa sala de uns vinte e cinco metros quadrados, 34 pessoas, entre homens e mulheres. O silêncio era total. A voz de Antenor Risso, o presidente do Centro, com uma voz forte mas simpática, falou durante uns trinta minutos na Bem-Aventurança da vida extraterrena. Também um capítulo do Evangelho foi lido. Quando  se deu por satisfeito e antes que todos passássemos a uma outra sala, três passistas percorreram um por um dos assistentes – nós dois, inclusive -, fazendo gestos sobre nossas cabeças, “tirando os maus Espíritos” que porventura tivéssemos trazido. Benzidos, penetramos na sala onde se daria a materialização. Homens de um lado, mulheres, de outro. Antenor conduziu a médium Otília até um tablado de madeira, onde uma cadeira especial a esperava. Foi amarrada com duas correias que se fechavam por um cadeado. A chave ficou em poder de Antenor. A minha expectativa aumentava. Subi até o tablado e examinei o local onde Otília já estava, pois assim que a sessão começasse  uma cortina a separaria de todos nós, a fim de que lá não penetrasse a mínima réstea de luz O teto era de cimento, como as paredes, que também não tinham o menor defeito, rachadura ou porta”. Prosseguindo em sua minuciosa descrição, mais à frente, o jornalista relata: -“ A luz foi desligada. A escuridão era absoluta – eu não enxergava minha própria mão (...). De repente, em meio à escuridão, vislumbrei um vulto branco. Era o Espírito que aparecia e que se anunciava como irmã Josefa. Todos renderam graças a Deus. Fiquei extático. A preocupação de descobrir qualquer indício de embuste tirou-me do medo. Mas não vi nenhuma mistificação. E a Irmã Josefa já estava, com apenas uma pequeníssima parte de seu rosto e a laringe iluminadas por uma luz fosforescente. Não se lhe viam os olhos, a boca e o nariz. A luminosidade diminuta de uma parte de sua laringe – repito – era o que se enxergava. Pronunciou algumas palavras, após o que Antenor destacou-se da assistência e perguntou se o fotógrafo poderia tirar chapas. Irmã Josefa numa voz meiga, envolvente disse: -“ Sim. E porque, não?”. O flash explodiu pela primeira vez dentro daquela colossal escuridão. Na claridade momentânea, vi o Espírito materializado numa vestimenta branca, comprida, tocando o chão”. Após instigantes e marcantes momentos, em que outras fotos foram batidas e o repórter autorizado pela entidade a entrevistou, “o Espírito materializado avisa que vai embora. O Plasma está acabando. Todos rendem graças a Deus e a luz é ligada novamente. No aclarar-se a sala, já não se vê mais Irmã Josefa. Desapareceu. Meus olhos ardem. A cortina é aberta e a médium é libertada, sob as minhas vistas. Nenhum buraco no chão, nenhum sinal de vestimenta branca, nenhum teto falso, nada, nada. Otília ainda se debate. Estrebucha. É acalmada. Um líquido branco – o plasma – escorre da sua boca. Móri fotografa sobre o tablado. Eu acabara de assistir a um espetáculo raro, como jamais sonhei ver! Durou 90 minutos – noventa minutos de escuridão total. Saí da sala perguntando-me se tudo aquilo era mesmo verdade. Não sabia responder. Vi, ouvi, senti. E agora?”.




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