Como parte do conteúdo da
edição de abril de 1858 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec inclui interessante estudo sobre a identidade
entre os ensinos do Espiritismo e as milenares tradições druídicas, uma
das etnias pertencentes ao grande grupo humano conhecido como Celta.
Os Celtas
foram citados literariamente pela primeira no século VI a.C., por Hecateu
de Mileto, constituindo várias
tribos designadas bretões, gauleses, batavos, belgas,
gálatas, entre outros, as quais, mais tarde, dariam nome a províncias romanas
e, posteriormente, a estados-nações medievais e modernos da Europa. Os gauleses
habitavam a Gália, território hoje compreendido pela França, Itália e Bélgica,
dividindo-se em 44 povos quando das conquistas do Império Romano, formando
a chamada Gália Celta. Nessas sociedades os Druidas viam
a vida como um círculo ou espiral, e, eram encarregados das tarefas de aconselhamento,
ensino e jurídico-filosóficas, assumindo o papel de diretores
espirituais, buscando o equilíbrio, ligando a vida pessoal à fonte
espiritual presente na Natureza. Kardec motivara-se por uma série de
artigos publicados dez anos antes no jornal Le Siècle, especialmente
por que quando de sua elaboração não se cogitava de Espíritos, o que, segundo
crê, “não
teria deixado o autor de sublinhar que tudo quanto se passa hoje é mera
repetição daquilo que os antigos sabiam tão bem, ou melhor, que nós”. “Quanto
a nós, diz ele, “as observações pessoais, nenhuma dúvida
deixam, relativamente à antiguidade e universalidade da doutrina ensinada pelos
Espíritos. A coincidência entre o que hoje nos dizem e crenças das mais remotas
eras é um fato significativo do mais elevado alcance”. Acrescenta: -“Entretanto,
se encontramos por toda parte os traços da Doutrina Espírita, em parte alguma a
vemos completa. Parece ter sido reservada à nossa época a tarefa de coordenar
esses fragmentos esparsos entre os povos, a fim de chegarmos à unidade de
princípios, através de um conjunto mais completo e, sobretudo, mais geral das
manifestações que, parece, dão razão ao autor do artigo citado pouco antes,
sobre o período psicológico, no qual aparentemente vai entrando a Humanidade”.
O material do Le Siècle, depois de ponderações sobre aspectos da proposta dos
Druidas, como sua predileção particular pelo número três que empregavam
especialmente para a transmissão de suas lições que, mediante esse corte
preciso, mais facilmente era gravada na memória, reproduz 29 premissas da visão
daquela escola sobre DEUS E O UNIVERSO;
OS TRÊS CÍRCULOS (de existência/estados/fases
– humilhação,
liberdade e felicidade -, necessárias em relação à vida) e O CIRCULO DE ABRED - ou círculo da
migração -,onde o destino do Ser é determinado através de uma série de
existências, segundo o bom ou mau uso que haja feito de sua liberdade, visando
elevar-se ao CÍRCULO SUPREMO (gwynfyd),
onde cessam as migrações, onde não se morre, onde a vida se escoa na
felicidade, conservando, entretanto, uma atividade perpétua e a plena
consciência de sua individualidade. Concluindo o material por ele elaborado, Kardec
comenta: -“A Doutrina Espírita não consiste apenas na crença nas manifestações dos
Espíritos - mas em tudo quanto estes nos ensinam sobre a natureza e o destino
das almas. Se, pois, nos reportarmos aos preceitos contidos n’ O LIVRO DOS
ESPÍRITOS, onde encontraremos formulado todo seu ensino, ficaremos admirados
ante a identidade de alguns princípios fundamentais com os da Doutrina
Druídica, dos quais um dos mais notáveis é, incontestavelmente, a reencarnação.
Nos três círculos, nos três estados sucessivos dos seres animados, encontramos
todas as fases apresentadas por nossa escala espírita. Realmente, que é o CIRCULO
DE ABRED ou da migração, senão as duas ordens de Espíritos que se depuram pelas
existências sucessivas? No CÍRCULO GWYNFYD, o homem não transmigra mais;
desfruta a suprema felicidade. Não é a primeira ordem da escala, a dos puros
Espíritos, que, tendo realizado todas as provas, não mais necessita da
reencarnação e gozam a vida eterna? Notemos ainda que, segundo a Doutrina
Druídica, o homem conserva o livre arbítrio; que se eleva gradativamente, por
sua vontade, por sua perfeição progressiva e pelas provas por que passou, do ANNOUFN
ou ABISMO, à perfeita felicidade em GWYNFYD, com a diferença, entretanto, que o
druidismo admite a volta possível às camadas inferiores, ao passo que, segundo
o Espiritismo, o Espírito pode ficar estacionário, mas não pode degenerar”.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
domingo, 30 de março de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
Assim Será
-“Nada é por acaso”, costumam dizer as pessoas comentando fatos que lhes
absorvem a atenção. O Espiritismo restabelecendo, atualizando e
ocidentalizando, o fluxo de informações sobre a reencarnação oferece de forma
racional a lógica de que se reveste a referida afirmação. Mostra-nos que a vida
física é parte de um processo longo que objetiva liberarmos da densidade
decorrente da materialidade para a sutileza da espiritualidade. Uma caminhada
longa que consome muita energia através das múltiplas existências, enfim, das
vidas sucessivas. Do egoísmo e do orgulho para o altruísmo e humildade, vários
milênios são necessários para sairmos das sombras da ignorância para a
luminosidade da sabedoria. Existe um mecanismo regulador a orientar essa
trajetória. Allan Kardec, delineou as normas do mesmo, baseando-se em
centenas de depoimentos coligidos nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris, recebidos de vários correspondentes da
REVISTA ESPÍRITA, das suas reflexões
pessoais, naturalmente enriquecidas pelas influências dos Espíritos Superiores
que o assistiam na elaboração do alicerce da Doutrina que vinha não apenas colocar
de forma compreensível os ensinamentos de Jesus, mas também, lembrar a Humanidade do que ele havia dito,
conforme prometido no EVANGELHO DE JOÃO
(14:26). Embora poucos espíritas saibam, ele está reproduzido no capítulo
7 do livro O CÉU E O INFERNO
ou, A
Justiça Divina Segundo o Espiritismo identificado como CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA. Conforme
ele comenta, não se trata do relato de um único Espírito; nem uma revelação
particular feita a um único indivíduo, nem de uma visão extática; mas, de
inumeráveis exemplos fornecidos por Espíritos de todas as categorias, desde a
mais elevada até a mais baixa escala, com a ajuda de numerosos intermediários
espalhados por todos os pontos da Terra. Organiza-se em 33 artigos, sendo o ultimo um pequeno
resumo, sintetizando os anteriores. Para se ter uma ideia desse conteúdo,
reunimos a seguir algumas dessas instigantes premissas: 1- A felicidade perfeita é inerente à perfeição, quer dizer à purificação completa
do Espírito. Toda imperfeição é ao mesmo tempo uma causa de sofrimento e de
privação de ventura, da mesma maneira que toda qualidade adquirida é uma causa
de ventura e de atenuação dos sofrimentos; 2- O sofrimento sendo inerente à imperfeição, como a felicidade é inerente
à perfeição, a alma leva em si mesma o seu próprio castigo onde quer que se
encontre. Não há, pois necessidade de um lugar circunscrito para ela. 3- O bem e o mal que praticamos são resultados
das boas e das más qualidades que possuímos. Não fazer o bem que se pode fazer
é uma prova de imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o
Espírito deve sofrer não só por todo mal que tenha feito, mas também por todo o
bem que podia fazer e que não fez durante a sua vida terrena; 4- Toda falta que se comete, todo mal praticado
é uma dívida contraída e que tem de ser paga. Se não for nesta existência, será
na próxima ou nas seguintes, porque todas as existências são solidárias entre
si. Aquilo que se paga na existência presente não será cobrado na seguinte;
5- O arrependimento é o
primeiro passo para o melhoramento. Mas ele apenas não basta, sendo necessárias
ainda a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e
reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta
e as suas consequências; 6- O arrependimento pode ocorrer em
qualquer lugar e tempo, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e
morais que são a consequência da falta cometida, seja desde a vida presente ou
após a morte, na Vida Espiritual, ou ainda numa nova existência corpórea, até
que os traços da falta tenham desaparecido, a reparação consiste em
praticar o Bem para aquele mesmo, a quem se fez mal. Aquele que não repara seus
erros nesta vida, por fraqueza ou má vontade, tornará a encontrar-se, numa
outra existência, com as mesmas pessoas que ofendeu, e em condições escolhidas
por ele mesmo para poder provar-lhes seu devotamento, fazendo-lhes tanto bem
quanto o mal que havia feito. 7-
Sejam
quais forem a inferioridade e a perversidade dos Espíritos, Deus jamais os
abandona. Todos tem seu Anjo da Guarda que vela por eles, vigia as expansões da
sua alam e se esforça para despertar-lhes bons pensamentos, desejos de
progredir e de reparar numa nova existência o mal que tenham feito. 8 – Aquele que muito sofre na Terra
pode dizer que tem muito a expiar.
quarta-feira, 26 de março de 2014
Sutilezas da Reencarnação
Múltiplos aspectos existem a
serem investigados a respeito da reencarnação, especialmente porque cada
renascimento traz para nossa Dimensão, Espíritos com históricos, anseios e
condições familiares diferentes. Reunimos três situações que complementadas pelas
informações finais, fornecem elementos para diferentes cogitações e reflexões. CASO 1 - Seis anos após o
casamento, a confirmação da programada gravidez revelou um comportamento
inusitado: a implicância da esposa em relação a qualquer gesto ou ação do marido.
A situação chegou a tal ponto que a separação parecia ser a melhor solução até
que consultado, um amigo sensitivo, começou a insistir para que o candidato a
pai deixasse aquele Espírito reencarnar. Ante a estranheza do candidato a pai,
reiteradas vezes repetiu o orientador –“Fulano, deixa esse menino nascer”.
A simples aproximação da esposa à medida que a gestação evoluía, parecia
provocar inquietação no feto em desenvolvimento, desencadeando na mãe, crises
acentuadas de repulsa ao marido. Após o nascimento, com o passar dos dias,
qualquer tentativa do pai de segurar a criança nos braços, desencadeava no
pequeno, crises violentas de choro, provocando, agora no irritado pai, ímpetos
de compreensível aversão até que, procurado, o inspirado conselheiro, sugeriu: -“Aproveite
as horas de sono do bebe e converse com ele. Peça-lhe uma oportunidade,
desculpas por eventuais prejuízos a ele causados, diga-lhe que o ama. Creia,
ela o estará ouvindo!”. Acatada
e implementada a recomendação, após algumas semanas, o quadro, como que por
encanto, se modificou. Sete anos se passaram e, hoje, filho e pai não se
separam, o pequeno vendo no genitor, seu amigo e parceiro de todos os momentos.
CASO 2- A poucas semanas do
casamento, em meio aos preparativos finais, uma séria discussão por motivo
banal, parecia ter posto fim ao sonho de vários anos. Numa conversa do pai da
moça com médium conhecido de longa data, a revelação de um dado inimaginável:
por traz daquele efeito, havia a influência de um Espírito que, pela Lei de
Causa e Efeito, estava programado para renascer da união do casal que não mais
queria cumprir o combinado, desistindo do plano, tentando tudo o que podia para
evitar a consumação do compromisso matrimonial. Sugestão: a mãe conversar
bastante com o Espírito, tentando dissuadi-lo de seu intento; submeter-se à
terapia do passe juntamente da criança que se desenvolvia em seu ventre. Apesar
do acato à orientação, a gravidez foi pautada por inúmeras intercorrências, colocando
em risco o ciclo natural da gestação. CASO
3- Durante entrevista de Chico Xavier em visita à Goiânia,
capital de Goiás, no dia 7 de maio de 1974, questionado sobre porque
motivo o casal, muitas vezes, tem no noivado uma paixão marcante e experimenta
a diminuição do interesse afetivo nas relações recíprocas, após o nascimento
dos filhos, o médium respondeu: -“Grande número de enlaces na
Terra obedece a determinações de resgates, escolhidas pelos próprios cônjuges,
antes do renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão filhos do
casal, muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem as
dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se
aproximem afetuosamente um do outro (...). O namoro e o noivado, em muitas
ocasiões, estão presididos pelos Espíritos que serão filhos do casal. Quando
esses mesmos Espíritos se corporificam em nossa casa, na posição de nossos
próprios filhos (...), existe, sim, o decréscimo da paixão, no capítulo das
feições possessivas que nos cabe evitar ”. Em revelações do Espírito Vetterini
através da jovem médium Reinne, em pesquisas conduzidas pelo
pintor Corneille, entre 1912/1913, a entidade explicou que “durante
2 ou 3 meses após a concepção, o Espírito é relativamente livre e é bem raro
ele vir visitar o próprio corpo que está sendo construído no ventre da mãe;
frequência intensificada à medida que o tempo passa, imprimindo suas
características ao corpo em formação, modelando-o dissimuladamente de acordo
com seu desejo, fixando-se quase por definitivo aí pelos 7 meses”. No
livro AS VIDAS SUCESSIVAS (lachâtre), publicado em 1911, pelo do
pesquisador Albert De Rochas relatando como praticamente redescobriu a
possibilidade da regressão de memória a encarnações anteriores, o caso número 3, a regressão de Eugénie,
mostra que “aproximando-se daquela que deveria ser sua mãe e que acabava de
concebê-la, não entrou no feto, porém ficou em torno de sua mãe até o momento
em que a criança veio ao mundo, entrando pouco a pouco, ‘por ímpetos’, no pequenino
corpo, só ficando completamente ligada a ele por volta dos 7 anos,
vivendo parcialmente fora de seu corpo carnal, que via nos primeiros meses de
vida como se estivesse colocada fora dele”.
segunda-feira, 24 de março de 2014
Realidade Por Trás de Muitas Violências
-“Há algum tempo eu era jurado. O Tribunal devia julgar um moço, apenas
saído da adolescência, acusado de ter assassinado uma senhora idosa em
circunstâncias horríveis. O acusado confessava e contava os detalhes do crime
com uma impassibilidade e cinismo que faziam fremir a assembleia”. Assim escreveu em carta à REVISTA ESPÍRITA, um correspondente identificado
como Simon
M. e apresentado por Allan Kardec como homem de grande
saber, portador de títulos científicos oficiais e bom médium acostumado a contatos
com Espíritos desencarnados. O artigo elaborado em torno da missiva que o
destinatário acreditava que o editor “talvez julgasse acertado agasalhar na sua
interessante publicação pelo fato que encerrava”. Assim acabou acontecendo
no número de novembro de 1859. Prosseguindo sua narrativa, Simon
conta: -“É fácil prever que, devido à sua idade, sua absoluta falta de educação e
às influências que havia recebido em família, que se requeresse em seu favor,
circunstâncias atenuantes, tanto mais quanto ele repelia a cólera que o tinha
feito agir contra uma provocação por injurias”, previsão que acabaria
se confirmando na decisão final do júri, afastando o risco da condenação à
morte do rapaz. Simon, todavia, quis consultar a vítima a respeito do grau de
sua culpabilidade, evocando mentalmente o Espírito da senhora morta. Percebendo
sua presença, “abandonou-lhe a mão”, seguindo-se interessante diálogo que
resumiremos da seguinte forma: 1- Indagada sobre o que pensava do assassino, disse que não seria ela quem
o acusaria; 2- Sobre o “porque”,
explicou ter sido o moço impulsionado ao crime pelo Espírito de um homem que a cortejara 50 anos antes e que, nada tendo
conseguido, jurou vingar-se, conservando após a própria morte seu desejo de
vingança, aproveitando das disposições do acusado para lhe inspirar o desejo de
a matar; 3- Questionada sobre como sabia, revelou que o
próprio Espírito obsessor lhe confessara quando de sua chegada ao Plano
Espiritual que ora habitava; 4- Perguntada se o poder exercido pelo obsessor sobre o rapaz teria logrado
sucesso se o mesmo não tivesse nutrido ou entretido durante muito tempo
sentimentos de inveja, ódio e vingança contra ela e sua família, respondeu: -“Seguramente.
Sem isto ele teria sido mais capaz de resistir. Eis por que digo que aquele que
quis se vingar aproveitou as disposições do jovem. O senhor compreende bem que
o outro não se teria dirigido a alguém que tivesse vontade de resistir”.
5- Se o mentor gozava de sua vingança, afirmou que não, pois vê que esta
lhe custará caro; além disso, em lugar de lhe fazer mal, fez um bem, fazendo-a
entrar mais cedo no Mundo dos Espíritos, onde era mais feliz, constituindo-se a
violência numa “ação má sem proveito para ele". Finalizando sua carta,
acrescenta Simon: -“A respeito do que acabo de contar, há de
fazer-se uma observação moral de subida importância. Realmente, daí há de
concluir-se que o homem deve vigiar os seus menores pensamentos maus, até os seus
maus sentimentos, aparentemente os mais fugidios, pois estes tem a propriedade
de atrair Espíritos maus e viciados, expondo-se, fraco e desarmado, às suas
inspirações perturbadoras. É uma porta que lhe abre ao mal, sem lhe compreender
o perigo”. O comentário e o relato de Simon M., confirmam a resposta dada a Allan Kardec à pergunta
459 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em que
procurava saber se os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e nossas
ações, obtendo a revelação: -“Nesse sentido a sua influência é maior do
que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem”. Observando-se
o comportamento social do homem, extravasando de forma cada vez mais coletiva, sem
limites, suas tendências instintivas e sensoriais, encontra-se a explicação dos
crescentes índices de violência gratuita contra si mesmo e contra o próximo, encarado como um inimigo a ser eliminado em nome da inveja, do ciúme, do
despeito. Quanto mais distante da espiritualidade, mais o conceito de
humanidade vai regredindo na direção da animalidade agressiva e destrutiva, não
em nome da sobrevivência, mas, da supremacia de uns sobre os outros. Sem a
educação moral, fruto da árvore do conhecimento, fica a pergunta: qual o futuro
do gênero humano?
sábado, 22 de março de 2014
Por Caminho Inusitados
A jovem modelo Reine
de 18 anos, aparência de 15, contratada pelo pintor Corneille por alguns
meses, por indicação de um escultor amigo, sentindo-se interessada por uma bola
de cristal de cinco centímetros de diâmetro decorando a escrivaninha do “atelier”
do artista, ouviu dele que se fitasse a mesma por alguns minutos, conseguia-se
a concentração mental e, algumas pessoas entravam em estado de transe, enquanto
outras chegavam a ter visões misteriosas. Tendo levado a bola para casa para
confirmar a veracidade da informação, devolveu-a frustrada ante o insucesso,
participando, meses depois, com Corneille de uma experiência de “inclinação
da mesa” ante o interesse da moça pelos assuntos paranormais, apesar de
seu total desconhecimento sobre fenômenos espirituais. Após quase uma hora de
tentativas, sem sucesso durante a maior parte do tempo, praticamente desistindo
da experiência, em sua mente fulgurou uma ideia estranha para que voltassem à
mesa, obtendo os primeiros movimentos involuntários da mesma, surgindo através
dos toques ritmados, a orientação para que hipnotizasse Reine, o que fez após
ante a insistência dela pelas explicações que dera sobre o fenômeno. Nas
semanas seguintes, outras tentativas com a mesa, conduziram ao transe da
hipnose, resultado conformado por um alfinete espetado no musculo do braço da
moça pela reação do globo ocular ao erguer-lhe a pálpebra. A repetição dos
experimentos foi apurando cada vez mais a sensibilidade de Reine e a autoconfiança
de Corneille,
certificando-se este da impossibilidade de qualquer interferência telepática ou
do inconsciente dela. Inúmeras reuniões
depois, mesclando a atividade com a mesa, a auto hipnose de Reine, fixando a bola de cristal; a
indução através da energização pela palma da mão de Corneille; a convivência da
jovem em desdobramento com entidades espirituais de vários tipos, assumiu o
comando dos trabalhos o Espírito Vetterini que nos bastidores da invisibilidade
conduziria as vivências no Plano Extrafísico. Resumindo algumas das informações
oferecidas por Reine, destacamos: 1- Vencidas os ímpetos de medo, Reinne foi transportada,
a princípio pelos céus de Paris e, depois, em peregrinações auto-induzidas, por
varias zonas espirituais, uma das quais abrigando grande número de Espíritos
evoluídos até o grau médio e, noutra oportunidade, em uma Esfera espiritual
superior à anterior. 2 – Percebia, em suas saídas, o corpo astral das pessoas
comuns, diferentes quanto à densidade, coloração, atitude, etc, de acordo com a
personalidade de cada um, comentando que o caracterizado pela cor vermelha
é de natureza inferior, próximo da matéria densa; e aquele em oposição a este,
tendia para o azul ou para branco e parecia bem sutil, tratando-se de
corpo astral de categoria elevada. No caso dos animais percebeu que uma espécie
de luz os envolve, mas, totalmente diferente da dos homens. 3- Sempre supervisionada pelo
Espírito Vetterini, Reinne descobriu que os Espíritos
quando querem se mostrar às pessoas, assumem a aparência material da época em
que viveram na Terra, para serem reconhecidos e, nas materializações, retiram
do corpo carnal do médium os elementos necessários para produzir a forma que
pretendem assumir, graduando-se o realismo proporcionalmente à quantidade de
substância tomada do objeto concreto existente. 4- Sobre a reencarnação, aprendeu que a relação sexual é,
de fato, a armadilha pela qual o Espírito é aprisionado inconscientemente, os
mais atrasados; e conscientemente, o mais elevado; que durante 2 ou 3 meses
após a concepção, o Espírito é relativamente livre e é bem raro ele vir visitar
o próprio corpo que está sendo construído no ventre da mãe; frequência
intensificada à medida que o tempo passa, imprimindo suas características ao
corpo em formação, modelando-o dissimuladamente de acordo com seu desejo,
fixando-se quase por definitivo aí pelos 7 meses. No caso dos Espíritos
inferiores, instalam-se governados por uma força mais elevada, podendo ficar
acomodados como debaterem-se como numa armadilha, tentando escapar
frequentemente, voltando ao corpo semente 2 ou 3 a meses antes do parto. 5- Respondendo sobre a morte,
Vetterini,
revelou que ainda que ocorra de forma repentina, é coisa prevista, determinada
pela Providência para apressar a evolução do Espírito de certas pessoas que não
estão acompanhando o processo normal de desenvolvimento e precisam transmigrar
repetidas vezes para este mundo. Afirmou não haver nenhuma morte por acaso,
sempre ocorrendo sob condições determinadas, em dia e hora predeterminados”. As
experiências desenvolvidas entre Reinne, Corneille e Vetterini,
estenderam-se de dezembro de 1912 a dezembro de 1913, produzindo rico
material para reflexões e pesquisas.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Contrasenso
“Os maiores embaraços para a
expansão da Doutrina Espírita procedem da atuação daqueles que reencarnam,
prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade
indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções
da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores,
de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a
ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto
dos quais encontramos as demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias
fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror”. A opinião
foi colhida pelo Espírito André Luiz no dia 20 de
agosto de 1965, na cidade de Paris, França, junto ao Espírito Gabriel
Dellane, quando da passagem por lá dos médiuns Chico Xavier e Waldo
Vieira, em viagem de intercâmbio de ideias espírita/espiritualistas,
promovida e patrocinada por admiradores dos dois. E, embora ignorado por muitos
– apesar de óbvio -, revela: -“ Os milhões de Espíritos inferiores que
cercam a Humanidade possuem seus médiuns. Impossível negar”.
Transcorridos praticamente 50 anos, evidencia-se o acerto do comentário de Dellane,
com o agravante que os providos de condições para a divulgação do Espiritismo, omitem-se
de falar abertamente sobre ele, preocupados em não incomodar ou afastar
simpatizantes de outras escolas religiosas. Parece não perceberem que o
Consolador não veio para os sãos, mas,
para os doentes. Desconhecem que, quando da organização do excelente LIVRO DA ESPERANÇA (cec), o Espírito Emmanuel,
psicografado por Chico Xavier para saudar o primeiro centenário da publicação d’
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO,
comentando na mensagem IDEIA ESPÍRITA
(cap 68), trecho do item 4, do Capítulo XX, – “Ide, pois e levai a palavra
Divina; aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos
pequenos e simples que a aceitarão; porque principalmente entre os mártires do
trabalho, nas provações terrenas, encontrareis fervor e fé” -, enfatiza
no último paragrafo: -“ O mundo tem sede de raciocínio, em torno
da imortalidade da alma, do intercâmbio espiritual, da reencarnação, da morte
física, dos valores mediúnicos, da desobsessão, das incógnitas da mente, dos
enigmas da dor e, sobretudo, ao redor das Leis Divinas a funcionarem, exatas,
na consciência de cada um”, concluindo: -“Para que obtenhamos solução a
semelhantes problemas, urge saibamos trabalhar pela difusão da ideia espírita,
na construção da Era Nova, irradiando a com todos os recursos lícitos ao nosso
alcance, com base no veiculo do exemplo”. Desnecessário dizer o quanto,
nestes tempos de contínua elevação dos índices de suicídio por motivos banais;
de tanta inversão de valores; corrupção; de extrema violência e crueldade nas
ruas, nos lares, nas cidades, nos países; comportamentos insuflados por
noticiários, filmes, séries, o quanto o conhecimento do Espiritismo é
necessário. Até para, quem sabe, inspirar revisões nas estruturas desgastadas e
ultrapassadas das religiões tradicionais, que, entre seus pregadores, conta com
milhares de reencarnacionistas, conhecedores do intercâmbio mediúnico e da
influência espiritual, numa visão mais atual que as da pura negação pela
justificativa das ações demoníacas. Tal argumento só impressiona mentes de
intelecto acanhado, prisioneiros por isto mesmo da “fé cega”, que
tanto atraso e prejuízo têm causado na Humanidade terrena. O momento não
comporta vacilações, mas ações objetivas na propagação das ideias espíritas.
Certamente os que se acham comprometidos com a difusão do Espiritismo, nas
tribunas, nas variadas formas de mídia, não se encontram investidos destes
papeis casualmente, como intuitiva e intimamente reconhecem. Atendem a
programas e oportunidades solicitadas antes de reencarnarem, especialmente para
se reabilitarem perante as Leis Cósmicas por fracassadas experiências de
outrora. O Espiritismo é Jesus
de volta, ensinando todas as coisas, nos lembrando de tudo que havia dito
(João,14:26)
ao tempo de Roma dos Cezares. Talvez precisemos lembrar da advertência tão
citada em exposições e palestras públicas, atribuídas a Jesus, presente no
Evangelho de Lucas, capítulo 9, versículos 25/26: - Que aproveita ao homem granjear o
mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo? Porque, qualquer que de
mim se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem”. Em outras
palavras: -“Muito se pedirá a quem muito foi dado”.
terça-feira, 18 de março de 2014
Kardec e As "Revelações" Espirituais
Conselhos estapafúrdios,
revelações espantosas, opiniões intrigantes tornam-se comum em trabalhos
práticos ou literários que circulam no meio espírita ou não atualmente. Abrindo
o número de agosto de 1858 da REVISTA
ESPIRITA, Allan Kardec reproduziu extenso artigo de sua autoria
intitulado “Contradições na Linguagem dos
Espíritos”, contendo ponderações do Codificador extremamente importantes em
face da grande quantidade de “revelações” contidas em obras
mediúnicas publicadas atualmente. Na avaliação exposta, pondera: -“As
contradições encontradas tão frequentemente na linguagem dos Espíritos, mesmo
sobre questões essenciais, para algumas pessoas foram até aqui uma causa de
incerteza quanto ao valor real de suas comunicações, circunstância da qual não
deixam os adversários de tirar partido. À primeira vista essas contradições
parecem realmente uma das principais pedras de tropeço da Ciência Espírita.
Vejamos
se tem elas a importância que lhes emprestam. Perguntaremos, de início, qual a
Ciência que não teve, em seus primórdios, semelhantes anomalias. Qual o sábio
que, nas suas investigações, não foi algumas vezes confundido por fatos
que aparentemente contradiziam as regras
estabelecidas? Se a Botânica, a Zoologia, a Fisiologia, a Medicina, e a nossa
própria língua não nos oferecem milhares de exemplos semelhantes e se suas
bases desafiam qualquer contradição? É comparando os fatos, observando as
analogias e as dessemelhanças que, pouco a pouco, se chegam a estabelecer as regras,
as classificações, os princípios: numa palavra, a constituir a Ciência”.
Mais à frente, acrescenta: -“A princípio, fez-se uma ideia
absolutamente falsa da natureza dos Espíritos. Foram imaginados como seres à
parte, de natureza excepcional, nada possuindo em comum com a matéria e devendo
saber tudo. Eram, conforme opinião pessoas, seres benfeitores ou malfeitores,
uns com todas as virtudes, outros com todos os vícios e todos, em geral com um
saber infinito, superior ao da Humanidade (...). Quem poderia dizer o número
dos que sonharam fortuna fácil pela revelação de tesouros ocultos, pelas
descobertas industriais ou científicas que não custariam aos inventores mais
que o trabalho de fazer uma descrição ditada pelos sábios do outro Mundo! Só
Deus sabe quantos fracassos e desilusões. Quantas pretensas receitas, cada qual
mais ridícula, não foram dadas pelos charlatões do Mundo Invisível!. Conhecemos
alguém que pediu uma receita infalível para pintar os cabelos. Foi-lhe dada uma
fórmula de composição cerosa, que reduziu a cabeleira a uma espécie de massa
compacta, da qual o paciente teve um trabalho imenso para se livrar (...). A
escala espírita, traçada pelos próprios Espíritos e conforme a observação dos
fatos, dá-nos a chave de todas as anomalias aparentes da linguagem dos
Espíritos. É preciso chegar, pela força do hábito, a conhecê-los, por assim
dizer, à primeira vista e poder
identificar-lhes a classe conforme a natureza de suas manifestações”.
Esclarece que “os Espíritos sérios não se contradizem nunca: sua linguagem é a
sempre a mesma com as mesmas pessoas (...). Finalizando o esclarecedor
texto, Kardec escreveu: - “As causas das contradições na linguagem
dos Espíritos podem, pois, ser assim resumidas: 1- O grau de
ignorância ou de saber dos Espíritos aos quais nos dirigimos; 2- O embuste dos Espíritos inferiores que podem, por
malícia, ignorância ou malevolência tomando um nome por empréstimo, dizer
coisas contrárias às que alhures foram ditas pelo Espírito cujo nome usurparam;
3- As
falhas pessoais do médium, que podem influir sobre as comunicações, alterar ou
deformar o pensamento do Espírito; 4- A insistência por obter uma resposta que um Espírito
recusa dar, e que é dada por um Espírito inferior; 5- A própria
vontade do Espírito, que fala conforme o momento, o lugar e as pessoas e pode
julgar conveniente nem tudo dizer a toda gente; 6- A
insuficiência da linguagem humana para exprimir as coisas do mundo incorpóreo; 7- A
interpretação que cada um pode dar a uma palavra ou a uma explicação, de acordo
com as suas ideias, os seus preconceitos ou o ponto de vista sob o qual encara
o assunto. São outras tantas dificuldades, das quais não se triunfa a não ser
por um estudo longo e assíduo. Também nunca dissemos que a Ciência espírita
fosse fácil. O observador sério, que tudo aprofunda maduramente, com paciência
e perseverança, aprende uma porção de nuanças delicadas, que escapam ao
observador superficial. É por tais detalhes íntimos que ele se inicia nos
segredos desta ciência. A experiência ensina a conhecer os Espíritos, como nos ensina a
conhecer os homens”.
domingo, 16 de março de 2014
Mergulhando no Inconsciente Profundo
Autora de 42 livros, entre os
quais o exaltado MÉDICO DE HOMENS E DE
ALMAS (1959), romanceando a história do evangelista Lucas, Taylor
Caldwell, na verdade Janet Miriam Holland Taylor Caldwell,
mergulhou numa profunda depressão quando da morte de seu marido Marcus
Reback. Contava na época 70 de idade tendo afirmado a amigo muito
próximo que “se não fosse católica, com uma leve suspeita de que alguma coisa
talvez exista depois da morte, se mataria, por não ter nada que a prendesse,
pois, quando seu marido morreu, todo o sol retirou-se de sua vida”.
Acometida de “pressão arterial tremendamente alta”, dissera que “tudo
quanto esperava era um enfarte para morrer logo”. Nascida na
Inglaterra, em 1900, imigrara com sete anos com a família para os Estado Unidos
da América do Norte, tendo perdido o pai pouco depois. Casou-se aos 19,
desenvolvendo várias atividades, até se formar na Universidade de Bufallo, em
1931, divorciando-se em seguida. No ano seguinte, casar-se-ia novamente com
aquele que seria o grande amor de sua vida convivendo com ele por quatro
décadas. Em 1938, teve publicado seu primeiro trabalho A DINASTIA DA MORTE,
iniciado quatro anos antes, sendo que todo acervo construído vendeu mais de 39
milhões de exemplares no mundo, tornando ela e o marido, milionários. Radicalmente avessa à ideia da reencarnação por
considerá-la deprimente dizendo “estremecer à simples ideia de nascer
novamente neste mundo. A vida, para mim, praticamente desde a infância, foi uma
coisa monstruosa, penosa, angustiante, e a ideia de repetir tal existência –
mesmo sob melhores condições – me horroriza”, dizendo-se resistente a
qualquer tipo de hipnose, concordou, logo após a morte do marido, em
submeter-se a experiências de regressão de memória sugeridas pelo amigo
escritor Jess Stearn, que afirmava que os detalhes vividos em muitos dos
romances históricos de sua autoria era realmente lembrança subconsciente de
vidas anteriores.
Acertados os detalhes, inclusive que tudo seria
gravado sem que Taylor ouvisse nada até o fim da investigação no seu
inconsciente profundo, a primeira sessão ateve-se a recuperação de lembranças
da existência atual. Afloraram lembranças como a registrada quando ela tinha 9
anos e ouvira de sua mãe muito calma: -“Nunca desejamos que você nascesse. Há um
rio no final da Rua. Por que você não vai se afogar?”. Ficou gravado: -“Olhei
para minha mãe e vi que ela estava falando sério. Era a nossa casa na Rua
Albany. Não sei por que ela disse aquilo. Olhei-a nos olhos e pensei que ela
estava louca”. Retroagida ao período pré-natal, desabafou: -“Meu
Deus! Aqui estou eu novamente. Mas desta vez vai ser diferente, a última. Desta
vez não serei impaciente de novo, para ter que voltar para cá. Depois desta vez
não voltarei mais. Tenho a impressão de que alguém está tentando me matar. Ouço
alguém dizer: - Não a terei, não a quero. Será que ela se refere a mim?".
A sessão seguinte levou-a à Inglaterra
Vitoriana, falando com forte sotaque irlandes onde teria se chamado Jeannie
MacGill, filha de pais desconhecidos, abrigada num prostíbulo até os
dez anos quando foi trabalhar como doméstica na casa da famosa romancista Mary
Ann Evans onde perseguida por uma governanta foi vitima de uma armação
da mesma, o que lhe valeu uma condenação de dez anos não cumprida por ter se
enforcado antes. Ainda neste século
19, reencarnaria num subúrbio de Londres, tendo se chamado Wilma
Sims, tendo morrido aos 21 anos, vitimada pela tuberculose. Levada a voltar
ao século 18, viu-se como uma
copeira em casa de família, onde viveu até os 14 anos, tendo morrido em meio a
violências praticadas por seu patrão, dois filhos e mais dois homens
embriagados. Entre os séculos 14 e 15,
viu-se reencarnada como uma freira chamada Irmã Tereza, no convento Santa
Maria de Las Rosas, na cidade de Barcelona (Espanha), tendo morrido
afogada ao atirar-se ao mar, após ter tido frustrada sua fuga com um padre que seduzira
por amor. As sessões foram levando-a a recuar a uma existência entre os Maias;
como uma grega chamada Helena, como uma judia chamada Hannah
ao tempo de Jesus na cidade de Magdala; totalizando ao final das pesquisas 11 encarnações. As investigações revelaram inúmeros
detalhes extremamente ricos, inclusive sobre como Taylor dominava tão bem
conhecimentos relacionados à Medicina, sobre os quais escrevia com muita
profundidade e propriedade sem tê-los estudado na vida atual. Concluídas as
sessões de regressão, depois de ler com muita atenção a transcrição do material
obtido, sem conseguir explicar seu conhecimento do hebraico, espanhol,
italiano, idiomas não aprendidos na vida atual, afirmou-se “a cética dos céticos sobre a
ideia da reencarnação”, que, para ela, “se existe, é uma gigantesca
maldição e não uma esperança”. (material baseado no texto ENTRE A REVOLTA E A DOR de Hermínio Correia de Miranda)
sexta-feira, 14 de março de 2014
O Alto Preço do Suicídio
Considerado pela maioria das religiões como imperdoável e
determinante da condenação eterna, o suicídio segundo o Espiritismo é visto como a fuga ou
deserção de programas planificados antes mesmo da reencarnação viabilizar a
existência do Ser na Dimensão em que nos encontramos. Não a partir de
teorizações, mas, de milhares de depoimentos através de outro tanto número de
médiuns. E, da forma objetiva como a Doutrina Espírita trata a sobrevivência
após a morte, a vinculando também à Lei de Causa e Efeito (ou do Carma), revela
que as sequelas ou traumas produzidos pelos violentos traumas impostos ao corpo
físico gravam-se na estrutura denominada corpo espiritual ou períspirito,
reproduzindo-se, de um modo ou outro, na reencarnação imediatamente após a
frustrada pela violência intencional. Tais marcas imporão limitações ou
restrições na forma biológica resultante da gravidez durante o número de anos
que faltavam ser concluídos na forma voluntariamente abandonada, tempo
necessário para recuperar a harmonia da estrutura drasticamente avariada, a fim
de retomar o curso da evolução inexorável, atrasada pelo gesto insensato.
Análises apresentadas n’ O LIVRO DOS
ESPÍRITOS (questões 943 a 957), oferecem vários elementos para reflexão e o
estudo sobre a obsessão nos oferece outros importantes dados como os Espíritos Claudia
Pinheiro Galasse, desencarnada aos 18 anos (“- Não sei até hoje que forças
desumanas teriam posseado o meu Ser. Recordo-me que chegava a sentir mão pesada
sobre a minha para que o gatilho não falhasse”) ou Wlademir Cesar Ranieri,
desencarnado com 25 anos, em 1981 (-O que se verificou foi a hipnose por parte
de criaturas desencarnadas que me seguiam e junto das quais não me furto às
responsabilidades do meu gesto infeliz. A minha vontade era uma alavanca de
Deus em minhas mãos. Poderia facilmente escutar os convites injustos e rechaça-los
com o meu livre arbítrio, mas a minha fraqueza foi o que me perdeu”.),
ambos com cartas psicografadas pelo médium Chico Xavier e inseridas no livro AMOR E SAUDADE (ideal). Situações como
essas são consideradas como com atenuantes. Não impedem, contudo, a necessidade
de enfrentamento das consequências advindas do ato extremo. Em texto inserido
no livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS
(feb), prefaciado pelo Orientador Espiritual Emmanuel através de Chico
Xavier, no início dos anos 60, ele explica que “após determinado tempo de
reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são
habitualmente reinternados no plano carnal, em regime de hospitalização na cela
física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições”. Esclarece
que “segundo
o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas
derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a
mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a
representarem terapêutica providencial na cura da alma”.
Exemplificando, diz que “os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem
trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças
do sangue e as disfunções endócrinas, tanto quanto outros males de etiologia obscura;
os que incendiaram a própria
carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás,
exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema
ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram
carreiam consigo as neoplasias diversas e a paralisia infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a
própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma
espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia
muscular progressiva ou da osteíte difusa”. Anos depois indagado sobre o problema da esquizofrenia, Chico
Xavier revelaria que os portadores deste transtorno psiquiátrico, “são
os que suicidaram após terem cometido homicídios” e as vitimas de nanismo, os que se atiraram de
grandes alturas, chocando-se com o solo em pé, impondo radical compressão às
estruturas físico/perispirituais. Como o desconhecimento dessas informações
certamente tem favorecido o número crescente de suicídios em todo Planeta na
atualidade, necessário difundi-las para, pelo menos, as pessoas refletires
sobre as possibilidades expostas e sobre a orientação oferecida por Emmanuel
no final de seu comentário: -“ Guarda, pois, a existência como dom
inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas
a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus”.
quarta-feira, 12 de março de 2014
OS CONVULSIONÁRIOS
Anualmente, por ocasião das
celebrações da chamada Semana Santa, os meios de comunicação de massa, veiculam
imagens de pessoas que em nome da religião impõem-se flagelações, muitas
repetindo os sofrimentos vivenciados por Jesus, conforme as narrativas dos
textos preservados no livro conhecido como Novo Testamento. Embora nas
Filipinas e alguns países do sudeste asiático destaquem-se o maior e mais
diversificado numero de imagens, a verdade é que os fatos se repetem em menor
intensidade em outras partes do mundo. Entre os séculos 18 e 19, em algumas
regiões da França, eram observados em algumas correntes remanescentes
de movimento iniciado no século 17, pelo bispo holandês Cornélius Jansen. No número
da REVISTA ESPÍRITA de maio de 1860,
Allan
Kardec publicou um artigo com o título Uma Convulsionária, explicando que uma série de circunstâncias,
permitiram contato com a filha de uma das principais convulsionárias da
localidade Saint-Medárd, situada nas imediações da cidade de Bordeaux, o que
possibilitou recolher sobre essa espécie de seita algumas informações
específicas. Comenta Kardec não haver nada de exagero no que se relata sobre as
torturas a que voluntariamente se submetiam os fanáticos, algumas das quais,
denominadas “grandes socorros”, consistindo em sofrer a crucificação e
todos os sofrimentos da denominada Paixão do Cristo. O Espírito da pessoa em
referência, falecera em 1830 - trinta anos antes, portanto -, todavia, ainda conservava nas mãos os furos
feitos pelos pregos que haviam sido utilizados para suspendê-la à cruz, e,ao
lado, traços dos golpes de lança que haviam recebido. Enquanto
encarnada, escondia cuidadosamente esses estigmas do fanatismo, sempre tendo
evitado explica-los aos filhos. Conhecida na história das convulsionárias como Françoise,
conversou com Kardec na presença de sua filha que desejava o encontro, tendo
sido suprimidas das 23 perguntas do diálogo mantido, particularidades íntimas,
por não interessarem a estranhos, embora se constituindo para aquela que a
conheceu de perto, uma incontestável prova de identidade. Revelando “há
muito desejar aquele contato por apreciar os trabalhos de Kardec, a despeito do
que ele podia pensar de suas crenças”;
confirmou que “acompanhava a filha ali presente”; informando que “era e
não era feliz como Espírito, por sentir que poderia ter feito melhor”,
ciente de que “Deus levava em conta sua ignorância”. Questionada se as
torturas a que se submeteu a elevaram e, tornaram espiritualmente, mais feliz,
explicou que “não lhe fizeram mal, mas não a
avançaram como inteligência” e se aquilo lhe foi levado à conta de
mérito, disse haver n' O LIVRO DOS
ESPÍRITOS um item – parágrafo 726 -, que dá a resposta
geral, “sendo ela apenas uma pobre fanática”. Sobre o objetivo das
convulsionárias, disse ser “geralmente pessoal, tendo ocultado suas
atividades dos filhos, porque compreendia, vagamente, não ser aquele o
verdadeiro caminho”. Kardec destaca que nesse ponto, “o
Espírito da mãe respondeu por antecipação ao pensamento da filha, que desejava
perguntar por que, em vida, tinha evitado falar disso aos filhos”. A
respeito da causa do estado de crise das convulsionárias, explicou ser “uma
disposição natural e super-excitação fanática, jamais desejando que seus filhos
fossem arrastados por essa rampa fatal, que hoje melhor reconhece como tal”
e que os fenômenos produzidos entre as convulsionárias tinham muita analogia
com certos fenômenos sonambúlicos como a penetração do pensamento, a visão à
distância, a intuição de línguas desconhecidas, revelando que “muitos
sacerdotes magnetizavam, sem o consentimento das pessoas”. Sobre a
origem das marcas e cicatrizes que tinha nas mãos e outras partes do corpo,
falou “serem pobre troféus de suas vitórias, que a ninguém serviram, por
vezes, excitando paixões”. Em observação à essa resposta, Kardec
comenta: -“Parece que nas práticas convulsionárias passavam-se coisas de grande imoralidade,
que haviam revoltado o coração dessa senhora e, mais tarde, quando acalmada a
febre fanática, a fizeram tomar aversão por tudo quanto recordava o passado. É
sem dúvida uma das razões que a levaram a não falar do assunto a seus filhos”.
Depois abordar outros ângulos do fenômenos por ela vivenciados, pergunta Kardec
se ficaria contrariada se ele publicasse a conversa na REVISTA, obtendo como resposta: - “Não. É necessário que mal seja revelado”.
segunda-feira, 10 de março de 2014
Obsessão - Áreas de Contágio
Quando Allan Kardec ouviu do Espírito da Verdade na resposta à questão
459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS que a “influência
dos desencarnados sobre nossos pensamentos e atos é muito maior que imaginamos
e invariavelmente são eles que nos conduzem”, dava importante passo
para concluir ser isso possível pela condição de médium ser inerente à condição
humana, manifestando-se de forma ostensiva ou mantendo-se latente, por vezes, por
uma existência inteira. Hoje, se sabe que essa percepção, conforme dito pelos
Espíritos é possível graças a uma das funções da epífise, uma diminuta glândula
situada internamente no centro de nossa cabeça, conhecimento, por sinal, de
domínio de escolas religiosas do passado, como as da Índia, do Egito ou da África.
Kardec
associando a revelação às evidências observadas, apresenta n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, a obsessão
definida por ele como a influência maior ou menor dos Espíritos
desencarnados sobre nossa Dimensão, o que explica inúmeros registros
até então incompreensíveis feitos ao longo da história da Humanidade. Na
referida obra, encontramos uma classificação genérica sobre os tipos de
obsessão, observadas em três níveis os quais abrangem uma
infinidade de comportamentos individuais ou coletivos: obsessão simples, fascinação
ou subjugação
(chamada possessão em algumas manifestações religiosas). Embora a fascinação
e a subjugação
possam ser a justificativa de inúmeros atos socialmente inexplicáveis
na atualidade, como suicídios, homicídios, radicalismos ideológicos - político
e religiosos -, a obsessão simples é a mais comum produzindo vítimas a todo
momento pela vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, distanciadas da
imunidade resultante dos pensamentos equilibrados pela ligação com propostas
filosófico/religiosas mais espiritualizadas. Espiritualidade hoje é definida
como um clima resultante de esforços e ações no nosso mundo interior almejando
a conquista e preservação do equilíbrio. A exposição à vivência
predominantemente do nosso lado sensorial no liga às influências de
inteligências afins com a mesma busca. Alertam algumas obras ilustradas do
Espírito André Luiz, existirem algumas áreas ou formas de contágio, não
imaginados pela maioria das pessoas. Alinhamos a seguir, as principais: 1 - RUA - É repositório
de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas
bactérias de variada procedência, em vista da maioria dos transeuntes lançar em
circulação, não só as colônias de micróbios diversos, mas também os maus
pensamentos de toda ordem”. 2 - AMBIENTES - Doméstico
- “Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem
equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização
espiritual, não há defesas de paz de
espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento”. “Os
que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta,
neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às
situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a
parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. “Os
viciados nas sensações fisiológicas encontram nos elementos desintegrados pelo
cozimento, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal,
já que mais de setenta porcento da alimentação comum, o encarnado capta pelos
condutos respiratórios”. Casas Noturnas - “O ambiente
sufocava. Desagradáveis emanações se faziam cada vez mais espessas, à medida
que avançávamos. No salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes
adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas
baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava (...). A multidão de
entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos, não
bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da musica
inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram
invisíveis”. 3 - Sono físico - “A
determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos
hemisférios da Crosta Terrestre, se acham nas zonas de contato com o Plano
Espiritual e a maior percentagem desses semi libertos do corpo, pela influência
natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração. Neles, muitas
vezes, se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.
Grandes crimes tem nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o
trabalho ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos
homens no labor sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a
égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas”. “Através
das correntes magnéticas suscetíveis de movimentação, quando se efetua o sono
dos encarnados, são mantidas obsessões inferiores, perseguições permanentes,
explorações psíquicas de baixa classe, vampirismo destruidor, tentações
diversas”. “Muitas vezes, a mente obsidiada arquiva ordens e avisos do
obsessor durante o sono habitual, quando liberamos os próprios reflexos, sem o
controle da nossa consciência de limiar, ordens e avisos que a pessoa obsessa
atende, de modo quase imediato..
sábado, 8 de março de 2014
Dura Realidade
Durante a reunião formatada
para esclarecer dúvidas com base nas informações disponibilizadas pelo
Espiritismo, a senhora identificada como Psiquiatra, solicita comentário em
torno do crescente número de pacientes infanto-juvenis por ela atendidos com
tendências suicidas, geralmente ignoradas pelos próprios pais. Ante a exposição
do fato, irrompe na memória, prognóstico feito pela Espiritualidade a Allan
Kardec em manifestação de abril de 1866 e incluída na REVISTA ESPÍRITA, edição de outubro daquele ano, dizendo, entre
outras coisas: -“E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os
suicídios multiplicando-se numa proporção incrível, até entre crianças”. No comentário tratando das mudanças coletivas
previstas para o planeta Terra, traçam um perfil dos Espíritos atrasados: “negadores
da Providência Divina e de todo poder superior à Humanidade; depois, a
propensão instintiva às paixões degradantes, aos sentimentos anti-fraternais do
egoísmo, do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim, a predominância do
apego a tudo o que é material ”. Preveem que “persistirão em sua cegueira e sua
resistência marcará o fim de seu reino por lutas terríveis. Em seu desvario,
eles próprios correrão para a sua perda: impelirão à destruição, que gerará uma
multidão de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão a
chegada da era da renovação”. Questionando a Espiritualidade sobre
aspectos da educação, Kardec foi lembrado que a predominância dos que
reencarnam, são desconhecidos em sua procedência, missão e destinação, com
históricos de grandes comprometimentos perante a Lei do Progresso; que
cerca-los de cuidados e facilidades não basta, sendo necessário observar-lhes
as tendências, procurando corrigi-las, direcionando-as para um aspecto mais
construtivista. Observaram que a fase mais propícia é a infância, pois ao
atingir a adolescência, características do passado se misturam aos registros do
presente, tornando o jovem refratário a qualquer orientação. O que se vê na
atualidade, contudo, é o contrário. Reforçam-se as tendências negativas,
permite-se a vivência da indisciplina, mantem-se o Ser à margem dos assuntos da
espiritualidade, esperando-se na mocidade um comportamento improvável com as
condições oferecidas ao tutelado, considerando que o papel de pais e filhos é
meramente circunstancial. Não se avalia também o impacto negativo da exposição
excessiva às imagens de violência veiculadas pela televisão, a disponibilização
de conteúdos nocivos na rede mundial conhecida como Internet, ou,
simplesmente, a testemunhada no próprio lar. E nesse ambiente, o fator mais
marcante: a
ausência do amor. Cremos que os Espíritos
reencarnados nas últimas décadas refletem considerável desenvolvimento
intelectual. Esse aspecto, desenvolvem e
demonstram com facilidade. O que os traz de volta, então? Justamente a
necessidade de crescimento no campo do amor. Como devolvemos à vida o que
recebemos e aprendemos, consistindo o aprendizado existencial, na observação e
vivência, pode-se perguntar: qual o tipo de registros predominantemente
acumulados pela criança de nossos dias? Diz um axioma popular que “ninguém
dá o que não tem”. Ideais suicidas em crianças e adolescentes resultam
da dificuldade de compreensão e aceitação da dura realidade em meio à qual
vivem. A tarefa da paternidade parece desfocada na percepção dos que a assumem.
Há milhares de “órfãos de pais vivos” vivendo sob o mesmo teto. Crianças
rejeitadas, abandonadas, agredidas, violentadas, exploradas sexualmente,
comercializadas em vários países, expõem uma dura realidade: a Humanidade precipita-se
num vazio cujos limites imprevisíveis, comprometem o seu próprio futuro. Afinal, a ignorância a respeito da significação
daquilo que o Espiritismo define como educação moral (nada a ver com
religião), recrudesce o egoísmo e o orgulho individual, projetando-se sobre o
coletivo de forma avassaladora. E mais uma vez, ecoa a pergunta de Allan Kardec
em comentário n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS: “- Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente
lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos
próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?
quinta-feira, 6 de março de 2014
Opiniões Importantes Sobre Comportamento
Nos números da REVISTA ESPÍRITA de agosto
de 1865 e fevereiro de 1867, Allan Kardec incluiu mensagens do
Espírito Lacordaire, que em sua encarnação terminada em 1861, deixou
importante obra no âmbito da escola religiosa que servira como sacerdote
dominicano. Diante dos textos selecionados para as edições citadas, simulamos
uma entrevista virtual sobre temas muito oportunos. Vamos a ela: Como entender a religiosidade de superfície ou o
convencionalismo religioso? - “Geralmente os homens são despreocupados e não creem numa religião senão
por desencargo de consciência e para não rejeitar completamente
suas boas e suaves preces que lhe embalaram a juventude, e que sua mãe lhes
ensinou ao pé do fogo, quando a noite trazia consigo a hora de sono. Mas se
esta lembrança por vezes se apresenta ao seu espírito, é, na maioria das vezes,
com um sentimento de pesar que retornam a esse passado, onde as preocupações da
idade madura ainda estavam enterradas na noite do futuro (..). Nem sempre se
deve rejeitar como fundamentalmente mau tudo quanto parece manchado de abusos,
composto de erros e sobretudo inventado à vontade, para a glória dos orgulhosos
e para benefício dos interessados (...). Cabe-vos bem refletir antes de formular
o vosso julgamento (...). É possível que numerosos trabalhos dos tempos antigos
sejam obras vossas, realizada numa existência anterior. E a sempre presente intolerância religiosa? – “A fé cega é o pior de todos os princípios! Crer
com fervor num dogma qualquer, quando a sã razão se recusa aceita-lo como uma
verdade, é fazer ato de nulidade e privar-se voluntariamente do mais belo de
todos os dons que nos concedeu o Criador; é renunciar à liberdade de julgar, ao livre
arbítrio que deve presidir a
todas as coisas na medida da justiça e da razão”. O que pensar sobre os espíritas e a intolerância
religiosa? – “Os Espíritas,
antes de tudo, devem ser lógicos com seu ensino e não atirar pedras às
instituições e às crenças de outras épocas, apenas porque são de outra época. A
sociedade atual necessitou, para ser o que é, que Deus lhe concedesse, pouco a
pouco a luz do saber. Não vos cabe, pois, julgar se os meios por ele empregados
eram bons ou maus. Não aceitais senão o que vos parece racional e lógico”. Como nos
posicionarmos diante da legenda “fora da caridade não há salvação” adotada pelo
Espiritismo? – “A caridade é o ato de nossa submissão à Lei
de Deus; é o sinal de nossa grandeza moral; é a chave do Céu (...). As coisas
do Espírito ou do coração, tem-se dito, tendo um preço infinitamente superior
ao das coisas materiais, segue-se que consolar aflições, por boas palavras ou
por sábios conselhos, vale infinitamente mais que consolar por socorros
materiais (...). Tendes razão se a aflição de que falais tem uma causa moral,
se encontra sua razão numa ferida do coração; mas se for a fome, o frio, uma
doença, se, numa palavra, são causas materiais que foram provocadas, vossas
sábias opiniões chegarão a curá-las? (...). A impossibilidade vos detém. Então
como? A caridade não tem limites; é infinita como Deus, de quem emana, e não
admite qualquer impossibilidade! Qual a razão das omissões ante as oportunidades
de praticar a caridade? - É o egoísmo (...). Podeis enganar o mundo,
conseguireis enganar momentaneamente vossa consciência, mas nunca enganareis a
Deus. Em cem anos, em mil anos, aparecerás novamente na Terra; sem dúvida aí
vivereis, despojados de vossa opulência presente e curvados ao peso da
indigência”. Considera válido sacrificar a família em nome da caridade? – “A família, que será dela? Estamos quites com
ela desde que socorremos o que se chama pobre? (...). Do momento em que
reconheceis a necessidade de vos despojar pelos pobres, trata-se de fazer uma
escolha e estabelecer uma hierarquia. Ora, vossas mulheres e vossos filhos são os
vossos primeiros pobres; a eles deveis, pois, dar as vossas
primeiras esmolas. Numa escala de valores, como ficam os filhos? - “Velais pelo futuro de vossos filhos (...). Mas
não lhes ensineis jamais a viver egoisticamente e a olhar como deles tudo o que
é de todos. Antes e depois deles, os autores de vossos dias, os que
vos alimentaram e guardaram, os que protegeram vossos primeiros passos e
guiaram vossa adolescência, vosso pai e vossa mãe, tem
direito à vossa solicitude. Depois vem as almas que Deus vos deu em
vossos irmãos segundo a carne; depois os amigos do coração; depois
todos os pobres, a começar pelos mais miseráveis(...). Evitai
sempre favorecer demasiado a uns, com exclusão dos outros. É pela partilha
equitativa, ainda, que cumprireis a lei de Deus em relação aos vossos irmãos, que
é a lei da solidariedade
terça-feira, 4 de março de 2014
Um Resultado Inesperado
Três anos antes de sua morte
aos 77 anos, o engenheiro, matemático, coronel, pesquisador e ex-administrador
da Escola Politécnica de Paris, Albert de Rochas publicou o
penúltimo dos seus 18 livros: AS VIDAS
SUCESSIVAS – documentos para o estudo desta questão (2002, lachâtre). A obra, segundo se
conclui, não só eleva a reencarnação da condição de crença de caráter religioso
ou ocultista, mas, também abre caminho para as pesquisas sobre existências
passadas através da regressão de memória, hoje praticada inclusive com fins
terapêuticos. Aparentemente por acaso, visto que as pesquisas de Rochas
pretendiam aprofundar-se nas observações em torno do magnetismo,
introduzido no início do século 19 na França por Franz Anton Mesmer.
Dividido em quatro partes mais uma conclusão, o livro reúne elementos que lhe
atestam a seriedade, reproduzindo no capítulo 2 da Segunda Parte, um resumo
analítico das 19 experiências feitas por Rochas entre os anos de 1892 a 1910.
Explica que em suas reuniões experimentais foram testemunhadas por vários
convidados e que sempre tomou o cuidado de ter presente uma terceira pessoa que
não corria o risco de ser influenciada - como ele talvez -, encarregada de
fazer as anotações da evolução do trabalho. Revela que suas primeiras constatações
relativas à regressão de memória se deram um ano depois da primeira
experiência, ou seja, em 1893. A ordenação dos Casos obedece a uma cronologia,
sendo que as referentes a 1892 por não terem a finalidade específica de
regredir as pessoas observadas, foram colocadas no final da série. No ano de
1904, foram desenvolvidos cinco experimentos, sendo que três por completo e
outros dois, com desdobramentos em anos posteriores. Um deles, identificado
como o Caso número 3, contou no seu
estudo com a participação do diretor da Escola de Medicina e Farmácia, Dr
Bordier, materialista por educação, embora de espírito aberto para
modificar suas opiniões diante da evidência dos fatos. A pessoa – chamada por
ele sujet - usada para a
experiência foi uma mulher de 35 anos chamada Eugénie, viúva com dois
filhos, que ganhava a vida na época fazendo faxinas e que, enquanto seu marido
era vivo, trabalhava numa fábrica de luvas, tendo ambos boa remuneração. De
natureza apática, muito sincera, pouco curiosa, demonstrava saúde excelente.
Através da aplicação de passes longitudinais, a certa altura, vê escorrer de seus olhos uma
lágrima, ouvindo dela estar com 21 anos, tendo acabado de perder um
filho; noutro momento, toma o pesquisador por seu marido ante uma ação dele,
informando ter 17 anos, tendo se caso recentemente. Aos 14, um grito de pavor
após brusco sobressalto, viu surgirem ao seu lado os “fantasmas” da avó e de
uma tia, falecidas recentemente, com dias de intervalo; aos 11
anos, faz a primeira comunhão revelando como maiores pecados, ter
desobedecido a avó algumas vezes e subtraído sem autorização do bolso de seu
pai uma moeda, pelo que sentiu muita vergonha mesmo após o pedido de desculpas.
Aos 9
anos, revela ter perdido a mãe oito dias antes, sentindo-se muito triste, sendo
enviada da cidade onde morava, para a casa do avô em Grenoble, a fim de
aprender costura, tendo abandonado a escola por já saber ler, escrever e
contar. Com 6 anos, frequenta a escola em Vianay e já sabe escrever
bem e, com 4, toma conta da irmã menor, começando a fazer exercício
gráfico-motores e a escrever as primeiras letras do alfabeto: a,e,i,o,u. Em
outras sessões, ela é levada à fase de amamentação; à vida
num Plano indeterminado, à uma existência anterior,
identificando-se pelo nome de então, fornecendo dados sobre a família em que
reencarnara. Desperta, reconstitui em sentido contrário todas as fases
assinaladas, dando outros detalhes recuperados pelas perguntas formuladas. O
mais surpreendente desta experiência é que de Rochas fez Eugénie envelhecer pouco a
pouco. Com 37 anos ( contava 35), manifestou todos os sintomas de
um parto e a vergonha deste acontecimento, pois não havia casado novamente.
Isso devia passar-se em 1906, parecendo, alguns meses depois, que ela parecia
afogar-se. Induzida a envelhecer mais dois anos, novos sintomas de parto,
levando o pesquisador a pensar que ela divagava, provocando seu despertar. Concluindo
o relato da experiência, a observação mais impressionante: tudo que ela havia predito
aconteceu. Tornou-se amante de um operário de fabrica de luvas,
engravidando de uma criança em 1906. Pouco depois, desesperada, joga-se no Rio
Isère, sendo salva, agarrada por uma perna. Por fim, em 1909, deu à luz
uma segunda vez, sobre uma das pontes do mesmo Rio Isère, onde foi
tomada pelas dores do parto, retornando de suas faxinas.
domingo, 2 de março de 2014
Carnaval - As Imagens Que Não Se Vê
“As duas populações – a física e a
espiritual, em perfeita sintonia – misturavam-se, sustentando-se, disputando
mais largas concessões em simbiose psíquica (...).
Densas nuvens de baixo teor vibratório encobriam a cidade
imensa e generosa. Nos intervalos, o ruído atordoante dos instrumentos de
percussão incitava ao culto bárbaro do prazer alucinante, misturando-se aos
trovões galopantes enquanto os corpos pintados, semi-despidos, estorcegavam em
desespero e frenesi, acompanhando o cortejo das grandes Escolas de samba, no
brilho ilusório dos refletores, que se apagariam pelo amanhecer (...). Milhares
de pessoas imprevidentes, estimuladas pela música frenética, pretendendo
extravasar as ansiedades represadas, cediam ao império dos desejos, nas
torrentes da lubricidade que as enlouquecia. A delinquência abraçava o vício,
urdindo agressões, em cujas malhas se enredavam as vítimas espontâneas, que se
deixavam espoliar. As mentes, em torpe comércio de interesses subalternos,
haviam produzido uma psicosfera pestilenta,
na qual se nutriam vibriões psíquicos, formas-pensamento de mistura com entidades perversas, viciadas e
dependentes, em espetáculo pandemônico, deprimente”.(...) As condensações que
pairavam no ar, pela densidade pastosa, escura, causavam mal estar. A aspiração do nevoeiro, sem dúvida produziam compreensíveis transtornos
emocionais, a prazo mais dilatado com efeitos orgânicos. A população invisível ao
olhar humano era acentuadamente maior,
no tresvariar das fortes sensações de que se não havia haviam libertado com a
morte. Disputavam-se como chacais a vampirização das vítimas inermes, telecomandadas, estimulavam a
sensibilidade e as libações alcóolicas de que
participavam, ingeriam drogas, que os seus
comparsas físicos, verdadeiros intermediários submissos, se auspiciava.
Dificilmente se poderia distinguir se os homens eram cópia rude das faces
aberrantes dos desencarnados ou se estes os imitavam, tal a sintonia e o
perfeito intercâmbio sustentado” (...). Grupos mascarados eram acolitados por
frenéticas massas de seres espirituais voluptuosos, que se entregavam a
desmandos e orgias lamentáveis, inconcebíveis do ponto de vista terreno”.(...) “Podíamos
registrar que muitos fantasiados haviam obtido inspiração para as suas expressões grotescas, em visitas a
regiões inferiores do Além, onde encontravam larga cópia de deformidades e
fantasias do horror de que padeciam os seus habitantes em punição redentora, a
que se arrojavam espontaneamente”. Comentando
o assunto, o Benfeitor Bezerra
de Menezes disse: -“Perdendo-se nos períodos recuados, as
origens do carnaval podem ser encontradas nas bacanálias, da Grécia, quando era
homenageado o deus Dionísio. Anteriormente, os trácios entregavam-se aos prazeres
coletivos, como quase todos os povos antigos. Mais tarde, apresentavam-se estas
festas, em Roma, como saturnália, quando se
imolava uma vítima humana, adredemente escolhida, no seu infeliz caráter pagão.
Depois, na Idade Média, aceitava-se com naturalidade “uma vez por ano é
lícito enlouquecer”, tomando corpo, nos tempos modernos, em três ou mais
dias de loucura, sob a denominação, antes, de tríduo momesco, em homenagem ao rei da alegria”.. Grande, expressiva faixa da Humanidade terrena
transita
entre os liames do instinto e os pródomos da razão, mais sequiosos de sensações do que ansiosos pelas
emoções superiores. Natural que se permitam, nestes dias, os excessos que
reprimem por todo ano, sintonizados com as Entidades que lhes são afins. É de
lamentar, porém, que muitos se apresentam, nos dias normais, como discípulos de
Jesus, preferindo, agora, Baco e seus assessores de orgia ao Amigo Afetuoso”. A improvisação de um Posto Avançado de Assistência
Espiritual por ocasião das festividades do Carnaval, no início dos anos 80, na
cidade do Rio de Janeiro sob a direção do médico espiritual Bezerra
de Menezes, é o ponto de partida para as narrativas do Espírito Manuel
Philomeno de Miranda, através do médium Divaldo Pereira Franco, no
livro NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (alvorada,1982).
Vitimas de acidentes de transito como resultado do consumo de substâncias
aditivas como álcool e drogas; da violência sexual, as repercussões de um
aborto, bem com a ação da Espiritualidade nos bastidores da nossa Dimensão, são
alguns dos temas/problemas que ajudam a compor um livro, altamente informativo
sobre as interações entre o Plano Visível e o Plano Invisível aos nossos olhos.
Assinar:
Postagens (Atom)