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domingo, 29 de junho de 2014

REFLETINDO COM CHICO XAVIER

As décadas e convivência com a complexa realidade humana e com o pensamento dos Espíritos que se serviram dele para transferir para nossa Dimensão informações importantes conferiu ao médium Chico Xavier uma condição excepcional de sabedoria e credibilidade. Apesar de contrariado, teve muitos dos seus comentários arquivados e, posteriormente, preservados em livros que merecem ser consultados para que deles extraiamos ensinamentos para nossas possíveis decisões.  Pesquisando algumas dessas obras, selecionamos alguns desses pareceres, para avaliação dos seguidores deste Blog: 1- SOBRE O PAPEL DO BRASIL: O Fundador do Evangelho foi crucificado. Acredito que diante desta verdade, o Brasil não pode ter privilégios. Então devemos esperar acontecimentos muito sérios”. (ECX) 2 - “Admitimos que a Civilização cristã do Brasil esteja destinada a representar um papel dos mais importantes no futuro da Humanidade. Isso, porém, depende dos brasileiros que, naturalmente, necessitam preservar o sentido religioso da Civilização que recebemos das nossas formações evangélicas. Cremos que deveríamos respeitar todos os templos onde o nome e o ensinamento de Jesus estivessem acatados porque nossa tradição histórica está subordinada à concretização dos postulados evangélicos  que Jesus nos trouxe.  No Espiritismo estamos dentro de explicações mais amplas. Somos obrigados a reconhecer que a formação cristã do Brasil nos garante um futuro maravilhoso de bênçãos, mas dependendo do homem”... (TS) 3-“O Terceiro Milênio, sem dúvida, é promissor, mas, talvez, os progressos que estamos esperando venham a acontecer daqui a 500, 700 anos. Estaremos dentro da marca do Terceiro Milênio, não é? As coisas não vão se modificar à força do calendário...Pelo andar da carruagem, ainda vamos ter que trabalhar muito, saneando o nosso mundo íntimo”...(ECX)   SOBRE PODER, POLÍTICA E POLÍTICOS 4 - “Se nossos governantes tivessem amor e espírito de compreensão por seus governados, tudo seria modificado. Mas isso teria de começar de cima. Alguém me perguntou: -’Chico, a assistência é serviço do governo. Por que você dá assistência?. Respondi: - “Dou assistência como a pessoa que vê a casa do vizinho incendiada e, até que o corpo de bombeiros apareça, a casa já se foi(...) Então, pelo menos um balde de água eu tenho que carregar, não é?”. (ECX) 5 - “Infelizmente, muitos daqueles que nos dirigem não querem se enriquecer apenas para esta vida: acumulam indevidamente tanto dinheiro, que nos dão a impressão de que querem ser milionários para a Eternidade”. (O C X)“Ainda com o desvio de verbas públicas, se nos deixássemos inspirar pelo amor que nos devemos uns aos outros, ser-nos-ia possível erradicar a miséria e combater a ignorância”. (OCX) 6-“Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos Espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual”.ECX) SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO 7- Essa insatisfação diante da vida, esse anseio de destaque social, econômico, de poder, nos coloca a mercê de emoções muito fortes. Muitos dos nossos homens públicos tiveram enfartes quando foram vítimas de determinados decretos, quando não puderam ter tanto como estavam habituados a ter(...); não nos educamos para viver: nos educamos para ser criaturas cada vez mais possessivas”.(ECX) 8- “Podemos viver com menos...Há um problema no Brasil curioso. Todos falam em crise, mas nossa comunidade adquiriu dívidas muito grandes (..). O nosso carnaval era simples, as pessoas saiam cantando. Hoje o carnaval custa milhões. Vão dizer que é turismo. Pode ser turismo, mas é negativo, é um dispêndio de força e de vida humana. Depois do carnaval, aparecem as listas: tantos mortos no sábado, no domingo, na segunda, na terça. Porque não houve tantos mortos nos outros sábados ou nos outros domingos? Foram vítimas dos excessos a que nos entregamos, porque não sabemos viver. Temos escolas maravilhosas, exercícios físicos, o mundo da ginástica, que nos ajuda a conservar a saúde, as nossas universidades, que são verdadeiros mundos da cultura...Nunca vi uma escola para ensinar as pessoas a viver, a viver com o que tem, com o que são, com os recursos que possam adquirir”. (ECX) 9-As pessoas que tem vindo, com maior frequência, até mim, queixando-se da vida, são pessoas que nunca moraram em barracos, nunca passaram fome ou nunca estiveram doentes, sem que tivessem dinheiro para comprar remédio”. (ECX) 10- “A violência no mundo é falta de Deus no coração”.(OCX)





sexta-feira, 27 de junho de 2014

ÍNDICES ALARMANTES

- “E como a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os suicídios multiplicando-se numa proporção incrível, até entre as crianças”, preconizaram os Espíritos em abril de 1866 em extensa comunicação que serviu de base para a elaboração do capítulo 18 do livro A GÊNESE. Allan Kardec a reproduz na íntegra no número de outubro daquele ano da REVISTA ESPÍRITA. Tudo como parte da etapa considerada como transição planetária, a tão proclamada mudança evolutiva, iniciada em meados do século XVIII e, em pleno andamento. A prova do acerto de tal prognóstico está refletida no resultado da pesquisa desenvolvida pela OMS – Organização Mundial de Saúde e divulgada há um mês, apontando o suicídio como terceira maior causa de morte de jovens na faixa dos 10 aos 19 anos. O suicídio, abominado pela maior parte das religiões tradicionais, encontra no Espiritismo uma visão mais racional, causada ou por sérios transtornos psicológicos e psiquiátricos e, segundo depoimentos de Espíritos que cederam à ideia, como induzida por influências espirituais vigorosas. Cogitações sobre o assunto podem ser encontradas em abordagens na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, como as reproduzidas no número de novembro de 1858, na seção Problemas Morais. Na verdade, duas situações foram propostas ao Espírito São Luiz, objetivando conhecer a posição da Espiritualidade e, naturalmente, da Doutrina Espírita sobre elas. A primeira buscava entender a aparente contradição existente entre a atitude do indivíduo que alimenta a ideia do suicídio, mas reage defensivamente diante de uma ameaça de morte pretendida por outra pessoa, no caso de um assalto, por exemplo. Se a pessoa quer morrer, por que se defende? O dirigente espiritual dos trabalhos daquele grupo de pesquisa, explicou que o fato se dá “porque o homem tem sempre medo da morte. Quando se suicida, está superexcitado, com a cabeça transtornada, e realiza esse ato sem a coragem nem medo e, por assim dizer, sem ter conhecimento do que faz; ao passo que se lhe fosse dado raciocinar não verismos tantos suicídios. O instinto do homem o leva a defender a própria vida e, durante o tempo que decorre entre o momento em que o seu semelhante se aproxima para o matar e o momento em que o ato é cometido, tem ele sempre um movimento de repulsa instintiva da morte; e este o leva a repelir esse fantasma, só apavorante para um Espírito culpado. O homem que se suicida não experimenta tal sentimento porque se acha cercado de Espíritos que o impelem, que o ajudam em seus desejos e lhe fazem perder completamente a lembrança do que não seja ele mesmo, isto é, dos pais, daqueles que o amam e de uma outra existência. Nesse momento o homem é todo egoísmo”. Outra duvida, relacionava-se à culpa – ou não -, daquele que sem ter a coragem deliberada de suicidar, expõe-se a riscos e perigos, como os que, por exemplo, se propõe a lutar em guerras ideológico/políticas. Sobre isso, o Orientador Espiritual tal indivíduo “será sempre culpado. O homem deve seguir o impulso que lhe é dado. Seja qual for a vida que leve, é sempre assistido por Espíritos que o conduzem e o dirigem, apesar do seu desconhecimento. Ora, procurar agir contra seus conselhos é um crime, pois que aqueles aí estão para nos dirigir e, quando queremos agir por nós mesmos, esses bons Espíritos estão prontos a ajudar-nos. Entretanto, se o homem, arrastado por seu próprio Espírito, que deixar esta vida, é abandonado; mais tarde reconhece que terá de recomeçar uma outra existência. Para elevar-se, deve o homem ser provado. Parar a sua ação, por um entrave em seu livre arbítrio seria ir contra Deus e, neste caso, as provas tornar-se-iam inúteis, porque os Espíritos não cometeriam faltas. O Espírito foi criado simples e ignorante; então, para chegar às Esferas felizes, é necessário elevar-se em Ciência e sabedoria e, é somente na adversidade que adquire um coração elevado e compreende a Grandeza de Deus”. Demonstrando o aspecto democrático das reuniões, um dos participantes externou sua opinião segundo a qual teria percebido uma contradição nas últimas palavras do  Instrutor, ao dizer que o homem pode ser arrastado ao suicídio pelos Espíritos que a isto o excitam, cedendo, portanto a um impulso estranho. Esclarecendo a entidade afirmou “não existir contradição. Quando disse que o homem impelido ao suicídio era cercado de Espíritos que a isto o solicitavam não me referia aos bons Espíritos, que fazem todo esforço para o evitar; isto deveria estar subentendido; sabemos todos que temos um anjo da grada ou, se preferis, um guia familiar. Ora, o homem tem o seu livre arbítrio; se, a despeito dos bons conselhos que lhe são dados, persevera nesta ideia criminosa, ele a realiza, no que é ajudado pelos Espíritos levianos e impuros, que o cercam e que se sentem felizes por ver que ao homem, ou Espírito encarnado, também falta a coragem para seguir conselhos de seu bom guia, por vezes de Espíritos de parentes mortos que o rodeiam, sobretudo em circunstâncias semelhantes”.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

UMA PENA....

Não foram três semanas, meses ou anos, mas três décadas. Grande parte das experiências relatadas no livro TRINTA ANOS ENTRE OS MORTOS, publicado em 1924, pelo médico americano Dr Carl A. Wickland. Nada a ver diretamente com o Espiritismo. Na verdade, tudo começou de forma inesperada, quando, certa tarde, chegando em casa encontrou sua mulher experimentando súbito mal estar, queixando-se de estranhas sensações. Quase caindo, subitamente, mudou de comportamento, indagando do marido: - Que história é esta de me cortar? Respondeu-lhe que não estava cortando ninguém, mas a esposa, contrariada, insistiu: - Naturalmente que está. Você está cortando a minha perna. O Dr Wickland lembrou-se então de estar dissecando para estudos a perna de um homem que morrera aos 60 anos. Deduziu então estar falando o dono do cadáver, estabelecendo com ele longa conversação. O velho não concordava de forma alguma com aquela retaliação de suas carnes. Ao tentar fazer a esposa sentar, novo protesto do comunicante que disse que o doutor não tinha direito de tocar-lhe o corpo. O médico respondeu-lhe que tinha todo o direito de tocar o corpo de sua própria esposa. – Sua esposa!. Que é que você está dizendo? Não sou mulher, sou homem!. Foi-lhe explicado, então, que ele havia abandonado o corpo físico e que no momento controlava o corpo da esposa do médico, e que seu cadáver se encontrava na câmara da Escola. Após muita conversa, o Espírito entendeu sua posição, pedindo um pouco de tabaco para mastigar, pormenor que serviu de confirmação, pois, sua esposa detestava qualquer tipo de fumo. Posteriormente, examinando o cadáver, o Dr Wickland verificou que ele realmente fora inveterado mastigador de tabaco. Este o ponto de partida para as incríveis experiências desdobradas e descritas nas páginas da obra, predominante as havidas após 1918, quando as mesmas começaram a ser estonografadas. Diante da evidência da mediunidade exuberante e autentica da senhora Anna Wickland, lançou-se o Dr. Carl ao original trabalho. Vale lembrar que à época, a Medicina restringia-se à Clinica Geral e  os conhecimentos sobre os problemas psiquiátricos ainda eram insipientes. Escrevendo sobre o objetivo do trabalho a que se consagrou por tanto tempo, o Dr. Wickland afirmou que era de “obter segura e incontestável evidência em primeira mão acerca das condições ‘póstumas’; pormenorizados relatos de centenas experiências, a fim de registrar a exata situação das inteligências comunicantes”, acrescentando: - Parece incrível que pensadores inteligentes, interessados em outros campos do pensamento, pudessem por tão largo tempo ignorar esses fatos simples que podem ser tão facilmente verificados. Vejamos algumas das conclusões resultantes das observações do médico americano: 1 – O Mundo Espiritual e o físico estão em constante interação. O Plano Espiritual não é uma vaga intangibilidade, mas real e natural, uma vasta zona de substância refinada, de atividade e progresso, e a vida ali é uma continuação da vida no Mundo físico. 2 – O fenômeno da morte ocorre de maneira tão natural e simples que grande número de pessoas, depois de abandonarem o corpo físico, não tem consciência de que a transição se deu e, sem conhecimento da Vida Espiritual, ficam totalmente inconscientes do fato de haverem passado para outro estado de ser. 3 – Muitos dos que morrem ficam em estado de sonolência pesada, outros se acham perdidos e confusos. Alguns impelidos por inclinações egoístas ou maldosas, buscam uma evasão para as suas tendências, permanecendo em tais condições até que esses desejos destrutivos sejam superados, quando a alma brada por compreensão e luz e os Espíritos evoluídos conseguem alcança-los e ajuda-los. 4 – Atraídos pelo clarão magnético que emana dos seres encarnados e, consciente ou inconscientemente, se ligam às suas auras encontrando dessa forma condições para se expressarem através da influenciação, obsessão ou possessão de seres humanos. 5 – A influencia dessas entidades desencarnadas é a causa de muitos acontecimentos inexplicáveis e obscuros da vida terrena e em grande parte da infelicidade do mundo. 6 – Pureza de vida e de motivação ou elevada intelectualidade não oferecem necessariamente proteção contra a obsessão; a identificação e conhecimento desses problemas são a única proteção. 7 – As forças vitais reduzidas oferecem menor resistência aos perturbadores. 8 – A Humanidade está envolvida pela influência de milhões de seres desencarnados que ainda não alcançaram integral compreensão dos objetivos mais elevados da vida. O reconhecimento desse fato explica uma grande porção de pensamentos indesejáveis, emoções, estranhos presságios, estados de depressão, irritabilidades, impulsos desarrazoados, explosões irracionais de temperamento, paixões incontroláveis e inúmeras outras manifestações mentais. Lamentavelmente, o livro, além de ignorado pela comunidade científica, permaneceu praticamente meio século sem ser reeditado.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

AINDA SOBRE O LIVRO DE HUMBERTO DE CAMPOS

A obra BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO, assinada pelo Espírito do escritor Humberto de Campos, através do médium Chico Xavier, publicada em 1938, em meio a um dos vários conturbados momentos da política brasileira, revela-nos aspectos interessantes sobre os registros acessados por ele no Mundo Espiritual. Um deles confirma a informação recolhida junto aos Espíritos que auxiliaram Allan Kardec na elaboração d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, segundo a qual o que observamos nessa realidade em que nos movimentamos por alguns anos constitui-se num prolongamento da observada nas outras Dimensões do Universo, ou como afirmado pelo físico Marcelo Gleiser na obra CRIAÇÃO IMPERFEITA (record,1910), “segundo a Teoria das Supercordas, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. Pelo que se depreende do livro do cronista brasileiro, a opção pelo Brasil que acabaria por ser descoberto pouco mais de um século após a reunião de avaliação sobre o estado geral dos povos influenciados pela mensagem trazida por Jesus no início da denominada Era Cristã, constitui-se apenas numa questão do que poderíamos chamar de logística, assim como as bases da escola fundada na Judeia transferiu-se para Roma, no século IV. Dentre as inusitada informações revelações incluídas no livro, merecem reflexão: “Cada nação, como cada indivíduo, tem sua tarefa a desempenhar no concerto dos povos e, todas têm seus ascendentes no Mundo Invisível de onde recebem a seiva espiritual necessária à sua formação e conservação”. Outra, nos ajuda a entender, até certo ponto,  a proliferação da corrupção no poder: “Muitas vezes, os próprios Espíritos que escolhemos para determinados labores terrestres não resistem à sedução do dinheiro e da autoridade. Sentem-se traídos em suas próprias forças e se entregam, sem resistência, ao inimigo oculto que lhes envenena o coração. Deixai aos déspotas da Terra a liberdade de agir sob o império da sua prepotência. Por mais que operem dentro de suas possibilidades no Plano Físico, a vitória pertencerá sempre a Jesus”.  Demonstrando que sob o ponto de Vista da Espiritualidade, não existem obstáculos intransponíveis quando se tem um objetivo maior e que algumas ações demandam certo tempo para se consumar, o livro revela: “Planificações espirituais nos bastidores da evolução, convertem o minúsculo Portugal, em berço de grandes navegadores da Antiguidade presentes entre o povo Fenício, para que as grandes navegações, descobrissem na busca de rota marítima para as Índias, no Oceano Atlântico, as terras a serem incorporadas aos domínios dos povos português e espanhol, dando início à materialização dos programas delineados na reunião de um século antes. Para cuidar do País que se formava, Jesus designa o Espírito Ismael (raiz do povo árabe) como responsável pela construção da Pátria do seu ensinamento”. Outro ponto interessante é o seguinte: “Deliberada a expansão das áreas habitáveis, o elemento indígena foi chamado a colaborar na edificação da  pátria nova; almas bem aventuradas pelas suas renúncias se corporificaram nas costas da África flagelada e oprimida e, juntas a outros Espíritos em prova, formaram a falange abnegada que veio escrever na Terra de Santa Cruz, com os seus sacrifícios e com seus sofrimentos, um dos mais belos poemas da raça negra em favor da Humanidade”. Fala das lutas nos bastidores da invisibilidade para manter a unidade do território compreendido pelo Brasil, enquanto a América espanhola se fragmentou em vários pequenos países. Revela que com a Proclamação da República, o Brasil atinge a sua maioridade coletiva.  Tal episódio é de alta significação, pois, como informa, “uma nação que alcança sua maioridade é a responsável legítima e direta por todos os atos comuns que pratica no concerto dos povos do Planeta. Com isso, “separam-se o organismo político do Brasil dos alvitres pertinentes e constantes do Mundo Espiritual, visto que à maneira dos indivíduos, as pátrias tem, igualmente, direito à mais ampla liberdade de ação, uma vez atingido o plano dos raciocínios próprios, ficando o Brasil político entregue à responsabilidade própria.  Se admitirmos o Espiritismo como a revivescência do Cristianismo, apresentando uma visão moderna e substancial da sobrevivência após a morte, da  reencarnação, da influência e comunicação através da mediunidade, da justiça expressa na Lei de Causa e Efeito, e que em nenhum outro País sua mensagem e obras sociais nascidas da sua inspiração se mostra tão vigorosa e atuante, é difícil não admitir ser o Brasil a Pátria do Evangelho nessa fase que se abre para o futuro da Humanidade.







sábado, 21 de junho de 2014

RESPONSABILIDADE MORAL

“Se um homem cometeu um crime, e se o tiver consumado seduzido pelos conselhos perigosos de um homem que sobre aquele exerce muita influência, a Justiça humana saberá reconhece-lo, concedendo-lhe o benefício das circunstâncias atenuantes; irá mais longe: punirá o homem cujos conselhos perniciosos provocaram o crime, e, mesmo sem ter contribuído de outra maneira, este homem será mais severamente punido do que o que foi o instrumento, porque foi seu pensamento que concebeu o crime, e sua influência sobre um Ser fraco, que o fez executar. Se é o que fazem os homens neste caso, diminuindo a responsabilidade do criminoso, e a partilhando com o infame que o impeliu a cometer o crime, como queríeis que Deus, que é a mesma justiça, não fizesse o mesmo, desde que vossa razão vos diz que é justo agir assim?”. A comparação foi utilizada pelo Espírito Louis Nivard em mensagem psicografada em reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e reproduzida na edição de setembro de 1867, da REVISTA ESPÍRITA. Na verdade, procurava esclarecer ao filho – por sinal o médium de que se serviu -, sobre a responsabilidade assumida por aquele que age sob a influência de Espíritos desencarnados. Nivard explica: -“Assisto a todas as tuas conversas mentais, mas sem as dirigir; teus pensamentos são emitidos em minha presença, mas eu não os provoco. É o pressentimento dos casos, que tem alguma chance de se apresentar, que faz surgir em ti os pensamentos adequados à resolução das dificuldades que poderiam suscitar. Aí está o livre arbítrio; é o exercício do Espírito encarnado, tentando resolver problemas que cria em si mesmo. Efetivamente, se os homens só tivessem as ideias que os Espíritos lhes inspiram, teriam pouca responsabilidade e pouco mérito; só teriam a responsabilidade de haver escutado maus conselhos, ou o mérito de haver seguido os bons. Ora, esta responsabilidade e este mérito evidentemente seriam menores do que se fossem o inteiro resultado do livre-arbítrio, isto é, de atos realizados na plenitude do exercício das faculdades do Espírito que, neste caso, age sem qualquer solicitação. Resulta do que digo que muitas vezes o homem tem pensamentos que lhes são essencialmente próprios, e que os cálculos a que se entregam, os raciocínios que fazem, as conclusões a que chegam são o resultado do exercício intelectual, ao mesmo título que o trabalho manual é o resultado do exercício corporal. Daí não se deveria concluir que o homem não seja assistido em seus pensamentos e em seus atos pelos Espíritos que os cercam; muito ao contrário: os Espíritos, sejam bons ou maus, são sempre a causa provocadora dos vossos atos e pensamentos. Mas ignorais completamente em que circunstâncias se produz essa influência, de sorte que, agindo, julgais fazê-lo em virtude do vosso próprio movimento: vosso livre arbítrio fica intacto; não há diferença entre os atos que realizais sem serdes a eles impelidos, e os que realizais sob a influência dos Espíritos, senão no grau do mérito ou da responsabilidade. Num e noutro caso, a responsabilidade e o mérito existem, mas, repito, não existem no mesmo grau(...). Tentando simplificar ainda mais, Nivard acrescenta: -“Assim, pois, quando te acontece refletir e passear tuas ideias de um a outro assunto; quando discutes mentalmente sobre os fatos que prevês ou que já se realizaram; quando tu analisas, quando raciocinas, quando julgas, não crês que sejam  Espíritos que te ditam teus pensamentos ou que te dirigem; eles lá estão, perto de ti, e te escutam; vem com prazer esse exercício intelectual, ao qual te entregas; seu prazer é duplo, quando percebem que tuas conclusões são conforme à verdade. Por vezes lhes acontece, evidentemente, que se misturem nesse exercício quer para facilitá-lo, quer para dar ao Espírito alguns elementos, ou lhe criar certas dificuldades, a fim de tornar essa ginástica intelectual mais proveitosa a quem a pratica. Mas, em geral, o homem que busca, quando entregue às suas reflexões, quase sempre age só, sob o olhar vigilante de seu Espírito Protetor, que intervém se o caso for bastante grave para tornar necessária sua influência”.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

MERECE REFLEXÃO

Meses após a instalação do chamado Estado Novo que elevou o político Getúlio Vargas a condição de Ditador até 1945, o escritor e jornalista Humberto de Campos transmitiu pela mediunidade de Chico Xavier o resultado de suas pesquisas no Mundo Espiritual  que revelam a destinação do Brasil como Coração do Mundo e Pátria do Evangelho. Hoje, até muitos espíritas ironizam o aparentemente ufanista título do importante livro. Tal reação certamente se deve a fatores como a não leitura da obra e, certamente, a suposta “mordomia” da “zona de conforto” em que a maioria gostaria de viver. Esquecem que a mensagem do Cristo, impôs por mais de três séculos tormentos e sacrifícios inimagináveis a seus seguidores; que, comunicada originalmente na conturbada Judeia foi transferida para Roma, certamente por uma questão de logística daqueles que do Mundo Espiritual conduzem a evolução coletiva dos habitantes do Planeta. Afinal, através do amplo domínio exercido à época pelo poderoso Império - apesar de decadente - teria maiores condições de ser disseminada para o mundo, embora como avaliado pelo Espírito Emmanuel em mensagem psicografada pelo médium com quem trabalhava, “a Civilização Ocidental não soube guardar as valorosas virtudes de seus antepassados, entregando-se à sinistra embriaguez do imperialismo e da ambição, fazendo jus às mais dolorosas expiações”. Mais perto do fim de sua jornada na recente existência, o Espírito que se tornou conhecido como Chico Xavier, afirmou que “o Terceiro Milênio, sem dúvida, é promissor, mas, talvez, os progressos que estamos esperando venham a acontecer daqui a 500, 700 anos. Estaremos dentro da marca do Terceiro Milênio, não é? As coisas não vão se modificar à força do calendário...Pelo andar da carruagem, ainda vamos ter que trabalhar muito, saneando o nosso mundo íntimo”. Em outra oportunidade, afirmou admitir que “a Civilização cristã do Brasil está destinada a representar um papel dos mais importantes no futuro da Humanidade. Isso, porém, depende dos brasileiros que, naturalmente, necessitam preservar o sentido religioso da Civilização que recebemos  das nossas formações evangélicas. Cremos que deveríamos respeitar todos os templos onde o nome e o ensinamento de Jesus estivessem acatados porque nossa tradição histórica está subordinada à concretização dos postulados evangélicos  que Jesus nos trouxe.  No Espiritismo estamos dentro de explicações mais amplas. Somos obrigados a reconhecer que a formação cristã do Brasil nos garante um futuro maravilhoso de bênçãos, mas dependendo do homem”... Como escreveu o historiador inglês Robert Southey através de Chico Xavier, “sob a luz do Cruzeiro, o pensamento do Cristo adquire nova feição. Libertado da velha clausura dos templos de pedra, caminha ao encontro de toda a gente, em obras de iluminação e de assistência do mais alto mérito. Em nenhum outro país do Globo a prática do Evangelho adquiriu tão intenso movimento e tal progresso. E, o censo realizado pelo IBGE em 2010, revelou dados interessantes, sobre o Espiritismo no Brasil como: 14 mil Centros Espíritas; 10 mil imóveis próprios estão espalhados pelo Brasil; 3,8 milhões de espíritas, sendo esse o terceiro maior grupo religioso do país, representando cerca de 2% da população brasileira - equivalente a um crescimento de 51,5% em dez anos. Sendo o Espiritismo a revivescência da mensagem de Jesus no atual período de transição planetária, oferece a grande número de Espíritos falidos em missões recebidas em encarnações passadas de trabalharem para a Causa de espiritualização humana, a oportunidade de se redimirem, embora imaginem merecer privilégios. O BRASIL É O CORAÇÃO DO MUNDO pelas condições de relativa tranquilidade oferecidas pelos refugiados que aqui recebem abrigo pelas vias legais. O BRASIL É A PÁTRIA DO EVANGELHO na fase atual pela quantidade de serviços oferecidos sob a inspiração da Mensagem do Mestre dos Mestres, como classificou escritor especialista na vida e obra do Sublime Peregrino. Resta aos candidatos ao título de verdadeiros Espíritas Cristãos, aplicarem a si mesmos a recomendação do Espírito da Verdade: AMAI-VOS E INSTRUÍ-VOS!.





terça-feira, 17 de junho de 2014

MUITOS VÃO SE SURPREENDER

O médium Chico Xavier comentou com amigos que “no Mundo Espiritual, muita gente vai se surpreender. Lá não seremos identificados pela importância, ou melhor, pela nossa suposta importância no mundo. Os Espíritos nem ligam para a gente: estão ocupados, cuidando da sua própria evolução” e, em outra ocasião que “gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes escancarar. Ledo engano!. Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo. O que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo. Esse negócio de ter sido “fulano de tal” interessa à consciência de quem foi e, na maioria das vezes, se complicou. Os  Espíritos são indiferentes a essa coisas, quase frios aos rótulos que supervalorizamos e ao convencionalismo – coisas que nos fazem supor o que não somos”. A história que contaremos a seguir exemplifica bem isso. Revelou-se através dele mesmo, em depoimento do próprio protagonista. Identificado apenas pelas iniciais A.C., inicia sua narrativa numa reflexão/desabafo dizendo: -“Espiritismo... Sou espírita... Fora da caridade não há salvação... Maravilhosas palavras! Contudo, quase sempre chegamos a aperceber-lhes o divino significado depois da morte, com o desapontamento de uma pessoa que perdeu o trem para uma viagem importante, guardando, inutilmente, o bilhete na mão”.  Construindo um auto retrato lembra: -“Utilizei-me de um corpo físico durante cinquenta e cinco anos, na derradeira romagem física. Era casado, residia no Rio de Janeiro, mantinha a esposa e duas filhas, desempenhando a função de operoso corretor de imóveis. E era espírita à maneira de tantos... Nunca me interessei por qualquer meditação evangélica. Não cheguei a conhecer patavina da obra de Allan Kardec. Entretanto, intitulava-me espírita... Frequentava sessões. Aplaudia conferencistas. Acompanhava as orações dos encarnados e as preleções dos desencarnados, com a cabeça pendida em reverência. Todavia, encerrados os serviços espirituais, tinha sempre afeiçoados no recinto, a quem oferecer terras e casas, a quem vender as terras.... E o tempo foi passando. Cuidava devotadamente do meu conforto doméstico. Meu rico dinheiro era muito bem empregado. Casa bem posta, mesa farta, tudo de bom e do melhor.... Às vezes, um companheiro mais persistente na fé convidava-me a atenção para o culto do Evangelho no lar. Mas eu queria lá saber disso?... A meu ver, isso daria imenso trabalho. Minha mulher dedicava-se a vida que lhe era própria. Minhas filhas deveriam crescer tão livremente como desejassem, e qualquer reunião de ordem moral, em minha casa, era indiscutivelmente um tropeço ao meu bem-estar. E o tempo foi passando... Fui detentor de uma bronquite que me recebia a melhor enfermagem. Era o dodói de meus dias. Se chamado a qualquer atividade de beneficência, era ela o meu grande escolho. No verão, estimava a sombra e a água fresca. No inverno, preferia o colchão de molas e o cobertor macio. E o tempo foi passando.. Sessões semanais bem frequentadas... Orações bem ouvidas... Negócios bem feitos... Aos cinquenta e cinco anos, porém, um edema do pulmão arrebatou-me o corpo. Francamente, a surpresa foi grande. Apavorado, compreendi que não merecia o interesse de quem quer que fosse, a não ser das entidades galhofeiras que me solicitaram a presença em atividades criminosas que não condiziam com a minha vocação. Entre o Centro Espírita e o lar, minha mente conturbada passou a viver uma experiência demasiado estranha. Em casa, outros assuntos não surgiam a meu respeito que não fossem o inventário para a indispensável partilha dos bens. E, no Centro, as entidades elevadas e amigas surgiam tão intensivamente ocupadas aos meus olhos que de todo não me era possível qualquer interferência, nem mesmo para insignificante petitório. Para ser verdadeiro, não havia cultivado a oração com sentimento e, por isso mesmo, passei a ser uma espécie de estrangeiro em mim próprio, ilhado no meu grande egoísmo”. O testemunho de A.C., incluído no livro VOZES DO GRANDE ALÉM feb,1957), prossegue expondo como o “seu lar transformou-se num refúgio e, ao mesmo tempo, num local de suplício, visto que nos desdobramentos naturais do sono da esposa, suas tentativas de contato resultara em reações descontroladas dela, e, quanto às, além de não registrarem sua presença, nem em pensamento, se encontravam profundamente engolfadas na ideia da herança”.  Termina sua dolorosa e simples experiência, com ele reafirmando “o imperativo de sermos espíritas pelo coração e pela alma, pela vida e pelo entendimento, pela teoria e pela prática, porque em verdade, como espíritas, à luz do Espiritismo Cristão, podemos e devemos fazer muito na construção do sublime Bem”.


domingo, 15 de junho de 2014

O PROBLEMA DAS MISTIFICAÇÕES

Atualmente, surpreendem textos, mensagens e mesmo livros mediúnicos com conteúdo contraditório e, até mesmo, absurdo, atribuído ao Espírito de personalidades que, enquanto reencarnados, se destacaram no meio social, pela sobriedade e mesmo sabedoria, demonstrado em opiniões emitidas. Naturalmente considerando a vulnerabilidade dos médiuns, derivada da própria invigilância, compreende-se esse efeito tão prejudicial à generalização dos princípios revolucionários do Espiritismo. A falta de comprometimento maior com a causa e menos com o personalismo e a presunção são fatores determinantes de tal quadro. Um dos efeitos diretos é, sem dúvida, a mistificação, tanto do médium quanto do Espírito comunicante. Na seção QUESTÕES E PROBLEMAS do número de agosto de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec comenta trecho de uma carta recebida de Locarno, Suíça, relatando experiência vivida pelo destinatário com sua filha, muito bom médium,  que teria sido instrumento para mistificações, o que o faz indagar “por que Deus permite que os bem intencionados sejam assim enganados pelos que os deveriam esclarecer?”. Embora a possibilidade tenha sido prevista e analisada n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, naturalmente por tratar-se de fato constatável em qualquer tempo e lugar pelos praticantes do fenômeno mediúnico, o editor aproveita para tecer mais alguns comentários sobre as mistificações. Escreveu ele:- “Derramando-se o mundo corpóreo, pela morte no Mundo Espiritual, e o Mundo Espiritual derramando-se no mundo corpóreo pela encarnação, daí resulta que a população normal do espaço que rodeia a Terra é composta de Espírito provenientes da Humanidade terrena; sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos. Eis a razão por que em torno dela pululam os maus Espíritos. Pela mesma razão, nos Mundos mais adiantados, onde o Bem reina sem partilha, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos maus Espíritos nas relações mediúnicas, é inerente à inferioridade do nosso Globo; corre-se o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num País de ladrões o de ser roubado. Não se poderia, também, perguntar por que Deus permite que pessoas honestas sejam despojadas por ladrões, vítimas da malevolência, expostas a toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra; e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e fazer esforços para dele sair o mais cedo possível. Enquanto se espera, é necessário esforçar-se por se preservar dos assaltos dos maus Espíritos, que só se consegue fechando-lhes todas as entradas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inquebrantável na proteção de Deus e dos Bons Espíritos, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode gabar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é muito; é o caminho que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não é ele o único médium que tenha sido mais ou menos enganado. Diz-nos a simples razão que os Bons Espíritos não podem fazer senão o Bem, pois, do contrário, não seriam bons e que o mal não pode vir senão de Espíritos imperfeitos. Assim, as mistificações não podem ser senão de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade e outras paixões. Tais mistificações tem o objetivo de por à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os bons Espíritos as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire às suas custas sendo a mais proveitosa, se a coragem faltar, é uma prova de fraqueza, que nos deixa à mercê dos maus Espíritos. Os Bons Espíritos velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas com a condição que nos ajudemos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta: precisa vencer para dela sair; senão, nela ficará”.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

SENTIMOS FOME ?

Admitindo-se como verdadeira a visão proposta pelo Espiritismo sobre a continuidade da vida, dizendo-a mera continuação desta que desfrutamos, falando sobre tratamentos hospitalares; sobre organizações beneméritas ou criminosas; sobre regiões de confinamento e sofrimento; como encarar, por exemplo, a questão da alimentação, das dependências químicas, a que os indivíduos se prendem no tempo de permanência no corpo chamado físico? Se sentimos fome ou necessidade da satisfação das transtornantes sensações dos vícios, como as suprimos? Allan Kardec, em manifestação ocorrida na Sociedade Espírita de Paris, ouvira depoimento emocionado do Espírito do padre Bizet, morto aos 47 anos, em virtude de incansável atuação durante epidemia de cólera agravada pela fome na região de Sétif, Bélgica, e, que, descrevendo seus primeiros momentos no despertar no Plano Espiritual, diz ter tido sob os olhos o atroz espetáculo da fome entre os Espíritos. Mortos nas torturas da fome, ainda procurando em vão satisfazer uma necessidade imaginária, lutando uns contra os outros para arrancar um pedaço de comida que se esconde nas mãos, se entre rasgando e, se assim posso dizer, se entredevorando; uma cena horrível, pavorosa, ultrapassando tudo quanto a imaginação humana pode conceber”. Indagado sobre a situação após a morte física das pessoas que não foram más e que também não se interessaram pelo conhecimento das coisas espirituais durante a vida física, Chico Xavier respondeu que “oitenta por cento das criaturas que desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem condições de ascenderem aos planos elevados. Apenas vinte por cento gravitam para os Planos mais altos. A maioria delas, portanto, fica vinculada aos familiares e amigos”. Isso nos faz lembrar cena descrita pelo Espírito André Luiz em seu livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (1945, feb), psicografado pelo médium mineiro, na qual, acompanhando o Instrutor Alexandre, visitam a casa de uma viúva, localizada em rua modesta e, que embora relativamente confortável, parecia habitada por muitas entidades de condição inferior, o que observou sem dificuldade, pelo movimento de entradas e saídas, antes mesmo da penetração deles no ambiente doméstico, o que aconteceu sem que os desencarnados infelizes identificassem a presença dos visitantes, em virtude do baixo padrão vibratório que lhes caracterizava as percepções. Relata André Luiz que a família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples, observando um fato até então inédito para ele: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivessem tomando alimentos por absorção. Aturdido, questionando o Instrutor, ouve dele que os quadros de viciação mental e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas da paz de espírito, o que é intuitivo para todos os que estimem o pensamento reto. Acrescenta que “os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantêm ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. A propósito da satisfação das entidades ali congregadas, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes, ouviu de Alexandre a contra pergunta: - Tanta admiração somente por vê-los tomando alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que o próprio homem encarnado recebe mais de setenta por cento da alimentação comum através dos princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda desintegração. Ora, nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando em uso no envoltório carnal. Opinando considerar desagradável tomar refeições na companhia de desconhecidos, mormente da espécie ali observada, o Benfeitor esclareceu “não se tratar de gente anônima, mas sim familiares diversos, que os próprios encarnados retêm com suas pesadas vibrações de apego doentio. Admitindo-se a hipótese que a mesa doméstica estivesse rodeada de entidades indignas, estranhas aos laços consanguíneos, resta a certeza de que obedecem às tendências que lhes são características e à circunstância de que cada Espírito tem as companhias que prefere”. Pondera que “a mesa familiar é sempre um receptáculo de influencias de natureza invisível. Valendo-se dela, medite o homem no Bem, e os trabalhadores espirituais, nas vizinhanças do pensador, virão partilhar-lhe o serviço no campo abençoado dos bons pensamentos (...). Entretanto, pelos mesmos dispositivos da Lei da Afinidade, a maledicência atrairá os caluniadores invisíveis e a ironia buscará, sem dúvida, as entidades galhofeiras e sarcásticas, que inspirarão o anedotário menos digno, deixando margem vastíssima à leviandade e à perturbação (...). É o vampirismo recíproco”.



quarta-feira, 11 de junho de 2014

COLHEITA OBRIGATÓRIA



Explica Allan Kardec que “um indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem juntos para constituir uma família nova noutra posição social, a fim de apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos. Por considerações de ordem mais geral, a criatura renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar. A reencarnação no mesmo meio é a causa determinante do caráter distintivo dos povos e das raças. Embora melhorando-se, os indivíduos conservam o matiz primário, até que o progresso os haja completamente transformado”. Acrescenta que “os Espíritos se esclarecem pela experiência; o infortúnio é o estimulante que os impele a procurar um remédio para o mal; na erraticidade (passagem pelo Mundo Espiritual), refletem, tomam novas resoluções e, quando voltam, fazem coisa melhor. É assim que, de geração em geração, o progresso se efetua”. Acrescendo-se a isso a total ignorância sobre o assunto dominante na Humanidade terrena, o baixíssimo nível de aproveitamento espiritual de uma existência em que apenas um terço do tempo disponível numa encarnação é objetivamente aproveitado já que um terço é dispendido no refazimento diário através do sono físico das energias gastas no estado de vigília,  e, outro terço representa o desenvolvimento à vida adulta, deduz-se ser lento o trabalho de harmonização entre os Espíritos interligados por transgressões à LEI DE CAUSA E EFEITO. Exemplo interessante, encontramos no excelente livro A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO, uma das poucas escritas pelo psiquiatra Inácio Ferreira enquanto encarnado. Como se sabe, ele foi um dos precursores da terapia desobsessiva, introduzida nos tratamentos ministrados no Sanatório Espírita de Uberaba do qual foi diretor clínico por várias décadas desde sua fundação por iniciativa da extraordinária médium Maria Modesto Cravo. Vamos ao caso, cujo conhecimento chegou ao Dr Inácio através de uma carta da família. EFEITO - Médico, diretor clínico de hospital especializado em recuperação de viciados, casado, pai de três filhos, dois homens e uma mulher. No primeiro ano de vida conjugal, experimentou um relacionamento marcado por brigas, discussões, crises, insatisfação, em face do ciúme doentio e desconfiança da esposa, o que foi atenuado pelo nascimento do primeiro filho. Logo, nasce o segundo. Mais tarde, numa fase em que esboçava a dissolução do lar, mantendo-se desanimado e abatido psiquicamente, o que o impedia de desempenhar com eficiência seu trabalho, nasce a filha, que representaria o escudo amortecendo os choques resultantes da perseguição da esposa, as brigas e desentendimentos entre os irmãos, além do comportamento do mais velho que, mimado pela mãe, começava, às escondidas uma vida de desregramentos e orgias. CAUSA - Suas desventuras atuais originaram-se duas existências antes, quando levando uma vida nômade, em meio às suas viagens, conhece numa vila de pescadores na Noruega, uma órfã com a qual passa a conviver por dois anos, até abandoná-la no Porto de Marselha, já em estado de gestação. Na encarnação seguinte, nos Estados Unidos, em meio a muitas dificuldades, forma-se médico, casando-se com a mesma que lhe fora esposa na vida anterior, tendo iniciadas as torturas após o consórcio, com a cisma exacerbada da mulher abandonada no passado, até que ela foge com outro, levando a filha resultante de sua união com ele. Combalido, sentindo-se o maior dos sofredores, envolveu-se no tráfico de entorpecentes, integrando-se de  corpo e alma no comércio de tóxicos. Rebelando-se um dia por questões comerciais, foi apunhalado por um dos comparsas, morrendo em consequência dos ferimentos. Desencarnado, sentiu o peso da sua culpa e o horror de suas contraditórias atividades – como médico, restituindo a saúde, e, como traficante, espalhando desventuras, misérias, esfacelando vidas e lares, mantendo-se firme no propósito de numa nova reencarnação ressarcir o mal que havia espalhado, disposto a, novamente como médico, amparar os infelizes que se entregam as dependências químicas. Reconduzido à nova vida, após brilhante curso, já integrado na nova missão, casa-se com a mesma companheira que numa existência , havia abandonado e, noutra, fora por ela abandonado. Assim sendo, a esposa de hoje é a mesma de ontem; o primeiro filho, aquele pelo qual a esposa o abandonara na vida pregressa; o segundo, o que o prostrara a punhaladas e a filha, aquela que desprezara ao abandonar a mãe em Marselha e que havia, na vida seguinte, trabalhado como enfermeira- auxiliar no hospital no qual clinicara nos Estados Unidos e que o assistiu no momento da morte.



segunda-feira, 9 de junho de 2014

PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL - ENTENDA COMO ACONTECE

Insistem vários textos elaborados por estudiosos da questão da obsessão quanto à gravidade do problema nos dias atuais, apontando-a como fator determinante de muitas das violências, suicídios, depressões que engrossam estatísticas atormentadoras da sociedade humana. Ignorado pelo maioria das pessoas que se mantem demasiadamente focadas nas atividades dessa Dimensão em que momentânea e presentemente vivemos, o fato é que a origem de muitos desses eventos está na influência exercida pelos Espíritos desencarnados, conforme revelação resultante da resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. No número de dezembro de 1862, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz interessante estudo por ele desenvolvido, de onde destacamos alguns tópicos que didaticamente facilitam a compreensão do problema: 1- O primeiro ponto que importa bem se compenetrar é da natureza dos Espíritos, do ponto de vista moral. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, e não sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se que o Espírito de um perverso de súbito se transforme (...). Mostram-nos as relações com o Mundo Invisível, ao lado de Espíritos sublimes de sabedoria e conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da Humanidade. Após a morte, a alma de um homem de Bem será um bom Espírito; do mesmo modo, encarnando-se um bom Espírito será um homem de Bem. Pela mesma razão, ao morrer, um homem perverso dará um Espírito perverso ao Mundo Invisível. E, assim, enquanto o Espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de melhorar. 2-  Sendo a Terra um mundo inferior, isto é, pouco adiantado, resulta que a imensa maioria dos Espíritos que a povoam, tanto no estado errante, quanto, encarnados, deve compor-se de Espíritos imperfeitos, que fazem mais mal que bem. Daí a predominância do mal na Terra. 3- É, pois, necessário imaginar-se o Mundo Invisível como formando uma população inumerável, compacta, por assim dizer, envolvendo a Terra e se agitando no espaço. É uma espécie de atmosfera moral, da qual os Espíritos encarnados ocupam a parte inferior, onde se agitam como num vaso. Ora, assim como o ar das partes baixas é pesado e malsão, esse ar moral é também malsão, por que corrompido pelas emanações dos Espíritos impuros. Para resistir a isso são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor. 4- Sabemos que os Espíritos são revestidos de um envoltório vaporoso, que lhes forma um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de períspirito, e cujos elementos são tirados do Fluido Universal ou cósmico, princípio de todas as coisas (...). Esse períspirito não é confinado no corpo como numa caixa. Por sua natureza fluídica, ele irradia exteriormente e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera, como vapor que dele se desprende (...). O períspirito é impregnado das qualidades, ou seja, do pensamento do Espírito e irradia tais qualidades em torno do corpo. 5- O fluido perispiritual é, pois, acionado pelo Espírito. Se por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram. Daí a ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade, mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificante (..). Aquilo que pode fazer um Espírito encarnado, dardejando seu próprio fluido sobre uma pessoa, pode, igualmente, fazê-lo um desencarnado.   6- Credes que os maus Espíritos, que pululam no meio humano, esperam ser chamados, a fim de exercerem sua influência perniciosa? Desde que os Espíritos existiram em todos os tempos, em todos os tempos representaram o mesmo papel, pois isto está na natureza. E a prova é o grande número de pessoas obsedadas, ou possessas, se quiserdes, antes que se cogitasse de Espiritismo e de médiuns. A ação dos Espíritos, bons ou maus, é, pois, espontânea. A dos maus produz uma porção de perturbações na economia moral e mesmo física e que, por ignorância da verdadeira causa, são atribuídas a coisas erradas. Os maus Espíritos são inimigos invisíveis, tanto mais perigosos quanto não se suspeitava de sua ação. Pondo-os a descoberto, o Espiritismo vem revelar uma nova causa de certos males da Humanidade. 7- O Espiritismo não atraiu os maus Espíritos: descobriu-os e forneceu os meios de lhes paralisar a ação e, consequentemente, os afastar. Ele não trouxe o mal, pois este sempre existiu. Ao contrário, trouxe o remédio ao mal, mostrando-lhe as causas. Uma vez reconhecida a ação do Mundo Invisível, ter-se-á a chave de uma porção de fenômenos incompreendidos e a ciência, enriquecida com esta nova Lei, verá novos horizontes abertos à sua frente.

sábado, 7 de junho de 2014

O OUTRO LADO DA QUESTÃO

Afirma a Ciência que três segundos é o tempo que uma informação leva para ser arquivada em nossa memória e que esta é quem orienta nossas ações. A propósito da memória Allan Kardec escreveu que no início de sua caminhada evolutiva, “limitado em suas ideias e aspirações, tendo circunscrito seus horizontes, o homem precisa gravar todas as coisas e identifica-las, a fim de guardar delas apreciável lembrança e basear seus estudos nos dados que haja reunido. Pelo sentido da visão foi que lhe vieram as primeiras noções do conhecimento. Foi a imagem de um objeto que lhe ensinou a existência desse objeto. Quando conheceu muitos objetos, tirou deduções das impressões diferentes que eles lhe produziam no íntimo do Ser, fixou na inteligência a quintessência deles por meio do fenômeno da memória. Ora, que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se foram? Esse álbum tem marcas nos pontos capitais. De alguns fatos o individuo imediatamente se recorda; para recordar-se de outros, é-lhe necessário folhear por longo tempo o álbum. A memória é como um livro!. Aquele em que lemos algumas passagens facilmente nô-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou raramente perlustradas tem que ser folheadas uma a uma, para que consigamos reconstituir um fato sobre o qual pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura”. Essa dinâmica está amplia-se quando considerada a realidade da influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, como revela a questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, pois, segundo pondera Allan Kardec, “em geral, os encarnados que nos cercam nada veem; o álbum se acha em lugar inacessível ao olhar deles; mas os Espíritos o veem e folheiam conosco. Em dadas  circunstâncias, podem mesmo, deliberadamente, ajudar a nossa pesquisa, ou perturbá-la. O que se produz de um encarnado para um desencarnado também se verifica do desencarnado para o vidente. Quando se evoca a lembrança de certos fatos da existência de um Espírito, apresentasse-lhe a fotografia desses fatos; e o vidente, cuja situação espiritual é análoga à do Espírito livre, vê como ele e, até, em determinadas circunstâncias, vê o que o Espírito não vê por si mesmo, tal como um desencarnado pode folhear a memória de um encarnado, sem que este tenha disso consciência e lembrar-lhe fatos de há muito esquecidos. Quanto aos pensamentos abstratos, por isso mesmo que existem, tomam corpo para impressionar o cérebro; tem de agir naturalmente sobre este e, de certo modo, gravar-se nele. Ainda neste caso, como no primeiro, parece perfeita a semelhança entre os fatos da Terra e do espaço”. Entendido este ponto, Kardec acrescenta: “Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre aqueles outros como o som atua sobre o ar; eles nos trazem o pensamento como o ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer, com verdade, que há ondas nos fluidos e radiações de pensamento, que se cruzam sem se confundirem, como há, no ar, ondas e radiações sonoras. Ainda mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho, ou, então, como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar, tomando aí um corpo e, de certo modo, fotografando-se (...). É assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no invólucro fluídico. É assim que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos corporais. Estes veem as impressões interiores que se refletem nos traços fisionômicos: a cólera, a alegria, a tristeza; a alma, porém, vê nos traços da alma os pensamentos que não se exteriorizam”. Salienta Kardec que “embora vendo a intenção e pressentindo a execução do ato consequente, não pode determinar o momento em que será executado; seus pormenores; nem afirmar que pode se realizar; por estar sujeito a: 1- circunstâncias posteriores; 2- ao livre arbítrio da pessoa e, 3- acima de tudo, a uma Vontade Superior que pode, em sua sabedoria, permitir-lhe a revelação ou impedi-la; caso em que um véu impenetrável é lançado sobre a mais perspicaz percepção psíquica”.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O ESPIRITISMO EXPLICA

Muitas pessoas já passaram pela experiência: alguém nunca antes visto, se aproxima e começa a falar sobre você, a respeito de fatos passados, presentes ou futuros, somente de seu conhecimento, amenizando a angústia que sentia a respeito de problema que vivias, ou prevenindo-o sobre a ocorrência de acontecimento não cogitado. Foi, sem dúvida, uma experiência marcante. Algumas vezes, isso aconteceu através de pessoa que você sabia ser médium. O fenômeno evasivamente justificado como ‘dom’, é explicado pelo Espiritismo, em artigo de Allan Kardec. Diz ele: -“O fluido cósmico (a matéria básica de tudo que chamamos Criação), conquanto emane de uma fonte universal, se individualiza, por assim dizer, em cada Ser e adquire propriedades características, que permitem distingui-lo de todos os outros. Nem mesmo a morte apaga esses caracteres de individualização, que persistem por longos anos após a cessação da vida, coisa de que já pudemos convencer-nos. Cada um de nós tem, pois, o seu fluido próprio, que nos envolve e acompanha em todos os movimentos, como a atmosfera acompanha cada planeta. É muito variável a extensão da irradiação dessas atmosferas individuais. Achando-se o Espírito em estado de absoluto repouso, pode essa irradiação ficar circunscrita nos limites de alguns passos; mas, atuando a vontade, pode alcançar distâncias infinitas. A vontade como que dilata o fluido, do mesmo modo que o calor dilata os gases. As diferentes atmosferas individuais se entrecruzam e misturam, sem jamais se confundirem, exatamente como as ondas sonoras que se conservam distintas, a despeito da imensidade de sons que simultaneamente abalam o ar. Pode-se, por conseguinte, dizer que cada indivíduo é centro de uma onda fluídica, cuja extensão se acha em elação com a força da vontade, do mesmo modo que cada ponto vibrante é centro de uma onda sonora, cuja extensão está na razão propulsora do fluido, como o choque é a causa de vibração do ar e propulsor das ondas sonoras. Das qualidades peculiares a cada fluido resulta uma espécie de harmonia ou não entre eles, uma tendência a se unirem ou repelirem, uma atração ou repulsão, numa palavra: as simpatias ou antipatias que se experimentam, muitas vezes sem manifestas causas determinantes. Se nos colocamos na esfera de atividade de um indivíduo, sua presença não rao se nos revela pela impressão agradável ou desagradável eu nos produz seu fluido. Se estamos entre pessoas de cujos sentimentos não partilhamos, cujos fluidos não se harmonizam com os nossos, penosa reação entra a oprimir-nos e sentimo-nos como nota dissonante num concerto. Se, ao contrário, muitos indivíduos se acham reunidos em comunhão de vistas e de intenções, os sentimentos de cada um se exaltam na proporção mesma da massa das forças atuantes. Quem não conhece a força de arrastamento que domina as aglomerações onde há homogeneidade de pensamentos e vontades? Ninguém pode imaginar a quantas influências estamos assim submetidos, à nossa revelia. Não podem essas influências ser a causa determinante de certas ideias, dessas ideias que em dado momento se nos tornam comuns e a outras pessoas, desses pressentimentos que nos levam a dizer: paira alguma coisa no ar, pressagiando tal ou tal acontecimento? Enfim, certas sensações indefiníveis de bem ou mal estar moral, de alegria ou tristeza, não serão efeitos da reação do meio fluídico em que nos encontramos, dos eflúvios simpáticos ou antipáticos que recebemos e que nos envolvem como as emanações de um corpo odorífico?”. O raciocínio de Kardec evolui, com ele afirmando que “em nos movimentando, cada um de nós leva consigo nossa atmosfera fluídica, como o caracol leva sua concha, fluido que deixa vestígios de nossa passagem; um com sulco luminoso, inacessível aos nossos sentidos, no estado de vigília, mas que serve para que os sonâmbulos, os videntes e os Espíritos desencarnados reconstituam os fatos ocorridos e examinem os moveis que os ocasionaram”. Acrescenta que “toda ação física ou moral, patente ou oculta, de um Ser sobre si mesmo, ou sobre outro, pressupõe, de um lado, uma força atuante e, de outro, uma sensibilidade passiva. Em todas as coisas, duas forças iguais se neutralizam e a fraqueza cede à força. Ora, não sendo todos os homens dotados da mesma energia fluídica, ou, por outra, não tendo o fluido perispirítico em todos, a mesma potência ativa, explicado fica por que, nuns, essa potência é quase irresistível, ao passo que, noutros, é nula; porque algumas pessoas são mais acessíveis à sua ação, enquanto que outras lhe são refratárias”.

terça-feira, 3 de junho de 2014

KARDEC E OS CENTROS GRANDES

Indiscutivelmente, o Centro Espírita cumpre importante papel na divulgação do Espiritismo. Por ser ele uma proposta de interpretações livres, apesar da aparente institucionalização do movimento em torno das ideias em federações – ou similares - estaduais ou na nacional a que, hipoteticamente, as demais estariam subordinadas, essa dinâmica não funciona dessa forma. O impulso derivado das duas aparições de Chico Xavier em programas de televisão no ano de 1971, marcos de audiência nas pesquisas da época, resultou no surgimento de inúmeros Centros Espíritas, em cidades e regiões em que as atividades práticas inspiradas na Doutrina Espírita, aconteciam em garagens ou salas de visita da residência de seguidores. Consequentemente, algumas dessas instituições foram ampliando atividades e absorvendo trabalhadores transformando as Casas em polos de assistência espiritual e material através de departamentos ou setores de assistência social. Grupos grandes, contudo, dão origem a outros problemas associados à imperfeições humanas como a vaidade, o egoísmo, observados nos “donos” de áreas onde se desdobram atividades importantes no atendimento das necessidades humanas. Deserções, intrigas, disputas internas, não são incomuns em situações como estas. Curiosamente na edição de outubro de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec registrou sua opinião sobre tal situação. Atendia a consulta de espíritas da cidade de Lyon, durante discurso em banquete organizado um ano antes, em 19 de setembro de 1860, para homenageá-lo. Esquivando-se dos elogios a ele dirigidos, creditando o valor que viam nele ao próprio Espiritismo, entre as considerações importantes emitidas, diz haver “três categorias de adeptos do movimento nascente: os que se limitam a acreditar na realidade das manifestações e que antes, de mais nada, buscam os fenômenos. Para estes o Espiritismo é simplesmente uma série de fatos mais ou menos importantes. O segundo dos que veem mais que os fatos. Compreendem seu alcance filosófico; admiram a moral dele decorrente, mas não a praticam. Para eles, a caridade cristã é uma bela máxima, eis tudo. Os terceiros, enfim, não se contentam em admirar a moral: praticam-na e aceitam todas as suas consequências. Bem convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, buscam tirar proveito desses curtos instantes para marchar na via do progresso que lhes traçam os Espíritos, esforçam-se por fazer o Bem e reprimir suas inclinações más. Suas relações são sempre seguras, porque suas convicções os afastam de todo pensamento do mal. Em tudo, a caridade lhe é regra de conduta. Estes são os verdadeiros Espíritas, ou melhor, os Espíritas cristãos”. Prevenindo que seu parecer não passava de opinião pessoal, passível da ponderação de cada um, a propósito da intenção dos anfitriões de formar uma grande sociedade, acrescentou: -“Sabe-se que as melhores comunicações são obtidas em reuniões pouco numerosas, nas quais reina a harmonia e uma comunhão de sentimentos. Ora, quanto maior for o número, tanto mais difícil será a obtenção dessa homogeneidade (...). Ao contrário, os pequenos grupos serão sempre mais homogêneos. Todos se conhecem melhor, estão mais em família, e podem ser melhor admitidos aqueles de desejamos. E como em definitivo, todos tendem para um mesmo fim, podem entender-se perfeitamente e entender-se-ão tanto melhor quanto não haja aquela discordância incessante, que é incompatível com o recolhimento e a concentração de espírito. Os maus Espíritos, que buscam incessantemente semear a discórdia, irritando suscetibilidades, terão sempre menos domínio num pequeno grupo do que num meio numeroso e heterogêneo. Numa palavra, a unidade de vistas e de sentimento será aí mais fácil de se estabelecer”. Pondera que “a multiplicidade de grupos tem outra vantagem: a de obter uma variedade muito maior de comunicações, pela diversidade de aptidões dos médiuns. Que essas reuniões parciais comuniquem reciprocamente o que elas obtem, cada uma por seu lado, e todas aproveitarão assim os seus mútuos trabalhos (...). Do ponto de vista da propaganda – é ainda um fato certo – não é nas grandes reuniões que os neófitos podem colher elementos de convicção, mas bem na intimidade. Há, pois, um duplo motivo para preferir os pequenos grupos, que se podem multiplicar ao infinito. Ora, vinte grupos de dez pessoas, por exemplo, inquestionavelmente obterão mais e farão mais prosélitos que uma reunião única de duzentas pessoas. Falei, a pouco, das divergências que podem surgir, e disse que estas não devem criar obstáculos ao perfeito entendimento entre os Centros. Com efeito, essas divergências só podem dar-se nos detalhes e não sobre o fundo. O objetivo é o mesmo: o melhoramento moral; o meio é o mesmo: o ensinamento dado pelos Espírito

domingo, 1 de junho de 2014

O QUE VEM DEPOIS

Pronunciando-se sobre os maiores percalços para a expansão da Doutrina Espírita em entrevista efetuada pelo Espírito André Luiz, o também Espírito Gabriel Delanne, - o menino precoce filho de médiuns da Sociedade Espírita de Paris que se tornou importante pesquisador e divulgador do Espiritismo -, avalia que “os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das esferas inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror”. O final do século 20 e início do 21, confirmam isso. A quantidade de títulos disponíveis somente nos catálogos de livros espíritas é espantosa. Os da área espiritualista, nem se fale. As produções de livros e filmes tendo como personagens zumbis, vampiros, figuras grotescas procedentes de outros universos, polarizam a atenção de milhares de pessoas, sobretudo jovens, certamente, restabelecendo conexões com regiões astrais, durante o sono físico,ou outrora frequentadas na condição de desencarnados. Embora a culpa parcial pela não resistência ante estes“chamamentos”, a responsabilidade maior recairá sobre os que canalizam tais imagens para nossa Dimensão. O retorno destes para o ponto de partida antes da reencarnação atual, será,  contudo, inevitável. Apossando-se, proporcionalmente, de sua bagagem milenar, na medida em que amadurece espiritualmente, o encontro do indivíduo com a própria consciência será fatal. Um relato do Espírito Augusto Cesar Neto ilustra uma das múltiplas possibilidades. Augusto não conheceu o Espiritismo em sua última reencarnação, interrompida em 1968, aos 28 anos, após uma parada cardíaca ao dar um mergulho em praia do litoral paulista. Confirmaria sua sobrevivência, cinco anos depois, através da mediunidade de Chico Xavier, escrevendo ao longo dos anos seguintes, centenas de cartas à mãe, algumas transformadas em livro, outras, distribuídas em várias obras compilando mensagens psicografadas pelo médium mineiro a partir de JOVENS NO ALÉM (geem,1974), que foi a primeira. Num deles, FOTOS DA VIDA ( geem,1988), conta que levado a conhecer um sanatório destinado a abrigar portadores de complexos de culpa no Mundo Espiritual, pelo Benfeitor Batuíra, acompanhando o diálogo deste com o dirigente da instituição, de quando em quando, ouvia exclamações do grande pátio de  confraternização dos doentes ali abrigados, do tipo: -‘por que não fiz’; ‘não suporto este inferno!’; ‘como adquiri tanta dor de consciência?’; ‘porque sou maldito, qual me vejo’. Autorizado a formular perguntas ao anfitrião, indagou: -“Os alienados mentais, cujo tratamento o senhor superintende, procedem de lugares ou situações determinadas? Se enfermaram o cérebro com estados de culpa, teriam sido grandes criminosos do gênero humano? Neste milênio, em vias de terminar, chefes insensíveis, religiosos sem amor, políticos que fomentaram a guerra, inteligências que se transviaram para seduzir as próprias vítimas e massacrá-las”?  Mostrando paternal sorriso, o dirigente explicou: -“Meu filho, sua indagação é oportuna. Devo, no entanto, esclarecer que nosso sanatório, um dos muitos que funcionam com os mesmos objetivos, nestas regiões, acolhe especialmente aqueles companheiros que conheciam as lições de Jesus, que as ouviram com aparente piedade, que não guardavam qualquer dúvida quanto a legitimidade dos ensinamentos do Divino Mestre e que até mesmo sustentavam ardentes discussões com os outros, de modo a defender-lhe o prestígio; eram faladores exímios mas não moveram sequer uma palha para auxiliara ninguém. Acreditavam e aceitavam Jesus, no entanto viviam exclusivamente para si, confinados ao círculo doméstico, sem despenderem uma hora para aliviarem um doente e nunca sacaram do bolso um só vintém em auxílio a boas obras. Viveram no mundo como entendiam, sem a mínima disposição para servir e chegam à Vida Espiritual em que nos achamos, desorientados com o espírito de posse a lhes atanazar a cabeça e com a força da culpa a lhes pressionar os pensamentos. A PRINCÍPIO, CHORAM ARREPENDIDOS, recordando o tempo que perderam, do qual nunca retiram a mais ligeira parcela, a fim de prestarem apoio a quem quer que seja. CRIAM, EM SEGUIDA, UMA ESPÉCIE DE DOENÇA MENTAL DE ETIOLOGIA OBSCURA e estamos investigando caso a caso, para descobrir a terapia mais adequada ao respectivo tratamento. Abraçavam as ideias e exemplos de Jesus, entretanto, andavam no mundo qual se o desconhecessem. Depois de reconquistarem o equilíbrio espiritual, passaremos a analisar-lhes a personalidade com as respectivas conexões sobre as pessoas, terras e haveres que deixaram na Terra”.