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sábado, 30 de abril de 2022

UMA DAS ESTAPAS DO MORRER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Toda a minha vida se desenrolou diante de minha lembrança”, revelou J Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, ao contar os instantes que marcaram sua passagem pela chamada morte após um ano de cruéis sofrimentos. Já o senhor M. Jobard, morto de um ataque da apoplexia fulminante, aos 69 anos, relata que: -“Senti um abalo estranho e lembrei-me, de repente, o meu nascimento, a minha juventude, a minha idade madura, toda a minha vida se retratou nitidamente em minha lembrança’. Os depoimentos obtidos através da mediunidade, incluem-se entre os mais de sessenta que compõem a segunda parte do excelente O CÉU E O INFERNO organizado em 1865 por Allan Kardec enfocando a questão da morte e o morrer conforme Justiça Divina Segundo o Espiritismo. Meio século depois, em 1931, o advogado e pesquisador italiano Ernesto Bozzano, ignorando o fato recolhe de várias publicações da língua inglesa vários casos expostos na sua obra A MORTE E OS SEUS MISTÉRIOS, casos confirmando o tema. Bozzano pelo que se observa se apoiava em suas monografias e teses na Metapsíquica de Charles Richet, omitindo ou ignorando o trabalho do pesquisador francês e seus livros sobreviveram ao tempo no Brasil, graças ao trabalho de seguidores da Doutrina Espírita que os traduziram para português. Na obra citada, dedica uma parte à visão panorâmica ou memória sintética na iminência da morte, dividindo os exemplos em três categorias: acontecidos em perigo de vida; em pessoas sãs sem o perigo da morte e casos de espíritos comunicantes destacando sobre estes que não apresentavam valor científico dada a impossibilidade de verificar, diretamente, as afirmações das personalidades mediúnicas. No início dos anos 70 do século XX, os médicos Raymond Junior e Elizabeth Kubler Ross, em obras tratando do tema morte, a partir de depoimentos de várias pessoas que vivenciaram as chamadas EQMs – Experiências de Quase Morte ampliam o número de confirmações sobre essa etapa peculiar ao processo de desligamento entre as estruturas corpo físico-corpo espiritual. No mesmo período no Brasil, através do médium Chico Xavier, em reuniões públicas se construía o acervo das chamadas cartas de Espíritos recentemente desencarnados confirmando aos entes queridos sua sobrevivência à chamada morte, detalhando as ocorrências que marcaram a inesperada mudança. Desse manancial destacamos dois exemplos: Ivan Sergio Athaide Vicente; 20 anos; acidente de avião entre Londrina-PR e Pirassununga-SP; na carta escrita aos pais -“Tive a ideia de rever toda a minha existência, como num sonho que estivemos vivendo acordado, até que as minhas lembranças se condensaram na rememoração do acidente que me transtornava a cabeça”. No segundo, Luiz Antonio Biazzio; 29 anos; vitimado por um Acidente vascular enquanto dormia, revelou: -“Rememorei meus estudos de Medicina, revisei os meus doentes e os meus apuros na psiquiatria para definir-lhe as emoções e, em seguida, querida mãezinha, as recordações da infância e do lar desfilaram diante da minha visão íntima. de tudo me lembrei”. A passagem por essa etapa conforme Bozzano, já era ensinada pelas escolas ocultistas presentes em várias Civilizações. Tentando entender o tema, o respeitado estudioso Hermínio Côrreia de Miranda, no seu livro AS DUAS FACES DA VIDA (lachatre), afirma que na iminência da morte física, a mente dispara um dispositivo de transcrição dos arquivos biológicos para os perispirituais, do que resulta aquele belo e curioso espetáculo de ‘replay’ da vida, para o qual estamos propondo o nome de recapitulação. Uma vez transcrita a gravação nos “tapes” perispirituais, o corpo físico é liberado para a desintegração celular inevitável”. Como se vê, trata-se de situação natural a ser defrontada por todos nós que mais dia menos dia, nos veremos diante do fenômeno tão temido.


Quando dois irmãos não se dão, vivem discutindo um com o outro, parece que um tem raiva do outro, isso quer dizer que eles foram inimigos numa outra encarnação?


É possível. Mas não podemos afirmar com certeza. A incompatibilidade pode ter surgido antes, numa vida passada, mas ela pode ter começado agora, por uma questão de pura incompatibilidade ou de situações conflitivas ocorridas dentro da família. Saber do passado pode nos ajudar a reconhecer as causas; entretanto, o mais importante é como resolver o problema. Evidentemente, se um desses irmãos ou os dois chegarem ao conhecimento espírita, isso pode ajudá-los a aprender a arte da boa convivência.


Embora Jesus tenha recomendado o amor aos inimigos, nenhum de nós está obrigado a amar aquele com quem nos antipatizamos. No entanto, o respeito é um dever – um dever social e um dever moral. O amor está muito além do dever, porque o amor deve nascer espontâneo de nosso coração e, portanto, não pode ser imposto. Mas temos por obrigação o respeito àqueles que não pensam como nós ou que têm interesses contrários aos nossos, principalmente se compartilharmos do mesmo grupo familiar.


Assim, para o bem-estar da família, pensando também nos outros, o primeiro dever dos irmãos é de respeito de um para com o outro. Geralmente, as pessoas não estão atentas para isso. Elas perdem muito tempo em contendas ou discussões inúteis, apenas e tão somente por egoísmo ou orgulho, pois ainda não aprenderam a usar o bom senso. Quem age com a razão, mais do que com a emoção, não perde tempo com inutilidades que a nada levam; procura ser mais objetivo em situações de conflito de idéias ou interesses e, ainda que contrariado, sabe tolerar e fazer uma boa política com todos.


Todavia, o ideal é o amor. Mas, para se aprender a amar, primeiro é preciso exercitar o respeito. A Doutrina Espírita, revivendo esse ideal de Jesus, procura sensibilizar as pessoas com um chamamento racional, mostrando o quanto é vantajoso saber conviver, até porque é do desenvolvimento dessa arte que o Espírito caminha mais depressa no seu aperfeiçoamento, no seu bem-estar íntimo, aprendendo a respeitar-se e a valorizar-se – e sendo mais feliz por isso.







sexta-feira, 29 de abril de 2022

ESPIRITISMO, HOMEOPATIA E INTERESSANTES REVELACÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Tão desdenhado pela comunidade científica do século 19 quanto o magnetismo e o Espiritismo, a Homeopatia encontrou entre os adeptos da proposta espírita, campo fértil para sua expansão – embora paulatina -, no século 20, agora, no 21. Na edição de agosto de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, no artigo de abertura daquele número, entre outras considerações Kardec afirma: -“Provando o poder de ação da matéria espiritualizada, a Homeopatia se liga ao papel importante que representa o períspirito em certas afecções; ataca o mal em sua própria fonte, que está fora do organismo, cuja alteração é apenas consecutiva. Tal a razão pela qual a Homeopatia triunfa numa porção de casos em que falha a Medicina ordinária: mais que esta, ela leva em conta o elemento espiritual, tão preponderante na economia, o que explica a facilidade com que os médicos homeopatas aceitam o Espiritismo e porque a maioria dos médicos espíritas pertencem à escola de Hahnemann”. Em março de 1867, analisando e discordando da possibilidade dos medicamentos Homeopáticos modificarem disposições morais, escreve: -“Os medicamentos homeopáticos, por sua natureza etérea, tem uma ação de certa forma molecular; sem contradita podem, mais que outros, agir sobre certas partes elementares e fluídicas dos órgãos e lhes modificar a constituição íntima (...). Não se pode agir sobre o Ser espiritual senão por meios espirituais (...). Nos embalaríamos em ilusões se esperássemos de uma medicação qualquer um resultado definitivo e durável”. No mesmo ano, em junho, retornaria ao tema, contestando comentário do médico Charles Grégory, dizendo: -“Os medicamentos homeopáticos podem ter uma ação sobre o moral, agindo sobre os órgãos de sua manifestação, o que pode ter sua utilidade em certos casos, mas não sobre o Espírito; que as qualidades boas ou más e as aptidões são inerentes ao grau de adiantamento ou de inferioridade do Espírito, e que não é com um medicamento qualquer que se pode fazê-lo avançar mais depressa, nem lhe dar as qualidades que não pode adquirir senão sucessivamente e pelo trabalho”. Mais de um século depois, o Espírito Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça, desencarnado em 22 de novembro de 1980, na cidade de Niterói (RJ) revelaria aspectos interessantes envolvendo a Homeopatia. Carlos, um dos três filhos de um Engenheiro e de uma Médica, foi vitima de um ataque cardíaco durante a madrugada, enquanto dormia. Onze meses depois, confirmaria sua sobrevivência em emocionante carta psicografada por Chico Xavier, em Uberaba (MG). A partir daí, serviu-se do médium mineiro ao longo de toda a década de 80, fornecendo detalhes extremamente curiosos sobre suas atividades no Plano Espiritual. Uma delas motivou sua mãe a se especializar em Homeopatia para atender os necessitados assistidos pelo Grupo Espírita Regeneração ao qual ela e o marido serviam como voluntários desde antes da inesperada morte do filho. Uma delas relacionada à AIDS – Sindrome de Imunodeficiência Adquirida, contida na mensagem de 22 de junho de 1989, informa ter se filiado com o avô materno João Antonio, a uma escola de combate ao vírus psicogênico, estando na esperança de que muito em breve haverá recursos para a preparação da vacina adequada. A certa altura, poderá: -“Não sei se esse agente negativo foi produto do desequilíbrio dos pensamentos”. Noutra, recebida em 30 de novembro de 1989, relata: -“Quando possível, vou ao encontro da Mãezinha Edda, tomar informes sobre os que pedem auxílio na casa da “Regeneração”. Estas primeiras notas do dia seguem comigo para a sede de nossas atividades, que se acham sob a orientação e revisão de assessores do Dr Dias da Cruz, que se encarregam de visitar a moradia e ver as condições do enfermo que precisa ser medicado. Os membros da família são examinados e o ambiente doméstico é rigorosamente observado pelo colega que foi então designado para anotar os elementos de que o doente faz “inalação”. Se há entidades em processo obsessivo no lar visitado, esses Espíritos necessitados de luz espiritual são vistoriados e com esses ingredientes informativos, faz-se a ficha do irmão ou da irmã enferma, a fim de que qualquer irregularidade seja sanada.





Onde aparece na Bíblia que Jesus ensinou reencarnação? (Anônimo)


Se você ler com bastante atenção os Evangelhos, vai perceber uma coisa importante: Jesus, nos três anos de sua missão, sempre se colocou acima de todas as diferenças religiosas. Embora o povo hebreu fosse um só e adorasse a um só Deus (Iavé), havia divergências em matéria de crença entre diversos grupos. Por exemplo: os fariseus acreditavam na ressurreição dos mortos e no juízo final; os saduceus não acreditavam na imortalidade da alma, embora os sacerdotes fossem saduceus; os samaritanos não acreditavam que Deus pudesse estar no templo de Jerusalém.


Jesus não discutiu tais diferenças, não disse que um estava certo e o outro errado, não quis impor nenhuma outra forma de crer. Impor crenças não era seu estilo. Ele se ateve mais aos princípios morais, e os princípios morais servem para todos indistintamente, seja qual for a crença. Desse modo, Jesus não falou abertamente da reencarnação, pois a reencarnação não era cuidada pela religião hebraica. Lá no Oriente, Gautama Buda fez o mesmo; se falou em reencarnação era porque a reencarnação já fazia parte da cultura de seu povo. Entretanto, em várias ocasiões, Jesus deixou transparecer claramente a idéia da reencarnação.


Uma delas, talvez a mais veemente, foi quando disse diretamente aos discípulos que João Batista era Elias, ou seja, que Elias e João Batista era o mesmo Espírito. Em Mateus, capítulo 11, versículos 12 a 15, lemos: “Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus era tomado pela força e eram os violentos que o arrebatavam. Todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se vós quereis compreender, ele mesmo é Elias que há de vir. Os que tem ouvido de ouvir que ouçam”.


Ora, essa frase “quem tem ouvidos de ouvir, que ouçam”, significa que Jesus, fazendo essa revelação, estava convidando aqueles que podiam entendê-lo, que aceitassem a verdade da reencarnação. Na verdade, João Batista era primo de Jesus e tinha sido morto recentemente, enquanto que Elias, um dos profetas defensores da religião, vivera há cerca de 900 anos antes. Naquela época, ele mandara degolar os sacerdotes de Baal por motivos religiosos e, nesta última encarnação como João Batista, ele também morrera degolado, observando-se aí a aplicação da lei de causa e efeito.


quinta-feira, 28 de abril de 2022

SOBRE AS REALIDADES DO MUNDO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Nome pouco conhecido mesmo entre os seguidores do Espiritismo, Abel Gomes em sua ultima encarnação na nossa Dimensão concluída em 1934, foi professor, jornalista, cronista e poeta mineiro. Sua passagem pelo corpo físico foi marcada por dificuldades, sobretudo, no que se refere a progressivas restrições físicas a partir da meia idade, constituindo-se suas reações diante das ocorrências em exemplos de um verdadeiro espírita cristão. Anos depois de sua passagem para o Plano Espiritual, retornou através de Chico Xavier descrevendo a realidade observada no Mundo que nos cerca, acrescentando mais elementos ao trazido pelos Espíritos Maria João de Deus e André Luiz. Entre outras coisas diz: As inteligências aqui se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou frequência vibratória, em que se encontram. Tenho visitado vastas colônias representativas de civilizações há muito tempo extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram no tempo. A alma liberta adianta-se sem apego à retaguarda, esquecendo antigas fórmulas, como o pinto que estraçalha e olvida o ovo em que nasceu, abandonando o envoltório inútil e construtor em busca do oxigênio livre e do largo horizonte, na consolidação das suas asas; em contraposição, existem milhões de Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam naquelas colônias, por muito tempo, até que abalos afetivos ou consciências os constranjam à frente ou ao renascimento no campo físico. Cada tipo de mente vive na dimensão com que se harmonize. Não há surpresa para a ciência comum, neste n, porquanto, mesmo na Terra, muitas vezes, numa só área reduzida vivem o cristal e a árvore, a ameba e o pulgão, o peixe e o batráquio, o réptil e a formiga, o cão e a ave, o homem rude e o homem civilizado, respirando o mesmo oxigênio, alimentando-se de elementos químicos idênticos, e cada qual em mundo à parte. Além daqueles que sofrem deformidades psíquicas deploráveis, manifestadas no tecido sutil do corpo espiritual, não é difícil encontrarmos personalidades diversas, sem a capa física, vivendo mentalmente em épocas distanciadas. Habitualmente se reúnem àqueles que lhes comungam as ideias e as lembranças, formando com recordações estagnadas a moldura nevoenta dos quadros íntimos em que vivem, a plasmarem paisagem muito semelhantes às que o grande vidente florentino descreveu na Divina Comédia. Há infernos purgatórios de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou de remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio. Aqui, as leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples. Aí, no mundo, vemos inúmeras pessoas com presença imaginária nos lugares a que comparecem. Na verdade apenas se encontram em determinada parte sob o ponto de vista físico; a mente, com a quase totalidade de suas forças, vagueia longe. Depois da morte, porém, livre de certos princípios de gravitação que atuam, na experiência carnal, contra a fácil exteriorização do desejo, a criatura alia-se ao objeto de suas paixões. Assim é que surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedoras.


Num filme, que vi recentemente, uma mulher passou a lembrar de uma vida anterior. E ela não conseguia evitar essas lembranças e, no final, acabou desvendando seu passado, encontrando com seus filhos da vida passada. Dizem que o filme se baseou em fatos reais. Eu pergunto: por que isso, que aconteceu com ela, não acontece com todas as pessoas, para que todos acreditem na reencarnação. Por que ela teve esse privilégio?


Na verdade, você está se referindo ao filme “Minha Vida na Outra Vida”, que trouxe para o cinema um episódio da vida de Jenny Cockell, um caso real que aconteceu nos Estados Unidos há alguns anos atrás e que, depois, foi passado num livro, inspirando a produção desse filme. Trata-se de um caso que só acontece raramente. Já dissemos, aqui, que o normal é a gente não ter nenhuma recordação de vidas anteriores, pois tal recordação nos perturbaria e, ao invés de nos ajudar, aumentaria e agravaria nossos problemas.


Que perturbação tais lembranças traria à pessoa? Primeiramente, com relação a ela própria. Problemas íntimos não resolvidos - como conflitos emocionais e medos, por exemplo – que a pessoa deveria esquecer, ao passar pelo crivo da reencarnação, voltariam à tona, desencadeando uma série de transtornos emocionais e desajustamento. O esquecimento, que a reencarnação propicia, muitas vezes, funciona como uma defesa que faz a pessoa se desligar do passado, para ter condições de recomeçar e reconstruir sua vida.


Poderia, também, trazer de volta o ódio e os ressentimentos em relação a familiares ou pessoas próximas, com quem se defrontou na encarnação anterior de forma desastrosa, tornando-se inimigos. Quase sempre, a presença de Espíritos inimigos na mesma família, tem por objetivo a aproximação, a conciliação na presente existência; e isso ficaria prejudicado, se viessem à lembrança fatos passados que mostrassem que um prejudicando o outro.


Não sabemos responder com exatidão por que isso acontece. Sabemos que, em certos casos, realmente ocorrem tais lembranças. Com certeza, deve haver algum sentido na trajetória evolutiva do Espírito. Mas, podemos dizer que tais, lembranças, como no caso de Jenny Cockell, acontecem quando as encarnações são muito próximas uma da outra e quando há um motivo muito forte que imprima no espírito algumas cenas perturbadoras do passado. No caso em questão, a mãe havia assumido um compromisso na encarnação anterior, mas ao mesmo tempo deixou um problema, que ela queria resolver e não conseguia.


Com certeza, ela reencarnou logo depois de sua morte, ainda vivendo a angústia de resolver o problema em relação aos filhos que ficaram órfãos, e os quadros daquela vida permaneceram como “flashes” que vinham do seu inconsciente e passaram a perturbá-la desde a infância. Eles se intensificaram quando ela ficou grávida, pois a gravidez reavivou na memória inconsciente uma situação do passado. Você pode perceber que, na verdade, ela não tinha uma lembrança nítida dos fatos da vida anterior, mas apenas quadros isolados, e só veio a entender isso, quando foi buscar explicações e conseguiu, através de uma visita ao local de origem, reconstituir os principais fatos da última encarnação.



quarta-feira, 27 de abril de 2022

SOBRE AS CURAS ESPIRITUAIS ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram”, escreveu Allan Kardec em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA. Até porque, segundo ele “a maioria das moléstias, como todas as misérias humanas, são expiação do presente ou do passado, ou provações para o futuro; são dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas até que tenham sido resgatadas. Não pode ser curado aquele que deve suportar sua provação até o fim”. Como se sabe, o Espiritismo revela que “o homem é composto de três princípios essenciais: o Espírito, o períspirito e o corpo. Reagem um sobre os outros, resultando a saúde ou a doença, da harmonia ou não entre eles. Tal anomalia “se originada no corpo, os medicamentos materiais bastarão para o restabelecimento; se vier do períspirito; trata-se de uma modificação do princípio fluídico, requerendo uma modificação para as funções retornarem ao normal; se do Espírito, o períspirito e o corpo serão entravados em suas funções, solicitando para combate-la medicação espiritual(...). Mas, Allan Kardec vai além, dizendo que “há grande número de doenças, cuja origem é devida a fluidos perniciosos, dos quais é penetrado o organismo, contra o que a medicação comum é inoperante”. Afirma que “certas doenças tem sua causa original na alteração mesma dos tecidos orgânicos. Na cura das moléstias dessa natureza, pelo influxo fluídico, há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas sadias”. Considera que “são três ramos da arte de curar, destinados a se suplementar e se completar, conforme as circunstâncias, mas das quais nenhuma tem o direito de se julgar a panaceia universal do gênero humano. Explica que curar trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução de materiais sãos, substituindo outros deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos alopáticos comuns; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; pelo fluido magnético que não é senão matéria espiritualizada. Seja qual for, compreende-se que a substituição molecular, necessária ao restabelecimento do equilíbrio, só se pode operar gradualmente, e não por encanto e por um golpe da batuta; se possível a cura não pode deixar de ser senão o resultado de uma ação contínua e perseverante, mais ou menos longa, conforme a gravidade dos casos. A eficácia da substância fluídica é mais geral, sem ser universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, ao passo que as da matéria, são fixas e invariáveis e não se podem aplicar senão em casos determinados. Trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução de materiais sãos, substituindo materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos alopáticos comuns; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; pelo fluido magnético que não é senão matéria espiritualizada. Observa que o fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos”. Adverte, contudo, que seria um erro considerar o aplicador como simples máquina de transmitir fluídos. Nisto, como em todas as coisas, o produto está na razão do instrumento e do agente produtor. Devido ao temperamento e constituição do médium, o fluído está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. As qualidades do fluído humano, por sinal, apresenta nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o fluído emanado de um corpo doente pode inocular princípios mórbidos no assistido. Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Assim sendo, todo verdadeiro médium curador, tem necessidade absoluta de trabalhar sua depuração, isto é, seu melhoramento moral. Só isto basta para mostrar que o primeiro que aparecer não poderá ser médium curador, na verdadeira acepção da palavra.




Eu gostaria de saber se existe limite para manifestar alegria.


O bom senso nos diz que há limite para tudo. A natureza sempre tem seus limites. Veja, por exemplo, o corpo humano. É um complexo orgânico maravilhoso, capaz de funcionar ininterruptamente por muitos e muitos anos; no entanto, se a pessoa não observar limites na alimentação, no esforço, do descanso, na higiene, com certeza, viverá menos do que estava previsto. Cada célula, cada órgão, cada sistema do corpo humano têm seus limites próprios, além dos quais a saúde fica comprometida e surge a doença.


Isso se aplica também às manifestações de alegria ou qualquer outra manifestação emotiva do ser humano. Aliás, a alegria é um estado de saúde. Quando a pessoa está alegre, seu organismo funciona melhor e ela transmite alegria para os outros, pois a vida lhe parece mais bela. Mas a sua alegria não pode, por exemplo, acarretar tristeza ou prejuízo ao semelhante; nem pode ser tão exagerada que cause mal-estar ou desconforto para ninguém Neste caso, ela não está cumprindo com o seu papel. Até para manifestar a nossa alegria, precisamos ter esse cuidado, uma vez que a alegria verdadeira é aquela que é compartilhada.


Existem, por outro lado, quadros patológicos de euforia, catalogados pela medicina psiquiátrica, cuja manifestação ultrapassa os limites do bom senso. Pessoas acometidas de um distúrbio emocional, conhecido por ‘transtorno bipolar”, costumam ter crises de euforia seguidas por crises de profunda depressão. Neste caso, tanto a euforia quanto a depressão chegam a causar mal aos circunstantes. Essa variação de estado emocional é brusca e violenta, pois um e outro estado se caracterizam pelo exagero descomedido.


Há alegrias e alegrias. Alegrias passageiras, que só atendem a interesses exclusivos e imediatos, e alegrias que perduram. As primeiras são como fogo de palha: só acontecem por breves momentos e, depois, se dissipam. Mas as que perduram são aquelas que atendem aos reclamos de nossa consciência, que fazem nos sentir bem conosco mesmos, que nos elevam a auto-estima, porque nos valorizam; é através delas que nos realizamos na vida: é o caso, por exemplo, da pessoa, que chegada a uma idade avançada, olha para trás e tem a satisfação de sentir que sempre foi honesta.


As alegrias passageiras são as alegrias do ter ( ter isso, ter aquilo) e as outras são as alegrias do ser, das conquistas íntimas. As passageiras são passíveis de grandes manifestações de euforia, mas as alegrias permanentes, geralmente, são moderadas, quando não, silenciosas. Ademais, quando nos alegramos com a alegria dos outros, a nossa alegria é maior e permanente, mas quando não somos capazes de nos alegrar com a alegria dos outros, a nossa alegria é sempre fria e mesquinha. Por isso, há grande mérito em sorrir quando os outros sorriem, porque, neste caso, realmente, já somos capazes de compartilhar a nossa alegria.

terça-feira, 26 de abril de 2022

OS PRIMEIROS PASSOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

No número de janeiro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec responde a uma pergunta cuja resposta certamente é procurada por muitos. A indagação propõe a seguinte situação: “-Duas almas, criadas simples e ignorantes, nem conhecem o bem, nem o mal, ao virem à Terra. Se, numa primeira existência, uma seguir a via do bem e a outra, a do mal, como, de certo modo, é o casos que as conduz, nem merecem expiação nem recompensa. Essa primeira encarnação não deve ter servido senão para dar a cada uma delas a consciência de sua existência, consciência que antes não tinham. Para ser lógico, seria preciso admitir que as expiações e as recompensas não começariam a ser inflingidas ou concedidas senão a partir da segunda encarnação, quando os Espíritos já soubessem distinguir entre o Bem e o mal, experiência que lhes faltaria quando de sua criação, mas que adquiriam por meio da primeira encarnação. Tal opinião tem fundamento?”. Como consta n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, “o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco, após o que sofre uma transformação e se torna Espírito, começando para ele o período de Humanidade. Essa primeira fase – embora existam exceções -, é geralmente cumprida numa série de existências que precedem o período chamado Humanidade, não sendo a Terra o ponto de partida da primeira encarnação humana, iniciada em mundos ainda mais inferiores”. .Dizem ainda que “como na natureza nada se faz de maneira brusca, durante algumas gerações o Espírito pode conservar um reflexo mais ou menos pronunciado do estado primitivo, traços que desaparecem com o desenvolvimento do livre arbítrio. Os primeiros progressos se realizam lentamente, porque não são ainda secundados pela vontade, mas seguem uma progressão mais rápida à medida que o Espírito adquire consciência mais perfeita de si mesmo. Esclarecendo a dúvida levantada. Kardec escreveu: “- Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações do Espírito(...). Apenas sabemos que são criadas simples e ignorantes, tendo todas, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre arbítrio só se desenvolve pouco a pouco, após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem após a segunda encarnação que a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos; talvez só após a centésima ou milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento da inteligência. Assim, por exemplo, um selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, contudo, já estão bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos a alma encarnada é submetida a influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dito, se equilibram com a inteligência; mais trade, e sempre gradativamente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência só se faz pouco a pouco e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. O segundo erro é o de admitir que as primeiras encarnações ocorram na Terra. Julgue-se agora o número de existências necessárias a esses selvagens para transporem todos os degraus que os separam da mais adiantada Civilização. Todos esses degraus intermediários se acham na Terra sem interrupção, e podem ser seguidos observando as nuanças que distinguem os vários povos; só o começo e o fim aí não se encontram..



Por que será que a gente tem tanta dificuldade de corrigir um defeito, por menor que seja, e muita facilidade para cometer um erro? Tem gente que fala que é porque todos nascemos com o pecado original. (Suely)


A Doutrina Espírita não admite o dogma do pecado original. Ela ensina que todos somos Espíritos em processo de evolução e que trazemos tendências do passado, que ainda não conseguimos superar. Se você pesquisar o passado da humanidade e correr os olhos no que veio acontecendo com o ser humano, desde os tempos da caverna até hoje, vai perceber que realmente existe um aperfeiçoamento lento e gradual da espécie humana. No passado remoto, milhões de anos atrás, éramos seres violentos e muito pouco inteligentes, como qualquer animal, usando a força bruta e lutando uns contra os outros para sobreviver. Hoje, já percorremos um longo caminho e estamos muito mais avançados do que o homem da caverna.


É claro que temos muitos defeitos, muitas arestas a acertar, porque não alcançamos ainda o ideal que buscamos. Mas já fomos piores do que somos hoje. Atualmente, no mundo civilizado, estamos aprendendo a conviver, a observar certas regras, aceitando um ao outro; lutando pelos nossos direitos, mas respeitando os direitos dos outros. Já diminuímos muito a intensidade de nossos conflitos, mas ainda não estamos insatisfeitos com a própria conduta moral. Certamente, porque almejamos mais: a evolução é um caminho longo e difícil, que vai exigindo um esforço cada vez mais de cada um de nós e da coletividade como um todo. Não foi Jesus que disse: “se perfeitos como perfeito é vosso Pai Celestial?”


Só o fato de aceitarmos que somos falhos, prezada ouvinte, já é um sinal de progresso. E o de reconhecermos que é difícil melhorar, outro sinal de progresso. Acontece que o caminhar evolutivo é cheio de obstáculos, e o maior obstáculo está dentro de nós. O que você me diz do egoísmo, do orgulho, da acomodação no erro? É claro que todos queremos melhorar: mas, entre querer e se esforçar para tanto, há grande uma distância. Uma coisa é o interesse, outra a vontade. Mas para que alcancemos uma meta mais ousada em matéria de aperfeiçoamento temos de aprender disciplina.


Foi isso que Emmanuel pediu ao Chico Xavier, quando ele começou a praticar a mediunidade: disciplina, disciplina e disciplina. Na verdade, a disciplina é o esforço concentrado numa meta que precisamos alcançar. E ela pode dar bons resultados, quando nos empenhamos suficientemente, a partir dos gestos mais simples. Precisamos programar melhor a nossa vida. Aliás, no dia-a-dia, estamos sendo solicitados a desenvolver pequenos hábitos que, se forem convenientemente observados, poderão nos ajudar. Por exemplo: pequenas atitudes em casa quanto ao trato com familiares, cuidados de higiene e limpeza, fidelidade aos compromissos, observância de horário, etc.


É claro que nada é fácil, porque temos de nos empenhar sempre. No entanto, se temos dificuldade de seguir um pequeno regime, que o médico nos passa, para evitar maiores problemas de saúde, quanto mais se se tratar de um defeito moral, como ser áspero com familiares, deixar de auxiliar um estranho ou, pior ainda, um amigo. Contudo, Jesus deixou bem claro que a única maneira pela qual vamos fazer as pazes conosco mesmos – ou seja, atender aos reclamos da própria consciência – é evitando o mal e fazendo o bem. Por isso, devemos começar sempre pelas coisas que já podemos fazer, valorizando e aproveitando cada minuto da vida.





segunda-feira, 25 de abril de 2022

INFLUENCIA ATRAVÉS DE FLUIDOS ESPIRITUAIS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Uma das fascinantes revelações feitas pelo Espiritismo, sem dúvida, refere-se à influência espiritual que pode evoluir para os processos obsessivos percebidos nos comportamentos das criaturas humanas. Fatos comprovados através da contribuição de milhares de médiuns há mais de um século e meio, bem como de trabalhos como os do psiquiatra Dr Inácio Ferreira preservados em livros como NOVOS RUMOS À MEDICINA ou A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO (feesp), os quais resumem experiências do médico na direção clínica do Sanatório Espírita de Uberaba. Pouco depois da publicação do primeiro dos trabalhos, o Espírito conhecido como André Luiz repassaria para nosso Plano através do médium Chico Xavier, a obra LIBERTAÇÃO (feb, 1949), que tem por tema central um caso enquadrado na classificação proposta por Allan Kardec como subjugação. Numa das apreciações ali reproduzidas, aprendemos:-“Nossa mente, em qualquer parte, é um centro psíquico de atração e repulsão. O Espírito encarnado respira numa zona de vibrações mais lentas, enfaixado num veículo constituído de trilhões de células que são outras tantas vidas microscópicas inferiores. Cada vida, porém, por mais insignificante, possui expressão magnética especial. A vontade, não obstante condicionada por leis cósmicas e morais, inclinará a comunidade dos corpúsculos vivos que permanecem a seu serviço por tempo limitado, à maneira do eletricista que liga as forças da usina para atividades num charco ou para serviços numa torre. Sendo cada um de nós uma força inteligente, detendo faculdades criadoras e atuando no Universo, estaremos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas possíveis, cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. Abstendo-nos de mobilizar a vontade, seremos invariáveis joguetes das circunstâncias predominantes, no ambiente que nos rodeia; contudo, tão logo deliberemos manobrá-la, é indispensável resolvamos o problema de direção, porquanto nossos estados pessoais nos refletirão a escolha íntima. Existem princípios, forças e leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macrocósmico. Dirija um homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental das milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada. Claro que nesse capítulo temos a questão das provas necessárias, nos casos em que determinada personalidade renasce, atendendo a impositivos das lições expiatórias, mas, mesmo aí, o problema de ligação mental é infinitamente importante, porquanto o doente que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de bactérias e sintomas mórbidos, enquanto que o espírito em reajustamento, quando reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que benéfico e merecido, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa. Nossa mente é uma entidade colocada entre forças inferiores e superiores, com objetivos de aperfeiçoamento. Nosso organismo perispiritual, fruto sublime da evolução, quanto ocorre ao corpo físico na esfera da Crosta, pode ser comparado aos polos de um aparelho eletromagnético. O espírito encarnado sofre a influencia inferior, através das regiões em que se situam o sexo e o estômago, e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo procedentes de almas não sublimadas, através do coração e do cérebro. Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se ao caminho que deseja”. Esclarece, porém: -“Se não escasseiam milhões de influxos primitivistas, constrangendo-nos, mesmo aquém das formas terrestres a entreter emoções e desejos, em baixos círculos, e armando-nos quedas momentâneas em abismos do sentimento destrutivo, pelos quais já peregrinamos há muitos séculos, não nos faltam milhões de apelos santificantes, convidando-nos à ascensão para a gloriosa imortalidade”.



Li numa revista que a mágoa pode causar doenças e fiquei pensando se os problemas de saúde, que tenho, não decorrem disso. Mas como fazer para evitar a mágoa, se você vive num ambiente em que as pessoas estão te machucando constantemente? ( Isaurinha)


Você deve ter visto nessa reportagem que existem, hoje, vários estudos a respeito da repercussão de nosso estado emocional no funcionamento do corpo. Parece não haver mais dúvida sobre isso: os sentimentos, chamadas negativas – como a mágoa, o ódio, a inveja, o ciúme e outros – nos fazem sofrer e com muito mais constância que as dores físicas. É o que chamamos “sofrimento moral”. Mas, na verdade, ele acaba tendo repercussão na economia orgânica, pois afeta diretamente o sistema nervoso, onde fica o comando de todas as funções do corpo.


Algumas doenças já podem ser atribuídas a sofrimentos e traumas emocionais dos pacientes – como asma, problemas gastro-intestinais, câncer ,certas cardiopatias, etc.. Outros desarranjos podem não ter tido origem na emoção doentia, mas são agravados por elas. As pessoas, em geral, precisam tomar consciência disso, pois nós, seres humanos, não somos simples máquinas. A emoção é o aspecto mais importante da vida, que devemos trabalhar para evitar desequilíbrios comprometedores.


Interessante que vamos encontrar nos ensinamentos de Jesus expressivas recomendações a respeito, quando ele fala da indulgência e do perdão. O próprio Pai Nosso, oração mais difundida no mundo cristão, diz em certo trecho “perdoa as nossas ofensas, assim como perdoamos nossos ofensores”. Essa frase tem um sentido profundo. Talvez, a maioria das pessoas, que a proferem em suas orações, não tenham prestado atenção nisso. Ela fala do nosso perdão e do perdão de Deus. Como entender isso.


O perdão de Deus é a resposta da natureza. Quando odiamos, sofremos; quando perdoamos, deixamos de sofrer. O ódio é um sentimento agressivo, violento que, embora se dirigia para o outro, na verdade, causa mais mal para quem o sente. O ódio queima por dentro – não só a alma, mas também o corpo: a neurologia – área da medicina que estuda o sistema nervoso – constatou que, ao cultivar um sentimento desagradável, o cérebro agride o organismo, causando-lhe certas disfunções. Quando esse estado se repete muitas vezes ou se torna constante, instala-se ou agrava uma enfermidade.


Não há receita pronta e acabada para combater a mágoa, além daquela que Jesus ensinou há 2 mil anos – a compreensão. A compreensão é a base do perdão. Compreender é se colocar no lugar do ofensor. É mais do que isso: é perceber que ele também é um ser humano (nosso irmão), que erra como nós erramos, que deve ter seus problemas, que ele está sofrendo ( ainda que por ignorância) e que, por isso, deve ter seus motivos para fazer o que fez, mesmo que seu ato não se justifique. Não é fácil assumir essa postura, mas é a única que nos pode livrar de um sofrimento maior, que pode vir a ter repercussão desfavorável no futuro.


Se quisermos vencer nossas mágoas, precisamos aprender a ver as pessoas por outro ângulo, de outro ponto de vista segundo Kardec, procurando penetrar no mundo de seus problemas e dificuldades. Por isso, Jesus ensinou que somos irmãos. A proximidade espiritual nos torna mais suscetíveis de entender que somos iguais e que todos sofremos – ora agredindo o outro, ora sendo agredidos. Se estudarmos melhor nossos próprios defeitos, através dos erros que temos cometido, podemos compreender melhor a condição daqueles que erram contra nós, da mesma forma que precisamos nos compreender quando somos nós que erramos contra eles.



domingo, 24 de abril de 2022

O GRAVE PROBLEMA DAS INFLUÊNCIAS ESPIRITUAIS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Naturalmente, a resposta à questão 459 – os Espíritos influenciam em vossos pensamentos e atos muito mais que imaginais e, invariavelmente são eles que vos conduzem -, d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, abriu caminho para diversas reflexões e deduções de Allan Kardec, posteriormente referendadas pela Equipe Espiritual que o assessorava ou confirmadas pelos inúmeros relatos a ele enviados por leitores e correspondentes de várias partes da Europa e Norte da África. Tal revelação possibilita a compreensão de muitos fatos observados ao longo da História da Humanidade. Em 1969, o erudito espírita Wallace Leal Rodrigues assinou o prefácio de obra por ele traduzida do original organizado pela União Espírita da Bélgica intitulada A OBSESSÃO, segundo consta na folha de rosto, empresa em francês com a aprovação do próprio Espírito de Allan Kardec em comunicação datada de seis de setembro de 1950. O livro consiste numa compilação de artigos publicados ao longo de vários anos nos números da REVISTA ESPÍRITA, abordando vários aspectos do fenômeno a que todos estamos expostos. Compulsando-lhe as páginas, recolhemos alguns dados interessantes que reproduziremos a seguir para ampliação do nosso entendimento do problema: 1- O homem que vive em meio ao Mundo Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira. 2- Essa influências se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas inteiramente contrárias. 3- Essas influências diferem, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça – constringe. 4- Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva o seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho. 5- Isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. 6- Estando a ação do Mundo Invisível, na ordem das coisas naturais, ele se exerce sobre o homem, abstração feita de qualquer conhecimento espírita. Estamos a ela submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer medicina. 7- Assim como a física nos ensina a causa de certos fenômenos e a medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, perecerá inexplicável. 8- A ação dos maus Espíritos, sobre as criaturas que influenciam, apresenta nuanças de intensidade e duração extremamente vaiadas, conforme o grau de malignidade e de perversidade do Espírito e, também, de acordo com o estado moral da pessoa, que lhe dá acesso mais ou menos fácil. Por vezes, tal ação é temporária e acidental, mais maliciosa e desagradável que perigosa. 9- A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do mundo invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição das experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita. 10- Todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium. Por isso pode dizer-se que todo mundo é médium. Mas, é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo Mundo dos infinitamente pequenos”.



Por que os Espíritos não se apresentam para nós e resolvem de uma vez a dúvida que as pessoas tem sobre a vida depois da morte? Fernanda L.


Esta questão, Fernanda, está bem colocada n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, no capítulo que fala sobre “Intervenção dos Espíritos nos Acontecimentos da Vida”. Até Kardec, meados do século XIX, a questão da imortalidade da alma era tratada quase que exclusivamente pela religião, que pouco ou nada oferecia de concreto para seus seguidores. Alguns filósofos arriscavam tratar do assunto, mas não acrescentavam nada mais ao que se sabia. A verdade era que essa questão pertencia ao domínio da fé e não da razão. Foi o Espiritismo a primeira doutrina no mundo que tratou da questão da vida após a morte do ponto de vista da ciência e da pesquisa.


Entretanto, sabemos que cada coisa vem a seu tempo. Não foi por acaso que, durante cerca de 1.500 anos, o homem acreditou que a Terra era o centro do universo, e que muita gente, até hoje, marchando na contramão da história, ainda acredita. O primeiro grande impacto entre a religião e a ciência surgiu com a publicação da obra de Galileu, no século XVI, que acabou por ser obrigado a negar publicamente o que cientificamente já tinha comprovado. Daí em diante, graças a impetuosidade de muitos cientistas, a ciência passou a se desenvolver cada vez mais depressa, revelando outras verdades que eram desconhecidas ou negadas pela religião.


A questão da imortalidade da alma, no entanto, ainda permanece nos seus primeiros passos. Só o Espiritismo teve a coragem de apresentá-la de uma forma científica. A grande maioria dos cientistas, no entanto, só o que fazem é negá-la, mas nada pesquisam a respeito. Para a expressiva maioria da humanidade, a vida depois da morte continua sendo matéria de fé, de modo que o homem, até hoje, não se mostrou bastante amadurecido para cuidar dessa questão, que permanece à espera de uma oportunidade para se firmar na concepção do homem. Não sabemos até quando vamos permanecer alheio a essa questão, mas sabemos que tudo vem a seu tempo. Se o homem ainda não se convenceu disso é porque não está suficiente maduro para encará-la.


Por outro lado, os Espíritos se manifestaram sempre, mas na maioria das vezes essa realidade foi negada, abafada, repudiada. Muitos foram perseguidos e mortos por causa disso. Desse modo, o homem veio criando, ao longo dos séculos, uma barreira para compreender com mais profundidade a questão, dificultando esse intercâmbio, através de médiuns treinados. Os próprios Espíritos, na maioria das vezes, desistem de qualquer tentativa de comunicação, por não encontrarem as condições adequadas, pois, quase sempre, predominam o medo e a incerteza. Quem sabe essa questão se esclareça neste século e tenhamos, não muito distante, o reconhecimento dessa realidade espiritual, o que favorecerá sobremaneira a comunicação entre os dois planos de vida!...


sábado, 23 de abril de 2022

SEM ESPAÇO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Muitos imaginam que o Espírito que se destacou na sociedade humana do século 20 com o nome Chico Xavier, tenha chegado pronto para o exercício, sobretudo, de sua tarefa no campo da mediunidade. Todavia, estudando sua trajetória, percebe-se que a partir do primeiro encontro com o Orientador Espiritual Emmanuel é que começa a se intensificar o trabalho de burilamento dirigido que o transformou numa referência do verdadeiro espírita definido por Allan Kardec, aquele que é reconhecido por sua transformação moral e pelo esforço que faz para dominar suas más inclinações. O roteiro da disciplina, disciplina, disciplina, foi incorporado por ele ao longo dos anos que se seguiram ao 1931 em que ouviu a orientação de Emmanuel. Reunimos algumas passagens para demonstrar como o Guia Espiritual era severo com seu discípulo: EXEMPLO 1- Em 1940, ficou  gravemente enfermo. O médico que lhe assistia fez o diagnóstico, prevendo  um ataque de uremia. Se a retenção perdurasse por mais 24  horas, teria o Chico um colapso e desencarnaria. Assim lhe dissera o médico, colocando­ o a par da realidade dolorosa. O facultativo saiu  e Chico notou  que, do Alto, Bezerra de Menezes, André Luiz e Emmanuel providenciavam­ lhe recursos, entremostrando­ lhe que era grave seu estado. Preparou­  se, então, para morrer bem. Pediu, em prece sentida, a Emmanuel, que o recebesse na Espiritualidade. Seu amoroso Guia, sentindo­-lhe a intenção, considerou: — Não posso, Chico, auxiliá­lo no seu desencarne. Tenho muito que fazer. Mas se você sentir que a hora chegou, recorra aos amigos do  “Luiz Gonzaga”. Você não é melhor que os outros. EXEMPLO 2- O Chico recebera um convite reiterado para assistir a uma solenidade que um Centro  Espírita de determinado lugar, um pouco distante de Belo Horizonte, realizaria. A carta­ convite, assinada pelos diretores do Centro, contendo encômios à pessoa do médium, dizia que sua presença era indispensável... O Chico pensou  muito naquele adjetivo, sentiu  a preocupação dos irmãos distantes, ansiosos pela sua presença. Certamente iria realizar uma grande missão. E não relutou mais. Junto ao seu bondoso chefe, justificou sua ausência por dois dias, comprou passagem na Central do Brasil e partiu. No meio da viagem, quando já sonhava com a chegada, antes sentindo a alegria dos irmãos, Emmanuel lhe aparece e diz: —  Então, você se julga indispensável e, por isto, rompeu  todos os obstáculos e viaja assim como quem, por isto mesmo, vai realizar uma importante tarefa... Já refletiu, Chico, que o  serviço do ganha­ pão é indispensável a você? Pense bem... O Chico pensou... E, na próxima estação, desceu do trem e tomou outro de volta... EXEMPLO 3 - Numa singela sala residencial, em Pedro Leopoldo, a conversação ia animada. Muitos assuntos. Muitas referências. A palestra começara às cinco da tarde e o relógio anunciava onze da noite. Chico ia começar uma variação de tema, quando viu Emmanuel a chamá­-lo para o interior doméstico. O médium pediu licença e foi atender. — Você sabe que hoje temos a tarefa do livro em recepção e já estamos atrasados... —  falou o amigo espiritual. — É verdade — concordou o Chico —, entretanto, tenho visitas e estamos conversando. — Sem dúvida — considerou o Guia — compreendemos a oportunidade de uma a duas horas de entendimento fraterno para atender aos irmãos sem objetivo, porque, às vezes, através da banalidade, podemos algo fazer na sementeira de luz... Mas não entendo, seis horas a fio de conversação sem proveito. O médium nada respondeu. Indeciso, deixara correr os minutos, quando Emmanuel lhe disse: — Bem, eu não disponho de mais tempo. Você decide. Converse ou trabalhe. Chico não mais vacilou. Deixou a palestra que prosseguia, cada vez mais acesa na sala e confiou­ se à tarefa que o aguardava com a assistência generosa do Benfeitor Espiritual..


Por que nós não vemos os Espíritos? Se pudéssemos ver os Espíritos, com certeza, acreditaríamos neles e conheceríamos logo a verdade sobre tudo.


Sua conclusão é lógica, mas não é assim que funcionam as leis da natureza. A descoberta da verdade é um caminho longo e tortuoso e é assim que a humanidade vem caminhando durante milênios. Isso porque somos Espíritos em evolução. Assim como a criança, que devagar vai adquirindo conhecimentos do mundo que a rodeia, até se tornar adulta e avançar pela velhice, nós, como Espíritos, precisamos de tempo e maturidade para entender as coisas. Não somos perfeitos: a perfeição é uma busca constante, e ela se dá de acordo com a lei de evolução. Se você compulsar as obras que contam a história da humanidade, vai perceber que o homem sempre esteve à procura da verdade e que, ao longo do tempo, ele veio penetrando nela, muito devagar.


Há, pelo menos, três grandes campos de conhecimento, que viemos percorrendo. O campo da religião, que surgiu primeiro na vida humana, mas se deteve exclusivamente na busca da verdade pela fé; o campo da filosofia, que veio em seguida, e que foi buscar a verdade, baseando-se na razão, no raciocínio; e, finalmente, o campo da ciência, que tem por base a experimentação para descobrir as leis da natureza. Nenhum desses campos, todavia, é completo, ou seja –nenhum deles, até hoje, nos deu uma resposta pronta e cabal de toda a verdade – simplesmente porque a verdade é uma conquista que vamos obtendo, pouco a pouco, conforme o caminhar de nossa evolução.


Por milhares de anos, o homem acreditou que, de acordo com a Bíblia, a Terra era o centro do Universo, posição defendida com unhas e dentes pela religião, até que chegou um momento em que não mais foi possível calar a boca de alguns estudiosos que apresentavam outra verdade. O mesmo aconteceu com a maioria das outras questões fundamentais, pois os conhecimentos se renovam por meio de novas descobertas e essas descobertas custam muito trabalho e dedicação do ser humano. Até meados do século XIX, a ciência desconhecia por completo a existência do mundo invisível dos microorganismos ou micróbios. Louis Pasteur, um químico francês, quase foi linchado quando afirmou que existem micróbios no ar que respiramos, em nosso corpo e em tudo que pegamos.


Antigamente só se acreditava naquilo que era possível ver. O mundo material, para o homem, era somente o que ele podia perceber pelos sentidos. Depois do descobrimento das leis da eletricidade, do eletromagnetismo, dos microorganismos e dos intrigantes fenômenos quânticos (completamente invisíveis a olho nu), foi possível conceber que existem tipos de matéria ou energia, que não perceptíveis aos sentidos humanos. Entretanto, com relação ao mundo espiritual, o Espiritismo antecedeu a ciência e vem afirmando, desde o século XIX, a existência de outras dimensões da natureza, que escapam totalmente à capacidade comum de percepção.


sexta-feira, 22 de abril de 2022

KARDEC, A FATALIDADE E A NUMEROLOGIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Questionado sobre o numero sete e sua recorrência no ensino das tradições sagradas do Cristianismo, o Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier disse na resposta à pergunta 142 do livro O CONSOLADOR (1940, feb), “uma opinião isolada nos conduzirá a muitas análises nos domínios da chamada numerologia, fugindo ao escopo de nossas cogitações espirituais. Os números, como as vibrações, possuem a sua mística natural, mas, em face de nossos imperativos de educação, temos de convir que todos os números, como todas as vibrações, serão sagrados para nós, quando houvermos santificado o coração para Deus, sendo justo, nesse particular, copiarmos a antiga observação do Cristo sobre o sábado, esclarecendo que os números foram feitos para os homens, porém, os homens não foram criados para os números”. A propósito, Allan Kardec já havia se pronunciado a respeito, em longo artigo incluído na REVISTA ESPÍRITA, edição de julho de 1868, intitulado A CIÊNCIA DA CONCORDÂNCIA DOS NÚMEROS E A FATALIDADE. Dizendo não ter ainda se dedicado mais demoradamente sobre o assunto, reconhecendo existirem casos sugestivos sobre concordâncias singulares e as datas de certos acontecimentos, não ver razão para tal coincidência e que, “porque não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista”, visto “o que hoje é utopia, poderá ser verdade amanhã”. Considerando a proporcionalidade da Lei das Probabilidades, em suas considerações finais, acrescenta: “-Tendo o homem o livre arbítrio, em nada entra a fatalidade em suas ações individuais; quanto aos acontecimentos da vida privada, que por vezes parecem atingi-lo fatalmente, tem duas fontes bem distintas: uns são consequência direta de sua conduta na existência presente; muitas pessoas são infelizes, doentes, enfermas por sua falta; muitos acidentes são resultado da imprevidência; ele não pode queixar-se senão de si mesmo e não da fatalidade ou, como se diz, de sua má estrela. Os outros são inteiramente independentes da vida presente e parecem, por isto mesmo, devidos a uma certa fatalidade. Mas, ainda aqui o Espiritismo nos demonstra que essa fatalidade é apenas aparente, e que certas posições penosas da vida tem sua razão de ser na pluralidade das existências. O Espírito as escolheu voluntariamente na erraticidade, antes de sua encarnação, como provações para o seu adiantamento. Elas são, pois, produto do livre arbítrio, e não da fatalidade. Se algumas vezes são impostas, como expiação, por uma vontade superior, é ainda por força das más ações voluntariamente cometidas pelo homem em existência precedente, e não como consequência de uma lei fatal, pois que ele poderia ter evitado, agindo de outro modo. A fatalidade é o freio imposto por uma vontade superior à sua, e mais sábia que ele, em tudo o que não é deixado à sua iniciativa. Mas ela jamais é um entrave no exercício de seu livre arbítrio, no que toca as suas ações pessoais. Ela não pode impor-lhe nem o mal, nem bem; desculpar uma ação má qualquer pela fatalidade ou, como se diz muitas vezes, pelo destino, seria abdicar o julgamento de Deus, que lhe deu, para pesar o pró e o contra, a oportunidade ou inoportunidade, as vantagens e os inconvenientes de cada coisa. Se um acontecimento está no destino de um homem, realizar-se-á a despeito de sua vontade, e será sempre para o seu bem; mas as circunstâncias da realização, dependem do emprego que ele faça de seu livre arbítrio, e muitas vezes ele pode voltar em seu prejuízo o que poderia ser um bem, se agir com imprevidência, e se se deixar arrastar por suas paixões. Ele se engana mais ainda se toma o seu desejo ou os desvios de sua imaginação por seu destino”.



Quando Jesus disse em João 10:16, que haverá um só rebanho para um só pastor, ele queria dizer que haverá uma única religião e todas as outras religiões desaparecerão da Terra? Que religião seria essa? (Maria Luzia Brant)


As religiões, cara ouvinte, são meras criações humanas. Toda vez que alguém resolve interpretar de maneira própria algum texto na Bíblia, funda uma nova religião e sai a procura de seguidores. E é por isso que, no mundo, existem tantas e não pára de surgir outras mais, todos os dias. Jesus, porém, não veio fundar mais uma religião e nem se preocupou em introduzir novos rituais celebrativos e deveres de adoração, como faziam seus contemporâneos fariseus, que viviam soprando nos ouvidos das pessoas a necessidade de seguirem os preceitos rigorosos da tradição religiosa.


Jesus veio ensinar a doutrina do amor; e amor está acima de todas as religiões, acima de todas as doutrinas que existem na Terra. Analise bem os evangelhos e você não vai encontrar um só momento em que Jesus se entregou a uma celebração religiosa. Religião, para ele, era o amor vivido no dia-a-dia, em relação ao próximo. Por isso, ele fez questão de desvalorizar as figuras do sacerdote e do levita na parábola do Bom Samaritano, onde mostrou que a prática do bem pode não ter nada a ver com religião, ao mesmo tempo em que o fato de uma pessoa ser religião não quer dizer que ela ame o próximo.


O que Jesus mais exaltou foi o amor e o que ele mais criticou foi a hipocrisia dos que ostentam o rótulo de religiosos mas que, na verdade, segundo ele, são túmulos caiados – bonitos por fora, mas cheios de podridão por dentro. Não poderia haver uma imagem mais adequada para simbolizar a hipocrisia. Religião para Jesus, portanto, é seguir os preceitos do bem, é fazer o bem quanto possa, servir quanto possa, lutando contra o orgulho e contra o egoísmo. Ele sabia que, um dia, o mundo se aproximaria dessa condição ideal de vivencia do amor, fazendo do amor uma linguagem universal entre os homens.


Eis o rebanho único a que ele se referia, rebanho dos que se respeitam e dos que se amam de verdade, independente de um ter uma religião e o outro ter outra, independente de raça, de cor, de sexo, de idade, de partido político, de condição social ou de qualquer outro fator que diferencia as pessoas. O amor está acima de todas as diferenças humanas; é a força que congrega e unifica todas as forças da Terra, todas as religiões do mundo, uma espécie de ecumenismo que alguns religiosos mais abertos hoje estão defendendo.


Assim, cara ouvinte, não podemos esperar que haja uma só religião, mas podemos lutar para que as diferentes religiões – antes de pensarem em se digladiarem – se esforcem para falar a mesma linguagem do amor, onde há chance para todos e por onde caminharemos sob o comando de Jesus.