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sábado, 2 de abril de 2022

O QUE FAZ A DIFERENÇA, EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

-“Não existe dor maior do que a perda de um filho”, afirmou certa vez o médium Chico Xavier que de forma intensiva conviveu com milhares de pessoas que subitamente se viram privadas do convívio de seus entes queridos causada pela morte natural e predominantemente acidente desde os anos 70 do século passado. Mensagens psicografadas durante esses anos, mostraram que o que retornou ao Plano Espiritual também tem dificuldades de aceitar a dura realidade. Tanto maior quanto for a fixação do que ficou nos detalhes da partida e na inconformação, visto que através do sem fio do pensamento as ligações persistem fazendo com que as imagens mentalizadas incidam sobre aquele que precisa de paz a fim de se restabelecer e reintegrar à realidade espiritual. A original visão oferecida pelo Espiritismo sobre o tema morrer pode ajudar nesse traumático momento? Allan Kardec, na REVISTA ESPÍRITA, número de novembro de 1865 pondera o seguinte: - “Enquanto em presença da morte o incrédulo só vê o nada, ou pergunta o que vai ser de si, o espírita sabe que, se morrer, apenas será despojado de um invólucro material, sujeito aos sofrimentos e às vicissitudes da vida, mas será sempre ele, com um corpo etéreo, inacessível à dor; que gozará de percepções novas e de maiores faculdades; que vai encontrar aqueles a quem amou e que o esperam no limiar da verdadeira vida, da vida imperecível. Quanto aos bens materiais, sabe que deles não mais necessitará, e que os prazeres que proporcionam serão substituídos por outros mais puros e mais invejáveis, que não deixam em seu rasto nem amarguras nem pesares. Assim, abandona-os sem dificuldade e com alegria, lamentando os que, ficando na Terra, ainda irão precisar deles. (...) Quem quer que tenha lido e meditado nossa obra O CÉU E O INFERNO segundo o Espiritismo e, sobretudo, o capítulo sobre o temor da morte, compreenderá a força moral que os espíritas haurem em sua crença, diante do flagelo que dizima as populações. (...) Consideram como um dever velar pela saúde do corpo, porque a saúde é necessária para a realização dos deveres sociais. Se buscam prolongar a vida corporal, não é por apego à Terra, mas para ter mais tempo para progredir, melhorar-se, depurar-se, despojar-se do velho homem e adquirir mais soma de méritos para a Vida Espiritual. Mas, se a despeito de todos os cuidados, devem sucumbir, tomam o seu partido sem queixa, sabendo que todo progresso traz os seus frutos, que nada do que se adquire em moralidade e em inteligência fica perdido, e que se não desmereceram aos olhos de Deus, serão sempre melhores no outro mundo do que neste, ainda mesmo que ali não ocupem o primeiro lugar. Apenas dizem: Vamos um pouco mais cedo aonde iríamos um pouco mais tarde. Crê-se que com tais pensamentos não se esteja nas melhores condições de tranquilidade de espírito recomendada pela Ciência? Para o incrédulo ou para o que duvida, a morte tem todos os seus terrores, porque perde tudo e nada espera.




Uma ouvinte anônima questionou o seguinte: “Quando a gente tem vontade de esganar uma pessoa, que vive importunando a vida da gente, isso é por causa dos obsessores?”


Não, de forma nenhuma. É muito fácil para qualquer um de nós atribuir as próprias fraquezas morais aos outros, eximindo-se de culpa. No meio espírita, aos obsessores; entre os evangélicos, ao demônio, e assim por diante. Essa forma simplista de querer escapar à responsabilidade pelos próprios atos é conhecida como “escapismo”. Na verdade, ela não contribui em nada para resolver problema algum; pelo contrário, complica mais ainda a situação. O que de melhor temos a fazer é assumir a responsabilidade, olhar-nos de frente e procurar mudar.


Nós todos temos uma idéia aproximada do que trazemos de negativo dentro de nós: egoísmo, orgulho, inveja, revolta, etc. São sentimentos ainda não trabalhados, assim como a pedra bruta, quando é levada ao escultor para ele lhe dar forma e beleza. É o que temos fazer conosco durante a nossa existência aqui na Terra. É claro que não temos a pretensão de ser santos ou de conquistar a perfeição numa só vida!... Mas podemos melhorar muito, se quisermos e se nos esforçarmos para isso. Desse modo, temos de encarar essas condições em nós e verificar por onde é mais fácil começar: geralmente pelo lado que mais nos incomoda.


Os Espíritos orientadores, como Emmanuel por exemplo, costumam dizer que a vida é uma oficina de trabalho espiritual, onde temos de aprender a esculpir a própria alma. O escultor usa ferramentas vigorosas para talhar a pedra, como o buril; nós nos valemos de situações espinhosas e incomodas do dia-a-dia – na família, no trabalho, na vida social - onde somos atingidos por alguns golpes, que devem nos estimular à transformação espiritual, a fim de aprendermos a superar a nós mesmos, compreendendo aqueles que ainda não atingiram o nosso nível de entendimento da vida.


Os desencarnados, que há pouco viviam na Terra, são como nós. Eles têm suas fraquezas de caráter. Quando têm alguma coisa contra nós, eles podem nos influenciar sim e, frequentemente, conseguem fazê-lo, até com certa facilidade. Mas não porque eles são maus e nós somos bons, mas porque nós oferecemos campo para eles agirem, pois temos os mesmos defeitos que eles têm. Nenhum Espírito, por pior que seja, vai criar em nosso coração um sentimento que não temos – como, por exemplo, ódio por alguém. O máximo que ele pode fazer é estimular o mau sentimento que já cultivamos. Assim, querer agredir alguém não é do Espírito, é nosso. Mas, se temos algum obsessor, com certeza, ele nos ajudará a manifestar essa emoção reprimida para fazer o que ele quer.


A ação dos Espíritos sobre nós, portanto, não tem, apenas um comando: tem dois comandos – o nosso e o deles. Os desencarnados não fazem senão aquilo que alguns encarnados – que se passam por nossos amigos – nos estimulam a fazer no caso de recebermos uma ofensa: revidar, agredir o ofensor. E, se quisermos anular esse efeito, precisamos, primeiramente, rever nossos sentimentos, nossas atitudes e atos diante das situações comuns da vida. Kardec diz, no último capítulo de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, que a obsessão é uma doença da alma e, nesse caso, precisamos cuidar melhor de nossos valores, ter fé em Deus e aprender a confiar mais em nós mesmos, para nos modificar, antes de cometer algum erro mais grave.



 

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