Faltava pouco para as 20 horas do dia 17 de fevereiro de 1975, na cidade
de Apucarana, Paraná, quando o motorista de táxi João Reis de Andrade, um
senhor de 61 anos, aceitou uma corrida solicitada por três passageiros até Campo
Mourão, localidade 130 quilômetros distante. Embora não costumasse pegar
corridas à noite, muito menos quando a esposa não estava em casa (e ela havia
se deslocado com umas das filhas para São Paulo a fim de visitar uma cunhada
que perdera o filho recentemente), o Sr. João aceitou esta e, antes de
partir, passou em casa para avisar aos filhos, informando que não se
preocupassem, pois os passageiros eram conhecidos, quando, na verdade, nunca os
tinha visto. Ao se aproximar do destino, porém, apesar das súplicas do Sr. João,
um dos passageiros o matou violentamente a golpes de faca com a concordância de
outro, escondendo o corpo em sítio próximo a Campo Mourão, em uma plantação de
soja, com a qual o cobriram já sem vida. Tudo aconteceu antes das 24 horas
daquele dia 17 e o corpo só seria encontrado no dia 19 sendo sepultado no dia
20. Espírita desde 30 anos antes, o senhor João pouco tempo antes do seu
desenlace, dizia que já cumprira seu dever, começando a preparar a família,
falando que não completaria seus 62 anos, desencarnando realmente dois meses
antes. A esposa Benedita que lhe compartilhava os ideais em torno do
Espiritismo, e os dez filhos que foram educados sob a mesma influência, embora
abalados com a crueldade dos bandidos, não se entregaram à revolta e, sempre
que possível, iam à Uberaba, Minas Gerais, na expectativa de obter informações
através de Chico Xavier. Dezessete meses depois, em meio às cartas
recebidas por Chico na reunião de 9 de julho de 1976, chegavam, por fim, as
tão esperadas notícias do senhor João. Como atravessou o
traumatizante momento, o que ocorreu logo após, qual seu sentimento diante da
violência sofrida, como interpretou os fatos com base nos conhecimentos que o
Espiritismo lhe deu, são alguns dos pontos que destacamos da emocionante carta
que escreveu: -“Sempre disse, em casa, que Deus
me faria uma benção se tivesse de deixar o meu corpo em serviço, e aconteceu
como eu previa. Aqueles nossos estudos e comentários em
torno de prece e reencarnação, me auxiliaram nos momentos mais duros de
atravessar. Penso que não deveria tocar no assunto, mas tenho consentimento para
isso porque não desejo pensamentos de mágoa contra ninguém. Aqueles
dois companheiros no carro não seriam os executores das Leis de Deus? O
carro era meu instrumento de trabalho, a riqueza do pai de família, simples e
feliz, que sempre fui. Naturalmente, quando me senti despojado da
máquina que valia tanto e que me ajudava a sustentar a família, quis reagir,
reclamar... Hoje, não tenho memória para dizer os detalhes da ocorrência, mas lembro-me
de que um golpe me retirou qualquer faculdade de reação. Orei,
reclamando vocês todos, esposa querida e filhos meus! Sabia,
porém, que havia soado a hora, a hora que ninguém espera e sempre chega...
Tentei
pedir clemência e dizer que entregava tudo, mas me poupassem a vida, no
entanto, a voz não saía mais. Notei que mãos vigorosas me deitavam numa
plantação que me oferecia repouso. No íntimo, sabia que não me achava distante
de Campo Mourão, no entanto, a situação em que me achava, não me permitia senão
apelar para Deus e seus mensageiros, porque por dentro de mim, adivinhava que o
corpo era uma vestimenta que não mais me serviria para o trabalho. Adormeci
pensando na família, e procurando esquecer qualquer sentimento que me azedasse
as ideias. Recordei todas as lições que tivemos e vivíamos juntos, e aceitei
aqueles dois irmãos por amigos que não podiam conhecer que eu, com mais de
sessenta anos, tinha na retaguarda uma esposa, filhos e filhas, genros e noras,
e netos que adorava. Se soubessem quanto amor brilhava em meu
coração, creio que tudo estaria bem. Mas a dívida busca o devedor com
endereço exato. A Lei me considerava em débito, e graças a
Deus, resgatei compromissos grandes. Rogo a vocês considerarem tudo na
paz de Deus, com a Bênção de Deus. O ódio não conduz a caminhos que nos possam
trazer qualquer benefício, e para nós reservou-nos Jesus tanto amor que somente
o amor deve clarear nossa memória. A princípio, fui conduzido para um hospital,
em que o amigo espiritual Dr. Leocádio me prestou imensos serviços. Não
sei se vocês se recordam de que minha família, em minha infância, se referia ao
Padre Vítor, de Três Pontas, como sendo um benfeitor. Pois, ao lado de meu pai,
ele foi também para mim um amigo e um benfeitor, cuja dedicação destaco..
As
lembranças de casa, de começo, me faziam sofrer muito. Queria
ver você, querida esposa, e ver nossos filhos, mas a cabeça doía e para pensar
corretamente, precisava de muito esforço. Ouvia tudo o que se passava no
lar, porque meu sentimento não se desligava, até que suas orações, no dia
dezessete de abril, com as meninas, me tocaram o coração de tal modo, que a
memória se fez lúcida, sempre mais lúcida. Fui até a casa em companhia dos Benfeitores
que me protegem, e pude ver com que carinho me recordavam o aniversário, você,
minha velha, falava em meus sessenta e três anos como se eu estivesse ali sob o
nosso telhado para uma festa. Festa de saudade e de pranto, mas enfeitada
nas orações que a família me endereçava.Chorei muito, eu que rogo a vocês não
chorarem, mas é que a alegria do resgate havido me confortava, embora as
dificuldades da existência material, a dívida fora saldada e agradeci, como
agradeço agora, as provas por nossas bênçãos”. A integra desta e outras
mensagens poderá ser lida na obra VITÓRIA, publicada pelo Instituto de Difusão
Espírita. (Conheça o canal Luiz Armando - YouTube)
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
A TERRA E DEUS: APRENDIZADOS
A
Espiritualidade através de Chico Xavier prodigalizou ao longo dos anos preciosos ensinamentos capazes de levar-nos a reflexões mais profundas sobre temas
importantes. Recolhemos de depoimentos, dois exemplos eloquentes. O primeiro
envolve o inesquecível José Gonçalves Pereira que, no início
dos anos 60, abdicou de promissora carreira em empresa multinacional em que
trabalhava para materializar na capital paulista o ideal da Casa
Transitória Fabiano de Cristo, enquanto esteve encarnado um modelo em
várias modalidades de Serviço Assistencial aos menos favorecidos. Conta ele: -“Estávamos
certa madrugada em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, entre os pés dos eucaliptos, quando um grupo
de estudo de Astronomia estava examinando as estrelas e a Lua. Alguns
companheiros começaram a comentar que somente a Terra era um plano habitado.
Adentrávamos a madrugada com esse comentário, quando compareceu o Espírito de André
Luiz e através de Chico Xavier comentou:- “Observando
seus comentários que somente a Terra tem condições de ser habitada, achei
conveniente mencionar aos nossos irmãos que essas opiniões podem ser esclarecidas e,
para isto, imaginemos o Oceano Pacifico, como o é, o maior da Terra e, joguemos
uma laranja em seu meio, comparando, como se a laranja fosse do tamanho da
Terra, o Oceano o Infinito e nós, seus habitantes. Pergunto, como ficaria o
resto? Consideremos portanto o ensinamento de Jesus quando nos disse: “Há
muitas moradas na casa de meu pai”. O segundo relato pertence ao
próprio médium excepcional. Segundo ele, ‘certa feita, indagando de Emmanuel
qual a posição de Deus no Sistema Solar, ele me respondeu que ficasse, a
respeito de Deus, com a expressão do PAI NOSSO dita por Jesus e não perguntasse
muito, porque eu não tinha mente capaz de entrar no domínio desses
conhecimentos com a segurança precisa. Eu insisti e ele então desdobrou um
painel à minha vista, num fenômeno mediúnico. Apareceu então a Terra na comunidade dos
mundos do nosso Sistema evolutivo em torno do Sol. O nosso Sol, depois, em outra face do
painel, evoluindo para a Constelação que se não me engano, é chamada de
Centauro. Depois, essa constelação, arrastando o nosso Sistema e outros,
evoluía em direção a outra Constelação que já não tinha nome na minha cabeça. Essa outra Constelação avançava para
outra muito maior dentro da nossa Galáxia. Depois, apareceu a nossa Galáxia,
imensa, como se uma lente de alta potencialidade estivesse entre os meus olhos
e o painel. E a nossa Galáxia evoluía com outras Galáxias em torno de uma Nebulosa
enorme e que Emmanuel me disse que passava a evoluir, em torno de outras
nebulosas. Então, a minha cabeça ficou cansada e eu pedi para voltar, como se
tivesse saído de um foguete da Terra e me perdesse pelo Espaço a fora e
sentisse uma vontade louca de voltar a ser gente e ficar outra vez no meu
lugar. Porque tudo está
dentro da ordem Divina. Cada Mundo, cada Sistema, cada Galáxia, orientados por
Inteligências Divinas, e Deus para lá disso tudo, sem que possamos fazer-lhe
uma definição. Senti uma vontade enorme de voltar para a minha cama e tomar
café quente!’.
sábado, 24 de setembro de 2016
IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR A HARMONIA
Na
edição de outubro de 1864, Allan Kardec resume a pedidos de
correspondentes da REVISTA ESPÍRITA a
visita feita às cidades belgas de Bruxelas e Antuérpia para conhecer grupos
espíritas daquela cidade. No interessante texto uma análise importante a
respeito da necessidade da homogeneidade de pensamentos e sentimentos nas
instituições organizadas em nome do Espiritismo descreve, por assim dizer, os
efeitos comuns, especialmente quando tais Centros começam a se tornar muito
grandes. Escreve ele: -“No começo de uma doutrina, sobretudo tão
importante quanto o Espiritismo, é impossível que todos os que se declaram seus
partidários lhe compreendam o alcance, a gravidade e as consequências. Deve-se,
pois, esperar desvios da rota em pessoas que só lhe veem a superfície, ambições
pessoais, aquelas para quem o Espiritismo é mais um meio que uma sincera
convicção, sem falar de gente que toma todas as máscaras para se insinuar,
visando a servir os interesses dos adversários; porque, assim como o hábito não
faz o monge, o nome de espírita não faz o verdadeiro espírita. Mais cedo
ou mais tarde esses espíritas fracassados, cujo orgulho ficou vivaz, causam nos
grupos atritos penosos e suscitam entraves, dos quais sempre se triunfa com
perseverança e firmeza. São provações para a fé dos espíritas sinceros. A
homogeneidade e a comunhão de pensamentos e sentimentos são, para os grupos
espíritas, como para quaisquer outras reuniões, a condição essencial de
estabilidade e de vitalidade. É para tal objetivo que devem tender todos os
esforços, e compreende-se que é tanto mais fácil atingi-lo quanto menos
numerosas as reuniões. Nas grandes reuniões é quase impossível evitar a
intromissão de elementos heterogêneos que, mais cedo ou mais tarde, aí semeiam
a cizânia. Nas pequenas reuniões, onde todos se conhecem e se estimam, onde se está
como em família, o recolhimento é maior, a intrusão dos mal-intencionados mais
difícil. A diversidade dos elementos de que se compõem as grandes reuniões
torna-as, por isso mesmo, mais vulneráveis à surda intriga dos adversários. É
preferível, pois, que haja numa cidade cem grupos de dez a vinte adeptos, dos
quais nenhum se arroga a supremacia sobre os outros, a uma sociedade única, que
reunisse todos os partidários. Esse fracionamento em nada prejudicará a unidade
dos princípios, desde que a bandeira seja única e todos marchem para o mesmo
objetivo”. Como que exemplificando seus argumentos, Allan Kardec comenta uma das visitas
feitas: -“Não esquecemos uma das mais honrosas menções ao grupo espírita de
Douai, que visitamos de passagem, e um particular testemunho de gratidão pela
acolhida que ali nos dispensaram. É um grupo familiar, onde a doutrina espírita
evangélica é praticada em toda a sua pureza. Ali reinam a mais perfeita
harmonia, a benevolência recíproca, a caridade em pensamentos, palavras e ações;
ali se respira uma atmosfera de fraternidade patriarcal, isenta de eflúvios
malfazejos, onde os Espíritos bons devem comprazer-se tanto quanto os homens;
por isso, as comunicações retratam a influência desse meio simpático. Deve-se à
sua homogeneidade e aos escrupulosos cuidados nas admissões, jamais haver sido
perturbado por dissensões e desavenças por que os outros sofreram; é que todos
os que dele fazem parte são espíritas de coração e nenhum procura fazer
prevalecer a sua personalidade. Os médiuns aí são relativamente muito
numerosos; todos se consideram como simples instrumentos da Providência,
isentos de orgulho, sem pretensões pessoais, e se submetem humildemente e sem
melindres ao julgamento sobre as comunicações que recebem, prontos a destruí-las
se forem consideradas más”.
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
O PASSE NA VISÃO PRATICA DO DR. BEZERRA DE MENEZES, EMMANUEL E CHICO XAVIER
Adotado como prática
rotineira nas instituições espíritas, o passe é aquela transfusão de fluidos físico /
perispirituais que resulta em efeitos que variam do reequilíbrio do
ânimo dos que a ele submetem à cura gradual de doenças
espirituais/mentais/físicas. Sua aplicação, contudo, adequa-se ao grau de
conhecimentos do que o ministra. Na sequencia, uma série de dúvidas sobre esse
procedimento esclarecidas pelos Espíritos Bezerra de Menezes e Emmanuel
através do médium Chico Xavier. 1 – O passe precisa ser transmitido em pé ou
sentado? Constituindo-se o passe no Grupo Espírita Evangélico, em recursos
administrados pelos Benfeitores da Vida Maior, através dos instrumentos
humanos, a posição dos medianeiros, qualquer que seja, é sempre digna, desde
que seja digna a atitude íntima desses mesmos medianeiros. Ainda assim, a
postura de pé será sempre a mais recomendável pelo respeito geral que inspira. 2
- Qual o tempo que se deve utilizar na aplicação do passe? O tempo que se deve
gastar para a aplicação de um passe magnético deve ser mais ou menos o mesmo
que utilizamos para fazer uma prece, o PAI NOSSO. 3 - Como nos posicionarmos ante as
explicações que dividem o passe em passe magnético, passe espiritual e outras
modalidades desse tratamento fluídico? Quando estender as mãos sobre a cabeça do paciente,
movimentando-as de alto a baixo, não precisa se preocupar. O que for preciso,
os Espíritos farão. 4 – O passe
mediúnico é possível através da incorporação ou é viável sob a influência do
guia?
O passe é transfusão de forças magnéticas de variado teor e pode ser
administrado sob a influência dos desencarnados que se devotam à caridade, sem
necessidade absoluta de incorporação total da instrumentação mediúnica? 5 - Nos embaraços mensais, a
mulher pode frequentar os trabalhos mediúnicos? No caso de nossas irmãs as
mulheres, tão somente nas ocasiões de gravidez, após o terceiro mês de gestação
do nascituro, devem abster-se da ação mediúnica, podendo permanecer, porém, na
equipe de serviço espiritual para receberem auxílio. 6 - Como saber quando o
médium está preparado para integrar se e cooperar nas tarefas em andamento? Sempre
que o trabalhador estiver sinceramente decidido a cooperar no Bem dos outros,
estará preparado para servir. 7 - Nas sessões públicas, é necessário, enquanto se
realizam os passes, alguém continuar falando, mesmo com o barulho? Sim,
ainda mesmo que os ruídos desnecessários existam e devam ser podados pouco a
pouco, as explanações doutrinárias devem continuar, de vez que são elas as
necessárias luzes para a renovação geral dos ouvintes? 8 - Adianta
alguém tomar passes no lugar do outro? Alguém não pode substituir alguém, de
maneira total, na recepção do passe, mas a mentalização do necessitado de
socorro espiritual por parte de quem recebe semelhante auxílio magnético é
apoio e assistência de grande valor para quem pede a intervenção da Vida Maior.
9 - Como agir com as pessoas que nos procuram nas horas mais
impróprias? Devemos atender a todos em qualquer hora? Todo trabalho para expressar-se
em eficiência e segurança reclama disciplina. Aprendamos a controlar os horários de ação espiritual,
a fim de que a perturbação não venha aparecer, em nossas tarefas, sob o nome de
caridade. Peçamos a Jesus nos inspire e nos abençoe para isso. A ordem preside o progresso e, por isso mesmo
não podemos perder a ordem de vista, sob pena de desequilibrar, embora sem
querer, o nosso próprio trabalho. Que Deus nos abençoe e ampare sempre. 10 - Sabendo-se do inegável valor da hipnose na
terapêutica, e, sobretudo nos trabalhos espirituais, seria razoável imaginar-se
o uso intensivo dessas forças magnéticas – incluídas a telepatia, a psicometria
e a telecinese nos Centros Espíritas do futuro? Sim, quanto ao futuro e talvez futuro remoto.
Por enquanto, como devemos trabalhar considerando o todo da comunidade e não à
parte que somos, nos será aconselhável, nos templos espíritas cristãos,
condenar todos os recursos da hipnose ou do magnetismo em suas diversas
derivações, no auxílio do passe da oração de ordem curativa, confiando-nos a
Jesus e aos Bons Espíritos que saberão encaminhar nossas forças e manejá-las em
nível de elevação adequado, não aos nossos desejos e sim às nossas
necessidades. Menos fenômenos e mais socorro, com Amor iluminando qualquer
observação. (FONTE –
CHICO DE FRANCISCO de Adelino Silveira; ENCONTROS COM CHICO XAVIER de Cezar
Carneiro de Souza; MANDATO DE AMOR da
União Espírita Mineira e ENCONTROS NO TEMPO de Hércio Marcos Cintra Arantes).
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
O AMBIENTE INFLUI NA SAÚDE DOS ANIMAIS?
Em
suas análises sobre a questão dos fluidos nas páginas da REVISTA ESPÍRITA, Allan
Kardec revela que ‘grande número de doenças é devida aos fluidos
perniciosos de que é penetrado o organismo’ visto que “o ar é
saturado de fluidos conforme a natureza dos Espíritos (ou dos pensamentos
dominantes). Ambiente carregado de fluidos salutares ou ruins exerce influência
tanto sobre a saúde física como sobre a saúde moral. Em razão do seu grau de
sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera, viciada ou
vivificante”. Surge uma dúvida
interessante daí: os animais domésticos, seres vivos que convivem em casas e
apartamentos também estariam expostos? Pode haver relação com o fato de que alguns animais se
tornam mais susceptíveis às doenças do que outros,
isto é, o que faz baixar a resistência de alguns em relação a outros que permanecem resistentes? A possível resposta encontramos no
interessante livro TODOS OS ANIMAIS
MERECEM O CÉU inspirado mediunicamente ao Veterinário Marcel Benedetti. Isolando
informações de um dos capítulos, abstraímos de uma entidade orientadora o seguinte: -“A resistência
do animal cai proporcionalmente à quantidade de energias pesadas e
perturbadoras que são absorvidas por ele por estarem em grandes concentrações
no ambiente. Somente uma alteração energética é capaz de obstruir a energia
vital que deixa de circular parcial e gradualmente pelo corpo do enfermo.
Estando encarnados, nós os seres humanos vivemos em constantes trocas de
energias através de nossas relações sociais. Estas trocas podem ser positivas
ou negativas. Uma e outra são absorvidas e se acumulam ao nosso redor em forma
de camadas que se sobrepõem. Se estas energias forem preponderantemente
negativas, podem causar efeitos negativos sobre nossa saúde, algumas vezes. Quando
passamos por situações que nos desagradam, podem ocorrer explosões de raiva.
Com estas explosões expandimos parte destas que se impregnam no ambiente,
podendo atingir pessoas, animais e vegetais próximos ou a distância. Quando nos desequilibramos emocionalmente, até em
pensamento, também enviamos estas energias ao ambiente. Pessoas menos
preparadas, ao receberem este tipo de energia, podem se intoxicar com elas,
fazendo diminuir a atividade dos glóbulos brancos que, apesar de aumentarem em
quantidade, se tornam ineficientes em seu trabalho de defender o corpo contra
os germes ambientais. Deste modo os glóbulos brancos tornam-se apáticos por
estarem intoxicados e trabalham muito lentamente. Com isso também a produção de
substâncias de defesa do organismo é feita em pequenas quantidades,
dificultando o ataque aos invasores que encontram o caminho livre para sua ação
deletéria. Esta energia densa é uma das preferidas dos seres espirituais que
vivem na escuridão, por isso ao menor sinal de debilidade física ou emocional,
se aproximam para sugar as energias vitais contaminadas. O enfermo se torna,
então, vítima de dois tipos
de parasita até se esgotarem as forças e seu organismo entra em colapso. Os
germes patogênicos são materializações de germes astrais compostos de energias
pesadas. Estão, sob o aspecto de vírus ou bactérias ou outros agentes infecciosos...
Os agentes infecciosos são seres vivos mas sua carga energética negativa os
torna tão perigosos como se fossem bombas de extrema potência prestes a
explodir porque agem em conjunto, multiplicando a quantidade desta energia
densa. A cada vinte minutos surge uma nova geração de bactérias, por exemplo, aumentando
a carga energética perigosamente. As bactérias não patogênicas são as que,
antes de se materializarem, estavam sintonizadas com energias mais leves e
positivas, por isso na maioria das vezes não causam enfermidades, isto é, podem
se tornar patogênicas se se contaminarem com aquelas energias das quais
falávamos há pouco. Os
animais que vivem em nossa companhia adoecem em função de nossas energias,
pensamentos e atitudes. Somos responsáveis pela boa ou má saúde de nossos
companheiros animais. Eles adoecem quando absorvem grande parte destas energias
do ambiente. De modo geral, o fazem quase que voluntariamente em nosso favor. A presença deles purifica o
ambiente, mas os torna sensíveis a doenças, livrando seu dono de perder a saúde
de modo heroico. E quando seu dono se sensibiliza emocionalmente, ao ver seu
companheiro sofrendo, muda seu padrão de pensamento que se torna automaticamente
mais leve, dispersando aqueles mais pesados. Com estas mudanças, a saúde do
animal pode retornar.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
CURAS MEDIÚNICAS
Você já parou para pensar
sobre isso? Crê ser tudo ‘picaretagem’ como dito por conhecido médium
recentemente? Sabia que quando do surgimento do Espiritismo inúmeros foram os
casos de curas operados por médiuns conforme noticiado por Allan Kardec
nas páginas da sua REVISTA ESPÍRITA? Pesquisando o nelas preservado,
construímos a palestra AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ que esta semana
estará disponibilizada neste Blog. É surpreendente, constituindo-se em material
muito útil para quem atua neste campo. Das 27 esclarecedoras questões,
destacamos três para sua avaliação. 1- O conhecimento da mediunidade de
cura é uma das muitas revelações ou conquistas que devemos ao Espiritismo. O
que vem a ser?
A mediunidade curadora embora parte integrante do Espiritismo, é, por si
só, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e não só abarca todas as
doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão
complexas, das obsessões, que, por seu turno, também influem sobre o organismo.
A mediunidade curadora é
exercida pela ação direta do médium sobre o doente, com o auxílio de uma
espécie de magnetização de fato ou de pensamento. Quem diz médium
diz intermediário. Há uma
diferença entre o magnetizador propriamente dito e o médium curador: o primeiro
magnetiza com seu fluido pessoal, e o segundo com o fluido dos Espíritos, ao
qual serve de condutor. O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o
magnetismo humano; o que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo
espiritual. O Espírito pode agir diretamente, sem intermediário,
sobre um indivíduo, como foi constatado em muitas ocasiões, seja para o aliviar
e o curar, se possível, seja para produzir o sono sonambúlico. Quando age por
um intermediário, é o caso da mediunidade curadora. O médium
curador recebe o influxo fluídico do Espírito. 2- Qualquer
pessoa pode tornar-se médium de cura? Seria um erro
considerar o aplicador como simples máquina de transmitir fluídos. Nisto,
como em todas as coisas, o produto está na razão do instrumento e do agente
produtor. Devido ao temperamento e constituição do médium, seu
fluído está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades
especiais. As qualidades do fluído humano apresenta
nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo.
É evidente que o fluído emanado de um corpo doente pode inocular
princípios mórbidos no assistido. As qualidades morais do
transmissor, isto é, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e
desinteressado de aliviar o seu semelhante, aliados à saúde do corpo, dão ao
fluído um poder reparador que pode, em certos indivíduos, aproximar-se das
qualidades do fluído espiritual. Há, pois, para o médium curador
a necessidade absoluta de se conciliar o concurso dos Espíritos Superiores, se
quiser conservar e desenvolver sua faculdade, senão, em vez de crescer ela
declina e desaparece pelo afastamento dos Bons Espíritos. A
primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não
alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. Esta condição
não poderia ser executada sem o mais completo desinteresse material e moral.
3- O
‘milagre’ das tradições religiosas na verdade não resulta do desconhecimento
disso? A cura é produzida em todos os casos, pela
magnetização espiritual, pela ação do fluido emanado do Espírito desencarnado.
Esse fluido, não obstante etéreo, não deixa de ser matéria. Pela corrente que lhe imprime, o
Espírito pode com ele impregnar e saturar todas as moléculas da parte doente
podendo modificar suas propriedades. A energia da corrente está na razão do
número, da qualidade e da homogeneidade dos elementos que compõem a corrente
das pessoas chamadas a fornecer seu contingente fluídico. Essa corrente provavelmente ativa a
secreção que deve numa fratura, por exemplo,
produzir a soldadura dos ossos, assim produzindo uma cura mais rápida do
que quando entregue a si mesma. Isto
é tanto mais provável quanto o Espírito não cura por milagre, mas por uma
aplicação mais judiciosa das leis da Natureza, em virtude de sua clarividência.
Se, como a Ciência é
levada a admitir, a eletricidade e o calor não são fluidos especiais, mas modificações
ou propriedades de um fluido elementar universal, devem fazer parte dos
elementos constitutivos do fluido perispiritual. Sua ação, no
caso presente, está, pois, implicitamente compreendida, absolutamente como
quando se bebe vinho, necessariamente se bebe água e álcool.
sábado, 17 de setembro de 2016
AFOGADOS -TRAÇO COMUM EM VÁRIAS HISTÓRIAS
No
riquíssimo acervo construído pelo médium Chico Xavier com as cartas
psicografadas de forma mais intensa ao longo de mais de duas décadas, não
faltam casos de pessoas que morreram por afogamento e voltaram para confirmar
aos familiares que apenas o corpo teve interrompido o fluxo da vida. Eles
sobreviveram para contar o sucedido nos momentos que marcaram e se seguiram à
traumatizante experiência, bem como, revelaram indicadores dos fatores causais
que determinaram o inesperado retorno ao Plano Espiritual. Além de provarem serem eles mesmos através de dados pessoais desconhecidos pelo médium, deram-lhes não só a
certeza de que se reencontrariam e que se mantinham emocional e mentalmente ligados
ao ambiente do lar em que conviviam. Dentre
os relatos preservados em livros, destacamos: 1- Cleide Aparecida Rodrigues de
Almeida, 20 anos, afogada na noite de 19 de fevereiro de 1980 após o
carro em que saíra a passeio com amigo ter sido arrastado para o leito do Rio
Tamanduateí que transbordara em meio às torrenciais chuvas que caiam sobre a
capital paulista. 2- Jair Presente,
25 anos, desencarnado segundo Atestado de Óbito por afogamento na Lagoa Azul,
em Americana, SP, em 3 de fevereiro de 1974, após mergulho com amigos em
atividades de recreação; 3 – Os irmãos Fortunato, Jair (de 13 anos), Osmar
(de 15) e José (com 16), mortos em 4 de dezembro de 1961,
afogados na piscina em Fazenda de amigos
de seus pais, em meio a tentativas de se salvarem, após um deles ter caído acidentalmente.
Em sua mensagem, entre outros comentários Cleide diz: - “Aquela
terça-feira de carnaval, para nós, foi realmente uma noite de redenção pela
dor. Quando nos afastamos de casa para alguns minutos de entretenimento,
ignorávamos que nos púnhamos a caminho de um ponto alto de vossa vida
espiritual. A Terra física apresenta dessas surpresas. (...) Rogo não só à
mãezinha, a meu pai, a Cleusa e Cláudio para que não choremos senão de
reconhecimento a Deus pelo fato da vida não nos cercear a necessidade do
resgate de certas contas que jazem atrasadas no livro do tempo. É verdade que o
nosso veículo rodou no asfalto da rua para o curso do Tamanduateí, compelindo o
nosso amigo Nelson e a mim própria à desencarnação violenta, mas é possível
imaginar que os automóveis de hoje substituem as carruagens de ontem e sempre
existiram perigosos cursos d´água, sobre os quais muitos delitos foram
cometidos e ainda são perpetrados até hoje por espíritos que se fazem devedores
perante as leis Divinas. O companheiro e eu estávamos empenhados a certa dívida
do pretérito que, pela Misericórdia do Senhor, fomos chamados a ressarcir, em
nosso próprio benefício”.
Já José Fortunato, 21
anos após o terrível acidente em mensagem recebida em reunião publica de 19 de
fevereiro de 1982 explica: -“Quando caímos nas
águas da grande piscina, o Osmar, o Jair e eu estávamos sendo conduzidos pelos
Desígnios do Senhor a resgatar o passado que nos incomodava. Nada posso
detalhar quanto ao fim do corpo de que nos desvencilhamos, como quem se vê na
contingência de trocar a veste estragada e de reajuste impossível. O sono
compulsivo que nos empolgou os três foi algo inexplicável de que voltamos à
forma da consciência, dias após o estranho desenlace. Estávamos os três
alarmados e infelizes no hospital a que fomos transportados, quando duas
senhoras se destacaram dos serviços de enfermagem para nos endereçarem a
palavra... (...) Muitos dias e meses correram nessa situação de incompreensão e
de dor... Dois anos passados, fomos visitados por um amigo de nossa família que
se deu a conhecer por Miguel Pereira Landim, respeitado e admirado por nossos
familiares da Espiritualidade. Nossa avó Maria Justina nos permitiu
endereçar-lhe perguntas e todos os três indagamos dele a causa do sucedido em
nossa ida a Mogi. Ele sorriu e marcou o dia em que nos facultaria o
conhecimento do acontecido em suas causas primordiais. Voltando a nós, na
ocasião prevista, conduziu-nos, os três, à Matriz do Senhor Bom Jesus, em
Ibitinga. Entramos curiosos e inquietos. A igreja estava repleta de militares
desencarnados. Muitos traziam as medalhas conquistadas, outros ostentavam
bandeiras. Em meu coração passou a surgir a recordação que eu não estava
conseguindo esconder. De repente, vi-me na farda de que não me lembrava, junto
dos irmãos igualmente transformados em homens de guerra e o nosso olhar se
voltou inexplicavelmente para as cenas que se nos desenrolavam diante dos
olhos. Envergonho-me de confessar, mas a consciência não me permite recuos.
Vi-me com os dois irmãos numa batalha naval, que peço permissão para não
mencionar pelo nome, quando nós, na condição de brasileiros, lutávamos com os
irmãos de república vizinha... Afundávamos criaturas sem nenhuma ligação com as
ordens belicistas nas águas do grande rio, criaturas que, em vão, nos pediam misericórdia
e vida... Replicávamos que em guerra tudo resulta em guerra”. Quanto a Jair
Presente, na carta escrita 42 dias após a mudança conta: Tenho a mente nublada. Consigo entender muito pouco aquilo que se
passa em torno de mim. As lágrimas dos meus queridos me prendem. Que há, meu
Deus? Não pensem que desapareci para sempre. (...) Creio apenas que perder o
corpo mais pesado não é desvencilhar-se do peso de nossas emoções e
pensamentos, quando nossos pensamentos e emoções jazem nas sombras da angústia.
Eu encontrei muito amparo, mas a não ser o meu avô Basso, a quem me ligo pelo
coração, não tenho ainda memória para funcionar aqui; minha faculdade de
lembrar está com vocês, assim à maneira de um balão escravizado. Ajudem-me.
Preciso ver e ouvir aqui para retomar-me como sou. As vozes de casa chegam ao
meu coração e, como se continuássemos juntos, vejo-os no quarto, guardando-me
as lembranças como se devesse chegar a qualquer instante. E o meu pensamento
não sai de onde me prendem. Agradeço, sim, o amor em suas lágrimas. (...)
Esqueçam o que sucedeu, ninguém me prejudicou, ninguém teve culpa. Mal sabia eu
que um passeio domingueiro era o fim da resistência física. O coração parou, ao
modo de um motor de que não se descobre imediatamente o defeito. Sou eu quem
deu tanto trabalho aos amigos. Notei quando me chamavam, quando me abraçavam,
massageavam e me faziam quase respirar sem conseguir. Agradeço por tudo. Depois
foi o sono, um sono profundo, do qual acordei para chorar com o pranto de meus
pais e de meus afetos mais queridos. (...) Deixei o corpo num domingo sem
extravagâncias quaisquer. Há quem pense em drogas, quando se deixa a vida
física assim qual me sucedeu. Mas não havia drogas, nem abuso da véspera.
Estávamos sóbrios e brincávamos à maneira de pássaros descuidados. Em qualquer
lugar, que me achasse, a queda de forças seria a mesma”.
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
VÍTIMA DA ‘SAIDINHA’ DE BANCO
Modalidade de delito que vitima centenas de pessoas diariamente, algumas
fatais, é praticada tanto em grandes centros como em pequenas localidades. O
fato seguinte deu-se em 16 de novembro de 1992, em São Caetano do Sul, São
Paulo. Naquele dia, após sacar dinheiro em agência bancária para saldar
compromissos empresariais, o advogado Cláudio Giannelli, foi perseguido
por assaltantes, abordado a poucos metros de sua residência e atingido por um
disparo efetuado por um dos bandidos.
Socorrido, chegou vivo ao hospital para onde foi levado, falecendo antes
de medidas mais efetivas para salvá-lo. Cláudio, 45 anos, casado, pai de
cinco filhos, dias antes de desencarnar, deixava transparecer em vários
comentários a familiares uma insistente preocupação de que a sua partida deste
Plano Terreno estaria prestes a se cumprir. Muito querido no meio familiar por
seus dotes de bondade e alegria, Cláudio rapidamente se refez na Espiritualidade.
Alguns meses após o ocorrido, seus irmãos Odília e Gilberto, estavam em
Uberaba, na esperança de alguma informação de Chico Xavier. Na verdade,
receberam uma carta de Cláudio que lhes infundiu a certeza
de que o irmão não morrera além de muito conforto e paz. Detalhe curioso: foi a
única mensagem recebida naquela noite, tendo o tempo consagrado às psicografias
sido retardado reiteradas vezes, pois o médium afirmava que a irmã de Claudio
se atrasara na viagem mas estava a caminho, sendo-lhe importante testemunhar o fenômeno
que se daria. Da emocionante e emocionada carta destacamos: -“Estou
bem, no entanto, ver a esposa tão atribulada não me permite um passo a mais na
renovação de que necessito. A morte do corpo é mudança de vestimenta, sem alterar-nos
naquilo que realmente somos. (...) Para esclarecimento, especialmente à nossa
Zilda, comuniquem a ela que estive consciente, embora plenamente anulado, até
o Hospital São Caetano. Quando me vi cercado por médicos e enfermeiros, um
homem chegou, de leve, até onde me achava estirado e se aproximou de meus
ouvidos, dizendo-me: “Filho, não tenha medo! Jesus não nos abandona. Não se
aflija com a agressão de que foi vítima! Descanse o seu pensamento que a dor
esfacela e pense na Bondade de Deus! Entregue a esposa e os filhos à
Misericórdia Divina e repouse...” Quem me falava assim no tom que não posso
esquecer? Ele respondeu-me: “Estamos juntos. Sou o seu pai Mario que volta a
você para transportá-lo comigo!” Ao ouvir aquelas palavras as lágrimas me brotaram
dos olhos e procurei a tranquilidade na oração última. Então, senti que,
enquanto ali se preocupavam com o meu corpo ensanguentado pelo tiro que me
alcançara, meu pai ali estava comigo auxiliando-me a confiar em Deus. Uma
bênção de paz me desceu ao coração, e, entreguei-me aos braços de meu pai, que
se fazia acompanhar de outros amigos. Retiraram-me do corpo devagarzinho, como
se para ele houvesse, voltado a ser criança. Colocou-me de pé e abraçou-me como
se eu estivesse nos dias da primeira infância e, tão pacificado me vi, que
entrei num sono calmante para mim naquela hora incompreensível. Em seguida,
carregando-me nos próprios braços, notei que deixávamos o Hospital e nos
puséramos a caminho. Chegamos, seguidos pelos amigos que lhe partilhavam aquele
maravilhoso transporte e fui internado numa clínica de grande tamanho, numa
paisagem que não era mais a nossa. Ali, com a passagem de algumas horas, meu
pai informou-me quanto a minha nova situação. Fiquei ciente de que alguém
projetara sobre mim uma bala mortífera. Mas quando tive o primeiro impulso de
revolta, meu pai asserenou-me, pedindo que eu entregasse tudo a Deus e de nada
me queixasse. Segui aqueles conselhos que me tocavam a alma e pude esperar que
passassem alguns dias até o momento de rever Zilda e os filhos. Chegou esse
momento, em dezembro, (...) Cheguei emocionado em nossa casa da Rua Thomé de
Souza e achei a querida Esposa tão ferida no íntimo que não suportei o pranto
que se represava dentro de mim. Chorei ou choramos juntos e, até agora, estou
trabalhando para asserenar-lhe o pensamento de mãe que enfrenta as provações da
viuvez. (...) Roguem também aos meus queridos filhos não comentarem a dolorosa
prova de meu desenlace da Vida Física, e nem guardarem qualquer desconfiança ou
o veneno do ódio no coração. Quem comete
um delito, fere a si mesmo e não à vítima que caiu prostrada e indefesa, mas
confiante em Deus. Cláudio Giannelli”.
A íntegra desta e outras mensagens poderá ser lida na obra “RENASCIMENTO ESPIRITUAL”, publicado
pelo Ideal.
terça-feira, 13 de setembro de 2016
PORQUE NÃO ACREDITAR EM TODOS OS ESPÍRITOS
Na atualidade observa-se grande número de
pessoas fiando-se quase cegamente na opinião de Espíritos que se ocultam em
nomes de personagens conhecidos da História da Humanidade. Fato relevante, foi analisado por Allan
Kardec no numero de abril de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Suas considerações
servem para formarmos nossa própria opinião. Diz, entre outras coisas: -“Não
sendo os Espíritos senão as almas dos homens, comunicando-nos com eles não
saíamos fora da Humanidade, circunstância capital a considerar-se. Os homens de
gênio, que foram fachos da Humanidade, vieram do Mundo dos Espíritos e para lá
voltaram, ao deixarem a Terra. Desde que os Espíritos podem comunicar-se com os
homens, esses mesmos gênios podem dar-lhes instruções sob a forma espiritual,
como o fizeram sob a forma corpórea. Podem instruir-nos, depois de terem
morrido, tal qual faziam quando vivos; apenas, são invisíveis, ao invés de
serem visíveis; essa a única diferença. Não devem ser menores do que eram a
experiência e o saber que possuem e, se a palavra deles, como homens, tinha
autoridade, não na pode ter menos, somente por estarem no Mundo dos Espíritos.
Mas, nem só os Espíritos superiores se manifestam; fazem-no igualmente
os de todas as categorias, e preciso era que assim acontecesse, para nos
iniciarmos no que respeita ao verdadeiro caráter do Mundo Espiritual,
apresentando-se-nos este por todas as suas faces. Daí resulta serem mais
íntimas as relações entre o Mundo Visível e o Mundo Invisível e mais evidente a
conexidade entre os dois. Vemos assim mais claramente donde procedemos e para
onde iremos. Esse o objetivo essencial das manifestações. Todos os Espíritos,
pois, qualquer que seja o grau de elevação em que se encontrem, alguma coisa
nos ensinam; cabe-nos, porém, a nós, visto que eles são mais ou menos
esclarecidos, discernir o que há de bom ou de mau no que nos digam e tirar,
do ensino que nos deem, o proveito possível. Ora, todos, quaisquer que
sejam, nos podem ensinar ou revelar coisas que ignoramos e que sem eles não
saberíamos. Os grandes Espíritos encarnados são, sem duvida, individualidades
poderosas, mas de ação restrita e lenta propagação. Viesse um só dentre eles,
embora fosse Elias ou Moisés, revelar, nos tempos modernos, aos homens, as
condições do Mundo Espiritual, quem provaria a veracidade das suas asserções,
nesta época de cepticismo? Não o tomariam por sonhador ou utopista? Mesmo que
fosse verdade absoluta o que dissesse, séculos se escoariam antes que as massas
humanas lhe aceitassem as ideias. Deus, em sua sabedoria, não quis que assim
acontecesse; quis que o ensino fosse dado pelos próprios Espíritos, não por
encarnados, a fim de que aqueles convencessem da sua existência a estes últimos
e quis que isso ocorresse por toda a Terra simultaneamente, quer para que o
ensino se propagasse com maior rapidez, quer para que, coincidindo em toda
parte, constituísse uma prova da verdade, tendo assim cada um o meio de
convencer-se a si próprio. Tais o objetivo e o caráter da revelação
moderna. Os Espíritos não se
manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe
transmitir, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o
homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças.
Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas.
De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos
Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que
seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as
coisas. Saídos da Humanidade, eles
constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no Plano Invisível também os
há superiores e vulgares; muitos deles, pois, científica e filosoficamente,
sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem
menos. Do mesmo modo que os homens,
os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas,
dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados. Pedir o homem conselhos aos Espíritos não é
entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais,
com aqueles mesmos a quem ele se dirigiria neste mundo; a seus parentes, seus
amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele. Disto é que importa se
convençam todos e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo,
fazem ideia completamente falsa da natureza do Mundo dos Espíritos e das
relações com o além-túmulo.
domingo, 11 de setembro de 2016
PORQUE OS MÉDIUNS FRACASSAM
Embora inerente ao Ser
humano pelas múltiplas funções da glândula pineal ou epífise, a mediunidade em
alguns casos, serve como instrumento de reabilitação Espírito imortal perante
os artigos do Código Penal de Vida Futura apresentado por Allan
Kardec no capítulo 7 da obra O CÉU E O INFERNO ou A
Justiça Divina segundo o Espiritismo. Comentário do Espírito Emmanuel
através do médium Chico Xavier observa que “trazidos às tarefas
do Espiritismo, somos seres endividados de outras épocas, empenhados ao
trabalho de aperfeiçoamento gradativo com o amparo de Jesus. Tiranos de ontem,
somos agora convocados a exercícios de obediência e tolerância para as
aquisições de humildade. Autoridades absorventes que dilapidávamos os bens que se
nos confiavam, em benefício de todos, vemo-nos induzidos, na atualidade, a
servir em regime de carência a fim de aprendermos moderação à frente da vida.
Inteligências despóticas que abusávamos da frase escrita ou falada,
prejudicando multidões, estamos hoje entre inibições e dificuldades, nos
domínios da expressão verbal, de modo a reconhecermos quanto respeito se deve à
palavra. Criaturas que infelicitávamos outras muitas, deteriorando-lhes a
existência em nome do coração, achamo-nos presentemente em longos calvários do
sexo a fim de aprimorarmos os impulsos do próprio amor”. Raros, contudo, os que vencem a si mesmos no exercício
de suas faculdades tarefas mediúnicas. Allan Kardec com a precisão de
sempre, comenta o motivo de tantas quedas na edição de março de 1860 da REVISTA ESPÍRITA. Segundo ele “o
orgulho é o escolho de um grande número de médiuns e vimos muitos cujas
faculdades transcendentes se aniquilaram ou perverteram, desde que deram
ouvidos a este demônio tentador. As melhores intenções não dão garantia contra
os embustes e é precisamente contra os bons que dirige as suas baterias, pois
se satisfaz em fazê-los sucumbir e mostrar que ele é o mais forte; insinua-se
no coração com tanta habilidade que muitas vezes o enche sem que o suspeite. Assim, o orgulho é o último defeito que
confessamos a nós mesmos, semelhante a essas moléstias mortais que se tem em
estado latente e sobre cuja gravidade o doente se ilude até o último momento.
Eis por que é tão difícil erradicá-lo. A partir do momento que um médium
desfrute de uma faculdade, por menos notável que seja, é procurado, elogiado,
adulado. Para ele isso
é uma terrível pedra de toque, pois acaba se julgando indispensável, se não for
essencialmente simples e modesto. Infeliz dele, sobretudo se julgar que somente
ele poderá entrar em contato com os Espíritos bons. Custa-lhe reconhecer que foi enganado e,
muitas vezes, escreve ou ouve sua própria condenação, sua própria censura, sem
acreditar que a ele seja dirigida. Ora, é precisamente essa cegueira que o
aprisiona. Os Espíritos
enganadores se aproveitam para o fascinar, dominar, subjugar cada vez mais, a
ponto de lhe fazerem tomar por verdades as coisas mais falsas; é assim que nele
se perde o dom precioso, que não havia recebido de Deus senão para se tornar
útil aos semelhantes, já que os Espíritos bons sempre se afastam daqueles que
preferem escutar os maus. Aquele
a quem a Providência destina a ser posto em evidência o será pela força das
coisas, e os Espíritos bem saberão tirá-lo da obscuridade, se isso for útil, ao
passo que, muitas vezes, quanta decepção para quem é atormentado pela necessidade
de fazer falar de si”! Com isso, além de
se comprometerem, acabam por retardar a expansão da própria Doutrina Espírita. Conforme o Espírito do grande
pesquisador e escritor Gabriel Dellane em
entrevista a André Luiz pelo médium Waldo Vieira “os maiores embaraços para o Espiritismo
procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através
da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência,
e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos
das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas
estão prontos a ridiculariza-las, através de escritos sarcásticos ou da arte
histriônica”.
.
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
REVELAÇÃO SURPREENDENTE
A lógica da Doutrina Espírita não oferece espeço para lamúrias diante
dos infortúnios que nos surpreendem nas experiências dessa Dimensão em que nos
encontramos. Especialmente aquelas mais
difíceis. O caso que que apresentaremos a seguir confirma esse argumento. Confirma que dependendo de sua condição evolutiva, o Espírito que morre fisicamente na primeira infância recupera reassume sua personalidade anterior em tempo relativamente curto. Para conhece-lo o fato em que nos baseamos,
vamos voltar a 23 de agosto de 1982, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Naquele
dia, concluía sua rápida passagem por nossa Dimensão, o menino Artur
Francisco Koller, então com três anos e meio, em consequência de um
câncer no fígado. Filho temporão de uma
família de três meninas com 17, 18 e 19 anos respectivamente, além de um irmão
de 12 anos, era o centro das atenções de todos pela sua vivaz inteligência,
tendo aprendido a falar com apenas um ano, e aos dois se comunicava como um
adulto. Segundo sua mãe, começou a aprender a ler sem que ninguém o ensinasse,
juntando as letras e dizendo o que estava escrito. Apenas cinco meses após sua
desencarnação sua mãe e sua tia estavam no Grupo Espírita da Prece, na
expectativa de receberem notícias do querido filho e sobrinho. Sua tia, a
propósito, apenas 20 dias após a morte do menino, recebera uma primeira
mensagem, captada mediúnicamente, na qual cita um detalhe somente do
conhecimento do menino e da mãe. Um mês
e meio após sua partida, outra mensagem através da tia, que, duvidando,
escondeu numa estante de sua casa, atrás de alguns livros. No encontro com Chico,
no dia 28 de janeiro de 1983, em Uberaba, mostrou-lhe a primeira mensagem que
havia recebido, ouvindo do médium: “Minha irmãzinha, dê à sua irmã também a
outra mensagem que você tem em sua casa escondida atrás dos livros, na estante.
É tão verdadeira como esta. Continue a receber, minha irmãzinha, porque você está
recebendo tesouros dos céus”. À
noite, Chico psicografaria a primeira das duas cartas escritas por Artur
Francisco, confirmando em algumas palavras sua autoria. Um ano depois,
na reunião de 17 de fevereiro, a volta do Espirito escrevendo a segunda
mensagem da qual destacamos o trecho em que o Espirito faz surpreendente revelação:
-“Após
receber muitas indagações do papai Erny, indagações do silêncio e da dor que
lhe ficaram no espírito, empenhei-me a saber porque a moléstia de nosso
conhecimento me alcançara tão cedo; subtraindo-me a possibilidade de continuar
em nossa casa. E o meu avô me conduziu a um Instituto de
Reconhecimento, dedicado ao auxílio de nossas inquirições, acerca de nós mesmos
-,e, com auxílio de dois Amigos Espirituais do sul, Dr Paulo Hecker e o Dr
Pedro Rosa, - fui submetido aos exames necessários, no sentido de penetrar na
causa do meu problema orgânico e, através de quadros vivos em aparelhos de que
a nossa televisão é pálida imagem, pude ser conduzido a recessos no tempo que
ignoro como esclarecer. Em companhia do avô Clarindo e outros amigos, vi-me na
condição de um homem ainda jovem a envenenar-se voluntariamente num capricho de
afeição incompreendida pelo meu grupo familiar e, em seguida a muitas
dificuldades no Plano Espiritual, observei-me reconduzido ao Plano Físico, onde
renasci dos meus queridos pais de agora, mas carregando comigo o desequilíbrio
celular que se manifestaria especialmente em meu campo orgânico no momento
justo. O avô Belarmino é
de parecer que lhes diga tudo isso porque existem multidões de crianças
portadoras de males irreversíveis em consequência de suicídio próximo, ‘em me
referindo ao tempo que passou e não no futuro. Quero dizer suicídio recente. Aí
está em poucas palavras para os pais queridos a explicação do câncer
considerado prematuro e inexplicável no mundo físico, que me destruiu as
forças, dia por dia. Vejamos que a doença foi para mim algo
semelhante a um exaustor de resultados infelizes, exaustor que me restituía a
forma perfeita. Presentemente, busco novas lições para desenvolver-me mais
depressa e conquistar o crescimento de ordem mental de que necessito”. A integra
desta e outras cartas pode ser lida na obra VOZES DA OUTRA MARGEM, publicada pelo IDE, de Araras, São Paulo.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
AOS QUE SE AMAM
Quem se serve da REVISTA ESPÍRITA publicada por Allan Kardec entre 1858 e 1869 quando de sua morte, percebe que ele a transformou num manancial
extraordinário de informações complementares às dúvidas suscitada pelos
estudiosos do Espiritismo procedentes de vários grupos espalhados por outra
localidades ou países. No número de julho de 1862, por exemplo, numa das
seções da publicação um questionamento proposto por praticantes da cidade de
Bordeaux, em reunião de fevereiro daquele ano sobre a UNIÃO SIMPÁTICA DAS ALMAS. Primeira
pergunta sobre se a reencarnação não acaba separando os que associados em
relações afetivas, o esclarecimento: -“Deus
permite aos que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para
expiar suas faltas, reunir-se, a princípio no Mundo dos Espíritos, onde
progridem juntos, a fim de conseguirem encarnações nos mundos superiores.
Podem, pois, se o pedirem com fervor, deixar os Mundos Espírituais na mesma
época, reencarnar nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias
previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns
terão pedido para serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e se
sentirão felizes por o dirigirem no bom caminho, cercando-o dos ternos cuidados
da família e da amizade. Outros terão pedido a graça de se unirem pelo
matrimônio e verem escoar-se muitos anos de felicidade e de amor. Refiro-me ao
casamento entendido no sentido da união íntima de dois seres que não querem
separar-se mais. À pergunta
sobre se Nós nos reconhecemos nessas novas e felizes existências?, o
Espírito comunicante, entre outras coisas, diz –“Assim como em vossa Terra dois
amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na sociedade, e se buscam
muito mais do que se suas relações apenas datassem de alguns dias, também os
Espíritos que mereceram o inapreciável favor de se unirem nos mundos superiores
são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo encontro, que
corresponde às suas mais caras aspirações. Os mundos colocados acima da Terra
na escala da perfeição são cumulados de todos os favores que possam contribuir
para a perfeita felicidade dos seres que os habitam; o passado não lhes é
oculto, porque a lembrança de seus antigos sofrimentos, de seus erros,
resgatados à custa de muitos males, e a lembrança, ainda mais viva, de suas
afeições sinceras, lhes faz achar mil vezes mais doce essa nova vida e os
protegem contra faltas a que, talvez, pudessem ser arrastados por uns
resquícios de fraqueza. Para os homens esses mundos são o paraíso terrestre,
destinado a conduzi-los ao paraíso divino. Sobre essas opiniões, Allan
Kardec observa: –“Enganar-nos-íamos redondamente quanto ao
sentido desta comunicação se nela víssemos uma crítica às leis que regem o
casamento e a sanção das uniões efêmeras extraoficiais. No que respeita às
leis, as únicas imutáveis são as Leis Divinas, ao passo que as leis humanas,
devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos, aos climas e ao grau de
civilização, são essencialmente mutáveis; seria deplorável que assim não fosse,
e que os povos do século dezenove estivessem presos às mesmas regras que regiam
os nossos pais. Assim, se as leis mudaram deles até nós, como não chegamos à
perfeição, deverão mudar de nós aos nossos descendentes. No momento em que é
feita, toda lei tem a sua razão de ser e a sua utilidade; mas pode acontecer
que, sendo boa hoje, não mais o seja amanhã. No estado dos nossos costumes, de
nossas exigências sociais, o casamento necessita ser regulado pela lei, e a
prova de que esta lei não é absoluta é que não é a mesma para todos os países
civilizados. É, pois, permitido pensar que nos mundos superiores, onde não há
os mesmos interesses materiais a salvaguardar, onde não existe o mal, isto é,
onde os Espíritos maus são excluídos da encarnação, onde, conseguintemente, as
uniões resultam da simpatia e não do cálculo, as condições devam ser
diferentes. Mas aquilo que é bom para eles poderia ser muito mau para nós. Além
disso, é preciso levar em conta que os Espíritos se desmaterializam à medida
que se elevam e se depuram. Só nas fileiras inferiores a encarnação é material.
Para os Espíritos superiores não há mais encarnação material e, consequentemente,
não há procriação, pois esta se dá pelo corpo e não pelo Espírito. Uma afeição
pura é, pois, o único objetivo da união e, por isto, ao contrário do que ocorre
na Terra, não necessita da sanção oficial.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
PARA PENSAR
Em meio às mudanças
extraordinárias do século 19 em relação aos anteriores, lançando as bases do
conhecimento e cultura que se refletiu no século 20, Allan Kardec
através de suas pesquisas, dois anos antes da Teoria Evolucionista de Charles
Darwin e meio século das proposições do Psiquiatra Freud
com sua Psicanálise ofereceu, reuniu e disponibilizou elementos para uma
compreensão mais ampla do Ser, da Individualidade. Alguns deles estão no
conteúdo de PERSONALIDADE HUMANA – as respostas que o Espiritismo dá.
Conheça e reflita sobre três delas na sequência: 1-O Espiritismo afirma
ser a destinação do Espírito sua evolução que, na condição humana,
caracteriza-se pela capacidade do pensamento contínuo como consequência da
“individualização do princípio inteligente” que, por sua vez, teria
desenvolvido suas potencialidades nas variadas formas e espécies dos reinos mineral,
vegetal, animal irracional inferior/superior, estando atualmente na condição do
animal racional ou humana. Quando e como teria se iniciado essa caminhada
evolutiva?
O Espírito
está em sua origem, num estado de nulidade moral e intelectual, como a criança
que acaba de nascer.(RE, 1864) Semelhante ao estado de infância na
vida corpórea. Essa caminhada é cumprida numa série de existências que precedem
o período chamado Humanidade (LE) que, não tem na Terra o ponto de
partida da primeira encarnação humana, começando, em geral, nos mundos ainda
mais inferiores, não sendo, porém, regra absoluta, podendo, ocorrer como
exceção..(LE) A Terra oferece um vasto campo de progresso, por
reunir variados graus de inteligência e moralidade, desde a selvageria própria
do animal até a Civilização mais adiantada(G) A faculdade dominante no estado selvagem é o
instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade em certas coisas,
liberdade que se desenvolve com a inteligência (LE) Suas predisposições instintivas são as de antes da
sua encarnação, podendo impeli-lo a atos repreensíveis, no que será secundado
por Espíritos simpáticos a essas disposições (LE) Sua inteligência
apenas desabrocha; ela ensaia para a vida..(LE) 2- Como o Espiritismo racionaliza
a questão da evolução individual e coletiva? Allan Kardec,
considera existirem três períodos no trabalho da evolução, abrangendo as
condições sempre transitórias do Espírito. O primeiro, o PERÍODO MATERIAL no qual a influência da matéria domina a do
Espírito. É o estado das criaturas dadas às paixões brutais e carnais, à
sensualidade, cujas aspirações são exclusivamente terrenas, ligadas aos bens
temporais, ou refratárias às ideias espirituais. O segundo, o PERÍODO DE
EQUILÍBRIO em que as influências da matéria e do Espírito se exercem
simultaneamente; em que, embora submetido às necessidades materiais, a criatura
pressente e compreende o estado espiritual, trabalhando para sair do estado
corporal. Esses dois períodos realiza nos mundos inferiores e médios, estando
sujeito à reencarnação. Por fim, o PERÍODO ESPIRITUAL em que,
tendo dominado completamente a matéria, o Espírito não mais necessita da encarnação,
nem do trabalho material; seu trabalho é inteiramente espiritual; é o estado
dos Espíritos nos Mundos Superiores. (RE)
3- A memória então, assume um papel decisivo na questão da formação da
personalidade? Limitada em suas ideias e aspirações, tendo circunscritos seus
horizontes, a criatura na fase humana precisa sedimentar todas as coisas e
identifica-las, a fim de guardar delas apreciável lembrança e basear seus
futuros estudos nos dados que haja reunido. Pelo sentido da visão foi que lhe vieram as
primeiras noções do conhecimento. Foi a imagem de um objeto que lhe ensinou a
existência desse objeto. Quando conheceu muitos, tirou deduções das impressões
diferentes que eles lhe produziam no íntimo do Ser. Fixou na inteligência a
quintessência deles por meio do fenômeno da memória. Ora, o que é a
memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para
encontrar de novo ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se
foram?
sábado, 3 de setembro de 2016
O MOMENTO SEGUINTE
Na visão dominante na nossa Dimensão, tudo cessou no instante fatal. A
mediunidade identificada e explicada pelo Espiritismo, contudo, confirma que
não. E a vivenciada pelo médium Chico Xavier produziu um acervo de
documentos ainda pouco conhecidos e estudados pelos que buscam respostas para a
inesperada, mas inevitável, experiência da morte. A historia a seguir demonstra
isso. Para conhecê-la, vamos recuar à 1983, no bairro da Mooca, capital
paulista. Naquele ano, o jovem Dialma Coltro Filho, frequentava o
segundo ano de direito de uma das faculdades de São Paulo, curso após cuja
conclusão, tencionava seguir a carreira de Delegado de Polícia. Dialma,
apesar dos seus vinte anos, tinha como hobby colecionar armas de fogo, tendo
muita consciência sobre o perigo que representavam. Com a venda de um
automóvel, aceitou como parte de pagamento um exemplar de uma Mauser 365. Para
processar pequena limpeza na peça, com os cuidados de sempre, desativou a arma,
retirando o pente de balas, a fim de guardá-la com as outras colecionadas.
Embora a cautela, porém, não percebeu que uma das balas ficara na agulha
provocando o disparo acidental que lhe atingiu em cheio a cabeça interrompendo
sua ainda curta existência física. Apesar das várias suposições a respeito, Dialma
contaria na carta escrita através do médium Chico Xavier, a forma
como se deu sua desencarnação. A mensagem foi recebida exatamente no dia em que
ele completaria 21 anos, caso estivesse encarnado, ou seja, em 18 de agosto de
1983, portanto, quatro meses e quatro dias após sua morte física. Um detalhe
curioso da página é que ao final dela, Dialma precisou repetir, por quatro
vezes sua assinatura, visto que as pontas dos lápis usados se quebravam.
Estranhando o fato, o Sr. Weaker Batista que na ocasião virava
as páginas que Chico ia psicografando, ouviu posteriormente
do médium a seguinte explicação: “- O nosso rapaz é canhoto, essa a
dificuldade”... Confrontadas as assinaturas da mensagem e de documentos
do rapaz, observou-se a grande semelhança entre ambas e, indagada sobre a
justificativa dada por Chico sobre a assinatura ter-se
repetido quatro vezes, a mãe do rapaz confirmou: ele realmente era canhoto.Vejamos
alguns trechos da extensa mensagem: -“Tudo passou com a vertigem das horas e
aqui me vejo, sob a proteção do tio Nider Fortunato, a lhes pedir a bênção. Ao
contrário do que se afirma, ou do que muita gente possa pensar, estou
recuperando as minhas forças, surpreendido com todas as revelações que me
cercam. Tenho a considerar a minha inquietação com as lágrimas incessantes da
Mãezinha, que me alcançam à maneira de gotas candentes de angústia em brasa.
Mãe, por que há de ser assim? Tudo aconteceu comigo à maneira de tantos jovens
outros que superaram obstáculos iguais aos nossos. Creiam com as meninas, irmãs
abençoadas de sempre, que o projétil que me alcançou não estava em meus pensamentos
de expectativa e, sim, nas Leis de Deus que se cumprem através de nós e por
nós. Limpava a arma, com despreocupações, supondo que não houvesse qualquer
remanescente nos mecanismos em minhas mãos. Em dado instante, alonguei o braço
para ver se a arma estava legalmente limpa, quando, sem querer, detonei a bala
única que restava ali, sem que eu soubesse. O tiro escapou sem que de minha
parte conseguisse sanar as consequências. Caí, apesar do meu propósito de
permanecer atento aos curativos que, decerto, me seriam administrados. Ouvi
vozes e gritos abafados, tentando responder, mas, a minha boca jazia selada por
uma força que não compreendi. Procurei sustentar o cérebro aceso, a fim de
prestar as informações necessárias, no entanto, aquilo foi um achatamento de
minha personalidade. Achava-me acordado, observando o que se passou, contudo, a
minha força se esgotava rapidamente. A lesão repentina que sofrera no crânio,
como que me tomava todas as energias. Era como se meu corpo naquela hora
estivesse concentrado na cabeça, sem que me fosse possível externar qualquer
impressão. Lembrei-me das orações que a Mamãe Júlia e a vovó Hermínia me
ensinavam quando criança e busquei harmonizar-me com a prece. No meu íntimo,
vagueava aquele medo de ser considerado suicida ou alvejado por outra pessoa,
mas, era tarde para que me entregasse a qualquer explicação. Entrei num sono
invencível e perdi-me nas considerações inacabadas que tentava formular... O
resto não sei. Não sofri dor alguma porque, onde o impacto do sofrimento é
pesado demais, a dor desaparece... Meus últimos pensamentos no corpo foram para
a Mãezinha Júlia, cujas lágrimas tive a ideia de que me orvalhavam o rosto. Depois,
foi a inconsciência, com uma espécie de ocultação de meu próprio Ser. Quanto
tempo estive assim, nem exatamente vivo, nem suficientemente morto, ainda
ignoro. Sei que despertei num aposento simples e arejado, com a cabeça
dolorida. Julguei-me num local de tratamento para acidentados... Respirei o ar
puro, com quem sorve um copo de água refrigerada depois da sede ardente e, ao
ver a senhora que me assistia, supus com naturalidade fosse uma enfermeira tão
humana quanto eu mesmo. As nossas situações estavam, porém, trocadas, sem que
eu me apercebesse disso, em sentido imediato. Quando a senhora protetora se
inclinou para mim, indagando se não a reconhecia, respondeu ao meu pedido de
informações:- Não se lembra da vovó Júlia, vó da mamãe e sua também?”. A integra da carta de Dialma poderá ser
lida no livro NOVOS HORIZONTES, publicado pela editora IDEAL.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
A MEDIUNIDADE E A INSPIRAÇÃO
Fechando
a edição de março de 1869 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz
interessante mensagem escrita por um Espírito identificado como Halévy
obtida no Grupo Déliens, no dia 16 do mês anterior enfocando o tema A MEDIUNIDADE E A INSPIRAÇÃO. A avaliação de Kardec coloca a mensagem entre
as que merecem ser lidas pela lógica e teor de seu conteúdo. Dia ela: -“ Sob suas formas variadas ao infinito, a
mediunidade abarca a Humanidade inteira, como uma rede à qual ninguém pode
escapar. Cada um, estando em contato diário, saiba-o ou não, queira-o ou se
revolte, com inteligências livres, não há um homem que possa dizer: Não fui, não sou ou não serei médium.
Sob a forma intuitiva, modo de
comunicação ao qual vulgarmente se deu o nome de voz da consciência, cada um
está em relação com várias influências espirituais, que aconselham num ou
noutro sentido e, muitas vezes, simultaneamente, o bem puro, absoluto;
acomodações com o interesse; o mal em toda a sua nudez. – O homem evoca essas
vozes; elas respondem ao seu apelo, e ele escolhe; mas escolhe entre essas
diversas inspirações e o seu próprio sentimento. – Os inspiradores são amigos invisíveis; como os amigos da Terra, são
sérios ou eventuais, interesseiros ou verdadeiramente guiados pela afeição. São consultados, ou aconselham
espontaneamente, mas, como os conselhos dos amigos da Terra, seus conselhos
são ouvidos ou rejeitados; por vezes provocam um resultado contrário ao que se
espera; muitas vezes não produzem qualquer efeito. – Que concluir daí? Não que
o homem esteja sob a ação de uma mediunidade incessante, mas que obedece
livremente à sua própria vontade, modificada por avisos que, no estado normal,
jamais podem ser imperativos. Quando o homem faz mais do que se ocupar dos
mínimos detalhes de sua existência, e quando se trata de trabalhos que ele veio
realizar mais especialmente, de provas decisivas que deve suportar, ou de obras
destinadas à instrução e à elevação gerais, as vozes da consciência não se
fazem mais somente e apenas conselheiras, mas atraem o Espírito para certos
assuntos, provocam certos estudos e colaboram na obra, fazendo ressoar certos
compartimentos cerebrais pela inspiração. Aqui é uma obra a dois, a três, a
dez, a cem, se quiserdes; mas, se cem nela tomaram parte, só um pode e deve
assiná-la, porque só um a fez e é o seu responsável! Afinal de contas, o que é
uma obra, seja qual for? Jamais é uma criação; é sempre uma descoberta. O homem
nada faz, tudo descobre. É preciso não confundir esses dois termos. Inventar,
no seu verdadeiro sentido, é tornar evidente uma lei existente, um conhecimento
até então desconhecido, mas posto em germe no berço do Universo. Aquele que
inventa levanta uma das pontas do véu que oculta a verdade, mas não cria a
verdade. Para inventar é preciso procurar e procurar muito; é preciso compulsar
os livros, rebuscar no fundo das inteligências, pedir a um a Mecânica, a outro
a Geometria, a um terceiro o conhecimento das relações musicais, a um outro,
ainda, as leis históricas e, do todo, fazer algo novo, interessante,
inimaginável. Aquele que foi explorar os recantos das bibliotecas, que ouviu
falarem os mestres, que perscrutou a Ciência, a Filosofia, a Arte, a Religião,
da antiguidade mais remota até os nossos dias, é o médium da Arte, da História,
da Filosofia e da Religião? É o médium dos tempos passados, quando por sua vez
escreve? Não, porque não conta pelos outros, mas ensinou os outros a contar e
enriquece os seus relatos de tudo o que lhe é pessoal. – Por muito tempo o
músico ouviu a toutinegra e o rouxinol, antes de inventar a música; Rossini
escutou a Natureza antes de traduzi-la para o mundo civilizado. Ele é o médium
do rouxinol e da toutinegra? Não: compõe e escreve; escutou o Espírito que lhe
veio cantar as melodias do céu; ouviu o Espírito que clamou a paixão ao seu
ouvido; ouviu gemerem a virgem e a mãe, deixando cair, em pérolas harmoniosas,
sua prece sobre a cabeça do filho. O amor e a poesia, a liberdade, o ódio, a
vingança e numerosos Espíritos que possuem esses sentimentos diversos, cada um
por sua vez cantou a sua partitura ao seu lado. Ele as escutou, as estudou, no
mundo e na inspiração, e de um e outro fez as suas obras. Mas não era médium,
como não é médium o médico que ouve os doentes contando o que sofrem, e que dá
um nome às suas doenças. – A mediunidade teve suas horas num como no outro; mas
fora desses momentos muito curtos para a sua glória, o que fez, o fez apenas à
custa dos estudos colhidos dos homens e dos Espíritos. Sendo assim, é-se médium
de todos; é-se médium da Natureza, médium da verdade e médium muito imperfeito,
porque muitas vezes a mediunidade aparece de tal modo desfigurada pela
tradução, que é irreconhecível e desconhecida.
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