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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A VOLTA DO TAXISTA


Faltava pouco para as 20 horas do dia 17 de fevereiro de 1975, na cidade de Apucarana, Paraná, quando o motorista de táxi João Reis de Andrade, um senhor de 61 anos, aceitou uma corrida solicitada por três passageiros até Campo Mourão, localidade 130 quilômetros distante. Embora não costumasse pegar corridas à noite, muito menos quando a esposa não estava em casa (e ela havia se deslocado com umas das filhas para São Paulo a fim de visitar uma cunhada que perdera o filho recentemente), o Sr. João aceitou esta e, antes de partir, passou em casa para avisar aos filhos, informando que não se preocupassem, pois os passageiros eram conhecidos, quando, na verdade, nunca os tinha visto. Ao se aproximar do destino, porém, apesar das súplicas do Sr. João, um dos passageiros o matou violentamente a golpes de faca com a concordância de outro, escondendo o corpo em sítio próximo a Campo Mourão, em uma plantação de soja, com a qual o cobriram já sem vida. Tudo aconteceu antes das 24 horas daquele dia 17 e o corpo só seria encontrado no dia 19 sendo sepultado no dia 20. Espírita desde 30 anos antes, o senhor João pouco tempo antes do seu desenlace, dizia que já cumprira seu dever, começando a preparar a família, falando que não completaria seus 62 anos, desencarnando realmente dois meses antes. A esposa Benedita que lhe compartilhava os ideais em torno do Espiritismo, e os dez filhos que foram educados sob a mesma influência, embora abalados com a crueldade dos bandidos, não se entregaram à revolta e, sempre que possível, iam à Uberaba, Minas Gerais, na expectativa de obter informações através de Chico Xavier. Dezessete meses depois, em meio às cartas recebidas por Chico na reunião de 9 de julho de 1976, chegavam, por fim, as tão esperadas notícias do senhor João. Como atravessou o traumatizante momento, o que ocorreu logo após, qual seu sentimento diante da violência sofrida, como interpretou os fatos com base nos conhecimentos que o Espiritismo lhe deu, são alguns dos pontos que destacamos da emocionante carta que escreveu: -“Sempre disse, em casa, que Deus me faria uma benção se tivesse de deixar o meu corpo em serviço, e aconteceu como eu previa. Aqueles nossos estudos e comentários em torno de prece e reencarnação, me auxiliaram nos momentos mais duros de atravessar. Penso que não deveria tocar no assunto, mas tenho consentimento para isso porque não desejo pensamentos de mágoa contra ninguém. Aqueles dois companheiros no carro não seriam os executores das Leis de Deus? O carro era meu instrumento de trabalho, a riqueza do pai de família, simples e feliz, que sempre fui. Naturalmente, quando me senti despojado da máquina que valia tanto e que me ajudava a sustentar a família, quis reagir, reclamar... Hoje, não tenho memória para dizer os detalhes da ocorrência, mas lembro-me de que um golpe me retirou qualquer faculdade de reação. Orei, reclamando vocês todos, esposa querida e filhos meus! Sabia, porém, que havia soado a hora, a hora que ninguém espera e sempre chega... Tentei pedir clemência e dizer que entregava tudo, mas me poupassem a vida, no entanto, a voz não saía mais. Notei que mãos vigorosas me deitavam numa plantação que me oferecia repouso. No íntimo, sabia que não me achava distante de Campo Mourão, no entanto, a situação em que me achava, não me permitia senão apelar para Deus e seus mensageiros, porque por dentro de mim, adivinhava que o corpo era uma vestimenta que não mais me serviria para o trabalho. Adormeci pensando na família, e procurando esquecer qualquer sentimento que me azedasse as ideias. Recordei todas as lições que tivemos e vivíamos juntos, e aceitei aqueles dois irmãos por amigos que não podiam conhecer que eu, com mais de sessenta anos, tinha na retaguarda uma esposa, filhos e filhas, genros e noras, e netos que adorava. Se soubessem quanto amor brilhava em meu coração, creio que tudo estaria bem. Mas a dívida busca o devedor com endereço exato. A Lei me considerava em débito, e graças a Deus, resgatei compromissos grandes. Rogo a vocês considerarem tudo na paz de Deus, com a Bênção de Deus. O ódio não conduz a caminhos que nos possam trazer qualquer benefício, e para nós reservou-nos Jesus tanto amor que somente o amor deve clarear nossa memória. A princípio, fui conduzido para um hospital, em que o amigo espiritual Dr. Leocádio me prestou imensos serviços. Não sei se vocês se recordam de que minha família, em minha infância, se referia ao Padre Vítor, de Três Pontas, como sendo um benfeitor. Pois, ao lado de meu pai, ele foi também para mim um amigo e um benfeitor, cuja dedicação destaco.. As lembranças de casa, de começo, me faziam sofrer muito. Queria ver você, querida esposa, e ver nossos filhos, mas a cabeça doía e para pensar corretamente, precisava de muito esforço. Ouvia tudo o que se passava no lar, porque meu sentimento não se desligava, até que suas orações, no dia dezessete de abril, com as meninas, me tocaram o coração de tal modo, que a memória se fez lúcida, sempre mais lúcida. Fui até a casa em companhia dos Benfeitores que me protegem, e pude ver com que carinho me recordavam o aniversário, você, minha velha, falava em meus sessenta e três anos como se eu estivesse ali sob o nosso telhado para uma festa. Festa de saudade e de pranto, mas enfeitada nas orações que a família me endereçava.Chorei muito, eu que rogo a vocês não chorarem, mas é que a alegria do resgate havido me confortava, embora as dificuldades da existência material, a dívida fora saldada e agradeci, como agradeço agora, as provas por nossas bênçãos”. A integra desta e outras mensagens poderá ser lida na obra VITÓRIA, publicada pelo Instituto de Difusão Espírita. (Conheça o canal  Luiz Armando - YouTube)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A TERRA E DEUS: APRENDIZADOS

A Espiritualidade através de Chico Xavier prodigalizou ao longo dos anos preciosos ensinamentos capazes de levar-nos a reflexões mais profundas sobre temas importantes. Recolhemos de depoimentos, dois exemplos eloquentes. O primeiro envolve o inesquecível José Gonçalves Pereira que, no início dos anos 60, abdicou de promissora carreira em empresa multinacional em que trabalhava para materializar na capital paulista o ideal da Casa Transitória Fabiano de Cristo, enquanto esteve encarnado um modelo em várias modalidades de Serviço Assistencial aos menos favorecidos. Conta ele: -“Estávamos certa madrugada em Pedro Leopoldo, Minas Gerais,  entre os pés dos eucaliptos, quando um grupo de estudo de Astronomia estava examinando as estrelas e a Lua. Alguns companheiros começaram a comentar que somente a Terra era um plano habitado. Adentrávamos a madrugada com esse comentário, quando compareceu o Espírito de André Luiz e através de Chico Xavier comentou:- “Observando seus comentários que somente a Terra tem condições de ser habitada, achei conveniente mencionar aos nossos irmãos que essas opiniões podem ser esclarecidas e, para isto, imaginemos o Oceano Pacifico, como o é, o maior da Terra e, joguemos uma laranja em seu meio, comparando, como se a laranja fosse do tamanho da Terra, o Oceano o Infinito e nós, seus habitantes. Pergunto, como ficaria o resto? Consideremos portanto o ensinamento de Jesus quando nos disse: “Há muitas moradas na casa de meu pai”. O segundo relato pertence ao próprio médium excepcional. Segundo ele, ‘certa feita, indagando de Emmanuel qual a posição de Deus no Sistema Solar, ele me respondeu que ficasse, a respeito de Deus, com a expressão do PAI NOSSO dita por Jesus e não perguntasse muito, porque eu não tinha mente capaz de entrar no domínio desses conhecimentos com a segurança precisa.  Eu insisti e ele então desdobrou um painel à minha vista, num fenômeno mediúnico.  Apareceu então a Terra na comunidade dos mundos do nosso Sistema evolutivo em torno do Sol.  O nosso Sol, depois, em outra face do painel, evoluindo para a Constelação que se não me engano, é chamada de Centauro. Depois, essa constelação, arrastando o nosso Sistema e outros, evoluía em direção a outra Constelação que já não tinha nome na minha cabeça.  Essa outra Constelação avançava para outra muito maior dentro da nossa Galáxia. Depois, apareceu a nossa Galáxia, imensa, como se uma lente de alta potencialidade estivesse entre os meus olhos e o painel. E a nossa Galáxia evoluía com outras Galáxias em torno de uma Nebulosa enorme e que Emmanuel me disse que passava a evoluir, em torno de outras nebulosas. Então, a minha cabeça ficou cansada e eu pedi para voltar, como se tivesse saído de um foguete da Terra e me perdesse pelo Espaço a fora e sentisse uma vontade louca de voltar a ser gente e ficar outra vez no meu lugar.  Porque tudo está dentro da ordem Divina. Cada Mundo, cada Sistema, cada Galáxia, orientados por Inteligências Divinas, e Deus para lá disso tudo, sem que possamos fazer-lhe uma definição. Senti uma vontade enorme de voltar para a minha cama e tomar café quente!’.


sábado, 24 de setembro de 2016

IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR A HARMONIA



Na edição de outubro de 1864, Allan Kardec resume a pedidos de correspondentes da REVISTA ESPÍRITA a visita feita às cidades belgas de Bruxelas e Antuérpia para conhecer grupos espíritas daquela cidade. No interessante texto uma análise importante a respeito da necessidade da homogeneidade de pensamentos e sentimentos nas instituições organizadas em nome do Espiritismo descreve, por assim dizer, os efeitos comuns, especialmente quando tais Centros começam a se tornar muito grandes. Escreve ele: -“No começo de uma doutrina, sobretudo tão importante quanto o Espiritismo, é impossível que todos os que se declaram seus partidários lhe compreendam o alcance, a gravidade e as consequências. Deve-se, pois, esperar desvios da rota em pessoas que só lhe veem a superfície, ambições pessoais, aquelas para quem o Espiritismo é mais um meio que uma sincera convicção, sem falar de gente que toma todas as máscaras para se insinuar, visando a servir os interesses dos adversários; porque, assim como o hábito não faz o monge, o nome de espírita não faz o verdadeiro espírita. Mais cedo ou mais tarde esses espíritas fracassados, cujo orgulho ficou vivaz, causam nos grupos atritos penosos e suscitam entraves, dos quais sempre se triunfa com perseverança e firmeza. São provações para a fé dos espíritas sinceros. A homogeneidade e a comunhão de pensamentos e sentimentos são, para os grupos espíritas, como para quaisquer outras reuniões, a condição essencial de estabilidade e de vitalidade. É para tal objetivo que devem tender todos os esforços, e compreende-se que é tanto mais fácil atingi-lo quanto menos numerosas as reuniões. Nas grandes reuniões é quase impossível evitar a intromissão de elementos heterogêneos que, mais cedo ou mais tarde, aí semeiam a cizânia. Nas pequenas reuniões, onde todos se conhecem e se estimam, onde se está como em família, o recolhimento é maior, a intrusão dos mal-intencionados mais difícil. A diversidade dos elementos de que se compõem as grandes reuniões torna-as, por isso mesmo, mais vulneráveis à surda intriga dos adversários. É preferível, pois, que haja numa cidade cem grupos de dez a vinte adeptos, dos quais nenhum se arroga a supremacia sobre os outros, a uma sociedade única, que reunisse todos os partidários. Esse fracionamento em nada prejudicará a unidade dos princípios, desde que a bandeira seja única e todos marchem para o mesmo objetivo”. Como que exemplificando seus argumentos,  Allan Kardec comenta uma das visitas feitas: -“Não esquecemos uma das mais honrosas menções ao grupo espírita de Douai, que visitamos de passagem, e um particular testemunho de gratidão pela acolhida que ali nos dispensaram. É um grupo familiar, onde a doutrina espírita evangélica é praticada em toda a sua pureza. Ali reinam a mais perfeita harmonia, a benevolência recíproca, a caridade em pensamentos, palavras e ações; ali se respira uma atmosfera de fraternidade patriarcal, isenta de eflúvios malfazejos, onde os Espíritos bons devem comprazer-se tanto quanto os homens; por isso, as comunicações retratam a influência desse meio simpático. Deve-se à sua homogeneidade e aos escrupulosos cuidados nas admissões, jamais haver sido perturbado por dissensões e desavenças por que os outros sofreram; é que todos os que dele fazem parte são espíritas de coração e nenhum procura fazer prevalecer a sua personalidade. Os médiuns aí são relativamente muito numerosos; todos se consideram como simples instrumentos da Providência, isentos de orgulho, sem pretensões pessoais, e se submetem humildemente e sem melindres ao julgamento sobre as comunicações que recebem, prontos a destruí-las se forem consideradas más”.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O PASSE NA VISÃO PRATICA DO DR. BEZERRA DE MENEZES, EMMANUEL E CHICO XAVIER

Adotado como prática rotineira nas instituições espíritas, o passe é aquela transfusão de fluidos físico / perispirituais que resulta em efeitos que variam do reequilíbrio do ânimo dos que a ele submetem à cura gradual de doenças espirituais/mentais/físicas. Sua aplicação, contudo, adequa-se ao grau de conhecimentos do que o ministra. Na sequencia, uma série de dúvidas sobre esse procedimento esclarecidas pelos Espíritos Bezerra de Menezes e Emmanuel através do médium Chico Xavier. 1 – O passe precisa ser transmitido em pé ou sentado? Constituindo-se o passe no Grupo Espírita Evangélico, em recursos administrados pelos Benfeitores da Vida Maior, através dos instrumentos humanos, a posição dos medianeiros, qualquer que seja, é sempre digna, desde que seja digna a atitude íntima desses mesmos medianeiros. Ainda assim, a postura de pé será sempre a mais recomendável pelo respeito geral que inspira. 2 - Qual o tempo que se deve utilizar na aplicação do passe? O tempo que se deve gastar para a aplicação de um passe magnético deve ser mais ou menos o mesmo que utilizamos para fazer uma prece, o PAI NOSSO. 3 - Como nos posicionarmos ante as explicações que dividem o passe em passe magnético, passe espiritual e outras modalidades desse tratamento fluídico? Quando estender as mãos sobre a cabeça do paciente, movimentando-as de alto a baixo, não precisa se preocupar. O que for preciso, os Espíritos farão. 4 – O passe mediúnico é possível através da incorporação ou é viável sob a influência do guia? O passe é transfusão de forças magnéticas de variado teor e pode ser administrado sob a influência dos desencarnados que se devotam à caridade, sem necessidade absoluta de incorporação total da instrumentação mediúnica? 5 - Nos embaraços mensais, a mulher pode frequentar os trabalhos mediúnicos? No caso de nossas irmãs as mulheres, tão somente nas ocasiões de gravidez, após o terceiro mês de gestação do nascituro, devem abster-se da ação mediúnica, podendo permanecer, porém, na equipe de serviço espiritual para receberem auxílio. 6 - Como saber quando o médium está preparado para integrar se e cooperar nas tarefas em andamento? Sempre que o trabalhador estiver sinceramente decidido a cooperar no Bem dos outros, estará preparado para servir. 7 - Nas sessões públicas, é necessário, enquanto se realizam os passes, alguém continuar falando, mesmo com o barulho? Sim, ainda mesmo que os ruídos desnecessários existam e devam ser podados pouco a pouco, as explanações doutrinárias devem continuar, de vez que são elas as necessárias luzes para a renovação geral dos ouvintes? 8 - Adianta alguém tomar passes no lugar do outro? Alguém não pode substituir alguém, de maneira total, na recepção do passe, mas a mentalização do necessitado de socorro espiritual por parte de quem recebe semelhante auxílio magnético é apoio e assistência de grande valor para quem pede a intervenção da Vida Maior. 9 - Como agir com as pessoas que nos procuram nas horas mais impróprias? Devemos atender a todos em qualquer hora? Todo trabalho para expressar-se em eficiência e segurança reclama disciplina. Aprendamos a controlar os horários de ação espiritual, a fim de que a perturbação não venha aparecer, em nossas tarefas, sob o nome de caridade. Peçamos a Jesus nos inspire e nos abençoe para isso.  A ordem preside o progresso e, por isso mesmo não podemos perder a ordem de vista, sob pena de desequilibrar, embora sem querer, o nosso próprio trabalho. Que Deus nos abençoe e ampare sempre. 10 - Sabendo-se do inegável valor da hipnose na terapêutica, e, sobretudo nos trabalhos espirituais, seria razoável imaginar-se o uso intensivo dessas forças magnéticas – incluídas a telepatia, a psicometria e a telecinese nos Centros Espíritas do futuro? Sim, quanto ao futuro e talvez futuro remoto. Por enquanto, como devemos trabalhar considerando o todo da comunidade e não à parte que somos, nos será aconselhável, nos templos espíritas cristãos, condenar todos os recursos da hipnose ou do magnetismo em suas diversas derivações, no auxílio do passe da oração de ordem curativa, confiando-nos a Jesus e aos Bons Espíritos que saberão encaminhar nossas forças e manejá-las em nível de elevação adequado, não aos nossos desejos e sim às nossas necessidades. Menos fenômenos e mais socorro, com Amor iluminando qualquer observação. (FONTE – CHICO DE FRANCISCO de Adelino Silveira; ENCONTROS COM CHICO XAVIER de Cezar Carneiro de Souza; MANDATO DE AMOR  da União Espírita Mineira e ENCONTROS NO TEMPO de Hércio Marcos Cintra Arantes).

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O AMBIENTE INFLUI NA SAÚDE DOS ANIMAIS?

Em suas análises sobre a questão dos fluidos nas páginas da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec revela que ‘grande número de doenças é devida aos fluidos perniciosos de que é penetrado o organismo’ visto que “o ar é saturado de fluidos conforme a natureza dos Espíritos (ou dos pensamentos dominantes). Ambiente carregado de fluidos salutares ou ruins exerce influência tanto sobre a saúde física como sobre a saúde moral. Em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera, viciada ou vivificante”.  Surge uma dúvida interessante daí: os animais domésticos, seres vivos que convivem em casas e apartamentos também estariam expostos? Pode haver relação com o fato de que alguns animais se tornam mais susceptíveis às doenças do que outros, isto é, o que faz baixar a resistência de alguns em relação a outros que permanecem resistentes? A possível resposta encontramos no interessante livro TODOS OS ANIMAIS MERECEM O CÉU inspirado mediunicamente ao Veterinário Marcel Benedetti. Isolando informações de um dos capítulos, abstraímos de  uma entidade orientadora o seguinte: -“A resistência do animal cai proporcionalmente à quantidade de energias pesadas e perturbadoras que são absorvidas por ele por estarem em grandes concentrações no ambiente. Somente uma alteração energética é capaz de obstruir a energia vital que deixa de circular parcial e gradualmente pelo corpo do enfermo. Estando encarnados, nós os seres humanos vivemos em constantes trocas de energias através de nossas relações sociais. Estas trocas podem ser positivas ou negativas. Uma e outra são absorvidas e se acumulam ao nosso redor em forma de camadas que se sobrepõem. Se estas energias forem preponderantemente negativas, podem causar efeitos negativos sobre nossa saúde, algumas vezes. Quando passamos por situações que nos desagradam, podem ocorrer explosões de raiva. Com estas explosões expandimos parte destas que se impregnam no ambiente, podendo atingir pessoas, animais e vegetais próximos ou a distância. Quando nos desequilibramos emocionalmente, até em pensamento, também enviamos estas energias ao ambiente. Pessoas menos preparadas, ao receberem este tipo de energia, podem se intoxicar com elas, fazendo diminuir a atividade dos glóbulos brancos que, apesar de aumentarem em quantidade, se tornam ineficientes em seu trabalho de defender o corpo contra os germes ambientais. Deste modo os glóbulos brancos tornam-se apáticos por estarem intoxicados e trabalham muito lentamente. Com isso também a produção de substâncias de defesa do organismo é feita em pequenas quantidades, dificultando o ataque aos invasores que encontram o caminho livre para sua ação deletéria. Esta energia densa é uma das preferidas dos seres espirituais que vivem na escuridão, por isso ao menor sinal de debilidade física ou emocional, se aproximam para sugar as energias vitais contaminadas. O enfermo se torna, então, vítima de dois tipos de parasita até se esgotarem as forças e seu organismo entra em colapso. Os germes patogênicos são materializações de germes astrais compostos de energias pesadas. Estão, sob o aspecto de vírus ou bactérias ou outros agentes infecciosos... Os agentes infecciosos são seres vivos mas sua carga energética negativa os torna tão perigosos como se fossem bombas de extrema potência prestes a explodir porque agem em conjunto, multiplicando a quantidade desta energia densa. A cada vinte minutos surge uma nova geração de bactérias, por exemplo, aumentando a carga energética perigosamente. As bactérias não patogênicas são as que, antes de se materializarem, estavam sintonizadas com energias mais leves e positivas, por isso na maioria das vezes não causam enfermidades, isto é, podem se tornar patogênicas se se contaminarem com aquelas energias das quais falávamos há pouco. Os animais que vivem em nossa companhia adoecem em função de nossas energias, pensamentos e atitudes. Somos responsáveis pela boa ou má saúde de nossos companheiros animais. Eles adoecem quando absorvem grande parte destas energias do ambiente. De modo geral, o fazem quase que voluntariamente em nosso favor. A presença deles purifica o ambiente, mas os torna sensíveis a doenças, livrando seu dono de perder a saúde de modo heroico. E quando seu dono se sensibiliza emocionalmente, ao ver seu companheiro sofrendo, muda seu padrão de pensamento que se torna automaticamente mais leve, dispersando aqueles mais pesados. Com estas mudanças, a saúde do animal pode retornar.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CURAS MEDIÚNICAS

Você já parou para pensar sobre isso? Crê ser tudo ‘picaretagem’ como dito por conhecido médium recentemente? Sabia que quando do surgimento do Espiritismo inúmeros foram os casos de curas operados por médiuns conforme noticiado por Allan Kardec nas páginas da sua REVISTA ESPÍRITA? Pesquisando o nelas preservado, construímos a palestra AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ que esta semana estará disponibilizada neste Blog. É surpreendente, constituindo-se em material muito útil para quem atua neste campo. Das 27 esclarecedoras questões, destacamos três para sua avaliação. 1- O conhecimento da mediunidade de cura é uma das muitas revelações ou conquistas que devemos ao Espiritismo. O que vem a ser? A mediunidade curadora embora parte integrante do Espiritismo, é, por si só, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e não só abarca todas as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complexas, das obsessões, que, por seu turno, também influem sobre o organismo.  A mediunidade curadora é exercida pela ação direta do médium sobre o doente, com o auxílio de uma espécie de magnetização de fato ou de pensamento. Quem diz médium diz intermediário.  Há uma diferença entre o magnetizador propriamente dito e o médium curador: o primeiro magnetiza com seu fluido pessoal, e o segundo com o fluido dos Espíritos, ao qual serve de condutor. O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; o que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual. O Espírito pode agir diretamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, como foi constatado em muitas ocasiões, seja para o aliviar e o curar, se possível, seja para produzir o sono sonambúlico. Quando age por um intermediário, é o caso da mediunidade curadora. O médium curador recebe o influxo fluídico do Espírito. 2- Qualquer pessoa pode tornar-se médium de cura? Seria um erro considerar o aplicador como simples máquina de transmitir fluídos. Nisto, como em todas as coisas, o produto está na razão do instrumento e do agente produtor. Devido ao temperamento e constituição do médium, seu fluído está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. As qualidades do fluído humano apresenta nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o fluído emanado de um corpo doente pode inocular princípios mórbidos no assistido. As qualidades morais do transmissor, isto é, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e desinteressado de aliviar o seu semelhante, aliados à saúde do corpo, dão ao fluído um poder reparador que pode, em certos indivíduos, aproximar-se das qualidades do fluído espiritual. Há, pois, para o médium curador a necessidade absoluta de se conciliar o concurso dos Espíritos Superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade, senão, em vez de crescer ela declina e desaparece pelo afastamento dos Bons Espíritos. A primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. Esta condição não poderia ser executada sem o mais completo desinteresse material e moral. 3- O ‘milagre’ das tradições religiosas na verdade não resulta do desconhecimento disso? A cura é produzida em todos os casos, pela magnetização espiritual, pela ação do fluido emanado do Espírito desencarnado. Esse fluido, não obstante etéreo, não deixa de ser matéria.  Pela corrente que lhe imprime, o Espírito pode com ele impregnar e saturar todas as moléculas da parte doente podendo modificar suas propriedades.  A energia da corrente está na razão do número, da qualidade e da homogeneidade dos elementos que compõem a corrente das pessoas chamadas a fornecer seu contingente fluídico.  Essa corrente provavelmente ativa a secreção que deve numa fratura, por exemplo,  produzir a soldadura dos ossos, assim produzindo uma cura mais rápida do que quando entregue a si mesma.  Isto é tanto mais provável quanto o Espírito não cura por milagre, mas por uma aplicação mais judiciosa das leis da Natureza, em virtude de sua clarividência.  Se, como a Ciência é levada a admitir, a eletricidade e o calor não são fluidos especiais, mas modificações ou propriedades de um fluido elementar universal, devem fazer parte dos elementos constitutivos do fluido perispiritual. Sua ação, no caso presente, está, pois, implicitamente compreendida, absolutamente como quando se bebe vinho, necessariamente se bebe água e álcool.

sábado, 17 de setembro de 2016

AFOGADOS -TRAÇO COMUM EM VÁRIAS HISTÓRIAS

No riquíssimo acervo construído pelo médium Chico Xavier com as cartas psicografadas de forma mais intensa ao longo de mais de duas décadas, não faltam casos de pessoas que morreram por afogamento e voltaram para confirmar aos familiares que apenas o corpo teve interrompido o fluxo da vida. Eles sobreviveram para contar o sucedido nos momentos que marcaram e se seguiram à traumatizante experiência, bem como, revelaram indicadores dos fatores causais que determinaram o inesperado retorno ao Plano Espiritual. Além de provarem serem eles mesmos através de dados pessoais desconhecidos pelo médium, deram-lhes não só a certeza de que se reencontrariam e que se mantinham emocional e mentalmente ligados ao ambiente do lar em que conviviam.  Dentre os relatos preservados em livros, destacamos: 1- Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida, 20 anos, afogada na noite de 19 de fevereiro de 1980 após o carro em que saíra a passeio com amigo ter sido arrastado para o leito do Rio Tamanduateí que transbordara em meio às torrenciais chuvas que caiam sobre a capital paulista. 2- Jair Presente, 25 anos, desencarnado segundo Atestado de Óbito por afogamento na Lagoa Azul, em Americana, SP, em 3 de fevereiro de 1974, após mergulho com amigos em atividades de recreação; 3 – Os irmãos Fortunato, Jair (de 13 anos), Osmar (de 15) e José (com 16), mortos em 4 de dezembro de 1961, afogados  na piscina em Fazenda de amigos de seus pais, em meio a tentativas de se salvarem, após um deles ter caído acidentalmente. Em sua mensagem, entre outros comentários Cleide diz: -Aquela terça-feira de carnaval, para nós, foi realmente uma noite de redenção pela dor. Quando nos afastamos de casa para alguns minutos de entretenimento, ignorávamos que nos púnhamos a caminho de um ponto alto de vossa vida espiritual. A Terra física apresenta dessas surpresas. (...) Rogo não só à mãezinha, a meu pai, a Cleusa e Cláudio para que não choremos senão de reconhecimento a Deus pelo fato da vida não nos cercear a necessidade do resgate de certas contas que jazem atrasadas no livro do tempo. É verdade que o nosso veículo rodou no asfalto da rua para o curso do Tamanduateí, compelindo o nosso amigo Nelson e a mim própria à desencarnação violenta, mas é possível imaginar que os automóveis de hoje substituem as carruagens de ontem e sempre existiram perigosos cursos d´água, sobre os quais muitos delitos foram cometidos e ainda são perpetrados até hoje por espíritos que se fazem devedores perante as leis Divinas. O companheiro e eu estávamos empenhados a certa dívida do pretérito que, pela Misericórdia do Senhor, fomos chamados a ressarcir, em nosso próprio benefício”. Já José Fortunato, 21 anos após o terrível acidente em mensagem recebida em reunião publica de 19 de fevereiro de 1982 explica: -“Quando caímos nas águas da grande piscina, o Osmar, o Jair e eu estávamos sendo conduzidos pelos Desígnios do Senhor a resgatar o passado que nos incomodava. Nada posso detalhar quanto ao fim do corpo de que nos desvencilhamos, como quem se vê na contingência de trocar a veste estragada e de reajuste impossível. O sono compulsivo que nos empolgou os três foi algo inexplicável de que voltamos à forma da consciência, dias após o estranho desenlace. Estávamos os três alarmados e infelizes no hospital a que fomos transportados, quando duas senhoras se destacaram dos serviços de enfermagem para nos endereçarem a palavra... (...) Muitos dias e meses correram nessa situação de incompreensão e de dor... Dois anos passados, fomos visitados por um amigo de nossa família que se deu a conhecer por Miguel Pereira Landim, respeitado e admirado por nossos familiares da Espiritualidade. Nossa avó Maria Justina nos permitiu endereçar-lhe perguntas e todos os três indagamos dele a causa do sucedido em nossa ida a Mogi. Ele sorriu e marcou o dia em que nos facultaria o conhecimento do acontecido em suas causas primordiais. Voltando a nós, na ocasião prevista, conduziu-nos, os três, à Matriz do Senhor Bom Jesus, em Ibitinga. Entramos curiosos e inquietos. A igreja estava repleta de militares desencarnados. Muitos traziam as medalhas conquistadas, outros ostentavam bandeiras. Em meu coração passou a surgir a recordação que eu não estava conseguindo esconder. De repente, vi-me na farda de que não me lembrava, junto dos irmãos igualmente transformados em homens de guerra e o nosso olhar se voltou inexplicavelmente para as cenas que se nos desenrolavam diante dos olhos. Envergonho-me de confessar, mas a consciência não me permite recuos. Vi-me com os dois irmãos numa batalha naval, que peço permissão para não mencionar pelo nome, quando nós, na condição de brasileiros, lutávamos com os irmãos de república vizinha... Afundávamos criaturas sem nenhuma ligação com as ordens belicistas nas águas do grande rio, criaturas que, em vão, nos pediam misericórdia e vida... Replicávamos que em guerra tudo resulta em guerra”. Quanto a Jair Presente, na carta escrita 42 dias após a mudança conta: Tenho a mente nublada. Consigo entender muito pouco aquilo que se passa em torno de mim. As lágrimas dos meus queridos me prendem. Que há, meu Deus? Não pensem que desapareci para sempre. (...) Creio apenas que perder o corpo mais pesado não é desvencilhar-se do peso de nossas emoções e pensamentos, quando nossos pensamentos e emoções jazem nas sombras da angústia. Eu encontrei muito amparo, mas a não ser o meu avô Basso, a quem me ligo pelo coração, não tenho ainda memória para funcionar aqui; minha faculdade de lembrar está com vocês, assim à maneira de um balão escravizado. Ajudem-me. Preciso ver e ouvir aqui para retomar-me como sou. As vozes de casa chegam ao meu coração e, como se continuássemos juntos, vejo-os no quarto, guardando-me as lembranças como se devesse chegar a qualquer instante. E o meu pensamento não sai de onde me prendem. Agradeço, sim, o amor em suas lágrimas. (...) Esqueçam o que sucedeu, ninguém me prejudicou, ninguém teve culpa. Mal sabia eu que um passeio domingueiro era o fim da resistência física. O coração parou, ao modo de um motor de que não se descobre imediatamente o defeito. Sou eu quem deu tanto trabalho aos amigos. Notei quando me chamavam, quando me abraçavam, massageavam e me faziam quase respirar sem conseguir. Agradeço por tudo. Depois foi o sono, um sono profundo, do qual acordei para chorar com o pranto de meus pais e de meus afetos mais queridos. (...) Deixei o corpo num domingo sem extravagâncias quaisquer. Há quem pense em drogas, quando se deixa a vida física assim qual me sucedeu. Mas não havia drogas, nem abuso da véspera. Estávamos sóbrios e brincávamos à maneira de pássaros descuidados. Em qualquer lugar, que me achasse, a queda de forças seria a mesma”.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

VÍTIMA DA ‘SAIDINHA’ DE BANCO

Modalidade de delito que vitima centenas de pessoas diariamente, algumas fatais, é praticada tanto em grandes centros como em pequenas localidades. O fato seguinte deu-se em 16 de novembro de 1992, em São Caetano do Sul, São Paulo. Naquele dia, após sacar dinheiro em agência bancária para saldar compromissos empresariais, o advogado Cláudio Giannelli, foi perseguido por assaltantes, abordado a poucos metros de sua residência e atingido por um disparo efetuado por um dos bandidos.  Socorrido, chegou vivo ao hospital para onde foi levado, falecendo antes de medidas mais efetivas para salvá-lo. Cláudio, 45 anos, casado, pai de cinco filhos, dias antes de desencarnar, deixava transparecer em vários comentários a familiares uma insistente preocupação de que a sua partida deste Plano Terreno estaria prestes a se cumprir. Muito querido no meio familiar por seus dotes de bondade e alegria, Cláudio rapidamente se refez na Espiritualidade. Alguns meses após o ocorrido, seus irmãos Odília e Gilberto, estavam em Uberaba, na esperança de alguma informação de Chico Xavier. Na verdade, receberam uma carta de Cláudio que lhes infundiu a certeza de que o irmão não morrera além de muito conforto e paz. Detalhe curioso: foi a única mensagem recebida naquela noite, tendo o tempo consagrado às psicografias sido retardado reiteradas vezes, pois o médium afirmava que a irmã de Claudio se atrasara na viagem mas estava a caminho, sendo-lhe importante testemunhar o fenômeno que se daria. Da emocionante e emocionada carta destacamos: -“Estou bem, no entanto, ver a esposa tão atribulada não me permite um passo a mais na renovação de que necessito. A morte do corpo é mudança de vestimenta, sem alterar-nos naquilo que realmente somos. (...) Para esclarecimento, especialmente à nossa Zilda­, comuniquem a ela que estive consciente, embora plenamente anulado, até o Hospital São Caetano. Quando me vi cercado por médicos e enfermeiros, um homem chegou, de leve, até onde me achava estirado e se aproximou de meus ouvidos, dizendo-­me: “Filho, não tenha medo! Jesus não nos abandona. Não se aflija com a agressão de que foi vítima! Descanse o seu pensamento que a dor esfacela e pense na Bondade de Deus! Entregue a esposa e os filhos à Misericórdia Divina e repouse...” Quem me falava assim no tom que não posso esquecer? Ele respondeu-me: “Estamos juntos. Sou o seu pai Mario que volta a você para transportá-lo comigo!” Ao ouvir aquelas palavras as lágrimas me brotaram dos olhos e procurei a tranquilidade na oração última. Então, senti que, enquanto ali se preocupavam com o meu corpo ensanguentado pelo tiro que me alcançara, meu pai ali estava comigo auxiliando-me a confiar em Deus. Uma bênção de paz me desceu ao coração, e, entreguei-me aos braços de meu pai, que se fazia acompanhar de outros amigos. Retiraram-me do corpo devagarzinho, como se para ele houvesse, voltado a ser criança. Colocou-me de pé e abraçou-me como se eu estivesse nos dias da primeira infância e, tão pacificado me vi, que entrei num sono calmante para mim naquela hora incompreensível. Em seguida, carregando-me nos próprios braços, notei que deixávamos o Hospital e nos puséramos a caminho. Chegamos, seguidos pelos amigos que lhe partilhavam aquele maravilhoso transporte e fui internado numa clínica de grande tamanho, numa paisagem que não era mais a nossa. Ali, com a passagem de algumas horas, meu pai informou-me quanto a minha nova situação. Fiquei ciente de que alguém projetara sobre mim uma bala mortífera. Mas quando tive o primeiro impulso de revolta, meu pai asserenou-me, pedindo que eu entregasse tudo a Deus e de nada me queixasse. Segui aqueles conselhos que me tocavam a alma e pude esperar que passassem alguns dias até o momento de rever Zilda e os filhos. Chegou esse momento, em dezembro, (...) Cheguei emocionado em nossa casa da Rua Thomé de Souza e achei a querida Esposa tão ferida no íntimo que não suportei o pranto que se represava dentro de mim. Chorei ou choramos juntos e, até agora, estou trabalhando para asserenar-lhe o pensamento de mãe que enfrenta as provações da viuvez. (...) Roguem também aos meus queridos filhos não comentarem a dolorosa prova de meu desenlace da Vida Física, e nem guardarem qualquer desconfiança ou o veneno do ódio no coração.  Quem comete um delito, fere a si mesmo e não à vítima que caiu prostrada e indefesa, mas confiante em Deus.  Cláudio Giannelli”. A íntegra desta e outras mensagens poderá ser lida na obra “RENASCIMENTO ESPIRITUAL”, publicado pelo Ideal.




terça-feira, 13 de setembro de 2016

PORQUE NÃO ACREDITAR EM TODOS OS ESPÍRITOS

Na atualidade observa-se grande número de pessoas fiando-se quase cegamente na opinião de Espíritos que se ocultam em nomes de personagens conhecidos da História da Humanidade.  Fato relevante, foi analisado por Allan Kardec no numero de abril de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Suas considerações servem para formarmos nossa própria opinião. Diz, entre outras coisas: -“Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, comunicando-nos com eles não saíamos fora da Humanidade, circunstância capital a considerar-se. Os homens de gênio, que foram fachos da Humanidade, vieram do Mundo dos Espíritos e para lá voltaram, ao deixarem a Terra. Desde que os Espíritos podem comunicar-se com os homens, esses mesmos gênios podem dar-lhes instruções sob a forma espiritual, como o fizeram sob a forma corpórea. Podem instruir-nos, depois de terem morrido, tal qual faziam quando vivos; apenas, são invisíveis, ao invés de serem visíveis; essa a única diferença. Não devem ser menores do que eram a experiência e o saber que possuem e, se a palavra deles, como homens, tinha autoridade, não na pode ter menos, somente por estarem no Mundo dos Espíritos. Mas, nem só os Espíritos superiores se manifestam; fazem-no igualmente os de todas as categorias, e preciso era que assim acontecesse, para nos iniciarmos no que respeita ao verdadeiro caráter do Mundo Espiritual, apresentando-se-nos este por todas as suas faces. Daí resulta serem mais íntimas as relações entre o Mundo Visível e o Mundo Invisível e mais evidente a conexidade entre os dois. Vemos assim mais claramente donde procedemos e para onde iremos. Esse o objetivo essencial das manifestações. Todos os Espíritos, pois, qualquer que seja o grau de elevação em que se encontrem, alguma coisa nos ensinam; cabe-nos, porém, a nós, visto que eles são mais ou menos esclarecidos, discernir o que há de bom ou de mau no que nos digam e tirar, do ensino que nos deem, o proveito possível. Ora, todos, quaisquer que sejam, nos podem ensinar ou revelar coisas que ignoramos e que sem eles não saberíamos. Os grandes Espíritos encarnados são, sem duvida, individualidades poderosas, mas de ação restrita e lenta propagação. Viesse um só dentre eles, embora fosse Elias ou Moisés, revelar, nos tempos modernos, aos homens, as condições do Mundo Espiritual, quem provaria a veracidade das suas asserções, nesta época de cepticismo? Não o tomariam por sonhador ou utopista? Mesmo que fosse verdade absoluta o que dissesse, séculos se escoariam antes que as massas humanas lhe aceitassem as ideias. Deus, em sua sabedoria, não quis que assim acontecesse; quis que o ensino fosse dado pelos próprios Espíritos, não por encarnados, a fim de que aqueles convencessem da sua existência a estes últimos e quis que isso ocorresse por toda a Terra simultaneamente, quer para que o ensino se propagasse com maior rapidez, quer para que, coincidindo em toda parte, constituísse uma prova da verdade, tendo assim cada um o meio de convencer-se a si próprio. Tais o objetivo e o caráter da revelação moderna.  Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitir, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas.  De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas.  Saídos da Humanidade, eles constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no Plano Invisível também os há superiores e vulgares; muitos deles, pois, científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos.  Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados.  Pedir o homem conselhos aos Espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais, com aqueles mesmos a quem ele se dirigiria neste mundo; a seus parentes, seus amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele. Disto é que importa se convençam todos e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo, fazem ideia completamente falsa da natureza do Mundo dos Espíritos e das relações com o além-túmulo. 

domingo, 11 de setembro de 2016

PORQUE OS MÉDIUNS FRACASSAM

Embora inerente ao Ser humano pelas múltiplas funções da glândula pineal ou epífise, a mediunidade em alguns casos, serve como instrumento de reabilitação Espírito imortal perante os artigos do Código Penal de Vida Futura apresentado por Allan Kardec no capítulo 7 da obra O CÉU E O INFERNO ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo. Comentário do Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier observa que trazidos às tarefas do Espiritismo, somos seres endividados de outras épocas, empenhados ao trabalho de aperfeiçoamento gradativo com o amparo de Jesus. Tiranos de ontem, somos agora convocados a exercícios de obediência e tolerância para as aquisições de humildade. Autoridades absorventes que dilapidávamos os bens que se nos confiavam, em benefício de todos, vemo-nos induzidos, na atualidade, a servir em regime de carência a fim de aprendermos moderação à frente da vida. Inteligências despóticas que abusávamos da frase escrita ou falada, prejudicando multidões, estamos hoje entre inibições e dificuldades, nos domínios da expressão verbal, de modo a reconhecermos quanto respeito se deve à palavra. Criaturas que infelicitávamos outras muitas, deteriorando-lhes a existência em nome do coração, achamo-nos presentemente em longos calvários do sexo a fim de aprimorarmos os impulsos do próprio amor. Raros, contudo, os que vencem a si mesmos no exercício de suas faculdades tarefas mediúnicas. Allan Kardec com a precisão de sempre, comenta o motivo de tantas quedas na edição de março de 1860 da REVISTA ESPÍRITA. Segundo ele “o orgulho é o escolho de um grande número de médiuns e vimos muitos cujas faculdades transcendentes se aniquilaram ou perverteram, desde que deram ouvidos a este demônio tentador. As melhores intenções não dão garantia contra os embustes e é precisamente contra os bons que dirige as suas baterias, pois se satisfaz em fazê-los sucumbir e mostrar que ele é o mais forte; insinua-se no coração com tanta habilidade que muitas vezes o enche sem que o suspeite.  Assim, o orgulho é o último defeito que confessamos a nós mesmos, semelhante a essas moléstias mortais que se tem em estado latente e sobre cuja gravidade o doente se ilude até o último momento. Eis por que é tão difícil erradicá-lo. A partir do momento que um médium desfrute de uma faculdade, por menos notável que seja, é procurado, elogiado, adulado.  Para ele isso é uma terrível pedra de toque, pois acaba se julgando indispensável, se não for essencialmente simples e modesto. Infeliz dele, sobretudo se julgar que somente ele poderá entrar em contato com os Espíritos bons.  Custa-lhe reconhecer que foi enganado e, muitas vezes, escreve ou ouve sua própria condenação, sua própria censura, sem acreditar que a ele seja dirigida.  Ora, é precisamente essa cegueira que o aprisiona.  Os Espíritos enganadores se aproveitam para o fascinar, dominar, subjugar cada vez mais, a ponto de lhe fazerem tomar por verdades as coisas mais falsas; é assim que nele se perde o dom precioso, que não havia recebido de Deus senão para se tornar útil aos semelhantes, já que os Espíritos bons sempre se afastam daqueles que preferem escutar os maus.  Aquele a quem a Providência destina a ser posto em evidência o será pela força das coisas, e os Espíritos bem saberão tirá-lo da obscuridade, se isso for útil, ao passo que, muitas vezes, quanta decepção para quem é atormentado pela necessidade de fazer falar de si”! Com isso, além de se comprometerem, acabam por retardar a expansão da própria Doutrina Espírita. Conforme o Espírito do grande pesquisador e escritor Gabriel Dellane em entrevista a André Luiz pelo médium Waldo Vieira “os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridiculariza-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica”.

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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

REVELAÇÃO SURPREENDENTE

A lógica da Doutrina Espírita não oferece espeço para lamúrias diante dos infortúnios que nos surpreendem nas experiências dessa Dimensão em que nos encontramos.  Especialmente aquelas mais difíceis. O caso que que apresentaremos a seguir confirma esse argumento. Confirma que dependendo de sua condição evolutiva, o Espírito que morre fisicamente na primeira infância recupera reassume sua personalidade anterior em tempo relativamente curto. Para conhece-lo o fato em que nos baseamos, vamos voltar a 23 de agosto de 1982, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Naquele dia, concluía sua rápida passagem por nossa Dimensão, o menino Artur Francisco Koller, então com três anos e meio, em consequência de um câncer no fígado.  Filho temporão de uma família de três meninas com 17, 18 e 19 anos respectivamente, além de um irmão de 12 anos, era o centro das atenções de todos pela sua vivaz inteligência, tendo aprendido a falar com apenas um ano, e aos dois se comunicava como um adulto. Segundo sua mãe, começou a aprender a ler sem que ninguém o ensinasse, juntando as letras e dizendo o que estava escrito. Apenas cinco meses após sua desencarnação sua mãe e sua tia estavam no Grupo Espírita da Prece, na expectativa de receberem notícias do querido filho e sobrinho. Sua tia, a propósito, apenas 20 dias após a morte do menino, recebera uma primeira mensagem, captada mediúnicamente, na qual cita um detalhe somente do conhecimento do menino e da mãe.  Um mês e meio após sua partida, outra mensagem através da tia, que, duvidando, escondeu numa estante de sua casa, atrás de alguns livros. No encontro com Chico, no dia 28 de janeiro de 1983, em Uberaba, mostrou-lhe a primeira mensagem que havia recebido, ouvindo do médium: “Minha irmãzinha, dê à sua irmã também a outra mensagem que você tem em sua casa escondida atrás dos livros, na estante. É tão verdadeira como esta. Continue a receber, minha irmãzinha, porque você está recebendo tesouros dos céus”. À noite, Chico psicografaria a primeira das duas cartas escritas por Artur Francisco, confirmando em algumas palavras sua autoria. Um ano depois, na reunião de 17 de fevereiro, a volta do Espirito escrevendo a segunda mensagem da qual destacamos o trecho em que o Espirito faz surpreendente revelação: -“Após receber muitas indagações do papai Erny, indagações do silêncio e da dor que lhe ficaram no espírito, empenhei-me a saber porque a moléstia de nosso conhecimento me alcançara tão cedo; subtraindo-me a possibilidade de continuar em nossa casa. E o meu avô me conduziu a um Instituto de Reconhecimento, dedicado ao auxílio de nossas inquirições, acerca de nós mesmos -,e, com auxílio de dois Amigos Espirituais do sul, Dr Paulo Hecker e o Dr Pedro Rosa, - fui submetido aos exames necessários, no sentido de penetrar na causa do meu problema orgânico e, através de quadros vivos em aparelhos de que a nossa televisão é pálida imagem, pude ser conduzido a recessos no tempo que ignoro como esclarecer. Em companhia do avô Clarindo e outros amigos, vi-me na condição de um homem ainda jovem a envenenar-se voluntariamente num capricho de afeição incompreendida pelo meu grupo familiar e, em seguida a muitas dificuldades no Plano Espiritual, observei-me reconduzido ao Plano Físico, onde renasci dos meus queridos pais de agora, mas carregando comigo o desequilíbrio celular que se manifestaria especialmente em meu campo orgânico no momento justo. O avô Belarmino é de parecer que lhes diga tudo isso porque existem multidões de crianças portadoras de males irreversíveis em consequência de suicídio próximo, ‘em me referindo ao tempo que passou e não no futuro. Quero dizer suicídio recente. Aí está em poucas palavras para os pais queridos a explicação do câncer considerado prematuro e inexplicável no mundo físico, que me destruiu as forças, dia por dia. Vejamos que a doença foi para mim algo semelhante a um exaustor de resultados infelizes, exaustor que me restituía a forma perfeita. Presentemente, busco novas lições para desenvolver-me mais depressa e conquistar o crescimento de ordem mental de que necessito”. A integra desta e outras cartas pode ser lida na obra VOZES DA OUTRA MARGEM, publicada pelo IDE, de Araras, São Paulo.


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

AOS QUE SE AMAM


Quem se serve da REVISTA ESPÍRITA publicada por Allan Kardec entre 1858 e 1869 quando de sua morte,  percebe que ele a transformou num manancial extraordinário de informações complementares às dúvidas suscitada pelos estudiosos do Espiritismo procedentes de vários grupos espalhados por outra localidades ou países. No número de julho de 1862, por exemplo, numa das seções da publicação um questionamento proposto por praticantes da cidade de Bordeaux, em reunião de fevereiro daquele ano sobre a UNIÃO SIMPÁTICA DAS ALMAS.  Primeira pergunta sobre se a reencarnação não acaba separando os que associados em relações afetivas, o esclarecimento: -“Deus permite aos que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar suas faltas, reunir-se, a princípio no Mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, a fim de conseguirem encarnações nos mundos superiores. Podem, pois, se o pedirem com fervor, deixar os Mundos Espírituais na mesma época, reencarnar nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns terão pedido para serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e se sentirão felizes por o dirigirem no bom caminho, cercando-o dos ternos cuidados da família e da amizade. Outros terão pedido a graça de se unirem pelo matrimônio e verem escoar-se muitos anos de felicidade e de amor. Refiro-me ao casamento entendido no sentido da união íntima de dois seres que não querem separar-se mais.  À pergunta sobre se Nós nos reconhecemos nessas novas e felizes existências?, o Espírito comunicante, entre outras coisas, diz –“Assim como em vossa Terra dois amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na sociedade, e se buscam muito mais do que se suas relações apenas datassem de alguns dias, também os Espíritos que mereceram o inapreciável favor de se unirem nos mundos superiores são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo encontro, que corresponde às suas mais caras aspirações. Os mundos colocados acima da Terra na escala da perfeição são cumulados de todos os favores que possam contribuir para a perfeita felicidade dos seres que os habitam; o passado não lhes é oculto, porque a lembrança de seus antigos sofrimentos, de seus erros, resgatados à custa de muitos males, e a lembrança, ainda mais viva, de suas afeições sinceras, lhes faz achar mil vezes mais doce essa nova vida e os protegem contra faltas a que, talvez, pudessem ser arrastados por uns resquícios de fraqueza. Para os homens esses mundos são o paraíso terrestre, destinado a conduzi-los ao paraíso divino. Sobre essas opiniões, Allan Kardec observa: –“Enganar-nos-íamos redondamente quanto ao sentido desta comunicação se nela víssemos uma crítica às leis que regem o casamento e a sanção das uniões efêmeras extraoficiais. No que respeita às leis, as únicas imutáveis são as Leis Divinas, ao passo que as leis humanas, devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos, aos climas e ao grau de civilização, são essencialmente mutáveis; seria deplorável que assim não fosse, e que os povos do século dezenove estivessem presos às mesmas regras que regiam os nossos pais. Assim, se as leis mudaram deles até nós, como não chegamos à perfeição, deverão mudar de nós aos nossos descendentes. No momento em que é feita, toda lei tem a sua razão de ser e a sua utilidade; mas pode acontecer que, sendo boa hoje, não mais o seja amanhã. No estado dos nossos costumes, de nossas exigências sociais, o casamento necessita ser regulado pela lei, e a prova de que esta lei não é absoluta é que não é a mesma para todos os países civilizados. É, pois, permitido pensar que nos mundos superiores, onde não há os mesmos interesses materiais a salvaguardar, onde não existe o mal, isto é, onde os Espíritos maus são excluídos da encarnação, onde, conseguintemente, as uniões resultam da simpatia e não do cálculo, as condições devam ser diferentes. Mas aquilo que é bom para eles poderia ser muito mau para nós. Além disso, é preciso levar em conta que os Espíritos se desmaterializam à medida que se elevam e se depuram. Só nas fileiras inferiores a encarnação é material. Para os Espíritos superiores não há mais encarnação material e, consequentemente, não há procriação, pois esta se dá pelo corpo e não pelo Espírito. Uma afeição pura é, pois, o único objetivo da união e, por isto, ao contrário do que ocorre na Terra, não necessita da sanção oficial.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

PARA PENSAR

Em meio às mudanças extraordinárias do século 19 em relação aos anteriores, lançando as bases do conhecimento e cultura que se refletiu no século 20, Allan Kardec através de suas pesquisas, dois anos antes da Teoria Evolucionista de Charles Darwin e meio século das proposições do Psiquiatra Freud com sua Psicanálise ofereceu, reuniu e disponibilizou elementos para uma compreensão mais ampla do Ser, da Individualidade. Alguns deles estão no conteúdo de PERSONALIDADE HUMANA – as respostas que o Espiritismo dá. Conheça e reflita sobre três delas na sequência: 1-O Espiritismo afirma ser a destinação do Espírito sua evolução que, na condição humana, caracteriza-se pela capacidade do pensamento contínuo como consequência da “individualização do princípio inteligente” que, por sua vez, teria desenvolvido suas potencialidades nas variadas formas e espécies dos reinos mineral, vegetal, animal irracional inferior/superior, estando atualmente na condição do animal racional ou humana. Quando e como teria se iniciado essa caminhada evolutiva? O Espírito está em sua origem, num estado de nulidade moral e intelectual, como a criança que acaba de nascer.(RE, 1864) Semelhante ao estado de infância na vida corpórea. Essa caminhada é cumprida numa série de existências que precedem o período chamado Humanidade (LE) que, não tem na Terra o ponto de partida da primeira encarnação humana, começando, em geral, nos mundos ainda mais inferiores, não sendo, porém, regra absoluta, podendo, ocorrer como exceção..(LE) A Terra oferece um vasto campo de progresso, por reunir variados graus de inteligência e moralidade, desde a selvageria própria do animal até a Civilização mais adiantada(G)  A faculdade dominante no estado selvagem é o instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade em certas coisas, liberdade que se desenvolve com a inteligência (LE)  Suas predisposições instintivas são as de antes da sua encarnação, podendo impeli-lo a atos repreensíveis, no que será secundado por Espíritos simpáticos a essas disposições (LE) Sua inteligência apenas desabrocha; ela ensaia para a vida..(LE)  2- Como o Espiritismo racionaliza a questão da evolução individual e coletiva? Allan Kardec, considera existirem três períodos no trabalho da evolução, abrangendo as condições sempre transitórias do Espírito.  O primeiro, o PERÍODO MATERIAL no qual a influência da matéria domina a do Espírito. É o estado das criaturas dadas às paixões brutais e carnais, à sensualidade, cujas aspirações são exclusivamente terrenas, ligadas aos bens temporais, ou refratárias às ideias espirituais. O segundo, o PERÍODO DE EQUILÍBRIO em que as influências da matéria e do Espírito se exercem simultaneamente; em que, embora submetido às necessidades materiais, a criatura pressente e compreende o estado espiritual, trabalhando para sair do estado corporal. Esses dois períodos realiza nos mundos inferiores e médios, estando sujeito à reencarnação.  Por fim, o PERÍODO ESPIRITUAL em que, tendo dominado completamente a matéria, o Espírito não mais necessita da encarnação, nem do trabalho material; seu trabalho é inteiramente espiritual; é o estado dos Espíritos nos Mundos Superiores. (RE) 3- A memória então, assume um papel decisivo na questão da formação da personalidade? Limitada em suas ideias e aspirações, tendo circunscritos seus horizontes, a criatura na fase humana precisa sedimentar todas as coisas e identifica-las, a fim de guardar delas apreciável lembrança e basear seus futuros estudos nos dados que haja reunido.  Pelo sentido da visão foi que lhe vieram as primeiras noções do conhecimento. Foi a imagem de um objeto que lhe ensinou a existência desse objeto. Quando conheceu muitos, tirou deduções das impressões diferentes que eles lhe produziam no íntimo do Ser. Fixou na inteligência a quintessência deles por meio do fenômeno da memória.  Ora, o que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para encontrar de novo ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se foram?



sábado, 3 de setembro de 2016

O MOMENTO SEGUINTE

Na visão dominante na nossa Dimensão, tudo cessou no instante fatal. A mediunidade identificada e explicada pelo Espiritismo, contudo, confirma que não. E a vivenciada pelo médium Chico Xavier produziu um acervo de documentos ainda pouco conhecidos e estudados pelos que buscam respostas para a inesperada, mas inevitável, experiência da morte. A historia a seguir demonstra isso. Para conhecê-la, vamos recuar à 1983, no bairro da Mooca, capital paulista. Naquele ano, o jovem Dialma Coltro Filho, frequentava o segundo ano de direito de uma das faculdades de São Paulo, curso após cuja conclusão, tencionava seguir a carreira de Delegado de Polícia. Dialma, apesar dos seus vinte anos, tinha como hobby colecionar armas de fogo, tendo muita consciência sobre o perigo que representavam. Com a venda de um automóvel, aceitou como parte de pagamento um exemplar de uma Mauser 365. Para processar pequena limpeza na peça, com os cuidados de sempre, desativou a arma, retirando o pente de balas, a fim de guardá-la com as outras colecionadas. Embora a cautela, porém, não percebeu que uma das balas ficara na agulha provocando o disparo acidental que lhe atingiu em cheio a cabeça interrompendo sua ainda curta existência física. Apesar das várias suposições a respeito, Dialma contaria na carta escrita através do médium Chico Xavier, a forma como se deu sua desencarnação. A mensagem foi recebida exatamente no dia em que ele completaria 21 anos, caso estivesse encarnado, ou seja, em 18 de agosto de 1983, portanto, quatro meses e quatro dias após sua morte física. Um detalhe curioso da página é que ao final dela, Dialma precisou repetir, por quatro vezes sua assinatura, visto que as pontas dos lápis usados se quebravam. Estranhando o fato, o Sr. Weaker Batista que na ocasião virava as páginas que Chico ia psicografando, ouviu posteriormente do médium a seguinte explicação: “- O nosso rapaz é canhoto, essa a dificuldade”... Confrontadas as assinaturas da mensagem e de documentos do rapaz, observou-se a grande semelhança entre ambas e, indagada sobre a justificativa dada por Chico sobre a assinatura ter-se repetido quatro vezes, a mãe do rapaz confirmou: ele realmente era canhoto.Vejamos alguns trechos da extensa mensagem: -“Tudo passou com a vertigem das horas e aqui me vejo, sob a proteção do tio Nider Fortunato, a lhes pedir a bênção. Ao contrário do que se afirma, ou do que muita gente possa pensar, estou recuperando as minhas forças, surpreendido com todas as revelações que me cercam. Tenho a considerar a minha inquietação com as lágrimas incessantes da Mãezinha, que me alcançam à maneira de gotas candentes de angústia em brasa. Mãe, por que há de ser assim? Tudo aconteceu comigo à maneira de tantos jovens outros que superaram obstáculos iguais aos nossos. Creiam com as meninas, irmãs abençoadas de sempre, que o projétil que me alcançou não estava em meus pensamentos de expectativa e, sim, nas Leis de Deus que se cumprem através de nós e por nós. Limpava a arma, com despreocupações, supondo que não houvesse qualquer remanescente nos mecanismos em minhas mãos. Em dado instante, alonguei o braço para ver se a arma estava legalmente limpa, quando, sem querer, detonei a bala única que restava ali, sem que eu soubesse. O tiro escapou sem que de minha parte conseguisse sanar as consequências. Caí, apesar do meu propósito de permanecer atento aos curativos que, decerto, me seriam administrados. Ouvi vozes e gritos abafados, tentando responder, mas, a minha boca jazia selada por uma força que não compreendi. Procurei sustentar o cérebro aceso, a fim de prestar as informações necessárias, no entanto, aquilo foi um achatamento de minha personalidade. Achava-me acordado, observando o que se passou, contudo, a minha força se esgotava rapidamente. A lesão repentina que sofrera no crânio, como que me tomava todas as energias. Era como se meu corpo naquela hora estivesse concentrado na cabeça, sem que me fosse possível externar qualquer impressão. Lembrei-me das orações que a Mamãe Júlia e a vovó Hermínia me ensinavam quando criança e busquei harmonizar-me com a prece. No meu íntimo, vagueava aquele medo de ser considerado suicida ou alvejado por outra pessoa, mas, era tarde para que me entregasse a qualquer explicação. Entrei num sono invencível e perdi-me nas considerações inacabadas que tentava formular... O resto não sei. Não sofri dor alguma porque, onde o impacto do sofrimento é pesado demais, a dor desaparece... Meus últimos pensamentos no corpo foram para a Mãezinha Júlia, cujas lágrimas tive a ideia de que me orvalhavam o rosto. Depois, foi a inconsciência, com uma espécie de ocultação de meu próprio Ser. Quanto tempo estive assim, nem exatamente vivo, nem suficientemente morto, ainda ignoro. Sei que despertei num aposento simples e arejado, com a cabeça dolorida. Julguei-me num local de tratamento para acidentados... Respirei o ar puro, com quem sorve um copo de água refrigerada depois da sede ardente e, ao ver a senhora que me assistia, supus com naturalidade fosse uma enfermeira tão humana quanto eu mesmo. As nossas situações estavam, porém, trocadas, sem que eu me apercebesse disso, em sentido imediato. Quando a senhora protetora se inclinou para mim, indagando se não a reconhecia, respondeu ao meu pedido de informações:- Não se lembra da vovó Júlia, vó da mamãe e sua também?”. A integra da carta de Dialma poderá ser lida no livro NOVOS HORIZONTES, publicado pela editora IDEAL.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A MEDIUNIDADE E A INSPIRAÇÃO

Fechando a edição de março de 1869 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz interessante mensagem escrita por um Espírito identificado como Halévy obtida no Grupo Déliens, no dia 16 do mês anterior enfocando o tema A MEDIUNIDADE E A INSPIRAÇÃO.  A avaliação de Kardec coloca a mensagem entre as que merecem ser lidas pela lógica e teor de seu conteúdo. Dia ela: -“ Sob suas formas variadas ao infinito, a mediunidade abarca a Humanidade inteira, como uma rede à qual ninguém pode escapar. Cada um, estando em contato diário, saiba-o ou não, queira-o ou se revolte, com inteligências livres, não há um homem que possa dizer: Não fui, não sou ou não serei médium. Sob a forma intuitiva, modo de comunicação ao qual vulgarmente se deu o nome de voz da consciência, cada um está em relação com várias influências espirituais, que aconselham num ou noutro sentido e, muitas vezes, simultaneamente, o bem puro, absoluto; acomodações com o interesse; o mal em toda a sua nudez. – O homem evoca essas vozes; elas respondem ao seu apelo, e ele escolhe; mas escolhe entre essas diversas inspirações e o seu próprio sentimento. – Os inspiradores são amigos invisíveis; como os amigos da Terra, são sérios ou eventuais, interesseiros ou verdadeiramente guiados pela afeição. São consultados, ou aconselham espontaneamente, mas, como os conselhos dos amigos da Terra, seus conselhos são ouvidos ou rejeitados; por vezes provocam um resultado contrário ao que se espera; muitas vezes não produzem qualquer efeito. – Que concluir daí? Não que o homem esteja sob a ação de uma mediunidade incessante, mas que obedece livremente à sua própria vontade, modificada por avisos que, no estado normal, jamais podem ser imperativos. Quando o homem faz mais do que se ocupar dos mínimos detalhes de sua existência, e quando se trata de trabalhos que ele veio realizar mais especialmente, de provas decisivas que deve suportar, ou de obras destinadas à instrução e à elevação gerais, as vozes da consciência não se fazem mais somente e apenas conselheiras, mas atraem o Espírito para certos assuntos, provocam certos estudos e colaboram na obra, fazendo ressoar certos compartimentos cerebrais pela inspiração. Aqui é uma obra a dois, a três, a dez, a cem, se quiserdes; mas, se cem nela tomaram parte, só um pode e deve assiná-la, porque só um a fez e é o seu responsável! Afinal de contas, o que é uma obra, seja qual for? Jamais é uma criação; é sempre uma descoberta. O homem nada faz, tudo descobre. É preciso não confundir esses dois termos. Inventar, no seu verdadeiro sentido, é tornar evidente uma lei existente, um conhecimento até então desconhecido, mas posto em germe no berço do Universo. Aquele que inventa levanta uma das pontas do véu que oculta a verdade, mas não cria a verdade. Para inventar é preciso procurar e procurar muito; é preciso compulsar os livros, rebuscar no fundo das inteligências, pedir a um a Mecânica, a outro a Geometria, a um terceiro o conhecimento das relações musicais, a um outro, ainda, as leis históricas e, do todo, fazer algo novo, interessante, inimaginável. Aquele que foi explorar os recantos das bibliotecas, que ouviu falarem os mestres, que perscrutou a Ciência, a Filosofia, a Arte, a Religião, da antiguidade mais remota até os nossos dias, é o médium da Arte, da História, da Filosofia e da Religião? É o médium dos tempos passados, quando por sua vez escreve? Não, porque não conta pelos outros, mas ensinou os outros a contar e enriquece os seus relatos de tudo o que lhe é pessoal. – Por muito tempo o músico ouviu a toutinegra e o rouxinol, antes de inventar a música; Rossini escutou a Natureza antes de traduzi-la para o mundo civilizado. Ele é o médium do rouxinol e da toutinegra? Não: compõe e escreve; escutou o Espírito que lhe veio cantar as melodias do céu; ouviu o Espírito que clamou a paixão ao seu ouvido; ouviu gemerem a virgem e a mãe, deixando cair, em pérolas harmoniosas, sua prece sobre a cabeça do filho. O amor e a poesia, a liberdade, o ódio, a vingança e numerosos Espíritos que possuem esses sentimentos diversos, cada um por sua vez cantou a sua partitura ao seu lado. Ele as escutou, as estudou, no mundo e na inspiração, e de um e outro fez as suas obras. Mas não era médium, como não é médium o médico que ouve os doentes contando o que sofrem, e que dá um nome às suas doenças. – A mediunidade teve suas horas num como no outro; mas fora desses momentos muito curtos para a sua glória, o que fez, o fez apenas à custa dos estudos colhidos dos homens e dos Espíritos. Sendo assim, é-se médium de todos; é-se médium da Natureza, médium da verdade e médium muito imperfeito, porque muitas vezes a mediunidade aparece de tal modo desfigurada pela tradução, que é irreconhecível e desconhecida.