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terça-feira, 13 de setembro de 2016

PORQUE NÃO ACREDITAR EM TODOS OS ESPÍRITOS

Na atualidade observa-se grande número de pessoas fiando-se quase cegamente na opinião de Espíritos que se ocultam em nomes de personagens conhecidos da História da Humanidade.  Fato relevante, foi analisado por Allan Kardec no numero de abril de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Suas considerações servem para formarmos nossa própria opinião. Diz, entre outras coisas: -“Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, comunicando-nos com eles não saíamos fora da Humanidade, circunstância capital a considerar-se. Os homens de gênio, que foram fachos da Humanidade, vieram do Mundo dos Espíritos e para lá voltaram, ao deixarem a Terra. Desde que os Espíritos podem comunicar-se com os homens, esses mesmos gênios podem dar-lhes instruções sob a forma espiritual, como o fizeram sob a forma corpórea. Podem instruir-nos, depois de terem morrido, tal qual faziam quando vivos; apenas, são invisíveis, ao invés de serem visíveis; essa a única diferença. Não devem ser menores do que eram a experiência e o saber que possuem e, se a palavra deles, como homens, tinha autoridade, não na pode ter menos, somente por estarem no Mundo dos Espíritos. Mas, nem só os Espíritos superiores se manifestam; fazem-no igualmente os de todas as categorias, e preciso era que assim acontecesse, para nos iniciarmos no que respeita ao verdadeiro caráter do Mundo Espiritual, apresentando-se-nos este por todas as suas faces. Daí resulta serem mais íntimas as relações entre o Mundo Visível e o Mundo Invisível e mais evidente a conexidade entre os dois. Vemos assim mais claramente donde procedemos e para onde iremos. Esse o objetivo essencial das manifestações. Todos os Espíritos, pois, qualquer que seja o grau de elevação em que se encontrem, alguma coisa nos ensinam; cabe-nos, porém, a nós, visto que eles são mais ou menos esclarecidos, discernir o que há de bom ou de mau no que nos digam e tirar, do ensino que nos deem, o proveito possível. Ora, todos, quaisquer que sejam, nos podem ensinar ou revelar coisas que ignoramos e que sem eles não saberíamos. Os grandes Espíritos encarnados são, sem duvida, individualidades poderosas, mas de ação restrita e lenta propagação. Viesse um só dentre eles, embora fosse Elias ou Moisés, revelar, nos tempos modernos, aos homens, as condições do Mundo Espiritual, quem provaria a veracidade das suas asserções, nesta época de cepticismo? Não o tomariam por sonhador ou utopista? Mesmo que fosse verdade absoluta o que dissesse, séculos se escoariam antes que as massas humanas lhe aceitassem as ideias. Deus, em sua sabedoria, não quis que assim acontecesse; quis que o ensino fosse dado pelos próprios Espíritos, não por encarnados, a fim de que aqueles convencessem da sua existência a estes últimos e quis que isso ocorresse por toda a Terra simultaneamente, quer para que o ensino se propagasse com maior rapidez, quer para que, coincidindo em toda parte, constituísse uma prova da verdade, tendo assim cada um o meio de convencer-se a si próprio. Tais o objetivo e o caráter da revelação moderna.  Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitir, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas.  De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas.  Saídos da Humanidade, eles constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no Plano Invisível também os há superiores e vulgares; muitos deles, pois, científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos.  Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados.  Pedir o homem conselhos aos Espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais, com aqueles mesmos a quem ele se dirigiria neste mundo; a seus parentes, seus amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele. Disto é que importa se convençam todos e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo, fazem ideia completamente falsa da natureza do Mundo dos Espíritos e das relações com o além-túmulo. 

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