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sábado, 30 de janeiro de 2016

MUITO ALÉM DO QUE OS OLHOS VEEM

Guerras, atentados deflagrados por fanáticos suicidas, revoluções... Quais as consequências para os responsáveis diretos ou indiretos? Allan Kardec comentando a questão das responsabilidades coletivas perante a Lei de Causa e Efeito escreveu: - “Não se pode duvidar de que haja famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas pelos instintos do orgulho, do egoísmo, da ambição, da cupidez, caminham em má senda e fazem coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente; uma família se enriquece às expensas de outra família; um povo subjuga outro povo, e leva-lhe a desolação e a ruína; uma raça que aniquilar outra raça. Eis porque há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião”. Acrescenta ainda que “quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo. Estas palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá seu sangue derramado; aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a tocha do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, seja despojado; aquele que subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado, por sua vez, quer seja um indivíduo, um nação ou uma raça, porque os membros de uma individualidade coletiva são associados tanto do Bem como do mal que se faz em comum”. Embora poucos tenham se atido à associações, os primeiros livros da série conhecida como NOSSO LAR, foram psicografados por Chico Xavier enquanto a chamada Segunda Guerra Mundial se desenvolvia no solo europeu, tendo o autor dos livros podido acompanhar as repercussões dos acontecimentos da nossa Dimensão no Plano Espiritual. Considerando que a intensificação dos efeitos destrutivos ao longo do restante do século 20 e início do 21 como consequência dos abismos sociais que a falta de educação espiritual abriram nos diferentes agrupamentos humanos, acarretam os mesmos comprometimentos a nações, destacamos alguns aspectos expostos pelos que de outros Planos analisavam o problema dos anos 40: - “Quando um país toma a iniciativa da guerra, encabeça a desordem da Casa do Pai, e pagará um preço terrível. (...) As zonas superiores da vida se voltam em defesa justa, contra os empreendimentos da ignorância e da sombra, congregados para a anarquia e, consequentemente, para a destruição. (...) Nos acontecimentos dessa natureza, os países agressores convertem-se, naturalmente, em núcleos poderosos de centralização das forças do mal. Sem se precatarem dos perigos imensos, esses povos, com exceção dos Espíritos nobres e sábios que lhes integram os quadros de serviço, embriagam-se ao contato dos elementos de perversão, que invocam das camadas sombrias. Coletividades operosas convertem-se em autômatos do crime. Legiões infernais precipitam-se sobre grandes oficinas do progresso comum, transformando-as em campos de perversidade e horror. Mas, enquanto os bandos escuros se apoderam da mente dos agressores, os agrupamentos espirituais da vida nobre movimentam- se em auxílio dos agredidos. Se devemos lastimar a criatura em oposição à lei do bem, com mais propriedade devemos lamentar o povo que olvidou a justiça .(NL,41) No segundo livro repassado mediúnicamente, a certa altura destaca informações de um Instrutor: - “O presente período humano é de conflitos devastadores e as vibrações contraditórias que nos atingem são de molde a enfraquecer qualquer ânimo menos decidido. Desencarnados e encarnados empenham-se em batalhas destruidoras. É uma lástima. Sangrentas lutas estão sendo travadas na superfície do Globo. Os que não se encontram nas linhas de fogo, permanecem nas linhas da palavra e do pensamento. Quem não luta nas ações bélicas, está no combate das ideias, comentando a situação. Reduzido número de homens e mulheres continuam cultivando a espiritualidade superior. É natural, portanto, que se intensifiquem, ao longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos mentais dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras.(M,17) Noutro momento um prognóstico:  - “Embalde voltarão os países do mundo aos massacres recíprocos. O erro de uma nação influirá em todas, como o gemido de um homem perturbaria o contentamento de milhões. A neutralidade é um mito, o insulamento uma ficção do orgulho político. A Humanidade terrestre é uma família de Deus, como bilhões de outras famílias planetárias no Universo Infinito. Em vão a guerra desfechará desencarnações em massa. Esses mesmos mortos pesarão na economia espiritual da Terra. Enquanto houver discórdia entre nós, pagaremos doloroso preço em suor e lágrimas. A guerra fascina a mentalidade de todos os povos, inclusive de grande número de núcleos das esferas invisíveis. Quem não empunha as armas destrói dons, dificilmente se afastará do verbo destruidor, no campo da palavra ou da ideia. Mas, todos nós pagaremos tributo. É da Lei Divina, que nos entendamos e nos amemos uns aos outros. Todos sofreremos os resultados do esquecimento da lei, mas cada um será responsabilizado, de perto, pela cota de discórdia que haja trazido à família mundial. (M,18)



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A LEI DE CAUSA E EFEITO E AS MORTES VIOLENTAS

Com a sobriedade que lhe era característica, Allan Kardec escreveu que “o médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”. Isso se evidencia quando se recupera do depoimento dos Espíritos que cumpriram na nossa Dimensão programas que previam o término de suas experiências através das chamadas mortes violentas. Do acervo construído pelo médium Chico Xavier, destacamos alguns exemplos para reflexões: CASO 1 EFEITO - FMH, morto aos 24 anos, quando saindo de uma “balada” em Cuiabá (MT) com amigo, foi abordado por outro frequentador que alterado por efeito do alcool, sacou um revolver, disparando varias vezes e atingindo-o fatalmente. CAUSA - Suicídio praticado por ele mesmo em existência terminada em 1920, na cidade de Lucca, na Itália, onde vivia e trabalhava. Revelou, portanto, ter sido o bisavô de si mesmo, renascido para livrar-se do débito com a Providência Divina. (AVM). CASO 2 EFEITO - Morte de três irmãos adolescentes, por afogamento, em piscina de existente na sede da fazenda de amigos de sua família, após um deles ter caído acidentalmente na mesma, seguido pelos outros dois na desesperada tentativa de salvá-lo. CAUSA- Afogamento intencional de moradores das margens do Rio Paraguai em batalha naval de que participaram no final do século 19, indiferentes aos pedidos de misericórdia e vida, sob o pretexto de que em guerra tudo resulta em guerra. (RC). CASO 3 EFEITO - Morte em acidente automobilístico de OPM, juntamente com a pajem de seus filhos, pouco depois de iniciar com a família viagem de férias, sem que esposa e filhos tivessem sofrido lesões ou fraturas maiores. CAUSA - Execução em vida anterior de plano arquitetado por ele e a pajem de hoje objetivando desalojar e precipitar num pântano adversário que iniciava longa viagem. CASO 4 -  EFEITO - JFE, morto aos 32 anos, em acidente aéreo de avião de pequeno porte, na região de Votuporanga (SP) – CAUSA - Precipitação, 300 anos antes, de pessoas, em poços de tamanho descomunal, por motivos sem maior importância, em comunidade objetivando conquistar destaque nas posições financeiras e do poder. (GP). CASO 5 EFEITO - EAS, desencarnado aos 13 anos, após ter sido arrastado por cavalo em cuja sela prendera o pé ao apoiar-se na tentativa de colher algumas tangerinas maduras em penca que o atraíra. CAUSA - Castigo violento e cruel imposto em vida anterior, a escravo de sua propriedade ao surpreendê-lo roubando algumas laranjas do pomar, chicoteando-o inúmeras vezes e, não satisfeito, determinou fosse atado à cauda de potro selvagem que o arrastou por um campo ainda não destocado, surdo e insensível às suplicas dele e de ninguém, causando-lhe a morte. (EV). CASO 6 - EFEITO Espírito, sexo masculino, enquanto encarnado morador de rua, tendo tombado na via pública, num processo de catalepsia. Ninguém lhe reclamou o suposto cadáver. Conduzido à laje úmida, não conseguindo falar e nem ver, não obstante a inércia, seus sentidos da audição e do olfato, tanto quanto a noção de si mesmos, estavam vigilantes. Padeceu o pavor de um morto-vivo tendo, depois de muitas horas de expectação e agonia moral, sido carregado seminu para a câmara fria., onde suportou o ar gelado, gritando intimamente, sem que sua boca hirta obedecesse. Após algum tempo, percebendo tudo ao redor, teve seu corpo estudado numa sala de anatomia. Sentiu lâmina afiada a rasgar-lhe o abdomen, observou seu tórax sendo aberto, o coração ser arrebatado e, em seguida, um choque no crânio para a trepanação, o que o fez perder a noção de si mesmo e desprender-se, enfim, daquele fardo de carne viva e inerte, fugindo horrorizado qual se fora um cão hidrófobo e sem rumo. CAUSA - Ações levadas a efeito em existência recuada, na qual, envergando o chapéu de um mandarim principal que o investia na posse de larga autoridade, reviu-se, numa noite de festa, determinando que um de seus companheiros, por mero capricho de seu orgulho, fosse lançado em plena nudez num pátio gelado. Ao amanhecer, recomendou lhe furtassem os olhos, mandando algemá-lo, embora clamasse compaixão. Ordenou fosse ele esfolado vivo, decidindo fosse seu crânio aberto, exigindo-lhe abrissem o abdomen e  o tórax, reclamando seu coração numa bandeja de prata.(IP)


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A TRANSIÇÃO E A IMIGRAÇÃO/EMIGRAÇÃO DE ESPÍRITOS

Muitos ante o caos social observado no Mundo entendem haver poucas possibilidades das coisas melhorarem, não enxergando nada além do fundo do poço onde parecemos todos mergulhar dia após dia. No número de janeiro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec desenvolve alguns raciocínios importantes para reflexões. Diz ele: -“ Durante um certo período, a população do Globo é quase composta dos mesmos Espíritos, que nele reaparecem em diversas épocas, até que tenham alcançado um grau de depuração suficiente para irem habitar mundos mais avançados. Segundo o ensinamento dado pelos Espíritos superiores, essas emigrações e essas imigrações dos Espíritos encarnados sobre a Terra ocorrem de tempos em tempos individualmente; mas, em certas épocas, elas se operam em massa, em consequência das grandes revoluções que dela fazem desaparecer quantidades inumeráveis, e são substituídos por outros Espíritos que constituem, de alguma sorte, sobre a Terra ou sobre uma parte da Terra, uma nova geração. O Cristo disse uma palavra notável que não foi compreendida, como muitas outras que se tomaram ao pé da letra, sem pensar que, quase sempre, ele falou por figuras e parábolas. Anunciando grandes mudanças no mundo físico e no mundo moral, disse ele: Eu vos digo, em verdade, que esta geração não passará antes que estas coisas tenham se cumprido; ora, a geração do tempo do Cristo passou há dezoito séculos sem que estas coisas tenham chegado; é preciso disso concluir, ou que o Cristo se enganou, o que não é admissível, ou que suas palavras tinham um sentido oculto, que se interpretou mal. Se nos reportarmos agora ao que dizem os Espíritos, não somente a nós, mas pelos médiuns de todos os países, atingimos o cumprimento dos tempos preditos, uma época de renovação social, quer dizer, a uma época de uma dessas grandes emigrações dos Espíritos que habitam a Terra. Deus, que para ela os enviara para se melhorarem, nela deixou-os o tempo necessário para progredirem', fê-los conhecer as suas leis, primeiro por Moisés, em seguida pelo Cristo; fê-los advertir pelos profetas; em suas reencarnações sucessivas, puderam tirar proveito desses ensinamentos; agora é chegado o tempo em que aqueles que não aproveitaram da luz, aqueles que violaram as leis de Deus e desconheceram seu poder, vão deixar a Terra onde estariam, doravante, deslocados no meio do progresso moral que se cumpriu, e ao qual não poderiam senão trazer entraves, seja como homens, seja como Espíritos. A geração da qual o Cristo falou, não podendo se reportar aos homens vivendo em seu tempo, corporalmente falando, deve se entender da geração dos Espíritos que percorreram, sobre a Terra, os diversos períodos de suas encarnações e que vão deixá-la. Vão ser substituídos por uma nova geração de Espíritos que, mais avançados moralmente, farão reinar, entre eles, a lei de amor e de caridade ensinada pelo Cristo, e cuja felicidade não será perturbada pelo contato dos maus, dos orgulhosos, dos egoístas, dos ambiciosos dos ímpios. Parece mesmo, no dizer dos Espíritos, que já entre as crianças que nascem agora, muitas são a encarnação de Espíritos dessa nova geração. Quanto àqueles da antiga geração que tiverem bem merecido, mas que, no entanto, não atingiram ainda um grau de depuração suficiente para chegar aos mundos mais avançados, eles poderão continuar a habitar a Terra e nela cumprir ainda algumas encarnações, mas, então, no lugar de ser uma punição, isto será uma recompensa, uma vez que nela serão mais felizes por progredirem. O tempo em que uma geração de Espíritos desaparece, para dar lugar a uma outra, pode ser considerado como o fim do mundo, quer dizer, do mundo moral.



domingo, 24 de janeiro de 2016

O ESPIRITISMO E A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS

Num tempo em que a Astronomia começava a ampliar sua visão contida por quase dois milênios pelas ingerências religiosas, Allan Kardec busca colher informações dos Espíritos que o auxiliaram a compor a base da proposta espírita sobre a vida em outros mundos da imensidão do Universo. Seu intento foi satisfeito e não só as respostas foram originais como depoimentos importantes vieram se agregar a ela. Tal fato torna-se relevante na medida em que nas ultimas décadas a Teoria das Supercordas formulada pela Física Quântica vem se aprofundando nas cogitações e proposições dos Universos Paralelos que, entre outras coisas, abre caminho para se considerar a vida material em outras formas de vida humana, não percebidas pelos limitados sensores do nosso sentido da visão, os olhos. Vejamos alguns dos dados apurados nas pesquisas mediúnicas da Sociedade Espírita de Paris: 1- N’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Todos os Globos que circulam no espaço são habitados? -Sim, e o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. (LE,55) A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, os seres que os habitam terão organização diferente? -Sem dúvida, como entre vós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros, no ar (LE,57) “As condições de existência dos seres nos diferentes mundos devem ser apropriadas ao meio em que tem de viver. Se nunca tivéssemos visto peixes não compreenderíamos como alguns seres pudessem viver na água”. (nota/q 58). 2- Na REVISTA ESPÍRITA - CASOS DE ESPÍRITOS DE OUTROS PLANETAS - MARÇO 1859 : Humboldt- “Havia numerosos candidatos a esta obra -  Humboldt passou para a História pela sua contribuição no mapeamento climático da Terra - /  ela (existência anterior) se passou num mundo superior longe e muito diferente de nossa Terra, não podendo ser visto porque não é luminoso e não reflete a luz dos sóis que o rodeiam, com uma numa relação de cem para um em relação à Terra”. No mesmo ano, Allan Kardec reproduz interessante mate´ria com o médium Victorien Sardou que relata seus contatos com o Espírito do oleiro Bernard Palissy descrevendo detalhes da vida no Planeta Jupiter, certamente numa das múltiplas dimensões de vida naquele Orbe. MARÇO 1867: -  “Logo depois da libertação o Espírito Lumen transportou-se com a velocidade do pensamento para o grupo de Mundos componentes do sistema da estrela designada em Astronomia sob o nome de Capela ou Cabra”. Em entrevista reproduzida no ANUÁRIO ESPÍRITA 64 (Ide,1964), o Espírito André Luiz  esclarece: -““Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra em encarnações de exercício evolutivo com frequência, de vez que muitos Espíritos superiores se reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade e criaturas inferiores costumam aí sofrer curtos ou longos períodos de exílio das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto, a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo”. Anos depois, o médium Chico Xavier, contaria que “quando iniciei a psicografia dos livro de André Luiz, passei a reconhecer que a matéria se caracterizava por diferentes gradações e compreendi que, em torno de paisagens cósmicas, sejam elas quais sejam, podem existir cidades e vida comunitária, em condições que nos escapam, por enquanto, ao conhecimento condicionado de Espíritos temporariamente encarnados na existência física”. (9/76)



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A LEI QUE REALMENTE FUNCIONA

Chico Xavier dizia que o remorso é uma das experiências mais difíceis, se assemelhando a um relógio que parasse dentro da pessoa. Isso porque a consciência é cobradora implacável para o que carrega simples noções do certo e do errado. Em interessante mensagem contida no livro FALANDO À TERRA (feb,1952), o Espírito Abel Gomes inclui dois exemplos pessoalmente recolhidos das realidades do Plano Espiritual. Conta ele: -“ Velho conhecido de minha relações particulares assassinou certo companheiro de luta, em deplorável momento de insânia, e, não obstante ver-se livre da justiça humana, que o restituiu à liberdade, experimentou longo martírio da consciência dilacerada, entregando-se, por mais de quatro decênios, à caridade com trabalho ativo pelo bem do próximo. Com semelhante procedimento, granjeou a admiração e o carinho de vários benfeitores da Espiritualidade Superior, que o acolheram, solícitos, quando afastado da experiência física, situando-o em lugar respeitável, a fim de que pudesse prosseguir a obra retificadora. Pelos fios da amizade e da colaboração que soube tecer, em volta do coração, para solucionar o seu caso, conseguiu recursos para ir no encalço da vítima, que a insubmissão havia desterrado para fundo despenhadeiro de trevas e animalidade. Não se fez dela reconhecido, de pronto, de modo a lhe não perturbar os sentimentos, auxiliando-a a assumir a posição de simpatia necessária à receptividade dos benefícios de que era portador; e, após lutar intensivamente pela sua transformação moral, em favor do necessário alçamento, voltará às lides da carne, a fim de recebê-la nos braços paternos. Tendo subtraído ao irmão a oportunidade de viver e lutar no campo terrestre, restituir-lhe-á o corpo perdido, ajudando-o a desenvolver-se para a educação, entre as dádivas da existência comum. Sofrerão juntos, a princípio, quando de volta à matéria espessa, as velhas antipatias do pretérito, mas o homicida regenerado conseguiu, por seus méritos, a graça de ser pai e, nessa condição, é justo esperar-lhe a vitória porque, na qualidade de progenitor, sentirá sublime alegria em renunciar e sacrificar-se. Quando os grandes inimigos adquirem o ensejo da convivência nos elos da consanguinidade, apreciável mérito já lhes assinala o caminho evolutivo, porquanto, sob o mesmo teto, quando aceitam os imperativos do verdadeiro amor, podem solidificar os alicerces da perfeita união. Quem conquistou o dom de ajudar, sem pedir remuneração, penetrou o caminho de acesso efetivo à Espiritualidade Superior. O crime passional do amigo a que me reporto não lhe valeu o inferno sem fim, segundo ensina a antiga teologia, mas custou-lhe vastíssimos padecimentos, em benefício do reajuste, com enorme despesa de tempo, de vez que, se houvesse suportado o adversário, com paciência, prescindiria de tantas e tão longas canseiras de reparação. (...) Lembro-me, igualmente, de velho lidador que se rodeou de muitos servidores, dos quais reclamava obediência passiva, embora prestando incontestáveis benefícios à paisagem que o viu renascer. Amparou a terra e estabeleceu para as gerações mais novas a instrução rudimentar, com o que instituiu grandes vantagens para muitas almas, atraindo a simpatia de vários benfeitores do Plano Superior; mas era demasiado cruel para com as criaturas que presumia inferiores. E, em razão disso, instalou, com a autoridade de que dispunha, condenável sistema de punição para trabalhadores que julgava relapsos. Com a medida infeliz, alguns servos se viram depressa minados pela tuberculose fatal. Invocada por

suas exigências, a morte visitou-lhe a propriedade, ceifando existências diversas e perturbando muitos programas da Direção Mais Alta para o futuro. Atingindo a Esfera Espiritual, viu-se pungido de acerbo remorso, mas, se errara por um lado, exagerando o castigo a homens pobres, que ele não socorrera nem educara suficientemente, colaborara com segurança e decisão por um padrão mais elevado de vida, no círculo que o vira renascer, fazendo quanto lhe era possível pelo progresso comum. Suas qualidades nobres acusavam superavit sobre as imperfeições, e o Governo Superior concedeu-lhe uma reencarnação expressiva, em que lhe será facultado um título de médico, através do qual pretende o velho lidador consagrar-se aos corpos doentes, muito especialmente no que se refere à tisiologia, aprendendo a ajudar aos companheiros de luta humana e amenizando o próprio coração”.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

ENTENDENDO DEUS

Acompanhando o trabalho de Allan Kardec através da REVISTA ESPÍRITA, vai se percebendo que suas páginas serviram também para o desenvolvimento de temas que não ficaram totalmente compreensíveis nas Obras Básicas. Descobre-se ainda que correspondentes da publicação forneciam conteúdos importantes ao aprofundamento da Doutrina. No número de maio de 1861, na seção QUESTÕES E PROBLEMAS, encontramos um exemplo disso. Um leitor escreve: -“Após haver dissipado uma a uma as minhas dúvidas e reafirmado minha fé na sua base, o Espiritismo me deixa uma questão não resolvida; ei-la: Como os Espíritos novos, que Deus cria, e que se destinam um dia tornar-se Espíritos puros, depois de terem passado pela peneira de uma multidão de existências e de provas, saem tão imperfeitos das mãos do Criador, que é a fonte de toda perfeição, e não se melhoram gradualmente senão se afastando de sua origem? Resp. – Esse é um mistério que o Eterno não nos permite penetrar, antes que nós, Espíritos errantes ou encarnados, tenhamos atingido a perfeição que nos é indicada, graças à bondade divina, perfeição que novamente nos aproximará de nossa origem e fechará o círculo da eternidade. Allan Kardec observa: -“Nosso correspondente não nos diz qual o Espírito que lhe respondeu, mas a sabedoria de suas respostas prova que não é um Espírito vulgar. Eis o essencial, porquanto, como se sabe, o nome pouco importa. Nada temos a dizer quanto às suas primeiras respostas, que concordam em todos os pontos com o que nos foi ensinado, provando que a teoria que demos dos fenômenos espíritas não é produto de nossa imaginação, visto ser dada por outros Espíritos, em tempos e lugares diversos e fora de nossa influência pessoal. Apenas a última resposta não resolve a pergunta feita. Vamos tentar remediá-la. Digamos, primeiramente, que a solução pode ser facilmente deduzida do que está dito, com alguns desenvolvimentos, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sobre a progressão dos Espíritos, pergunta 114 e seguintes. Teremos pouca coisa a acrescentar. Os Espíritos saem das mãos do Criador simples e ignorantes, mas nem são bons, nem maus: do contrário, desde a sua origem teria Deus votado uns ao bem e à felicidade, e outros ao mal e à desgraça, o que não estaria nem conforme à sua bondade, nem de acordo com a sua justiça. No momento de sua criação, os Espíritos não são imperfeitos senão do ponto de vista do desenvolvimento intelectual e moral, como a criança ao nascer, como o germe contido na semente da árvore; mas não são maus por natureza. Ao mesmo tempo, neles se desenvolve a razão, o livre-arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns o bom caminho, outros o mau, fazendo que uns cheguem ao objetivo mais cedo que outros. Mas todos, sem exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corporal, a fim de adquirir experiência e ter o mérito da luta. Ora, nessa luta uns triunfam, outros sucumbem, conquanto os vencidos possam sempre se erguer e resgatar os seus fracassos. Esta questão levanta outra, mais grave, que muitas vezes nos tem sido apresentada. É a seguinte: Deus, que tudo sabe, o passado, o presente e o futuro, deve saber que tal Espírito seguirá o mau caminho, sucumbirá e será infeliz. Neste caso, por que o criou?  Ora, por certo sabe Deus perfeitamente a linha que seguirá um Espírito, pois, de outro modo, não teria a ciência soberana. Se o mau caminho no qual se aventura o Espírito devesse fatalmente conduzi-lo a uma Eternidade absoluta de penas e sofrimentos; se, porque tivesse falido, lhe fosse sempre negado reabilitar-se, a objeção acima teria uma força de lógica incontestável, e talvez aí residisse o mais poderoso argumento contra o dogma dos suplícios eternos. Neste caso, impossível é sair do dilema: ou Deus não conhece a sorte reservada à sua criatura, e então não tem a soberana ciência; ou, se a conhece, Ele a criou para ser eternamente infeliz e, portanto, não tem a soberana bondade. Com a Doutrina Espírita, tudo concorda perfeitamente e não há mais contradição: Deus sabe que um Espírito tomará um mau caminho; conhece todos os perigos de que este se acha semeado, mas sabe, também, que dele sairá, e que não haverá para ele senão um atraso. E, em sua bondade e para lhe facilitar, multiplica em sua rota as advertências salutares, das quais infelizmente nem sempre ele aproveita. É a história de dois viajantes que querem alcançar um belo País, onde viverão felizes; um sabe evitar os obstáculos, as tentações que o fariam parar no caminho; o outro, por imprudência, choca-se contra os mesmos obstáculos, leva quedas que o atrasam, mas chegará por sua vez. Se, no caminho, pessoas caridosas o previnem dos perigos que corre e se, por presunção, não as escuta, mais repreensível será por isso”.
                                                                            




segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CIDADES NO MUNDO ESPIRITUAL?

Sacerdote inglês, George Vale Owen levou 25 anos para se convencer de que a comunicação dos Espíritos era um fato verdadeiro e bom, construindo no período de um mês – entre 23 de setembro e 31 de outubro de 1913, uma incrível obra falando do Mundo Espiritual de forma objetiva e rica em detalhes. O processo a escrita automática por inspiração psicográfica, calculando que as 29 comunicações vertidas para nosso Plano tenham surgido na base de 24 palavras por minuto. Conta que o início se deu a partir de orientação recebida por sua esposa em comunicação através da prancheta de que “deveria sentar-se, calmamente, com o lápis na mão e receber todos os pensamentos que viessem à sua mente, projetados por uma personalidade externa e não originados do exercício do seu próprio Espírito”. Relutando por longo tempo, convenceu-se, por fim, de que amigos que estavam próximos, desejavam ardentemente falar-lhe. Na última mensagem recebida, soube ter sido variável o número de entidades espirituais que o assistiam em seu trabalho mediúnico, que acabou resultando no livro A VIDA ALÉM DO VÉU (feb, 1921), compilação das mensagens publicadas pelo magnata da comunicação inglês  Lord Northcliffe, em um dos seu jornais. A princípio acionado por sua mãe que havia desencarnado quatro anos antes, foi consecutivamente utilizado por ASTRIEL (Regiões Inferiores do Céu), ZABDIEL (Altas Regiões do Céu), LEADER (Os Mistérios do Céu), cada um deles dando oferecendo informações sobre as áreas em que viviam. Destacamos alguns desses informes que expressam as surpreendentes revelações contidas no livro: 1- “É a Terra aperfeiçoada. (...) O que chamais quarta dimensão, até certo ponto existe aqui, mas não podemos descrevê-la claramente. Nós temos montes, rios, belas florestas e muitas casas; tudo foi preparado pelos que nos precederam”. 2- “Avistamos a cidade e descemos em frente à porta principal, pela qual penetramos na principal rua. Esta cortava toda a cidade e saía em outra porta do lado oposto. De cada lado desta rua larga havia grandes casas ou palácios, em terrenos espaçosos. Quando vínhamos em direção à cidade notamos diversas pessoas trabalhando nos campos e, também, muitos edifícios que não eram evidentemente residências, mas tinham algum fim útil. Agora que estávamos dentro dos seus muros, vimos a perfeição, tanto das construções como da horticultura. Cada casa tinha um jardim típico, em harmonia com ele, tanto na cor quanto no formato”. 3-A ponte sobre o abismo, entre as esferas de luz e de trevas, foi construída e ela é toda da mesma cor. Na parte mais afastada, está envolta em trevas e ao emergir gradualmente em direção à região de luz, toma uma cor cada vez mais brilhante”. 4- “Estas regiões são muito extensas e a ponte é mais um trecho de terreno do que uma ponte, e esta é a melhor comparação que me ocorre. Como vi, apenas, pequena parte destas esferas, só me refiro ao que sei. Provavelmente há outros precipícios e pontes; grande número deles”. 5- (A casa) é muito bem acabada, interna e externamente. Dentro possui banheiros, um salão de música e aparelhos registradores do nosso trabalho. É um edifício amplo. (...) Tudo é de tal forma extraordinário que, não sei não se acreditaria como não se compreenderia (...). As árvores, são verdadeiras árvores, e crescem como na Terra, porém estão de acordo com os edifícios”.


sábado, 16 de janeiro de 2016

SEXO ALÉM DA MORTE?

Ampliando os conceitos a respeito do corpo espiritual ou períspirito, o Espiritismo revela ser ele o veiculo de manifestação do Espírito na sua permanência no Plano Espiritual, reproduzindo a mesma morfologia do corpo físico de que se serviu na encarnação terminada. Allan Kardec num dos números da REVISTA ESPÍRITA explica que “a reencarnação determina sempre, procriação e alimentação, isto é, necessidades da matéria a satisfazer e, assim, entraves para o Espírito. A luta é necessária ao desenvolvimento do Espírito; é na luta que exercita suas faculdades” e, um século depois o Espírito André Luiz acrescenta no livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb,1958) que “quanto ao instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso”. No capítulo DISCIPLINA AFETIVA da mesma obra, através de Chico Xavier, informa “enganam-se lamentavelmente quantos possam admitir a incontinência sexual como regra de conduta nos planos superiores da Espiritualidade. Médiuns que tenham observado as regiões de licenciosidade, ou desencarnados que a respeito delas venham a traçar essa ou aquela notícia, reportam-se apenas a lugares naturalmente inferiores, extremamente afins com a poligamia embrutecente, por mais brilhantes se lhes externem as conceituações filosóficas. Nos planos enobrecidos, realiza-se também o casamento das almas, conjugadas no amor puro, verdadeira união esponsalícia de caráter santificante”. Entre as chamadas Cartas de Chico Xavier, encontramos as de Ivo de Barros Correia Menezes, morto aos 18 anos em acidente de trânsito na cidade de Belo Horizonte (MG), quando o veículo em que se encontrava com amigos foi atingido por um ônibus que atravessou o sinal fechado. Ressurgindo quatro anos após por psicografia do médium em reunião pública, ele, entre outras informações na sexta das mensagens que escreveu às vésperas de completar 25 anos se estivesse encarnado, relata sua interessante situação, dizendo “que a maioria dos jovens desencarnados que se comunicam dão uma volta no caso e passam por cima; no entanto, sei que a maioria deles está em posição semelhante à minha. Expõem ele: - “Minha inquietação emotiva ainda não terminou. Não sei explicar, mas não me acostumo a essa história de despojamento do corpo que é o instrumento perfeito de sensações a fim de que estejamos estimulados a viver. Muitos rapazes se desligam com facilidade desses anseios. Tenho visto centenas que me participam estarem transfigurados pela religião e outros adotam exercícios de ioga com o objetivo de cortarem essas raízes da mocidade com o mundo. Outros muitos estão na mesma faixa em que Bernardo e eu respiramos. Meu tio Ivo fala em amor entre os jovens, apenas usufruindo o magnetismo das mãos dadas e até já experimentei, mas a pequena não apresentava energias que atraíssem para longos diálogos sobre as maravilhas da vida por aqui. Fiz força e ela também; no entanto, nos separamos espontaneamente, porque não nos alimentávamos espiritualmente um ao outro. Creio que meu caso é uma provação que apenas vencerei com o apoio do tempo. Meu tio faz longas explanações sobre o desprendimento entre os que se amam; no entanto, ele fala com preciosas elucidações e continuo na mesma. Se estivesse aí faria vinte e cinco anos em janeiro próximo. Creia que o assunto ficou tão fixo em mim que o meu avô Barros me disse que eu conseguiria o que desejo só mesmo numa nova reencarnação. Mamãe, você acredita que um rapaz de mãos entrelaçadas com as mãos de uma jovem que, eu, porventura venha a amar solucionaria o meu problema? Dizem por aqui que os pares certos trocam emoções criativas e maravilhosas no simples toque de mãos; no entanto, estou esperando esse milagre”.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

UM FENÔMENO POSSÍVEL

Seria possível uma pessoa estar em dois lugares ao mesmo tempo? Allan Kardec  denomina o fenômeno de bicorporeidade o  enquadrando entre os os possíveis graças à mediunidade, citando fatos e testemunhos preservados pela História como os envolvendo o Imperador Vespasiano, Santo Antonio de Liguori, Santo Antonio de Pádua e Emile Sagie. No Brasil situações semelhantes fazem parte da biografia de Euripides Barsanulfo e do próprio Chico Xavier. Fechando a edição de novembro de 1860, da REVISTA ESPÍRITA, encontramos interessante matéria sobre religiosa espanhola. Explica Allan Kardec: - “Num compêndio histórico que acaba de ser publicado sobre a vida de Maria de Jesus de Agreda, encontramos um fato extraordinário de bicorporeidade, que prova que tais fenômenos são perfeitamente aceitos pela religião. É verdade que, para certas pessoas, as crenças religiosas não têm mais autoridades do que as crenças espíritas. Mas quando essas crenças se apoiarem sobre as demonstrações dadas pelo Espiritismo, sobre as provas patentes que ele fornece, por uma teoria pessoal, de sua possibilidade, sem derrogar as leis da Natureza, e de sua realidade por exemplos análogos e autênticos, será forçoso render-se à evidência e reconhecer, fora das leis conhecidas, a existência de outras que ainda pertencem aos segredos de Deus. Maria de Jesus nasceu em Agreda, cidade da Castela, em 2 de abril de 1602, de pais nobres e de virtude exemplar. Muito jovem ainda tornou-se superiora do mosteiro da Imaculada Conceição de Maria, onde morreu em estado de perfeição espiritual. Eis o relato que se acha em sua biografia: “Por maior que seja a nossa vontade de resumir, não podemos deixar de falar aqui do papel absolutamente excepcional de missionária e do apostolado que Maria de Agreda exerceu no Novo México. O fato que vamos narrar, cujas provas incontestáveis provariam, por si só, quão elevados eram os dons sobrenaturais com que Deus havia enriquecido sua humilde serva, e quão ardente o zelo que ela nutria no coração pela salvação do próximo. Nas suas relações íntimas e extraordinárias com Deus, ela recebia uma viva luz, com a ajuda da qual descobria o mundo inteiro, a multidão dos homens que o habitavam, (...) Maria de Agreda sentia o coração partido e, em sua dor, multiplicava preces fervorosas. Deus a fez saber que os povos do Novo México apresentavam menos obstáculos para a sua conversão que o resto dos homens (...)Certo dia, tendo-a o Senhor arrebatado em êxtase, (...) Maria de Agreda sentiu-se de repente transportada para uma região longínqua e desconhecida, sem saber como. Achou-se, então, num ambiente que não era o da Castela e experimentou raios de um sol mais ardente que de costume. Homens de uma raça que jamais tinha encontrado estavam diante dela, e Deus lhe ordenava que satisfizesse seus caridosos desejos e pregasse a lei e a fé santa àquele povo. A extática de Agreda obedecia à ordem. Pregava a esses índios em sua língua espanhola, e os infiéis entendiam como se ela lhes falasse em sua língua materna. Seguiram-se conversões em grande número. Voltando do êxtase, esta santa mulher se achava no mesmo lugar em que estava no começo do arrebatamento. Não foi apenas uma vez que Maria de Jesus desempenhou esse maravilhoso papel de missionária e de apóstolo, junto aos habitantes do Novo México. O primeiro êxtase do gênero ocorreu em 1622; mas foi seguido de mais cinco êxtases do mesmo tipo, durante cerca de oito anos. Maria de Agreda encontrava-se frequentemente nessa mesma região para continuar o seu apostolado. (..) Ela via ao mesmo tempo, mas a grande distância, os franciscanos espanhóis que trabalhavam pela conversão desse novo mundo, mas que ainda ignoravam a existência desse povo que ela havia convertido. Tal consideração levou-a a aconselhar aos índios que mandassem alguns dentre eles àqueles missionários, pedir que viessem ministrar-lhes o batismo”. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

PENSANDO SOBRE O MUNDO ESPIRITUAL

Allan Kardec ponderou queÉ preciso poder encarar a morte sob o seu verdadeiro ponto de vista, quer dizer, penetrar, pelo pensamento, no Mundo Espiritual, e dele fazer uma ideia tão exata quanto possível, o que denota, no Espírito encarnado, um certo desenvolvimento e uma certa aptidão para se desligar da matéria. Entre os que não estão suficientemente avançados, a vida material domina, ainda sobre a Vida Espiritual”, ponto de vista que coincide com alguns pensadores do Hinduísmo da Antiguidade que afirmavam ser “a verdadeira natureza dos denominados Planos Espirituais incompreensível para a mente de uma pessoa ainda pouco espiritualizada”. O final do século 20 acendeu uma luz no ramo da Ciência denominado Física Quântica a partir da confirmação matemática da existência dos Universos Paralelos, surpreendendo os seguidores das evoluções nessa área com a afirmação de que “segundo as Teorias das Supercordas, mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, registrada pelo físico Marcelo Gleiser, em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2010,record), onde diz ainda que “num modelo cosmológico em que o multiverso supostamente existe, nosso Universo seria apenas um dentre um número talvez infinito de Universos”. O Espiritismo na sua obra inicial O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em sua questão 85 revela que na ordem das coisas, o Mundo Espiritual é o principal pois preexiste e sobrevive a tudoe o médium Chico Xavier dentro da simplicidade que lhe era característica explica no livro IMAGENS NO ALÉM (ide) que “se cortarmos uma cebola ao meio teremos uma ideia de como se estrutura o Mundo Espiritual”. Se buscarmos aprofundar o assunto hoje, procurando responder porque não vemos o Mundo Espiritual, os conhecimentos disponíveis nos levam a compreender que o olho humano possui variadas limitações que associadas à sub utilização do cérebro o impedem de enxergar imagens fora da Terceira Dimensão, bem como, cores além do espectro de vibrações do infravermelho e do ultravioleta, necessitando da analogia para entender a realidade que o cerca. A incapacidade de abstrair ainda nos isola da realidade apenas compreendida pela analogia. Outra dúvida que incomoda aqueles que - desprovidos de preconceitos - querem saber: - Jesus falou sobre esse Mundo Espiritual? E a resposta pode ser: - Não objetivamente como, por sinal, na maioria dos textos que preservaram – segundo se supõem – seu pensamento. Fala sobre as “muitas moradas na Casa do Pai” sem explicar-se sobre isso, referindo-se no ultimo entendimento tido com seus seguidores que iria preparar-lhes o lugar sem dizer exatamente o que significava isto. A Escola religiosa organizada em torno de seus ensinamentos, fortemente influenciada pelas práticas pagãs, incorporou, a princípio, os conceitos de Céu e Inferno nas suas cogitações sobre a vida e a morte acrescendo a elas o do Purgatório somente no ano 593 (Século VI) da Era Cristã. Contudo, entre o séculos 13 e 14, um exilado florentino chamado Dante Aleghieri, ao que parece, vivenciou uma série de experiências extra-sensoriais através de “sonhos”, atormentado pela morte de uma jovem chamada Beatriz, a qual passou a procurar nos Planos Extrafísicos tal como definidos pela escola religiosa que seguia. Nasceu assim uma obra, inicialmente intitulada COMÉDIA, posteriormente, denominada DIVINA COMÉDIA, em que descreve sua peregrinação guiado pelo poeta pagão Virgílio pelas estruturas invisíveis desde o Inferno caracterizado pela tristeza até o Paraiso onde impera a alegria. Cada um dos Planos é subdividido em nove subplanos, abrigando Espíritos prisioneiros dos efeitos de suas ações durante sua passagem pelo corpo físico ou Mundo Material. A obra, até pela divergência entre o autor e o clero, foi meramente classificada como o marco inicial da literatura italiana.  Pesquisa nos conteúdos das Escolas religiosas remotas, sobre qual é a mais antiga e racional informação sobre o chamado Mundo Espiritual de que se tem notícia, demonstram que “provavelmente seja a que se irradia da Índia milenar, segundo a qual, a matéria é apenas uma forma muito baixa de energia, inclusive pertencendo a esses graus baixos a matéria mais fina que se possa imaginar”.





domingo, 10 de janeiro de 2016

INVERSÕES SEXUAIS: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO

Quando Allan Kardec trata da questão do sexo nos Espíritos nas questões 200 a 202 d’O LIVRO DOS ESPIRITOS, ouve que as inversões na morfologia do corpo humano é ocorrência natural e necessária no processo evolutivo. Uma visão nova era oferecida para a análise da situação que intrigou vários estudiosos ao longo do tempo. Quando o Espírito conhecido como André Luiz, através do médium Chico Xavier, outros ângulos puderam ser apreciados. Vasculhando esses livros, destacamos alguns desses pontos para reflexão: 1- O Espírito reencarna em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam em posição, endereçados ao escândalo ou à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para serem delinquentes. O conceito de normalidade ou anormalidade são relativos. Se a cegueira fosse a condição da maioria dos Espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente minoria e exceção. 2- Masculinidade ou feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico, visto que homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem de característicos viris ou feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social. Ações praticadas contra pessoas do sexo oposto na busca de prazer a qualquer preço impõem além da morte a desorganização mental do causador manifestada através da alienação mental exigindo para seu reequilíbrio muitas vezes pela intervenção os Agentes da Lei Divina, reencarnações compulsórias renascendo em corpo inversos às suas características momentâneas de masculinidades ou feminilidade, para que no corpo inverso, no extremo desconforto íntimo, aprenda a respeitar o semelhante lesado. A inversão também ocorre por iniciativa daqueles que, valendo-se da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e do progresso espiritual no intuito de operarem com mais segurança e valor o acrisolamento moral de si mesmos ou na execução de tarefas especializadas, através de estágio perigosos de solidão, em favor do campo social da Terra 3 - Homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, seja como expiação ou em obediência a tarefas específicas –, como são suscetíveis de tomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação para melhorar-se e nunca sob a destinação do mal. A Terra, pouco a pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio .(sd) 4- É vulgar a fixação do sexo no equipamento genital do homem e da mulher (...) Freud definiu o objetivo do impulso sexual como procura de prazer (...).  É indispensável dilatar a definição para arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita. Pela energia criadora do amor, a alma, em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres. Temos assim, o prazer de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar, de estudar, de aprender, de elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres, condizentes com os mais santificantes estágios do Espírito. Encontramos, desse modo, almas que se amam profundamente, produzindo inestimáveis valores para o engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do ponto de vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se afeiçoam  (AR)


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A VERDADE, A REENCARNAÇÃO E A DOUTRINA ESPÍRITA

Artigo reproduzido na edição de abril de 1862 da REVISTA ESPÍRITA reflete a opinião de Allan Kardec sobre a relação entre a proposta espírita e os questionamentos naturais no estágio evolutivo de muitos habitantes do Planeta a respeito da incompreendida visão da reencarnação e a Verdade. Diz ele: -“O Espiritismo vem, (...) não como uma religião, mas como doutrina filosófica, trazer a sua teoria, apoiada no fato das manifestações. Ele não se impõe; não exige confiança cega; entra no número dos concorrentes e diz: Examinai, comparai e julgai; se achardes algo melhor do que isto que vos dou, tomai-o. Ele não diz: Venho destruir os fundamentos da religião e substituí-la por um culto novo. Diz: Não me dirijo aos que creem e se acham satisfeitos com suas crenças, mas aos que abandonam as vossas fileiras pela incredulidade e que não os soubestes ou pudestes reter. Venho dar-lhes, sobre as verdades que repelem, uma interpretação capaz de satisfazer sua razão e que os leva a aceitá-la. E a prova de que o consigo é o número dos que tiro do atoleiro da incredulidade. Todos vos dirão: Se me tivessem ensinado essas coisas assim desde a infância, jamais teria duvidado; agora creio, porque compreendo. Deveis repeli-los, porque aceitam o espírito e não a letra? o princípio, e não a forma? Sois livres; se vossa consciência faz disto um dever, ninguém pensará em violentá-la; mas não digo apenas que isto seria um erro; digo mais: seria uma imprudência. Como dissemos, a vida futura é o objetivo essencial de toda doutrina moral. Sem a vida futura, a moral carece de base. O triunfo do Espiritismo está precisamente na maneira pela qual apresenta o futuro; além das provas que oferece, o quadro que apresenta é tão claro, tão simples, tão lógico, tão conforme a justiça e à bondade de Deus, que involuntariamente dizemos: Sim, é bem assim que deve ser; é assim que eu imaginava; e, se não havia acreditado, é porque me tinham mostrado a vida futura de outro modo. Mas, o que é que dá à teoria do futuro um tal poder? o que é que lhe granjeia tantas simpatias? É, dizemos nós, a sua lógica inflexível, que resolve todas as dificuldades até então insolúveis; e isto ela o deve ao princípio da pluralidade das existências. Com efeito, suprimi este princípio e milhares de problemas, cada qual mais insolúveis, se apresentarão imediatamente. A cada passo nos chocaremos contra inúmeras objeções. Essas objeções não eram suscitadas antigamente, isto é, ninguém pensava nelas. Mas hoje, que a criança se fez homem, quer ir ao fundo das coisas; quer ver claro o caminho por onde é conduzido; sonda e pesa o valor dos argumentos que lhe apresentam e, se estes não lhe satisfazem à razão ou o deixam no vago e na incerta, rejeita-os, aguardando coisa melhor. A pluralidade das existências é uma chave que descortina horizontes novos, que dá uma razão de ser a uma multidão de coisas incompreendidas e que explica o inexplicável. Ela concilia todos os acontecimentos da vida com a justiça e a bondade de Deus. Daí por que os que haviam chegado a duvidar dessa justiça e dessa bondade agora reconhecem o dedo da Providência onde o tinham ignorado. Efetivamente, sem a reencarnação, a que atribuir as ideias inatas? como justificar o idiotismo, o cretinismo, a selvageria, ao lado do gênio e da civilização? a profunda miséria de uns, ao lado da felicidade de outros? as mortes prematuras e tantas outras coisas? Do ponto de vista religioso, certos dogmas, como o do pecado original, o da queda dos anjos, a eternidade das penas, a ressurreição da carne, etc., encontram neste princípio uma interpretação racional, levando à aceitação do seu espírito justamente por aqueles que repeliam a letra. Em resumo, o homem atual quer compreender. O princípio da reencarnação ilumina o que estava obscuro. Eis por que dizemos que este princípio é uma das causas que faz com que o Espiritismo seja acolhido favoravelmente. Dir-se-á que a reencarnação não é necessária para crer nos Espíritos e em suas manifestações; e a prova disto é que há crentes que não a admitem. É verdade. Também não dissemos que não se possa ser bom espírita sem crer na reencarnação. Não somos daqueles que atiram pedras aos que não pensam como nós. Apenas dizemos que eles não abordaram todos os problemas levantados pelo sistema unitário, sem o que teriam reconhecido a impossibilidade de lhes dar uma solução satisfatória. A ideia da pluralidade das existências a princípio foi acolhida com assombro, com desconfiança; depois, pouco a pouco as pessoas se familiarizaram com ela, à medida que reconheciam a impossibilidade de, sem ela, saírem das inúmeras dificuldades suscitadas pela psicologia e pela vida futura. Uma coisa é certa: esse sistema ganha terreno diariamente, enquanto o outro o perde. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O IMPACTO CHAMADO ARIGÓ

Ao longo do século 20, a Espiritualidade se serviu de vários impactantes procedimentos para chamar objetivamente a atenção da Humanidade de nossa Dimensão para a existência da Vida Espiritual.  Pelo jovem de 17 anos Chico Xavier, restabeleceu o contato de grandes expressões da poesia luso-brasileira com seus admiradores do nosso Plano. Através da dona de casa inglesa Rosemary Brown contou com a colaboração dos grandes mestres da musica universal para materializar peças musicais que lhes confirmassem a sobrevivência através do estilo característico. A princípio com o adolescente Luiz Antonio Gasparetto, os grandes da pintura se fizeram perceber em telas produzidas em segundos. E através do homem simples José Pedro de Freitas, apelidado Arigó, provocou prodígios no campo da Medicina, onde esta atingira o limite de suas possibilidades com uma equipe liderada pelo Espírito de um médico alemão chamado Fritz. Para ter-se uma ideia do ambiente de Congonhas do Campo, Minas Gerais, onde por mais de uma década atuou, resumimos alguns dados: LOCAL – A princípio, na sala de sua moradia, depois, no Centro Espírita Jesus Nazareno, uma casa pequena, onde existia uma cama não usada, sendo que os doentes a serem operados deitavam-se na metade de uma porta antiga, rente ao chão.  De dia a iluminação era natural pela luz do Sol que entrava facilmente pela janela. À noite, as intervenções, feitas à luz elétrica, sem preparações ritualísticas ou nada que pudesse sugerir engodo. PREPARO – Esterilização ambiente, anestesia e assepsia, invisíveis a todos, segundo o Dr Fritz, providenciada pelo Frei Fabiano de Cristo que, através de meditação profunda, projeta em todo o ambiente uma luz verde que é prodigiosa, evitando infecções, favorecendo as cicatrizações e coagulando rapidamente. O Plano Espiritual, monta no local onde se realiza ou realizará o trabalho, uma sala cirúrgica com todos os requisitos necessários para o atendimento. INSTRUMENTAL – Velha lata de marmelada contendo, às vezes, quatro pinças, tesouras cirúrgicas de uns vinte centímetros, um bisturi, outras, uma tesoura de cortar unhas, uma pequena faca de cozinha e outra menor. MODUS-OPERANDI – Após uma prece, o médium levantava um algodão seco, que era inflado no espaço de uma substância desconhecida, liquida, às vezes esverdeada, quem em alguns casos, pingada nos olhos do doente, provocava uma fervura e a catarata se desligava, inteirinha,  sem mesmo a necessidade de tesoura ou bisturi. CERTIFICAÇÃO – Nos casos de extração de peças tumorais, as mesmas sempre eram colocadas num frasco de vidro e entregues aos familiares ou à própria pessoa para exames laboratoriais, biopsias ou outras análises. REMUNERAÇÃO – Virgílio Mendes Ferraz, riquíssimo fazendeiro no sul da Bahia, cuja mulher desenganada havia sido curada de câncer, tentou dar um cheque de 200 mil cruzeiros, prontamente recusado em termos ríspidos, dando uma lição de moral no doador, afirmando que seguia o Evangelho: “-Dá de graça o que de graça recebestes’. Este é o nosso dever, disse Arigó irritado com a oferta. CASO 1 - Maria Emília Silveira / câncer no útero / desenganada pelos médicos / em 23/7/57/ procedente deVitória da Conquista(BA).Testemunhas – Ismenio Silveira (marido), Randulfo Paiva (advogado), Adhemar Alves Brito(Cel Exercito), Newton Boechat, Duração: 8 minutos Depoimento do médico Ladeira Marques:  -“Penetramos no pequeno aposento onde se fazem as intervenções, encontrando a paciente deitada em decúbito dorsal, sobre o assoalho. Incumbiu-me o Dr Fritz de afastar as vestes da paciente, a fim de praticar a intervenção. Perguntou ao marido, presente, se desejava que a intervenção se fizesse pela via baixa ou por via abdominal, decidindo-se o marido pela via baixa. Foram introduzidos na cavidade vaginal da paciente, sem auxílio de espéculo, três tesouras e dois bisturis, com manobra brusca sem ferir a doente. Cada instrumento introduzido de um só golpe. O ramo das tesouras era ainda mantido pela mão do médium Arigó. Para surpresa nossa, o outro ramo da tesoura, automaticamente, sem nenhuma intervenção visível de mão humana, passou a se movimentar, aproximando-se e se afastando do primeiro como ocorre no ato de seccionar um objeto. Procuramos ver se o movimento que presenciávamos na tesoura estendia-se a outras peças do instrumental cirúrgico empregado na operação e nada pudemos registrar, ouvindo-se, no entanto barulho de entrechoques de metais e o ruído do seccionamento dos tecidos.  Decorridos poucos minutos, o Dr Adolf Fritz, através da intervenção do médium Arigó, retirou do campo operatório uma das tesouras introduzidas, que se apresentava ligeiramente impregnada de sangue. Tornou a repor a tesoura no local, dizendo: - “Senhor!. Não quero que haja sangue!”. E a intervenção se fez sem hemorragia. Tomando em seguida uma pinça, recomendou-nos prestar atenção e, introduzindo no local da intervenção, retirou um pedaço de tecido com cerca de 8x4 centimetros, mostrando-o a todos os presentes. A primeira impressão que tive foi que se tratasse da extirpação do útero, mas, como informasse ele à doente que ainda poderia conceber, conclui que se tratava de operação de um tumor uterino. Sem praticar nenhuma anestesia, no decorrer de toda a intervenção, manteve-se a paciente com fisionomia calma e tranquila, não deixando transparecer, absolutamente, nenhum gesto ou reação de dor. (Segundo o marido, “retirado o tumor, o Dr. Fritz deu uns quatro ou cinco socos no ventre – local antes dolorido -, e sua mulher permaneceu impassível, sem nada sentir).


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

SINTONIA MENTAL: MAIS CLARO IMPOSSÍVEL

Uma das fascinantes revelações feitas pelo Espiritismo, sem dúvida, refere-se à influência espiritual que pode evoluir para os processos obsessivos percebidos nos comportamentos das criaturas humanas. Fatos comprovados através da contribuição de milhares de médiuns há mais de um século e meio, bem como de trabalhos como os do psiquiatra Dr Inácio Ferreira preservados em livros como NOVOS RUMOS À MEDICINA ou A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO (feesp), os quais resumem experiências do médico na direção clínica do Sanatório Espírita de Uberaba. Pouco depois da publicação do primeiro dos trabalhos, o Espírito conhecido como André Luiz repassaria para nosso Plano através do médium Chico Xavier, a obra LIBERTAÇÃO (feb, 1949), que tem por tema central um caso enquadrado na classificação proposta por Allan Kardec como subjugação. Numa das apreciações ali reproduzidas, aprendemos:-“Nossa mente, em qualquer parte, é um centro psíquico de atração e repulsão. O Espírito encarnado respira numa zona de vibrações mais lentas, enfaixado num veículo constituído de trilhões de células que são outras tantas vidas microscópicas inferiores. Cada vida, porém, por mais insignificante, possui expressão magnética especial. A vontade, não obstante condicionada por leis cósmicas e morais, inclinará a comunidade dos corpúsculos vivos que permanecem a seu serviço por tempo limitado, à maneira do eletricista que liga as forças da usina para atividades num charco ou para serviços numa torre. Sendo cada um de nós uma força inteligente, detendo faculdades criadoras e atuando no Universo, estaremos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas possíveis, cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. Abstendo-nos de mobilizar a vontade, seremos invariáveis joguetes das circunstâncias predominantes, no ambiente que nos rodeia; contudo, tão logo deliberemos manobrá-la, é indispensável resolvamos o problema de direção, porquanto nossos estados pessoais nos refletirão a escolha íntima. Existem princípios, forças e leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macrocósmico. Dirija um homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental das milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada. Claro que nesse capítulo temos a questão das provas necessárias, nos casos em que determinada personalidade renasce, atendendo a impositivos das lições expiatórias, mas, mesmo aí, o problema de ligação mental é infinitamente importante, porquanto o doente que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de bactérias e sintomas mórbidos, enquanto que o espírito em reajustamento, quando reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que benéfico e merecido, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa. Nossa mente é uma entidade colocada entre forças inferiores e superiores, com objetivos de aperfeiçoamento. Nosso organismo perispiritual, fruto sublime da evolução, quanto ocorre ao corpo físico na esfera da Crosta, pode ser comparado aos polos de um aparelho eletromagnético. O espírito encarnado sofre a influencia inferior, através das regiões em que se situam o sexo e o estômago, e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo procedentes de almas não sublimadas, através do coração e do cérebro. Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se ao caminho que deseja”. Esclarece, porém: -“Se não escasseiam milhões de influxos primitivistas, constrangendo-nos, mesmo aquém das formas terrestres a entreter emoções e desejos, em baixos círculos, e armando-nos quedas momentâneas em abismos do sentimento destrutivo, pelos quais já peregrinamos há muitos séculos, não nos faltam milhões de apelos santificantes, convidando-nos à ascensão para a gloriosa imortalidade”.


sábado, 2 de janeiro de 2016

ALLAN KARDEC ANALISA UM CASO DE TELEPATIA

No número de outubro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz artigo de sua autoria baseado em matéria de publicação literária diária de Paris, em que um articulista chamado Émile Deschamps relata experiência pessoal na qual, em viagem pela França, abrigando-se da chuva num dos magazines de cidade que visitava, sentiu-se compulsivamente atraído por jovem que ali trabalhava. Afirmando tal interesse não ser determinado pela sua beleza, comprou alguns pequenos objetos e, ao pagá-los disse a ela: -“Obrigado, senhorita Sara’. A jovem me olhou com ar um pouco surpreso. -Isto vos espanta, retomei, que um estranho saiba o vosso nome, um de vossos pequenos nomes; mas se quiserdes pensar atentamente em todos os vossos nomes, eu vo-los direi sem hesitar. Pensai nisso? - Sim, senhor, respondeu ela, metade rindo e metade tremendo. - Pois bem! continuei, olhando-a fixamente na testa, vos chamais Sara, Adèle, Benjamine N...- É verdadeiro, replicou e depois de alguns segundos de estupor, se pôs a rir completamente, e vi que pensava que eu tivera essas informações na vizinhança, com o que me divertia. Mas eu, que sabia bem que disso não sabia uma palavra, fiquei assustado com essa adivinhação instantânea. No dia seguinte, e nos seguintes, corri à loja; minha adivinhação se renovava a todo momento. Pedia-lhe para pensar em alguma coisa, sem ma dizer, e quase em seguida lia sobre sua fronte esse pensamento não explicado. Pedia-lhe para escrever algumas palavras com um lápis mas escondendo, e, depois de tê-la olhado um minuto, escrevi de minha parte as mesmas palavras na mesma ordem. Eu lia em seu pensamento como num livro aberto, e ela não lia no meu: eis a minha superioridade; mas ela me impunha suas ideias e emoções. Que pensasse seriamente nesse objeto; que repetisse palavras num escrito, e súbito eu adivinhava tudo. O mistério estava entre o seu cérebro e o meu, não entre minhas faculdades de intuição e as coisas materiais. O que quer que seja, tinha-se estabelecido entre nós dois uma relação tanto mais íntima quanto mais pura. Uma noite, ouvi em meu ouvido uma voz forte que me gritava: Sara está doente, muito doente! Corri à sua casa; um médico a velava e atendia uma crise. Na véspera, Sara fora acometida por uma febre ardente; o delírio continuou toda a noite. O médico me chamou à parte, e me fez entender que temia muito. Dessa posição eu via inteiramente a fronte de Sara, e minha intuição o trazendo sobre minha própria inquietude: Doutor, disse-lhe baixinho, quereis saber de que imagem seu fervente sono está ocupado? Ela se crê neste momento na grande Ópera de Paris, onde jamais foi, e uma dançarina corta, entre outras ervas, uma planta de cicuta, e a atira exclamando: É para ti. O médico me acredita em delírio. Alguns minutos depois a doente despertou pesadamente, e suas primeiras palavras foram: "Oh! como é bela a Ópera! mas por que, pois, esta cicuta, que me atira esta bela ninfa? "O médico ficou estupefato. Uma poção onde entrava a cicuta foi administrada a Sara, que se achou curada em alguns dias”. Comentando o  fato, Allan Kardec observa que “os exemplos de transmissão de pensamento são muito frequentes, não talvez de maneira tão caracterizada como no fato acima, mas sob formas diversas. Quantos fenômenos se passam assim diariamente sob nossos olhos, que são como os fios condutores da vida espiritual, e aos quais, no entanto, a ciência não se digna conceder a menor atenção"!  Argumenta que ligação íntima da vida espiritual e da vida orgânica durante a existência terrestre; destruição da vida orgânica e persistência da vida espiritual depois da morte; a ação do fluido perispiritual sobre o organismo; reação incessante do Mundo Invisível sobre o Mundo Visível e reciprocamente: tal é a lei que o Espiritismo vem demonstrar e que abre à ciência e, ao homem, horizontes inteiramente novos.