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quarta-feira, 30 de abril de 2014

IMPORTANTE PAPEL DA MEDIUNIDADE

O avião modelo Sertanejo, apesar do tempo chuvoso daquele seis de janeiro de 1979, levantou voo em Amambai, Mato Grosso do Sul, com destino à cidade de Franca, interior de São Paulo, conduzindo seis passageiros, todos de uma mesma família, tendo em vista a viagem de férias prevista para dai a dois dias, rumo aos Estados Unidos da América do Norte. Era pilotado por José Roberto Alves Pereira, proprietário da aeronave e chefe da família que com ele viajava, composta por sua esposa, os três filhos e sua própria mãe. Na verdade, sua primeira experiência solo, ou seja, sem a presença do Instrutor, visto que se brevetara - como se diz no meio aeronáutico – apenas 48 dias antes. Nas imediações do espaço aéreo da localidade Nova Andradina, ainda  no Estado de origem, a aeronave acabaria por se precipitar ao solo, gerando um acidente do qual nenhum dos tripulantes sobreviveu. Confirmavam-se assim, os maus presságios de sua única irmã, ao ouvi-lo dizer ao telefone, que voaria sem supervisão de outro piloto, bem como do tio, impaciente e ansioso, pelo mesmo motivo. Embora nascido 39 anos antes no município de Pedregulho, São Paulo, José Roberto era fazendeiro conhecido na região de Franca, destacando-se também por ações no campo da assistência social  em nome do Catolicismo, do qual era dedicado seguidor. O impacto da notícia  sobre os que os conheciam foi violento, mas, especialmente para os familiares remanescentes. Sua irmã e o cunhado, porém, haviam se ligado anos antes ao Espiritismo e, quatorze dias depois, encontravam-se entre as dezenas de pessoas presentes à reunião pública do dia 20 de janeiro, nas dependências do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais. A viagem não foi em vão, pois, o Espírito da sogra de José Roberto, segundo disse, atendendo pedido do marido também desencarnado, escreve mediúnicamente rápido bilhete, dando informações sobre os recém-transferidos ao Mundo Espiritual, confortando e orientando os familiares que permanecem em nossa Dimensão. Apesar disso, o tempo se arrastaria vagarosamente, como normalmente acontece para os que experimentam a dor de tão violenta separação, até que pouco mais de dezoito meses depois, em outra reunião publica, no dia 4 de julho de 1980, em meio às seis cartas psicografadas por Chico naquela noite, o próprio José Roberto se fez presente, oferecendo à irmã e ao cunhado, não só a prova de que continuava vivo em outro Plano existencial, mas também, maiores detalhes sobre a fatalidade da derradeira viagem. Revivendo o triste fato, comenta: -“Tudo, foi questão de segundos. Observava a hesitação do motor, mas na impossibilidade de qualquer retificação, entreguei-me à força que interpretamos como sendo a Vontade de Deus (...). Creiam que não houve tempo que se despendesse em lamentações (...). O grande pássaro de metal caiu arremessando-nos a todos de uma vez na liberação compulsória da experiência física. Concentrei todas as minhas reservas de energia mental para não dormir ou desmaiar, entretanto, semelhante esforço não me valeu por ensejo de observação mais minucioso do fenômeno que nos arrasava a família. Numa fração de tempo que não pude precisar e nem posso ainda precisar, vi-me fora do corpo, à maneira de noz quando salta do involucro natural que a retém e, conquanto cambaleasse de espanto e sofrimento, reconheci que não estávamos a sós”... Confirmando a revelação espírita na resposta à questão 160 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS e a de várias cartas psicografadas por Chico Xavier de que “acontecimentos imprevisíveis na Terra acham-se marcados para acontecer no Plano Espiritual”, o senhor José Roberto acrescenta: -“conquanto cambaleasse de espanto e sofrimento, reconheci que não estávamos sós. A mamãe Antonieta e a Lucy estavam amparadas por senhoras amigas, e o Robertinho, a Luciana e Waldomiro Neto se achavam sob a assistência de enfermeiros diligentes. Quis conhecer os benfeitores que nos estendiam socorro, mas, como se a certeza de que não nos achávamos abandonados me rematasse as resistências, entrei, por minha vez, num torpor de que não consigo atualizar a duração. Mais tarde, ainda ignoro depois de quantos dias, despertei numa instituição que a princípio me forneceu a ilusão de que havíamos sido salvos do acidente doloroso, mas não se passou muito tempo, para que me visse esclarecido. Havíamos deixado a moradia física, de uma vez. Embora me sentisse quase quebrado pelas consequências da queda, era obrigado a reconhecer que me via num corpo em tudo semelhante àquele que me havia servido. Seria inútil qualquer tentame de meu lado para descrever-lhes a mudança que me convulsionava a cabeça. Entretanto, era preciso resignar-me aos acontecimentos e, mais uma vez a ideia religiosa foi a escora que me imunizou contra a desequilíbrio total. Pouco a pouco, revi todos os nossos”...

segunda-feira, 28 de abril de 2014

SOBRE A EXPLORAÇÃO COMERCIAL DO TRABALHO DOS ESPÍRITOS

Orientações espirituais de autores conhecidos revelando contradição entre o próprio pensamento antes de desencarnar e o atual. Caso típico foi abordado por Allan Kardec no número de dezembro de 1864, da REVISTA ESPÍRITA. Envolvia suposta manifestação de um entusiasmado estudioso e seguidor do Espiritismo desencarnado em fins de 1861, o senhor Jobard, na verdade Jean Baptiste Marcelin Jobard. Radicado na Belgica por nomeação do governo francês, Jobard, era engenheiro, e, patenteou ao longo de sua vida 73 inventos no campo da iluminação, aquecimento, alimentação, transporte, balística, tendo sido diretor do Museu da Industria de Bruxelas. Quando do surgimento da Doutrina Espírita, converteu-se à mesma, correspondendo-se com Kardec de quem se tornou amigo e colaborador, sendo citado nas páginas da REVISTA ESPÍRITA, em sete números e dezessete passagens. A questão envolvia uma médium que, afirmando-se assistida pelo Espírito do senhor Jobard, recebera uma comunicação dele dirigida a outro médium, aconselhando cobrar as consultas dos ricos e dar gratuitamente aos pobres e aos operários, sugerindo-lhe o emprego do dia, sem poupar elogios a suas eminentes faculdades e sua alta missão. Kardec escreve que “tendo alguém levantado dúvidas sobre a autenticidade dessa mensagem, sabendo que o Espírito do senhor Jobard se manifestava frequentemente à Sociedade Espírita de Paris, pediu uma avaliação. Para maior segurança, dirigimos imediatamente estas simples palavras a seis médiuns, sem informar-lhes a razão, de modo que cada um se julgou o único chamado a resolver a questão: -“Tende a bondade de perguntar ao Espírito do Sr Jobard se ele ditou à senhora X..., em sonambulismo magnético, uma comunicação para outro médium, que aconselha a explorar sua faculdade. Necessitava esta resposta para amanhã”. Nas respostas obtidas no dia 20 de outubro de 1864, o Espírito Jobard, de forma unanime, nega a autoria de tal sugestão. Na primeira, pelo médium Leymarie, depois de interessantes considerações, finaliza: -“Quanto à mim, caro mestre, responderei àqueles ou àquelas que querem comerciar com meu nome que, por mais paspalhão que pudesse ser, jamais o seria bastante para apor minha assinatura em títulos falsificados sacados contra vosso devotado”. No teor da segunda, pela médium Sra Costel, “em princípio reprovo a exploração da mediunidade, pela razão muito simples que o médium, não gozando de sua faculdade de maneira intermitente e incerta, jamais pode algo prejulgar ou fundar sobre ela”. Na  terceira, pelo médium Sr Rul., “como poderiam crer que aquele que, em todas as suas comunicações, recomendou a caridade e o desinteresse, hoje viria contradizer-se?”. Na quarta, pelo médium Sr Vézy, “o Espiritismo não se ensina a tanto por lição. Que aquele que não pode levar nossas palavras a seus irmãos senão em detrimento de seu próprio salário, fique em casa e peça à sua ferramenta ou à sua agulha que lhe continue o pão de cada dia(...). Sempre encontramos muitos homens de boa vontade para desempenhar a tarefa que lhes pedimos”. Na quinta, pela médium Sra Delanne, “não meus amigos, o Espiritismo não deve ser explorado por Espíritos sinceros e de boa fé. Pregais contra os abusos desta natureza, que desacreditam a religião; não podeis praticar aquilo que condenais, porque afastais aqueles que o vosso desinteresse poderia trazer a vós”. Na sexta, pelo médium Sr D’Ambel, “quem sabe se, nalguns, não é uma volta ao passado, um resto dos hábitos antigos? Então, tanto pior para os que caem na mesma armadilha! Não tirarão lucro e lamentarão que um dia tenham tomado o caminho errado. Tudo o que vos posso dizer é que, não estando, absolutamente, nesse negócio, bem o sabeis, lavo as mãos e lamento a pobre Humanidade, porque ainda recorre a semelhantes expedientes”. Em comentário com que termina a matéria, Kardec observa:-“É impossível que todo espírita sincero, compreendendo a essência e os verdadeiros interesses da Doutrina, se torne defensor e suporte de um abuso que, inevitavelmente, tenderia a desacreditá-la. Nós os convidamos a desconfiar das armadilhas que os inimigos do Espiritismo lhes tentassem armar sob tal propósito. Sabe-se que em falta de boas razões para o combater, uma de suas táticas é buscar arruiná-lo por si mesmo. Assim, vê-se com que ardor espiam as ocasiões de o apanhar em falta ou contradição consigo mesmo. É por isto que os Espíritos nos dizem, sem cessar, que vigiemos e nos mantenhamos de guarda”.

sábado, 26 de abril de 2014

AINDA SOBRE A REENCARNAÇÃO

Ampliando nossa visão sobre a razão da encarnação dos Espíritos, Allan Kardec afirma “estar ela nas Leis da Natureza; é necessária ao adiantamento deles e à execução das obras de Deus. Pelo trabalho que a existência corpórea lhes impõe, eles aperfeiçoam a inteligência e adquirem, cumprindo a Lei de Deus, os méritos que os conduzirão à felicidade plena”. Sobre o número de existências, explica ser “indeterminado; dependendo da vontade do Espírito reduzir esse número, trabalhando ativamente pelo seu progresso moral”, acrescentando que, “quando, num mundo, os Espíritos tem realizado a soma de progresso que o estado desse mundo lhe faculta efetuar, deixam-no, e, passam a encarnar noutro mais adiantado, onde entesouram novos conhecimentos e assim por diante, até que, de nenhuma utilidade mais lhe sendo a encarnação em corpos materiais, entram a viver exclusivamente a vida espiritual, em que também progridem noutro sentido e por outros meios”. Voltando à criança, diz:-“Até ao nascer, todas as faculdades se lhe encontram em estado latente, nenhuma consciência de si mesmo tem o Espírito. As que devam desenvolver-se não desabrocham de súbito no ato de nascer; o desenvolvimento delas acompanha o dos órgãos que terão de servir para suas manifestações; por meio da atividade íntima em que se põem, elas impulsionam o desenvolvimento dos órgãos que lhes correspondem, do mesmo modo que o broto, ao nascer, força a casca da árvore. Daí resulta que, na primeira infância, o Espírito não goza em plenitude de nenhuma de suas faculdades, não só como encarnado, mas também como Espírito livre. Ele é verdadeiramente infantil, como o corpo a que se acha ligado, sem contudo, estar neste comprimido penosamente. A não ser assim, Deus houvera feito da encarnação um suplício para todos os Espíritos, bons e maus. O mesmo, porém, não acontece com o idiota ou o cretino. Nestes, não se tendo os órgãos desenvolvido paralelamente às faculdades, o Espírito acaba por achar-se na posição de um homem preso por laços que lhe tiram a liberdade dos movimentos. Tal a razão porque se pode evocar o Espírito de um idiota e obter respostas sensatas, ao passo que o de uma criança de muito pouca idade, ou que ainda não veio à luz, é incapaz de responder. Todas as faculdades, todas as aptidões se encontram em gérmen no Espírito, desde a sua criação, mas em estado rudimentar, como todos os órgãos no primeiro filete do feto informe, como todas as partes da árvores na semente. O selvagem que mais tarde se tornará homem civilizado possui, pois, em si os germens que, um dia, farão dele um sábio, um grande artista, ou um grande filósofo. À  medida que esses gérmens chegam à maturidade, a Providência lhes dá, para a vida terrestre, um corpo apropriado às suas novas aptidões. É assim que o cérebro de um europeu é organizado de modo mais completo, provido de maior número de teclas, do que o do selvagem. Para a vida espiritual, dá-lhes um corpo fluídico, ou períspirito, mais sutil e impressionável por novas sensações. À proporção que o Espírito se engrandece, a natureza o provê dos instrumentos que lhe são necessários (...). No sentido de transformação, regeneração, pode dizer-se que o Espírito morre a cada encarnação, para renascer com atributos novos, sem deixar de ser o EU que era. Tal, por exemplo, um camponês que enriquece e se torna importante senhor. Trocou a choupana por um palácio, as roupas modestas por vestuários de brocado. Todos os seus hábitos mudaram, seus gostos, sua linguagem, até o seu caráter. Numa palavra, o camponês morreu, enterrou as vestes de grosseiro tecido, para renascer homem da sociedade, sendo sempre, no entanto, o mesmo indivíduo, porém transformado. Cada existência corpórea é, pois, para o Espírito, um meio de progredir mais ou menos sensivelmente. De volta ao mundo dos Espíritos, leva para lá novas ideias; um horizonte moral mais dilatado; percepções mais agudas, mais delicadas. Vê e compreende o que antes não via, nem compreendia; sua visão que, a princípio, não ia além da última existência que tivera, passa a abranger sucessivamente as suas existências pretéritas, como o homem que sobe uma montanha e para quem o nevoeiro vai se dissipando, abrange com olhar um horizonte cada vez mais vasto”.


quinta-feira, 24 de abril de 2014

REENCARNAÇÃO - EXPLICAÇÕES DE ALLAN KARDEC

Nas suas pesquisas junto à Espiritualidade Superior, Allan Kardec apurara que, “criados simples e ignorantes, aos Espíritos é imposta a encarnação com o objetivo de leva-los à perfeição e pô-los em condições de enfrentar sua parte na Criação. Para uns, uma expiação; para outros, uma missão; se instruindo através das lutas e atribulações da vida corporal”. Mas, questionam muitos, por que renasci ou constitui a família que tantos dissabores me causa? Naturalmente a generalização não se aplica nas questões relacionadas à Humanidade tão diversificada quanto a presente no planeta Terra, considerando que cada um dos Espíritos nela abrigados tem histórico com passivo e metas diferentes a perseguir a cada reencarnação. Todavia, evoluindo em suas conjecturas, Kardec considera que “muitas vezes um indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem juntos para constituir uma família nova noutra posição social, a fim de apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos. Por considerações de ordem mais geral, a criatura renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar”. Acrescenta que “a reencarnação no mesmo meio é a causa determinante do caráter distintivo dos povos e das raças. Embora melhorando, os indivíduos conservam o matiz primário, até que o progresso os haja completamente transformado”. Sobre como se opera esse fenômeno de transferência de uma Dimensão aparentemente abstrata, subjetiva, para esta concreta e objetiva? Allan Kardec explica que “no momento da concepção do corpo que se lhe destina, o Espírito é apanhado por uma corrente fluídica que, semelhante a uma rede, o toma e aproxima da sua morada. Desde então, ele pertence ao corpo, como este lhe pertencerá até que morra. Todavia, a união completa, o apossamento real somente se verifica por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, a perturbação ganha o Espírito; suas ideias se tornam confusas; suas faculdades se amortecem; a perturbação cresce à medida que os liames se apertam; torna-se completo nas últimas fases da gestação, de sorte que o Espírito não aprecia o ato do nascimento do seu corpo, como não aprecia o da morte deste; nenhuma consciência tem, nem de um, nem de outro. Desde que a criança respira, a perturbação começa a dissipar-se, as ideias voltam pouco a pouco, mas em condições diversas das verificadas quando da morte do corpo. No ato da reencarnação, as faculdades do Espírito não ficam apenas entorpecidas por uma espécie de sono momentâneo, conforme se dá quando do regresso à vida espiritual; todas, sem exceção, passam ao estado de latência. A vida corpórea tem por fim desenvolvê-las mediante o exercício, mas nem todas se podem desenvolver simultaneamente, porque o exercício de uma poderia prejudicar o de outra, ao passo que, por meio do desenvolvimento sucessivo, uma se firmam nas outras. Convém, pois, que algumas fiquem em repouso, enquanto outras aumentam. Esta a razão por que, na sua nova existência, pode o Espírito apresentar-se sob aspecto muito diferente, sobretudo se pouco adiantado for, do que tinha na existência precedente. Num, a faculdade musical, por exemplo, será mais ativa; ele conceberá, perceberá e, portanto, fará tudo o que for necessário ao desenvolvimento dessa faculdade; noutra existência, tocará a vez à pintura, às ciências exatas, à poesia, etc. Enquanto essas novas faculdade se exercitarem, a da música estará latente, mas conservando o progresso que realizou. Resulta daí que quem foi artista numa existência, poderá ser um sábio, um homem de estado, ou um estrategista noutra, sendo nulo do ponto de vista artístico e reciprocamente. O estado latente das faculdades na reencarnação explica o esquecimento das existências precedentes (...). As faculdades que se manifestam, estão naturalmente em relação com a posição que o Espírito tem de ocupar no mundo e com as provas que haja escolhido. Entretanto, acontece muitas vezes que os preconceitos sociais o desloquem, o que faz que certas pessoas estejam intelectual e moralmente acima ou abaixo da posição que ocupam. Esse deslocamento, pelos entraves que acarreta, faz parte das provas; cessará com o progresso. Numa ordem social avançada, tudo se regula de acordo com a lógica das leis naturais e aquele que apenas tiver aptidão para fabricar sapatos não será, por direito de nascimento, chamado a governar os povos”.

terça-feira, 22 de abril de 2014

FUGA IMPOSSÍVEL

Embora, estarrecidos diante da diversidade de casos de violência, muitos afirmem que “antigamente não era assim”, na verdade, o comportamento humano, é determinado pelo estado evolutivo da individualidade, muitas vezes, influenciada pelo meio em que a mesma viva. O caso a seguir confirma isso. Veiculado na edição de dois de maio, pelo periódico belga JORNAL DE BRUXELAS, foi objeto de estudo na reunião da SOCIEDADE ESPÍRITA DE PARIS, na reunião do dia  10 de maio, transformando-se em matéria da edição de agosto de 1867, da REVISTA ESPÍRITA. Expõe o interessante fato protagonizado por um homem chamado Jean Ryzak que, 12 anos após ter assassinado um dos seus funcionários cujo pagamento roubou e temendo as consequências, após precipitá-lo num dos abismos do lago de Harlem (Holanda) que drenavam, ao vê-lo esforçar-se para nadar para uma das margens, deu-lhe duas facadas na nuca. Embora, na ânsia de se livrar do remorso, tenha viajado por várias regiões do País antes de alistar-se no exercito colonial e embarcado para as Índias, não conseguiu livrar-se das torturas incessantes e incríveis causadas pela ideia de perseguição, noite e dia, do espectro de sua vítima, até que terminado seu termo de engajamento, uma força irresistível o impeliu a retornar a Winschoten (Holanda) confessar seu crime e pedir fosse feita justiça, tentando acabar com o suplício experimentado desde o dia de seu infeliz gesto. Debatida a notícia entre os presentes na reunião da noite citada, dois Espíritos escreveram suas opiniões através de mensagens psicografadas por diferentes médiuns. Numa delas, a entidade espiritual frisa que a consciência nunca é completamente aniquilada, despertando num dado momento mais forte e poderosa”, salientando que, “controlando severamente as ações dos indivíduos, produz dois efeitos: a satisfação de haver agido bem, produzindo a paz decorrente do dever cumprido e o remorso, penetrante e torturante quando se praticou uma ação reprovada por Deus, pelos homens, pela honra”. Na outra, o Espírito destaca: -“Certamente vemos alguns criminosos se endurecer, mas, muitas vezes, é só por orgulho e por quererem parecer mais fortes que a mão que os castiga; é para fazer crer que não se deixam abater pela visão das imagens vãs; mas essa falsa coragem não tem longa duração; em breve os vemos enfraquecer ante esse suplício, que deve muito de seus efeitos à sua lentidão e à sua persistência. Não há orgulho que possa persistir a esta ação, semelhante à da gota d’água sobre o rochedo: por mais dura que possa ser essa pedra, é, inevitavelmente, atacada, desagregada, reduzida a pó. É assim que o orgulho (...), mais cedo ou mais tarde é abatido, e que o arrependimento, enfim, pode ter acesso à sua alma. Como sabem que a origem de seus sofrimentos está em sua falta, pedem para a reparar, a fim de trazer um abrandamento a seus males”. Analisando a questão sob o ponto de vista da história e mensagens espirituais, Allan Kardec escreveu elucidativa observação, dizendo: -“Sem ir procurar aplicações do remorso nos grandes criminosos, que são exceções na sociedade, elas são encontradas nas mais diferentes circunstâncias da vida. É esse sentimento que leva todo indivíduo a afastar-se daqueles contra os quais sente que tem censuras a fazer; em presença deles sente-se mal; se a falta não for conhecida, ele teme ser identificado; parece-lhe que um olhar pode penetrar o fundo de sua consciência; em toda palavra, em todo gesto, vê uma alusão à sua pessoa. Eis porque, desde que se sente desmascarado, retira-se. O ingrato, também ele foge de seu benfeitor, porque a presença dele é uma censura incessante, da qual em vão procura desembaraçar-se, porque uma voz íntima lhe grita no fundo de sua consciência que ele é culpado. Se o remorso já é um suplício na Terra, quão maior não o será no Mundo dos Espíritos, onde não é possível subtrair-se à vista daqueles a quem se ofendeu. Felizes os que, tendo reparado já nesta vida, puderem sem receio enfrentar todos os olhares no mundo onde nada é oculto. O remorso é uma consequência do desenvolvimento do senso moral; não existe onde o senso moral ainda se acha em estado latente. É por isto que os povos selvagens e bárbaros cometem sem remorso as piores ações. Aquele, pois, que se pretendesse inacessível ao remorso assemelhar-se-ia ao bruto. À medida que o homem progride, o senso moral torna-se mais apurado; revela-se ao menor desvio do reto caminho. Daí o remorso, que é o primeiro passo para a volta do bem”.

domingo, 20 de abril de 2014

NÃO É POR ACASO

Lembra daquela vez em que você, em meio a um sentimento de angústia e aflição diante de fatos que lhe marcavam a vida, abriu um livro com conteúdo espiritual e o texto lido parecia lhe oferecer o conforto ou o esclarecimento de que se sentia necessitado?  Mera coincidência foi a primeira conclusão que lhe ocorreu. Algumas passagens envolvendo personagens dos livros escritos pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier mostram que não foi o que você deduziu. Na obra OS MENSAGEIROS (capítulo 35,1944,feb), por exemplo, o autor reporta-se a curiosa reunião por ele testemunhada juntamente com numerosos desencarnados no modesto lar de Dona Isabel, pobre viúva e seus três filhos – duas moças e um rapazinho. Pratica mantida regularmente pela família, consistia na leitura e reflexão sobre o tema sugerido pelo Novo Testamento. Descrevendo a dinâmica estabelecida, André Luiz diz que, a certa altura, após uma das meninas ter lido notícia de jornal leigo reportando o suicídio de jovem em bairro distante, Dona Isabel, abriu o livro sagrado, “como se estivesse procedendo ao acaso, mas, em verdade, eu via que Isidoro (marido desencarnado), do nosso Plano, intervinha na operação, ajudando a focalizar o assunto da noite”. No OBREIROS DA VIDA ETERNA ( capítulo 11,1946, feb), relata a visita ao lar de uma senhora ligada à Igreja Presbiteriana, acamada por doença cardíaca, onde a mesma, intuída pelo Instrutor Jerônimo,  solicita a uma de sua filhas lhe pegasse a Bíblia. Após assumir posição para a leitura, segurou firme o livro e, sem que percebesse o Benfeitor Espiritual Jerônimo ajudou-a a abri-lo, em determinada parte cujo conteúdo lhe infundisse bom ânimo.  Na mesma obra, capítulo 16, visitando o lar de Fábio, outro candidato a desencarnação próxima, narra pequena reunião familiar à beira do leito em que o rapaz se mantinha acomodado por imposição da enfermidade que o consumia, e, abrindo o Novo Testamento, sem que notasse, foi auxiliado pelo pai (já desencarnado) encontrando versículo condizente com suas necessidades no momento. No ENTRE A TERRA E O CÉU (capítulo 31,1954, feb), André Luiz fala sobre pequena reunião de estudo evangélico no lar de Antonina, entre  ela, os filhos, e um visitante convidado, Sr Mário Silva,  que, solicitado, ao abrir o volume do Novo Testamento colocado em suas mãos, sem que notasse também foi influenciado pelo Espírito Clarêncio para a descoberta do texto adequado. Assistindo a uma reunião mediúnica descrita no capítulo 16 do NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (1954, FEB), conta que após a prece de abertura, foi lido um texto edificante de livro doutrinário, em cuja escolha preponderou a influência do Espírito Gabriel sobre o orientador da casa. Por fim, no capítulo 20, acompanhando visita ao lar de lar de Anésia, observou que uma simples prece proferida por ela, atraiu vários desencarnados sofredores carentes de entendimento pela ligação com as preocupações materiais, como solicitando medicação. Observa André Luiz que, após a oração, “ao abrir precioso livro de meditações evangélicas, acreditando agir ao acaso, encontra um tema, na verdade escolhido pela Amiga Espiritual Teonília, que lhe vigiava bondosa os movimentos, notando, com surpresa que o texto se reportava à necessidade de trabalho e perdão”. A resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, contudo, esclarece que “os Espíritos influenciam em nossos pensamentos e atos mais que imaginamos, invariavelmente, nos conduzindo”. Pelos exemplos aqui agrupados, fica evidenciado que não existem mesmo acasos. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O PROBLEMA DA CREMAÇÃO

O Espírito André Luiz considera que, excetuando-se determinados casos de mortes em acidentes e outros casos excepcionais, em que a criatura necessita daquela provação, ou seja, o sofrimento intenso no momento da morte, esta de um modo geral não traz dor alguma porque a demasiada concentração do dióxido de carbono no organismo determina anestesia do sistema nervoso central. Explica que o fenômeno da concentração do gás carbônico alteia o teor da anestesia do sistema nervoso central provocando um fenômeno que eles chamam de acidose. Com a acidose vem a insensibilidade e a criatura não tem estes fenômenos de sofrimento que imaginamos”. Embora a resposta tenha sido dada pelo médium Chico Xavier em esclarecedora entrevista quando da realização da pioneira cirurgia de transplante de coração realizada em 1968, no Brasil, certamente pode servir para avaliarmos a questão da cremação introduzida no lado Ocidental da Terra, através da Europa, no início do século 20, visto que na milenar e Oriental Índia faz parte das tradições do Bramanismo, atual Hinduísmo. Consultado em 1935 sobre o assunto, o Espírito Emmanuel, esclareceu, contudo, que a mesma “nunca deverá ser levada a efeito antes do prazo de 50 horas após o desenlace”, considerando que “a cremação imediata ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e desumana”. Compreende-se porque através da explicação de Allan Kardec sobre experiência da morte: -“Por ocasião da morte corpórea, o Espírito, entra em perturbação, e, perde a consciência de si mesmo, de sorte que jamais testemunha o último suspiro do seu corpo. Pouco a pouco a perturbação se dissipa e o Espírito se recobra, como um homem que desperta de profundo sono. Sua primeira sensação é a de estar livre do fardo carnal; segue-se o espanto, ao reparar no novo meio em que se encontra. Acha-se na situação de um a quem se cloroformiza para uma amputação e que, ainda adormecido, é levado para outro lugar. Ao acordar, ele se sente livre do membro que o fazia sofrer; muitas vezes, procura-o, surpreendido de não mais o possuir. Do mesmo modo, o Espírito, no primeiro momento, procura o corpo que tinha; descobre-o a seu lado; reconhece que é o seu e espanta-se de estar dele separado e só gradativamente se apercebe da sua nova situação. Neste fenômeno, apenas se operou uma mudança de situação material. Quanto ao moral, o Espírito é exatamente o que era algumas horas antes; por nenhuma modificação sensível passou; suas faculdades, suas ideias, seus gostos, seus pendores, seu caráter são os mesmos e as transformações que possa experimentar só gradativamente se operarão, pela influência do que o cerca. Em resumo, unicamente para o corpo houve morte; para o Espírito, apenas sono houve”. A reação diante do fato, porém, depende de cada um. O Espírito Irmão X, através do próprio Chico Xavier pondera: -“Morrer não é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra, entre abstinências e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade ansiosamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos “comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões de conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas. Demanda tempo, esforço, auxílio e boa vontade”. No mesmo texto, indaga: -“Não seria justo conferir pelo menos três dias de preparação e refazimento ao peregrino das sombras para a desistência voluntária dos enigmas que o afligem na retaguarda?”. O extraordinário acervo constituído de mensagens-depoimento psicografadas pelo famoso médium demonstra a utilidade dessa precaução, prevista, por sinal, na legislação brasileira. De qualquer forma, oportuno considerarmos o comentário do Espírito Emmanuel: -“Mesmo que a separação entre o Espírito e o corpo não se tenha completado, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos...”. 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

NÃO EXISTE RETROCESSO



No número de março de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec procura esclarecer dúvida levantada por correspondente da publicação em torno de questão moral, cuja resposta pode nos auxiliar a entender como surgem no organismo social, de vez em quando, casos de indivíduos canibais, outros, dados ao esquartejamento ou decapitação do corpo dos seus semelhantes, outros ainda a ocupações como açougueiros nos matadouros ou carrascos que executam as sentenças de morte deliberadas pelos critérios da justiça ou da religião, como se vê ainda em alguns países ou regiões da Terra.  Contrariamente à ideia genérica do Espírito escolher voluntariamente suas mais marcantes experiências e provas futuras, o bom senso diz que essa possibilidade apenas contempla aqueles que já atingiram certo estagio evolutivo. A maioria retorna às lides da nossa Dimensão submetidos à inflexibilidade da Lei de Causa e Efeito, ou seja, do Determinismo capaz de impor ao infrator da citada Lei as repercussões das suas ações, induzindo seu progresso na escala evolutiva. Acompanhemos o raciocínio de Kardec: -“É evidente, que um Espírito já adiantado, como, por exemplo, o de um europeu esclarecido, não poderá escolher como via de progresso uma existência selvagem: em vez de avançar, retrogradaria. Sabem, entretanto, que os próprios antropófagos não se encontram no último degrau da escala e que há mundos onde o embrutecimento e a ferocidade não tem analogia na Terra. Esses Espíritos são ainda inferiores aos mais atrasados do vosso mundo. Vir, pois, entre os nossos selvagens é-lhes um progresso. Se não visam um ponto muito alto, é que sua inferioridade moral lhes não permite compreender um progresso mais completo. Só gradativamente pode o Espírito progredir: deve passar sucessivamente por todos os graus, de modo que cada passo à frente seja uma base para assentar um novo progresso. Ele não pode transpor de um salto a distância que separa o barbárie da civilização, assim como o estudante não transporá, sem transições, do A B C à retórica.  É nisto que vemos uma das necessidades da reencarnação, que é realmente segundo a justiça de Deus. De outro modo, que seria desses milhões de seres que morrem no último estado de depravação, se não tivessem meios de atingir à superioridade? Porque os teria Deus deserdado dos favores concedidos aos outros homens? Repetimo-lo, por ser ponto essencial: à vista de sua curta inteligência, só compreendem o que é melhor do seu ponto de vista e em estreitos limites. Há, entretanto, alguns que se transviam, por quererem subir muito alto e que nos dão o triste espetáculo da ferocidade no meio da civilização. Voltando ao meio dos canibais, estes ainda lucrarão. Estas considerações também se aplicam às profissões. Elas oferecem evidente superioridade relativa para certos Espíritos, e é neste sentido que devemos conceber a escolha por eles feita. Na mesma posição, elas podem ser escolhidas como expiação ou como missão, porque nenhuma existe na qual se não possa fazer o Bem e progredir pela própria maneira de as exercer. Quanto a saber o que seria dessas profissões caso nenhum Espírito as quisesse exercer, está respondida pelo fato. Desde que os Espíritos que as alimentam vem mais de baixo, não é para temer o desemprego. Quando o progresso social permitir a supressão do ofício de carrasco, desaparecerá o lugar, mas não os candidatos: estes irão apresentar-se entre povos, ou, entre outros mundos menos adiantados”. Como esclarece mensagem reproduzida no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação(...). Os Espíritos em expiação aí estão, se assim nos podemos exprimir, como estrangeiros. Já viveram em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação no mal, que os tornava causa de perturbação para os bons. Foram relegados por algum tempo, entre os Espíritos mais atrasados, tendo por missão faze-los avançar, porque trazem uma inteligência desenvolvida e os germes dos conhecimentos adquiridos. É por isso que os Espíritos punidos se encontram entre as raças mais inteligentes, pois são estas também as que sofrem mais amargamente as misérias da vida, por possuírem maior sensibilidade e serem mais atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso moral é mais obtuso”.

sábado, 12 de abril de 2014

Um Manancial de Informações

A contribuição do médium Chico Xavier para o aprofundamento das questões relacionadas à interação entre as diferentes vidas – a espiritual e a material – está longe de ser totalmente explorada. Especialmente no que tange ao pós-vida, onde as centenas de cartas psicografadas por ele desde os anos 70 de forma mais intensiva, revelam um conteúdo, por vezes, intrigante. É o caso, por exemplo, de Gilberto Teixeira Silva Junior, Sandra Regina Camargo e Luiz Paulo Alves Reis, todos desencarnados por leucemia e que afirmam em suas mensagens terem sido submetidos no Plano Espiritual a tratamentos de hemodiálise. Ou da senhora Maria das Graças Aires, a um mês de dar a luz ao terceiro filho, vitima fatal com seus familiares de trágico acidente de trânsito, e que, ao despertar em hospital da outra Dimensão, surpreendeu-se ao ver ao seu lado um recém-nascido, resultado da cesariana a que foi submetida na passagem desta para a outra vida, fato explicado pela familiar que a acompanhava na reentrada no Mundo Espiritual, como decisão motivada pelo intenso desejo acalentado durante toda a gestação de ter mais um filho e, pelo fato do mesmo estar de tal modo formado, que as autoridades que acompanhavam seu processo de resgate de outras vidas, julgaram seus méritos, optando pela consumação do processo de renascimento. Há um manancial de informações a serem estudados, confirmando o que se sabe por citações. Vamos a alguns desses dados: 1- HOSPITALIZAÇÃO Mauro Lira, 15 anos, atropelamento (“-acordei num hospital-escola”); Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça, 15 anos, parada cardiaca (“-fui transportado para o lar-hospital do REGENERAÇÃO”). 2- CIRURGIAS Hilário Sestini, 54 anos, infarto do miocárdio ( “um médico que me disse ser companheiro do Dr. Marat Decartes Freire  Gameiro, me cirurgiou o tórax); Gabriel Espejo Martinez, 25 anos, meningite fulminante (“um enfermeiro advertiu-me que fora cirurgiado por um médico, o Dr. Mario Gatti”). 3- ESCOLAS Andreia Lodi, 9 anos, acidente de trânsito (-“estou num grande colégio cercado de jardins”); José Roberto Pereira Cassiano “Shabi”, 23 anos, acidente de transito (achava-me em outra instituição, em outro local. Um hospital-escola, ou melhor, um educandário de recuperação espiritual”). 4- RECOMPOSIÇÃO DO PERISPIRITO ou CORPO ESPIRITUALWellington Ramos Monteiro Rodrigues, 21 anos, acidente de transito (-“posso dizer-lhes que o nosso corpo aqui não está isento dos resultados difíceis que remanescem dos acidentes”). Volquimar Carvalho dos Santos, 21 anos, durante o incêndio do Joelma ( “aqui, surpreendemos companheiros muitos que passam por minucioso tratamento de plásticas regenerativas”). Contudo, o material resultante do trabalho incansável do médium Chico Xavier, ignorado pela maioria dos espíritas, vai se perdendo, visto que as editoras detentoras dos direitos autorais dos livros em que se acham reunidas, entendem que tais obras não tem grande valor comercial por se aterem a mensagens dirigidas a familiares dos desencarnados comunicantes. Ignoram o conteúdo valioso para a confirmação da continuidade da vida, até porque, são assinadas tais mensagens por pessoas conhecidas, cujos endereços encontram-se registrados nos próprios livros em que se acham inseridas. Os dirigentes fundadores das referidas editoras, esquecem-se que o tempo solicitará também deles, a volta ao Mundo Espiritual, deixando para trás um legado de valor incalculável para os que se interessam pela sobrevivência além da morte. Chico Xavier e os responsáveis espirituais dessa produção, certamente devem lamentar os desdobramentos das responsabilidades entregues a  esses, outrora leais, cooperadores.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

OUVINDO BENVENUTO CELLINI


Artista talentoso, personalidade exaltada, o florentino Benvenuto Cellini viveu 71 anos na sua encarnação no século XVI. Ao longo do tempo, inspirou com sua existência tumultuada vários escultores, pintores, compositores e literatos. Entre suas obras mais conhecidas está a Estatua em Bronze de Perseu segurando a cabeça da Medusa, exposta em Florença, sua cidade natal e a escultura O Crucifixo, em mármore. Aventureiro construiu uma biografia em que se incluem homicídios pelos quais teria sido responsável, e, inúmeros casos amorosos com varias de suas modelos. Escritor, publicou um TRATADO sobre OURIVESARIA, outro sobre ESCULTURA, além de um livro de memórias intitulado VITA, em que reconstitui sua existência. Nele, o relato de uma cena de feitiçaria no Coliseu, em Roma, de que teria tomado parte. A prática teria sido executada por um sacerdote siciliano, de espírito muito fino, profundamente versado em letras gregas e latinas que conhecera numa estrada esquisita, e, que certa vez, lhe falara sobre suas atividades de necromancia, tema sobre o qual sempre tivera a maior curiosidade. Convidado a uma dessas reuniões para qual o sacerdote trouxera perfumes preciosos, drogas fétidas e fogo, após uma abertura, viu-se, levado pela mão, dentro de um círculo, com outras pessoas. O dirigente, entregando um talismã a um dos participantes, pôs-se a fazer conjurações durante mais de uma hora e meia, após o que o Coliseu encheu-se de legiões de Espíritos Infernais, sugeriu-lhe: -“Benvenuto, pede-lhes alguma coisa”. Respondi-lhes que desejava que eles me reunissem à siciliana Angélica, sua paixão do momento. Depois de diferentes relatos mais ou menos ligados ao precedente, Benvenuto conta como, passados 30 dias, prazo fixado pelos demônios, ele encontrou sua Angélica. Certamente motivado pela descrição de registro feita três séculos antes do surgimento do Espiritismo, Kardec, autorizado e ajudado pelo dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, buscou ouvir o renomado artista, na reunião de 11 de março de 1859, conforme reproduzido na REVISTA ESPÍRITA, de abril do mesmo ano. A entrevista de mais de 30 perguntas, revela o seguinte: 1- Lembrava-se da existência que passara na Terra, entre 1500 e 1571, apesar de ter tido outras existências corporais em vários outros mundos. 2- Sentia-se muito satisfeito com a posição ocupada atualmente, que, embora não fosse um trono, o colocava sobre mármores. 3- Permanecera errante alguns anos, trabalhando em si mesmo. 4-  Voltara poucas vezes a Terra. 5- Assistira várias vezes à história em que figurara, sentindo-se satisfeito como Cellini, mas, pouco como Espírito que pouco progredira. 6- Não tivera outras encarnações na Terra antes da conhecida, tendo outras ocupações muito diferentes das que aqui desenvolveu. 7- Que habitava atualmente um mundo desconhecido e não visível da Terra, do ponto de vista físico, marcado pela beleza plástica, dada a harmonia perfeita de todas as suas linhas, rodeado de perfumes que, aspirados, provocam o bem estar físico, satisfazendo as necessidades pouco numerosas a que estão sujeitos; e, do ponto de vista moral, a perfeição é menor, pois, ali ainda podem ver-se consciências perturbadas e Espíritos dedicados ao mal, não sendo a perfeição, mas, o caminho para ela. 8- Lá também trabalha com as artes. 9- Sobre a veracidade das cenas sobre necromancia descritas no seu livro, disse que o necromante era um charlatão, ele um romancista e Angélica sua amante. 10- Sobre a origem de seu sentimento para a arte, confirmou ser fruto de um desenvolvimento anterior, pois durante muito tempo fora atraído pela poesia e pela beleza da linguagem, prendendo-se na Terra à beleza da reprodução e, no mundo em que vivia, ocupava-se à beleza como invenção. 11- Quanto à sua habilidade como estrategista militar revelada na defesa do Castelo de Santo Ângelo a pedido do Papa Clemente VII, revelou que tinha talento e sabia aplica-lo, visto que em tudo é necessário discernimento, sobretudo na arte militar de então. 12- Solicitado a aconselhar aos artistas que buscam seguir suas pegadas, disse que, mais do que fazem e do que ele fez, que busquem a pureza verdadeira beleza. 13- Se poderia guiar um médium na execução de modelagens garantiu que sim, preferindo um com inclinações artísticas, merecendo esta resposta, a seguinte observação de Kardec: -“Prova a experiência que a aptidão de um médium para tal ou qual gênero de produção depende de flexibilidade que apresenta ao Espírito, abstração feita do seu talento (...). Entretanto, veem-se médiuns que fazem coisas admiráveis, apesar de lhes faltar noções sobre o que produzem, o que se explica por uma aptidão inata, devida, sem dúvida, a um desenvolvimento anterior ( em outra encarnação), do qual conservam apenas a intuição”.  




terça-feira, 8 de abril de 2014

NOÉ

A superprodução norte-americana NOÉ recentemente lançada em circuito mundial de cinema, abre espaço para revermos aspectos da lenda bíblica que, aparentemente, foi disseminada no lado ocidental da Terra pelo registro de Moisés no livro Gênesis, capítulo VII, versículos de 1 a 16. Pesquisas em outros épicos literários ligados à escolas religiosas da Antiguidade, mostram, porém, que o relato está presente em remotas civilizações onde o presumível autor do Gênesis teria se baseado. Um deles, remonta ao século 25 antes de Cristo, tendo sido descoberto nas ruínas do palácio de Nínive, na Babilônia (atual Iraque), mais especificamente na Biblioteca de Assurbanipal. Trata-se das doze laminas de barro com as inscrições cuneiformes de Gilgamesh, o semi-lendário rei da Suméria, personagem central da Epopéia de Gilgamesh. Na décima primeira das lâminas, encontra-se a lenda do diluvio tal como a encontrada na Gênesis de Moisés, inclusive as mesmas expressões de arrependimento de Deus, as mesmas descrições nos seus menores detalhes, segundo estudiosos mais vivas e mais completas do que no texto hebraico. Escritos históricos dos hindus, africanos, gregos, astecas, incas, maias, pascuenses, chineses e, por ocasião da descoberta do Brasil, índios que habitavam a parte que hoje se chama Rio de Janeiro, já possuíam uma lenda a respeito do dilúvio. Analisando a questão no capítulo 9 do livro A GÊNESE, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec afirma: -“O diluvio bíblico, também conhecido pela denominação de ‘grande dilúvio asiático’, é fato cuja realidade não se pode contestar. Deve tê-lo ocasionado o levantamento de uma parte das montanhas daquela região, como registrado no século 18, por volta de 1750, México. Segundo consta no livro A TERRA ANTES DO DILUVIO, de Luiz Figuier, “a seis dias de marcha da capital mexicana, existia uma região fértil e bem cultivada, onde se produzia com abundância arroz, milho, bananas. No mês de junho, pavorosos tremores de terra abalaram o solo, renovando-se continuamente durante dois meses inteiros. No noite de 28 para 29 de setembro, violenta convulsão se produziu: um território de grande extensão entrou a erguer-se pouco a pouco e acabou por alcançar a altitude de 152 metros numa superfície de 60 mil metros quadrados. O terreno ondulava, como as vagas do mar ao sopro da tempestade, milhares de montículos se elevavam e afundavam alternadamente; afinal, abriu-se um abismo de perto de 21 quilômetros quadrados, donde eram lançados a prodigiosa altura de fumo, fogo, pedras esbraseadas e cinzas. Seis montanhas surgiram desse abismo hiante, entre as quais o vulcão a que foi dado o nome de Jorullo, que agora se eleva a 550 metros acima da antiga planície. No momento em que principiaram os abalos do solo, os dois rios Cuitimba e San Pedro, refluindo, inundaram toda a planície hoje ocupada pelo Jorullo; no terreno, porém, que sem cessar de elevava, outro sorvedouro se abriu e os absorveu. Os dois, reapareceram mais tarde, a oeste, num ponto muito afastado de seus antigos leitos”. Corrobora esta opinião a existência de um mar interior, que ia outrora do Mar Negro ao Oceano Boreal, comprovada pelas observações geológicas. O mar de Azov, o Mar Cáspio, cujas águas são salgadas, embora nenhuma comunicação tenham com nenhum outro mar; o lago Aral e os inúmeros lagos espalhados pelas imensas planícies da Tartália e as estepes da Rússia parecem restos daquele antigo mar. Por ocasião do levantamento das montanhas do Cáucaso, posterior ao dilúvio universal, parte daquelas águas foi recalcada para o norte, na direção do Oceano Boreal; outra parte, para o sul, em direção ao Oceano Índico. Estas inundaram e devastaram precisamente a Mesopotâmia e toda a região em que habitaram os antepassados do povo hebreu. Embora esse  dilúvio se tenha estendido por uma superfície muito grande, é atualmente ponto averiguado que ele foi apenas local; que não pode ter sido causado pela chuva, pois, por mais copiosa que esta fosse e ainda que se prolongasse por 40 dias, o calculo prova que a quantidade de água caída das nuvens não podia bastar para cobrir toda a Terra, até acima das mais altas montanhas. Para os homens de então, que não conheciam mais do que uma extensão muito limitadas da superfície do Globo e que nenhuma ideia tinham da sua configuração, desde que a inundação invadiu os países conhecidos, invadida fora, para eles, a Terra inteira. Se a essa crença aditarmos a forma imaginosa e hiperbólica da descrição, forma peculiar ao estilo oriental, já não nos surpreenderá o exagero da narração bíblica”.


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Holograma?



A mediunidade -  recurso que nos tem possibilitado conhecer e estudar a vida no Mundo Espiritual -, ao longo do século 20, através de diferentes médiuns, revelou que nos Universos Paralelos ligados ao Planeta Terra, existem extraordinários mecanismos que, ao longo do tempo, vem se materializando em nossa Dimensão. Assim se deu com sistemas de defesa – petardos e barreiras magnéticas, lança choques, redes luminosas de defesa, etc -, descritos em obras do Espírito André Luiz, psicografada por Chico Xavier, como OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb,1946) ou circuitos fechados de televisão do Hospital Maria de Nazareth da obra do escritor Camilo Castelo Branco, MEMÓRIAS DE UM SUICIDA (feb,1942) pela médium Yvonne do Amaral Pereira, entre outros. No não menos revelador livro A VIDA ALÉM DO VÉU (feb,1920), que relata as experiências vividas pelo Reverendo inglês George Dale Owen, entre 23 de setembro e 31 de outubro de 1913, escrevendo durante o estado alterado de consciência em que entrava 24 palavras por minuto, encontramos no material obtido no sábado, 11 de outubro, a descrição de uma vivência que assemelha às holografia possíveis hoje. No nosso Plano, os hologramas foram concebidos teoricamente em 1948, contudo, viabilizados nos anos 60, após a invenção do laser. A Holografia é um método de registro “integral” de informação com relevo e profundidade. Vejamos o que conta o Espírito da mãe de Owen, em incursão por mais uma área da região em que residia no Plano invisível aos nossos olhos: -“Conduziram-nos a uma sacada, ao lado de um espaço circular. Era um tanto saliente e podíamos ver tudo de uma vez. Fomos, então, avisados de que seria feita uma pequena demonstração em nosso proveito a fim de que, pudéssemos formar ideia do uso que podiam ter esses objetos. Sentamo-nos à espera e, afinal, uma névoa azul principiou a encher o espaço central. Em seguida, um raio de luz percorreu toda a extensão do salão e pousou no globo que representava a Terra. Parecia que o Globo absorvia o raio que o contornava e se tonava luminoso; depois de certo tempo, tendo o raio sido retirado, notámos que o globo brilhava como que internamente. Em seguida, outro raio lhe foi projetado em cima, mais intenso e de cor diversa, e o globo vagarosamente abandonou o pedestal, ou pino, ou o que quer que lhe servia de apoio, e principiou a flutuar, afastado da parede. Ao aproximar-se do centro, penetrou a névoa azul e, logo em seguida, ao seu contato, transformou-se em uma grande esfera, brilhando com luz própria e flutuando no espaço cerúleo. Era belíssimo. Vagarosa, muito vagarosamente, revolvia-se sobre seu eixo, evidentemente do mesmo modo que a Terra, e pudemos ver os Oceanos e continentes. Esses eram reproduções planas como as dos globos terrestres usados na Terra. Com o giro, porém, principiaram a mostrar aspecto diferente. As montanhas e os morros começaram a destacar-se, as águas a arfar e a encrespar-se; pouco depois, notámos minúsculas reproduções das cidades e mesmo os pormenores das suas construções. Ainda mais circunstanciado se tornou o modelo da Terra, até que vimos os seus próprios habitantes; em primeiro lugar, as multidões, e em seguida os indivíduos. Ser-lhes-á difícil compreender como, em um globo de talvez vinte oito a trinta metros de diâmetro, pudemos perceber homens e animais. Faz parte, porém, da ciência deste instituto poder mostrar as coisas discriminada e individualmente. Cada vez mais distintas se tornavam essas maravilhosas cenas e, ao circular o Globo, vimos homens se moverem nas cidades e trabalharem nos campos. Observámos os grandes espaços das campinas, dos desertos e das florestas, e os animais vagando neles. Ao girar vagaroso globo, notámos os oceanos e os mares, alguns plácidos, outros agitados e enfurecidos, e um navio de onde em onde. E toda a vida da Terra passou ante nossos olhos. Examinávamos estas cenas durante muito tempo, e o nosso amigo, que pertencia a esse estabelecimento, falou-nos de onde estava, para o lugar onde nos achávamos sentados, que o que observávamos era a Terra no seu estado atual. Se o desejássemos, mostrar-nos-ia o retro progresso das épocas desde a idade atual até o princípio como ser inteligente.(...). Devo aqui parar para explicar um assunto que leio no seu cérebro. O recinto não estava às escuras; havia luz por toda parte. O Globo, porém, brilhava com tal intensidade que, sem sensação desagradável de espécie alguma, obscurecia tudo que estava fora da nuvem azul(...). Depressa, o cenário principiou a mudar na superfície da Esfera em rotação e, fomos transportados através de milhares de anos da vida terrestre”. A descrição prossegue oferecendo dados instigantes para os estudiosos das questões espirituais. 

sábado, 5 de abril de 2014

A Resposta Ao Principe

Os regimes Monárquicos ainda prevaleciam, sobretudo na Europa, e, um ano após ter iniciado a publicação da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec abre o número de janeiro de 1859, reproduzindo a íntegra de uma carta dirigida a um Príncipe que lhe escrevera solicitando alguns esclarecimentos sobre informações veiculadas pelo Espiritismo apresentado ao publico meses antes, através d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Precedendo as respostas às 5 perguntas recebidas, Kardec alinha alguns pontos considerados por ele como fundamentais para dirimir algumas outras dúvidas: 1- Fora do mundo corpóreo visível, existem seres invisíveis, que constituem o Mundo dos Espíritos. 2- Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas dos que viveram na Terra, ou em outras esferas, e que se despojaram de seus invólucros materiais. 3- Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Consequentemente, há-os bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos e mentirosos, velhacos e hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, assim como os há em tudo muito superiores, que não procuram senão fazer o Bem. Esta distinção é ponto capital. 4- Os Espíritos rodeiam-nos incessantemente. Malgrado nosso, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, assim influindo sobre os acontecimentos e sobre os destinos da Humanidade. 5- Os Espíritos por vezes denotam sua presença por meio de efeitos materiais. Esses efeitos, nada tem de sobrenatural: só nos parecem tal porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, os efeitos entram na categoria dos fenômenos naturais. É que Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e movê-los sem o concurso dos nossos agentes externos. Negar a existência de agentes desconhecidos, pelo simples fato de que não os compreendemos, seria traçar limites ao poder de Deus e crer que a Natureza nos tenha dito sua ultima palavra. 6- Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa pelo simples fato de que é desconhecida. 7- Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando vemos as peças do aparelho telegráfico produzirem sinais que correspondem ao pensamento, não concluímos que elas sejam inteligentes, mas são movidas por uma inteligência. Dá-se o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não for a nossa, evidentemente independe de nós. 8- Nos fenômenos das ciências naturais agimos sobre a matéria inerte e a manejamos à nossa vontade. Nos fenômenos espíritas agimos sobre inteligências que dispõem do livre arbítrio e não se submetem à nossa vontade. Há, pois, entre os fenômenos comuns e os fenômenos espirituais uma diferença radical quanto ao princípio. Eis porque a ciência vulgar é incompetente para os julgar.  9- O Espírito encarnado tem dois envoltórios: um material, que é o corpo, outro semi-material e indestrutível, que é o períspirito. Deixando o primeiro, conserva o segundo, que constitui uma espécie de segundo corpo, mas de propriedades essencialmente diferentes. Em estado normal é-nos invisível, mas pode tornar-se momentaneamente visível e mesmo tangível: tala causa do fenômeno das aparições. 10- Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, com existência própria, que pensam e agem em virtude de seu livre arbítrio. Estão por toda parte, em volta de nós. Povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento. 11- Os homens podem entrar em relação com os Espíritos e receber comunicações diretas pela escrita, pela palavra ou por outros meios. Estando ao nosso lado, ou podendo vir ao nosso apelo, é possível, por certos meios, estabelecer comunicações frequentes com os Espíritos, assim como um cego pode fazê-lo com as pessoas que ele não vê. 12- Certas pessoas são mais dotadas que outras de uma aptidão especial para transmitir comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um interprete; é um instrumento de que se serve o Espírito; esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, donde as comunicações mais ou menos fáceis. 13- As comunicações tanto podem provir de Espíritos inferiores quanto de superiores. 14- Todos nós temos um Espírito familiar, que se liga a nós desde o nascimento, que nos guia, aconselha e protege. 15- Além do Espírito familiar há outros que atraímos graças à sua simpatia por nossas qualidades e defeitos ou em virtude de antigas afeições terrenas.



quinta-feira, 3 de abril de 2014

PARA TODOS

Depois da publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857, a edição revisada e ampliada em 1860; do lançamento d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, em 1861; Allan Kardec trabalhava sigilosamente na produção de nova obra. Segundo ele “a ninguém dera ciência do assunto do livro em que estava trabalhando. Conservara-lhe de tal modo em segredo o título, que o editor, Sr. Didier, só o conheceu quando da impressão. Esse título foi, a princípio: IMITAÇÃO DO EVANGELHO. Mais tarde, por efeito de reiteradas observações do mesmo Sr. Didier e de algumas outras pessoas, mudei-o para O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”. No dia 9 de agosto de 1863, de passagem por Ségur, uma pequena comuna a 600 quilômetros ao sul de Paris, procurou ouvir a Espiritualidade através do médium Sr. d’A., considerando que pelo histórico feito a pouco, as reflexões contidas nas respostas não podem ser tidas como fruto de ideias preconcebidas do instrumento mediúnico: 1- Que pensais da nova obra em que trabalho neste momento? Resposta: -“Esse livro de doutrina, terá considerável influência, pois que explanas questões capitais, e, não só o mundo religioso encontrará nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida prática das nações haurirá dele instruções excelentes. Fizeste bem enfrentando as questões de alta moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos. A dúvida tem que ser destruída; a Terra e suas populações civilizadas estão prontas; já que há muito os teus amigos de além-túmulo as arrotearam; lança, pois, a semente que te confiamos, porque é tempo de que a Terra gravite na ordem irradiante das esferas e que saia, afinal, da penumbra e dos nevoeiros intelectuais. Acaba a tua obra e conta com a proteção do teu guia, guia de todos nós, e com o auxilio devotado dos Espíritos que te são mais fiéis e em cujo número digna-te de me incluir sempre”. Ante a situação desconfortável enfrentada na França pós-Revolução Francesa e Napoleão, indagou também sobre o que diria o clero sobre a obra: -“O clero gritará – HERESIA!, porque verá que atacas decisivamente as penas eternas e outros pontos sobre os quais ele baseia a sua influência e o seu crédito. Gritará tanto mais, quanto se sentirá muito mais ferido do que com a publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, cujos dados principais, a rigor, poderia aceitar (...). Em compensação, os espíritas, verão aumentar-se-lhes o número, em virtude dessa espécie de perseguição, sobretudo com o qualificarem (...) de demoníaca uma doutrina cuja moralidade esplenderá como um raio de Sol pela publicação mesma do teu novo livro e dos que se seguirão”. Um mês depois, estando em Sainte- Adresse, a 200 quilômetros ao norte de Paris, tendo solicitado uma comunicação sobre um assunto qualquer , recebeu da capital francesa no dia 14 de setembro interessante mensagem relacionada de forma evidente ao novo trabalho literário que desenvolvia, paralelamente à publicação mensal da REVISTA ESPÍRITA  e das atividades da Sociedade Espírita de Paris; -“Quero falar-te de Paris, embora isso não me pareça de manifesta utilidade, uma vez que as minhas vozes íntimas se fazem ouvir em torno de ti e que teu cérebro percebe as nossas inspirações, com uma facilidade de que nem tu mesmo suspeitas. Nossa ação, sobretudo a do ESPÍRITO DE VERDADE, é constante ao teu derredor e tal que não a podes negar. Assim sendo, não entrarei em detalhes ociosos a respeito do plano de tua obra, plano que, segundo meus conselhos ocultos, modificaste tão ampla e completamente. Compreendes agora porque precisávamos ter-te sob as mãos, livre de toda preocupação outra, que não a obra da Doutrina. Uma obra como a que elaboramos de comum acordo necessita de recolhimento e de insulamento sagrado. Tenho vivo interesse pelo teu trabalho, que é um passo considerável para a frente e abre, afinal, ao Espiritismo a estrada larga das aplicações proveitosas, a bem da sociedade. Com esta obra, o edifício começa a libertar-se dos andaimes e já se lhe pode ver a cúpula a desenhar-se no horizonte. Continua, pois, sem impaciência e sem fadiga; o monumento estará pronto na hora determinada”. A referência sobre o plano da obra ter sido, de fato, completamente modificado, o que, sem dúvida, o médium não podia saber, pois que ele estava em Paris e Kardec em Sainte-Adresse, deu-lhe a certeza da autenticidade da comunicação. Os dias rolaram acelerados e, em abril de 1864, estavam impressos os primeiros exemplares d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, tornando compreensíveis os ensinamentos de Jesus e, ao mesmo tempo, cumprindo o prometido por ele conforme registro no capítulo 14, versículo 26 do Evangelho de João.

terça-feira, 1 de abril de 2014

HOMENAGEM

Dois de abril para os seguidores do Espiritismo, passou a ter uma significação especial desde o ano de 1910. Isso porque renascia um Espírito que trazia um programa existencial minuciosamente preparado para que a imortalidade do Ser acumulasse fatos que a referendassem de formas variadas e inequívocas. Fruto de planejamento cuidadoso, naturalmente, representava missão de risco, com cinquenta por cento de ser bem sucedida, por depender de um atributo presente em toda individualidade em graus diferentes: o livre arbítrio. Por relatos de pessoas que em diferentes momentos partilharam de informações que tiveram acesso, transitara por duas raças, a egípcia – mistura da hamita-semita – e a latina distribuída por diferentes nacionalidades. Experimentara várias situações, ocupando posições em que experimentara a riqueza, a inteligência, a beleza e a autoridade. Em mais de uma a mediunidade lhe constituíra motivo de glória de sofrimento. Retornava, considerando fatores como suas tendências e os apelos da Dimensão em que trabalharia mais uma vez, cercado de garantias que lhe estimulariam o lado mais positivo como as restrições econômicas, a orfandade precoce, a saúde frágil, a necessidade do trabalho para o próprio sustento e dos que lhe seriam dependentes. Para recebê-lo e ciceroneá-lo nos primeiros passos da nova jornada, foi escolhido um Espírito que, na forma de mãe resgataria a experiência da serva Ana, que dois mil anos antes, nas terras da Galiléia, não apenas fora empregada da família do Senador romano Públio Lêntulius, mas também convertida ao Cristianismo, indiretamente influenciara para que o político fôsse, certo entardecer, tentar se aproximar de Jesus, às margens do lago de Genesaré, na esperança que o Messias dos hebreus algo fizesse em relação ao grave problema de saúde da filha à beira da morte. Para acompanhar e orientá-lo no uso da mediunidade que se manifestaria de forma exuberante, velho amigo de outras Eras, exilado como ele de planeta do sistema de Capela, situado no Constelação do Cocheiro que se identificaria apenas como Emmanuel, palavra grega que quer dizer Deus Conosco. O programa se iniciou para Francisco de Paula Cândido Xavier, na sexta feira, 2 de abril de 1910, seguindo como planejado até 8 de abril de 1927, quando no corpo físico de que se servia, o Espírito somava 17 anos de idade. Nesse dia, a descoberta da até então constrangedora mediunidade que o fazia se sentir diferente de outras crianças e jovens de sua idade. Foi o sinal para que se afastasse da escola religiosa que frequentava para iniciar os estudos em torno do Espiritismo, do qual se transformaria num dos maiores símbolos até o fim dos seus dias na atual encarnação. Incompreensão, perseguições gratuitas, dificuldades materiais, foram alguns dos traços de uma caminhada que, a partir de determinado momento, passou a se somar o constante assédio pela possibilidade que representava da conexão com outros Planos Existenciais. Sua influência, bem como, dos livros por ele psicografados motivaram o surgimento de centenas de instituições de caridade além da descoberta do sentido da vida a milhares de desventurados do caminho. Concluída sua passagem pelo nosso Plano, 92 anos após ter-se iniciado, apesar da década transcorrida, sua presença parece real para muitos dos que se sensibilizaram pelos princípios Espíritas através dele, e, prosseguem trabalhando pela difusão dessas ideias. É por isso que não poderia passar em branco o 2 de abril sem que, mais uma vez, expressássemos nossa gratidão e carinho por esse Francisco que oferecia sua intimidade a todos ao se deixar tratar por Chico, por não se considerar mais que um cisco, condição em que se via quando tentavam enaltecer a pessoa em que se tornaram seguindo fielmente as diretrizes sugeridas pelo Orientador Espiritual Emmanuel, numa tarde de domingo a beira de um pequeno açude, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais: DISCIPLINA, DISCIPLINA, DISCIPLINA.