O avião modelo Sertanejo,
apesar do tempo chuvoso daquele seis de janeiro de 1979, levantou voo em Amambai,
Mato Grosso do Sul, com destino à cidade de Franca, interior de São
Paulo, conduzindo seis passageiros, todos de uma mesma família, tendo em vista
a viagem de férias prevista para dai a dois dias, rumo aos Estados Unidos da América do
Norte. Era pilotado por José Roberto Alves Pereira,
proprietário da aeronave e chefe da família que com ele viajava, composta por sua esposa, os três filhos
e sua própria mãe. Na verdade, sua primeira experiência solo, ou seja, sem a
presença do Instrutor, visto que se brevetara - como se diz no meio
aeronáutico – apenas 48 dias antes. Nas imediações do espaço
aéreo da localidade Nova Andradina, ainda no
Estado de origem, a aeronave acabaria por se precipitar ao solo, gerando um
acidente do qual nenhum dos tripulantes sobreviveu. Confirmavam-se
assim, os maus presságios de sua única irmã, ao ouvi-lo dizer ao telefone, que
voaria sem supervisão de outro piloto, bem como do tio, impaciente e ansioso,
pelo mesmo motivo. Embora nascido 39 anos antes no município de Pedregulho,
São Paulo, José Roberto era fazendeiro conhecido na região de Franca,
destacando-se também por ações no campo da assistência social em nome
do Catolicismo, do qual era dedicado seguidor. O impacto da notícia sobre os que os conheciam foi violento, mas, especialmente para os
familiares remanescentes. Sua irmã e o cunhado, porém, haviam se ligado anos
antes ao Espiritismo e, quatorze dias depois, encontravam-se entre as dezenas
de pessoas presentes à reunião pública do dia 20 de janeiro, nas dependências
do Grupo
Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais. A viagem não
foi em vão, pois, o Espírito da sogra de José Roberto, segundo disse,
atendendo pedido do marido também desencarnado, escreve mediúnicamente rápido
bilhete, dando informações sobre os recém-transferidos ao Mundo Espiritual,
confortando e orientando os familiares que permanecem em nossa Dimensão. Apesar
disso, o tempo se arrastaria vagarosamente, como normalmente acontece para os
que experimentam a dor de tão violenta separação, até que pouco mais de dezoito
meses depois, em outra reunião publica, no dia 4 de julho de 1980, em meio às seis
cartas psicografadas por Chico naquela noite, o próprio José
Roberto se fez presente, oferecendo à irmã e ao cunhado, não só a prova
de que continuava vivo em outro Plano existencial, mas também, maiores detalhes
sobre a fatalidade da derradeira viagem. Revivendo o triste fato, comenta: -“Tudo,
foi questão de segundos. Observava a hesitação do motor, mas na impossibilidade
de qualquer retificação, entreguei-me à força que interpretamos como sendo a
Vontade de Deus (...). Creiam que não houve tempo que se despendesse em
lamentações (...). O grande pássaro de metal caiu arremessando-nos a todos de
uma vez na liberação compulsória da experiência física. Concentrei todas as
minhas reservas de energia mental para não dormir ou desmaiar, entretanto,
semelhante esforço não me valeu por ensejo de observação mais minucioso do
fenômeno que nos arrasava a família. Numa fração de tempo que não pude precisar
e nem posso ainda precisar, vi-me fora do corpo, à maneira de noz quando salta
do involucro natural que a retém e, conquanto cambaleasse de espanto e
sofrimento, reconheci que não estávamos a sós”... Confirmando a
revelação espírita na resposta à questão 160 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS e a de várias cartas psicografadas por Chico
Xavier de que “acontecimentos imprevisíveis na Terra
acham-se marcados para acontecer no Plano Espiritual”, o senhor José
Roberto acrescenta: -“conquanto cambaleasse de
espanto e sofrimento, reconheci que não estávamos sós. A mamãe Antonieta e a
Lucy estavam amparadas por senhoras amigas, e o Robertinho, a Luciana e
Waldomiro Neto se achavam sob a assistência de enfermeiros diligentes. Quis
conhecer os benfeitores que nos estendiam socorro, mas, como se a certeza de
que não nos achávamos abandonados me rematasse as resistências, entrei, por
minha vez, num torpor de que não consigo atualizar a duração. Mais tarde, ainda
ignoro depois de quantos dias, despertei numa instituição que a princípio me
forneceu a ilusão de que havíamos sido salvos do acidente doloroso, mas não se
passou muito tempo, para que me visse esclarecido. Havíamos deixado a moradia
física, de uma vez. Embora me sentisse quase quebrado pelas consequências da
queda, era obrigado a reconhecer que me via num corpo em tudo semelhante àquele
que me havia servido. Seria inútil qualquer tentame de meu lado para
descrever-lhes a mudança que me convulsionava a cabeça. Entretanto, era preciso
resignar-me aos acontecimentos e, mais uma vez a ideia religiosa foi a escora
que me imunizou contra a desequilíbrio total. Pouco a pouco, revi todos os
nossos”...
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quarta-feira, 30 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
SOBRE A EXPLORAÇÃO COMERCIAL DO TRABALHO DOS ESPÍRITOS
Orientações espirituais de
autores conhecidos revelando contradição entre o próprio pensamento antes de
desencarnar e o atual. Caso típico
foi abordado por Allan Kardec no número de dezembro de 1864, da REVISTA ESPÍRITA. Envolvia suposta
manifestação de um entusiasmado estudioso e seguidor do Espiritismo
desencarnado em fins de 1861, o senhor Jobard, na verdade Jean
Baptiste Marcelin Jobard. Radicado na Belgica por nomeação do governo
francês, Jobard, era engenheiro, e,
patenteou ao longo de sua vida 73 inventos no campo da iluminação,
aquecimento, alimentação, transporte, balística, tendo sido diretor do Museu da
Industria de Bruxelas. Quando do surgimento da Doutrina Espírita, converteu-se
à mesma, correspondendo-se com Kardec de quem se tornou amigo e
colaborador, sendo citado nas páginas da REVISTA
ESPÍRITA, em sete números e dezessete passagens. A questão envolvia uma
médium que, afirmando-se assistida pelo Espírito do senhor Jobard, recebera uma
comunicação dele dirigida a outro médium, aconselhando cobrar as consultas dos ricos e
dar gratuitamente aos pobres e aos operários, sugerindo-lhe o emprego
do dia, sem poupar elogios a suas eminentes faculdades e sua alta missão. Kardec
escreve que “tendo alguém levantado dúvidas sobre a autenticidade dessa mensagem,
sabendo que o Espírito do senhor Jobard se manifestava frequentemente à
Sociedade Espírita de Paris, pediu uma avaliação. Para maior segurança, dirigimos
imediatamente estas simples palavras a seis médiuns, sem informar-lhes a razão,
de modo que cada um se julgou o único chamado a resolver a questão: -“Tende a
bondade de perguntar ao Espírito do Sr Jobard se ele ditou à senhora X..., em
sonambulismo magnético, uma comunicação para outro médium, que aconselha a
explorar sua faculdade. Necessitava esta resposta para amanhã”. Nas
respostas obtidas no dia 20 de outubro de 1864, o Espírito Jobard, de forma unanime,
nega a autoria de tal sugestão. Na primeira, pelo médium Leymarie, depois de interessantes
considerações, finaliza: -“Quanto à mim, caro mestre, responderei
àqueles ou àquelas que querem comerciar com meu nome que, por mais paspalhão
que pudesse ser, jamais o seria bastante para apor minha assinatura em títulos
falsificados sacados contra vosso devotado”. No teor da segunda,
pela médium Sra Costel, “em princípio reprovo a exploração da
mediunidade, pela razão muito simples que o médium, não gozando de sua
faculdade de maneira intermitente e incerta, jamais pode algo prejulgar ou
fundar sobre ela”. Na terceira,
pelo médium Sr Rul., “como poderiam crer que aquele que, em todas
as suas comunicações, recomendou a caridade e o desinteresse, hoje viria
contradizer-se?”. Na quarta, pelo médium Sr Vézy, “o Espiritismo não se ensina a
tanto por lição. Que aquele que não pode levar nossas palavras a seus irmãos
senão em detrimento de seu próprio salário, fique em casa e peça à sua
ferramenta ou à sua agulha que lhe continue o pão de cada dia(...). Sempre
encontramos muitos homens de boa vontade para desempenhar a tarefa que lhes
pedimos”. Na quinta, pela médium Sra Delanne, “não meus amigos, o Espiritismo
não deve ser explorado por Espíritos sinceros e de boa fé. Pregais contra os
abusos desta natureza, que desacreditam a religião; não podeis praticar aquilo
que condenais, porque afastais aqueles que o vosso desinteresse poderia trazer
a vós”. Na sexta, pelo médium Sr D’Ambel, “quem sabe se, nalguns, não é uma
volta ao passado, um resto dos hábitos antigos? Então, tanto pior para os que
caem na mesma armadilha! Não tirarão lucro e lamentarão que um dia tenham
tomado o caminho errado. Tudo o que vos posso dizer é que, não estando,
absolutamente, nesse negócio, bem o sabeis, lavo as mãos e lamento a pobre
Humanidade, porque ainda recorre a semelhantes expedientes”. Em
comentário com que termina a matéria, Kardec observa:-“É impossível que todo espírita
sincero, compreendendo a essência e os verdadeiros interesses da Doutrina, se
torne defensor e suporte de um abuso que, inevitavelmente, tenderia a desacreditá-la.
Nós os convidamos a desconfiar das armadilhas que os inimigos do Espiritismo
lhes tentassem armar sob tal propósito. Sabe-se que em falta de boas razões
para o combater, uma de suas táticas é buscar arruiná-lo por si mesmo. Assim,
vê-se com que ardor espiam as ocasiões de o apanhar em falta ou contradição
consigo mesmo. É por isto que os Espíritos nos dizem, sem cessar, que vigiemos
e nos mantenhamos de guarda”.
sábado, 26 de abril de 2014
AINDA SOBRE A REENCARNAÇÃO
Ampliando nossa visão sobre a razão da encarnação dos Espíritos, Allan Kardec afirma “estar
ela nas Leis da Natureza; é necessária ao adiantamento deles e à execução das
obras de Deus. Pelo trabalho que a existência corpórea lhes impõe, eles
aperfeiçoam a inteligência e adquirem, cumprindo a Lei de Deus, os méritos que
os conduzirão à felicidade plena”. Sobre o número de existências,
explica ser “indeterminado; dependendo da vontade do Espírito reduzir esse número,
trabalhando ativamente pelo seu progresso moral”, acrescentando que, “quando,
num mundo, os Espíritos tem realizado a soma de progresso que o estado desse
mundo lhe faculta efetuar, deixam-no, e, passam a encarnar noutro mais
adiantado, onde entesouram novos conhecimentos e assim por diante, até que, de
nenhuma utilidade mais lhe sendo a encarnação em corpos materiais, entram a
viver exclusivamente a vida espiritual, em que também progridem noutro sentido
e por outros meios”. Voltando à
criança, diz:-“Até ao nascer, todas as faculdades se lhe encontram em estado
latente, nenhuma consciência de si mesmo tem o Espírito. As que devam
desenvolver-se não desabrocham de súbito no ato de nascer; o desenvolvimento
delas acompanha o dos órgãos que terão de servir para suas manifestações; por
meio da atividade íntima em que se põem, elas impulsionam o desenvolvimento dos
órgãos que lhes correspondem, do mesmo modo que o broto, ao nascer, força a
casca da árvore. Daí resulta que, na primeira infância, o Espírito não goza em
plenitude de nenhuma de suas faculdades, não só como encarnado, mas também como
Espírito livre. Ele é verdadeiramente infantil, como o corpo a que se acha
ligado, sem contudo, estar neste comprimido penosamente. A não ser assim, Deus
houvera feito da encarnação um suplício para todos os Espíritos, bons e maus. O
mesmo, porém, não acontece com o idiota ou o cretino. Nestes, não se tendo os
órgãos desenvolvido paralelamente às faculdades, o Espírito acaba por achar-se
na posição de um homem preso por laços que lhe tiram a liberdade dos
movimentos. Tal a razão porque se pode evocar o Espírito de um idiota e obter
respostas sensatas, ao passo que o de uma criança de muito pouca idade, ou que
ainda não veio à luz, é incapaz de responder. Todas as faculdades, todas as
aptidões se encontram em gérmen no Espírito, desde a sua criação, mas em estado
rudimentar, como todos os órgãos no primeiro filete do feto informe, como todas
as partes da árvores na semente. O selvagem que mais tarde se tornará homem
civilizado possui, pois, em si os germens que, um dia, farão dele um sábio, um
grande artista, ou um grande filósofo. À
medida que esses gérmens chegam à maturidade, a Providência lhes dá,
para a vida terrestre, um corpo apropriado às suas novas aptidões. É assim que
o cérebro de um europeu é organizado de modo mais completo, provido de maior
número de teclas, do que o do selvagem. Para a vida espiritual, dá-lhes um
corpo fluídico, ou períspirito, mais sutil e impressionável por novas
sensações. À proporção que o Espírito se engrandece, a natureza o provê dos
instrumentos que lhe são necessários (...). No sentido de transformação,
regeneração, pode dizer-se que o Espírito morre a cada encarnação, para
renascer com atributos novos, sem deixar de ser o EU que era. Tal, por exemplo,
um camponês que enriquece e se torna importante senhor. Trocou a choupana por
um palácio, as roupas modestas por vestuários de brocado. Todos os seus hábitos
mudaram, seus gostos, sua linguagem, até o seu caráter. Numa palavra, o
camponês morreu, enterrou as vestes de grosseiro tecido, para renascer homem da
sociedade, sendo sempre, no entanto, o mesmo indivíduo, porém transformado.
Cada existência corpórea é, pois, para o Espírito, um meio de progredir mais ou
menos sensivelmente. De volta ao mundo dos Espíritos, leva para lá novas
ideias; um horizonte moral mais dilatado; percepções mais agudas, mais
delicadas. Vê e compreende o que antes não via, nem compreendia; sua visão que,
a princípio, não ia além da última existência que tivera, passa a abranger
sucessivamente as suas existências pretéritas, como o homem que sobe uma
montanha e para quem o nevoeiro vai se dissipando, abrange com olhar um
horizonte cada vez mais vasto”.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
REENCARNAÇÃO - EXPLICAÇÕES DE ALLAN KARDEC
Nas suas pesquisas junto à
Espiritualidade Superior, Allan Kardec apurara que, “criados simples e ignorantes, aos
Espíritos é imposta a encarnação com o objetivo de leva-los à perfeição e
pô-los em condições de enfrentar sua parte na Criação. Para uns, uma expiação;
para outros, uma missão; se instruindo através das lutas e atribulações da vida
corporal”. Mas, questionam muitos, por que
renasci ou constitui a família que tantos dissabores me causa? Naturalmente a generalização não se aplica nas
questões relacionadas à Humanidade tão diversificada quanto a presente no
planeta Terra, considerando que cada um dos Espíritos nela abrigados tem
histórico com passivo e metas diferentes a perseguir a cada reencarnação. Todavia,
evoluindo em suas conjecturas, Kardec considera que “muitas vezes um indivíduo
renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem
juntos para constituir uma família nova noutra posição social, a fim de
apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos. Por
considerações de ordem mais geral, a criatura renasce no mesmo meio, na mesma
nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos
já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos
encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar”.
Acrescenta que “a reencarnação no mesmo meio é a causa determinante do caráter distintivo
dos povos e das raças. Embora melhorando, os indivíduos conservam o matiz
primário, até que o progresso os haja completamente transformado”.
Sobre como se opera esse fenômeno de transferência
de uma Dimensão aparentemente abstrata, subjetiva, para esta concreta e
objetiva? Allan Kardec explica que “no
momento da concepção do corpo que se lhe destina, o Espírito é apanhado por uma
corrente fluídica que, semelhante a uma rede, o toma e aproxima da sua morada.
Desde então, ele pertence ao corpo, como este lhe pertencerá até que morra.
Todavia, a união completa, o apossamento real somente se verifica por ocasião
do nascimento. Desde o instante da concepção, a perturbação ganha o Espírito;
suas ideias se tornam confusas; suas faculdades se amortecem; a perturbação
cresce à medida que os liames se apertam; torna-se completo nas últimas fases
da gestação, de sorte que o Espírito não aprecia o ato do nascimento do seu
corpo, como não aprecia o da morte deste; nenhuma consciência tem, nem de um,
nem de outro. Desde que a criança respira, a perturbação começa a dissipar-se,
as ideias voltam pouco a pouco, mas em condições diversas das verificadas
quando da morte do corpo. No ato da reencarnação, as faculdades do Espírito não
ficam apenas entorpecidas por uma espécie de sono momentâneo, conforme se dá
quando do regresso à vida espiritual; todas, sem exceção, passam ao estado de latência. A vida corpórea tem por fim desenvolvê-las mediante
o exercício, mas nem todas se podem desenvolver simultaneamente, porque o
exercício de uma poderia prejudicar o de outra, ao passo que, por meio do
desenvolvimento sucessivo, uma se firmam nas outras. Convém, pois, que algumas
fiquem em repouso, enquanto outras aumentam. Esta a razão por que, na sua nova
existência, pode o Espírito apresentar-se sob aspecto muito diferente,
sobretudo se pouco adiantado for, do que tinha na existência precedente. Num, a
faculdade musical, por exemplo, será mais ativa; ele conceberá, perceberá e,
portanto, fará tudo o que for necessário ao desenvolvimento dessa faculdade;
noutra existência, tocará a vez à pintura, às ciências exatas, à poesia, etc.
Enquanto essas novas faculdade se exercitarem, a da música estará latente, mas
conservando o progresso que realizou. Resulta daí que quem foi artista numa
existência, poderá ser um sábio, um homem de estado, ou um estrategista noutra,
sendo nulo do ponto de vista artístico e reciprocamente. O estado latente das
faculdades na reencarnação explica o esquecimento das existências precedentes
(...). As faculdades que se manifestam, estão naturalmente em relação com a
posição que o Espírito tem de ocupar no mundo e com as provas que haja
escolhido. Entretanto, acontece muitas vezes que os preconceitos sociais o
desloquem, o que faz que certas pessoas estejam intelectual e moralmente acima
ou abaixo da posição que ocupam. Esse deslocamento, pelos entraves que acarreta,
faz parte das provas; cessará com o progresso. Numa ordem social avançada, tudo
se regula de acordo com a lógica das leis naturais e aquele que apenas tiver
aptidão para fabricar sapatos não será, por direito de nascimento, chamado a
governar os povos”.
terça-feira, 22 de abril de 2014
FUGA IMPOSSÍVEL
Embora, estarrecidos
diante da diversidade de casos de violência, muitos afirmem que “antigamente
não era assim”, na verdade, o comportamento humano, é
determinado pelo estado evolutivo da individualidade, muitas vezes,
influenciada pelo meio em que a mesma viva. O caso a seguir confirma isso.
Veiculado na edição de dois de maio, pelo periódico belga JORNAL DE BRUXELAS, foi objeto de estudo na reunião da SOCIEDADE
ESPÍRITA DE PARIS, na reunião do dia 10 de maio, transformando-se em matéria da
edição de agosto de 1867, da REVISTA
ESPÍRITA. Expõe o interessante fato protagonizado por um homem chamado Jean
Ryzak que, 12 anos após ter assassinado um dos seus funcionários cujo
pagamento roubou e temendo as consequências, após precipitá-lo num dos abismos
do lago
de Harlem (Holanda) que drenavam, ao vê-lo esforçar-se para nadar para
uma das margens, deu-lhe duas facadas na nuca. Embora, na ânsia de se livrar do
remorso, tenha viajado por várias regiões do País antes de alistar-se no
exercito colonial e embarcado para as Índias, não conseguiu livrar-se das
torturas incessantes e incríveis causadas pela ideia de perseguição, noite e
dia, do espectro de sua vítima, até que terminado seu termo de engajamento, uma
força irresistível o impeliu a retornar a Winschoten (Holanda) confessar seu
crime e pedir fosse feita justiça, tentando acabar com o suplício experimentado
desde o dia de seu infeliz gesto. Debatida a notícia entre os presentes na
reunião da noite citada, dois Espíritos escreveram suas opiniões através de
mensagens psicografadas por diferentes médiuns. Numa delas, a entidade
espiritual frisa que “a consciência nunca é completamente aniquilada,
despertando num dado momento mais forte e poderosa”, salientando que, “controlando severamente as ações
dos indivíduos, produz dois efeitos: a satisfação de haver agido bem,
produzindo a paz decorrente do dever cumprido e o remorso, penetrante e
torturante quando se praticou uma ação reprovada por Deus, pelos homens, pela
honra”. Na outra, o Espírito destaca: -“Certamente vemos alguns
criminosos se endurecer, mas, muitas vezes, é só por orgulho e por quererem
parecer mais fortes que a mão que os castiga; é para fazer crer que não se
deixam abater pela visão das imagens vãs; mas essa falsa coragem não tem longa
duração; em breve os vemos enfraquecer ante esse suplício, que deve muito de
seus efeitos à sua lentidão e à sua persistência. Não há orgulho que possa
persistir a esta ação, semelhante à da gota d’água sobre o rochedo: por mais
dura que possa ser essa pedra, é, inevitavelmente, atacada, desagregada,
reduzida a pó. É assim que o orgulho (...), mais cedo ou mais tarde é abatido,
e que o arrependimento, enfim, pode ter acesso à sua alma. Como sabem que a
origem de seus sofrimentos está em sua falta, pedem para a reparar, a fim de
trazer um abrandamento a seus males”. Analisando a questão sob o ponto
de vista da história e mensagens espirituais, Allan Kardec escreveu
elucidativa observação, dizendo: -“Sem ir procurar aplicações do remorso nos
grandes criminosos, que são exceções na sociedade, elas são encontradas nas
mais diferentes circunstâncias da vida. É esse sentimento que leva todo
indivíduo a afastar-se daqueles contra os quais sente que tem censuras a fazer;
em presença deles sente-se mal; se a falta não for conhecida, ele teme ser
identificado; parece-lhe que um olhar pode penetrar o fundo de sua consciência;
em toda palavra, em todo gesto, vê uma alusão à sua pessoa. Eis porque, desde
que se sente desmascarado, retira-se. O ingrato, também ele foge de seu
benfeitor, porque a presença dele é uma censura incessante, da qual em vão
procura desembaraçar-se, porque uma voz íntima lhe grita no fundo de sua consciência
que ele é culpado. Se o remorso já é um suplício na Terra, quão maior não o
será no Mundo dos Espíritos, onde não é possível subtrair-se à vista daqueles a
quem se ofendeu. Felizes os que, tendo reparado já nesta vida, puderem sem
receio enfrentar todos os olhares no mundo onde nada é oculto. O remorso é uma
consequência do desenvolvimento do senso moral; não existe onde o senso moral ainda se acha em
estado latente. É por isto que os povos selvagens e bárbaros cometem sem remorso
as piores ações. Aquele, pois, que se pretendesse inacessível ao remorso assemelhar-se-ia
ao bruto. À medida que o homem progride, o senso moral torna-se mais apurado;
revela-se ao menor desvio do reto caminho. Daí o remorso, que é o primeiro
passo para a volta do bem”.
domingo, 20 de abril de 2014
NÃO É POR ACASO
Lembra daquela vez em que
você, em meio a um sentimento de angústia e aflição diante de fatos que lhe
marcavam a vida, abriu um livro com conteúdo espiritual e o texto lido parecia
lhe oferecer o conforto ou o esclarecimento de que se sentia necessitado? Mera coincidência foi a primeira conclusão
que lhe ocorreu. Algumas passagens envolvendo personagens dos livros escritos
pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier mostram que
não foi o que você deduziu. Na obra OS
MENSAGEIROS (capítulo 35,1944,feb), por exemplo, o autor reporta-se a
curiosa reunião por ele testemunhada juntamente com numerosos desencarnados no
modesto lar de Dona Isabel, pobre viúva e seus três filhos – duas moças e um
rapazinho. Pratica mantida regularmente pela família, consistia na leitura e
reflexão sobre o tema sugerido pelo Novo
Testamento. Descrevendo a dinâmica estabelecida, André Luiz diz que, a
certa altura, após uma das meninas ter lido notícia de jornal leigo reportando
o suicídio de jovem em bairro distante, Dona Isabel, abriu o livro sagrado, “como
se estivesse procedendo ao acaso, mas, em verdade, eu via que Isidoro (marido
desencarnado), do nosso Plano, intervinha na operação, ajudando a focalizar o assunto
da noite”. No OBREIROS DA VIDA
ETERNA ( capítulo 11,1946, feb), relata a visita ao lar de uma senhora
ligada à Igreja Presbiteriana, acamada por doença cardíaca, onde a mesma,
intuída pelo Instrutor Jerônimo, solicita a uma de sua filhas lhe pegasse a Bíblia. Após assumir posição para a
leitura, segurou firme o livro e, sem que percebesse o Benfeitor Espiritual
Jerônimo ajudou-a a abri-lo, em determinada parte cujo conteúdo lhe infundisse
bom ânimo. Na mesma obra,
capítulo 16, visitando o lar de Fábio, outro candidato a
desencarnação próxima, narra pequena reunião familiar à beira do leito em que o
rapaz se mantinha acomodado por imposição da enfermidade que o consumia, e, abrindo
o Novo Testamento, sem que notasse, foi
auxiliado pelo pai (já
desencarnado) encontrando versículo condizente com suas necessidades no momento. No ENTRE A
TERRA E O CÉU (capítulo 31,1954, feb), André Luiz fala sobre pequena
reunião de estudo evangélico no lar de Antonina, entre ela, os filhos, e um visitante convidado, Sr Mário
Silva, que, solicitado, ao abrir
o volume do Novo Testamento colocado
em suas mãos, sem que notasse também foi influenciado pelo Espírito Clarêncio para a
descoberta do texto adequado.
Assistindo a uma reunião mediúnica descrita no capítulo 16 do NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (1954,
FEB), conta que após a prece de abertura, foi lido um texto edificante de livro
doutrinário, em cuja
escolha preponderou a influência do Espírito Gabriel sobre o orientador da casa. Por fim, no capítulo 20, acompanhando visita ao lar
de lar de Anésia, observou que uma simples prece proferida por ela,
atraiu vários desencarnados sofredores carentes de entendimento pela ligação
com as preocupações materiais, como solicitando medicação. Observa André
Luiz que, após a oração, “ao abrir precioso livro de meditações
evangélicas, acreditando agir ao acaso, encontra um tema, na verdade escolhido
pela Amiga Espiritual Teonília, que lhe vigiava bondosa os movimentos, notando,
com surpresa que o texto se reportava à necessidade de trabalho e perdão”.
A resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS
ESPÍRITOS, contudo, esclarece que “os Espíritos influenciam em nossos
pensamentos e atos mais que imaginamos, invariavelmente, nos conduzindo”.
Pelos exemplos aqui agrupados, fica evidenciado que não existem mesmo acasos.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
O PROBLEMA DA CREMAÇÃO
O Espírito André Luiz considera que,
excetuando-se determinados casos de mortes em acidentes e outros casos
excepcionais, em que a criatura necessita daquela provação, ou seja, o
sofrimento intenso no momento da morte, esta de um modo geral não traz dor
alguma porque a demasiada concentração do dióxido de carbono no organismo
determina anestesia do sistema nervoso central. Explica que o fenômeno da
concentração do gás carbônico alteia o teor da anestesia do sistema nervoso
central provocando um fenômeno que eles chamam de acidose. Com a acidose vem a
insensibilidade e a criatura não tem estes fenômenos de sofrimento que
imaginamos”. Embora a resposta
tenha sido dada pelo médium Chico Xavier em esclarecedora entrevista quando da
realização da pioneira cirurgia de transplante de coração realizada em 1968, no
Brasil, certamente pode servir para avaliarmos a questão da cremação
introduzida no lado Ocidental da Terra, através da Europa, no início do século
20, visto que na milenar e Oriental Índia faz parte das tradições do Bramanismo,
atual Hinduísmo. Consultado em 1935 sobre o assunto, o Espírito Emmanuel,
esclareceu, contudo, que a mesma “nunca deverá ser levada a efeito antes do
prazo de 50 horas após o desenlace”, considerando que “a cremação
imediata ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e desumana”.
Compreende-se porque através da explicação de Allan Kardec sobre
experiência da morte: -“Por ocasião da morte corpórea, o Espírito,
entra em perturbação, e, perde a consciência de si mesmo, de sorte que jamais
testemunha o último suspiro do seu corpo. Pouco a pouco a perturbação se
dissipa e o Espírito se recobra, como um homem que desperta de profundo sono.
Sua primeira sensação é a de estar livre do fardo carnal; segue-se o espanto,
ao reparar no novo meio em que se encontra. Acha-se na situação de um a quem se
cloroformiza para uma amputação e que, ainda adormecido, é levado para outro
lugar. Ao acordar, ele se sente livre do membro que o fazia sofrer; muitas
vezes, procura-o, surpreendido de não mais o possuir. Do mesmo modo, o
Espírito, no primeiro momento, procura o corpo que tinha; descobre-o a seu lado;
reconhece que é o seu e espanta-se de estar dele separado e só gradativamente
se apercebe da sua nova situação. Neste fenômeno, apenas se operou uma mudança
de situação material. Quanto ao moral, o Espírito é exatamente o que era
algumas horas antes; por nenhuma modificação sensível passou; suas faculdades,
suas ideias, seus gostos, seus pendores, seu caráter são os mesmos e as
transformações que possa experimentar só gradativamente se operarão, pela
influência do que o cerca. Em resumo, unicamente para o corpo houve morte; para
o Espírito, apenas sono houve”. A reação diante do fato, porém, depende
de cada um. O Espírito Irmão X, através do próprio Chico Xavier pondera: -“Morrer
não é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra, entre
abstinências e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade
ansiosamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos
“comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões
de conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade
ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas. Demanda tempo,
esforço, auxílio e boa vontade”. No mesmo texto, indaga: -“Não
seria justo conferir pelo menos três dias de preparação e refazimento ao
peregrino das sombras para a desistência voluntária dos enigmas que o afligem
na retaguarda?”. O extraordinário acervo constituído de
mensagens-depoimento psicografadas pelo famoso médium demonstra a utilidade
dessa precaução, prevista, por sinal, na legislação brasileira. De qualquer
forma, oportuno considerarmos o comentário do Espírito Emmanuel: -“Mesmo
que a separação entre o Espírito e o corpo não se tenha completado, a
Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e
sofrimentos...”.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
NÃO EXISTE RETROCESSO
No número de março
de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec procura esclarecer dúvida
levantada por correspondente da publicação em torno de questão moral, cuja
resposta pode nos auxiliar a entender como surgem no organismo social, de vez em
quando, casos de indivíduos canibais, outros, dados ao esquartejamento ou
decapitação do corpo dos seus semelhantes, outros ainda a ocupações como
açougueiros nos matadouros ou carrascos que executam as sentenças de morte
deliberadas pelos critérios da justiça ou da religião, como se vê ainda em
alguns países ou regiões da Terra. Contrariamente
à ideia genérica do Espírito escolher voluntariamente suas mais marcantes
experiências e provas futuras, o bom senso diz que essa possibilidade apenas contempla
aqueles que já atingiram certo estagio evolutivo. A maioria retorna às lides da
nossa Dimensão submetidos à inflexibilidade da Lei de Causa e Efeito, ou seja,
do Determinismo capaz de impor ao infrator da citada Lei as repercussões das
suas ações, induzindo seu progresso na escala evolutiva. Acompanhemos o
raciocínio de Kardec: -“É evidente, que um Espírito já adiantado, como, por exemplo,
o de um europeu esclarecido, não poderá escolher como via de progresso uma
existência selvagem: em vez de avançar, retrogradaria. Sabem, entretanto, que
os próprios antropófagos não se encontram no último degrau da escala e que há
mundos onde o embrutecimento e a ferocidade não tem analogia na Terra. Esses
Espíritos são ainda inferiores aos mais atrasados do vosso mundo. Vir, pois,
entre os nossos selvagens é-lhes um progresso. Se não visam um ponto muito
alto, é que sua inferioridade moral lhes não permite compreender um progresso
mais completo. Só gradativamente pode o Espírito progredir: deve passar
sucessivamente por todos os graus, de modo que cada passo à frente seja uma
base para assentar um novo progresso. Ele não pode transpor de um salto a
distância que separa o barbárie da civilização, assim como o estudante não transporá,
sem transições, do A B C à retórica. É nisto que vemos uma das necessidades da
reencarnação, que é realmente segundo a justiça de Deus. De outro modo, que
seria desses milhões de seres que morrem no último estado de depravação, se não
tivessem meios de atingir à superioridade? Porque os teria Deus deserdado dos
favores concedidos aos outros homens? Repetimo-lo, por ser ponto essencial: à
vista de sua curta inteligência, só compreendem o que é melhor do seu ponto de
vista e em estreitos limites. Há, entretanto, alguns que se transviam, por quererem subir muito alto e que nos dão o triste
espetáculo da ferocidade no meio da civilização. Voltando ao meio dos canibais,
estes ainda lucrarão. Estas considerações também se aplicam às profissões. Elas
oferecem evidente superioridade relativa para certos Espíritos, e é neste
sentido que devemos conceber a escolha por eles feita. Na mesma posição, elas
podem ser escolhidas como expiação ou como missão, porque nenhuma existe na
qual se não possa fazer o Bem e progredir pela própria maneira de as exercer.
Quanto a saber o que seria dessas profissões caso nenhum Espírito as quisesse
exercer, está respondida pelo fato. Desde que os Espíritos que as alimentam vem
mais de baixo, não é para temer o desemprego. Quando o progresso social
permitir a supressão do ofício de carrasco, desaparecerá o lugar, mas não os
candidatos: estes irão apresentar-se entre povos, ou, entre outros mundos menos
adiantados”. Como esclarece mensagem
reproduzida no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, “não são
todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação(...). Os
Espíritos em expiação aí estão, se assim nos podemos exprimir, como
estrangeiros. Já viveram em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua
obstinação no mal, que os tornava causa de perturbação para os bons. Foram
relegados por algum tempo, entre os Espíritos mais atrasados, tendo por missão
faze-los avançar, porque trazem uma inteligência desenvolvida e os germes dos
conhecimentos adquiridos. É por isso que os Espíritos punidos se encontram
entre as raças mais inteligentes, pois são estas também as que sofrem mais
amargamente as misérias da vida, por possuírem maior sensibilidade e serem mais
atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso moral é mais
obtuso”.
sábado, 12 de abril de 2014
Um Manancial de Informações
A contribuição do médium Chico Xavier para o aprofundamento das
questões relacionadas à interação entre as diferentes vidas – a espiritual e a
material – está longe de ser totalmente explorada. Especialmente no que tange
ao pós-vida, onde as centenas de cartas psicografadas por ele desde os anos 70
de forma mais intensiva, revelam um conteúdo, por vezes, intrigante. É o caso,
por exemplo, de Gilberto Teixeira Silva Junior, Sandra Regina Camargo e Luiz
Paulo Alves Reis, todos desencarnados por leucemia e que afirmam em
suas mensagens terem sido submetidos no Plano Espiritual a tratamentos de
hemodiálise. Ou da senhora Maria das Graças Aires, a um mês de
dar a luz ao terceiro filho, vitima fatal com seus familiares de trágico
acidente de trânsito, e que, ao despertar em hospital da outra Dimensão,
surpreendeu-se ao ver ao seu lado um recém-nascido, resultado da cesariana a
que foi submetida na passagem desta para a outra vida, fato explicado pela
familiar que a acompanhava na reentrada no Mundo Espiritual, como decisão
motivada pelo intenso desejo acalentado durante toda a gestação de ter mais um
filho e, pelo fato do mesmo estar de tal modo formado, que as autoridades que
acompanhavam seu processo de resgate de outras vidas, julgaram seus méritos,
optando pela consumação do processo de renascimento. Há um manancial de
informações a serem estudados, confirmando o que se sabe por citações. Vamos a
alguns desses dados: 1- HOSPITALIZAÇÃO – Mauro
Lira, 15 anos, atropelamento (“-acordei num hospital-escola”); Carlos
Eduardo Frankenfeld de Mendonça, 15 anos, parada cardiaca (“-fui
transportado para o lar-hospital do REGENERAÇÃO”). 2- CIRURGIAS – Hilário
Sestini, 54 anos, infarto do miocárdio ( “um médico que me disse ser
companheiro do Dr. Marat Decartes Freire
Gameiro, me cirurgiou o tórax); Gabriel Espejo Martinez,
25 anos, meningite fulminante (“um enfermeiro advertiu-me que fora
cirurgiado por um médico, o Dr. Mario Gatti”). 3- ESCOLAS – Andreia
Lodi, 9 anos, acidente de trânsito (-“estou num grande colégio cercado
de jardins”); José Roberto Pereira Cassiano “Shabi”,
23 anos, acidente de transito (achava-me em outra instituição, em outro
local. Um hospital-escola, ou melhor, um educandário de recuperação espiritual”).
4- RECOMPOSIÇÃO DO PERISPIRITO ou CORPO ESPIRITUAL – Wellington
Ramos Monteiro Rodrigues, 21 anos, acidente de transito (-“posso
dizer-lhes que o nosso corpo aqui não está isento dos resultados difíceis que
remanescem dos acidentes”). Volquimar Carvalho dos Santos, 21 anos,
durante o incêndio do Joelma ( “aqui, surpreendemos companheiros muitos
que passam por minucioso tratamento de plásticas regenerativas”). Contudo,
o material resultante do trabalho incansável do médium Chico Xavier, ignorado
pela maioria dos espíritas, vai se perdendo, visto que as editoras detentoras
dos direitos autorais dos livros em que se acham reunidas, entendem que tais
obras não tem grande valor comercial por se aterem a mensagens dirigidas a
familiares dos desencarnados comunicantes. Ignoram o conteúdo valioso para a
confirmação da continuidade da vida, até porque, são assinadas tais mensagens
por pessoas conhecidas, cujos endereços encontram-se registrados nos próprios
livros em que se acham inseridas. Os dirigentes fundadores das referidas editoras,
esquecem-se que o tempo solicitará também deles, a volta ao Mundo Espiritual,
deixando para trás um legado de valor incalculável para os que se interessam
pela sobrevivência além da morte. Chico Xavier e os responsáveis espirituais
dessa produção, certamente devem lamentar os desdobramentos das
responsabilidades entregues a esses, outrora
leais, cooperadores.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
OUVINDO BENVENUTO CELLINI
Artista talentoso,
personalidade exaltada, o florentino Benvenuto Cellini viveu 71 anos na
sua encarnação no século XVI. Ao longo do tempo, inspirou com sua existência
tumultuada vários escultores, pintores, compositores e literatos. Entre suas
obras mais conhecidas está a Estatua em Bronze de Perseu segurando a cabeça da Medusa,
exposta em Florença, sua cidade natal e a escultura O Crucifixo, em mármore. Aventureiro
construiu uma biografia em que se incluem homicídios pelos quais teria sido
responsável, e, inúmeros casos amorosos com varias de suas modelos. Escritor, publicou
um TRATADO
sobre OURIVESARIA, outro sobre ESCULTURA, além de um livro de
memórias intitulado VITA, em que reconstitui sua existência. Nele, o relato de uma
cena de feitiçaria no Coliseu, em Roma, de que teria tomado
parte. A prática teria sido executada por um sacerdote siciliano, de espírito
muito fino, profundamente versado em letras gregas e latinas que conhecera numa
estrada esquisita, e, que certa vez, lhe falara sobre suas atividades de necromancia,
tema sobre o qual sempre tivera a maior curiosidade. Convidado a uma
dessas reuniões para qual o sacerdote trouxera perfumes preciosos, drogas
fétidas e fogo, após uma abertura, viu-se, levado pela mão, dentro de um círculo,
com outras pessoas. O dirigente, entregando um talismã a um dos participantes,
pôs-se a fazer conjurações durante mais de uma hora e meia, após o que o
Coliseu encheu-se de legiões de Espíritos Infernais, sugeriu-lhe: -“Benvenuto,
pede-lhes alguma coisa”. Respondi-lhes que desejava que eles me
reunissem à siciliana Angélica, sua
paixão do momento. Depois de diferentes relatos mais ou menos ligados ao
precedente, Benvenuto conta como, passados 30 dias, prazo fixado pelos
demônios, ele encontrou sua Angélica. Certamente motivado pela
descrição de registro feita três séculos antes do surgimento do Espiritismo, Kardec,
autorizado e ajudado pelo dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Parisiense
de Estudos Espíritas, buscou ouvir o renomado artista, na reunião de 11 de
março de 1859, conforme reproduzido na REVISTA
ESPÍRITA, de abril do mesmo ano. A entrevista de mais de 30 perguntas, revela
o seguinte: 1- Lembrava-se da existência que passara na Terra, entre
1500 e 1571, apesar de ter tido outras existências corporais em vários outros mundos. 2- Sentia-se muito satisfeito com a posição ocupada
atualmente, que, embora não fosse um trono, o colocava sobre mármores. 3- Permanecera errante alguns anos, trabalhando em si
mesmo. 4- Voltara
poucas vezes a Terra. 5- Assistira várias vezes à história em que figurara, sentindo-se satisfeito como
Cellini, mas, pouco como Espírito que pouco progredira. 6- Não tivera outras encarnações na Terra antes da
conhecida, tendo outras ocupações muito diferentes das que aqui desenvolveu. 7- Que habitava atualmente um mundo desconhecido e não
visível da Terra, do ponto de vista físico, marcado pela beleza plástica,
dada a harmonia perfeita de todas as suas linhas, rodeado de perfumes que,
aspirados, provocam o bem estar físico, satisfazendo as necessidades pouco
numerosas a que estão sujeitos; e, do ponto de vista moral, a perfeição
é menor, pois, ali ainda podem ver-se consciências perturbadas e Espíritos
dedicados ao mal, não sendo a perfeição, mas, o caminho para ela. 8- Lá também trabalha com as artes. 9- Sobre a veracidade das cenas sobre necromancia
descritas no seu livro, disse que o necromante era um charlatão, ele um
romancista e Angélica sua amante. 10-
Sobre a origem de seu sentimento para a arte, confirmou ser fruto de um
desenvolvimento anterior, pois durante muito tempo fora atraído pela poesia e
pela beleza da linguagem, prendendo-se na Terra à beleza da reprodução e, no mundo
em que vivia, ocupava-se à beleza como invenção. 11- Quanto à sua habilidade como estrategista militar
revelada na defesa do Castelo de Santo Ângelo a pedido do Papa Clemente VII,
revelou que tinha talento e sabia aplica-lo, visto que em tudo é necessário
discernimento, sobretudo na arte militar de então. 12- Solicitado a aconselhar aos artistas que buscam
seguir suas pegadas, disse que, mais do que fazem e do que ele fez, que busquem
a pureza verdadeira beleza. 13- Se poderia
guiar um médium na execução de modelagens garantiu que sim, preferindo um com
inclinações artísticas, merecendo
esta resposta, a seguinte observação de Kardec: -“Prova a experiência que a
aptidão de um médium para tal ou qual gênero de produção depende de
flexibilidade que apresenta ao Espírito, abstração feita do seu talento (...).
Entretanto, veem-se médiuns que fazem coisas admiráveis, apesar de lhes faltar
noções sobre o que produzem, o que se explica por uma aptidão inata, devida,
sem dúvida, a um desenvolvimento anterior ( em outra encarnação), do
qual conservam apenas a intuição”.
terça-feira, 8 de abril de 2014
NOÉ
A superprodução
norte-americana NOÉ recentemente lançada em circuito mundial de cinema, abre
espaço para revermos aspectos da lenda bíblica que, aparentemente, foi
disseminada no lado ocidental da Terra pelo registro de Moisés no livro Gênesis,
capítulo VII, versículos de 1 a 16. Pesquisas em outros épicos literários
ligados à escolas religiosas da Antiguidade, mostram, porém, que o relato está
presente em remotas civilizações onde o presumível autor do Gênesis
teria se baseado. Um deles, remonta ao século 25 antes de Cristo,
tendo sido descoberto nas ruínas do palácio de Nínive, na Babilônia (atual
Iraque), mais especificamente na Biblioteca de Assurbanipal. Trata-se das doze
laminas de barro com as inscrições cuneiformes de Gilgamesh, o semi-lendário
rei da Suméria, personagem central da Epopéia de Gilgamesh. Na décima
primeira das lâminas, encontra-se a lenda do diluvio tal como a encontrada na Gênesis de Moisés, inclusive as
mesmas expressões de arrependimento de Deus,
as mesmas descrições nos seus menores detalhes, segundo estudiosos mais vivas e
mais completas do que no texto hebraico. Escritos históricos dos hindus,
africanos, gregos, astecas, incas, maias, pascuenses, chineses e, por ocasião
da descoberta do Brasil, índios que habitavam a parte que hoje se chama Rio de
Janeiro, já possuíam uma lenda a respeito do dilúvio. Analisando a questão no
capítulo 9 do livro A GÊNESE, os
milagres e as predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec afirma: -“O
diluvio bíblico, também conhecido pela denominação de ‘grande dilúvio
asiático’, é fato cuja realidade não se pode contestar. Deve tê-lo ocasionado o
levantamento de uma parte das montanhas daquela região, como registrado no
século 18, por volta de 1750, México. Segundo consta no livro A TERRA ANTES DO
DILUVIO, de Luiz Figuier, “a seis dias de marcha da capital mexicana, existia
uma região fértil e bem cultivada, onde se produzia com abundância arroz,
milho, bananas. No mês de junho, pavorosos tremores de terra abalaram o solo,
renovando-se continuamente durante dois meses inteiros. No noite de 28 para 29
de setembro, violenta convulsão se produziu: um território de grande extensão
entrou a erguer-se pouco a pouco e acabou por alcançar a altitude de 152 metros
numa superfície de 60 mil metros quadrados. O terreno ondulava, como as vagas
do mar ao sopro da tempestade, milhares de montículos se elevavam e afundavam
alternadamente; afinal, abriu-se um abismo de perto de 21 quilômetros quadrados,
donde eram lançados a prodigiosa altura de fumo, fogo, pedras esbraseadas e cinzas.
Seis montanhas surgiram desse abismo hiante, entre as quais o vulcão a que foi
dado o nome de Jorullo, que agora se eleva a 550 metros acima da antiga
planície. No momento em que principiaram os abalos do solo, os dois rios
Cuitimba e San Pedro, refluindo, inundaram toda a planície hoje ocupada pelo
Jorullo; no terreno, porém, que sem cessar de elevava, outro sorvedouro se
abriu e os absorveu. Os dois, reapareceram mais tarde, a oeste, num ponto muito
afastado de seus antigos leitos”. Corrobora esta opinião a existência de um mar
interior, que ia outrora do Mar Negro ao Oceano Boreal, comprovada pelas
observações geológicas. O mar de Azov, o Mar Cáspio, cujas águas são salgadas,
embora nenhuma comunicação tenham com nenhum outro mar; o lago Aral e os inúmeros
lagos espalhados pelas imensas planícies da Tartália e as estepes da Rússia
parecem restos daquele antigo mar. Por ocasião do levantamento das montanhas do
Cáucaso, posterior ao dilúvio universal, parte daquelas águas foi recalcada
para o norte, na direção do Oceano Boreal; outra parte, para o sul, em direção
ao Oceano Índico. Estas inundaram e devastaram precisamente a Mesopotâmia e
toda a região em que habitaram os antepassados do povo hebreu. Embora esse dilúvio se tenha estendido por uma superfície
muito grande, é atualmente ponto averiguado que ele foi apenas local; que não
pode ter sido causado pela chuva, pois, por mais copiosa que esta fosse e ainda
que se prolongasse por 40 dias, o calculo prova que a quantidade de água caída
das nuvens não podia bastar para cobrir toda a Terra, até acima das mais altas
montanhas. Para os homens de então, que não conheciam mais do que uma extensão
muito limitadas da superfície do Globo e que nenhuma ideia tinham da sua
configuração, desde que a inundação invadiu os países conhecidos, invadida
fora, para eles, a Terra inteira. Se a essa crença aditarmos a forma imaginosa
e hiperbólica da descrição, forma peculiar ao estilo oriental, já não nos
surpreenderá o exagero da narração bíblica”.
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Holograma?
A mediunidade - recurso que
nos tem possibilitado conhecer e estudar a vida no Mundo Espiritual -, ao longo
do século 20, através de diferentes médiuns, revelou que nos Universos
Paralelos ligados ao Planeta Terra, existem extraordinários mecanismos que, ao
longo do tempo, vem se materializando em nossa Dimensão. Assim se deu com
sistemas de defesa – petardos e barreiras magnéticas, lança choques, redes
luminosas de defesa, etc -, descritos em obras do Espírito André Luiz, psicografada
por Chico
Xavier, como OBREIROS DA VIDA
ETERNA (feb,1946) ou circuitos fechados de televisão do Hospital Maria de
Nazareth da obra do escritor Camilo Castelo Branco, MEMÓRIAS DE UM SUICIDA (feb,1942) pela
médium Yvonne do Amaral Pereira, entre outros. No não menos revelador
livro A VIDA ALÉM DO VÉU (feb,1920),
que relata as experiências vividas pelo Reverendo inglês George Dale Owen, entre 23 de
setembro e 31 de outubro de 1913, escrevendo durante o estado alterado
de consciência em que entrava 24 palavras por minuto, encontramos
no material obtido no sábado, 11 de outubro, a descrição de uma
vivência que assemelha às holografia possíveis hoje. No nosso Plano, os
hologramas foram concebidos teoricamente em 1948, contudo, viabilizados nos
anos 60, após a invenção do laser. A Holografia é um método de registro “integral”
de informação com relevo e profundidade. Vejamos o que conta o Espírito da mãe de Owen,
em incursão por mais uma área da região em que residia no Plano invisível aos
nossos olhos: -“Conduziram-nos a uma sacada, ao lado de um espaço circular. Era um
tanto saliente e podíamos ver tudo de uma vez. Fomos, então, avisados de que
seria feita uma pequena demonstração em nosso proveito a fim de que, pudéssemos
formar ideia do uso que podiam ter esses objetos. Sentamo-nos à espera e,
afinal, uma névoa azul principiou a encher o espaço central. Em seguida, um
raio de luz percorreu toda a extensão do salão e pousou no globo que
representava a Terra. Parecia que o Globo absorvia o raio que o contornava e se
tonava luminoso; depois de certo tempo, tendo o raio sido retirado, notámos que
o globo brilhava como que internamente. Em seguida, outro raio lhe foi
projetado em cima, mais intenso e de cor diversa, e o globo vagarosamente
abandonou o pedestal, ou pino, ou o que quer que lhe servia de apoio, e
principiou a flutuar, afastado da parede. Ao aproximar-se do centro, penetrou a
névoa azul e, logo em seguida, ao seu contato, transformou-se em uma grande
esfera, brilhando com luz própria e flutuando no espaço cerúleo. Era belíssimo.
Vagarosa, muito vagarosamente, revolvia-se sobre seu eixo, evidentemente do
mesmo modo que a Terra, e pudemos ver os Oceanos e continentes. Esses eram
reproduções planas como as dos globos terrestres usados na Terra. Com o giro,
porém, principiaram a mostrar aspecto diferente. As montanhas e os morros
começaram a destacar-se, as águas a arfar e a encrespar-se; pouco depois,
notámos minúsculas reproduções das cidades e mesmo os pormenores das suas
construções. Ainda mais circunstanciado se tornou o modelo da Terra, até que
vimos os seus próprios habitantes; em primeiro lugar, as multidões, e em
seguida os indivíduos. Ser-lhes-á difícil compreender como, em um globo de
talvez vinte oito a trinta metros de diâmetro, pudemos perceber homens e
animais. Faz parte, porém, da ciência deste instituto poder mostrar as coisas
discriminada e individualmente. Cada vez mais distintas se tornavam essas
maravilhosas cenas e, ao circular o Globo, vimos homens se moverem nas cidades
e trabalharem nos campos. Observámos os grandes espaços das campinas, dos
desertos e das florestas, e os animais vagando neles. Ao girar vagaroso globo,
notámos os oceanos e os mares, alguns plácidos, outros agitados e enfurecidos,
e um navio de onde em onde. E toda a vida da Terra passou ante nossos olhos.
Examinávamos estas cenas durante muito tempo, e o nosso amigo, que pertencia a
esse estabelecimento, falou-nos de onde estava, para o lugar onde nos achávamos
sentados, que o que observávamos era a Terra no seu estado atual. Se o
desejássemos, mostrar-nos-ia o retro progresso das épocas desde a idade atual
até o princípio como ser inteligente.(...). Devo aqui parar para explicar um
assunto que leio no seu cérebro. O recinto não estava às escuras; havia luz por
toda parte. O Globo, porém, brilhava com tal intensidade que, sem sensação
desagradável de espécie alguma, obscurecia tudo que estava fora da nuvem azul(...).
Depressa, o cenário principiou a mudar na superfície da Esfera em rotação e,
fomos transportados através de milhares de anos da vida terrestre”. A
descrição prossegue oferecendo dados instigantes para os estudiosos das
questões espirituais.
sábado, 5 de abril de 2014
A Resposta Ao Principe
Os regimes Monárquicos ainda
prevaleciam, sobretudo na Europa, e, um ano após ter iniciado a publicação da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec abre o
número de janeiro de 1859, reproduzindo a íntegra de uma carta dirigida a
um Príncipe que lhe escrevera solicitando alguns esclarecimentos sobre
informações veiculadas pelo Espiritismo apresentado ao publico meses antes,
através d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Precedendo
as respostas às 5 perguntas recebidas, Kardec alinha alguns pontos
considerados por ele como fundamentais para dirimir algumas outras dúvidas: 1- Fora do
mundo corpóreo visível, existem seres invisíveis, que constituem o Mundo dos
Espíritos. 2- Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias
almas dos que viveram na Terra, ou em outras esferas, e que se despojaram de
seus invólucros materiais. 3- Os Espíritos
apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral.
Consequentemente, há-os bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos e
mentirosos, velhacos e hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, assim
como os há em tudo muito superiores, que não procuram senão fazer o Bem. Esta
distinção é ponto capital. 4- Os Espíritos rodeiam-nos incessantemente. Malgrado
nosso, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, assim influindo sobre
os acontecimentos e sobre os destinos da Humanidade. 5- Os Espíritos por vezes denotam sua presença por meio
de efeitos materiais. Esses efeitos, nada tem de sobrenatural: só nos parecem
tal porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez
conhecidas essas bases, os efeitos entram na categoria dos fenômenos naturais.
É que Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e movê-los sem o concurso
dos nossos agentes externos. Negar a existência de agentes desconhecidos, pelo
simples fato de que não os compreendemos, seria traçar limites ao poder de Deus
e crer que a Natureza nos tenha dito sua ultima palavra. 6- Todo efeito
tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa pelo simples
fato de que é desconhecida. 7- Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente
deve ter uma causa inteligente. Quando vemos as peças do aparelho telegráfico
produzirem sinais que correspondem ao pensamento, não concluímos que elas sejam
inteligentes, mas são movidas por uma inteligência. Dá-se o mesmo com os
fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não for a nossa,
evidentemente independe de nós. 8- Nos fenômenos das ciências naturais agimos sobre a
matéria inerte e a manejamos à nossa vontade. Nos fenômenos espíritas agimos
sobre inteligências que dispõem do livre arbítrio e não se submetem à nossa
vontade. Há, pois, entre os fenômenos comuns e os fenômenos espirituais uma diferença
radical quanto ao princípio. Eis porque a ciência vulgar é incompetente para os
julgar. 9- O Espírito
encarnado tem dois envoltórios: um material, que é o corpo, outro semi-material
e indestrutível, que é o períspirito. Deixando o primeiro, conserva o segundo,
que constitui uma espécie de segundo corpo, mas de propriedades essencialmente
diferentes. Em estado normal é-nos invisível, mas pode tornar-se
momentaneamente visível e mesmo tangível: tala causa do fenômeno das aparições.
10-
Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e
limitados, com existência própria, que pensam e agem em virtude de seu livre
arbítrio. Estão por toda parte, em volta de nós. Povoam os espaços e se
transportam com a rapidez do pensamento. 11- Os
homens podem entrar em relação com os Espíritos e receber comunicações diretas
pela escrita, pela palavra ou por outros meios. Estando ao nosso lado, ou
podendo vir ao nosso apelo, é possível, por certos meios, estabelecer
comunicações frequentes com os Espíritos, assim como um cego pode fazê-lo com
as pessoas que ele não vê. 12- Certas
pessoas são mais dotadas que outras de uma aptidão especial para transmitir
comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um
interprete; é um instrumento de que se serve o Espírito; esse instrumento pode
ser mais ou menos perfeito, donde as comunicações mais ou menos fáceis. 13- As comunicações tanto podem provir de Espíritos
inferiores quanto de superiores. 14- Todos nós temos um Espírito familiar, que se liga a
nós desde o nascimento, que nos guia, aconselha e protege. 15- Além do
Espírito familiar há outros que atraímos graças à sua simpatia por nossas
qualidades e defeitos ou em virtude de antigas afeições terrenas.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
PARA TODOS
Depois da publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857, a
edição revisada e ampliada em 1860; do lançamento d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, em 1861; Allan Kardec trabalhava
sigilosamente na produção de nova obra. Segundo ele “a ninguém dera ciência do
assunto do livro em que estava trabalhando. Conservara-lhe de tal modo em
segredo o título, que o editor, Sr. Didier, só o conheceu quando da impressão.
Esse título foi, a princípio: IMITAÇÃO
DO EVANGELHO. Mais tarde, por efeito de reiteradas observações do mesmo Sr.
Didier e de algumas outras pessoas, mudei-o para O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”. No dia 9 de agosto de 1863, de
passagem por Ségur, uma pequena comuna a 600 quilômetros ao sul de Paris,
procurou ouvir a Espiritualidade através do médium Sr. d’A., considerando que
pelo histórico feito a pouco, as reflexões contidas nas respostas não podem ser
tidas como fruto de ideias preconcebidas do instrumento mediúnico: 1- Que pensais da nova obra em que trabalho
neste momento? Resposta: -“Esse livro de doutrina, terá considerável
influência, pois que explanas questões capitais, e, não só o mundo religioso
encontrará nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida prática
das nações haurirá dele instruções excelentes. Fizeste bem enfrentando as
questões de alta moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos
interesses sociais e dos interesses religiosos. A dúvida tem que ser destruída;
a Terra e suas populações civilizadas estão prontas; já que há muito os teus
amigos de além-túmulo as arrotearam; lança, pois, a semente que te confiamos,
porque é tempo de que a Terra gravite na ordem irradiante das esferas e que
saia, afinal, da penumbra e dos nevoeiros intelectuais. Acaba a tua obra e
conta com a proteção do teu guia, guia de todos nós, e com o auxilio devotado
dos Espíritos que te são mais fiéis e em cujo número digna-te de me incluir
sempre”. Ante a situação desconfortável enfrentada na França
pós-Revolução Francesa e Napoleão, indagou também sobre o que diria o clero
sobre a obra: -“O clero gritará – HERESIA!, porque verá que atacas decisivamente as
penas eternas e outros pontos sobre os quais ele baseia a sua influência e o
seu crédito. Gritará tanto mais, quanto se sentirá muito mais ferido do que com
a publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
cujos dados principais, a rigor, poderia aceitar (...). Em
compensação, os espíritas, verão aumentar-se-lhes o número, em virtude dessa
espécie de perseguição, sobretudo com o qualificarem (...) de demoníaca uma
doutrina cuja moralidade esplenderá como um raio de Sol pela publicação mesma
do teu novo livro e dos que se seguirão”. Um mês depois, estando em
Sainte- Adresse, a 200 quilômetros ao norte de Paris, tendo solicitado uma
comunicação sobre um assunto qualquer , recebeu da capital francesa no dia 14
de setembro interessante mensagem relacionada de forma evidente ao novo
trabalho literário que desenvolvia, paralelamente à publicação mensal da REVISTA ESPÍRITA e das atividades da Sociedade Espírita de Paris;
-“Quero
falar-te de Paris, embora isso não me pareça de manifesta utilidade, uma vez
que as minhas vozes íntimas se fazem ouvir em torno de ti e que teu cérebro
percebe as nossas inspirações, com uma facilidade de que nem tu mesmo suspeitas.
Nossa ação, sobretudo a do ESPÍRITO DE VERDADE, é constante ao teu derredor e tal
que não a podes negar. Assim sendo, não entrarei em detalhes ociosos a respeito
do plano de tua obra, plano que, segundo meus conselhos ocultos, modificaste
tão ampla e completamente. Compreendes agora porque precisávamos ter-te sob as
mãos, livre de toda preocupação outra, que não a obra da Doutrina. Uma obra
como a que elaboramos de comum acordo necessita de recolhimento e de
insulamento sagrado. Tenho vivo interesse pelo teu trabalho, que é um passo
considerável para a frente e abre, afinal, ao Espiritismo a estrada larga das
aplicações proveitosas, a bem da sociedade. Com esta obra, o edifício começa a
libertar-se dos andaimes e já se lhe pode ver a cúpula a desenhar-se no
horizonte. Continua, pois, sem impaciência e sem fadiga; o monumento estará pronto
na hora determinada”. A referência sobre o plano da obra ter sido, de
fato, completamente modificado, o que, sem dúvida, o médium não podia saber,
pois que ele estava em Paris e Kardec em Sainte-Adresse, deu-lhe a
certeza da autenticidade da comunicação. Os dias rolaram acelerados e, em abril
de 1864, estavam impressos os primeiros exemplares d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, tornando compreensíveis os
ensinamentos de Jesus e, ao mesmo tempo, cumprindo o prometido por ele conforme
registro no capítulo 14, versículo 26 do Evangelho de João.
terça-feira, 1 de abril de 2014
HOMENAGEM
Dois de abril para os
seguidores do Espiritismo, passou a ter uma significação especial desde o ano
de 1910. Isso porque renascia um Espírito que trazia um programa existencial
minuciosamente preparado para que a imortalidade do Ser acumulasse fatos que a
referendassem de formas variadas e inequívocas. Fruto de planejamento
cuidadoso, naturalmente, representava missão de risco, com cinquenta por cento
de ser bem sucedida, por depender de um atributo presente em toda
individualidade em graus diferentes: o livre arbítrio. Por relatos de
pessoas que em diferentes momentos partilharam de informações que tiveram
acesso, transitara por duas raças, a egípcia – mistura da hamita-semita –
e a latina
distribuída por diferentes nacionalidades. Experimentara várias situações,
ocupando posições em que experimentara a riqueza, a inteligência, a beleza e a
autoridade. Em mais de uma a mediunidade lhe constituíra motivo de glória de
sofrimento. Retornava, considerando fatores como suas tendências e os apelos da
Dimensão em que trabalharia mais uma vez, cercado de garantias que lhe
estimulariam o lado mais positivo como as restrições econômicas, a orfandade
precoce, a saúde frágil, a necessidade do trabalho para o próprio sustento e
dos que lhe seriam dependentes. Para recebê-lo e ciceroneá-lo nos primeiros
passos da nova jornada, foi escolhido um Espírito que, na forma de mãe
resgataria a experiência da serva Ana, que dois mil anos antes, nas
terras da Galiléia, não apenas fora empregada da família do Senador romano Públio
Lêntulius, mas também convertida ao Cristianismo, indiretamente
influenciara para que o político fôsse, certo entardecer, tentar se aproximar
de Jesus,
às margens do lago de Genesaré, na esperança que o Messias dos hebreus algo
fizesse em relação ao grave problema de saúde da filha à beira da morte. Para
acompanhar e orientá-lo no uso da mediunidade que se manifestaria de forma
exuberante, velho amigo de outras Eras, exilado como ele de planeta do sistema
de Capela, situado no Constelação do Cocheiro que se identificaria apenas como Emmanuel,
palavra grega que quer dizer Deus Conosco. O programa se iniciou
para Francisco
de Paula Cândido Xavier, na sexta feira, 2 de abril de 1910, seguindo
como planejado até 8 de abril de 1927, quando no corpo físico de que se servia,
o Espírito somava 17 anos de idade. Nesse dia, a descoberta da até então
constrangedora mediunidade que o fazia se sentir diferente de outras crianças e
jovens de sua idade. Foi o sinal para que se afastasse da escola religiosa que
frequentava para iniciar os estudos em torno do Espiritismo, do qual se
transformaria num dos maiores símbolos até o fim dos seus dias na atual
encarnação. Incompreensão, perseguições gratuitas, dificuldades materiais,
foram alguns dos traços de uma caminhada que, a partir de determinado momento,
passou a se somar o constante assédio pela possibilidade que representava da
conexão com outros Planos Existenciais. Sua influência, bem como, dos livros
por ele psicografados motivaram o surgimento de centenas de instituições de
caridade além da descoberta do sentido da vida a milhares de desventurados do
caminho. Concluída sua passagem pelo nosso Plano, 92 anos após ter-se iniciado,
apesar da década transcorrida, sua presença parece real para muitos dos que se
sensibilizaram pelos princípios Espíritas através dele, e, prosseguem
trabalhando pela difusão dessas ideias. É por isso que não poderia passar em
branco o 2 de abril sem que, mais uma vez, expressássemos nossa gratidão e
carinho por esse Francisco que oferecia sua intimidade a todos ao se deixar
tratar por Chico, por não se considerar mais que um cisco, condição em que se
via quando tentavam enaltecer a pessoa em que se tornaram seguindo fielmente as
diretrizes sugeridas pelo Orientador Espiritual Emmanuel, numa tarde de
domingo a beira de um pequeno açude, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais:
DISCIPLINA,
DISCIPLINA, DISCIPLINA.
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