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quinta-feira, 30 de março de 2017

SE INTERESSA POR FENÔMENOS?


O fato foi notícia no jornal  HERALD OF PROGRESS, de Nova Iorque, consagrado a assuntos espiritualistas e dirigido por Andrew Jackson Davis, sob o título DESENHOS MISTERIOSOS. Ligado a uma rede de correspondentes de várias partes do mundo, que resultava em mais de uma dezena de cartas por dia, Allan Kardec transformou o caso em matéria na REVISTA ESPÍRITA, edição de julho de 1861. Aos apreciadores de fenômenos interessantes produzidos pela mediunidade, reproduzimos a integra do publicado. –“Em 22 de novembro último, o Dr. Hallock, juntamente com outras pessoas, foi convidado à casa da Sra. French, 4a Avenida, no 8, para testemunhar diversas manifestações espíritas e ver as evoluções de um lápis de grafite. Por volta das oito horas a Sra. French deixou o cômodo onde o grupo estava reunido e sentou-se num canapé, localizado em gabinete contíguo. Não abandonou esse lugar durante toda a reunião. Pouco depois de sentar-se, pareceu entrar numa espécie de êxtase, com os olhos fixos e desvairados. Pediu ao Dr. Hallock e ao professor Britton que examinassem o quarto. Eles encontraram sobre o leito, defronte do lugar onde ela estava sentada, uma pasta amarrada com uma fita de seda e uma garrafa de vinho para servir à experiência. O papel que seria utilizado para fazer os desenhos estava na pasta. Fomos convidados – diz o Dr. Hallock – a não tocar na pasta, nem na garrafa. Vários lápis e dois pedaços de goma elástica encontravam-se igualmente sobre o leito, mas no resto do aposento não havia desenhos, nem papel. Após esta pesquisa a Sra. French pediu ao Sr. Cuberton que tomasse a pasta e a levasse para a sala ocupada pelos convidados, abrisse-a e tirasse o conteúdo. Havia papel comum, do qual seis folhas de diferentes tamanhos foram tomadas das mãos do Sr. Cuberton pela Sra. French e postas sobre uma mesa situada diante dela. Esta pediu alfinetes e, tomando uma tira de papel de 5 ou 6 polegadas de comprimento, que colocou na borda inferior do papel, prendeu as duas bordas deste à tira. Feito isto, alguém foi solicitado a tomar o papel e fazer fosse ele examinado pelos assistentes, segurasse a tira e os alfinetes e lhe devolvesse a folha. A mesma coisa foi feita com as outras folhas, e cada vez os alfinetes eram postos em número e em locais diferentes; as folhas eram entregues, uma a uma, a outra pessoa, com vistas a reconhecer o papel por meio dos traços, que deviam corresponder aos das tiras. Depois de examinadas todas as folhas e devolvidas à Sra. French, o Sr. Cuberton pegou o vinho e lho entregou. Ela pôs as folhas sobre a mesa e derramou, sobre cada uma delas, uma quantidade de vinho suficiente para molhá-la completamente, espalhando-o com a palma da mão. Em seguida tratou de secá-las, pressionando uma por uma das folhas, enrolando-as, soprando acima e as agitando no ar. Isto durou alguns minutos; depois baixou o pavio do lampião e mandou os convidados se aproximarem. É preciso dizer que durante a operação de molhagem, uma das folhas de papel tinha ficado muito seca, sendo necessário recomeçar o trabalho. (O vinho era uma simples mistura de suco de uvas e açúcar, autorizado pelo Estado e produzido na Nova Inglaterra). Então a Sra. French fez restabelecer a luz e pediu às pessoas que viessem sentar-se junto à porta onde ela estava: o Sr. Gurney, o professor Britton, o Dr. Warner e o Dr. Hallock estavam a seis pés dela e os outros em plena vista. “Pondo uma das folhas sobre a mesa à sua frente, ela colocou vários lápis entre os dedos; o Dr. Hallock não a perdeu de vista, como houvera prometido. Estando tudo pronto, a Sra. French, para advertir que a experiência ia começar, exclamou: Time (tempo); então foi visto um movimento rápido da mão e, durante certo momento, das duas mãos; ouviu-se um ruído vivamente repetido sobre o papel; os lápis e o papel foram atirados a alguma distância no assoalho, por uma espécie de movimento nervoso; tudo isso durou vinte e um segundos. O desenho representa um buquê de flores, composto de jacintos, lírios, tulipas, etc. “Operaram sucessivamente em outras folhas. O no 2 é também um grupo de flores. O no 3 é um belo cacho de uvas, com seu talo, folhas, etc.; foi feito em vinte e um segundos. O no 4 é um talo e folhas com cinco grupos de frutas parecidas com damascos; as folhas são uma espécie de musgo. Quando se preparou para esta folha, a Sra. French perguntou quanto tempo lhe davam para a execução; uns disseram dez segundos; outros, menos. Bem, disse a Sra. French, quando eu disser: um, olhai vossos relógios; à palavra quatro o desenho estará terminado. Atenção! um, dois, três, quatro: o desenho foi feito, isto é, em quatro segundos. O no 5 representa um ramo de groselheira, do qual partem doze cachos de groselhas verdes, com flores e folhas, cercadas de folhas de uma outra espécie. O desenho foi apresentado pela Sra. French, em êxtase, ao Sr. Bruckmaster, de Pittsbourg, como vindo do Espírito de sua irmã, em cumprimento da promessa que ela lhe havia feito. O tempo gasto foi de dois segundos. O no 6, que pode ser considerado como a obra-prima da série, é um desenho de nove polegadas por quatro; consiste em flores e folhagens brancas sobre fundo escuro, isto é, o desenho é da cor natural do papel, os contornos marcados e os interiores coloridos a lápis. Exceto dois outros desenhos produzidos da mesma maneira em outra ocasião, são sempre a lápis sobre fundo branco. No centro desse grupo de flores e na parte inferior da página existe uma mão segurando um livro aberto, de uma polegada e um quarto por três quartos; os cantos não são exatamente em ângulos retos; mas o que é muito curioso, os furos dos alfinetes, feitos anteriormente para reconhecer o papel, marcam os quatro cantos do livro. No alto da página esquerda está escrito: GÁLATAS.  Vi e, a seguir, os seis primeiros versículos e uma décima sexta parte deste capítulo, cobrindo quase as duas páginas inteiras, em caracteres muito legíveis, com boa luz, a olho nu ou com uma lupa. Conta-se mais de cem palavras bem escritas. O tempo gasto foi de treze segundos. Quando se constatou a coincidência dos furos do papel com os da tira, a Sra. French, ainda em êxtase, pediu aos presentes que certificassem por escrito o que acabavam de ver. Então foi escrito à margem do desenho o seguinte: “Executado em treze segundos, em nossa presença, pela Sra. French; certificado pelos abaixo assinados. 22 de novembro de 1860, 4a Avenida, no 8. Seguem-se dezenove assinaturas.”


terça-feira, 28 de março de 2017

DOENÇAS FÍSICO-MENTAIS E O ESPIRITISMO

Muitas pessoas se perguntam: existe relação entre o Espiritismo e a Saúde humana? Outras, refratárias, preferem negar sem analises mais profundas, especialmente quando se veem diante de depoimentos ou relatos sobre o sucesso de alguns tratamentos espirituais para doenças ditas incuráveis. A elas, Allan Kardec oferece um argumento tranquilizador: -‘A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram’. Na mais popular das obras da base da Doutrina Espírita – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO -, podem ser encontrados alguns comentários importantes capazes de responder a questão inicial: 1- Quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece”. 2- Se dividirmos os males da vida em duas categorias, sendo UMA a dos males que o homem não pode evitar, e OUTRA a das atribulações que ele mesmo provoca, por sua incúria e seus excessos, veremos que esta última é muito mais numerosa que a primeira. 3- Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua Lei (de DEUS), que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. 4- O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às consequências de suas faltas. 5- As doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições nocivas, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. 6- Doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc (...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. 7- Se Deus não quisesse que pudéssemos curar ou aliviar os sofrimentos corporais, em certos casos, não teria colocado meios curativos à nossa disposição. 8- Ao lado da medicação comum, elaborada pela ciência, o magnetismo nos deu a conhecer o poder da ação fluídica, e depois o Espiritismo veio revelar-nos outra força, através da mediunidade curadora e da influência da prece. Analisando as doenças em suas diferentes formas de manifestação, um Espírito identificado como o Dr Morel Lavalle, em comunicação reproduzida por Allan Kardec lembra que na avaliação da origem das enfermidades, necessário considerar o seguinte:  O homem é composto de TRÊS princípios essenciais: ESPÍRITO, PERÍSPIRITO e  CORPO FÍSICO. Reagem uns sobre os outros, resultando a saúde ou a doença, da harmonia ou não entre eles. Se ORIGINADA NO CORPO, os medicamentos materiais bastarão para o restabelecimento;  Se VIER DO PERÍSPIRITO; trata-se de uma alteração do princípio fluídico, requerendo uma modificação para as funções retornarem ao normal;  Se DO ESPÍRITO, o períspirito e o corpo serão entravados em suas funções, solicitando para combate-la medicação espiritual. No que se refere aos tratamentos espirituais, a revelação de uma entidade envolvida nos mesmos, da ideia da extensão das operações envolvidas a partir das entrevistas realizadas pelos voluntários encarnados: -‘As notas do dia seguem comigo para a sede de nossas atividades, que se acham sob a orientação e revisão de assessores do Dr. Dias da Cruz., que se encarregam de visitar a moradia e ver as condições do enfermo que precisa ser medicado. Os membros da família são examinados e o ambiente doméstico é rigorosamente observado pelo colega que foi então designado para anotar os elementos de que o doente faz “inalação”. O Tratamento do enfermo começa com a limpeza do ambiente em que o irmão doente se encontra e, só depois da residência libertada, os agentes medicamentosos da homeopatia passam a funcionar. Se a moradia está excessivamente carregada de pensamentos inferiores, o tratamento é mais difícil e mais longo, entretanto, se o recinto doméstico se mostra limpo e isento de quaisquer influências nocivas, o tratamento encontra facilidade para se revelar’.


sábado, 25 de março de 2017

ALZHEIMER E O ESPIRITISMO

O Espírito Manoel Philomeno de Miranda através do médium Divaldo Pereira Franco construiu ao longo das ultimas quatro décadas uma  série de obras extraordinárias pelo conjunto de informações esclarecedoras sobre as relações mente/corpo. Em duas delas, encontramos respostas para muitas das dúvidas acalentadas por pessoas que vivenciam doenças como esquizofrenia, depressão, alzeimer, Parkinson.  A primeira ENTRE DOIS MUNDOS (2005) e segunda TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS E OBSESSIVOS (2008). Da ultima, destacamos alguns trechos para nossas reflexões: -“Chama-me a atenção, porém, na atualidade, a alta estatística de portadores do mal de Alzheimer, padecendo de lamentável degeneração neuronal, em processo expiatório aflitivo para eles mesmos e para os familiares, nem sempre preparados para essa injunção dolorosa. Incompreendido o processo degenerativo, a irritação e a revolta tomam conta da família que maltrata o enfermo, quando este necessita de mais carinho, em face do processo irreversível. A segurança dos diagnósticos já contribui para que, no início, se possa atenuar e retardar os efeitos progressivos dessa demência assustadora. Sem dúvida, trata-se de um veículo expiatório para o paciente e o seu grupo familiar. Embora a gravidade de que se reveste essa degenerescência, adversários desencarnados pioram o quadro, afligindo a vítima em tormentosos processos de agressão espírito a espírito, em razão do paciente encontrar-se em parcial desdobramento, pela impossibilidade de utilizar-se do cérebro, então alucinando-o pelo medo que alcança as vascas do terror...  Ignorava que nessa demência também pudessem ocorrer influências nefastas. Sem dúvida que, em todos os processos de resgate espiritual sempre existem dois envolvidos, e aquele que foi vítima sempre aproveita de qualquer oportunidade, sem compaixão, para desforrar-se de quem o prejudicou. A obsessão, por isso mesmo, é mais volumosa e sutil do que se conhece, mesmo nos estudos espiritistas atuais, porquanto, nem todos os quadros podem ser percebidos exteriormente, sendo muito comuns nos estágios do coma, da morte aparente, das degenerações cerebrais(...) Recordo-me de quando Alois Alzheimer estudou uma paciente, a senhora Augusta D., portadora de um tipo de degenerescência mental e nela encontrou os elementos cerebrais de estruturação dos seus alicerces para o conhecimento da enfermidade que posteriormente lhe recebeu o nome, em homenagem ao seu trabalho extraordinário, ainda mais considerando-se o atraso da pesquisa óptica através dos microscópios, que ele conseguiu de forma exaustiva nas suas longas necropsias. Desencarnando a paciente, embora o diagnóstico estabelecido, foi constatado que ela falecera de outro tipo de enfermidade, mas abrira o caminho para o conhecimento desse flagelo neurodegenerativo. Foi ele quem descreveu, por primeira vez, em 1906, o que sucede com os novelos neurofibrilares, que são as modificações intracelulares que se apresentam no citoplasma dos neurônios, complicando diversos departamentos cerebrais. Como efeito desse processo, os pacientes têm afetada inicialmente a memória, sofrem distúrbios cognitivos, especialmente aqueles que respondem pela fala, pela capacidade de concentração, ampliando-se o desequilíbrio no raciocínio, na perda da orientação espacial, da habilidade para calcular, enfim, dos processos normais de lógica e de comportamento.(...) Anteriormente ignorada, a enfermidade era tratada como um estado de demência progressiva, sem possibilidade de reversão. Ainda hoje continua sem grande esperança de cura, em face dos danos graves produzidos ao cérebro, que se atrofia expressivamente, mas que, detectada precocemente, pode ter diminuídos os efeitos desastrosos.. Então constato que, em se tratando de uma expiação, num processo terminal, não tem como ser estacionada, e menos, recuperada. O curioso, nesse quadro, é a hereditariedade, que exerce um papel fundamental na sua manifestação, comprovando que esses pacientes são espíritos incursos em delitos idênticos e praticados juntos,  Pesquisadores atenciosos identificaram uma base hereditária mediante a descoberta de um marcador genético no cromossoma 21 em determinado grupo familiar, enquanto que, noutro, a evidência induz à ação do cromossoma 19"... Graças a essa ocorrência infeliz, os espíritos acumpliciados retornam no mesmo grupo biológico, a fim de encontrarem os fatores predisponentes e preponderantes para a ação do períspirito na elaboração do corpo que propiciará o aparecimento da enfermidade moralizadora do endividado. Aquele, porém, que não consegue a dádiva da reencarnação, permanece na erraticidade em aflição, vinculando-se ao antagonista quando as circunstâncias se fazem propiciatórias. As obsessões sutis são muito graves, porque passam quase despercebidas e, quando são anotadas, ei-las já enraizadas nos departamentos mentais e emocionais das suas vítimas”

sexta-feira, 24 de março de 2017

ALLAN KARDEC, O ESPIRITISMO E OS MÉDIUNS CHARLATÕES


Em todas as atividades humanas eles estão presentes: os que se aproveitam da ignorância ou boa fé das pessoas para tirarem proveito. Ao tempo do surgimento do Espiritismo não poderia ser diferente, especialmente no que se refere ao exercício da mediunidade. Muitos processos jurídicos foram instaurados contra os que prometiam curas milagrosas, a solução de questões afetivas em troca de pagamento, etc. No número de março de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui artigo em que analisa a questão. Pela semelhança com muitos dos que se observa na atualidade, destacamos alguns de seus argumentos: -‘O Espiritismo não pode ser responsável por indivíduos que indevidamente se fazem passar por médiuns, assim como a verdadeira ciência não é responsável pelos escamoteadores que se dizem físicos. Um charlatão pode, pois, dizer que opera com o auxílio dos Espíritos, como um prestidigitador diz que opera com a ajuda da física. É um meio como qualquer outro de jogar poeira nos olhos; tanto pior para os que se deixam enganar. Em segundo lugar, condenando o Espiritismo a exploração da mediunidade, como contrária aos princípios da doutrina, do ponto de vista moral e, além disso, demonstrando que ela não deve, nem pode, ser um ofício ou uma profissão, todo médium que não tira de sua faculdade qualquer proveito direto ou indireto, ostensivo ou dissimulado, afasta, por isso mesmo, até a suspeita de fraude ou de charlatanismo; desde que não é atraído por nenhum interesse material, a trapaça não teria sentido. O médium que compreende o que há de grave e santo num dom dessa natureza julgaria profaná-lo fazendo-o servir a coisas mundanas, para si e para os outros, ou se dele fizesse um objeto de divertimento e de curiosidade. Respeita os Espíritos como gostaria que o respeitassem, quando for Espírito, e deles não faz alarde. Ademais, sabe que a mediunidade não pode ser um meio de adivinhação; que não pode fazer descobrir tesouros, heranças, nem facilitar êxito nas coisas aleatórias; jamais será um ledor de buenadicha, nem por dinheiro, nem por nada; daí por que jamais terá altercações com a justiça. Quanto à mediunidade curadora, ela existe, é certo; mas está subordinada a condições restritivas, que excluem a possibilidade de consultório aberto, sem suspeitas de charlatanismo. É uma obra de devotamento e de sacrifício, e não de especulação. Exercida com desinteresse, prudência e discernimento, e encerrada nos limites traçados pela doutrina, não pode cair sob os golpes da lei. Em resumo o médium, segundo os desígnios da Providência e a visão do Espiritismo, seja artífice ou príncipe, pois os há nos palácios e nas choupanas, recebeu um mandato que cumpre religiosamente e com dignidade; vê em sua faculdade apenas um meio para glorificar a Deus e servir ao próximo, e não um instrumento para servir aos seus interesses ou satisfazer a sua vaidade; faz-se estimar e respeitar por sua simplicidade, modéstia e abnegação, o que não sucede com os que dele buscam fazer um trampolim. Ao punir com severidade os médiuns exploradores, os que abusam de uma faculdade real, ou simulam uma faculdade que não têm, a justiça não atinge a doutrina, mas o abuso. Ora, o Espiritismo verdadeiro e sério, que não vive de abuso, com isto só poderá ganhar em consideração e não tomaria sob seu patrocínio os que apenas desviam a opinião pública por conta própria. Tomando a defesa para si, ele assumiria a responsabilidade do que eles fazem, porque esses tais não são verdadeiramente espíritas, ainda quando fossem realmente médiuns. Enquanto não perseguirem num espírita, ou nos que se fazem passar por tais, senão os atos repreensíveis aos olhos da lei, o papel do defensor é discutir o ato em si mesmo, abstração feita da crença do acusado; seria grave erro procurar justificar o ato em nome da doutrina. Ao contrário, deve empenhar-se em demonstrar que ela lhe é estranha. Então o acusado cai no direito comum’.







quarta-feira, 22 de março de 2017

SERÁ A SOLUÇÃO PARA O FUTURO?

Intelectual expressando-se sobre as mudanças pretendidas na legislação brasileira sobre o aborto comentou que pesquisa recente efetuada com jovens indica o crescimento expressivo dos que afirmam não pretender ter filhos. Confirmando-se a tendência, surge a pergunta: o que será da espécie humana no futuro?  Considerando, segundo o Espiritismo, a importância do corpo físico no processo evolutivo e que na nossa Dimensão seguimos a direção induzida pela Espiritualidade de onde muitos dos avanços observados ao longo do século 20 nada mais são que a materialização do já existente nas realidades vibratórias adjacentes ao  chamado Plano Material. Aí uma nova possibilidade: não será  a reprodução assistida um prenúncio do amanhã no que se refere à disponibilização de corpos para a continuidade da vida física? O médium Chico Xavier, deixou-nos algumas pistas. A primeira registrada pelo Advogado e escritor Rafael Ranieri, amigos desde o final dos anos 40, que em 1969, após longo tempo, em visita a Chico em Uberaba, participando de bate-papo na casa do médium, ante a pergunta de alguém sobre pesquisas objetivando a replicação humana em laboratório, ouviu-o dizer: -“ A Ciência vai desenvolver o Ser humano em laboratório. Os cientistas vão fabricar um enorme útero e aí dentro vão gerar o Ser. Levarão talvez de duzentos a quatrocentos anos até conseguirem realizar. Aí libertarão a mulher do parto. E tem outra coisa: nesse útero, os Espíritos vão reencarnar, tudo direitinho, sem problema. Esse fato não vai alterar coisa alguma, a ciência vai conseguir isso. O avanço da Ciência é obra da Espiritualidade”. No ano seguinte, em entrevista a jornal uberabense, voltaria ao assunto esclarecendo: - O Espirito Emmanuel diz que o nosso respeito à Ciência deve ser inconteste e que o progresso da ciência é infinito, porque a solução do problema do tubo de ensaio, para o descanso do claustro materno é viável. Mas, restará à Ciência um grande problema, o problema do amor com que o Espírito reencarnante é envolvido no lar pelas vibrações de carinho, de esperança, ternura, confiança de pai e mãe, no período também da infância, em que a criança é rodeada de amor, muito mais alimentada de amor do que de recursos nutrientes da terra! Vamos ver como é que a Ciência poderá resolver este problema para que não venhamos a cair em monstruosidades do ponto de vista mental. Dias depois em conversa após o encerramento das atividades publicas com a mediunidade, disse que ‘no futuro, o Ciência libertará a mulher de gerar o filho no claustro materno. Teremos bancos de sêmem com doadores selecionados. O controle será de acordo com os óbitos e os homens de laboratório serão responsáveis pelos tubos de ensaio’. Ante o espanto causado, acrescentou: -‘Como é que nós nascemos? Nascemos como grama. Isso não vai continuar assim. No futuro haverá organização mais controlada. Mas tudo isso só acontecerá quando tivermos governos magnânimos. Quem sabe daqui uns bons tempos... Vamos aguardar. Os aparelhos poderão ser instalados no reduto do lar para receber as vibrações de amor dos pais, haverá mais fecundação espiritual do que material’. Como a história registra, 8 anos depois, em 1978, as experiências desenvolvidas resultaram no sucesso da primeira criança criada como se diz através do tubo de ensaio, naturalmente se servindo de  outro corpo humano para promover a gestação após a implantação de óvulos fecundados através do processo conhecido como reprodução assistida. Os avanços não ficaram por aí, resultando na progressiva evolução. Talvez no tempo presumível apontado por Chico décadas atrás, consiga-se consumar-se renascimentos fora dos mecanismos que impõe à mulher tantos sacrificios.

segunda-feira, 20 de março de 2017

INDICADOR DA CONDIÇÃO EVOLUTIVA DA HUMANIDADE DA TERRA

Sabe-se por revelações do médium Chico Xavier, que a série conhecida como NOSSO LAR é a  materialização na nossa Dimensão de uma ideia desenvolvida por algumas autoridades espirituais’ que estavam desejosas de algo lançar em um nosso meio, com objetivos de despertamento, projetando trazer-nos páginas que dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no “outro lado”. Ainda segundo o médium, “desde fins de 1941, onde ele se concentrasse, via sempre aquele ‘cavalheiro espiritual’, que depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel, tendo decorrido quase dois anos, antes do “NOSSO LAR”. Também é sabido que o projeto foi muito estudado antes de ser transferido mediúnicamente. Escreveu o Espírito Arthur Joviano em mensagem de 26 de janeiro de 1944, ‘que necessitava-se de um nome impessoal, sem filiação a grupos pré-estabelecidos, que pudesse trazer semelhantes observações de caráter universalista’. Assim escolheram o Espírito identificado pelo pseudônimo André Luiz. Dentre as inúmeras informações contidas nas treze ‘reportagens’ desenvolvidas por ele, no livro OS MENSAGEIROS (capítulo 20), encontramos um comentário que nos dá uma ideia da realidade de Planos fronteiriços do Plano Material onde se concentram vários dos equivocados líderes que detém o poder transitório e ilusório na Terra. Destacamos algumas imagens do ali reproduzido para nossa reflexão: - “Os criminosos que fazem as vítimas da guerra, os exploradores da economia popular, os avarentos misérrimos, os sedentos de injustificado predomínio e os vaidosos cheios de fatuidade sabem (...) que tudo pertence a Deus, que o homem é simples usufrutuário dos divinos bens. Não ignoram que os antepassados foram chamados à verdade e à contas pela morte, e que eles seguirão os mesmos caminhos; entretanto, atormentam-se na Crosta como verdadeiros loucos, amontoando possibilidades para a ruína e abusando das oportunidades mais santas. Aqui se verifica a mesma coisa. Querem dominar antes de se dominarem, exigem antes de dar e entram em perene conflito com o espírito divino da lei. Estabelecido o duelo entre a fantasia deles e a verdade do Pai, resistem às corrigendas do Senhor e transformam-se, esses desventurados, em verdadeiros gênios da sombra, até que, um dia, se decidam a novos rumos. (...) Na Crosta, nossos irmãos menos felizes lutam pela dominação econômica, pelas paixões desordenadas, pela hegemonia de falsos princípios. Nestas zonas imediatas à mente terrestre, temos tudo isso em identidade de condições. Entre as entidades perversas e ignorantes, há cooperativas para o mal, sistemas econômicos de natureza feudalista, baixa exploração de certas forças da Natureza, vaidades tirânicas, difusão de mentiras, escravização dos que se enfraquecem pela invigilância, doloroso cativeiro dos Espíritos falidos e imprevidentes, paixões talvez mais desordenadas que as da Terra, inquietações sentimentais, terríveis desequilíbrios da mente, angustiosos desvios do sentimento. Em todo o lugar as quedas espirituais, perante o Senhor, são sempre as mesmas, embora variem de intensidade e coloração. As criaturas que se agarram, no Plano Espiritual às impressões físicas, estão sempre criando densidade para os seus veículos de manifestação, da mesma forma que os Espíritos dedicados à região superior estão sempre purificando e elevando esses mesmos veículos. (...) A morte física, na Terra  é igualmente pura impressão e ninguém desaparece. O fenômeno é apenas de invisibilidade ou, por vezes, de ausência. Quanto à responsabilidade dos que matam, isto é outra coisa. E além desta observação, que é da alçada da Justiça Divina, temos a considerar, igualmente que, nesta Esfera, o corpo denso modificado pode ressurgir todos os dias, pela matéria mental destinada à produção dele, enquanto que, para obter o corpo físico, almas há que trabalham, por vezes, durante séculos”..

sábado, 18 de março de 2017

PORQUE E COMO OS ESPÍRITOS BUSCAM ENGANAR

As dificuldades enfrentadas pelo Espiritismo para romper a muralha de preconceitos e atavismos carregados pelas criaturas humanas que poderiam se beneficiar de sua compreensão no entendimento dos sofrimentos que enfrentam, passa pela ação da intencionalmente maliciosa e determinada legião de Espíritos desencarnados que tentam dificultar e retardar a transposição do ciclo evolutivo ainda característico do Planeta Terra. Não só através das relações em grupos espíritas como através de obras mediúnicas de conteúdo dubio. No número de setembro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec auxilia-nos a raciocinar sobre o assunto em artigo de onde destacamos os tópicos seguintes: 1- A ingerência dos Espíritos enganadores nas comunicações escritas é uma das maiores dificuldades do Espiritismo. Sabe-se, por experiência, que eles não têm nenhum escrúpulo de tomar nomes supostos e até mesmo respeitáveis.  2- Haverá meios de os afastar? Eis a questão..  3- É preciso não perder de vista que os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que enche o espaço, circula ao nosso lado, mistura-se a tudo quanto fazemos. 4- Considerando-se que os Espíritos nada mais são que os próprios homens despojados de sua indumentária grosseira, ou almas que sobrevivem aos corpos, segue-se que há Espíritos desde que há seres humanos no Universo. São uma das potências da Natureza, e não esperam que haja médiuns escreventes para agir; a prova disso é que, em todos os tempos, os homens hão cometido inconsequências. 5- A ingerência dos Espíritos maus nas comunicações escritas não constitui, pois, um perigo ao Espiritismo, porque, se perigo há, continuará havendo e em caráter permanente. 6- Entre as causas que os atraem, é preciso colocar em primeira linha as imperfeições morais de qualquer natureza, porque o mal simpatiza sempre com o mal; em segundo lugar, a excessiva confiança com que são acolhidas suas palavras.  7- Quando uma pessoa honesta é enganada por eles, isso pode decorrer de duas causas: a primeira é uma confiança absoluta, que a leva a desistir de todo exame; a segunda é que as melhores qualidades não excluem certos lados fracos que dão guarida aos Espíritos maus, ávidos por se agarrarem às menores falhas da couraça. Não nos referimos ao orgulho e à ambição, que são mais do que entraves, mas a uma certa fraqueza de caráter e, sobretudo, aos preconceitos que esses Espíritos sabem explorar com habilidade, lisonjeando-os; com vistas a isso, eles usam de todas as máscaras, a fim de inspirar mais confiança. As comunicações francamente grosseiras são as menos perigosas, visto a ninguém poderem enganar. As que mais enganam são as que têm uma falsa aparência de sabedoria ou de seriedade: numa palavra, as dos Espíritos hipócritas e pseudo-sábios. Uns podem enganar-se de boa-fé, por ignorância ou presunção; os outros não agem senão pela astúcia.  8- Entre as causas que influem poderosamente sobre a qualidade dos Espíritos que frequentam as casas espíritas, não se deve omitir a natureza das coisas que ali são tratadas. Aquelas que se propõem um fim sério e útil atraem, por isso mesmo, os Espíritos sérios; as que somente visam satisfazer a vã curiosidade ou seus interesses pessoais expõem-se pelo menos a mistificações, quando não a coisas piores. Em resumo, podemos extrair das comunicações espíritas os mais sublimes e os mais úteis ensinamentos, desde que os saibamos dirigir. Toda a questão se resume em não nos deixarmos levar pela astúcia dos Espíritos zombeteiros ou malévolos. Ora, para isso o essencial é saber com quem tratamos.  9- Ouçamos a propósito os conselhos que foram dados pelo Espírito São Luís à Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas através do Sr. R..., um de seus bons médiuns. Trata-se de uma comunicação espontânea por ele recebida certo dia, em sua casa, com a missão de transmiti-la à referida Sociedade: “Por maior que seja a legítima confiança que inspira os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, há uma recomendação que nunca será por demais repetida e que deveis tê-la sempre presente em vossa mente, quando vos entregardes aos vossos estudos: pesai e amadurecei; submetei ao controle da mais severa razão a totalidade das comunicações que receberdes; não hesiteis, desde que uma resposta vos pareça duvidosa ou obscura, de demandar os esclarecimentos necessários para fixá-la. “Sabeis que a revelação existiu desde os tempos mais recuados, sempre apropriada ao grau de adiantamento dos que a recebiam. Hoje não se trata de vos falar por imagens e parábolas; deveis receber nossos ensinamentos de uma maneira clara, precisa e sem ambiguidade. Entretanto, seria muito cômodo ter apenas de questionar para ser esclarecido; aliás, isso seria escapar às leis progressivas que presidem à evolução universal. Não vos admireis, pois, se, para vos deixar o mérito da escolha e do trabalho, e também para punir as infrações que possais cometer aos nossos conselhos, algumas vezes é permitido a certos Espíritos, mais ignorantes que mal-intencionados, a responder em certos casos às vossas perguntas. Em vez de ser isso um motivo de desencorajamento, deve ser um poderoso excitante, para que pesquiseis ardentemente a verdade. Ficai, pois, bem convictos de que, seguindo este caminho, não podereis deixar de chegar a resultados felizes. Sede unidos de coração e de intenção; trabalhai todos; procurai, procurai sempre e encontrareis.” Luís

quinta-feira, 16 de março de 2017

COISAS SOBRE A PRECE QUE TODOS PRECISAM SABER

Ignorada ou desacreditada, a prece ou oração remanesce dos aprendizados do Espírito nas diferentes experiências evolutivas na condição humana. Segundo as religiões é a forma de acessar a Deus objetivando pedir e, por vezes, agradecer uma graça alcançada. Segundo conhecimentos atuais pode ser definida como um estado alterado de consciência capaz de operar mudanças no campo das reações emocionais, respiração, projetando-se através do pensamento na direção do objeto da intenção quando de sua emissão. No século 19, Allan Kardec - o sistematizador do Espiritismo - escreveu que a prece é uma irradiação mental em forma de pensamento que coloca o emissor em contato com o Ser a que se dirige, propagando-se impregnada de fluidos pessoais resultantes das emoções/sentimentos que inspiram sua formulação. O século 20 abriu-se para outras visões, a partir da ampliação e aprofundamento dos conhecimentos sobre a natureza humana. Alinhamos a seguir alguns desses avanços para reflexões: 1905 – A proposição de Albert Einstein de que energia e matéria são duas manifestações diferentes da mesma substância universal sendo esta a energia básica de que todos somos constituídos, abre caminho para estudos sobre a tentativa de se curar o corpo através da manipulação desse nível básico energético que pode ser chamada de MEDICINA VIBRACIONAL. A partir dos anos 20 - O eletroencefalógrafo confirmando uma atividade eletromagnética nas ondas cerebrais conforme o estado da consciência. Evolui a compreensão sobre outros níveis de consciência/inconsciência além da visão FREUD/JUNG para os chamados estados alterados de consciência em que podem ser enquadrados os estágios alcançados pela hipnose, estados de meditação, transe mediúnico e, podemos afirmar, até pela prece. 1970 – Publicado o livro EXPERIÊNCIAS PSÍQUICAS ALÉM DA CORTINA DE FERRO que, entre outras revelações, mostra diversos  estudos desenvolvidos nos países chamados comunistas , entre os quais, um a partir da informação da Yoga de que “uma energia vital chamada Prana circula pelo corpo podendo ser dirigida pelo pensamento exatamente como o pensamento dirigiu a energia fotografada pela máquina Kirlian”. 1988 – O médico norte-americano Richard Gerber publica o livro MEDICINA VIBRACIONAL em que desenvolve uma visão einsteiniana dos sistemas vivos. Alguns pontos a serem considerados de suas conclusões: 1- Todos os organismos dependem de uma sutil força vital que cria uma sinergia graças a uma singular organização estrutural dos componentes moleculares. 2- Matéria é uma forma de energia. 3- Consciência é uma espécie de energia que está integralmente relacionada com a expressão celular do corpo físico, participando da contínua criação de saúde ou doença. 4- Existe no Ser Humano um CORPO ETÉRICO que é um molde holográfico de energia que orienta o crescimento e o desenvolvimento do corpo físico, por sinal detectado nos anos 50 por cientistas russos através das experiência com a chamada eletrofotografia (foto Kirlian), denominado por eles MOB – Modelo Organizador Biológico. 5- Os Seres humanos são sistemas dinâmicos de energia que refletem os padrões evolutivos do crescimento da alma. A consciência humana está constantemente aprendendo, evoluindo se desenvolvendo. À medida que a percepção espiritual desse processo dinâmico de mudança tornar-se mais disseminado, haverá uma reação em cadeia que transformará toda a espécie humana. 1995 - Como derivação dos resultados de experimentos com finalidades militares como a da “visão remota” para inspecionar instalações inimigas em diversas partes do Globo, um Instituto Norte Americano financiou pesquisas conduzidas pela Psiquiatra Elizabeth Targ, estudiosa da Psiconeuroimunologia (influência do estado psicológico dos indivíduos sobre a atividade de seu sistema imunológico) a fim de confirmar ou não a eficácia das preces à distância na cura de doenças. O médico Larry Dorsey (autor de AS PALAVRAS CURAM e A PRECE É UM BOM REMÉDIO), estudou mais de 60 pesquisas científicas que provam o impacto das preces sobre o processo de cura e concluiu que, religião e tipo de oração utilizados pouco importam: o que vale é o amor e a compaixão do praticante. Monges Budistas ouvidos, afirmam que o sentimento é a prece; e índios nativos dos Estados Unidos incorporam o resultado do pedido em suas orações. Nos anos 70 os Fisiologistas Beatrice e John Lacey descobriram que o coração possui um Sistema Nervoso Independente, onde 40 mil neurônios do coração são usados para comunicação com os centros cerebrais relacionados à consciência, concluindo que o coração não obedece automaticamente as mensagens do cérebro, mas interpreta os sinais neurais criando uma resposta de acordo com o estado emocional do indivíduo, possuindo uma lógica distinta onde seus batimentos não são apenas um ritmo mecânico da vida, mas uma linguagem inteligente. O coração é ligação entre a consciência e as respostas fisiológicas das emoções, o que confirma que o efeito da prece é resultado da associação sentimento e pensamento. Paralelamente a esses fatos, o Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, construía a série NOSSO LAR onde encontramos as seguintes revelações: 1- A prece traça fronteiras vibratórias. 2- A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponda sua natureza, pairando na região em que foi emitida ou elevando-se mais ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina. 3- A oração opera verdadeira transfusão de plasma espiritual, no levantamento de nossas energias. 4- A prece é o traço de luz que une as almas que se amam, onde quer que se encontrem. 5- À claridade da prece, tudo se transforma em torno de nossos passos. O sofrimento passa a ser purificação, como a noite é a promessa do dia. 6- Se a inquietação te bate à porta, busca a prece e medita. 7- A oração é uma fonte em que podemos aliviar a alma opressa. 8- A oração é o fio misterioso, que nos coloca em comunhão com as Esferas Divinas.


terça-feira, 14 de março de 2017

PARA COMPREENDERMOS A FUNÇÃO DO EGOÍSMO

Um dos principais intelectuais do Espiritismo no Brasil ao longo do século 20, Herculano Pires é pouco conhecido pelos estudiosos contemporâneos. Olhar crítico sobre o comportamento daqueles que fundaram e dirigiam Obras Sociais em nome da Doutrina Espírita, pelo conhecimento adquirido fez análises precisas sobre os desvios revelados nas ações observadas. Na obra CURSO DINÂMICO DE ESPIRITISMO – o grande desconhecido (paidéia,1979), várias dessas análises. Numa delas, sentimos a profundidade e racionalidade de seus raciocínios.-“Tudo tem a sua utilidade na Natureza. O Universo é teleológico, finalista, busca sempre e em tudo uma finalidade. Os filósofos ante finalistas apoiam suas teorias no erro humano, de todos os tempos, que interpreta a Natureza como criada especialmente para o homem. Esse erro surgiu nas selvas, permaneceu nas civilizações primitivas e projetou-se nas civilizações posteriores. Os próprios deuses e demônios de toda a Antiguidade foram postos ao serviço do homem, que embora os reverenciando, pretendiam utilizá-los como seus auxiliares. O Universo tem, naturalmente, uma finalidade única e superior, em que todas as finalidades se conjugam num resultado único. Mas esse resultado escapa às nossas possibilidades de pesquisa, de compreensão e mesmo de imaginação. A mais inútil das coisas e os mais prejudiciais dos seres são necessários. E ser necessário é ser indispensável, é pertencer a um elo da cadeia inimaginável que Kardec nos apresenta nesta frase tantas vezes repetida no Livro dos Espíritos: Tudo se encadeia no Universo. (...) O egoísmo, a vaidade, o orgulho, a pretensão, a ambição representam elementos negativos da constituição do ser humano, que devem ser eliminados. Mas essa eliminação não se dá pelos métodos antigos das corporações religiosas, até hoje empregados, apesar dos terríveis malefícios causados. Kardec e os Espíritos Superiores, em suas comunicações, consideraram o egoísmo como verdadeira praga que impediu .o desenvolvimento real do Cristianismo na Terra. Mas jamais aconselharam métodos artificiais para o combate ao egoísmo. (...) Todos nós carregamos ainda as marcas profundas e dolorosas, deformantes, do relacionamento humano na Terra. Com a caridade os homens vão aprendendo a sair do egoísmo para o altruísmo, a não pensar, apenas nos seus problemas particulares, a não dividir o seu tempo e bem-estar apenas com os familiares, mas levar um pouco de si mesmos e dos seus recursos para a família maior que sofre lá fora. É essa a finalidade do princípio cristão da caridade no Espiritismo. Por isso a caridade espírita não pode cercar-se de barreiras e dificuldades, de exigências e desconfianças. Deve ser ampla e generosa, acessível a todos, evitando constranger ou humilhar os que a recebem. O ego é como uma flor que primeiro se fecha no botão para depois desabrochar na corola e por fim doar-se nos frutos.  Tentemos visualizar o processo de formação do ego, para compreendermos a função do egoísmo. A dialética espírita nos ensina que o espírito (não individualizado, mas como o elemento espiritual catalisador, capaz de atrair e aglutinar a matéria esparsa no espaço) liga-se à matéria para lhe dar forma, estrutura. Podemos seguir esse processo no caso humano, em que o ego aparece como um pivô da personalidade em formação, desde a infância. A criança é egocêntrica, é um pivô em torno do qual giram as atenções e as afeições da família. Ela se torna, naturalmente, no centro do mundo. Porque esse é o meio de consolidação da sua individualidade. Tudo quanto ela atrai e absorve do ambiente, do exemplo familial, das relações progressivas na escola e nos brinquedos, é automaticamente centralizado no ego, que é o seu ponto interior de segurança ante a dispersividade do mundo. O botão fechado centraliza as suas energias, preparando o momento de abrir-se na corola colorida e perfumada. Essa a primeira função do ego, e essa função não é egoísta, mas centralizadora por necessidade de estruturação interna. Quando essa estruturação se define como tal, a criança se abre timidamente para oferecer ao mundo a sua contribuição inicial de beleza e ternura. E um novo ser que surge no mundo, vestido com a roupagem da inocência, como diz Kardec, e ao mesmo tempo trazendo a incógnita de um passado que se revelava pouco a pouco no esquema de um destino com ideias e hábitos negativos que nos foram impostos à força milênios de brutalidade civilizadora. Por isso o nosso tempo, em que tomamos consciência do absurdo desse massacre universal realizado em nome de Deus, mostra-se dominado por inquietações e desesperos, revolta e loucura, psicopatias e obsessões que levam a espécie humana a todos os desvarios e ao suicídio individual e coletivo. Temos de examinar essa situação à luz do Evangelho desfigurado e mal interpretado, muitas vezes contraditado frontalmente pelas teologias do absurdo.



sábado, 11 de março de 2017

DOENÇAS CAUSADAS POR CONTAMINAÇÃO FLUÍDICA?

Revelando que além de doenças típicas do corpo frágil em que vivemos (causadas por excessos, falta de higiene, etc, )existirem as originadas no corpo espiritual – ou períspirito -  ou no próprio Espírito repercutindo reflexos de vidas passadas, o Espiritismo propõem também das enfermidades resultantes das influências fluídicas. No número de março de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec comenta o tema escrevendo: -“Certas afecções, mesmo muito graves e passadas ao estado crônico, não têm como causa primeira a alteração das moléculas orgânicas, mas a presença de um mau fluido que, a bem dizer, as desagrega, perturbando a sua economia. Sucede aqui como num relógio, em que todas as peças estão em bom estado, mas cujo movimento é parado ou desregulado pela poeira; nenhuma peça deve ser substituída e, contudo, ele não funciona; para restabelecer a regularidade do movimento basta expurgar o relógio do obstáculo que o impedia de funcionar. Tal é o caso de grande número de doenças, cuja origem é devida aos fluidos perniciosos de que é penetrado o organismo. Para obter a cura, não são moléculas deterioradas que devem ser substituídas, mas um corpo estranho que se deve expulsar; desaparecida a causa do mal, o equilíbrio se restabelece e as funções retomam seu curso. Concebe-se que em semelhantes casos os medicamentos terapêuticos, destinados, por sua natureza, a agir sobre a matéria, não tenham eficácia sobre um agente fluídico; por isso a medicina ordinária é impotente em todas as moléstias causadas por fluidos viciados, e elas são numerosas. À matéria pode-se opor a matéria, mas a um fluido mau é preciso opor um fluido melhor e mais poderoso. A medicina terapêutica naturalmente falha contra os agentes fluídicos; pela mesma razão, a medicina fluídica falha onde é preciso opor a matéria à matéria; a medicina homeopática nos parece ser o intermediário, o traço de união entre esses dois extremos, e deve particularmente triunfar nas afecções que poderiam chamar-se mistas. Seja qual for a pretensão de cada um destes sistemas à supremacia, o que há de positivo é que, cada um de seu lado, obtém incontestáveis sucessos, mas que, até o presente, nenhum justificou estar na posse exclusiva da verdade; donde se deve concluir que todos têm sua utilidade, e que o essencial é os aplicar adequadamente. Não temos que nos ocupar aqui dos casos em que o tratamento fluídico é aplicável, mas da causa pela qual esse tratamento pode, por vezes, ser instantâneo, ao passo que em outros casos exige uma ação continuada. Esta diferença se prende à própria natureza e à causa primeira do mal. Duas afecções que, aparentemente, apresentam sintomas idênticos, podem ter causas diferentes; uma pode ser determinada pela alteração das moléculas orgânicas e, neste caso, é preciso reparar, substituir, como me disseram, as moléculas deterioradas por moléculas sadias, operação que só pode ser feita gradualmente; a outra, por infiltração, nos órgãos saudáveis, de um fluido mau, que lhe perturba as funções. Neste caso, não se trata de reparar, mas de expulsar. Esses dois casos requerem, no fluido curador, qualidades diferentes; no primeiro, é preciso um fluido mais suave que violento, sobretudo rico em princípios reparadores; no segundo, um fluido enérgico, mais adequado à expulsão do que à reparação; segundo a qualidade desse fluido, a expulsão pode ser rápida e como por efeito de uma descarga elétrica. O doente, subitamente livre da causa estranha que o fazia sofrer, sente-se aliviado imediatamente, como acontece na extirpação de um dente estragado. Não estando mais obliterado, o órgão volta ao seu estado normal e retoma suas funções.  (...) Esta teoria pode assim resumir-se: “Quando o mal exige a reparação de órgãos alterados, necessariamente a cura é lenta e requer uma ação contínua e um fluido de qualidade especial; quando se trata da expulsão de um mau fluido, ela pode ser rápida e, mesmo, instantânea.”

sexta-feira, 10 de março de 2017

FUNÇÃO REGULADORA E CORRETIVA

O Espiritismo vem através do parecer de Instrutores Espirituais ampliando e facilitando o entendimento sobre nós mesmos. Apontando a evolução da individualidade, afirma a função reguladora e corretiva da Lei de Ação e Reação no processo que nos induz a buscar a iluminação interior. Quando os estudiosos da saúde mental acessarem e considerarem o já existente, muitos dos complexos comportamentos inexplicáveis serão compreendidos. Na base de muitos deles está o complexo de culpa que vibra em nosso interior como consequência do que fazemos com nosso livre arbítrio. O conteúdo do trabalho COMPLEXO DE CULPA – as respostas que o espiritismo dá demonstra isso. Nele entendemos que “inferno é construção mental em nós mesmos. O estacionamento, após esforço destrutivo, estabelece  clima propício aos fantasmas de toda sorte, fantasmas que torturam a mente que os gerou, levando-a a pesadelos cruéis. Cavamos poços abismais de padecimentos torturantes, pela intensidade do remorso de nossas misérias intimas. (OVE, que “encarcerados pela Lei do Retorno, temos efetuado multisseculares recapitulações, por milênios consecutivos”. (LI, 1); que “quanto mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue naturalmente aos arestos da consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da culpa. (AR, pref) que  “o remorso é um monstro invisível que alimenta as labaredas da culpa. A consciência não dorme. (ETC, 14);que “perdemos o carro fisiológico, mas prosseguimos atados ao pelourinho invisível de nossas culpas; e a culpa, é sempre uma nesga de sombras a eclipsar-nos a visão”. (AR, 2) que a dureza coagula-nos a sensibilidade durante certo tempo; todavia chega um minuto em que o remorso nos descerra a vida mental aos choques de retorno das nossas próprias emissões. (LI, 4) que  “o remorso é uma força que nos algema à retaguarda. (ETC, Mas, esse mecanismo funciona desde o início? Vejamos uma das questões do trabalho citado: Considerando que conforme a questão 607 d’ LIVRO DOS ESPÍRITOS que “o Princípio Inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida após o que  sofre uma transformação e se torna Espírito começando para ele o período de humanização ou Humanidade, simples e ignorante” pode-se dizer que surge nesse momento a noção de culpa como mecanismo indutor ao progresso espiritual? No momento de sua criação, os Espíritos não são imperfeitos senão do ponto de vista do desenvolvimento intelectual e moral. Como a criança ao nascer, como o germe contido na semente da árvore; mas não são maus por natureza.  Ao mesmo tempo, neles se desenvolve a razão, o livre-arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns o bom caminho, outros o mau, fazendo que alguns cheguem ao objetivo mais cedo que outros.  Mas todos, sem exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corporal, a fim de adquirir experiência e ter o mérito da luta.  Nessa luta uns triunfam, outros sucumbem, conquanto os vencidos possam sempre se erguer e resgatar os seus fracassos.  Multiplicam-se em sua rota as advertências salutares, das quais infelizmente nem sempre eles aproveitam.  É a história de dois viajantes que querem alcançar um belo país, onde viverão felizes; um sabe evitar os obstáculos, as tentações que o fariam parar no caminho; o outro, por imprudência, choca-se contra os mesmos obstáculos, leva quedas que o atrasam, mas chegará por sua vez.  Se, no caminho, pessoas caridosas o previnem dos perigos que corre e se, por presunção, não as escuta, mais repreensível será por isso.  (RE; 1861)

quarta-feira, 8 de março de 2017

SUTILEZAS DA OBSESSÃO

Situação que, segundo alguns Espíritos, atinge proporções epidêmicas, a obsessão continua ignorada e causando enormes malefícios à sociedade humana. As influências são sutis e, portanto, sem auto-análise, imperceptíveis. Na sequência alguns exemplos colhidos nas obras do médico André Luiz através de Chico Xavier. Caso 1 - EFEITO – Homem maduro, casado, acusando agoniada indisposição , como se estivesse sob o impacto de súbito desfalecimento, durante encontro que mantinha com mulher bem mais jovem em casa noturna. CAUSA – ação de espírito desencarnado – seu sogro na presente existência -, esmurrando-lhe a face, ao surpreendê-lo em atividade extraconjugal durante a madrugada com mulher bem mais jovem, enquanto sua esposa experimentava os sofrimentos físicos e morais do câncer que evoluia em seu corpo físico. (SD,3) Caso 2 – EFEITO – Homem, 45 anos presumíveis, abatido, acometido de tremores, suando, desferindo gritos de terror, corpo encharcado de álcool, do qual é dependente. CAUSA - Ação de quatro entidades desencarnadas que o submetiam aos seus desejos, alternando-se, uma a uma, para experimentar a absorção das emanações alcoólicas, no que sentiam singular prazer. Atuavam particularmente na estrada gástrica, inalando a bebida a volatizar-se da cárdia ao piloro. (NMM, 14) Caso 3 –  EFEITO -  Mulher desconfiada e abatida, corroída pelo ciúme em relação ao marido que procura controlar com perguntas e cobranças em relação ao seu tempo. CAUSA – Ação de entidade feminina, ignorante e infeliz, a ela imantada, perseguindo e subjugando-a, para conseguir deplorável vingança, inclusive durante o sono físico, através do qual se serve para controlar-lhe a vontade, por meio de diálogos em que emprega toda sua astúcia em argumentos convincentes. (Li,6) Caso 4 EFEITO– Mulher, desencarnada, despertando após a morte cercada de seres monstruosos que a arrebataram em verdadeiro torvelinho por prolongada faixa de tempo. CAUSA – Ações levadas a efeito na existência recém-terminada em que abusando do poder econômico, exerceu a autoridade com crueldade e rigor contra escravos de sua propriedade impondo a morte no tronco de servos objetivando o castigo geral, separava mães cativas de seus filhos, vendendo-os, por questões de harmonia domestica, sentindo-se apoiada nas decisões nos argumentos de padre que lhe fora confessor.(NL) Caso 5EFEITO- Mulher, jovem, revelando angústia e inconsciência, sob forte irritação, desarmonizando o ambiente para preocupação dos encarnados presentes. CAUSA – Ação de diversos perseguidores desencarnados, impondo-lhe terríveis perturbações, secundando outro, revelando um quadro psicológico de satânica lucidez, maneiras cruéis, colado ao seu corpo, em toda sua extensão, dominando-lhe todos os centros de energia orgânica, vingando-se de gesto assumido em existência passada em que ela, por simples capricho vendeu-lhe esposa e filhos, à época escravos de sua propriedade. (ML, 18) Caso 6 - EFEITO– Homem, idade madura, ex- investigador de polícia, dando mostras de graves perturbações, evidente moléstia nervosa, suor frio a banhar-lhe a fronte, extrema palidez, revelando-se torturado por pavorosas visões no campo íntimo, somente acessíveis a ele mesmo. CAUSA - Ações no exercício de sua função, onde, ao longo dos anos, humilhou e feriu, procedeu de maneira cruel, atraindo a ira de muita gente, isolando-se, contudo, do remorso, o que lhe poupou dos pensamentos de indignação de suas vítimas, imagens que passaram a circular-lhe a atmosfera psíquica, esperando ensejo de fazer-se sentir. Com a proximidade da senectude física, meditando sobre os caminhos percorridos, abriu grande brecha na fortaleza em que se entrincheirava, libertando subitamente as forças acumuladas dos pensamentos destrutivos que provocou para si mesmo, através da conduta irrefletida, quebrando-lhe a fantasiosa resistência orgânica, e, as energias desequilibradas da mente em desvario, desequilibraram os órgãos mais vulneráveis do corpo físico, especialmente o sistema nervoso e o fígado que, traumatizado inclina-se para a cirrose fatal. (LI, 11)





segunda-feira, 6 de março de 2017

TODA UMA CIÊNCIA

Diante do crescente interesse e busca de informações sobre as práticas do magnetismo pelo fluido transmitido pelo Ser humano conforme as proposições do médico austríaco Franz Anton Mesmer, importante conhecermos a posição do Espiritismo. No número de setembro de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec responde a questionamento de leitor que solicitava alguns conselhos relativamente à prática da mediunidade curadora pela imposição das mãos. Entre outras coisas, afirma o Codificador: -“ A mediunidade curadora deveria ter a sua vez; embora parte integrante do Espiritismo, ela é, por si só, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e não só abarca todas as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complexas, das obsessões, que, por seu turno, também influem sobre o organismo. Não é, pois, em poucas palavras que se pode desenvolver um assunto tão vasto. Nele trabalhamos, como em todas as outras partes do Espiritismo; mas como aí nada queremos introduzir por nossa própria conta e que seja hipotético, procedemos pela via da experiência e da observação. Como os limites deste artigo não nos permitem dar-lhe o desenvolvimento que comporta, resumimos alguns dos princípios fundamentais que a experiência consagrou. 1. – Os médiuns que obtêm indicações de remédios, da parte dos Espíritos, não são aquilo que chamamos médiuns curadores, pois não curam por si mesmos; são simples médiuns escreventes, que têm uma aptidão mais especial que outros para esse gênero de comunicações e que, por esta razão, podem ser chamados médiuns consultores, como outros são médiuns poetas ou desenhistas. A mediunidade curadora é exercida pela ação direta do médium sobre o doente, com o auxílio de uma espécie de magnetização de fato ou de pensamento. 2. – Quem diz médium diz intermediário. Há uma diferença entre o magnetizador propriamente dito e o médium curador: o primeiro magnetiza com seu fluido pessoal, e o segundo com o fluido dos Espíritos, ao qual serve de condutor. O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; o que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual. 3. – O fluido magnético tem, pois, duas fontes bem distintas: os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados. Essa diferença de origem produz uma grande diferença na qualidade do fluido e nos seus efeitos. O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado das impurezas físicas e morais do encarnado; o dos Espíritos bons é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que levam a uma cura mais rápida. Mas, passando através do encarnado, pode alterar-se, como acontece com a água límpida ao passar por um vaso impuro, e como sucede com todo remédio, se permanecer num vaso sujo, perdendo, em parte, suas propriedades benéficas. Daí, para todo verdadeiro médium curador, a necessidade absoluta de trabalhar a sua depuração, isto é, o seu melhoramento moral, segundo o princípio vulgar: limpai o vaso antes de vos servirdes dele, se quiserdes ter algo de bom. Só isto basta para mostrar que não é qualquer um que pode ser médium curador, na verdadeira acepção da palavra. 4. – O fluido espiritual será tanto mais depurado e benfazejo quanto mais o Espírito que o fornece for mais puro e mais desprendido da matéria. Concebe-se que o dos Espíritos inferiores deva aproximar-se do do homem e possa ter propriedades maléficas, se o Espírito for impuro e animado de más intenções. Pela mesma razão, as qualidades do fluido humano apresentam matizes infinitos, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o fluido emanado de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos no magnetizado. As qualidades morais do magnetizador, isto é, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e desinteressado de aliviar o semelhante, aliados à saúde do corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em certos indivíduos, aproximar-se das qualidades do fluido espiritual. Seria, pois, um erro considerar o magnetizador como simples máquina de transmissão fluídica. Nisto, como em todas as coisas, o produto está na razão do instrumento e do agente produtor. Por estes motivos, seria imprudência submeter-se à ação magnética do primeiro desconhecido. Abstração feita dos conhecimentos práticos indispensáveis, o fluido do magnetizador é como o leite de uma nutriz: salutar ou insalubre. 5. – Sendo o fluido humano menos ativo, exige uma magnetização continuada e um verdadeiro tratamento, por vezes muito longo. Gastando o seu próprio fluido, o magnetizador se esgota, pois dá de seu próprio elemento vital; é por isto que ele deve, de vez em quando, recuperar suas forças. O fluido espiritual, mais poderoso, em face de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, muitas vezes, quase instantâneos. Como esse fluido não é o do magnetizador, resulta que a fadiga é quase nula. 6. – O Espírito pode agir diretamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, como foi constatado em muitas ocasiões, seja para o aliviar e o curar, se possível, seja para produzir o sono sonambúlico. Quando age por um intermediário, é o caso da mediunidade curadora.

sábado, 4 de março de 2017

É POSSÍVEL VOLTAR NO TEMPO?


-“A mente, tanto quanto o corpo físico, pode e deve sofrer intervenções para reequilibrar-se. Mais tarde, a ciência humana evolverá em cirurgia psíquica, tanto quanto hoje vai avançando em técnica operatória, com vistas às necessidades do veiculo de matéria carnal. No grande futuro, o médico terrestre desentranhará um labirinto mental, com a mesma facilidade com que atualmente extrai um apêndice condenado. O comentário é encontrado no capítulo 12 do livro ENTRE A TERRA E O CÉU, do Espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier. Mais à frente reproduz outro apontamento do Instrutor que ouvia: -“Em obras de assistência ante quadros de transtornos psicológicos, é preciso recorrer aos arquivos mentais, de modo a produzir certos tipos de vibração, para descerrar os escaninhos da mente, nas fibras recônditas em que ela detém as suas aflições e feridas invisíveis.. Adverte contudo que “as recordações do pretérito não devem ser totalmente despertadas para que ansiedades inúteis não nos dilacerem o presente. A Verdade para a alma é como o pão para o corpo que não pode exorbitar da quota necessária a cada dia. Toda precipitação gera desastres.  A técnica que no futuro certamente será melhor utilizada pelos profissionais da saúde mental foi tema da série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ que pode ser conferido no YOUTUBE.. Dela destacamos alguns tópicos para sua avaliação: 1- O que vem a ser regressão de memória? Um procedimento que, ao longo do tempo vem ganhando importância em discussões a respeito de tratamentos na esfera de transtornos mentais e sociais. Consiste na recuperação de dados ou informações através de estados alterados de consciência que trazem para o nível consciente registros armazenados no inconsciente próximo ou remoto. 2- Como surgiu essa possibilidade? Embora existam indícios de ter sido prática utilizada em Civilizações remotas como no Egito dos Faraós ou na Índia milenar, o primeiro registro sobre uma experiência do tipo foi incluída na edição da REVISTA ESPÍRITA publicada por Allan Kardec, no número correspondente a junho de 1866.  Em texto intitulado VISÃO RETROSPECTIVA DAS VÁRIAS ENCARNAÇÕES DE UM ESPÍRITO, é citada uma manifestação mediúnica havida na reunião de 11 de maio p.p. em que uma entidade de nome Cailleux morto recentemente na cidade de Lyon onde fora dedicado médico, relata ter sentido certo dia uma espécie de torpor apoderar-se dele, magnetizado pelo fluido de Amigos Espirituais; adormecido num sono magnético-espiritual; viu o passado formar-se num presente fictício. A despeito de conservar a consciência do seu EU, sentiu-se transportado no espaço; vendo-se numa reunião de Espíritos que, em vida, tinham conquistado alguma celebridade por descobertas feitas.  Ficou surpreso ao reconhecer personalidades antigas de todas as idades e épocas, com semelhança perispiritual consigo.  Perguntou-se o que tudo aquilo significava; dirigiu-lhes as perguntas sugeridas por sua posição, mas sua surpresa foi ainda maior, ouvindo-se responder a si mesmo.  Voltou-se, então, para eles e vi que estava só.  Quando seu Espírito sofreu essa espécie de entorpecimento, viu os diferentes corpos que seu Espírito animou desde um certo número de encarnações, e todos trabalharam a ciência médica sem jamais se afastarem dos princípios que o primeiro havia elaborado.  Esta última encarnação não era para aumentar o saber, mas simplesmente para praticar o que ensinava sua teoria.  3- E na nossa Dimensão? O primeiro registro pode ser verificado no livro VIDAS SUCESSIVAS de Albert de Rochas, engenheiro, militar e ex-diretor da Escola Politécnica de Paris, publicado em 1905, em Paris, França, relatando suas pesquisas com o magnetismo proposto no século 18 pelo médico alemão Franz Mesmer.  Nelas deparou-se no estado alterado de consciência observado em indivíduos em estudo, com relatos sobre experiências pessoais pregressas, bem como futuras.  Na obra, preserva detalhes sobre 19 experimentos conduzidos por ele ou amigos da Universidade de Paris, casos em que os investigados retroagiram no tempo voltando a vidas passadas, evidenciando o fato da reencarnação ser uma ocorrência natural na evolução do Espírito.


quinta-feira, 2 de março de 2017

PARA PENSAR

Penso, logo existo, afirmou o grande cientista do século 17 Rene Descartes. Quase dois séculos depois, Allan Kardec desenvolvendo a base do Espiritismo, avançaria nas proposições sobre essa inexorável atividade do Espírito. Reunimos algumas de suas afirmações, bem como outras vertidas do Plano Espiritual no século 20 para dilatar nossa compreensão sobre o tema:1- O pensamento é uma força, é o atributo característico do Ser Espiritual; é ele que distingue o Espírito da matéria; sem o pensamento o Espírito não seria Espírito. (RE;12/1864) 2- O pensamento é preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) 3- O pensamento é força viva, em toda parte; atmosfera criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) 4- O pensamento é força criadora de nossa própria alma e, por isto mesmo, é a continuação de nós mesmos. Através dele, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (L; 17) 5- O pensamento é matéria, a matéria mental, compondo maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) 6-  O pensamento ou fluxo energético do campo espiritual dos seres criados, se gradua nos mais diferentes tipos de onda, passando  pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana,. (MM; 4) 7- O pensamento é energia irradiante 8- Moramos espiritualmente onde projetamos nosso pensamento 9- O pensamento plasma nossa vida de amanhã. 10- O pensamento é a maior força criadora que existe sobre a Terra 11- De acordo com a vibração do pensamento, atrairemos ondas semelhantes 12- Pensamento é fermentação espiritual, influenciando na vida e no mundo 13- A velocidade do pensamento supera a velocidade da luz 14-  O pensamento vige na base de um inevitável sistema de forças que emitimos e recebemos 15- O pensamento é o gerador dos infracorpusculos ou linhas de força do mundo subatômico 16- Não permitas que a prevenção negativa lhe obscureça o pensamento 17- Excluindo pensamentos indesejáveis de nossa mente realizamos a higiene do Espírito 18- Inicia as atividades diárias, pensando em Deus e agradecendo as tuas possibilidades de fazer o Bem 19- Pensa nas ocasiões em que corações amigos te haverão desculpado as próprias faltas 20- O sentimento inspira, o pensamento plasma, a palavra orienta, o ato realiza 21- Pensa, alguns momentos por dia, nas provações e nas privações dos outros  22- O pensamento utilizado como Força Magnética, poderia reparar inúmeras desordens, destruir muitas chagas sociais 23- Pensemos sempre no bem 24- Os pensamentos revelam nossa personalidade, características e ações pessoais 25- Pensa nisso: a tua voz é o teu retrato sonoro 26- A prece forma o campo do pensamento puro 27- Cada criatura vive no centro das realizações de seus próprios pensamentos 28- O pensamento é força viva, em toda parte 29- O pensamento, em vibrações sutis, alcança o alvo, por mais distante que esteja 30- Pensa em Deus quando o pessimismo te fale em destruição 31- Pensamento é uma energia, tendo seus efeitos 32- Pensamento é fermentação espiritual 33- Nossos pensamentos sintetizam maravilhosamente nossa maneira de ser 34- Pense no tempo, observe o tempo, aceite o tempo e agradeça ao tempo, de vez que o tempo recomeça a cada dia