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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

O QUE OS HISTORIADORES NÃO CONTAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A Historia oficial dos líderes, povos, países, governantes, ao longo de grande parte da evolução da Humanidade, foi sempre escrita sob encomenda, registrando dados e passagens que nem sempre expressam os fatos integralmente. Num país, por exemplo, apenas as ocorrências desenroladas no centro do poder, envolvendo personagens mais diretamente a ele ligados, são preservados. O que acontece no interior, raramente é contado. O Antigo Testamento, em vários de seus escritos, mostra a dependência de Reis, Faraós e Soberanos de oráculos e pitonisas que lhes decifravam sonhos, pressentimentos ou até mesmo a influência dos Astros, diante de decisões a serem tomadas. O tempo foi, aparentemente, afastando uns e outros, minimizando essa influência. Allan Kardec na edição de março de 1864 da REVISTA ESPIRITA, incluiu interessante matéria intitulada UMA RAINHA MÉDIUM, construída a partir de notícias veiculadas em vários jornais da época como Opinion Nationale e Siècle, veiculados em 22 de fevereiro do mesmo ano. Tais escritos fazem referência à fatos envolvendo a Rainha Vitória, que durante sessenta e quatro anos esteve à frente do trono da Inglaterra. Ela, cujo nome completo era Alexandrina Vitória Regina, era erudita, amante das letras, apreciava as artes, tocava piano e praticava a pintura. Marcou a historia daquele país de tal forma que seu reinado é denominado Era Vitoriana, por uma série de ações na área sócia,l como a abolição da escravatura no Império Britânico; redução da jornada de trabalho para dez horas; instalação do direito ao voto para todos os trabalhadores; expansão das Colônias; grande ascensão da burguesia industrial, entre outros feitos. Assumindo o trono aos 18 anos, teve nove filhos com o primo e Príncipe Alberto, com quem, por um amor profundo casou aos 21. Enviuvou aos 42 anos, conservando luto até sua morte, quatro décadas depois. Comentando a citada notícia, diz Kardec: “Uma carta de pessoa bem informada revela que, recentemente, num conselho privado, onde fora discutida a questão dinamarquesa, a Rainha Vitória declarou que nada faria sem consultar o príncipe Alberto( morrera). E com efeito, tendo-se retirado por um pouco para seu gabinete, voltou dizendo que o “príncipe se pronunciava contra guerra. Esse fato e outros semelhantes transpiraram e originaram a ideia de que seria oportuno estabelecer uma regência”. Seguindo o Codificador acrescenta: “-Tínhamos razão ao escrever que o Espiritismo tem adeptos até nos degraus dos tronos. Poderíamos ter dito: até nos tronos. Vê-se, porém, que os próprios soberanos não escapam à qualificação dada aos que acreditam nas comunicações de Além-túmulo(...). O Journal de Poitiers, que relata o mesmo caso, o acompanha desta reflexão: Cair assim no domínio dos Espíritos não é abandonar o das únicas realidades que tem de conduzir o mundo?”. Até certo ponto concordamos com a opinião do jornal, mas de outro ponto de vista. Para ele os Espíritos não são realidades, porque, segundo certas pessoas, só há realidade no que se vê e se toca. Ora, assim, Deus não seria uma realidade e, contudo, quem ousaria dizer que ele não conduz o mundo? Que não há acontecimentos providenciais para levar a um determinado resultado? Então, os Espíritos são instrumentos de sua vontade; inspiram os homens, solicitam-nos, mau grado seu, a fazer isto ou aquilo, a agir neste sentido e não naquele, e isto tanto nas grandes resoluções quanto nas circunstâncias da vida privada. Assim, a esse respeito, não somos da opinião do jornal. Se os Espíritos inspiram de maneira oculta, é para deixar ao homem o livre-arbítrio e a responsabilidade de seus atos. Se receber inspiração de um mau Espírito, pode estar certo de receber, ao mesmo tempo, a de um bom, pois Deus jamais deixa o homem sem defesa contra as más sugestões. Cabe-lhe pesar e decidir conforme a sua consciência. Nas comunicações ostensivas, por via mediúnica, não deve mais o homem abnegar o seu livre-arbítrio: seria erro regular cegamente todos os passos e movimentos pelo conselho dos Espíritos, por que há os que ainda podem ter ideias e preconceitos da vida. Só os Espíritos Superiores disso estão isentos(...). Em princípio os Espíritos não nos vem conduzir; o objetivo de suas instruções é tornar-nos melhores, dar fé aos que não a tem e não o de nos poupar o trabalho de pensar por nós mesmos”.


Na Bíblia encontramos grandes milagres que convenceram o homem do poder de Deus, como as pragas do Egito, a abertura do mar para a passagem do povo de Moisés, quando Josué fez o sol parar, quando Sanção adquiriu forças para matar milhares de filisteus e outros mais. Com Jesus vieram os milagres da cura e da ressurreição. Por que isso, que aconteceu no passado, não acontece mais? ( L.B.O.)

A Bíblia é um dos escritos mais antigos do mundo. Por isso mesmo, ela mostra a realidade de uma época muito distante de nós, segundo a visão e as crenças daquele povo.

Por exemplo: quando a arca de Noé, segundo a Bíblia, pousou sobre monte, logo após o dilúvio, Noé olhou para o céu e viu um lindo arco íris. Ficou extasiado com a beleza do fenômeno.

Esse arco foi interpretado como algo divino que Deus colocou ali, para marcar a sua aliança com o homem; ou por outra: no entendimento da época era um milagre.

Hoje, passados séculos e séculos, sabemos que o arco íris é apenas um fenômeno atmosférico, resultado da incidência dos raios solares sobre as gotículas d’água suspensas no ar, decompondo a luz brancas em várias cores.

Até podemos ver nesse notável fenômeno natural um sinal de Deus. A natureza em si é um milagre de Deus, mas não mais o interpretamos como milagre ou como um fato mágico.

Assim, os fenômenos naturais, quando não eram compreendidos pelo homem, eram sempre levados a conta de fato inexplicável ou milagre.

Quando determinado fenômeno ocorria e parecia muito estranho aos olhos humano, não havendo explicação lógica para ele, as pessoas recorriam às suas crenças e o interpretava como milagre divino.

Além do mais, séculos e séculos se passaram na história humana, em que não se registravam os fatos (como fazemos hoje) e eles, da maneira como eram interpretados, passavam de pais para filhos, de geração para geração pela fala.

Nesse longo período de transmissão oral, com o tempo os fatos acabavam sendo distorcidos pelos narradores, que costumavam exagerar tudo o que consideravam divino e assim os passava às gerações seguintes, até que começaram a escrevê-los.

Segundo os historiadores, os textos sagrados dos hebreus – ou, se quiserem, a Bíblia –só passou a ser escrita séculos depois de Moisés, embora seus primeiros livros tenham sido atribuídos a ele.

Quando, no início do século XIX, um astrônomo disse a Napoleão Bonaparte que não precisava de Deus para explicar o universo, de certa forma ele tinha razão, como no caso do arco íris que acabamos de citar.

No entanto, caro ouvinte, sabemos hoje, depois do extraordinário progresso científico, que para explicar os fenômenos naturais – até mesmo os mais estranhos – sempre vamos precisar compreender as Leis de Deus.

Como disseram os Espíritos a Kardec, Deus atua sobre o universo e sobre nossa vida através de suas leis, que são perfeitas e eternas, que é justamente o cumprimento dessas leis que caracteriza o que podemos chamar de milagre.

Desse modo, caro ouvinte, os fatos do passado, que foram interpretados como milagres, também acontecem hoje em dia.

É que hoje temos a ciência para explica-los e mesmo aqueles que a ciência ainda não consegue explicar, todos eles decorrem da aplicação das Leis de Deus.



quinta-feira, 28 de setembro de 2023

ESTAVA ESCRITO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Tempos atras, recebi de um amigo replica de uma carta atribuída a uma médica que trabalha em Munique, na Alemanha, expondo a difícil situação enfrentada pelos alemães com a chegada de mais de um milhão de refugiados, carregados de doenças, fanatismo religioso, agressivos, impondo um clima de grande instabilidade na até bem pouco tempo vida dos moradores da importante nação europeia, fatos e aspectos que a mídia local e internacional não divulga. Aproveitando a presença no Velho Continente de outro amigo que por lá realiza trabalhos jornalísticos encaminhei-lhe o texto, solicitando confirmasse as informações, respondeu: -“Na tive nem terei, acho, contato com os alemães, porém, com franceses e suíços,  isso realmente esta acontecendo. Estão infelizes e horrorizados e - a grande maioria -  revoltados com tudo isso. A informação procede. Estão chegando dessa maneira mesmo e a TV e mídia não estão noticiando. Na França, em Lyon onde estive até hoje, tudo esta um caos”. Revendo o capítulo 18 do livro A GÊNESE, de Allan Kardec, curiosos e atuais comentários podem ser lidos: 1 - A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. 2 - Não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado. 3 - Uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de ideias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. 4 - A Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e, cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. 5 - A humanidade é um ser coletivo em quem se operam as mesmas revoluções morais por que passa todo ser individual, com a diferença de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século. 6 - De duas maneiras se opera, como já o dissemos, a marcha progressiva da humanidade: uma, gradual, lenta, imperceptível, se se considerarem as épocas consecutivas, a traduzir-se por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos usos, melhoras que só com a continuação se podem perceber, como as mudanças que as correntes de água ocasionam na superfície do globo; a outra, por movimentos relativamente bruscos, semelhantes aos de uma torrente que, rompendo os diques que a continham, transpõe nalguns anos o espaço que levaria séculos a percorrer. É, então, um cataclismo moral que traga em breves instantes as instituições do passado e ao qual sobrevém uma nova ordem de coisas que pouco a pouco se estabiliza, à medida que se restabelece a calma, e que acaba por se tornar definitiva. 7 - O progresso intelectual realizado até o presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir. 8- Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade.


Ouvi uma pregação que me deixou com dúvidas. O pregador dizia não reconhecer como seus irmãos as pessoas que professam sua crença, ou seja, aqueles que têm outra religião. Para isso ele se baseava naquela afirmação de Jesus, quando disse: “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos? Minha mãe e meus irmãos são somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai. “ Com isso, o pregador queria dizer que Jesus só reconhecia como seus irmãos as pessoas que acreditavam nele e aceitavam sua palavra. Isso é verdade? (Cassio Oliveira)

Os Evangelhos estão aí para quem quiser consultar. Não há segredo nos ensinamentos de Jesus. Ele veio questionar os religiosos de sua época, principalmente os fanáticos.

Ninguém pode dizer que os religiosos não foram o alvo preferido de suas críticas, ninguém pode dizer que não foram eles a quem Jesus mais criticou. “Nem todos os que dizem Senhor! Senhor! entrarão no Reino dos Céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai”.

O que podemos entender dessa importante colocação, caro ouvinte? Que não basta ter ou professar uma religião.

Não basta frequentar o templo e orar diante do altar. Não basta cantar louvores e observar as regras do culto. Não basta pagar o dízimo e fazer o jejum.

Tudo isso pode ser importante para a religião, mas seguramente não é o mais importante para Jesus.

Só há um modo de seguir passos: conviver e praticar o bem ao próximo. Quando Jesus proclama o poder da fé, ele está dizendo que a fé sincera está acima da religião, pois a fé é um sentimento que nos liga a Deus.

Mas a fé, para Jesus, não é essa fé passiva, inoperante, contemplativa, acomodada, daqueles que dizem que acreditar, daqueles que vivem falando em Deus, mas não demonstram amor no seu modo de viver.

A fé, para Jesus, é amar o próximo como a si mesmo, desde o próximo mais próximo (os familiares, por exemplo), até mesmo o estranho desconhecido, como aquele que o samaritano socorreu na estrada.

Leia de novo essa parábola. Quem era o samaritano? Na concepção do judeu era um infiel, um inimigo da religião.

O samaritano não ia ao templo orar, muito menos levar oferendas diante do altar. Ele não acreditava que Deus estivesse no templo, mas na natureza, no monte onde se reunia com o povo para adorar.

Quem eram o sacerdote e o levita da parábola? Os guardiões do templo, aqueles que, na crença dos judeus, estavam mais próximos de Deus, os intermediários entre Deus e o povo.

Dessas três pessoas – o sacerdote, o levita e o samaritano – qual delas fez a vontade de Deus, socorrendo o homem ferido?

Com certeza, o samaritano, caro ouvinte; aquele que agiu com bondade e compaixão, embora não tivesse a mesma crença dos judeus. Esse, sim, foi o verdadeiro irmão, que fez a vontade do Pai.

Portanto, qualquer pessoa, seja desta ou daquela religião, seja alguém que não tem religião alguma, ou mesmo aquele que diz não crer em Deus – isso não importa! – qualquer um é nosso irmão, porque todos somos filhos do mesmo Pai e podemos agir com bondade e compaixão para com o nosso próximo.




quarta-feira, 27 de setembro de 2023

ELEMENTOS PARA REFLEXÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Objetivando demonstrar “nossa necessidade de estudo metódico da obra de Allan Kardec”, bem como saudar o primeiro centenário da publicação d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Emmanuel, o Orientador das atividades mediúnicas de Chico Xavier, logo após a transferência deste para Uberaba (MG), organizou um trabalho em torno de 91 temas tratados em igual número de sessões públicas desenvolvidas no ano de 1959, na Comunhão Espírita Cristã – instituição em que atuou até 1976 quando surgiu o Grupo Espírita da Prece – em torno das 1019 questões da obra fundamental do Espiritismo: RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS. Reúne segundo ele, “simples comentários em torno da substância religiosa da proposta do Consolador Prometido por Jesus” no derradeiro diálogo mantido com seus seguidores mais diretos, conforme registrado no capítulo 14, versículos 16 e 26 do EVANGELHO de João. Na mesma linha, em 1961 compôs SEARA DOS MÉDIUNS; em 1964, O LIVRO DA ESPERANÇA – marco do nascimento editora da CEC (Comunhão Espírita Cristã) a segunda ( a primeira foi a LAKE) fora a da Federação Espírita Brasileira a obter direitos autorais dos trabalhos de Chico Xavier-; e, em 1965; JUSTIÇA DIVINA, todos assinalando o primeiro centenário, respectivamente, d’O LIVRO DOS MÉDIUNS, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO e O CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo. Todas elas nascidas em reuniões que ocorriam nas noites das segundas e sextas feiras da instituição que abrigou as tarefas do médium até 1976 quando ele se transferiu para o Grupo Espírita da Prece onde prosseguiu até sua desencarnação em 2002. Apresentando abordagem original sobre temas tratados nas chamadas Obras Básicas, os comentários de Emmanuel refletem aspectos reveladores sobre as características essenciais da criatura humana. Um deles no SEARA DOS MÉDIUNS, capítulo CARTÃO DE VISITA, ajuda-nos a entender um pouco mais sobre a formação do pensamento que, por sinal, segundo avalia “vige na base de todos os fenômenos de sintonia na esfera da alma”. Escreve: -“Observa os próprios impulsos. Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas, Realizando, atrais, atraindo, refletes. Refletindo, estendemos a própria influência, acrescida dos fatores de indução do grupo com que afinizamos”. Allan Kardec já havia publicado em um número da REVISTA ESPÍRITA que o “pensamento é o atributo característico do ser espiritual; é ele que distingue o espírito da matéria: sem o pensamento, o Espírito não seria Espírito”.. Afirma inclusive no referido trabalho que “não há necessidade de que o pensamento seja formulado em palavras; a irradiação fluídica não existe menos, quer ela seja expressa ou não; se todos são benevolentes, todos os presentes nele experimentam um verdadeiro bem-estar, e se sentem comodamente; mas se é misturada com alguns pensamentos maus, eles produzem um efeito de uma corrente de ar gelado no meio tépido”. Para ele, “tal é a causa do sentimento de satisfação que se sente numa reunião simpática; ali reina como uma atmosfera moral saudável, onde se respira comodamente; dali se sai reconfortado, porque se está impregnado de eflúvios salutares. Assim se explicam também a ansiedade, o mal-estar indefinível que se sente num meio antipático, onde os pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes fluídicas doentias”. E acrescenta: - O homem o sente instintivamente, uma vez que procura as reuniões onde ele sabe encontrar essa comunhão; nessas reuniões homogêneas e simpáticas, ele haure novas forças morais; poder-se-ia dizer que ali recupera as perdas fluídicas que ele faz cada dia pela irradiação do pensamento, como recupera pelos alimentos as perdas do corpo material.



O homem precisa de religião para se salvar? - A pergunta é do ouvinte Claudio Horário Frutoso de Matos.

Depende do que você entende por salvação, Cláudio.

Salvar, no sentido mais prático, é livrar a pessoa de um perigo ou de um sofrimento.

Nesse sentido Jesus falava às pessoas a quem atendia ”A tua fé te salvou”, referindo-se à cura de um mal que atormentava essa pessoa.

Ou, então, Jesus dizia: “Por que o filho do homem veio salvar o que estava perdido”, no sentido de livrar as pessoas do mau caminho. Jesus ensinava o amor.

É neste sentido amplo, de nos livrar do mau caminho e desenvolver em nós a capacidade de amar, que ele se referia à salvação nesta e na outra vida.

O salva-vidas na praia avista o banhista em perigo e vai até ele para salvá-lo do afogamento. O médico acorre ao paciente para ministrar-lhe o tratamento que poderá curá-lo.

O professor, no entanto, salva o aluno da ignorância, dando-lhe a educação como instrumento para toda a vida.

Jesus, o maior mestre da humanidade, mostra ao homem que, amando o próximo, ele encontra o caminho da felicidade, a partir do momento em que passa a praticar a boa ação.

Portanto, a salvação, a que Jesus se refere, é a que nos guia no caminho do bem, que nos torna mais pacientes, mais tolerantes, mais compreensivos em relação ao próximo.

Nesse sentido, a religião pode nos ajudar a compreender a essência dos ensinamentos de Jesus, mas quanto a se salvar isso é missão de cada um.

No tempo de Jesus, a religião se colocava como ponte para se chegar a Deus.

Essa ponte consistia na prática religiosa comum, como frequência ao templo, pagamento do dizimo, prática do jejum e das oferendas a Deus.

Jesus, contudo, mostrou que “nem todos os que dizem senhor, senhor, entrarão no reino dos céus”, querendo dizer que as práticas exteriores não salvam ninguém.

Ele dizia que qualquer pessoa podia falar diretamente com o Pai, a qualquer momento, onde estiver, sem precisar de intermediários.

Foi a isso que ele se referiu quando ensinou o Pai Nosso e a forma como cada um pode falar com Deus no silêncio de seu quarto.

Ele não disse que o homem precisaria ir ao templo (nem pagar o dízimo, nem praticar o jejum) para encontrar o Pai, mas podia fazê-lo de forma direta na sua própria casa.

Desse modo, Jesus ensinou que não precisamos de intermediários para encontrar Deus, pois ele está conosco sempre e, por isso, podemos falar diretamente com ele no silêncio de nosso pensamento.

Mas, Jesus respeitava os que frequentavam o templo. Por isso recomendava aos que fossem orar, deixar a oferta diante do altar, ir reconciliar com seu adversário primeiramente e, por último, fazer a sua oferta.

Jesus não dispensou a religião, mas afirmou que a verdadeira religião não está na prática exterior, mas no cultivo do amor no coração, nas atitudes e na conduta de cada um.

Cultivar o amor, no entanto, não é se entregar apenas e tão somente à oração. É bem mais que isso. É fazer todo bem que possa , exercitando a tolerância e perdoando os adversários.

Desse modo, Cláudio, podemos afirmar que a religião nos ajuda muito, se realmente quisermos ser ajudados.

Mas a salvação parte de cada um, de sua maneira de ser, de seus hábitos, de seus costumes, de seu estilo de vida.

Se soubermos conviver bem com o próximo, a começar com as pessoas da nossa família, com certeza asseguraremos para nós a paz de Deus, nesta e na vida futura., construindo o reino dos céus em nosso coração.


terça-feira, 26 de setembro de 2023

ENTENDENDO O CORPO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Revelam os Espíritos que auxiliaram Allan Kardec na elaboração da proposta do Espiritismo que conhecimento do períspirito ou corpo espiritual revolucionará os conhecimentos já alcançados sobre o corpo físico, seu funcionamento e disfunções. No sentido de refletirmos a importância desse conquista do universo de informações acessados até agora pela ciências que se ocupam da saúde humana, destacamos um breve trecho de matéria contida na REVISTA ESPÍRITA, edição de dezembro de 1982. Escreveu Allan Kardec: -Os Espíritos são revestidos de um envoltório vaporoso, formando para eles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de perispírito, e cujos elementos são colhidos do fluido universal ou cósmico, princípio de todas as coisas. Quando o Espírito se une a um corpo, aí vive com seu perispírito, que serve de ligação entre o Espírito propriamente dito e a matéria corporal; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. Mas o perispírito não está confinado no corpo, como numa caixa; por sua natureza fluídica, ele irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera, como o vapor que dele se desprende. O perispírito é impregnado de qualidades, isto é, do pensamento do Espírito, e irradia tais qualidades em torno do corpo. Aqui um outro parêntese para responder imediatamente a uma objeção oposta por alguns à teoria dada pelo Espiritismo do estado da alma. Acusam-no de materializar a alma, ao passo que, conforme a religião, a alma é puramente imaterial. Como a maior parte das outras, esta objeção provém de um estudo incompleto e superficial. O Espiritismo jamais definiu a natureza da alma, que escapa às nossas investigações; não diz que o perispírito constitui a alma: a palavra perispírito diz positivamente o contrário, pois especifica um envoltório em torno do Espírito. Que diz a respeito O LIVRO DOS ESPÍRITOS? “Há no homem três coisas: a alma, ou Espírito, princípio inteligente; o corpo, envoltório material; o perispírito, envoltório fluídico semimaterial, servindo de laço entre o Espírito e o corpo.” Do fato de a alma conservar, com a morte do corpo, o seu envoltório fluídico, não significa que tal envoltório e o Espírito sejam uma só e mesma coisa, do mesmo modo que o corpo não se confunde com a roupa nem a alma com o corpo. A Doutrina Espírita nada tira à imaterialidade da alma, apenas lhe dá dois invólucros, em vez de um, na vida corpórea, e só um depois da morte do corpo, o que é, não uma hipótese, mas o resultado da observação; Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. Sendo o perispírito o laço que une o Espírito ao corpo, é por seu intermédio que o Espírito transmite aos órgãos, não a vida vegetativa, mas os movimentos que exprimem a sua vontade; é, também, por seu intermédio que as sensações do corpo são transmitidas ao Espírito. Destruído o corpo sólido pela morte, o Espírito não age mais e não percebe senão pelo seu corpo fluídico, ou perispírito, razão por que age mais facilmente e percebe melhor, já que o corpo é um entrave. Tudo isto é ainda resultado da observação. Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida – que nos permitam o neologismo – por sua atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento benevolente, que atrai. Tal a causa pela qual duas pessoas se compreendem e se adivinham sem se falarem.


Gostaria de saber exatamente o que acontece quando a pessoa morre, no momento em que ela sente que já não tem mais corpo. Ela percebe o que acontece? E para onde ela vai? Pergunta enviada pelo Ednei Lopes.

Sobre este tema, se você consultar O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec, a partir da questão 163, vai encontrar as seguintes questões:

Questão 163 – “Deixando o corpo, a alma tem imediata consciência de si mesma?”

Resposta: “Consciência imediata não é bem o termo. Ela passa algum tempo em estado de perturbação.”

Preste atenção na questão seguinte: “Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e durante o mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?”

Resposta: “Não, isso depende da elevação de cada um. Aquele que já está purificado se reconhece quase imediatamente, visto que já se libertou da matéria durante a vida física, enquanto que o homem carnal, aquele cuja consciência não é pura, conserva por tempo mais longo a impressão da matéria”.

Considere, portanto, dois pontos. 1º) o fenômeno da desencarnação ou desprendimento do Espírito causa alguma perturbação na mente do Espírito.”

2º) Mas esse estado de perturbação mental depende de cada um. Quanto mais o Espírito estiver apegado às coisas materiais, notadamente se for o apego ao próprio corpo, mais longo é esse estado de perturbação.

Se o apego às coisas materiais for muito intenso, evidentemente ele pode se prolongar por tempo indeterminado.

Mas, a questão 185, levanta uma atenuante a esse estado de perturbação, dizendo:

O conhecimento do Espiritismo exerce influência sobre a duração mais ou menos longa desse estado de perturbação?”

Uma influência muito grande – respondem os Espíritos –uma vez que o Espírito já compreendia antes a sua situação. Mas, a prática do bem a pureza de consciência são os que exercem maior influência.

Veja, portanto, caro ouvinte, que não existe uma prevenção tão eficaz contra o estado de perturbação após a morte quanto o bem que se faz e o fato de a pessoa trazer sua consciência tranquila.

Por isso mesmo, em nota, Allan Kardec faz a seguinte observação:

A perturbação, que se segue à morte, nada tem de penosa para o homem de bem. Ela é calma e, em tudo, semelhante à que acompanha um despertar tranquilo”.

E completa Kardec, dizendo: “Para os que não têm a consciência pura, ela é cheia de ansiedade e de angústias que aumenta à medida que ela se reconhece”.

Nos livros da série “Nosso Lar” de André Luiz, recebidos pelo médium Chico Xavier, principalmente no livro OBREIROS DE VIDA ETERNA, vamos encontrar algumas narrativas sobre o momento do desencarne e o despertar no mundo espiritual.


segunda-feira, 25 de setembro de 2023

LEI DE CAUSA E EFEITO - Como Funciona e Alguns Exemplos ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Muito se cita o Carma para justificar ocorrências que fazem no mundo de hoje, questionar-se a existência de Deus. Sua concepção, ao que tudo indica, irradiou-se pelo mundo, a partir dos princípios religiosos da Índia. A ideia sofreu ao longo das civilizações deformações, deturpações, até que no lado Ocidental da Terra, foi sendo progressivamente esquecida com o apagar doutro princípio, o da reencarnação, a partir das lamentáveis decisões do Segundo Concílio de Constantinopla, promovido pelo Imperador Justiniano, em 553 DC. Praticamente treze séculos e inúmeras gerações, distanciaram as criaturas humanas da responsabilidade de viver infundida com as perspectivas do inevitável encontro consigo mesmas e da reparação dos estragos cometidos nos diferentes caminhos da evolução. Coube ao Espiritismo ressuscitar ambas, dentro das exigências de uma Humanidade ávida por respostas sobre porque existimos e sofremos. As pesquisas conduzidas por Allan Kardec nas reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, desde abril de 1858, resultaram em expressiva coleta de dados, obtidos através de inúmeros entrevistados que se manifestaram por diversos médiuns. Analisando-os, o Codificador enumerou 32 artigos do que ele chama de Código Penal da Vida Futura, reproduzido no livro O CÉU E O INFERNO. Mostram por variados ângulos a Lei implícita na afirmação “a cada um segundo as suas obras”. Kardec explica que “a criatura renasce no mesmo meio, nação, raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar”. Acrescenta que “não se pode duvidar haver famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas por instintos de orgulho, egoísmo, ambição, enveredam pelo caminho errado, fazendo coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente. Uma família se enriquece a custa de outra; um povo subjuga outro povo, levando-lhe a desolação e a ruína; uma raça se esforça por aniquilar outra raça. Essa a razão por que há famílias, povos e raças sobre os quais desce a pena de Talião”. Destacamos três exemplos de provas e expiações, no acervo construído por Kardec e Chico Xavier, didaticamente alinhados mostrando o efeito e a causa determinante. CASO 1 Efeito - Industrial, morto doze horas após explosão de caldeira em sua empresa, envolvendo seu corpo em verniz fervente nela contida. Socialmente queridíssimo pela postura pessoal, em toda sua cruel agonia, não se lhe ouviu um só gemido, uma só queixa, apesar das dores lancinantes resultantes das profundas queimaduras sofridas. CausaAção assumida 200 anos antes, quando, na condição de juiz e inquisidor italiano condenou a morrer queimados os envolvidos numa conspiração contra politica clerical, entre os quais uma jovem entre 12 e 14 anos, contra a qual os executores se recusavam cumprir a sentença, tornando-se ele, além de juiz, o carrasco que ateou fogo na quase menina. CASO 2 – Efeito – Antonio B., escritor, morto repentinamente( provavelmente um ataque cataléptico), teve seu corpo encontrado virado de bruços durante exumação feita 15 dias após o sepultamento, procedimento efetuado para que familiares recuperassem medalhão por acaso esquecido no caixão. Causa – Ação em vida anterior em que descoberta infidelidade da esposa, a enterrou viva num fosso. CASO 3Efeito – Valéria, morta em consequência de queimaduras sofridas após a palhoça em que vivera por dez anos, em recanto de grande fazenda no interior de Minas Gerais, ter sido incendiada por transeuntes que a julgavam morta por não ter sido vista há vários dias. Lá se instalou depois de comunicar ao marido e dois filhos o diagnóstico médico que a identificara como portadora de lepra, o que fez com que os mesmos a abandonassem naquele setor da propriedade rural, que venderam, mudando-se para local ignorado. Causa – Ações praticadas em existência passada na Idade Média, em cidade da Espanha, na qual ela, denunciou com falsos testemunhos ao Santo Ofício, um irmão consanguíneo, rogando a pena de prisão incomunicável, arrancando-o à esposa e aos filhos e, apesar de impor-lhe solidão e desespero no calabouço por dez anos, requisitou para ele o suplício do fogo, que aplicado em praça pública, foi testemunhado por ela que gravou em seu inconsciente as imagens da agonia, os gritos aterradores e das vísceras fumegantes..


Se, como vocês dizem, há Espíritos que participam de nossa vida e por isso estão em contato conosco, não posso entender como isso acontece e por que não percebemos.

Segundo o Espiritismo, se sentíssemos a presença de Espíritos, ao nosso lado, influenciando em nossa vida, não agiríamos com liberdade.

Como você se sente, quando tem de fazer alguma coisa, sob a presença ou o olhar de alguém?

Logo, sentir a presença de Espíritos é o mesmo que nos submetermos a influência direta de qualquer pessoa que estivesse nos espreitando ou fiscalizando.

Nesse caso, nossos atos não seriam nada espontâneos, pois sentiríamos como estivéssemos sendo guiados e, não agindo conforme nossa vontade, perderíamos o livre arbítrio de nossos atos.

A ação que os Espíritos têm sobre nós, já que eles não podem interferir diretamente sobre o mundo material, é discreta, quase imperceptível e através do pensamento.

Logo, não é difícil concluir que se trata de uma comunicação silenciosa de mente para mente –ou seja, da mente dos Espíritos para a mente dos encarnados.

Não é para se admirar que isso aconteça, caro ouvinte, até porque nós estamos mergulhados num mundo de ideias e sugestões que influenciam em nós em todo momento.

Veja, por exemplo, a questão da propaganda comercial. Que produto compramos? Que marca preferimos? Geralmente aquelas que mais fazem propaganda na mídia.

Os apelos comerciais - dizendo que isto é bom para a saúde, que tal produto é o melhor, que seremos felizes viajando para tal país ou comprando determinado carro, etc. – e que ouvimos o dia inteiro pelo rádio e pela televisão, acabam dirigindo a nossa vida, sem que o percebamos.

Esses apelos penetram sorrateiramente em nosso inconsciente e acabam dirigindo nossa vontade para aquilo que as empresas querem vender.

Ora, se tais instrumentos de propaganda são capazes de influenciar em nossas decisões, sem que percebamos que estamos sendo guiados, imagine que uma ação espiritual constante, que entra pelo inconsciente, também faz o mesmo.

Convém destacar, no entanto, que os Espíritos que costumam influenciar em nossa vida são aqueles que estão ligados a nós por algum laço e por um motivo muito forte.

É por isso que somos suscetíveis de influenciação, tanto dos bons quanto dos maus, dependendo de nossas tendências e inclinações.

No fundo, eles não pensam por nós, mas indiscutivelmente eles nos ajudam a pensar.

É bom que se diga que os Espíritos não criam novas disposições em nós, mas muitos deles sabem aproveitar nossas disposições até para agir conforme eles querem. Nisso consiste sua influência.

Convém considerar, entretanto, que quando essa influência é percebida pelo encarnado é por conta da sua mediunidade, e também nos casos de obsessão pois, nesses casos, a ação sobre o encarnado é ostensiva.


domingo, 24 de setembro de 2023

O DEPOIMENTO DE GOETHE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Considerado o mais importantes dos escritores e pensadores alemães, Johann Wolfgang Von Goethe, viveu 83 anos em nossa Dimensão, tendo desencarnado em 1832, na cidade de Weimar. Romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas da arte, literatura e ciências naturais, fazem parte de sua vasta produção. Ao lado de Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão.Sua obra influenciou a literatura de todo o mundo. Atraves do romance OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER, tornou-se famoso em toda a Europa no ano de 1774. Marco inicial do romantismo, o livro é considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, de tom autobiográfico, escrito na primeira pessoa e com poucas personagens. Na época de seu lançamento, ocorreu na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. Outra obra consagrada de Goethe, foi FAUSTO, poema trágico dividido em duas partes, redigido como uma peça de teatro, pensado mais para ser lido que encenado, cuja versão definitiva foi escrita e publicada em 1808. Em 1788, aos trinta e nove anos, ao retornar da Itália, conhece Schiller que a esta altura já havia escrito a ODE Á ALEGRIA posteriormente imortalizada por Beethoven na sua NONA SINFONIA -, nascendo daí uma sincera amizade, embora temperada com uma dose de competição, embora incomodado com o sucesso do seu concorrente dez anos mais jovem, especialmente pelo seu vício pelo tabaco e pelo jogo. Schiller morreria sete anos depois, aos 39 anos, mas a convivência renderia bons trabalhos em comum. Bem, Allan Kardec, quatorze anos após a morte de Goethe, na reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas de 25 de março de 1856, o evoca e o entrevista, obtendo interessantes informações sobre sua vida, obra e situação no Plano Espiritual. Foram dezenove perguntas, respondidas objetivamente pelo famoso intelectual e reproduzidas no número de junho de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Informando estar ainda na situação de desencarnado, esclarece “estar mais feliz do que enquanto vivo” em nossa Dimensão “por estar desvencilhado do corpo grosseiro, vendo o que não via antes”. Sobre sua opinião atual sobre FAUSTO, explica que era “uma obra que tinha por objetivo mostrar a vaidade e o vazio da Ciência Humana e, por outro lado, naquilo que havia de belo e de puro, exaltar o sentimento do amor, castigando-o no que encerrava de desregrado e de mau”. Sobre se teria sido por uma espécie de intuição do Espiritismo – ainda não Codificado –, que descreveu a influência dos maus Espíritos sobre o homem, disse que “tinha a recordação exata de um mundo onde via exercer-se a influência dos Espíritos sobre os seres materiais”, acrescentando ser uma “recordação de uma existência precedente”, “num mundo diferente da Terra, onde se viam os Espíritos agindo”. Explicou que “era um mundo superior até certo ponto”, mas não como entendemos. “Nem todos os mundos tem a mesma organização, sem que, por isto, tenham uma grande superioridade”, disse. Sobre si, revelou que em sua passagem pela Terra, “cumpria uma missão, não tendo se comprometido, por sua obra ainda servir para moralização”. Segundo ele, “aplicava aquilo que podia haver de superior naquele mundo precedente para melhorar as paixões dos seus heróis”. Sobre a adaptação de FAUSTO, para ópera, feita por Charles-François Gounod, disse que o compositor o “evocou sem o saber, compreendendo-o muito bem, mesmo pensando como músico francês”. A respeito de WERTHER, do ângulo em que se encontrava por ocasião da comunicação espiritual, “a desaprovava, pois fez e causou desgraças”, “sofrendo e se arrependendo pela influência maléfica espalhada, causando muitos suicídios”. Solicitado a opinar sobre Schiller, disse: -“Somos irmãos pelo Espírito e pelas missões. Schiller tinha uma grande e nobre alma, de que eram reflexos as suas obras. Fez menos mal do que eu. É-me superior, porque era mais simples e verdadeiro”. A entrevista inclui ainda outros temas curiosos para nossas reflexões.

Esta é uma indagação que muitos fazem sobre a prece. Como Jesus disse que o Pai sabe de nossas necessidades antes mesmo de lhe fazermos o pedido, por que pedir então, se Deus já sabe?

À primeira vista pode parecer contraditório. Mas não é. Segundo o Espiritismo a prece ou oração vai muito além de um simples pedido.

Do modo como Jesus a coloca, a oração implica necessariamente na sintonia com Deus, sintonia de sentimentos, bondade no coração.

Veja a diferença, por exemplo, entre fazer um pedido por escrito ou fazer o pedido pessoalmente.

Por mais bem escrito seja o pedido, ele jamais pode substituir a presença da pessoa que pede.

Porque o pedido implica numa disposição da alma – quer dizer, num sentimento, que não é possível expressar pelo papel.

É a disposição de pedir, a certeza de que está sendo ouvido e a fé na bondade de Deus, que elevam o nível do pensamento.

Assim, podemos dizer que a oração é uma entrega espiritual que abre um canal de comunicação com Deus.

É por isso que o sentimento é tudo. O sentimento de quem pede não pode ser substituído por nenhum ritual, por nenhuma dádiva material, pois a essência do pedido está na pura expressão desse sentimento.

Não foi por outro motivo que Jesus, ao referir-se à pessoa que vai ao templo orar, disse que ela deveria deixar a oferta em frente o altar e vir primeiro reconciliar com o adversário e, somente depois disso, é que deveria voltar para fazer a oferta.

Sem o coração puro a oferta em si não tem nenhum valor. Mas, é claro que Jesus falava numa linguagem figurada, ou seja, por metáfora.

Ir ao templo orar” significa preparar-se para falar com Deus. “Fazer a oferta” significa dar o melhor de si ao Pai: não a oferta em si, mas o sentimento.

Reconciliar com o adversário” quer dizer purificar o coração, procurar limpá-lo do ódio ou de qualquer sentimento adverso.

Desse modo, contraditório é querer se dirigir a Deus com ódio no coração. A mágoa e o ódio são incompatíveis com Deus, que é todo bondade, todo amor.

Não é difícil entender, então, que o ódio impede nossa comunicação com Deus e que a nossa disposição em compreender ou perdoar o ofensor é que permite essa sintonia com o Pai.

Logo, orar significa nos depurar das imundícies que trazemos na alma, buscando a própria melhoria.

Por isso mesmo, na oração precisamos usar de sinceridade, apresentando-nos a Deus tal qual somos, e pedir sobretudo a nossa própria melhoria moral.

A felicidade, para Jesus, não era conquista material, mas, sim, a nossa espiritualização, para podemos vivenciar a verdadeira paz no coração.


sábado, 23 de setembro de 2023

QUEM FOI -JESUS GONÇALVES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Certo que a natureza não dá saltos, mas para quem já, aos 27 anos tinha acabado de se tornar viúvo com quatro filhos pequenos, ouvir o diagnóstico que estava com lepra e destinado ao isolamento numa das Colônias existentes no Brasil dos anos 30, era motivo mais que suficiente para não crer em Deus. Pois foi essa a reação de Jésus Gonçalves. Não fosse por um jovem pesquisador e escritor, Eduardo Carvalho Monteiro, talvez nem soubéssemos de sua existência, terminada em 1947, aos 45 anos. Integrando um grupo que, em nome da caridade, iniciou trabalho de assistência no Hospital-Colônia de Pirapitingui, nas imediações de Itu (SP), Eduardo impressionou-se ao encontrar um marco da presença de Jésus naquela instituição: a Sociedade Espírita Santo Agostinho, por ele idealizada e fundada, dois anos antes de morrer. Próximo de Chico Xavier, tomou conhecimento também que Jésus – poeta que tivera seus trabalhos publicados na obra FLORES DE OUTONO (lake) -, desde sua morte, havia psicografado vários poemas e trovas através dele, distribuídos em inúmeros livros do médium. Idealista empolgado, Eduardo partiu para minuciosa pesquisa que resultou em 1980, na obra A ESTRAORDINÁRIA VIDA DE JÉSUS GONÇALVES (correio fraterno) e, 1998, no JÉSUS GONÇALVES, O POETA DAS CHAGAS REDENTORAS (eme). No primeiro, demonstrando grande inspiração, Eduardo encadeia fatos históricos e revelações espirituais, mostrando que o desventurado Jésus de hoje, percorria, na verdade, o caminho de sua libertação de grandes equívocos do passado, onde, ostentando o poder, transformou a própria ambição no tormento de milhares de pessoas, não apenas numa, mas, por várias encarnações Em fevereiro de 1947, no dia 16, por volta das onze da manhã, retorna ao Mundo Espiritual. O médium Chico Xavier não o conheceu pessoalmente, a não ser por correspondência, em que afirmou, muitas vezes, que, “ao partir da Terra, pretendia ir vê-lo em Espírito”. Na última carta recebida, havia uma foto, na qual aparecia com algumas alterações na face e numa das pernas. Semanas passaram sem novas notícias - conforme relatado na obra NO MUNDO DE CHICO XAVIER (ide) -, até que “numa noite do mês de março de 1947, chegaram a Pedro Leopoldo, Francisco de Paula Cardoso, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e o Doutor Raul Soares, de São Manoel (SP). Era uma terça-feira, dia que não tínhamos tarefa no Centro Espírita Luiz Gonzaga. Junto aos amigos, fomos à sede do grupo, a fim de orarmos juntos. Sentei-me entre os dois, o Doutor Raul fez a prece e, daí a minutos, Emmanuel comunicava-se conosco. Terminada a manifestação, me achando em profunda concentração mental, vi a porta de entrada iluminar-se de suave clarão. Um homem-espírito apareceu aos meus olhos, mas em condições admiráveis. Além da aura de brilho pálido que o circundava, trazia luz não ofuscante, mas clara e bela, a envolver-lhe certa parte do rosto e da cabeça, ao mesmo tempo em que uma das pernas surgia vestida igualmente de luz. Profunda simpatia me ligou o coração à entidade que nos buscava, assim de improviso, e indaguei, mentalmente, se eu podia saber de quem se tratava. O visitante aproximou-se mais de mim, dizendo: “- Chico, eu sou Jésus Gonçalves! Cumpro a minha promessa... Vim ver você!” As lágrimas me subiram do coração aos olhos. Percebi que o inolvidável amigo mostrava mais intensa luz nas regiões em que a moléstia mais o supliciara no corpo físico, e quis dizer-lhe algo de minha admiração e alegria. Entretanto, não pude articular palavra alguma, nem mesmo em pensamento. Ele, porém, continuou: “- Se possível, Chico, quero escrever por você, dar minhas notícias aos irmãos que deixei à distância e agradecer a Deus as dádivas que tenho recebido”. A custo, perguntei, ainda mentalmente, o que pretendia escrever, querendo, de minha parte, falar alguma coisa, porque ignorava que ele houvesse desencarnado e não conseguia esconder meu jubiloso espanto. Ele abraçou-me. Em seguida, colocando-se no meio da pequena sala recitou um poema que eu ouvia, mas não guardava na memória. Ao terminar, pareceu-me mais belo, mais brilhante. Notando a preocupação dos irmãos encarnados presentes ante o pranto que não conseguia conter, indaguei se tinham notícias da morte do companheiro, que, confirmando seu desconhecimento, sugeriram que tomasse o lápis e Jesus debruçando-se sobre meu braço, escreveu em lagrimas os versos que recitara para mim, momentos antes: “- PALAVRAS DO COMPANHEIRO (aos meus irmãos de Pirapitingui) – Irmãos, cheguei contente ao Novo Dia / E ainda em pleno assombro de estrangeiro, / Jubiloso, saltei de meu veleiro / No porto da Verdade e da Harmonia. / Bendizei, com Jesus, a dor sombria / Na romagem de pranto e cativeiro,/ Nele achareis o Doce Companheiro / Para as rudes tormentas da agonia... / Não desdenheis a chaga que depura, / Nossas horas de amarga desventura / São dádivas da Lei que nos governa!... / As escuras feridas torturantes / São adornos nas vestes deslumbrantes / Que envergamos ao sol da Vida Eterna ! / Ave, maravilhosa madrugada / Que desdobras a luz no céu aberto / Além das trevas, longe do deserto / Onde a esperança geme incontentada! / Salve, resplandecente e excelsa estrada / Sobre o mundo brumoso , estranho e incerto / Que acolhe, em paz, o espírito liberto / Na vastidão da abóboda estrelada / Oh! Meu Jesus, que fiz na noite densa, / Por merecer tamanha recompensa / Se confundido e fraco me demoro?! / Recebe, ante a visão do Espaço Eleito, / A alegria que vaza de meu peito / Nas venturosas lágrimas que choro....”



Se os Espíritos estão sempre presentes, como é que não podemos vê-los?

Há duas formas de explicar isso. Primeiramente, não vemos os Espíritos porque eles se acham numa dimensão diferente da nossa, que chamamos de mundo espiritual ou mundo dos Espíritos.

As diferentes dimensões de interpenetram, sem que uma toque a outra. Portanto, podemos estar ao lado de Espíritos, sem que os percebamos.

Segundo temos aprendido com a doutrina, essas dimensões são paralelas e a único ponto de contato, quando se faz possível, é pelo pensamento.

Quando pensamos em determinado Espírito – às vezes parente ou amigo – ele pode perceber esse contato, mas percebe mais o tipo de sentimento que nos liga a ele.

Daí a importância da prece. Sempre que oramos por ele (para orar basta um bom pensamento), estamos enviando uma mensagem de paz.

Existe, entretanto, uma mediunidade chamada de clarividência. Por ela, algumas pessoas, quer chamamos de médiuns, podem perceber alguns lances do mundo dos Espíritos, como se os tivesse vendo.

Mesmo assim, a percepção do médium é muito restrita; ele só consegue perceber um Espírito em determinadas situações, quando estabelece algum tipo de relação com ele ou com o ambiente em que se encontra.

Uma segunda forma de explicar porque não vemos os Espíritos é porque, se isso fosse possível, ficaríamos perturbados com suas presenças.

Quando encarnados, nossos sentidos nos permitem entrar em contato apenas com o mundo físico.

Desse modo só podemos perceber as pessoas que nos cercam e, quando elas não estão presentes, sentimo-nos sozinhos.

No entanto, se fosse possível perceber os Espíritos por toda parte, nós nos sentiríamos vigiados e, desse modo, não agiríamos com liberdade, perdendo a nossa espontaneidade.

Convém esclarecer ainda que, tal como os encarnados, a presença de Espíritos se dá pelos laços de afeto ou por interesses que nos ligam a eles.

A presença mais marcante em nossa vida é do nosso protetor espiritual, que nem sempre está ao nosso lado, pois ele pode nos acompanhar à distância.

Mas pode acontecer que tenhamos na espiritualidade familiares, parentes e amigos que, vez ou outra, podem nos procurar, seja para nos ajudar ou para pedir ajuda.

Outra questão, que se pode levantar sobre o assunto, é a dos chamados Espíritos obsessores que, realmente, podem se fazer presentes em vários momentos em nossa vida.

Obsessor nada mais é do que antigo desafeto que nos procuram por algum motivo pessoal que nos ligou no passado.

Desse modo, é difícil entender que não há vantagem nenhuma em ver os Espíritos; pelo contrário, teríamos mais desvantagens.



sexta-feira, 22 de setembro de 2023

UM PROCESSO LENTO E DIFÍCIL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O número de outubro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA Allan Kardec dedicou grande parte a um conjunto de previsões sobre a dinâmica do processo de transição pelo qual a Terra passa na passagem de um ciclo evolutivo para outro. Mais de um século e meio passou e a evolução da densidade demográfica confrontada com os extraordinários avanços tecnológicos deixam muitos dos que fazem análises de maior amplitude um tanto quanto assustados ante tantas aparentes contradições em todos os aspectos. Uma reflexão sobre uma parte das abordagens da reproduzidos por Allan Kardec nascidas de manifestações obtidas pelos métodos mediúnico e sonambúlico mostra o acerto deles. Acresça-se a esses dados a revelação de que a população de Espíritos desencarnados da Terra que se renovam diariamente na população de encernados pela reencarnação/desencarnação é algo em torno de 20 /30 bilhões. Destacamos alguns trechos demonstrando isso: A Terra não deve ser transformada por um cataclismo, que aniquilaria subitamente uma geração. A geração atual desaparecerá gradualmente, e a nova a sucederá, sem que nada seja mudado na ordem natural das coisas. Tudo se passará, pois, exteriormente, como de hábito, com uma única diferença, mas esta diferença é capital: uma parte dos Espíritos que aí se encarnavam não mais encarnarão. Numa criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e devotado ao mal que tivesse encarnado, será um Espírito mais adiantado e devotado ao bem. Trata-se, pois, muito menos de uma nova geração corporal que de uma nova geração de Espíritos. Assim, os que esperavam ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos ficarão decepcionados. A época atual é de transição; os elementos das duas gerações se confundem. Colocados em ponto intermediário, assistis à partida de uma e à chegada da outra, e cada um já se assinala no mundo pelos caracteres que lhes são próprios. As duas gerações que sucedem uma à outra têm ideias e pontos de vista opostos. Pela natureza das disposições morais, mas, sobretudo, das disposições intuitivas e inatas, é fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Devendo fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, aliadas ao sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, o que é sinal indubitável de certo grau de progresso anterior. Não será composta exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas daqueles que, tendo já progredido, estão predispostos a assimilar todas as ideias progressivas, e aptos a secundar o movimento regenerador. Ao contrário, o que distingue os Espíritos atrasados é: primeiro, a revolta contra Deus pela negação da Providência e de todo poder superior à Humanidade; depois, a propensão instintiva às paixões degradantes, aos sentimentos antifraternos do egoísmo, do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim, a predominância do apego a tudo o que é material. Tais os vícios de que a Terra deve ser expurgada pelo afastamento dos que se recusam a emendar-se, porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque os homens de bem sempre sofrerão com o seu contato. Não se deve entender que todos os Espíritos retardatários serão expulsos da Terra e relegados a mundos inferiores. Muitos, ao contrário, a ela voltarão, porque muitos cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo; neles a casca era pior que a essência. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos preconceitos do mundo corporal, a maioria verá as coisas de maneira completamente diferente do que quando vivos, do que tendes numerosos exemplos. Só haverá uma exclusão definitiva para os Espíritos rebeldes por natureza, aqueles que o orgulho e o egoísmo, mais que a ignorância, tornam-se surdos à voz do bem e da razão. Em seu desvario, eles próprios cavarão a sua ruína; impelirão à destruição, que engendrará uma porção de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão o advento da era da renovação. E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os as tentativas de auto-destruição se MULTIPLICANDO  EM PROPORÇÃO NUNCA VISTA, ATÉ ENTRE AS CRIANÇAS.



Gostaria de saber como que alguém consegue ser ateu. (Marcos Antonio Guimarães)

Na verdade, quem melhor poderia responder esta pergunta seria aquele que se diz ateu. É claro que ele deve ter motivos para isso.

Acreditamos que todas as pessoas têm as suas próprias convicções que, certamente, decorrem de suas experiências de vida.

Os pais exercem uma grande influência sobre seus filhos em matéria de religião, até porque a fé é algo que se aprende mais por via emocional.

Logo, as famílias que praticam sua religião com convicção tendem a dar aos filhos a crença em Deus, por causa dos valores que cultivam.

No entanto, a influência dos pais em matéria de crença religiosa pode encontrar uma barreira quando eles mesmos não demonstram acreditar nas coisas que ensinam.

Explicamos melhor: há casos em que os filhos se decepcionaram com os pais que na verdade, de religião só ostentavam o título, pois, na prática, não faziam o que a religião mandava.

O descompasso entre o que a religião diz e o que a ciência afirma pode ser um fator que leva os jovens à descrença, principalmente quando ele cursa uma faculdade.

Por outro lado, a influência dos pais tendem a perder terreno para a sociedade, principalmente hoje, com a grande penetração da mídia ou dos meios de comunicação.

Já tivemos oportunidade de conversar com pessoas que se diziam descrentes por não encontrarem lógica na religião, outras tiveram decepções na própria família.

Já as pessoas que nascem num berço espírita parece crescerem com mais segurança em relação ao que acreditam, já que o Espiritismo proclama uma fé racional e procura seguir o desenvolvimento científico.