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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Como duvidar?


O avião de pequeno porte alçara voo no dia 7 de novembro de 1981, do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia na direção de Alto Paraíso, norte do Estado, com quatro passageiros, um dos quais o Ary Ribeiro Valadão, filho do então Governador de Goiás. Minutos após ter iniciado a rota traçada, um pane no aparelho fez com que seu experiente piloto tentasse um pouso de emergência, o que se mostrou impossível visto que sobrevoavam  área de mata fechada, levando a aeronave a se chocar contra uma árvore antes de cair ao solo. O piloto morreu na hora em consequência do impacto, enquanto os demais ocupantes do aparelho, apesar das lesões graves, continuavam vivos. Um deles, justamente Ary, atordoado, conseguiu sair das ferragens e, ao tentar socorrer os amigos sobreviventes, foi, com eles, vitima de forte explosão seguida de incêndio, resultante do vazamento de combustível existente no tanque situado nas asas do veículo. Com queimaduras profundas, foram resgatados e removidos para hospital, na tentativa de preservar-lhes a vida física, o que não foi possível, já que Mauro e o companheiro salvo morreriam horas depois, e Ary, seis dias após o sinistro, em 13 de novembro, impondo grande comoção no Estado que, com os familiares mais próximos vivera momentos de grande angústia e expectativa. A dor dos entes queridos ante tão inesperada mudança, levou exatamente quatro meses depois, sua mãe e irmãs, à cidade de Uberaba (MG), na esperança de, através de Chico Xavier, obter alguma informação sobre, não apenas o ocorrido, mas, também, sobre o inesquecível Aryzinho, como era carinhosamente conhecido. O resultado da esperançosa busca, foi a psicografia pelo médium de uma das mais longas cartas recebidas por ele nas décadas de serviços prestados a milhares de pessoas que o procuravam movidos pelo desespero derivado da sensação de perda imposta pela morte. Na mensagem, revela – como inúmeros outros comunicantes – manter-se ciente das lutas íntimas especialmente do pai com quem tinha profunda ligação e da mãe; estar sendo auxiliado na escrita naquele momento pelo tio Natalino, também desencarnado, visto “não ter experiência bastante para vestir a mão de uma pessoa qual se usasse uma luva”. Na dúvida, sugere: “procurem-me por trás das letras e encontrarão meus sentimentos palpitando”. Apesar da situação precária em que fisicamente se encontrava, manteve a lucidez durante os dias restantes em nossa Dimensão, adivinhando no olhar dos que o visitavam a gravidade da situação. Cita a importância das preces proferidas por sua mãe e irmãs, descrevendo os derradeiros instantes no corpo, que como já percebia, “não passava de uma vestimenta estragada”. Conta: “– Em preces, no silêncio, esperava até que senti que mãos suaves me acariciavam a cabeça e dormi. Um sono pesado, de cujas imagens de sonhos possíveis não me recordo. Apenas dormi. Acordei, porém, acabrunhado, como se estivesse sob a presença incômoda de muita gente, apesar do meu espírito de gratidão para quem estivesse ali a visitar-me. Unicamente, estranhei achar-me fora do quarto e, sim, em plena sala, achava-me na condição de uma pessoa semi-anestesiada sob a incapacidade de me controlar, quanto a movimentação e direção. Falar não conseguia. No entanto, emitia pedidos mentais de socorro. Um desconhecido de rosto amigo me estendeu os braços e me convidou à retirada afirmando-me que se achava incumbido de me conduzir a novo tratamento. Aceitei, sem hesitação, o apoio que ele me estendia, porquanto, não me admitia com a possibilidade de caminhar; ainda assim, embora aceitando o amparo dele, segurando-lhe um dos ombros, senti-me aliviado, mais leve...Acreditei que me achava à frente de melhoras positivas. Guiado pelo amigo, encontrei um avião misto de Bonanza e helicóptero, com a feição de uma grande borboleta, onde um senhor e uma senhora, que admiti fossem meus novos enfermeiros, me aguardavam”. Ary, segue com minucias altamente surpreendentes confirmando que a vida continua mesmo além da morte do corpo físico. ASSISTA OS PROGRAMAS DA SÉRIE INFORMAÇÃO ESPIRITA, CLICANDO OS LINKS ABAIXO


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

QUEM FOI (10) - a primeira mensagem


“-Senhor Jesus! Pela bênção   /   De tua doutrina Santa   /   Que nos apoia e levanta   /   Para o teu Reino de Amor,   /   Pela paz que nos ofertas,   /   Pela esperança divina   /    Que nos conforta e ilumina,   /   Bendito seja, Senhor!     /     Pela carícia do lar,   /   - Doce templo de carinho -   /   Que nos concedes por ninho,   /   Céu na Terra, campo em flor.   /   Pelo aconchego suave   /   Da afeição que nos aquece,   /   Pelo consolo da prece,   /   Bendito sejas, Senhor!..     /     Pelo tesouro sublime   /   De graças da natureza,   /   Do mar, do jardim, da cor,    /   Pela fonte que entretece   /   Poemas de melodia,   /   Pelo pão de cada dia,   /    Bendito sejas Senhor!     /     Em tudo o que nos reserves   /   À luz de cada momento,   /   O nosso agradecimento,   /   Por tudo, seja o que for...   /   Vivemos, Jesus Querido,   /   Na alegria de encontrar-te,   /   Cantando por toda parte,   /   Bendito sejas, Senhor!...”. A belíssima PRECE DE GRATIDÃO foi psicografada por João de Deus, através de Francisco Cândido Xavier, na noite de 19 de janeiro de 1967, na cidade de Atafona, litoral fluminense, para onde se deslocara o médium acatando sugestão do grande amigo Clóvis Tavares, sensibilizado ante o abatimento em que o encontrara pelos inesperados acontecimentos registrados em sua vida pessoal. Numa reservada reunião de estudo do Evangelho, após o encerramento, Chico sugeriu alguns momentos de concentração aos presentes, pois alguns Amigos Espirituais desejavam manifestar-se. Logo a seguir, o lápis correu celeríssimo como sempre, sobre vinte e seis páginas de papel, sem uma emenda sequer, sem a mínima rasura, resultando em duas mensagens”: a primeira assinada pelo irmão do anfitrião; a outra, a sentida Prece com que abrimos esses comentários. Nos 65 cinco anos que viveu em nossa Dimensão, o português João de Deus de Nogueira Ramos acumulou uma série de experiências marcantes, deixando inscrito seu nome na história de Portugal não apenas como poeta, mas, também como autor de um método de alfabetização denominado CARTILHA MATERNAL, adotado ainda hoje. Quarto de uma família de quatorze irmãos, João de Deus, por compreensíveis dificuldades financeiras de seu pai, ingressou no Seminário de Coimbra para avançar nos estudos, mudando aos 19 anos, para o Direito, por não ter vocação eclesiástica. Não se identificando com essa atividade, preferindo as artes, dedica-se à poesia, vivendo quase na indigência por falta de recursos, até que aos 29 anos, muda-se para Lisboa, casa-se, assume a redação de um periódico, lançando-se na cruzada pela alfabetização, onde, usando a criatividade e aspectos do método de Pestalozzi, formula sua proposta através da CARTILHA MATERNAL, que, aos 37 anos foi aprovado e adotado pelo Governo português. Ingressa na política por insistência de amigos, vindo a desencarnar em 1896, aos 65 anos por complicações cardíacas, deixando nove obras publicadas com seus escritos. Quando em 1927, aos 17 anos o médium Chico Xavier descobre e direciona sua mediunidade no campo da psicografia, João de Deus inclui-se entre os inúmeros poetas que o auxiliaram a aprimorar sua percepção nessa área. Surgem inúmeros sonetos e poemas, parte dos quais inseridos, a princípio no PARNASO DE ALEM TÚMULO (feb,1932). Alguns, reformulando ideias que disseminara em seus poemas. Dentre as transmitidas por Chico, destacamos ETERNA MENSAGEM, onde ele diz: “- Ainda e sempre o Evangelho do Senhor   /   É a mensagem eterna da Verdade,   /   Senda de paz e de felicidade,   /   Na luz das luzes do Consolador.     /    Nos caminhos da lágrima e da dor,   /   Ante os desfiladeiros da impiedade,   /   Não sabe o coração da Humanidade   /   Beber dessa água límpida do Amor.    /     Mas os túmulos falam pela estrada,   /   Em toda a parte fulge uma alvorada   /   Que ao roteiro dos Céus nos reconduz;     /     O Evangelho, na luz do Espiritismo,   /   É a escada de Jacob vencendo o abismo,   /   Trazendo ao mundo o verbo de Jesus.     

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Atualíssimo


Abrindo a pauta da REVISTA ESPÍRITA de novembro de 1859, Allan Kardec apresenta interessante matéria intitulada “DEVEMOS PUBLICAR TUDO QUANTO OS ESPÍRITOS DIZEM?” que se mostra atualíssima, especialmente diante da profusão de títulos que disputam lugar nos expositores das livrarias ou catálogos de editoras e distribuidoras, demonstrando acirrada disputa por qual apresenta “revelações” ou “novidades” mais originais. Como livros espíritas se tornaram até meio de vida, revisões doutrinárias ou fundamentadas no bom senso, inexistem. O alvo é um público ávido por conteudos que chegam a ser estapafúrdios. As ponderações de Kardec sugerem reflexões. Diz ele: “- Esta pergunta nos foi dirigida por um dos nossos correspondentes. Respondemo-la da maneira seguinte: Seria bom publicar tudo quanto dizem e pensam os homens? Quem quer que possua uma noção do Espiritismo, por superficial que seja, sabe que o mundo invisível é composto de todos aqueles que deixaram na Terra o envoltório visível. Despojando-se, porém, do homem carnal, nem todos se revestiram, por isso mesmo, da túnica dos anjos. Há Espíritos de todos os graus de conhecimento e de ignorância, de moralidade e de imoralidade – eis o que não devemos perder de vista. Não esqueçamos que entre os Espíritos, assim como na Terra, há seres levianos, desatentos e brincalhões; falsos sábios, vãos e orgulhosos, de um saber incompleto; hipócritas, malévolos e, o que nos parecia inexplicável, se de algum modo não conhecêssemos a fisiologia desse mundo, há sensuais, vilões e crapulosos que se arrastam na lama. Ao lado disto, sempre como na Terra, temos seres bons, humanos, benevolentes, esclarecidos, de sublimes virtudes. Como, entretanto, nosso mundo não está na primeira nem na última posição, embora mais vizinho da última que da primeira, disso resulta que o mundo dos Espíritos abrange seres mais avançados intelectual e moralmente que nossos homens mais esclarecidos, e outros que ainda estão abaixo dos homens mais inferiores. Desde que esses seres têm um meio patente de comunicar-se com os homens, de exprimir seus pensamentos por sinais inteligíveis, suas comunicações devem ser um reflexo de seus sentimentos, de suas qualidades ou de seus vícios. Serão levianas, triviais, grosseiras, mesmo obscenas, sábias, científicas o sublimes, conforme seus caráter e sua elevação. Revelam-se por sua própria linguagem. Daí a necessidade de não aceitar cegamente tudo quanto vem do mundo oculto, e submetê-lo a controle severo. Com as comunicações de certos Espíritos, do mesmo modo que com os discursos de certos homens, poder-se-ia fazer uma coletânea muito pouco edificante(...). Ao lado dessas comunicações francamente más, e que chocam qualquer ouvido um pouco delicado, outras há que são simplesmente triviais ou ridículas (...). O mal é dar como sérias, coisas que chocam o bom senso, a razão e as conveniências. Nesse caso, o perigo é maior do que se pensa. Para começar, tais publicações tem o inconveniente de induzir em erro as pessoas que não estão em condições de examiná-las e discernir entre o verdadeiro e o falso, principalmente numa questão tão nova como o Espiritismo. Em segundo lugar, são armas fornecidas aos adversários que não perdem a oportunidade para tirar deste fato argumentos contra a alta moralidade do ensino espírita; porque, diga-se mais uma vez, o mal está em apresentar seriamente coisas que são notórios absurdos (...). As pessoas que estudaram a fundo a ciência espírita sabem qual a atitude que convêm a este respeito. Sabem que os Espíritos zombeteiros não tem o menor escrúpulo de enfeitar-se com nomes respeitáveis. Mas sabem também que esses Espíritos só abusam daqueles que gostam de se deixar abusar, que não sabem ou não querem esclarecidas suas astúcias pelos meios já conhecidos (...). Os Espíritos vão aonde acham simpatia e onde sabem que serão ouvidos (...).Publicar sem exame, ou sem correção, tudo quanto vem dessa fonte, seria, em nossa opinião, dar prova de pouco discernimento”. VOCÊ SABIA QUE ALLAN KARDEC ANALISOU UMA CONSULTA SOBRE REGRESSÃO DE MEMÓRIA? clique no link indicado abaixo
   

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Curiosidade Satisfeita


Todos gostariam de saber o que ocorre na outra dimensão durante a realização das reuniões públicas ou reservadas nos Centros Espíritas. André Luiz focou certos aspectos em alguns de seus livros; Irmão Jacob no clássico VOLTEI (feb), de forma genérica. Objetivamente, a segura mediunidade de Chico Xavier legou-nos precioso relato psicofônico do Dr. Efigênio S. Vitor, ativo trabalhador do movimento espírita de Belo Horizonte (MG), desencarnado em 1953 e que, meses depois, já no ano de 1954, contou em interessante manifestação, como satisfez a própria curiosidade sobre os ‘bastidores’ das atividades de um Centro Espírita, quanto à infra-estrutura e recursos humanos existentes do outro lado da vida.  Revela que “o Plano Superior mantém operosas e abnegadas equipes de assistência nos santuários de nossa fé orientados pelo devotamento ao Bem. Com a supervisão e cooperação de vasto corpo de colaboradores em que se integram médicos e religiosos, inclusive sacerdotes católicos, ministros evangélicos e médiuns espíritas já desencarnados, além de magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros, temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente. A segurança é mantida por três faixas magnéticas protetoras. A primeira, guarda a assembleia constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à tarefa da noite. A segunda faixa encerra um circulo maior, no qual se aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui, ainda em posição de necessidade, à cata de socorro e esclarecimento. A terceira, mais vasta, circunda o edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque, além dela, temos uma turba compacta – a turba dos irmãos que ainda não podem partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico. Essa multidão assemelha-se à que vemos, frequentemente, diante dos templos católicos, espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de participação no culto da fé. Bem junto à direção de nossas atividades, está reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos preservam as linhas magnéticas defensivas. À frente da mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos. E em contraposição com a porta de acesso ao recinto, dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de socorro, nos quais se alonga o serviço assistencial. Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica de contenção, destinada ao amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento pelo eletrochoque. E assim organiza-se nossa casa para desenvolver a obra fraterna em que empenha, a favor dos companheiros que não encontraram, depois da morte, senão as próprias perturbações”. Três meses depois, em nova manifestação e, outros interessantes detalhes. Conta: “-Em toda parte onde tenhamos uma agremiação de pessoas com fins determinados, existe na atmosfera ambiente um centro mental definido, para o qual convergem todos os pensamentos, não somente nossos, mas também daqueles que nos comungam as tarefas gerais. Esse centro abrange vasto reservatório de plasma sutilíssimo, de que se servem os trabalhadores, na extração dos recursos imprescindíveis à criação de formas-pensamento, constituindo entidades e paisagens, telas e coisas semi-inteligentes, com vistas à transformação dos companheiros dementados que intentamos socorrer”. Nos trabalhos de auxílio específico aos desencarnados doentes, explica que “para que se recuperem, é indispensável recebam o concurso de imagens vivas sobre as impressões vagas e descontínuas a que se recolhem. E para esse gênero de colaboração especializada são trazidos os arquitetos da Vida Espiritual, que operam com precedência em nosso programa de obrigações, consultando as reminiscências dos comunicantes que devam ser amparados, observando-lhes o pretérito e anotando-lhes os labirintos psicológicos(...). É assim que, aqui dentro, em nossos horários de ação, formam-se jardins, templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os nossos companheiros desencarnados se sintam como que tornando à realidade pregressa(...). Espelhos ectoplásmicos e recursos diversos são também por eles improvisados, ajudando a mente dos amigos encarnados, que operam na fraseologia assistencial”. Efigênio prossegue minudenciando outros aspectos interessantes que nos permitem mentalmente perceber a intensidade das ações anteriormente apenas imaginadas.   


domingo, 16 de dezembro de 2012

Atmosfera Espiritual


Sabe aquela sensação de mal estar que experimentamos quando adentramos certos ambientes? Não são fruto de nossa imaginação como podemos pensar. Allan Kardec abrindo a edição de maio de 1867 de sua REVISTA ESPÍRITA, apresenta um interessante artigo com o título ATMOSFERA ESPIRITUAL que nos ajuda a entender o “porque” da referida impressão. Dentro daquela lógica que caracteriza todos seus escritos, diz ele: “Ensina o Espiritismo que os Espíritos constituem a população invisível do Globo, estão no espaço e entre nós, vendo-nos e nos acotovelando incessantemente, de tal sorte que, quando nos julgamos sós, constantemente temos testemunhas secretas de nossas ações e pensamentos. Isto pode parecer aborrecido para certas pessoas, mas desde que assim é, não se pode impedir que assim seja. Cabe a cada um fazer como o sábio que não teria medo que sua casa fosse de vidro(...). Além disso sabemos que, numa reunião, além dos assistentes corporais, há sempre auditores invisíveis; que sendo a permeabilidade uma das propriedades do organismo dos Espíritos, estes podem achar-se em número ilimitado num dado espaço. Muitas vezes nos foi dito que em certas sessões eram em quantidade inumerável. Na explicação dada(...), foi dito que o número dos Espíritos presentes era tão grande, que a atmosfera estava, por assim dizer, saturada de seus fluídos. Isso não é novo para os Espíritas, mas talvez não tenham sido deduzidas todas as consequências. Sabe-se que os fluidos que emanam dos Espíritos são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração. Conhece-se seu poder curativo em certos casos e, também, seus efeitos mórbidos de indivíduo a indivíduo. Ora, desde que o ar pode ser saturado desses fluidos, não é evidente que, conforme a  natureza dos Espíritos que abundam em determinado lugar,  o ar ambiente se ache carregado de elementos salutares ou malsãos, que devem exercer influências sobre a vida física, assim como sobre a saúde moral? Quando se pensa na energia da ação que um Espírito pode exercer sobre um homem, é de admirar-se de que deve resultar de uma aglomeração de centenas ou de milhares  de Espíritos? Esta ação boa ou má conforme os Espíritos emanem num dado meio um fluido benéfico ou maléfico, agindo à maneira das emanações fortificantes ou dos miasmas deletérios, que se espalham no ar. Assim se pode explicar certos efeitos coletivos, produzidos sobre massas de indivíduos, o sentimento de bem ou de mal- estar, que se experimenta em certos meios, e que não tem nenhuma causa aparente conhecida, o entusiasmo ou desencorajamento por vezes a espécie de vertigem que se apodera de toda uma assembleia, de toda uma cidade, mesmo de todo um povo.  Em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera viciada ou vivificante(...). Podemos, então, subtrair-nos a essas influências que emanam de uma fonte inacessível aos meios materiais? Sem nenhuma dúvida. Porque, assim como saneamos os meios insalubres, destruindo a fonte dos miasmas, podemos sanear a atmosfera moral que os cerca, subtraindo-nos às influências perniciosas dos fluidos espirituais malsãos, e isto mais facilmente do que podemos escapar às exalações pantanosas, pois depende unicamente de nossas vontade e aí não estará um dos menores benefícios do Espiritismo, quando for universalmente compreendido e, sobretudo, praticado. Um princípio perfeitamente constatado por todo espírita, é que as qualidades do fluido perispiritual estão na razão direta das qualidades do Espírito encarnado ou desencarnado; quanto mais elevados forem seus sentimentos, e desprendidos das influências da matéria, mais depurado será eu fluido. Conforme os pensamentos que o dominam, o encarnado irradia fluidos impregnados desses mesmos pensamentos, que os viciam ou os saneiam, fluidos realmente materiais, posto que impalpáveis, invisíveis aos olhos do corpo, mas perceptíveis pelos sentidos perispirituais e visíveis pelos olhos da alma, pois impressionam fisicamente e afetam aparências muito diferentes para os que são dotados de visão espiritual. Pelo simples fato da presença dos encarnados numa assembleia, os fluidos ambientes serão, pois, salubres ou insalubres, conforme os pensamentos dominantes forem bons ou maus. Quem quer que traga consigo pensamentos de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, animosidade, cupidez, falsidade, hipocrisia, murmuração, malevolência, numa palavra, pensamentos colhidos na fonte das más paixões, espalha em torno de si eflúvios fluídicos malsãos, que reagem sobre os que o cercam. Ao contrário, na mesma assembleia em que cada um só trouxesse sentimentos de bondade, de caridade, de humildade, de devotamento desinteressado, de benevolência e de amor ao próximo, o ar é impregnado de emanações positivas, em meio às quais se sente viver mais à vontade. Agora se se considerar que os pensamentos atraem pensamentos da mesma natureza, que os fluidos atraem fluidos similares, compreende-se que cada indivíduo traga consigo um cortejo de Espíritos simpáticos, bons ou maus, e que, assim, o ar seja saturado de fluidos relacionados aos pensamentos que predominam. Se os maus pensamentos forem em minoria, não impedirão que as boas influências se produzam, pois estas os neutralizam”. A análise de Kardec, prossegue acrescentando reveladores e surpreendentes revelações sobre a questão.        

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Alicerce da Saúde Humana


O progresso do mentalismo abrirá, indubitavelmente, novos rumos à Medicina para engrandecimento do futuro humano”, prognosticou o Espírito Miguel Couto, em interessante e reveladora mensagem psicografada pelo médium Chico Xavier, no início dos anos 50, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Médico, cientista, professor da Faculdade Nacional de Medicina, membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Letras, o Doutor Miguel teve larga projeção no cenário científico do País em sua época, com repercussão no estrangeiro, deixando trabalhos de real valor científico, destacando-se como benfeitor estimado e respeitado pelo povo e pela classe médica, até seu desencarne em 1934, aos 69 anos. A década e meia de permanência no Plano Espiritual, ampliou seus vastos conhecimentos a respeito da saúde humana, levando-o a considerar que o “corpo físico é máquina viva, constituída pela congregação de miríades de corpúsculos ativos, sob o comando do Espírito que manobra com a rede biológica dentro das mesmas normas que seguimos ao utilizar a corrente elétrica”. De suas observações, concluiu que “avançando pesadamente, da animalidade para a humanidade, aumentamos o poder da consciência pela assimilação dos valores que a vida nos oferece, por intermédio do tempo e do trabalho; e, com esse poder armazenado na economia do próprio Ser, manejamos o equipamento celular, com antecipado conhecimento de suas ações e reações, qualidades superiores ou idiossincrasias genéticas, para que nos ajustemos ao laborioso esforço da encarnação, dela retirando os proventos necessários”. Do seu privilegiado ponto de observação, entende que “o homem, na estruturação fisiopsíquica, é uma grande bateria criando e acumulando cargas elétricas, com que influencia e é influenciado. Todo sentimento é energia estática. Todo pensamento é criação dinâmica. Toda ação é arremesso, com todos os seus efeitos”. Explicando melhor, diz que “cada individualidade, assim, conforme os sentimentos que nutre na estrutura espiritual e segundo os pensamentos que entretem na mente, atrai ou repele, constrói ou destrói, através das forças que emite nas obras, nas palavras, nas atitudes, com que se evidencia pela instrumentação mental que lhe é própria”.  Estabelecendo um paralelo com a saúde, pondera que “a saúde é questão de equilíbrio vibracional, de conformação de frequências. Naturalmente, enquanto na Terra, esse problema implica uma equação de vários parâmetros, quais sejam a respiração e a atividade, o banho e o alimento. Forçoso é, todavia, convir que as raízes morais são sempre os fatores de maior importância, não somente na vida  normal, senão também, e em particular, nas horas conturbadas”. Dessa forma, “cada alma vive carregada dos princípios eletromagnéticos gerados por ela mesma, projetando ondas que, na essência, são os fluidos positivos ou negativos com os quais jogamos no campo de atividades a que fomos chamados ou conduzidos”. “Nossa mente’, prossegue, vive cercada de forças complexas que procedem das constelações próximas e remotas, do Sol, da Lua, da própria Terra, dos nossos semelhantes e dos seres superiores e inferiores que partilham conosco a habitação coletiva. Achamo-nos, no Planeta, como que presos a poderoso imã: desenvolvemos nossas virtudes potenciais; apuramos tendências e recolhemos as vantagens da educação espiritual; emitimos as radiações que nos são peculiares e graças às quais somos aproveitados pelas Potências Superiores, no serviço da Humanidade; entesouramos nossa riqueza futura, ou por ela nos castigamos a nós mesmos: são os choques de retorno, em cuja manifestação somos sempre vítimas das descargas asfixiantes que arremessamos, no espaço e no tempo, ferindo pessoas e coisas, na tentativa de quebra da Harmonia Divina”. Sendo mais objetivo,  afirma que “nossos sentimentos e pensamentos criam linhas de força, e, destarte, conforme a nossa polaridade, ou se nos facilita a ascensão, que é luz, ou sofremos retardamento em níveis mais baixos, quais os apresenta o mundo terrestre, voluntário cárcere de sombra”. Previne que “confiarmo-nos a paixões bastardas será estabelecer linhas de forças repulsivas, que nos constrangem à demora na paisagem das sombras”. Salienta que “o homem é o distribuidor de cargas eletromagnéticas, geradas por ele mesmo, em toda parte. O equilíbrio, portanto, é questão de toda hora”. Afirma que “a missão de curar, deste modo, é muito mais a ciência de equilibrar os movimentos oscilatórios que a de socorrer o veiculo somático; e, somos obrigados a considerar que, ainda quando praticamos a clínica e a cirurgia, é imprescindível ponderar a modificação do tônus vibratório de imensas colônias de protozoários, através de cargas elétricas de produtos químicos ou de golpes renovadores do bisturi, se desejamos alcançar a almejada restauração”. Como “cada alma vive e respira na atmosfera mental que estabelece para si mesma, em qualquer distrito do Universo”, recomenda: “-Purifiquemos o pensamento, encaminhando-o às zonas superiores do nosso idealismo, buscando, simultaneamente, materializá-lo no terreno chão da luta diária, criando novos motivos de felicidade, confiança, de luz e alegria, na esfera de nossas horas vulgares, e a harmonia será a resposta divina aos nossos empreendimentos”. Por fim, prognostica: “-A ciência mental, com base nos princípios que presidem a prosperidade do Espírito, será, no grande futuro, o alicerce da saúde humana”.

sábado, 8 de dezembro de 2012

"Missionários"


Conhecido pela afirmação “mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa”, contida em mensagem reproduzida por Allan Kardec no final do capítulo vinte d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, o Espírito Erasto é pseudônimo do médico, filósofo e teólogo alemão Thomaz Liber, que viveu no século dezesseis, entre 1524 e 1583. Professor de Medicina em Heildelberg e de moral em Basileia, combateu as teorias de Paracelso. Discípulo de São Paulo, em Teologia não admitia o poder temporal da Igreja, só lhe concedendo o papel de persuasão, tendo legado somas consideráveis aos estudantes pobres. Presença frequente nas reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, teve várias de suas mensagens publicadas na REVISTA ESPÍRITA, a partir de 1861. Na edição de dezembro de 1863, por exemplo, uma cujo conteúdo precisaria ser objeto de reflexão por todos os espíritas, notadamente aqueles que ignoram o fato de que Chico Xavier, permaneceu durante quatro anos (1927/1931) treinando sua mediunidade - para sua surpresa -, até  Emmanuel  mandar jogar fora tudo o que havia produzido até então, para começar a tarefa do livro. Grande quantidade de pessoas com a sensibilidade mediúnica aflorada (“Nos últimos tempos, diz o Senhor,...vossos filhos e vossas filhas profetizarão”. - Atos; cap.II; vv 17 a 18), empolgadas, embora iniciantes, são responsáveis por uma profusão de livros mediúnicos veiculando informações e “revelações” incríveis sobre a realidade espiritual de que fazemos parte. Do texto de Erasto, destacamos alguns pontos para reflexão, exigindo estudo para análises mais seguras sobre tantas “novidades”. Atentemos a eles: 1 – “-De todos os lados surgem médiuns com supostas missões, chamados, ao que dizem, a tomar em mãos a bandeira do Espiritismo e plantá-la sobre as ruínas do Velho Mundo”; 2 – “-Não há individualidade, por medíocre que seja,(..) que não se julgue designada a um apostolado muito especial”. 3 – “-Quase todos os médiuns, em seu início, são submetidos a essa perigosa tentação. Alguns resistem; mas muitos sucumbem, ao menos por algum tempo, até que cheques sucessivos venham desiludí-los.(...) E que querem certos Espíritos da erraticidade fomentando entre as mediocridades da encarnação essa exaltação do amor-próprio e do orgulho, senão entravar o progresso?”. 4 – “-Daí resulta que, conforme as palavras pronunciadas na Sociedade de Paris, por seu dirigente espiritual São Luiz, uma verdadeira "Torre de Babel" está em vias de construção entre vós. Aliás, fora preciso ser cego para não reconhecer que à cruzada dirigida contra o Espiritismo pelos adversários-natos de toda doutrina progressista e emancipadora, se junta uma cruzada espiritual - “-Levantar-se-ão vários falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas” e “se levantarão falsos Cristos e falsos profetas que farão prodígios e coisas de espantar, até seduzir, se possível, os próprios escolhidos”-, dirigida por todos os Espíritos pseudo-sábios, falsos grandes homens, falsos religiosos e falsos irmãos da erraticidade, fazendo causa comum, fazendo causa comum com os inimigos terrestres, em meio a essa multidão de médiuns por eles fanatizados, e aos quais ditam tantas elocubrações mentirosas”. 5 – “-É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem suspeita, que parecem, ou vão parecer, contrárias a todas as que não tivessem uma atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos da discórdia. Cabe-vos não vos deixar apanhar. Tendes todos os elementos necessários para as apreciar. Mas tende igualmente como certo que todo Espírito que a si mesmo se anuncia como um Ser superior e, sobretudo, como de uma infalibilidade a toda prova, ao contrário, é o oposto do que se anuncia pomposamente”. 6 – “O número dos médiuns é hoje incalculável e é desagradável ver que alguns se julgam os únicos chamados a distribuir a Verdade ao mundo e se extasiam ante banalidades que consideram monumentos. Pobres abusados, que se baixam passando pelos arcos do triunfo! Como se a Verdade tivesse esperado a sua vinda para ser anunciada”. O perspicaz e prudente Erasto, como vimos, fornece-nos os elementos apropriados para não nos deixarmos emaranhar nos fios das teias de fantasias que excitam mentes invigilantes e avessas ao estudo sério e continuado do Espiritismo a partir de sua base.





quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ESPECIAIS


Na noite de 20 de dezembro de 1985, Chico Xavier era o convidado especial do último programa apresentado na TV Bandeirantes, por Hebe Camargo. Ao lado de Nair Bello, realizaram elucidativa entrevista com o querido médium que, expondo vários pontos de vista, ofertou-nos ensinamentos de muita profundidade. Entre estes, um que tratava da criança especial outrora rotulada de excepcional. Referindo-se às mães de portadores de qualquer deficiência, Chico disse que “os filhos excepcionais são confiados tão somente às grandes mulheres, aquelas que tem capacidade de amar até o Infinito”. Esclareceu ainda “que a criança com restrições, sente e ouve, registra e sabe de que modo está sendo tratada, sendo profundamente lúcida na intimidade de si mesma”. Afinal é apenas o corpo ou veículo físico que carrega as inibições ou limitações que as impede de desenvolver uma comunicação mais natural com o meio em que vivem. Tais deficiências geralmente radicam-se nos desatinos cometidos em existência passada, quase sempre através do suicídio que, como o Espiritismo revela, impõem lesões e traumas registrados também no corpo espiritual – o períspirito -, exigindo um período de rearmonização em encarnação posterior ao delito cometido perante as Leis de Deus. Demonstrando isso, oito anos antes, Chico psicografou em Uberaba, na reunião pública do Grupo Espírita da Prece de 23 de setembro de 1977, belíssima carta de uma jovem desencarnada dois anos antes na cidade de Santa Isabel, localidade situada na Grande São Paulo. A moça vivera vinte e quatro anos, sendo irmã gêmea de um irmão, Homero. Ele normal, ela, portadora de paralisia cerebral que a impossibilitava de se locomover, se expressar verbalmente ou fazer uso das mãos, pela completa ausência de tato. De família católica, sua morte impôs profunda dor aos entes queridos, sentimento agravado um ano depois pela morte de uma irmã remanescente, Maria Helena, vitimada por acidente de trânsito na auto-estrada Mogi-Dutra, quando retornava das aulas da faculdade que frequentava na cidade de Mogi das Cruzes. Esse fato, levou os pais, por fim, à Uberaba(MG), onde Chico Xavier psicografou numa mesma noite cartas das duas filhas. Na verdade, duas surpresas: a primeira de Maria Célia, cujas limitações foram superadas pela captação dos sentimentos e pensamentos de Maria Célia; e, a segunda a psicografia da carta de Maria Helena. Embora possa causar estranheza para alguns o fato de alguém que não aprendeu a escrever na última existência se expressar com a clareza com que o fez Maria Célia, o entendimento do mecanismo do processo mediúnico como explicado pelo Espiritismo, pode esclarecer naturais duvidas. O outro detalhe, já citado, é que o bloqueio é derivado dos limites do corpo, pois, o Espírito se mantém lúcido, ouvindo e sentindo tudo que ocorre ao seu redor. Reportando-se às origens do mal físico que a identificou, revelou: “-Em meados do século, peregrinava no Plano Espiritual, com cinco irmãos junto dos quais era eu a irmã doente que eles suportavam. Lutas enormes do passado recente me haviam retirado os movimentos. Chorava com a minha inutilidade. Pedia em preces a Deus me suprimisses a condição inferior. Um dos irmãos, o mais forte de todos, quase me carregava, sozinho, tão grande o amor com que me desejava o reequilíbrio espiritual. Percorremos longas extensões do Espaço, alimentando esperanças e sonhos. Queríamos um pouso. Precisava encontrar um refugio em que me tratasse e os companheiros me auxiliavam. Benfeitores e amigos generosos nos visitavam na jornada em que as pausas periódicas para descanso se faziam precisas. Prometiam-nos apoio e doavam-nos recursos sempre renovados para que avançássemos algo mais”... A grupo mais próximo, o médium Chico Xavier dando mais detalhes da origem da desventura de Maria Célia e Maria Helena, revelou que durante a Segunda Guerra Mundial, ela e os atuais irmãos faziam parte de um grupo de resistência de um dos países submetidos aos nazistas, sendo ela especialista na produção de artefatos explosivos. Um dia, uma falha ocasionou a detonação que causou a morte de todos ao mesmo tempo, sendo ela a mais atingida. Prosseguindo sua narrativa Maria Célia conta que “houve um dia, em que chegamos a um local de grande encantamento e encontramos um tronco de luminosa beleza. Flores despontavam dele prometendo maravilhoso futuro. Sábio amigo da Vida Superior veio a nós e disse que vagueávamos nas imensidões da Vida Maior à maneira de pássaros fatigados e infelizes. E aconselhou-nos uma parada. Seria aquele tronco robusto, a morada de Deus para nós. Faríamos um ninho para viver e renovar-nos. Ficamos todos contentes. Entretanto, precisávamos de alguém que viesse a fim de amparar-nos na construção. Esse mesmo sábio veio depois com uma jovem tão generosa e tão linda que, mesmo sem ver-nos de todo, encontrou-nos em sono e decidiu socorrer-nos. Foi assim que esse iluminado coração de menina e moça começou a trabalhar, amparando-nos a todos. Primeiramente, recebeu a mim e ao irmão que me oferecia ombros fortes na caminhada para que nos detivéssemos, de modo a valorizar o tempo e a vida. Os outros igualmente foram acomodados por ela em ninhos formados com imenso amor”. Mais a frente, ela acrescenta: “-Os sacrifícios dela foram heroicos. Dedicou-se inteiramente ao ninho em que me achava. Sabendo que não me movia, era ela meus braços e minhas mãos. Porque eu nada pudesse falar, pela enfermidade que trazia, ela própria me contava lindas histórias, que eu ouvia em silêncio, dando a ela o sinal de que compreendia quanto me comunicava em seu amor. Nunca mais essa jovem me abandonou, saiu das festas, esqueceu as alegrias da juventude, nunca a vi irritar-se ou desanimar”. Maria Célia, em sua longa carta, prossegue resumindo o que foram aqueles 24 anos de dedicação da mãe, pai, irmãos em favor de sua recuperação espiritual. Uma linda carta integralmente reproduzida no livro FELIZ REGRESSO (ideal), confirmando que apenas o corpo ostentava limitações. O Espírito a ele ligado, mantinha-se lúcido, percebendo, como já dissemos, tudo que ocorria a seu redor.  VOCÊ JÁ ASSISTIU  DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA? Clique no link abaixo  documentários de curta duração e descubra muito sobre a interação entre os dois planos no consumo do TÓXICO

domingo, 2 de dezembro de 2012

Quem Foi? (9) - a primeira mensagem


“-Natal! Grande bolo à mesa , /  A árvore linda em festa.   /    O brilho da noite empresta   /   Regozijo ao coração...   /    É como se a Natureza   /  Trouxesse Belém de novo    /    Para os júbilos do povo    /    Em doce fulguração.      /      Tudo é bênção que se enflora,   /   De envolta na melodia   /   Da luminosa alegria   /   Que te beija e segue além...     /      Mas se reparas, lá fora,   /   O quadro que tumultua,   /   Verás quem passa na rua   /    Sem ânimo e sem ninguém.    /    Contemplarás pequeninos   /   De faces agoniadas,   /   Pobres mães desesperadas,   / Doentes em chaga e dor...   /    E, ajudando aos peregrinos   /    Da esperança quase morta,   /   Talvez enxergues à porta   /   O Mestre pedindo amor.   /   É sim!... É Jesus que volta   /   Entre pedestres sem nome,   /   Dando pão a quem tem fome,   /   Luz às trevas, roupa aos nus!   /   Anjo dos Céus sem escolta,   /   Embora a expressão serena,   /   Tem nas mãos com que te acena   /   Os tristes sinais da cruz.     /     Natal!. Reparte o carinho   /   Que  envolve a noite santa.   /   Veste, alimenta e levanta   /   O companheiro a chorar.     /    E, na glória do caminho   /   Dos teus gestos redentores,   /   Recorda por onde fores   /   Que o Cristo nasceu sem lar”. Os inspirados versos pertencem a Irene Ferreira de Souza Pinto, intelectual que esteve por apenas 57 anos entre nós, em sua última existência, em nossa Dimensão. Nascida em Amparo, interior de São Paulo, começou seus estudos no Colégio Florence, em Jundiaí, os concluindo no Sion, na capital paulista. Tendo colaborado na REVISTA FEMININA, foi a criadora das crônicas sociais do jornal CORREIO PAULISTANO. Contista, escreveu na FEIRA LITERÁRIA e, em 1921, estreou como romancista, publicando ROSA MARIA, seguido por PRIMEIRO VÔO, O TUTOR DE CÉLIA e GORJEIOS, este de poesia. Reconhecida como poetisa de fino talento e bela inspiração, desencarnou no dia 21 de maio de 1944, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do antigo Estado da Guanabara e da República. Tempos depois de sua morte física, começou a escrever sonetos, quadras e poemas através do médium Chico Xavier, enfeixados, posteriormente, na obra  ANTOLOGIA DOS IMORTAIS, ambos publicados pela editora da FEB (federação espírita brasileira). Dentre estes, destacamos um para reverenciar essa feliz união de sensibilidade através da mediunidade bendita do mineiro de Pedro Leopoldo. Seu título DEUS TE ABENÇOE. Nele, a sensível poetisa escreve: “- Deus te abençoe o gesto de carinho,   /   Alma da caridade, branda e pura,   /   Pela migalha de ventura   /   Aos tristes do caminho.     /     Deus te abençoe a refeição sem nome   /   Que trazes, cada dia,   /   Aos cansados viajores da agonia   /   Que esmorecem de fome.     /     Deus te abençoe a roupa restaurada   /   Com que vestes, contente,   /   A penosa nudez de tanta gente   /   Que vagueia na estrada!...   /   Deus te abençoe a bolsa de esperança   /   Que abres, a sós, sem que ninguém te espreite,   /   Para a gota de leite   /   Destinada à criança...     /     Deus te abençoe o pano do lençol   /   Com que envolves, em doce cobertura,   /   Os enfermos que choram de amargura,   /  À distância do Sol.     /     Deus te abençoe, por onde fores,   /   E te conserve as luzes   /   Em que extingues, removes ou reduzes   /   Os problemas, as lágrimas e as dores!     /     Deus te abençoe a fala humilde e santa,   /   Com que aplacas a ira   /   Da calúnia, do escárnio, da mentira,   /   Na frase que perdoa e que levanta.     /     Caridade, que o teu nome ressoe,   /   Pleno de amor profundo,   /   E por tudo o que fazes neste mundo,   /   Deus te guarde e abençoe!...”

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pensamento - Surpreendente Comportamento



“-A experiência social na Terra vive tão distraída nos jogos de máscaras, que a visita da verdade sem mescla, a qualquer agrupamento humano, por muito tempo ainda será francamente inoportuna”. O depoimento, sem meias palavras, "curto e grosso", pertence a importante Industrial, Administrador e homem público, identificado - por razões compreensíveis - apenas pela inicial G, fez em extensa carta que escreveu através do médium Chico Xavier. Nela, detalhando sua repentina morte física em meio a atividade, intensa e incessante, revela interessante comportamento do pensamento no trânsito desta para outra Dimensão. Por representar importante e realístico documento sobre a questão da sobrevivência, a importância de não nos esquecermos do equilíbrio quanto às coisas materiais e espirituais,  negligenciadas pela maioria e, pela riqueza de informações nela contidas  quanto a esse momento que, pelas Leis da vida, obrigatoriamente todos passaremos, cremos, deva ser compartilhada. Conta ele: “-Não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse os movimentos. Incapaz de falar, ouvi os gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minha alma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia interpor-se agora entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia...Inexplicavelmente, assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo...Contudo, buscando-me afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava – dizia de mim para comigo -, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio .Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação pública. Mas(...), eu, que me sentia singularmente repartido, observei que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante de mim, revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras imaginadas. Muitas diziam aos meus familiares em pranto: “-Meus pêsames! Perdemos um grande amigo”...E o pensamento se lhes esguichava da cabeça, atingindo-me como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: “-não tenho pesar algum, este homem deveria realmente morrer”... Outras se enlaçavam aos amigos, e diziam com a boca: “ -Meus sentimentos! O doutor G. morreu moço, muito moço”. E acrescentavam, refletindo: “-velhaco! Deixou uma fortuna considerável...deve ter roubado excessivamente”... Outros, ainda, comentavam junto à carcaça morta: “-Homem probo, homem justo!... E falavam de si para consigo: “- político ladrão e sem palavra!. Que a terra lhe seja leve e que o inferno o proteja!”...Via-me salteado por interminável projeção de espinhos invisíveis a me espicaçarem o coração. Torturado de vergonha, não sabia onde esconder-me. Ainda assim, quisera protestar quanto às reprovações que me pareceram descabidas(...) Por muito tempo, perdurava a conturbação, até que encontrei algum alívio. Muitas crianças de escolas, que eu tanto desejaria ter ajudado, oravam agora junto de mim. Velhos empregados das empresas em que eu transitara, e de cuja existência não cogitara com maior interesse, vinham trazer-me respeitosamente, com lágrimas nos olhos, a prece e o carinho de sincera emoção. Antigos funcionários, fatigados e humildes, aos quais estimara de longe, ofertavam-me pensamentos de amor. Alguns poucos amigos envolveram-me em pensamentos de paz. Aquietei-me, resignado. Doce bálsamo de reconhecimento acalmou-me a aflição e pude chorar, enfim(...). Estava inegavelmente morto e vivo”....Tecnicamente, o Instrutor Espiritual Emmanuel através de Chico Xavier revelou que o processo de desligamento das estruturas corpo espiritual / corpo físico consomem aproximadamente 50 horas.  Centenas de depoimentos obtidos por via mediúnica, demonstram que essa etapa pode ser vivenciada de forma lúcida ou inconsciente. Cada caso é um caso. A forma como se viveu, o estado emocional no momento da morte, o que se fez (não aparentou ter feito) além das obrigações naturais, mostram-se como determinantes.  Naturalmente, você deve estar curioso para saber como terminou a história aqui reproduzida. Pois bem, relembra ele que “curtia dolorosas indagações, quando, em dado instante, arrebataram-me o corpo. Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo estranho cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo triste, cauteloso e desapontado .Não valiam agora o carinho sincero e a devoção afetiva com que muitos braços amigos me acalentavam o ataúde...A vizinhança do cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Tentei apoiar-me em velhos companheiros de ideal e de luta, mas o ambiente repleto de palavras vazias e orações pagas como que me acentuava a aflição e o desespero. Senti-me fraquejar. Clamei debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo. Apagara-se o conflito. Tudo era agora letargo, abatimento, exaustão...Por vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas de industrial e político haviam chegado a termo(...). Antigas afeições surgiram, amparando-me a luta nova”. VOCÊ JÁ ASSISTIU O VÍDEO DEPENDÊNCIAS QUÌMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS? clique no ícone Documentários de Curta Duração - logo abaixo  e saiba a visão dos Espíritos.  

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Manual de Xéfolius


A obra A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO (edicel), organizada pelo médico Arthur Conan Doyle - o criador de Sherlock Holmes -, avalia que um século antes do  Dezenove, uma invasão organizada se processava, descortinando paulatinamente as realidades do Mundo Espiritual, sabe-se hoje, para onde nos deslocamos após a morte e de onde viemos antes de aqui nos fazermos presentes. Allan Kardec na paginas da sua REVISTA ESPÍRITA, edição de agosto de 1865, confirma o acerto da observação, após analisar um opúsculo publicado setenta e nove anos antes d' O LIVRO DOS ESPÍRITOS e  que lhe chegara às mãos: O MANUAL DE XÉFOLIUS. Atribuída a Félix de Wimpfen, guilhotinado em 1793, seus sessenta e seis exemplares surgiram pela primeira vez em 1788, apenas para alguns amigos, sendo, portanto, bastante raro quando da avaliação do Codificador. No prefácio, o autor confessa “a espécie de desconfiança experimentada, a princípio, diante dos conceitos diante dos quais se via, sentimento superado, posteriormente, por um respeito mais profundo pelo Autor de todas as coisas; por um novo amor pelos semelhantes; pela compreensão dos “porquês” de tantos murmúrios contra a Sabedoria Eterna; nascendo o desejo de “compartilhar com seus irmãos, as encorajadoras esperanças, a pacífica resignação, os impulsos para a perfeição de que se achava dominado”. Kardec explica ter tido acesso ao livreto por um colega da Sociedade Espírita de Paris que, sem saber como, nem por quem, a encontrou sobre sua mesa de trabalho. Em sua avaliação, destaca sete pontos que tentaremos resumir a partir da essência de cada um: 1-) Partimos do mesmo ponto, para chegar à mesma circunferência, seguindo raios diferentes; e é da diversidade dos tipos que temos representado que provém a diversidade de inclinações dos homens para o seu primeiro protótipo; 2-) O homem não passa de um protótipo, disforme ou débil, somente quando abusou da força e da beleza daquele que acaba de deixar, sendo privado das vantagens de que abusou, afastando-se da felicidade e da salvação, recebendo o que novamente delas nos pode aproximar. Se, pois, foi a beleza, renascerá feio, disforme; se a saúde, fraco, doente; se as riquezas, pobre, desprezado; se as grandezas, escravo, vilipendiado; 3-) Estaremos igualmente de acordo que os castigos que de um mau sujeito fariam um bom cidadão são preferíveis à barbárie de o supliciar eterna e inutilmente, para si e para os outro(...). Que, assim, tudo quanto experimentamos não é senão para nos esclarecer e modificar; 4-) Quando souberes que aquele tirano, assassinado na flor da idade, não cessou de viver; que passou pelas mais abjetas condições; que foi punido pela Lei de Talião; que sofreu sozinho tudo o que fez sofrerem os outros; quando souberes que instruído pela desgraça, modificado pelos sofrimentos, desenganado, esclarecido sobre tudo que o perturba; aquele coração no qual abundavam os erros e os vícios, e que vomitava os crimes que as Leis Universais usaram para a modificação e salvação de uma porção de nossos irmãos; quando souberes, que aquele coração é hoje asilo da Verdade, das mais suaves e harmoniosas virtudes, quais serão teus sentimentos por ele?; 5-) Deus, tão bom quanto justo, só exerce sua justiça em medida igual à sua Bondade. Tendo nos criado para um destino feliz, ELE ordenou justamente a natureza das coisas de maneira a 1- que nenhum crime fique impune; 2- que a punição, mais cedo ou mais tarde, se torne uma luz para o infrator e para vários outros; 3- que não possamos deslocar nem infringir nossas leis sem cair num mal proporcional à nossa infração e à luxação moral do grau atual de nossa modificação; 6-) Quanto mais avançares mais encantos encontrarás na prece de amor, porque é pelo amor que seremos felizes e porque, sendo o amor o elo dos seres, teu bom gênio reagirá sobre ti; 7-) Quando uma injustiça ou uma maldade despertar em ti o sentimento de indignação, antes de raciocinar sobre ela, analisa teu sentimento, a fim de que não se transforme em cólera. Dize: é para suportar isto que necessito de sabedoria. Não será velha dívida que pago? Se me deixar perturbar, não tardarei a cair. Não estamos todos sob a mão do Grande Obreiro e não sabe ele melhor que eu qual o utensílio de que deve servir-se?”. Kardec comenta que “estas citações dizem bastante para dar a conhecer o espírito dessa obra e tornar supérfluo qualquer comentário”. Interessado em evocar o Espírito do autor, obtém a informação que ele já se manifestara em várias ocasiões na Sociedade, obtendo da entidade, na sequência, esclarecimentos adicionais interessantes. Uma delas que em comunicações ali obtidas, “os Espíritos usam o nome tipo do grupo a que pertencem. Assim, tal Espírito que assina Santo Agostinho não será o Espírito de Santo Agostinho, mas um Ser da mesma ordem, chegado ao mesmo grau de evolução. Que ele, pessoalmente, foi em sua ultima vida no corpo físico, um desses médiuns inconscientes que se revelam frequentemente; que para cada aquisição do homem nas Ciências, físicas ou morais, diversas balizas, a princípios desdenhadas, repelidas para a seguir triunfar, tiveram que ser plantadas, a fim de imperceptivelmente preparar os Espíritos para as conquistas futuras; que quando um homem, dotado de uma inteligência capaz de propagar novas instituições com alguma chance de sucesso, aparece na Terra ou alhures, foi escolhido pela hierarquia dos Seres Invisíveis, encarregados pela Providência de velar pela manifestação da nova invenção, para receber a inspiração dessa descoberta e trazer progressivamente os incidentes que devem assegurar-lhe o êxito. Acrescenta saber agora ter sido instrumento, em parte passivo, impelido a escrever O MANUAL DE XÉFÓLIUS pelo Espírito encarregado de o dirigir para o ponto harmonioso, sobre o qual ele devia se modelar, para adquirir a soma das perfeições que lhe era dado esperar na Terra”. CLIQUE NO LINK DO ÍCONE DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO E CONHEÇA DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS     

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Vampirismo: Mais Real que se Pensa


Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal, atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e, afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem sucedida: juventude, romance e vampirismo. O tema, acompanhando a evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs, em várias versões, o celebre sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo, vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho,  mais conhecido como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das entidades capazes de nos “sugar” energias chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus (femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos ou das duas Dimensões. Provando com inúmeros depoimentos reproduzidos nos números da REVISTA ESPÍRITA  durante o período em que a dirigiu, Allan Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas por  Espíritos desencarnados, através dos curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20, ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo médico desencarnado   oculto no pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO LAR (feb), perfazendo treze livros, descreve suas surpresas ante a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante diálogo com o Instrutor Alexandre em MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”, indagando sobre a proteção das Esferas mais altas, ouve que “por não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”. Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital”, e que “vampiro - espiritual – é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação do Benfeitor que acompanhava que "os que desencarnam viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA MORTE e SONHOS:UMA VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado, acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor: “grande número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar, impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano. Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, não se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

As Revelações do Professor



Nos sessenta e sete anos em que esteve em nossa Dimensão, o Espírito que recebeu o nome Abel Gomes durante essa existência, não apenas aproveitou para resgatar antigos débitos do passado, mas também semeou as Verdades espirituais para os que testemunharam suas lutas, se impregnando de seus exemplos e palavras. Impossibilitado de andar quando tinha apenas 25 anos por pertinaz paralisia que lhe imobilizou as pernas, perdeu também boa parte da visão, nunca se deixando, contudo, vencer pelas expiações e duros golpes da adversidade. Descendente de colonizadores portugueses, pobre de bens materiais, Abel Gomes se tornou benquisto por todos, aureolado de grande respeito e admiração, jamais alimentando desejos de enriquecer-se. Exerceu a profissão de professor e contabilista em várias firmas comerciais, até que, devido à paralisia, começou a trabalhar em sua própria residência como alfaiate e fotógrafo. Desencarnado, serviu-se do médium Chico Xavier para dar NOTÍCIAS de sua sobrevivência, dentro daquela simplicidade característica dos que alcançaram grande sabedoria na busca do infinito conhecimento. Sintetiza em seu texto, ampla visão a respeito da realidade que encontrou a partir da “área de embarque” desta para outra Vida, chamada Velório. Pela riqueza de detalhes a partir de uma percepção diferente, destacamos alguns pontos para sua reflexão, já que todos nós, cada um à sua maneira, nos defrontaremos mais dia, menos dia, com essa fatalidade. Dentre os dados didaticamente colocados, encontramos que no Mundo Espiritual, “as inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou frequência vibratória, em que se encontram”, já que cada mente vive na dimensão com que se harmonize. “Aqui, diz ele, as leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples”. Destaca que “a matéria mental, energia cuja existência mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que possamos calcular”. Comenta que “os Orientadores dos princípios filosóficos ou religiosos afirmam que cada individualidade vive no mundo que lhe é peculiar, isto é, cada mente vive o tipo de vida compatível com o seu estagio, avançado ou atrasado, na marcha evolutiva”. Afirma ter visitado vastas Colônias representativas de Civilizações há muito extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram no tempo. Deixemos, porém, a palavra com o professor Abel Gomes: 1- “A cerimonia dos funerais e, os convencionalismos do velório, dificultam, sobremaneira, a nossa cruzada de libertação mental (...). Imprimem tamanhas características de terror na alma recém-desencarnada, que somente poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo”.    2- “Cada qual, como acontece no nascimento, tem a sua porta adequada para ausentar-se do Plano Físico (...)”.     3- “O estado mental é muito importante nas condições da matéria rarefeita que a criatura passa a habitar, logo depois de abandonar o carro fisiológico”.   4 –“Incontáveis pessoas, por deficiência de educação do “eu”, agarram-se aos remanescentes do corpo, com a obstinação de estulto viajante que  pretendesse inutilmente reerguer na estrada a cavalgadura morta”.     5- “Mas, o número de almas perturbadas de outro modo é infinitamente maior. Não se apegam ao cadáver putrefato, mas demoram na paisagem doméstica, onde se desvencilharam das células enfermas, conservando ilusões ou sofrimentos intraduzíveis. Muitos que se abandonaram à moléstia, fortalecendo-a e acariciando-a, mais por fugir aos deveres que a vida lhes reserva do que por devoção e fidelidade aos Desígnios Divinos, fixam longamente sintomas e defeitos, desequilíbrios ou chagas na matéria sensível e plástica do organismo espiritual, experimentando sérias dificuldades para extirpá-los (...). Desalentadas e oprimidas, podem ser enumeradas aos milhares, em qualquer região dos círculos sutis que marginam a zona de trabalho, em que se delimita a ação dos homens encarnados. Quando possível, são internadas em grandes e complexas organizações hospitalares, quase que justapostas ao Plano terrestre comum”.  6- “Milhares se mantem dentro de linhas mentais infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitas permanecem, em profundo desânimo, nos recintos domésticos em que transitaram por anos consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante”.   7- Há infernos purgatoriais de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio”.  8- (...) Surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedoras”. O longo estudo do arguto observador, incluído no extraordinário livro FALANDO À TERRA (feb), contem, enfim, informações merecedoras de análises e reflexões àqueles que já atentaram que as ilusões da superficialidade em que muitos preferem estacionar, como pondera ele, “a morte nos situa à frente de complexidades imensas, nos domínios da mente, e, para solucionar os problemas de ordem imediata, nesse campo de incógnitas vastíssimas, somente encontraremos na prática dos ensinos de Jesus a sublimação necessária ao equilíbrio íntimo de que carecemos para mais amplos voos no conhecimento e na virtude, forças básicas para as realizações mais altas na dinâmica do Espírito”.





sábado, 17 de novembro de 2012

O Que Falta ?

Numa de suas edições de 1988, a revista norte-americana TIME, estampava em sua capa um índio da Amazonia brasileira portando uma câmara de vídeo com que procurava gerar material de divulgação da realidade de seu povo, do descaso das autoridades para com eles, as belezas de sua cultura. No contexto da matéria, mostrava-se a importância e utilidade de tal instrumento, aliado ao vídeo cassete em programas de educação voltados para populações carentes do então chamado Terceiro Mundo. Ásia, Oriente Médio, países remotos se serviam desse meio para alcançar aqueles que não dispunham de maiores recursos para serem tirados da ignorância total de forma massificada. Mostrava a reportagem ainda a importância dos recursos em foco no treinamento e formação de mão de obra qualificada. Outro estudo divulgado à época revelava que no processo de fixação da informação, se uma mensagem é apenas ouvida, retém-se de vinte a vinte e cinco porcento; se lida, de quarenta a quarenta e cinco porcento, e, se lida e ouvida ao mesmo tempo, de oitenta a oitenta e cinco porcento. Curiosamente, o retorno de Milton Medeiros,  incansável trabalhador e líder, à presidência do Grupo Espírita CASA DO CAMINHO (Rua Estado de Israel,61, Vl Mariana,São Paulo), ao qual servíamos, fê-lo cogitar da retomada do Curso de Informação Sobre Espiritismo, que em gestão do início daquela década, com sua concordância havíamos criado para semear informações no coração e mente dos que se submetiam ao ciclo de oito passes aplicados no tratamento espiritual dos que procuravam auxílio na instituição. Nascera o referido programa a partir da observação da rotatividade alta desses assistidos que, concluído o atendimento prescrito nas entrevistas de orientação e encaminhamento, afastavam-se. Profissionalmente ligados naqueles dias à área de Recursos Humanos em grandes corporações, constatamos a importância dos programas de integração dos novos funcionários às organizações e imaginamos desenvolver algo que atendesse a dois objetivos: despertar o interesse pelo Espiritismo e pela Casa. Ante a impossibilidade de retomarmos o compromisso abandonado anos antes por razões familiares,  numa conversa informal no escritório do inesquecível amigo, sugeriu desenvolvermos algo tipo telecurso contando com monitores adequadamente preparados; ideia essa que evoluiu para a produção de oito pequenos didáticos documentários vinculados a cada um dos passes que o assistido tomaria, de forma independente e integrada de modo que não houvesse diferença se começasse, por exemplo, assistir da terceira apresentação, desde que acompanhasse nas semanas seguintes até a segunda do próximo ciclo. Como um carrossel. Obstinado, encontrou Sergio , o entusiasmado voluntário capaz de sacrificar horas de sono e fins de semana e de materializar a ideia, a partir de áudio, possíveis imagens e texto com marcações aproximadas. Assim, meses depois, estavam concluídos os oito primeiros trabalhos ( Por que Espiritismo, As Obras Básicas, A Filosofia Espírita, O Fenômeno Mediúnico, A Moral Espírita, O Espiritismo no Brasil, A Prática Espírita e A Atitude Mental) e o resultado foi tão surpreendente para os dois leigos aventureiros, que decidiram ousar mais, nascendo mais quatro trabalhos ( Sobre a Morte e o Morrer, Reencarnação - Vivíamos Antes, Viveremos Depois?, Os Espíritos e o Efeitos Físicos e A Influência Espiritual), agora de duração maior, seguidos por vinte e seis adaptações para vídeos de pioneira iniciativa de dois visionários ligados à Evangelização Infantil nos anos 60: Mizael Garbim  e Aldrovaldo Góes Ribeiro, os quais mostraram a força do seu ideal – um residia em Mairinque(SP) e outro, em Santo Antonio da Platina (PR), produzindo material para mostrar à infância o Espiritismo, a partir de “slides”. Finalizando, mais duas  produções( Anália Franco – A Grande Dama da Educação Brasileira, A Perturbação Espiritual) e, por fim, Chico Xavier – Um Perfil Biográfico (1910/1993). A multiplicação gratuita atingiu a marca de cinco mil cópias que se irradiaram por várias regiões brasileiras e alguns países do Exterior.  Na CASA DO CAMINHO, os vídeos e o programa CIE  funcionaram até que as cópias não suportassem mais, durante mais de uma década. As reproduções também se interromperam, até que a insistência de outro determinado idealista – Sergio Tadeu Diniz – sugerisse a digitalização das matrizes analógicas, tentativa que resultou na disponibilização, por inesperada e inspirada iniciativa de um filho, Adolfo Bravo Ferreira, em 2006, de 14 dos 41 produzidos no YOUTUBE, essa ferramenta extraordinária de democratização da informação e criatividade das criaturas humanas, possibilitando a, no total, mais de um milhão de pessoas do mundo, visualizá-los, fazerem dowloads ( mais de 100 mil cópias), usando-os como material de apoio em aulas, palestras, etc . A evolução da comunicação no meio espírita evoluiu consideravelmente, a televisão aberta abriu espaço, em várias localidades brasileiras, para programas de divulgação, nasceram dois canais de web-TV (TV MUNDO MAIOR e TV CEI), a Internet é cada vez mais utilizada para formal e informalmente propagar o pensamento de Espíritos e espíritas, contudo os vídeos ou programas didáticos que, sabe-se tem grande poder de influencia, se restringiram àquelas inciativas pioneiras. Recursos tecnológicos, gente talentosa e competente há. O que falta? Talvez vontade. Há um manancial incrível de alternativas na área do material didático em forma de documentários, de curta duração. Para provarmos isso, começamos com uma postagem abaixo a oferecer algo experimental no contexto deste BLOG, sob o titulo de DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO. Basta clicar no link reproduzido abaixo do título e, automaticamente, assisti-lo. Não são produções requintadas, mas, cremos passam informações e conceitos importantes. Por razões óbvias, o primeiro trabalho versa sobre a Dependência Química Além da Morte, revelando suas interações e implicações com a realidade de nossa Dimensão. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Espiritismo: Porque Vale a Pena Conhecer


Em sua REVISTA ESPIRITA de agosto de 1865, Allan Kardec inicia a pauta com um artigo intitulado O QUE ENSINA O ESPIRITISMO, respondendo às pessoas que perguntam quais as conquistas novas que devemos ao Espiritismo. Num trecho de seus comentários, diz que “é incontestável que o Espiritismo ainda tem muito a nos ensinar. É o que não temos cessado de repetir, pois jamais pretendemos que ele tenha dito a última palavra”. Em outro, que “para alcançar a felicidade, Deus não pergunta o que se sabe, nem o que se possui, mas o que se vale e o bem que se terá feito. É, pois, no seu melhoramento individual que todo espírita sensato deve trabalhar, antes de tudo. Só aquele que dominou suas más inclinações aproveitou realmente o Espiritismo e receberá sua recompensa”. Alinha dez argumentos, demonstrando a lógica de seus raciocínios: 1 – Inicialmente, ele dá, como sabem todos, a prova patente da existência e da imortalidade da alma. É verdade que não é uma descoberta, mas é por falta de provas sobre este ponto que há tantos incrédulos ou indiferentes quanto ao futuro; é provando o que não passava de teoria que ele triunfa sobre o materialismo e evita as funestas consequências deste sobre a sociedade. Tendo mudado em certeza a dúvida sobre o futuro, é toda uma revolução nas ideias, cujas consequências são incalculáveis. Se aí, se limitassem os resultados das manifestações, esses resultados seriam imensos. 2 – Pela firme crença que desenvolve, exerce uma ação poderosa sobre o moral do homem; leva-o ao Bem, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nas provações da vida e o desvia do pensamento do suicídio. 3 – Retifica todas as ideias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno, as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a vida futura e nô-lo mostra racional e conforme à justiça de Deus. É ainda uma coisa de muito valor.  4 – Dá a conhecer o que se passa no momento da morte; este fenômeno, até hoje insondável, não mais tem mistérios; as menores particularidades dessa passagem tão temida são hoje conhecidas; ora, como todo mundo morre, tal conhecimento interessa a todo mundo.  5 – Pela Lei da Pluralidade das existências, abre um novo campo à filosofia; o homem sabe de onde vem, para onde vai; com que objetivo está na Terra. Explica a causa de todas as misérias humanas, de todas as desigualdades sociais; dá as mesmas leis da natureza para base dos princípios de solidariedade universal, de fraternidade, de igualdade e de liberdade, que só se assentavam na teoria. Enfim, lança a luz sobre as questões mais complexas da metafísica, da psicologia e da moral. 6 – Pela teoria dos fluidos perispirituais, dá a conhecer o mecanismo das sensações e das percepções da alma; explica os fenômenos da dupla vista, da visão à distância, do sonambulismo, do êxtase, dos sonhos, das visões, das aparições, etc; abre um novo campo à Fisiologia e à Patologia. 7 – Provando as relações existentes entre os mundos corporal e espiritual, mostra neste último uma das forças ativas da natureza, um poder inteligente e dá a razão de uma porção de efeitos atribuídos a causas sobrenaturais, e que alimentaram a maioria das ideias supersticiosas. 8 – Revelando o fato das obsessões, faz conhecer a causa, até aqui desconhecida, de numerosas afecções, sobre as quais a ciência se havia equivocado, em detrimento dos doentes, e dá os meios de os curar.  9 – Dando-nos a conhecer as verdadeiras condições da prece e seu modo de ação; revelando-nos a influência recíproca dos Espíritos encarnados e desencarnados, ensina-nos o poder do homem sobre os Espíritos imperfeitos para os moralizar e os arrancar aos sofrimentos inerentes à sua inferioridade. 10Dando a conhecer a magnetização espiritual, que era desconhecida, abre ao magnetismo uma via nova e lhe trás um novo e poderoso elemento de cura. Conclui, por fim, que “o Espiritismo deu sucessivamente e em alguns anos todas as bases fundamentais do novo edifício. Cabe agora a seus adeptos por em obra esses materiais, antes de pedir novos. Deus saberá bem lhes  fornecer, quando tiverem completado sua tarefa”.  

domingo, 4 de novembro de 2012

Era Modigliani


O lar de Nelly e José Marques Ferreira, em Ribeirão Preto (SP), encheu-se de alegria naquele 6 de março de 1950 com o nascimento do filho José Luiz, que juntamente da irmã Nelly,  formaria um grupo familiar feliz até 22 anos após, quando um acidente automobilístico nas imediações de Iracemapolis (SP), imporia a separação compulsória entre eles, em 5 de agosto de 1972. Moço tranquilo, exercia natural liderança entre os amigos, sem nada impor. Sempre muito amoroso com os pais, com a irmã, cunhado e sobrinhos, deixou saudades profundas no meio em que vivia. Cursou Engenharia Civil na Universidade de Brasília por algum tempo, abandonando-a por considera-la muito fria, optando por Arquitetura que cursava quando desencarnou. Revelava-se espiritualizado, usando muito a expressão “religiosos de fim de semana” ao se referir às praticantes da fé convencionais, entendendo que sua geração esperava algo mais além esta vida. Nas vésperas do seu último natal, ao ver sua mãe preparar a sala para recepcionar amigos para um almoço, disse-lhe: “Não ponha nada desses enfeites de Natal, que é tudo comércio. Vou pintar um quadro que você vai gostar muito”. Ao fazê-lo, surpreendeu a mãe com uma imagem de Cristo tão grande, impressionando-a tanto, a ponto de julga-lo triste, tendo a impressão não conhecer o filho, tal a profundidade daquele presente. Como esperava algo alegre, indagou-lhe se estava com algum problema, ao que ele, calmamente, respondeu com outra pergunta: “-Qual é o verdadeiro espírito do Natal? Não é Jesus?”. Zé Luiz, desde muito cedo manifestou grande aptidão para desenho e pintura, deixando ao morrer aproximadamente quarenta telas, incluindo trabalhos em aquarela, guache, crayon e colagem, embora tenha frequentado apenas algumas aulas aos 15 anos. Sofria de bronquite alérgica, apresentando também hipersensibilidade a tintas, forçando-o a abandoná-las nas primeiras tentativas. A maioria de seus trabalhos foi encontrada depois de seu desenlace, muitos não intitulados, nem revelados e interpretados por ele aos familiares. Escrevia também poesias, originais e curiosas como a intitulada “Aminofilina”, nome comercial de um produto farmacêutico que usava no controle à sua bronquite asmática. Zé Luiz tinha horror a tóxicos e quando sabia que um conhecido ou amigo se iniciava no uso dos mesmos, dizia à mãe: “- A senhora que é amiga de Fulana, avise-a que seu filho está começando na droga”. Outra faceta de sua vida, só conhecida após sua morte, era o trabalho, silenciosos e anônimo, que ele e um grupo de colegas realizava nas noites frias da capital paulista, distribuindo cobertores à albergados debaixo de pontes e viadutos. Vinte e seis foi o número de dias que Zé Luiz esteve internado, com várias fraturas, complicadas por meningite e embolia gordurosa, que determinaram sua morte. Durante todo esse período, com exceção dos últimos dias lucido, levantava o ânimo dos médicos e dos que o visitavam. O reencontro com seus, se daria apenas setenta dias após sua desencarnação, por extensa e confortadora carta, escrita através de Chico Xavier, em Uberaba (MG). Nela, o jovem revela estar em convalescença, em tratamento, hospitalizado, sem condições de concatenar seus pensamentos com segurança. Acrescenta “estar ainda ligado à casa de onde saíra, sabendo tudo o que falavam a seu respeito, embora não soubesse explicar como isso ocorria, tendo a ideia que fios o interligavam aos familiares, fios que na Terra, não se tem a mais leve informação. Pede ajuda aos pais, pois segundo ele, quando eles choravam, mesmo à distância um do outro, sem que se vissem, ele via os dois e o pranto lhe surgia incontrolável. Pede-lhe aceitação, conformação e conversão do tempo em serviço no Bem ao próximo”. Cita as avós Eugênia e Amélia que o receberam e acompanhavam na recuperação, menciona a visita de Dom Mousinho, o primeiro Arcebispo de Ribeirão Preto, amigo da família e da Madre Coração de Jesus, ligada ao Colégio em que estudou em Ribeirão. Detalhes e nomes desconhecidos por Chico que ao despedir-se do casal, afirmou acreditar que a próxima manifestação do jovem seria artística. Seis anos se passaram e, em dezembro de 1978, assistindo a uma apresentação do então jovem Luiz Antonio Gasparetto, em São Paulo, à qual fora movida por forte impulso que a fez, com o marido, abandonar a um casamento a um casamento de que participava em Limeira (SP), para aproveitar a oportunidade de incluir-se entre a plateia convidada para ver o médium em ação. Na ocasião, entre as dezenas de pinturas produzidas pelos Espíritos com as mãos e pés de Gasparetto, havia uma obtida em um minuto e trinta segundos, assinada por Modigliani, apresentando um Cristo, em linhas gerais, muito semelhante a outro produzido por Zé Luiz, sete meses antes de sua morte, denominado por ele “CRISTO EM AZUL”. Comentando com Gasparetto a questão da semelhança, ao final do estafante trabalho mediúnico, este, mostrou-se surpreso por ter pintado Cristo já que durante o transe não tinha consciência do que os Espíritos por ele transmitiam. Pouco mais de um ano depois, os pais de Zé Luiz, de posse do quadro CRISTO EM AZUL pintado por ele e da obra produzida por Modigliani através de Gasparetto, mostraram-nas a Chico Xavier, que se limitou a dizer que a pintura mediúnica pertencia de fato à mãe do jovem desencarnado, afirmando que o Espírito a pintara para ela. Na visita posterior do casal à Uberaba, ao final da reunião pública de 15 de outubro de 1982, Chico convidou-os para ir à sua casa na manhã seguinte, contando-lhes que, em desdobramento espiritual, fora levado por um Espírito à França, mais precisamente a uma praça, com muitas pessoas, onde estavam expostas várias telas. Observou que as obras de arte tinham a assinatura “Modigliani”. Destacava-se de um grupo, um moço alto e bonito. Dirigiu-se, então, ao Espírito amigo que o conduzia dizendo-lhe: “- Eu conheço esse moço, ao que ele respondeu: “-Conhece sim!”. Chico acrescentou: “-Mas eu conheço esse moço do Brasil”, obtendo a reveladora informação: “-Exatamente, este moço no Brasil, foi o Zé Luiz”. Se restava alguma dúvida, ela definitivamente estava totalmente desfeita, conforme contado no livro PORTO DA ALEGRIA (ide): Zé Luiz era o pintor italiano Amadeo Modigliani reencarnado.