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domingo, 16 de dezembro de 2012

Atmosfera Espiritual


Sabe aquela sensação de mal estar que experimentamos quando adentramos certos ambientes? Não são fruto de nossa imaginação como podemos pensar. Allan Kardec abrindo a edição de maio de 1867 de sua REVISTA ESPÍRITA, apresenta um interessante artigo com o título ATMOSFERA ESPIRITUAL que nos ajuda a entender o “porque” da referida impressão. Dentro daquela lógica que caracteriza todos seus escritos, diz ele: “Ensina o Espiritismo que os Espíritos constituem a população invisível do Globo, estão no espaço e entre nós, vendo-nos e nos acotovelando incessantemente, de tal sorte que, quando nos julgamos sós, constantemente temos testemunhas secretas de nossas ações e pensamentos. Isto pode parecer aborrecido para certas pessoas, mas desde que assim é, não se pode impedir que assim seja. Cabe a cada um fazer como o sábio que não teria medo que sua casa fosse de vidro(...). Além disso sabemos que, numa reunião, além dos assistentes corporais, há sempre auditores invisíveis; que sendo a permeabilidade uma das propriedades do organismo dos Espíritos, estes podem achar-se em número ilimitado num dado espaço. Muitas vezes nos foi dito que em certas sessões eram em quantidade inumerável. Na explicação dada(...), foi dito que o número dos Espíritos presentes era tão grande, que a atmosfera estava, por assim dizer, saturada de seus fluídos. Isso não é novo para os Espíritas, mas talvez não tenham sido deduzidas todas as consequências. Sabe-se que os fluidos que emanam dos Espíritos são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração. Conhece-se seu poder curativo em certos casos e, também, seus efeitos mórbidos de indivíduo a indivíduo. Ora, desde que o ar pode ser saturado desses fluidos, não é evidente que, conforme a  natureza dos Espíritos que abundam em determinado lugar,  o ar ambiente se ache carregado de elementos salutares ou malsãos, que devem exercer influências sobre a vida física, assim como sobre a saúde moral? Quando se pensa na energia da ação que um Espírito pode exercer sobre um homem, é de admirar-se de que deve resultar de uma aglomeração de centenas ou de milhares  de Espíritos? Esta ação boa ou má conforme os Espíritos emanem num dado meio um fluido benéfico ou maléfico, agindo à maneira das emanações fortificantes ou dos miasmas deletérios, que se espalham no ar. Assim se pode explicar certos efeitos coletivos, produzidos sobre massas de indivíduos, o sentimento de bem ou de mal- estar, que se experimenta em certos meios, e que não tem nenhuma causa aparente conhecida, o entusiasmo ou desencorajamento por vezes a espécie de vertigem que se apodera de toda uma assembleia, de toda uma cidade, mesmo de todo um povo.  Em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera viciada ou vivificante(...). Podemos, então, subtrair-nos a essas influências que emanam de uma fonte inacessível aos meios materiais? Sem nenhuma dúvida. Porque, assim como saneamos os meios insalubres, destruindo a fonte dos miasmas, podemos sanear a atmosfera moral que os cerca, subtraindo-nos às influências perniciosas dos fluidos espirituais malsãos, e isto mais facilmente do que podemos escapar às exalações pantanosas, pois depende unicamente de nossas vontade e aí não estará um dos menores benefícios do Espiritismo, quando for universalmente compreendido e, sobretudo, praticado. Um princípio perfeitamente constatado por todo espírita, é que as qualidades do fluido perispiritual estão na razão direta das qualidades do Espírito encarnado ou desencarnado; quanto mais elevados forem seus sentimentos, e desprendidos das influências da matéria, mais depurado será eu fluido. Conforme os pensamentos que o dominam, o encarnado irradia fluidos impregnados desses mesmos pensamentos, que os viciam ou os saneiam, fluidos realmente materiais, posto que impalpáveis, invisíveis aos olhos do corpo, mas perceptíveis pelos sentidos perispirituais e visíveis pelos olhos da alma, pois impressionam fisicamente e afetam aparências muito diferentes para os que são dotados de visão espiritual. Pelo simples fato da presença dos encarnados numa assembleia, os fluidos ambientes serão, pois, salubres ou insalubres, conforme os pensamentos dominantes forem bons ou maus. Quem quer que traga consigo pensamentos de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, animosidade, cupidez, falsidade, hipocrisia, murmuração, malevolência, numa palavra, pensamentos colhidos na fonte das más paixões, espalha em torno de si eflúvios fluídicos malsãos, que reagem sobre os que o cercam. Ao contrário, na mesma assembleia em que cada um só trouxesse sentimentos de bondade, de caridade, de humildade, de devotamento desinteressado, de benevolência e de amor ao próximo, o ar é impregnado de emanações positivas, em meio às quais se sente viver mais à vontade. Agora se se considerar que os pensamentos atraem pensamentos da mesma natureza, que os fluidos atraem fluidos similares, compreende-se que cada indivíduo traga consigo um cortejo de Espíritos simpáticos, bons ou maus, e que, assim, o ar seja saturado de fluidos relacionados aos pensamentos que predominam. Se os maus pensamentos forem em minoria, não impedirão que as boas influências se produzam, pois estas os neutralizam”. A análise de Kardec, prossegue acrescentando reveladores e surpreendentes revelações sobre a questão.        

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