faça sua pesquisa

domingo, 31 de outubro de 2021

EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Abrindo a edição de abril de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta interessante matéria em que sintetiza conforme o Espiritismo a dinâmica da evolução espiritual. Diz ele: -“A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos frequentemente de envoltório?! Não deixa por isso de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem. Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita a ideia da Vida Espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação. Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entre destruírem? (...) Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. (...) Há também considerações morais de ordem elevada. É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em consequência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morreu, tomará outra. Nos seres inferiores da Criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, nos quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida. Quando a alma atingiu o grau de maturidade necessário à sua transformação, recebe de Deus novas faculdades: o livre arbítrio e o senso moral, numa palavra a centelha divina, que dão novo curso às suas ideias e a dotam de novas aptidões e percepções. Mas as novas faculdades morais de que é dotada só se desenvolvem gradualmente, pois nada é brusco na Natureza. No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O homem ganha horror ao sangue. Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual. O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes.


O Espiritismo tem algum meio de fazer a pessoa largar da bebida? ( M.A. C.V.


Não existe nenhum meio mágico de fazer com que uma pessoa deixe de beber compulsivamente. Isso depende – vamos dizer assim – 90% dela mesma; primeiro, se ela reconhecer que é um dependente do álcool e, em segundo lugar, se ela estiver disposta a se livrar do vício. Mesmo assim, na maioria dos casos, ela vai depender de uma assistência médica, até porque seu organismo já está adaptado à necessidade do álcool e vai precisar de um acompanhamento. Além disso, o tratamento espiritual só se completa realmente, quando envolve a família.


O que o Espiritismo pode fazer é ajudá-la a rever seus valores de vida a partir de uma nova visão de Deus, do homem e do mundo. Passando a ver o mundo sob a ótica espírita, contando com o apoio da família, ela começa a conhecer-se a si mesma, além do que poderá se armar de uma defesa natural contra Espíritos viciados no álcool que, certamente, a acompanham. Entretanto, é bom que se diga – e já dissemos isso aqui inúmeras vezes – não são os Espíritos obsessores que levam a pessoa à bebida, mas é ela mesma que, entregando-se compulsivamente ao álcool atrai Espíritos que, como ela, são dependentes do álcool e buscam satisfazer-se em contato com os que bebem.


No livro SEXO E DESTINO, autoria de André Luiz – psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira – encontramos o caso de Cláudio Nogueira, um homem que se dava ao prazer da bebida. André Luiz, em certo momento, narra um desses episódios, contando como dois Espíritos, que montavam guarda na porta de sua casa – para nenhum outro Espírito entrar – compartilhavam dos momentos em que Cláudio se deliciava com as golfadas de uísque. O mais curioso nessa história é que esses dois Espíritos não eram inimigos, mas amigos de Cláudio, amigos de bebida, a quem ele atraía devido à prática a que costumava se entregar.


A assistência que o Espiritismo nos dá, nesse e em outros casos, é espiritual, mas está assentada primeiramente sobre a vontade de querer se libertar dessa dependência. Quando recebemos alguém no centro com esse problema, costumamos encaminhar a pessoa também o AA - Alcoólicos Anônimos, que é uma organização dedicada a dar apoio e ajudar pessoas a se livrarem do alcoolismo. Contudo, consideramos que o tratamento espiritual deve continuar paralelamente a qualquer outro tipo de tratamento que se presta ao paciente. O tratamento espiritual – além das orientações – incluem os passes, a água fluídica, o evangelho no lar e as reuniões mediúnicas de desobsessão.




sábado, 30 de outubro de 2021

INSTIGANTE ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A contribuição do estudioso e pesquisador Hermínio Correia de Miranda precisa ser mais conhecida pelos que chegam ao Espiritismo. Criterioso, sensato, produziu trabalhos que demonstram sua erudição, oferecendo aos interessados na verdade dos fatos e evidências. Um deles, A MEMÓRIA E O TEMPO (edicel, 1980), com antecedência de alguns anos, incursões no campo da regressão de memória na confirmação da reencarnação. Outro, EU SOU CAMILLE DEMOULINS (lachâtre, 1993), fascinante, lamentavelmente não mais publicado – pelo que sei por divergências com o pesquisado -, revela detalhes e minúcias da incursão pelo inconsciente profundo de um jornalista recentemente desencarnado que, em transe repetidas vezes induzido, revelou-se um personagem da Revolução Francesa, no século 20 reencarnado no Brasil. Nele, encontramos o depoimento em carta, do advogado, médium e também pesquisador, Dr Cesar Burnier, na verdade Cesar Gouveia Pessoa de Melo, amigo pessoal de Chico Xavier a quem conheceu – ou reencontrou – em 2 de abril de 1938, poucos dias após a morte surpreendente de um de seus filhos vitimado por insidioso quadro de meningite. Na referida obra, vamos encontrar interessante relato do Dr. Burnier, envolvendo o grande médium mineiro. Segundo ele, Chico Xavier, “ao tempo da Grande Revolução, era uma moçoila um tanto caipira da cidade francesa de Arras. Chamava-se Jennne D’Arencourt, sendo protegida de Andréa de Taverne, condessa de Charny, que a introduziu na corte de Maria Antonieta. Sua permanência na corte foi muito curta. É que Jeannne, sem jeito e extremamente acanhada, quebrou logo o protocolo real pisando nos pés da Rainha. Foi sua felicidade. Esse acidente, afastando-a da alta nobreza, evitou-lhe a morte na guilhotina, mas não evitou que a lâmina desta cortasse a cabeça do seu pai, pequeno nobre da terra de Robespierre. Jeannne era amiga de Danton. Apelou para o ardoroso tribuno pedindo sua juda junto ao “incorruptível”. Danton levou-a à presença do “todo poderoso detentor das pulcritudes cívicas”. Durante o trajeto, Danton recomendou-lhe: -“Atire-se aos pés do homem; diga-lhe que seu pai é pessoa moderada, nas cida em sua terra – Arras; chame-o de Citoyen, mostre-se humilde e confiante no seu poder e na sua magnanimidade”. Jeanne cumpriu religiosamente os conselhos do amigo, enquanto Danton se dirigia ao Pontífice das Virtudes Cívicas, implorando sua piedade para com a infeliz moça. Robespierre ouviu das culminâncias do seu orgulho. Depis, num gesto todo seu, atirou a cabeça para trás, trincou os maxilares e exclamou: - “Minha filha, Robespierre comoveu-se com a a sua rogativa, mas é o Comitê de Salvação Pública que está encarregado dos assuntos da pátria. Todo traidor terá de morrer!”.No dia seguinte o pai de Jeanne perdeu a cabeça na guilhotina, e a moça, banhada em lágrima, fugiu para a Espanha, onde faleceu, algum tempo depois, vítima de tuberculose, em Barcelona, na Igreja de Sant’Ana. Emmanuel, o magnífico guia do Chico, fugiu de Paris, do terror de Robespierre. Chama-se Jean Jacques Tourville ou Turville. Era professor da nobreza e se refugiou igualmente na Espanha. Surpreendente Lei de Causa e Efeito, contudo, tem suas sutilezas. Ainda segundo o Dr. Burnier, “Robespierre reencarnou no Brasil na figura de uma médica, em Minas Gerais. Seu novo sexo – ao que julgo – deveria dar-lhe novas perspectivas da vida, principalmente na faixa da sentimentalidade reparadora”. Sua história seria ligada novamente ao Espírito conhecido como Chico Xavier em episódio, certamente, refletido daqueles resgatados no testemunho do Dr. Burnier. Sua continuidade e desfecho, porém, ficam para outra oportunidade.


Os espíritas dizem que fora da caridade não há salvação. Isso quer dizer que aquele que ajuda os pobres e faz caridade já está salvo, mesmo que não reconheça Jesus como seu senhor e salvador? ( João)


O espírita não procura entender os textos evangélicos ao pé da letra, mas está atento à filosofia de vida que Jesus divulgou. A base de seus ensinamentos –é o que ele deixou bem claro no Sermão da Montanha, quando se dirigiu ao povo, no mais longo e belo discurso que fez, cujas máximas ficaram para a História. Assim, falar de Jesus, é falar de amor, de fraternidade: é por esses valores que ele é reconhecido. Portanto, é toda sua filosofia, todo seu ideal: é o que ele chamou de “vontade do Pai”.


Toda vez que Jesus fala em “vontade do Pai”, ele está se referindo à caridade. Mas a caridade a que ele se refere, não se restringe ao ato de ajudar o próximo no sentido exclusivamente material. Isso ainda é muito pouco: é talvez o início da caridade, seu primeiro degrau. Aí é que as pessoas, geralmente, se enganam. Quando elas ouvem falar de caridade, pensam logo na esmola, no prato de comida, na roupa, no agasalho, no socorro imediato a alguém. É claro que esse tipo de caridade é importante; caso contrário, Jesus não contaria a parábola do bom samaritano. Mas é apenas o primeiro passo da caridade.


Quando Kardec perguntou aos Mentores Espirituais qual o sentido da palavra “caridade”, segundo os ensinamentos de Jesus, eles responderam, de forma clara e taxativa: “benevolência para com todos”, “indulgência para com as imperfeições alheias” e “perdão das ofensas”. Vamos repetir esses três degraus da caridade. Preste atenção! Primeiro: “benevolência para com todos”; segundo: “indulgência ou compreensão para com as imperfeições do próximo” e, por último, “perdão das ofensas”.


Veja, portanto, que não é nada fácil escalar esses valores: benevolência, indulgência e perdão. Benevolência é praticar o bem, é auxiliar, ajudar, dar apoio, presença, encorajamento. A benevolência tem seu aspecto material, quando a ajuda se restringe a coisas materiais ( como dinheiro, alimento ou qualquer outra coisa útil); mas ela também seu aspecto espiritual, quando se dá presença, atenção, apoio, reconforto, solidariedade, orientação. Mas a benevolência, no sentido amplo, é ser bom para o próximo. Assim, podemos ser benevolente para qualquer pessoa: pobre, rico, familiar, conhecido, desconhecido.


A indulgência é compreensão. Compreender o outro, que errou, que não foi capaz, que fraquejou diante de uma situação, que cometeu um deslize qualquer. Indulgência é ser discreto com os erros alheios, sem comentar, sem divulgar, colocando-se no seu lugar, a fim de não querer para o ele o que não quer para si mesmo. Isso é indulgência. Quando diz “não julgueis para que não sejais julgados”, Jesus está falando da indulgência.


E, por fim, o perdão – este, sim!... - a mais elevada expressão da caridade. Compreender o ofensor, não desejar-lhe mal, não quer se vingar, é uma atitude divina. Foi o que Jesus ensinou quando mandou perdoar até o inimigo e quando ele mesmo, ante os agressores, pediu que Deus os perdoasse, porque não sabiam o que estavam fazendo. Para alcançarmos o perdão , precisamos de uma alta dose de espiritualidade. Não é fácil, mas é uma virtude que precisamos conquistar ao longo da vida.

Logo, como você pode perceber, caridade é uma forma de vida, é a identificação com o ideal de Jesus, é estar acima dos preconceitos mesquinhos do mundo – do egoísmo e do orgulho; é, enfim, a salvação. Porque “salvação”, para o espírita, não é “ir para o céu” ou “escapar da condenação ao inferno”. Salvação é a libertação plena e total do egoísmo e do orgulho, que são os maiores obstáculos para a nossa felicidade. Para Jesus salvação é o mesmo que libertação, tanto assim que ele afirmou “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Essa libertação, na verdade, é purificação do Espírito, a manifestação plena e total do potencial de bondade e de amor que cada um de nós traz dentro de si.


sexta-feira, 29 de outubro de 2021

TEMPOS DE QUESTIONAMENTOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Vivemos uma época prodigiosa pela liberdade que oferece ao pensamento humano. Claro que há países onde a intolerância religiosa ou política não concedem esse direito básico aos seus seguidores ou governados. A questão da origem da espécie humana estar assentada no mito de Adão, hoje não se sustenta mais. No número de janeiro de 1862 da REVISTA ESPÍRTA, Allan Kardec desenvolve interessantes raciocínios sobre a questão. Diz ele: -“Do presente, como ponto conhecido, procuremos deduzir o desconhecido, ao menos por analogia, se não tivermos a certeza de uma demonstração matemática. A questão de Adão, como tronco único da espécie humana na Terra é, como se sabe, muito controvertida, porque as leis antropológicas lhe demonstram a impossibilidade, sem falar dos documentos autênticos da história chinesa, que provam que a população do globo remonta a uma época muito anterior à atribuída a Adão pela cronologia bíblica. Então a história de Adão é pura invencionice? Não é provável; é uma imagem que, como todas as alegorias, deve encerrar uma grande verdade, cuja chave só poderá ser dada pelo Espiritismo. Em nossa opinião, a questão principal não é saber se a personagem de Adão realmente existiu, nem em que época viveu, mas se a raça humana, designada como sua posteridade, é uma raça decaída. A solução dessa questão não é destituída de conteúdo moral, porque, esclarecendo-nos quanto ao passado, pode orientar a nossa conduta para o futuro. Antes de mais, notemos que, aplicada ao homem, a ideia da queda, sem a reencarnação, é um contra-senso, assim como a responsabilidade que carregássemos pela falta de nosso primeiro pai. Se a alma de cada homem é criada ao nascer, é que não existia antes; não terá, desse modo, nenhuma relação, nem direta, nem indireta, com a que cometeu a primeira falta, o que nos leva a indagar como poderia ser responsável por sua própria queda. A dúvida sobre este ponto conduz naturalmente à dúvida ou, mesmo, à incredulidade sobre muitos outros, porquanto, se falso o ponto de partida, igualmente falsas devem ser as consequências. Tal o raciocínio de muita gente. Pois bem! esse raciocínio cairá se considerarmos o espírito, e não a letra do texto bíblico, e se nos reportarmos aos princípios mesmos da Doutrina Espírita, destinados, conforme já foi dito, a reavivar a fé que se extingue. Notemos, ainda, que a ideia dos anjos rebeldes, dos anjos decaídos e do paraíso perdido se acha em quase todas as religiões e, como tradição, entre quase todos os povos. Deve, pois, fundamentar-se numa verdade. Para compreender o verdadeiro sentido que se deve ligar à qualificação de anjos rebeldes, não é necessário supor uma luta real entre Deus e os anjos, ou Espíritos, desde que o vocábulo anjo é aqui tomado numa acepção geral. Admitindo-se sejam os homens Espíritos encarnados, o que são os materialistas e os ateus senão anjos ou Espíritos em revolta contra a Divindade, pois que negam a sua existência e não reconhecem seu poder, nem suas leis? Não é por orgulho que pretendem que tudo aquilo de que são capazes vem deles mesmos, e não de Deus? Não é o cúmulo da rebelião pregar o nada depois da morte? Não são muito culpados os que se servem da inteligência, de que se ufanam, para arrastar os semelhantes ao precipício da incredulidade? Até certo ponto não praticam também um ato de revolta os que, sem negar a Divindade, desconhecem os verdadeiros atributos de sua essência? Os que se cobrem com a máscara da piedade para cometer más ações? Os que a fé no futuro não os desliga dos bens deste mundo? Os que em nome de um Deus de paz violentam a primeira de suas leis: a lei de caridade? Os que semeiam perturbação e ódio pela calúnia e pela maledicência? Enfim aqueles, cuja vida, voluntariamente inútil, se escoa na ociosidade, sem proveito para si próprios, nem para os seus semelhantes? A todos serão pedidas contas, não só do mal que tiverem feito, mas do bem que tiverem deixado de fazer.

A Bíblia não fala em evolução. Deus criou o homem e a mulher e também criou também as plantas e os animais. De onde veio a idéia da evolução?


Da observação atenta da natureza e de seus fenômenos por homens muito inteligentes e observadores. A constatação de que tudo na natureza está em constante processo de mudança já vem da antiguidade. Um dos nomes mais conhecidos é o de Heráclito, um pensador grego, cerca de 5 séculos antes de Cristo,que formulou a Teoria do Vir a Ser. Ele deu tamanha importância às mudanças, que revolucionou a idéia do ser, então objeto da filosofia. E disse que “nada é, tudo está para ser”, ou seja, tudo está mudando na natureza. Desse modo, disse Heráclito, uma pessoa não toma dois banhos no mesmo rio, pois, na segunda vez, o rio já não é o mesmo, ou seja, aquela água já passou.


Heráclito, naquela época, realmente não podia sequer desconfiar que suas idéias revolucionariam os conhecimentos humanos muitos séculos depois, tanto na filosofia, quanto na ciência. Mas, a concepção bíblica de que tudo sempre foi assim e continuará sendo pertence à infância da humanidade. Entretanto, só recentemente, no século XIX, há pouco mais de 150 anos, é que a idéia das mudanças se firmou na ciência, principalmente depois que os naturalistas ingleses, Charles Darwin e Alfred Wallace, empreenderam viagem por várias partes do mundo e puderam constatar “in loco” que as espécies vivas ( tanto os vegetais, quanto os animais e até mesmo o homem) são diferentes em diferentes regiões, e quanto mais isolados uns dos outros, mais diferentes tendem a ser.


Somam-se a isso as descobertas dos fósseis em escavações que se fizeram em várias regiões do planeta, quando foram encontrados restos de animais e vegetais tão antigos que só poderiam ter existido há milhões de anos atrás, quando o clima da Terra era totalmente diferente. Eles tinham tamanhos e formas bem diferentes dos seres vivos existentes, despertando a curiosidade científica para o desenvolvimento da Paleontologia, um campo de pesquisa que busca explicações para a existência desses seres estranhos. Os antigos, que escreveram a Bíblia e outros livros sagrados das diversas religiões, não poderiam ter esse conhecimento naquela época, de modo que eles explicavam a vida e o mundo de uma forma muito simples, mas sem nenhuma comprovação.


A Teoria da Evolução, na verdade, veio preencher um grande vácuo na ciência; isto é, dar explicações racionais e científicas para fatos que antes não se podia explicar. A partir de então, tanto a Biologia quanto a Medicina se desenvolveram bem depressa – principalmente a Medicina, que é uma aplicação prática da Biologia – percebendo que todo processo biológico – como é o caso das doenças e das curas – obedece à lei de evolução. Desde então, foram possíveis novas descobertas no campo terapêutico e da prevenção de enfermidades, imprimindo à Medicina um grande progresso.


Contudo, o Espiritismo,que também nasceu nos meados do século XX, já veio alicerçado na Lei de Evolução, conforme podemos ler em O LIVRO DOS ESPÍRITOS e nas demais obras de de Allan Kardec. Não apenas sobre a lei de evolução biológica, sobre a qual a Doutrina Espírita não tem nenhuma dúvida, mas principalmente sobre a evolução espiritual, que mostra que a evolução é muito mais complexa do que os cientistas materialistas imaginam. Ela não se dá apenas no plano dos fenômenos físicos, mas também no plano do Espírito. E isso acontece, graças aos fenômenos da encarnação, da desencarnação e da reencarnação.






quinta-feira, 28 de outubro de 2021

DEPENDÊNCIAS ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Argumento usado pelos evasivos materialistas para justificar atitudes contrárias ao bom senso resultante do conhecimento da Verdade seja ela a revelada pela ciência ou pela experiência, expressão ‘a carne é fraca’ perde sentido com a confirmação da imortalidade do Ser. Os Espíritos revelaram isso a Allan Kardec nas pesquisas que fez acerca da situação dos Espíritos após a morte ou mesmo dos depoimentos de inúmeros que foram entrevistados através de diferentes médiuns nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris. No fundo reflete o estágio evolutivo daquele que no início do processo de aprendizado através da experiência cede às pressões do instinto em detrimento da inteligência que em algum momento prevalecerá funcionando como um mecanismo de controle na ânsia do progresso. Nas avaliações da nossa realidade eram denominados vícios, hoje com os avanços das pesquisas para entender o comportamento humano, os podemos classificar dependências. E, há muitas: afetivas, químicas, econômicas, sexuais, espirituais, doenças, da ilusão do poder e, entre outras, até de Espíritos obsessores. Num interessante comentário reproduzido pelo Espírito André Luiz no livro OS MENSAGEIROS (feb,1944), O Instrutor Aniceto considera: -“Demoramo-nos todos a escapar da velha concha do individualismo. A visão da universalidade custa preço alto e nem sempre estamos dispostos a pagá-lo. Não queremos renunciar ao gosto antigo, fugimos aos sacrifícios louváveis. Nessas circunstâncias, o mundo que prevalece para a alma desencarnada, por longo tempo, é o reino pessoas de nossas criações inferiores”. Nas revelações contidas na obra NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb,1954), cenas que ilustram bem o tema: -“Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal-estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes. Indicando-as, informou o orientador: – Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar. (...) O que a vida começou, a morte continua... Esses nossos companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos, não se preocuparam em atender aos princípios da fé que abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as lhes são peculiares, porquanto, na posição em que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz. (...) Chegará o dia em que a própria Natureza lhes esvaziará o cálice Há mil processos de reajuste, no Universo Infinito em que se cumprem os Desígnios do Senhor, chamem-se eles aflição, desencanto, cansaço, tédio, sofrimento, cárcere... (...) Quando não se fatiguem, a Lei poderá conduzi-los a prisão regeneradora(...) Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem...


Vocês acham que uma pessoa, que morreu num determinado dia, pode - naquele mesmo dia - se comunicar por um de seus parentes para se despedir e dizer algumas coisas que ela quer que eles façam. Como posso acreditar que isso é verdade?


Não é impossível tal tipo de comunicação, cara ouvinte; porém, raras vezes isso acontece. Há pessoas, tão ansiosas diante da morte e tão preocupadas com os familiares e com os problemas que deixou que permanecem ali no ambiente da casa, entre os parentes, querendo dar o seu recado. Algumas conseguem seu intento, outras não. Isso depende de certas condições de comunicação mediúnica, principalmente de sintonia entre o comunicante e a pessoa que serve de intermediário na comunicação, o médium.


Não é um momento apropriado, é claro, mas algumas vezes pode ser o momento que o Espírito encontra essa oportunidade, até mesmo porque pode ocorrer que a desencarnação ainda esteja se realizando. Mas o que pode funcionar, em circunstâncias como essas, é uma expansão da mente, que vence as dificuldades naturais do desligamento para transmitir a mensagem. Já ouvimos outros casos a respeito, inclusive de famílias que nada tinha a ver com o Espiritismo.


Entretanto, não podemos assegurar a autenticidade da comunicação. Só os familiares e parentes, que conhecem bem o desencarnado e demais membros da família, é que podem atestar sobre isso. Além do mais, num momento de transe, como é o desencarne de um ente querido, é difícil as pessoas estarem emocionalmente equilibradas para fazerem uma avaliação segura sobre o caso, a não ser quando a comunicação revela algo tão íntimo do desencarnante (um segredo, por exemplo) que seria absurdo vir de outra pessoa que não fosse ele mesmo.


Além do mais, para avaliar melhor a situação, devemos considerar também outros fatores, como o próprio ambiente da família, suas crenças principalmente. Num ambiente espírita é mais fácil ocorrer uma situação como essa, porque a família já está emocionalmente predisposta. Num ambiente não-espírita, onde não se ventila essa possibilidade, a espontaneidade de uma comunicação, que se dá de uma forma inesperada e surpreendente, até pode ser considerada como um indicio de que se tratou de um fenômeno mediúnico autêntico.
















quarta-feira, 27 de outubro de 2021

O PODER DA VONTADE SOBRE AS PAIXÕES ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O caso é relatado por Allan Kardec no número de julho de 1863 da REVISTA ESPÍRITA. Conta ele: -“Um rapaz de vinte e três anos, o Sr. A..., de Paris, que se iniciou no Espiritismo dois meses antes, captou o seu alcance com tal rapidez que, sem nada ter visto, o aceitou em todas as suas consequências morais. Dirão que isto não é de admirar da parte de um jovem, e não prova senão uma coisa: a leviandade e um entusiasmo irrefletido. Seja. Mas prossigamos. Esse moço irrefletido, como ele próprio reconhece, tinha um grande número de defeitos, dos quais o mais saliente era uma irresistível predisposição para a cólera, desde a infância. Pela menor contrariedade, pelas causas mais fúteis, quando entrava em casa e não encontrava imediatamente o que queria; se uma coisa não estivesse no seu lugar habitual; se o que tivesse pedido não estivesse pronto em um minuto, enfurecia-se e tudo quebrava. Era a tal ponto que um dia, num paroxismo de cólera, explodindo contra a mãe, disse-lhe: “Vai-te embora, ou eu te mato!” Depois, esgotado pela superexcitação, caía sem consciência. Acrescente-se que nem os conselhos dos pais, nem as exortações da religião tinham podido vencer esse caráter indomável, compensado, aliás, por uma grande inteligência, uma instrução cuidadosa e os mais nobres sentimentos,(...) Bastaram alguns dias para fazer desse jovem um ser meigo e paciente. A certeza adquirida da vida futura, o conhecimento do objetivo da vida terrestre, o sentimento da dignidade do homem, revelada pelo livre-arbítrio, que o coloca acima do animal, a responsabilidade daí decorrente, o pensamento de que a maior parte dos males terrenos são a consequência de nossos atos, todas essas ideias, hauridas num estudo sério do Espiritismo, produziram em seu cérebro uma súbita revolução; pareceu-lhe que um véu foi retirado de seus olhos; a vida se lhe apresentou sob outra face. Então, certo de que tinha em si um ser inteligente, independente da matéria, disse de si para si: “Este ser deve ter uma vontade, ao passo que a matéria não a tem; portanto, ele pode dominar a matéria.” Daí este outro raciocínio: “O resultado de minha cólera foi tornar-me doente e infeliz, e ela não me dá o que me falta; logo é inútil, já que não estou mais adiantado. Ela me produz mal e nenhum bem me dá em compensação; mais ainda: poderia impelir-me a atos repreensíveis, criminosos talvez.” – Ele quis vencer, e venceu. Desde então, mil ocasiões se apresentaram que, antes, o teriam enfurecido e ante as quais ele ficou impassível e indiferente, para grande estupefação de sua mãe. Sentia o sangue ferver e subir à cabeça, mas, por sua vontade, o fazia refluir, forçando-o a descer. Um milagre não teria feito melhor. (...) Seu Espírito era responsável por sua violência, ou apenas sofria a influência da matéria? Eis a nossa resposta: Vosso Espírito é de tal modo responsável que, quando o quisestes seriamente, controlastes o movimento sanguíneo. Assim, se o tivésseis querido antes, os acessos teriam cessado mais cedo e não teríeis ameaçado vossa mãe. Além disso, quem é que se encoleriza? O corpo ou o Espírito? Se os acessos viessem sem motivo, poder-se-ia crer que eram provocados pelo afluxo sanguíneo; mas, fútil ou não, tinham por causa uma contrariedade. Ora, evidentemente não era o corpo que estava contrariado, mas o Espírito, muito suscetível. Contrariado, o Espírito reagia sobre um sistema orgânico irritável, que não teria sido provocado se tivesse ficado em repouso. Façamos uma comparação. Tendes um cavalo fogoso; se souberdes governá-lo, ele se submete; se o maltratardes, ele se enfurece e vos derruba. De quem a falta: vossa ou do cavalo? Para mim, é evidente que vosso Espírito é naturalmente irascível; mas como cada um traz consigo o seu pecado original, isto é, um resto das antigas inclinações, não é menos evidente que, em vossa precedente existência, tivésseis sido um homem de extrema violência, e que provavelmente teríeis pago muito caro, talvez com a própria vida”.


Esta questão foi formulada pela Miraide Pacheco Albero, da Casa Espírita Allan Kardec. Ela disse que tem lido nas obras espíritas casos de encarnações planejadas pelos Espíritos, como é o caso de Segismundo, do livro “Missionários da Luz” de André Luiz. Ela quer saber como se dão as chamadas “reencarnações compulsórias”.


Esta questão é muito interessante e oportuna e, portanto, merece reflexão. Nesse mesmo livro, MISSIONÁRIOS DA LUZ, o instrutor Alexandre esclarece André Luiz, dizendo: “ Assim como desencarnam diariamente milhares de pessoas sem a menor noção do ato que experimentam, somente as almas educadas têm compreensão real da verdadeira situação que se lhes apresenta em frente da morte do corpo”.


E Alexandre completa, dizendo: “A maioria dos que retornam à existencia corporal ... é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhes organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem tal auxílio são conduzidos ao templo maternal como crianças adormecidas”. Observe, bem!.. Aqui, Alexandre está se referindo aos Espíritos que não participam do planejamento de sua reencarnação. Na verdade, eles não estão bastante amadurecidos ou não têm condições para isso. Por isso, são os benfeitores que planejam a encarnação para eles.


Entendemos, assim, que quando a reencarnação não pode ser planejada pelo próprio reencarnante, porque lhe falta condições para tal, ela geralmente é dirigida por Espíritos mentores, que atuam especificamente nas chamadas “câmaras reencarnatórias”. Tais Espíritos são preparados para uma nova experiência, que lhe permita desenvolver-se em algum aspecto de sua evolução. Naturalmente, são Espíritos de um nível de esclarecimento muito baixo e que, como crianças guiadas por pais ou professores, precisam de orientação quanto ao caminho que devem seguir.


As reencarnações compulsórias variam ao infinito, pois depende da condição espiritual de cada um. Nelas podemos apontar as encarnações de emergência que, como o próprio nome está dizendo, devem acontecer por causa de uma necessidade imperiosa. Muitas vezes, diferentemente das encarnações planejadas, não há tempo suficiente para estabelecer metas com antecedência, pois os Espíritos Benfeitores trabalham também com probabilidades, como são os casos em que a encarnação surge de uma gravidez indesejável, que ocorreu em virtude de um encontro casual.


No livro, EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, ao abordar casos de Espíritos de baixa condição moral, devido ao magnetismo hostil da mente, André Luiz afirma que eles são submetidos quase que inteiramente às leis da hereditariedade, mesmo porque não há tempo para qualquer ação antecipada da Espiritualidade nesse sentido, assim como acontece com a semente que cai da árvore em solo fértil e germina incontinenti. Esse aspecto é importante, porque o Espírito fica dependendo mais do direcionamento do código genético dos pais do que propriamente de si mesmo. 




terça-feira, 26 de outubro de 2021

CHIPS ESPIRITUAIS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A questão da obsessão inicialmente identificada por Allan Kardec e explicada n’O LIVRO DOS MÉDIUNS, ao longo do século 20, foi sendo exposta em seus aspectos espantosos e perturbadores a interferir na experiência reencarnatória de milhões de criaturas. Num dos primeiros livros publicados com o resultado de suas psicografias, o médium Robson Pinheiro abria campo para contribuições do Espírito de um ex-homem de comunicação em nossa Dimensão identificado como Angelo Inácio. A obra intitulada TAMBORES DE ANGOLA, gira em torno de um engenheiro vitimado por um insidioso processo do que o Espiritismo chama de fascinação em suas revelações sobre os diferentes níveis de manifestação da Obsessão denominado fascinação. A surpresa do caso encontra-se no trecho em que descreve: -“Dirigiu-se, então, para a maca onde o espírito desdobrado do rapaz se encontrava e começou uma estranha cirurgia. Pequeno aparelho foi implantado em determinada região do cérebro perispiritual e Erasmino, para produzir impulsos e imagens mentais, caso a pratica de indução falhasse. Eram extremamente rigorosos em suas realizações e não cometiam nenhuma imprudência”. Desdobrando maiores detalhes sobre o observado pelo autor espiritual, diz o Instrutor que este acompanhava: - “Vê, meu amigo, como os Espíritos trevosos são organizados? Neste prédio, encontra-se um dos postos mais avançados das sombras. Nele trabalham cientistas que se especializaram em doenças viróticas, em epidemias e processos requintados de interferência nas estruturas celulares dos irmãos encarnados. Outros, psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, os quais, como estes que presenciamos, são especialistas nas questões da mente, nas modernas técnicas de fixoterapia, com objetivos diabólicos, pretendendo atuar diretamente nas mentes de dirigentes mundiais, em pessoas que ocupam cargos importantes no mundo terreno, em religiosos, pastores e dirigentes espirituais, pelo uso do magnetismo, que sabem manipular com maestria. Toda essa organização utiliza os modernos métodos desenvolvidos na Terra. Entretanto, fazem-no para prejudicar, atrasando o progresso da Humanidade, pois sabem que bem pouco tempo lhes resta para continuarem com seus desequilíbrios, espalhando a infelicidade na morada dos homens: em breve poderão ser banidos da psicosfera do Planeta e não ignoram o destino que podem ter. (...) Calados, seguimos Erasmino de volta ao ambiente domestico onde repousava seu corpo físico. De olhos esbugalhados, aproximou-se do veiculo de carne e justapôs-se a ele, embora permanecesse entre o sono e a vigília”. Surpreendentemente, contudo, décadas antes – ano de 1970 -, o Espírito Manuel Philomeno de Miranda através do médium Divaldo Pereira Franco na obra NOS BASTIDORES DA OBSESSÃO (feb) tratando do caso de um Espírito que renascera no corpo físico dentro de um quadro de inversão sexual, ou seja, um espírito feminino preso a corpo masculino. Tal condição, na verdade, objetivava oferecer-lhe a oportunidade de se redimir de ações em vida passada no campo da infidelidade conjugal, homicídio, vida boêmia, promíscua, encerrando a jornada no campo da matéria vitimada pela tuberculose. Reencarnada, em pleno amadurecimento das faculdades sexuais, tornou-se assediada por vítima do passado que, apoiado por hipnotizador ligado à organização criminosa do Plano Espiritual, passou a vampiriza-la no sentido de locupletar-se, explorando sua a libido, situação agravada pelas orientações de psicanalista renomado que inspirado pelo obsessor sugeriu-lhe que o essencial na vida é a pessoa realizar-se como achar conveniente e que tudo o mais são tabus que devem ser quebrados, em prol da felicidade de cada um. No processo de que era vítima, teve implantada nos centros da memória perispiritual, pequena célula fotoelétrica de material especial, com mensagem repetindo insistentemente “você vai enlouquecer! Suicide-se!”.

A ouvinte, Helena Lourenço de Araújo Gonçalves, professora Leninha, nos passou um questionamento sobre a relação entre Espiritismo e Budismo, quando alguém lhe disse que a Doutrina Espírita tem por base as formulações feitas pelo Budismo.Ela quer saber o que pensamos a respeito.


Na verdade, Leninha, podemos dizer que a Doutrina Espírita é uma síntese de todas as grandes religiões do mundo, tanto as religiões do Ocidente quanto às do Oriente. Por isso, você pode encontrar no Espiritismo elementos significativos de todas elas. Do mesmo modo que Jesus, no seu tempo, sintetizou os princípios que estavam na base das várias crenças e filosofias da antiguidade, o Espiritismo, no século XIX, também realizou um trabalho de síntese, a partir das comunicações espirituais estudadas por Allan Kardec. A verdade, segundo a Doutrina Espírita, pode estar em qualquer lugar ou em todo lugar ao mesmo tempo; ninguém é dono dela - e a questão é saber filtrá-la e trazê-la ao crivo da razão


Com certeza, as lições de Sidartha Gautama – o Buda - que nasceu na Índia do século 6 antes de Cristo ( e não no Japão ou na China, como muita gente pensa), foram tão importantes e significativas para a humanidade, que se propagaram através dos séculos e até hoje são lembradas com muito respeito e admiração, embora as religiões que se formaram posteriormente em torno de seus ensinos também tivessem tomado vários rumos e desfigurado em boa parte a sua originalidade. O mesmo aconteceu com Jesus, que também foi um mestre do povo, e que nasceu na Palestina alguns séculos depois de Buda. Perdemos, com o tempo, a originalidade e a simplicidade dos ensinamentos de Jesus, como ele próprio previu.


Outros grandes mestres da humanidade, que também ensinaram o amor e a prática do bem, o respeito humano e a fraternidade universal, surgiram em várias partes do mundo, em vários momentos da história, todos tendo em comum os mesmos princípios espirituais, embora vivessem em povos e culturas diferentes, e em lugares bens distantes uns dos outros. Não é possível que esses fatos se deram ao acaso ou de forma aleatória. A Doutrina Espírita considera que os grandes ensinamentos foram planejados na Espiritualidade, ao longo dos milênios, desde a formação da Terra, sob a coordenação de Jesus que, para nós continua sendo o modelo e guia da humanidade. Leia o livro “O CONSOLADOR” de Emmanuel.


O Espiritismo, que só surgiu há 165 anos atrás, é uma doutrina moderna, que tira das várias correntes religiosas e filosóficas – como também da própria ciência – os seus princípios básicos e fundamentais. Estudiosos da doutrina dizem que as diversas religiões formam as paredes de um grande edifício, mas que o Espiritismo é a chave através da qual se pode abrir e penetrar nesse edifício, que representa o ideal mais elevado da humanidade. Daí porque o espírita, de um modo geral, é aquela pessoa que atingiu tal maturidade espiritual, que é capaz de entender porque precisamos seguir religiões diferentes e porque, em todas elas, podemos encontrar o necessário apoio para o desenvolvimento espiritual do Ser humano


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

ESPIRITISMO E MATERIALISMO ;EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Os Espíritos se desmaterializam à medida que se elevam e depuram. Só nos Planos Inferiores é que a encarnação é material. Para os Espíritos Superiores não há mais encarnação material e, consequentemente, não há procriação, pois esta é pelo corpo e não pelo Espírito. Uma afeição pura é, pois o único objetivo da união e, por isto mesmo, ao contrário do que se dá na Terra, não necessita da sanção dos funcionários ministeriais”. O comentário faz parte de uma apreciação de Allan Kardec ao final de matéria incluída na REVISTA ESPÌRITA de julho de 1862 reproduzindo um diálogo havido através de uma médium identificada como Sra H..., na cidade de Bordeaux, em 15 de fevereiro daquele ano. O foco principal: a União Simpática das Almas. Na verdade, apenas duas questões. A primeira sobre uma possível união definitiva entre dois seres e, a segunda, sobre se aqueles que se unem se reconheceriam em novas e felizes existências. A entidade comunicante, sobre a primeira indagação diz que “os que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar as suas faltas, reencontram-se, a princípio, no Mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, podendo deixar o Mundo Espiritual na mesma ocasião, reencarnar-se nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns terão pedido pera serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e que terão a felicidade de dirigir no bom caminho. Outros, pedido para se unirem pelo casamento”. Acrescenta que “no tocante às nossas secretas aspirações, essa misteriosa necessidade irresistível de amor, de amar longamente, de amar sempre, não foram colocadas por Deus nos nossos corações, senão porque a promessa do futuro nos permitia essas doces esperanças. Deus não nos fará experimentar as dores da decepção. Nossos corações querem a felicidade e não batem senão por afeições puras e a recompensa será a perfeita realização de nossos sonhos de amor”. Quanto à identificação dos que se amam em existências novas e felizes, diz que “assim como na Terra dois amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na sociedade e se buscam mais do que se suas relações apenas datassem de alguns dias, também os Espíritos que merecem o inapreciável favor de se unirem nos Mundos Superiores são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo encontro que corresponde aos seus olhos mais caros. Os mundos colocados acima da Terra na escala da perfeição são cumulados de todos os favores que possam contribuir para a felicidade perfeita dos seres que os habitam: o passado não lhes é oculto porque a lembrança de seus sofrimentos antigos, de seus erros resgatados à custa de muitos males, e a lembrança, ainda mais viva, de suas afeições sinceras, lhes fazem achar mil vezes mais doce essa nova vida e os protegem contra faltas a que, talvez, pudessem ser arrastados por uns restos de fraqueza. Esses mundos são para o homem o paraíso terrestre, destinado a conduzi-los ao paraíso Divino”. As explicações do Espírito suscitam a lembrança da informação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS nas questões 200 e 202 tratando do sexo nos Espíritos caracterizados apenas circunstancialmente na morfologia masculina ou feminina, visto que o sexo como o entendemos, existe como uma necessidade da preservação da espécie humana. Assim sendo, as diferenças aparentes desaparecerão com a evolução, sugerindo que as românticas visões de almas gêmeas, metades eternas, etc, sustentam teorias e teses durante uma etapa no processo evolutivo. Avaliando as opiniões manifestadas, Allan Kardec lembra que “como leis, as únicas imutáveis são as Leis Divinas. Mas as Leis humanas, devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos, ao clima, ao grau de civilização, são essencialmente mutáveis, e seria mau se assim não o fossem; e que os povos estejam presos à mesma regra que regiam os nossos antepassados.



Na verdade, eu não sei se Deus existe ou não. Fui educado no catolicismo; quando criança adorava essa idéia de Deus. Mas, como tempo, me tornei céptico e hoje não posso dizer exatamente o que penso sobre religião. Espero que um dia me defina. Acho que sou muito inseguro, que é preferível não acreditar em nada do que ficar na dúvida. Mas, uma coisa que não me convence: é que as religiões pregam que a fé depende de querer acreditar. Eu posso afirmar por experiência própria que a fé não depende da vontade. Acho que é uma condição interna da pessoa. Gostaria que vocês falassem sobre isso (ANÔNIMO)


Você tem razão. Fé não depende simplesmente de a gente querer; é uma condição intima, muito ligada às experiências de vida e à vida emocional de cada um. É um campo muito delicado que, se não for bem trabalhado, pode levar a pessoa à total descrença ou, então, ao fanatismo. Entretanto, você está falando especificamente da fé religiosa; mas a fé não é somente religiosa. A fé, no seu sentido amplo, é uma condição indispensável de sobrevivência, necessária em todos os momentos da experiência humana. Enquanto você acredita na vida, você luta por ela. A pior condição do homem, como afirma Meimei, na mensagem “Confia Sempre” é perder a proteção da fé e continuar vivendo.


No capítulo “A Fé Transporta Montanhas” de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec trata da fé nos dois sentidos: o da fé no sentido amplo e o da fé religiosa. Em primeiro lugar, no sentido amplo, com o subtítulo “Poder da Fé”, onde ele afirma: “A fé robusta confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. A fé vacilante produz a incerteza, a hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater: ela nem sequer procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade da vitória”.


E mais adiante, Kardec acrescenta: “A fé sincera e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim. A fé insegura sente a sua própria fraqueza e, quando estimulada pelo interesse, torna-se furiosa e acredita poder suprir a força com a violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.”


Veja que Kardec, aqui, está tratando do significado amplo da fé, como sustentação para a vida. Eis porque ninguém vive sem ela. E mesmo aquele que diz que não acredita em Deus, acredita em alguma coisa, acredita no valor da vida e, na maioria das vezes, nos ideais do Bem, da Verdade e da Justiça. Ora, acreditar nesses ideais e, mais do que isso, acreditar que humanidade caminha para isso, já é uma grande coisa, porque, para algumas pessoas, como você – que vêem com muita reserva as crenças religiosas – esses ideais são o suficiente para viverem com dignidade e respeito humano, fazendo, às vezes, o que muitos religiosos não fazem.


Houve homens ( como os existem até hoje), que se proclamaram ateus e que só fizeram o bem, que só viveram pelo bem e deixaram para seus descendentes e para a humanidade verdadeiras lições de vida. Eles podiam dizer que não acreditavam em Deus, mas acreditavam no Bem, na Verdade e na Justiça – ideais que, na verdade, representam tudo o que um religioso acredita que Deus é. Portanto, não se agaste por isso. Se seu propósito é bom e se você vive para o bem, sabendo encarar com dignidade e respeito seu semelhante – seja ele quem for, mais cedo ou mais tarde essa questão estará plenamente resolvida em sua consciência.




domingo, 24 de outubro de 2021

ESPIRITISMO E MATERIALISMO: EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A Revolução Industrial do século 19 sucedida pela Revolução Tecnológica do século 20 aliado à inconsistência de muitos dos argumentos da fé cega sustentada pelas escolas religiosas do século 20 conduziram a expressiva maioria dos integrantes da sociedade humana que habita o Planeta Terra na direção da tentativa de negação do seu lado espiritual ou mesmo a acomodação nos dogmas e princípios dominantes. A ânsia por respostas, contudo e , felizmente, vai provocando o surgimento de inúmeras pesquisas que conduzirão as gerações futuras na direção de uma visão nova do sentido da vida e da forma de se aproveitar a curta passagem do Espírito pelo corpo físico que como demonstra alógica dos fatos de data de validade, sendo abandonado em função do desgaste das peças que o compõem, da sobrecarga a eles impostos pelos exceções da alimentação, dos destemperos emocionais ou da deliberação de ilusoriamente se auto aniquilar pelo suicídio. O Estudo da Doutrina Espírita, contudo, revela serem momentos naturais no processo evolutivo a que todos os matriculados na escola, internados no hospital ou aprisionados nesta das “muitas moradas na Casa de Nosso Pai”, como comentado por Jesus. Em artigo incluído na edição da REVISTA ESPÍRITA, de julho de 1868 , Allan Kardec desenvolve alguns argumentos importantes que prognosticam um fato que vai ganhando cada vez mais autenticação no século 21. Escreve ele: -“O que, até aqui, deu força ao Espiritismo, o que dele fez uma ciência positiva e de futuro, é que jamais avançou levianamente; que não se constituiu sobre nenhum sistema preconcebido; que não estabeleceu nenhum princípio absoluto sobre a opinião pessoal, nem de um homem, nem de um Espírito, mas somente depois que esse princípio recebeu a consagração da experiência e de uma demonstração rigorosa, resolvendo todas as dificuldades da questão. Quando, pois, formulamos um princípio é que, de antemão, estamos certos do assentimento da maioria dos homens e dos Espíritos. Eis por que não temos tido decepções. (...) Não tememos empenhar a responsabilidade da Doutrina, porque a Doutrina a adotará se for justa, e a rejeitará, se for falsa. (...). Deixemos, pois, o materialismo estudar as propriedades da matéria; esse estudo é indispensável, e será feito: o espiritualismo terá apenas que completar o trabalho naquilo que lhe concerne. Aceitemos suas descobertas e não nos inquietemos com suas conclusões absolutas, porquanto, estando demonstrada a sua insuficiência para tudo resolver, as necessidades de uma lógica rigorosa conduzirão forçosamente à espiritualidade; e sendo a própria espiritualidade geral incapaz de resolver os inúmeros problemas da vida presente e da vida futura, será encontrada a única chave possível nos princípios mais positivos do Espiritismo. Já vemos uma porção de homens chegarem por si mesmos às consequências do Espiritismo, sem o conhecer, uns começando pela reencarnação, outros pelo perispírito. Fazem como Pascal, que descobria os elementos da Geometria sem estudo prévio, e sem suspeitar que aquilo que imaginava ter descoberto era uma obra realizada. Dia virá em que pensadores sérios, estudando esta doutrina com a atenção que ela comporta, ficarão muito surpreendidos de aí encontrar o que procuravam, e proclamarão todo feito um trabalho cuja existência não suspeitavam. É assim que tudo se encadeia no mundo; da matéria bruta saíram os seres orgânicos, cada vez mais aperfeiçoados; do materialismo sairão, pela força das coisas e por dedução lógica, o espiritualismo geral, depois o Espiritismo, que não é outra coisa senão o espiritualismo particularizado, apoiado nos fatos”.



Por que é que a gente, depois de ter os filhos criados e vários netos, começa a se desgostar da vida? Será que é porque estamos chegando perto da morte? (anônima)


Muito cuidado, cara ouvinte! Muito cuidado! O Espiritismo nos ensina que a vida é uma jornada muito preciosa para desistirmos antes do fim. Ela nos é dada como oportunidade de crescimento, para que vivamos o máximo possível aqui na Terra – e com entusiasmo, naturalmente. Não devemos entregar os pontos antes da hora. Quando não tomamos esse cuidado, podemos antecipar a morte, partindo antes do tempo, e nos decepcionando muito do lado de lá.


Não acredite que seu tempo está vencido. Não está. Ninguém completa sua jornada até que o último minuto do relógio da vida se esgote. E um minuto a mais na vida de qualquer pessoa pode fazer uma grande diferença na sua evolução espiritual. O que acontece, infelizmente, é que as pessoas vão se convencendo de que já fizeram o que tinham de fazer, já aprenderam o que tinham de aprender e, portanto, a vida para elas não teria mais sentido. É errado pensar assim.


Esse é um erro que a própria sociedade precisa corrigir. As pessoas estão vivendo mais tempo hoje. Nunca o ser humano viveu tanto e, por isso, cada vez mais está se espalhando uma mentalidade de que a velhice é bem mais interessante do que se imaginava. O idoso sempre esteve relegado até no seio de sua própria família. Primeiro, porque ele mesmo ia se isolando no seu cantinho, perdendo o interesse pelas coisas e pelos fatos. Em segundo lugar, porque os mais jovens achavam isso natural, passando a considerar que, realmente, não era interessante ficar velho.


Mas essa mentalidade, aos poucos, está sendo superada. Cada idade tem suas vantagens e desvantagens; cada idade tem seus próprios interesses. Hoje, mais do que nunca, as pessoas mais idosas precisam buscar seus interesses na vida, não se deixando levar pelo desânimo ao se julgarem inúteis. Nada disso. A velhice deve ser vista como o coroamento de uma longa jornada; o idoso precisa ser respeitado pela experiência de vida e pelo conhecimento que adquiriu e que, hoje, pode passar para os mais jovens.


A notável poetisa goiana, Cora Coralina, que viveu quase um século, só se tornou famosa aos 70 anos, quando escreveu seu primeiro livro. Ela mesma disse que, se o escrevesse esse livro antes dessa idade, com certeza, não sairia tão bom, pois não há nada que possa substituir os anos de vida na experiência de uma pessoa. Aos 70 anos, portanto, nasceu-lhe um novo impulso de vida. Ela se agarrou a ele e, em pouco tempo, passou a integrar o quadro dos poetas mais destacados do Brasil, deixando para todos nós profundas lições de vida.


Portanto, viva a vida em plenitude. Não se preocupe com a morte. Para o Espírito o que interessa é a vida, que deve ser vivida com desprendimento, com alegria, fazendo com que cada minuto, por difícil que seja, se constitua numa importante momento de boa convivência. Conviver é a nossa maior necessidade; isolamento é contra a natureza humana. Busque pessoas, faça algo com elas, faça algo por elas, mas sinta-se útil e livre, para amar e ser amada. É o que Deus quer de nós, cara ouvinte.