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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

ESPIRITISMO E MATERIALISMO ;EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Os Espíritos se desmaterializam à medida que se elevam e depuram. Só nos Planos Inferiores é que a encarnação é material. Para os Espíritos Superiores não há mais encarnação material e, consequentemente, não há procriação, pois esta é pelo corpo e não pelo Espírito. Uma afeição pura é, pois o único objetivo da união e, por isto mesmo, ao contrário do que se dá na Terra, não necessita da sanção dos funcionários ministeriais”. O comentário faz parte de uma apreciação de Allan Kardec ao final de matéria incluída na REVISTA ESPÌRITA de julho de 1862 reproduzindo um diálogo havido através de uma médium identificada como Sra H..., na cidade de Bordeaux, em 15 de fevereiro daquele ano. O foco principal: a União Simpática das Almas. Na verdade, apenas duas questões. A primeira sobre uma possível união definitiva entre dois seres e, a segunda, sobre se aqueles que se unem se reconheceriam em novas e felizes existências. A entidade comunicante, sobre a primeira indagação diz que “os que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar as suas faltas, reencontram-se, a princípio, no Mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, podendo deixar o Mundo Espiritual na mesma ocasião, reencarnar-se nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns terão pedido pera serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e que terão a felicidade de dirigir no bom caminho. Outros, pedido para se unirem pelo casamento”. Acrescenta que “no tocante às nossas secretas aspirações, essa misteriosa necessidade irresistível de amor, de amar longamente, de amar sempre, não foram colocadas por Deus nos nossos corações, senão porque a promessa do futuro nos permitia essas doces esperanças. Deus não nos fará experimentar as dores da decepção. Nossos corações querem a felicidade e não batem senão por afeições puras e a recompensa será a perfeita realização de nossos sonhos de amor”. Quanto à identificação dos que se amam em existências novas e felizes, diz que “assim como na Terra dois amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na sociedade e se buscam mais do que se suas relações apenas datassem de alguns dias, também os Espíritos que merecem o inapreciável favor de se unirem nos Mundos Superiores são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo encontro que corresponde aos seus olhos mais caros. Os mundos colocados acima da Terra na escala da perfeição são cumulados de todos os favores que possam contribuir para a felicidade perfeita dos seres que os habitam: o passado não lhes é oculto porque a lembrança de seus sofrimentos antigos, de seus erros resgatados à custa de muitos males, e a lembrança, ainda mais viva, de suas afeições sinceras, lhes fazem achar mil vezes mais doce essa nova vida e os protegem contra faltas a que, talvez, pudessem ser arrastados por uns restos de fraqueza. Esses mundos são para o homem o paraíso terrestre, destinado a conduzi-los ao paraíso Divino”. As explicações do Espírito suscitam a lembrança da informação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS nas questões 200 e 202 tratando do sexo nos Espíritos caracterizados apenas circunstancialmente na morfologia masculina ou feminina, visto que o sexo como o entendemos, existe como uma necessidade da preservação da espécie humana. Assim sendo, as diferenças aparentes desaparecerão com a evolução, sugerindo que as românticas visões de almas gêmeas, metades eternas, etc, sustentam teorias e teses durante uma etapa no processo evolutivo. Avaliando as opiniões manifestadas, Allan Kardec lembra que “como leis, as únicas imutáveis são as Leis Divinas. Mas as Leis humanas, devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos, ao clima, ao grau de civilização, são essencialmente mutáveis, e seria mau se assim não o fossem; e que os povos estejam presos à mesma regra que regiam os nossos antepassados.



Na verdade, eu não sei se Deus existe ou não. Fui educado no catolicismo; quando criança adorava essa idéia de Deus. Mas, como tempo, me tornei céptico e hoje não posso dizer exatamente o que penso sobre religião. Espero que um dia me defina. Acho que sou muito inseguro, que é preferível não acreditar em nada do que ficar na dúvida. Mas, uma coisa que não me convence: é que as religiões pregam que a fé depende de querer acreditar. Eu posso afirmar por experiência própria que a fé não depende da vontade. Acho que é uma condição interna da pessoa. Gostaria que vocês falassem sobre isso (ANÔNIMO)


Você tem razão. Fé não depende simplesmente de a gente querer; é uma condição intima, muito ligada às experiências de vida e à vida emocional de cada um. É um campo muito delicado que, se não for bem trabalhado, pode levar a pessoa à total descrença ou, então, ao fanatismo. Entretanto, você está falando especificamente da fé religiosa; mas a fé não é somente religiosa. A fé, no seu sentido amplo, é uma condição indispensável de sobrevivência, necessária em todos os momentos da experiência humana. Enquanto você acredita na vida, você luta por ela. A pior condição do homem, como afirma Meimei, na mensagem “Confia Sempre” é perder a proteção da fé e continuar vivendo.


No capítulo “A Fé Transporta Montanhas” de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec trata da fé nos dois sentidos: o da fé no sentido amplo e o da fé religiosa. Em primeiro lugar, no sentido amplo, com o subtítulo “Poder da Fé”, onde ele afirma: “A fé robusta confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. A fé vacilante produz a incerteza, a hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater: ela nem sequer procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade da vitória”.


E mais adiante, Kardec acrescenta: “A fé sincera e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim. A fé insegura sente a sua própria fraqueza e, quando estimulada pelo interesse, torna-se furiosa e acredita poder suprir a força com a violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.”


Veja que Kardec, aqui, está tratando do significado amplo da fé, como sustentação para a vida. Eis porque ninguém vive sem ela. E mesmo aquele que diz que não acredita em Deus, acredita em alguma coisa, acredita no valor da vida e, na maioria das vezes, nos ideais do Bem, da Verdade e da Justiça. Ora, acreditar nesses ideais e, mais do que isso, acreditar que humanidade caminha para isso, já é uma grande coisa, porque, para algumas pessoas, como você – que vêem com muita reserva as crenças religiosas – esses ideais são o suficiente para viverem com dignidade e respeito humano, fazendo, às vezes, o que muitos religiosos não fazem.


Houve homens ( como os existem até hoje), que se proclamaram ateus e que só fizeram o bem, que só viveram pelo bem e deixaram para seus descendentes e para a humanidade verdadeiras lições de vida. Eles podiam dizer que não acreditavam em Deus, mas acreditavam no Bem, na Verdade e na Justiça – ideais que, na verdade, representam tudo o que um religioso acredita que Deus é. Portanto, não se agaste por isso. Se seu propósito é bom e se você vive para o bem, sabendo encarar com dignidade e respeito seu semelhante – seja ele quem for, mais cedo ou mais tarde essa questão estará plenamente resolvida em sua consciência.




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