Dentre os temas reveladores oferecidos pelo Espiritismo, o Princípio da Reencarnação oferece dados surpreendentes. Dissipa-se, portanto, a falsa visão mística da questão. Na sequência uma pequena demonstração disso nas respostas às questões geralmente comuns entre aqueles que verdadeiramente querem saber a Verdade. Como ocorre a concepção? Quando o Espírito deve se encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluidico (...), liga-o ao germe para o qual se sente atraído, por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o feto se desenvolve, o laço se aperta; sob a influência do princípio material do embrião, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, com o corpo que se forma. Quando o feto está inteiramente desenvolvido, a união é completa, e, então, ele nasce para a vida exterior. (G.XI,18) A ligação inicial é no corpo perispiritual do filho com o da mãe. Do ponto de vista físico, através dos condutos naturais, correm os elementos sexuais masculinos, em busca do óvulo, em velocidade de três milímetros, aproximadamente, por minuto. Aos milhares, seguem, em massa para a frente, em impulso instintivo. O futuro óvulo materno, preside ao trabalho prévio de determinação do sexo do corpo a organizar-se. A célula feminina, sofrida a dilaceração da cutícula, enrijece-se cerrando os poros tenuíssimos, recebe o esperado visitante, impedindo a intromissão de qualquer outro dos competidores, que haviam perdido a primeira posição na grande prova. Pouco mais de quatro minutos após atravessar a periferia do óvulo, alcança seu núcleo. Ambas as forças, masculina e feminina, formam agora uma só, convertendo-se do ponto de visa espiritual, num tenuíssimo foco de luz.(...). Prossegue a divisão da cromatina, ajustando-se a forma reduzida do reencarnante, interpenetrando-se com o organismo perispiritico da mãe no microscópico globo de luz, que, impregnado de vida, começa a movimentar-se, sequencia que consome em torno de 15 minutos .(ML,13) - E nos casos de Espíritos que chegam ao Plano Espiritual com as sequelas das desarmonias que desenvolveram no corpo abandonado pelo impositivo da morte? O problema é de natureza espiritual. Durante a gravidez, a mente do reencarnante permanecerá associada à materna, influenciando a formação do embrião. Todo o cosmo celular do novo organismo estará impregnado pelas forças do pensamento enfermiço do que regressa ao mundo, renascendo com as deficiências de que é ainda portador, embora favorecido pelo material genético que recolherá dos pais, nos limites da lei de herança, para a constituição do novo envoltório. Na mente reside o comando. A consciência traça o destino, o corpo reflete a alma. Toda agregação da matéria obedece a impulsos do Espírito. Nossos pensamentos fabricam as formas de que nos utilizamos na vida .(ETC,29) Como entender as gestações difíceis para a futura mãe? A mulher grávida, além da prestação de serviço orgânico à entidade que se reencarna, é igualmente constrangida a lhe suportar o contato espiritual, sempre sacrificial quando se trata de alguém com escuros débitos de consciência. A organização feminina, durante a gestação, sofre verdadeira enxertia mental. Os pensamentos do Ser que se acolhe ao santuário íntimo, lhe envolvem totalmente, determinando significativas alterações em seu cosmo biológico. Se o filho é senhor de larga evolução e dono de elogiáveis qualidades morais, consegue auxiliar o campo materno, prodigalizando-lhe sublimadas emoções e convertendo a maternidade, habitualmente dolorosa, em estação de esperanças e alegrias intraduzíveis. (ETC,30) E no caso dos que se situam nas mesmas dívidas e posição evolutiva? Influenciam-se mutuamente. Se a mãe atua de maneira decisiva, na formação do novo corpo, o Espírito atua vigorosamente nela, estabelecendo fenômenos perturbadores em sua constituição de mulher. A permuta de impressões entre ambos é inevitável e os padecimentos que o reencarnante traz, se imprimem na mente maternal, que os reproduz no próprio corpo. A corrente de troca entre mãe e filho não se circunscreve à alimentação de natureza material, estendendo-se ao intercâmbio constante de sensações diversas (...). As mentes de um e de outro como que se justapõem, mantendo-se em permanente comunhão, até que a Natureza complete o serviço que lhe cabe no tempo. De semelhante associação, procedem os chamados “sinais de nascença”, pois, certos estados íntimos da mulher alcançam, de algum modo o princípio fetal, marcando-o para a existência inteira, já que o trabalho da maternidade assemelha-se a delicado processo de modelagem. (ETC,30)
A pergunta, que vamos responder agora, vem da Fernanda, que mora na Rua Luiz Brunelli 19, Jardim Nova Garça. Ela questiona o seguinte: “Por que é preciso reencarnar? Desencarnado, o Espírito também não evolui? Quando podemos saber que não é mais necessário reencarnar?”
Fernanda. Nem tudo na vida depende de nossa livre escolha. Por exemplo: respirar e comer. Nós todos respiramos a todo instante e, quase sempre, nem damos conta disso. É que a respiração é uma atividade indispensável à sobrevivência; se o corpo deixar de respirar, morre. O mesmo acontece com a alimentação. Não escolhemos se devemos nos alimentar ou não. Se não nos alimentarmos, vamos morrer de inanição. No máximo, se tivermos oportunidade, podemos escolher a comida que mais nos satisfaz, mas jamais poderemos decidir que não vamos mais comer. A diferença entre respirar e comer, no entanto, está no fato de que a respiração é um fenômeno automático da natureza, do qual não precisamos participar conscientemente, enquanto que a comida nós devemos buscar, porque ela não vem automaticamente à nossa boca.
A reencarnação não tem nada de sobrenatural; pelo contrário, é uma lei da natureza. Todos os seres reencarnam, tantos os seres vivos inferiores como os mais elevados na escala biológica que habitam a Terra. Eles não precisam querer reencarnar. Os animais, por exemplo. Eles não têm consciência de que reencarnam, mas nem por isso a natureza deixa de ter os mecanismos próprios para promover a sua reencarnação, do mesmo modo que as plantas atiram ao solo suas sementes, as aves e os insetos polinizam as flores e toda a vida se reproduz de forma automática por todos os lados. A reencarnação, tanto quanto todos os mecanismos da vida, faz parte dos processos naturais que garantem a evolução de todos os seres.
Sem reencarnação não há evolução, não há progresso. É o que André Luiz tenta nos explicar na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS. A vida na Terra é indispensável para estimular as potencialidades do Espírito. Só assim o espírito se desenvolve. Podemos comparar a necessidade da reencarnação com a vida das sementes. Elas não germinam se não caírem no solo, se não mergulharem na terra e encontrarem as condições propícias para o seu desenvolvimento. Assim também o Espírito. Se não reencarnar, ele não desenvolve suas potencialidades.
Por outro lado, Fernanda, não há um limite preciso para a reencarnação. Reencarnamos indefinidas vezes. Já viemos reencarnando, desde tempos remotos, quando não tínhamos alcançado nem mesmo a condição de seres humanos, e vamos continuar reencarnando para o desenvolvimento de nossas potencialidades espirituais. Desse modo, em nossa atual condição humana, não temos como saber se há um limite para isso. Deve haver um limite para nossa reencarnação no planeta Terra., mas não temos idéias de como se dá a reencarnação em mundos superiores ao nosso, onde, certamente, os Espíritos gozam uma condição bem melhor do que na Terra.