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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

O PRINCÍPIO DA REENCARNAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Dentre os temas reveladores oferecidos pelo Espiritismo, o Princípio da Reencarnação oferece dados surpreendentes. Dissipa-se, portanto, a falsa visão mística da questão. Na sequência uma pequena demonstração disso nas respostas às questões geralmente comuns entre aqueles que verdadeiramente querem saber a Verdade. Como ocorre a concepção? Quando o Espírito deve se encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluidico (...), liga-o ao germe para o qual se sente atraído, por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o feto se desenvolve, o laço se aperta; sob a influência do princípio material do embrião, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, com o corpo que se forma. Quando o feto está inteiramente desenvolvido, a união é completa, e, então, ele nasce para a vida exterior. (G.XI,18) A ligação inicial é no corpo perispiritual do filho com o da mãe. Do ponto de vista físico, através dos condutos naturais, correm os elementos sexuais masculinos, em busca do óvulo, em velocidade de três milímetros, aproximadamente, por minuto. Aos milhares, seguem, em massa para a frente, em impulso instintivo. O futuro óvulo materno, preside ao trabalho prévio de determinação do sexo do corpo a organizar-se. A célula feminina, sofrida a dilaceração da cutícula, enrijece-se cerrando os poros tenuíssimos, recebe o esperado visitante, impedindo a intromissão de qualquer outro dos competidores, que haviam perdido a primeira posição na grande prova. Pouco mais de quatro minutos após atravessar a periferia do óvulo, alcança seu núcleo. Ambas as forças, masculina e feminina, formam agora uma só, convertendo-se do ponto de visa espiritual, num tenuíssimo foco de luz.(...). Prossegue a divisão da cromatina, ajustando-se a forma reduzida do reencarnante, interpenetrando-se com o organismo perispiritico da mãe no microscópico globo de luz, que, impregnado de vida, começa a movimentar-se, sequencia que consome em torno de 15 minutos .(ML,13) - E nos casos de Espíritos que chegam ao Plano Espiritual com as sequelas das desarmonias que desenvolveram no corpo abandonado pelo impositivo da morte? O problema é de natureza espiritual. Durante a gravidez, a mente do reencarnante permanecerá associada à materna, influenciando a formação do embrião. Todo o cosmo celular do novo organismo estará impregnado pelas forças do pensamento enfermiço do que regressa ao mundo, renascendo com as deficiências de que é ainda portador, embora favorecido pelo material genético que recolherá dos pais, nos limites da lei de herança, para a constituição do novo envoltório. Na mente reside o comando. A consciência traça o destino, o corpo reflete a alma. Toda agregação da matéria obedece a impulsos do Espírito. Nossos pensamentos fabricam as formas de que nos utilizamos na vida .(ETC,29) Como entender as gestações difíceis para a futura mãe? A mulher grávida, além da prestação de serviço orgânico à entidade que se reencarna, é igualmente constrangida a lhe suportar o contato espiritual, sempre sacrificial quando se trata de alguém com escuros débitos de consciência. A organização feminina, durante a gestação, sofre verdadeira enxertia mental. Os pensamentos do Ser que se acolhe ao santuário íntimo, lhe envolvem totalmente, determinando significativas alterações em seu cosmo biológico. Se o filho é senhor de larga evolução e dono de elogiáveis qualidades morais, consegue auxiliar o campo materno, prodigalizando-lhe sublimadas emoções e convertendo a maternidade, habitualmente dolorosa, em estação de esperanças e alegrias intraduzíveis. (ETC,30) E no caso dos que se situam nas mesmas dívidas e posição evolutiva? Influenciam-se mutuamente. Se a mãe atua de maneira decisiva, na formação do novo corpo, o Espírito atua vigorosamente nela, estabelecendo fenômenos perturbadores em sua constituição de mulher. A permuta de impressões entre ambos é inevitável e os padecimentos que o reencarnante traz, se imprimem na mente maternal, que os reproduz no próprio corpo. A corrente de troca entre mãe e filho não se circunscreve à alimentação de natureza material, estendendo-se ao intercâmbio constante de sensações diversas (...). As mentes de um e de outro como que se justapõem, mantendo-se em permanente comunhão, até que a Natureza complete o serviço que lhe cabe no tempo. De semelhante associação, procedem os chamados “sinais de nascença”, pois, certos estados íntimos da mulher alcançam, de algum modo o princípio fetal, marcando-o para a existência inteira, já que o trabalho da maternidade assemelha-se a delicado processo de modelagem. (ETC,30)




A pergunta, que vamos responder agora, vem da Fernanda, que mora na Rua Luiz Brunelli 19, Jardim Nova Garça. Ela questiona o seguinte: “Por que é preciso reencarnar? Desencarnado, o Espírito também não evolui? Quando podemos saber que não é mais necessário reencarnar?”


Fernanda. Nem tudo na vida depende de nossa livre escolha. Por exemplo: respirar e comer. Nós todos respiramos a todo instante e, quase sempre, nem damos conta disso. É que a respiração é uma atividade indispensável à sobrevivência; se o corpo deixar de respirar, morre. O mesmo acontece com a alimentação. Não escolhemos se devemos nos alimentar ou não. Se não nos alimentarmos, vamos morrer de inanição. No máximo, se tivermos oportunidade, podemos escolher a comida que mais nos satisfaz, mas jamais poderemos decidir que não vamos mais comer. A diferença entre respirar e comer, no entanto, está no fato de que a respiração é um fenômeno automático da natureza, do qual não precisamos participar conscientemente, enquanto que a comida nós devemos buscar, porque ela não vem automaticamente à nossa boca.


A reencarnação não tem nada de sobrenatural; pelo contrário, é uma lei da natureza. Todos os seres reencarnam, tantos os seres vivos inferiores como os mais elevados na escala biológica que habitam a Terra. Eles não precisam querer reencarnar. Os animais, por exemplo. Eles não têm consciência de que reencarnam, mas nem por isso a natureza deixa de ter os mecanismos próprios para promover a sua reencarnação, do mesmo modo que as plantas atiram ao solo suas sementes, as aves e os insetos polinizam as flores e toda a vida se reproduz de forma automática por todos os lados. A reencarnação, tanto quanto todos os mecanismos da vida, faz parte dos processos naturais que garantem a evolução de todos os seres.


Sem reencarnação não há evolução, não há progresso. É o que André Luiz tenta nos explicar na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS. A vida na Terra é indispensável para estimular as potencialidades do Espírito. Só assim o espírito se desenvolve. Podemos comparar a necessidade da reencarnação com a vida das sementes. Elas não germinam se não caírem no solo, se não mergulharem na terra e encontrarem as condições propícias para o seu desenvolvimento. Assim também o Espírito. Se não reencarnar, ele não desenvolve suas potencialidades.


Por outro lado, Fernanda, não há um limite preciso para a reencarnação. Reencarnamos indefinidas vezes. Já viemos reencarnando, desde tempos remotos, quando não tínhamos alcançado nem mesmo a condição de seres humanos, e vamos continuar reencarnando para o desenvolvimento de nossas potencialidades espirituais. Desse modo, em nossa atual condição humana, não temos como saber se há um limite para isso. Deve haver um limite para nossa reencarnação no planeta Terra., mas não temos idéias de como se dá a reencarnação em mundos superiores ao nosso, onde, certamente, os Espíritos gozam uma condição bem melhor do que na Terra.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

O SURPREENDENTE E INCANSÁVEL CHICO XAVIER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Além das riquíssimas informações sobre sua atividade no campo do livro espírita, Chico Xavier foi protagonista de inúmeros fatos testemunhados por inúmeras pessoas mostrando a diversidade de suas percepções no campo da mediunidade. No depoimento de pessoas cuja credibilidade é insuspeita, recolhemos algumas passagens do conhecimento dos que as testemunharam. Alguns estão preservados no livro LUZ BENDITA (ideal,1977), organizado pelo querido amigo Rubens Silvio Germinhasi para celebrar o cinquentenário do trabalho ininterrupto de Chico Xavier. Pertencem à hoje também desencarnada Maria Philomena Aluotto Beruto, dirigente por várias décadas da UEM- União Espírita Mineira, no estado de Minas Gerais. Dentre suas lembranças ali contidas, destacamos duas. Diz ela: - Valendo-nos da oportunidade de nossa presença em sua casa, em Uberaba outro acontecimento mediúnico. Encontrava-se ali o comandante Santinônimo (assim entendemos o seu nome), que nos relatou singular ocorrência. Aterrisara ele seu avião em pequena cidade do interior do Maranhão, a fim de pernoitar e levantar voo na manhã seguinte. Como a temperatura estivesse elevada, deixou aberta a janela do quarto, pensando fechá-la mais tarde, antes de adormecer, o que não fez, porque dormiu profundamente. Mais ou menos às 4 horas da madrugada, despertando, lembrou-se da janela aberta. Levantou-se para fechá-la, mas verificou, surpreso, que estava fechada. Estranhou, naturalmente, o fato, mas logo o esqueceu. Semanas depois foi a Uberaba para visitar o Chico, que o recebeu com as seguintes palavras: "Meu caro Santinônimo, que susto você me deu, deixando aberta a janela do hotel! Receoso de que algo lhe acontecesse, fui fechá-la, enquanto você dormia! Relato, agora. outro episódio revelador da personalidade espiritual de Chico Xavier, ocorrido por ocasião de sua vinda a capital mineira para receber, na Secretaria de Saúde, em 8 de novembro de 1974, o diploma de Cidadão de Belo Horizonte. Dia seguinte, visitou a União Espírita Mineira. Após 7 horas de atendimento aos que o procuravam, com a bondade de sempre, fomos surpreendidos com ruidosa manifestação em um grupo de pessoas que vinham em nossa direção. Empunhando uma arma, alguém bradava: "Ninguém vai tocarem Chico Xavier: Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo!" Notava-se o desequilíbrio da pessoa, o que aumentava a apreensão de todos, especialmente porque em sua mão havia a realidade de uma arma de fogo, de grosso calibre... A movimentação aumenta no recinto, uns se apavorando, outros procurando correr, e outros, ainda, tentando controlar a pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe se em silêncio, permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em providências defensivas, e, para, nosso alívio, um jipe com militares da PMMG estaciona junto ao meio-fio e os seus ocupantes, comandados por um distinto sargento, vêm ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras: "Graças a Deus vocês chegaram em boa hora: estamos com problemas lá em cima!" E antes de qualquer explicação, para surpresa, nossa, o Chefe da Patrulha fala: "Não tem nada não, vamos subir. O senhor Chico Xavier FOI NOS CHAMAR NA ESTAÇÃO RODOVIÁRIA, onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado!" Fora evidente o fenômeno de bilocação. Em poucos minutos a situação normalizava-se. O difícil foi impedir os nossos estarrecidos comentários...




A Bíblia conta que Moisés, depois que desceu do Monte Sinai, apresentou ao povo de Israel os 10 Mandamentos. Quando Jesus veio, porém, ele apresentou um novo mandamento. Será que esse novo mandamento de Jesus era para ser acrescentado aos de Moisés ou ele substituía todos os mandamentos que Moisés recebeu?


Se você tiver curiosidade de examinar a Bíblia com atenção, vai verificar que os chamados Dez Mandamentos estão contidos no capítulo 20 do livro Êxodo. Na verdade, o que eram mandamentos? Eram as leis que o povo deveria seguir. Naquela época e naquele povo não havia leis como existem hoje. AS leis atuais são propostas e discutidas pelos representantes do povo para, depois, serem aprovadas. Naquele tempo, as leis eram ditadas pela religião ou por algum líder religioso. Elas procuravam abranger todos os atos da vida do povo, suas crenças, seus usos e costumes. Eram chamadas de mandamentos porque eram ditadas para serem rigorosamente obedecidas.


Na verdade, os mandamentos dos hebreus não eram apenas dez; estes eram os mandamentos gerais, os mais abragentes. Mas depois do episódio do Monte Sinai, Moisés continuou ditando muitos outros mandamentos, centenas delas - mais de 600 - que vamos encontrar tanto no Êxodo como nos livros seguintes. Por outro lado, Jesus só veio 12 séculos depois de Moisés. Os tempos eram outros, e é curioso notar que ele não concordou com todos os mandamentos. Por exemplo: ele não concordou, logo de início, com o mandamento que exigia que as pessoas guardassem o sábado. Aliás, foi esse o primeiro mandamento que ele infringiu, através de seus discípulos quando, pela primeira vez, foi repreendido pelos fariseus.


No evangelho de João, capítulo 13, versículos 34 e 35, ele anunciou o seu mandamento, dizendo : “Eis que vos anuncio um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros e que, assim como eu vos amei, vos ameis também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos – e repete – se tiverdes amor uns aos outros”. É muito interessante o anúncio do novo mandamento que, aliás, constitui a base de toda a sua doutrina moral. Para aquele povo, naquela época, era uma idéia revolucionária.


Aliás, toda a doutrina de Jesus está assentada sobre o princípio do amor, pois o amor abrange tudo – todos os mandamentos. Jesus anunciava uma era nova, um salto significativo na história da religiosidade do povo judeu. Não bastava mais a religião de fachada; agora era preciso professar a religião de ação, pois ele não entendia que alguém possa amar, sem fazer o bem. Já não era suficiente a religião que se impunha pela força, que estabelecia severos castigos, até mesmo a pena de morte, como no caso da mulher adúltera. O mandamento, que Jesus ensinava, baseava no princípio da tolerância e do respeito humano.


Diziam os antigos: amareis vossos amigos e odiareis vossos inimigos. Eu, porém, vos digo, amai até mesmo os vossos inimigos”. O mandamento de Jesus mudava completamente o rumo das coisas e era tão amplo e universal que abrangia todos os mandamentos até então ensinados e ia muito além deles, por ser mais humano, mais respeitoso e pleno de tolerância.




quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

NÃO ERA UM SONHO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Que sonho singular!... Sinto-me arrastado por um turbilhão, cuja duração não compreendo.... Alguns amigos que julgava mortos, convidaram-me para um passeio, e eis-nos arrastados. Para onde vamos?... Olha! Brincadeira esquisita! A um grupo espírita!.... Ah!. Que farsa engraçada, ver essa boa gente conscienciosamente reunida!... Eu conhecia uma dessas figuras... Onde a vi? Não sei (...). Eu vos ouvi, senhores e senhoras e vos apresento meus profundos respeitos. Escreveis. Ao que me parece, e vossas mãos ágeis sem dúvida vão transcrever o pensamento dos invisíveis!... Espetáculo inocente!...Sonho insensato este meu.! Eis um que escreve o que digo a mim mesmo... Mas absolutamente não sois divertidos, nem também meus amigos, que tem rostos compassivos como os vossos – Espíritos dos que haviam morrido antes dele, e que julga ver em sonho - (...). Ei-los em busca de um problema insolúvel, condenado pela Ciência, pelos pensadores, pelos trabalhadores!... Falta-lhes instrução... A ignorância é a lei de Loyola largamente aplicada.(...) Ah!.. Se na verdade houvesse um grão de verdade em vossas elocubrações! Haveria para o materialista matéria para o suicídio!... Olhai!. Eu vivi largamente; desprezei a carne, revoltei-a; ri dos deveres da família, de amizade. Apaixonado, usei e abusei de todas as volúpias, e isto com a convicção que obedecia às atrações da matéria, única lei verdadeira em vossa Terra, e isto eu renovarei ao meu despertar, com a mesma fúria, o mesmo ardor, a mesma habilidade. Tomarei a um amigo, a um vizinho, sua mulher, sua filha ou sua pupila, pouco importa, desde que, estando mergulhado nas delícias da matéria, rendo homenagem a essa divindade, senhora de todas as ações humanas. Mas, se me tivesse enganado?... Se tivesse deixado passar a verdade?... Se, realmente, houvesse outras vidas anteriores e existências sucessivas após a morte? Se o Espírito fosse uma personalidade vivaz, eterna, progressiva, rindo da morte, retemperando-se no que chamamos provação?... Então haveria um Deus de justiça e de bondade?(...). Oh! Então se estivésseis com a verdade, eu queimaria o cérebro ao despertar, tão certo quanto me chamo...O relato pertence, na verdade, a um Espírito identificado como Luiz, que se manifestou imaginando que sonhava quando, na verdade havia desencarnado dois meses antes, em Paris, conforme exposto por Allan Kardec em matéria inserida na REVISTA ESPÍRITA, edição de fevereiro de 1869. Descrito por Kardec como um homem muito inteligente, escritor, assistira anos antes a reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, testemunhando diversos casos de mediunidade. Viu, principalmente, “um sonâmbulo, que lhe deu evidentes provas de lucidez, em coisas que lhe eram absolutamente pessoais, mas nem por isto se convenceu da existência de um princípio espiritual”. Em reunião posterior, através de outro médium, pela fala e não pela escrita, como da primeira vez, também espontaneamente, ou seja, sem ter sido evocado, discorreu durante uma hora, reproduzindo na manifestação sua atitude, gestos, a voz e a linguagem, a ponto de ser facilmente reconhecido pelos que o conheceram. A todas as perguntas e objeções que lhe foram feitas, pretendeu explicar tudo pelo estado de sonho, embaraçando-se muito a uma pergunta a ele feita, da qual se esquivou várias vezes: -“O corpo pelo qual nos falais não é o vosso, pois é magro e o vosso era gordo. Onde está o vosso verdadeiro corpo? Não está aqui, pois não estais em vossa casa. Quando se sonha, está-se em seu leito. Ide, pois, ver em vosso leito se o vosso corpo lá está e dizei-nos como podeis aqui estar sem o vosso corpo?”. Ponderando sobre o caso, Kardec em observação ao final da matéria diz: -“Como se viu, era um tipo de materialista sensualista; jamais teria aceitado o Espiritismo. Os homens dessa categoria buscam as consolações da vida nos prazeres materiais; (...). Para eles o Espiritismo não é um benefício, mas um estorvo; não há provas que possam triunfar de sua obstinação: repelem-nas, menos por convicção do que por medo de que seja uma verdade”.



Se a gente é orgulhoso por se sentir superior, então não existe quem não seja orgulhoso; porque, na vida, a todo momento, esbarramos com algumas situações em que somos melhores que outras pessoas. Até os animais sabem quando são superiores.” (Comentário, Adauto)


Sem dúvida, Adauto, todos temos orgulho, em maior ou menor grau, porque, sendo inteligentes e dotado de capacidade de julgar, estamos fazendo julgamentos a todo momento. Mas, quando falamos aqui do orgulho, estamos nos referindo ao vício moral, ao sentimento absurdo e preconceituoso em relação às pessoas de um modo geral. Neste sentido, o orgulho seria uma espécie de deformação de percepção, que faz com que vejamos as pessoas sempre abaixo de nós e, por isso, diminuímos seu valor e as humilhamos. Uma característica típica do orgulho é rebaixar os outros para poder elevar-se.


É claro que as pessoas são diferentes umas das outras e que cada qual se destaca em alguma coisa, ao mesmo tempo em que se mostra incapaz em outras. Naquilo em que se destaca, ela sente uma superioridade circunstancial em relação a outros, mas ela deve ter consciência de que não pode ser superior em tudo, que se sairá melhor que outro em determinada área de atuação, mas que, necessariamente, será inferior em outras áreas, que não domina. Pensar assim não é ser orgulhoso, no sentido moral da palavra, mas reconhecer que, na verdade, todos estamos no mesmo barco, que todos somos imperfeitos e dependemos uns dos outros.


O orgulho, no sentido de vício moral a que Jesus se referiu, aplica-se a uma superioridade que não existe, a não ser na mente do orgulhoso. Trata-se, portanto, de uma deformidade grave de percepção. Jesus cuidou bem desse tema e, como um bom mestre, utilizou de uma ilustração bem oportuna. Ele disse que quando convidados a uma festa, não tomemos os primeiros lugares, mas os últimos, porque é possível que o dono da festa nos peça para ir para os últimos, quando chegar alguma pessoa que ele considera mais. Mas se, de início, já tomarmos os últimos lugares, é possível que o dono da casa nos peça para ir aos primeiros. E conclui, “quem se eleva será rebaixado, mas quem se rebaixa será elevado”.


A história humana está eivada de orgulho e preconceito. Só muito recentemente, apesar de os mestres da antiguidade terem falado muito sobre isso, é que as coletividades começaram a despertar para essa questão e, hoje, com a proclamação dos direitos humanos, já podemos perceber que, diante da lei, todos devem ser vistos como iguais, enfraquecendo cada vez mais a antiga concepção de superior e inferior, que tão grandes males causou para a humanidade.




terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

OS ESPÍRITOS, A SAUDE E AS DOENÇAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Embora poucos saibam, quando do surgimento do Espiritismo, as ações focadas na intervenção de Espíritos desencarnados em atividades de cura eram comuns, tendo Allan Kardec dedicados muitas páginas da sua REVISTA ESPÍRITA a expor e analisar relatos de casos a ele encaminhados. Fundamentados nesta constatação, elaboramos dentro da série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, uma abordagem sobre MENTE, SAUDE E DOENÇAS. Dela, destacamos para sua análise duas das questões que o compõem: 1- Como sob o prisma do Mundo Espiritual entender a falta de saúde ou a manifestação da das doenças? A saúde é questão de equilíbrio vibracional, de conformação de frequências. Naturalmente, enquanto na Terra, esse problema implica uma equação de vários parâmetros, quais sejam a respiração e a atividade, o banho e o alimento. Forçoso é, todavia, convir que as raízes morais são sempre os fatores de maior importância, não somente na vida normal, senão também, e em particular, nas horas conturbadas. (FT, MC) A extrema vibratilidade do Espírito produz estados de hipersensibilidade, os quais em muitas circunstâncias, se fazem sentir por verdadeiros desastres organopsíquicos. (FT, JM) Energias atraem energias da mesma natureza, e, quando estacionários na viciação ou na sombra, as forças mentais que exteriorizamos retornam ao nosso Espírito, reanimadas e intensificadas pelos elementos que com elas se harmonizam, engrossando, dessa forma, as grades da prisão em que nos detemos irrefletidamente, convertendo-se-nos a alma num mundo fechado, em que as vozes e os quadros de nossos próprios pensamentos, acrescidos pelas sugestões daqueles que se ajustam ao nosso modo de ser, nos impõem reiteradas alucinações. (AR, 4) Durante a reencarnação, a criatura elege, automaticamente, para si mesmo, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações. Rende-se, habitualmente, às sugestões do mal, criando em si não apenas condições favoráveis à instalação de determinadas moléstias no cosmo orgânico, mas também ligações aptas a funcionarem como pontos de apoio para as influências perniciosas interessadas em vampirizar-lhe a vida. (RE) A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semimaterial do corpo espiritual. Havendo o Espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido. 2- (2A invasão microbiana (fungos, virus, bactérias, etc) está vinculada a causas espirituais? Os micróbios patogênicos se associam a elementos sutilíssimos de ordem espiritual. (NRCX; 41) Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular. Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual praça desguarnecida, porque as sentinelas naturais não dispõem de bases necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo muitas vezes, em devedor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugular-lhe a expansão. Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias. Emerge, então, a moléstia por estado secundário em largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia a que compele a usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente da própria reabilitação no plano carnal. (EDM)


Eu gosto de ler a Bíblia. No Êxodo ( cap.34,vers. 11), encontrei o seguinte: “O Senhor falava a Moisés, face a face, como um homem costuma falar com seu amigo”. Em Mateus, cap. 4, vers. 8, Jesus fala: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. Mas na primeira carta de João, cap.4, vers. 12, ele diz: “Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeita a sua caridade”. Isso me parece uma contradição. O que vocês acham? ( anônimo, por e-mail)


Você não deve ler a Bíblia como lê um livro científico. A Bíblia é uma coleção de textos muito antigos, escritos por vários autores em diferentes épocas e que procura retratar a vida do povo hebreu. Os textos não foram escritos por historiadores, que se preocupassem muito com precisão e coerência dos fatos. Esses autores eram pessoas que inspiravam confiança na população, lideres religiosos e profetas, e que , escrevendo, deixaram uma história longa, interessante e, ao mesmo tempo, cheia de opiniões pessoais e narrativas populares que se espalhavam de boca em boca.


Não pense, também, que a Bíblia foi escrita de uma vez só, com o formato e a seqüência que conhecemos hoje. Não. Na antiguidade não havia papel. Os textos foram escritos separadamente e eram grafados em pergaminho (feito de couro de animais), que eram enrolados e guardados em recipientes em forma de vasos, até que alguém os juntou e os reuniu num só volume. Daí o nome Bíblia, que quer dizer livros. O livro, que conhecemos hoje, só apareceu muito recentemente, há menos de 500 anos, a partir da invenção da imprensa por Gutemberg. Só então é que se deu à Bíblia o formato que ela tem atualmente, dividido em capítulos e versículos.


O fato de ela dizer num momento que Moisés viu Deus face a face, e de João afirmar muitos séculos depois que ninguém nunca viu Deus, nada tem de estranho, mesmo porque as pessoas escreviam o que ouviam dizer, segundo suas crenças. Há muitas outras contradições nesses textos. Entretanto, nós não procuramos neles uma precisão científica, até por que não se fazia ciência naquele tempo e os fatos, antes de serem escritos, eram divulgados e comentados por muita gente, dando margem a muitas interpretações diferentes. Até podemos considerar como uma alegoria o fato de se dizer que Moises viu Deus.


A concepção de Deus, no tempo de Moisés era uma, e a ideia que se passou a fazer de Deus, depois de Jesus é outra. No passado, acreditava-se num Deus de forma humana, como a maioria dos outros povos acreditava. Mas, naquela época, a visão de mundo era muito acanhada. Achavam que Deus estava no alto dos céus e o homem embaixo na Terra; não se conheciam nem as verdadeiras dimensões da Terra, quanto mais do Universo onde a Terra é quase nada, de modo que o mundo para eles tinha uma extensão tão reduzida, que Deus precisa descer num monte para encontrar com Moisés.


Jesus mudou essa visão ao falar de um Deus interior, de um Deus em Espírito e Verdade , e não mais de um deus humano e limitado. O Reino de Deus, para ele, era um estado de alma e o Pai, um Espírito Perfeito que habitava todos os corações. Ver Deus, para Jesus, não era apenas contemplar uma figura ( Deus não tem forma), mas vivenciar o amor e paz, compreendendo que temos um destino elevado e glorioso, e que só o bem merece ser feito.




segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

O médium mineiro Francisco Cândido Xavier, desencarnado em 30 de junho de 2002, era conhecido por sua paciência, pela atenção com que recebia e atendia cada pessoa que o buscava.

Certa ocasião, atendendo à fila interminável, sentado, na mesma posição, por horas seguidas, aproximou-se dele uma senhora magra, de estatura mediana.

Trazia os olhos vermelhos de onde rolava um rio de lágrimas, que ela não conseguia conter. Tomou uma das mãos do velho servidor de Jesus e falou: Seu Chico, me ajude. Não aguento mais tanto sofrimento.

Com a voz mansa, repassada de ternura, sem pressa alguma, o apóstolo do bem, perguntou: O que se passa, minha filha? Conte-me.

É coisa demais, falou a senhora, ainda chorosa. Fiquei viúva, há alguns anos. Meu marido se foi. Deixou-me duas filhas pequenas. Parecia que aquela dor da partida dele, o vazio que ele deixou em minha vida não acabaria nunca.

No entanto, os anos foram acalmando a minha dor. Mas, triste, me afastei de tudo. As meninas cresceram. Estavam com treze e quinze anos.

Há poucos dias, uma vizinha nos convidou para um piquenique. Eu não queria ir, não tinha vontade. No entanto, li nos olhos brilhantes das minhas filhas o desejo que tinham de ir.

Preparei tudo, rodeada pela alegria das duas. O domingo chegou ensolarado, maravilhoso.

O local era muito bonito, próximo a um rio. Um lugar encantador. Logo verificamos que, por causa das chuvas de dias anteriores, o rio estava muito cheio.

As águas rolavam velozes, como se estivessem furiosas por alguma coisa.

Avisei às filhas que não se aproximassem das margens e me envolvi, na organização, com as amigas.

De repente, a gritaria me despertou para o desespero. Um mau pressentimento me apertou o coração.

Todos corremos para próximo do rio e eu vi as minhas duas filhas sendo arrastadas pela correnteza.

Quis me jogar no rio, na tentativa de as resgatar, mas fui impedida pelas pessoas. Estava alucinada de dor.

Mais tarde, fiquei sabendo que minha filha mais nova se debruçara sobre uma pedra levando as mãos à água, a pedra se deslocou e ela foi projetada no rio.

A irmã correra para ajudá-la e escorregou, caindo, também, na corrente.

Elas se foram, Chico. Estou totalmente sozinha, agora. Não quero mais viver. Não tenho mais nada neste mundo.

As pessoas olharam para Chico Xavier. Dos olhos dele corriam lágrimas. Ele se levantou e envolvendo num abraço aquela mãe sofrida, disse:

Minha filha, deixe-me abraçá-la. Existem dores para as quais não temos palavras. Agora, só posso misturar as suas com as minhas lágrimas. Vamos chorar juntos.





Esta questão foi formulada pela Diva Cristina Sorzeto, aqui do Bairro Labienópolis: “Eu já estive com pessoas que disseram que foram curadas por milagre de um santo, outras por intervenção de Espíritos. Elas disseram que rezaram para eles com muita fé e, depois, se curaram de doenças complicadas que a medicina não dava jeito. Isso significa que esses santo ou Espíritos estão à disposição de todo mundo e que basta ter fé para se curar?


Há pouco tempo, abordamos um assunto parecido aqui. Na verdade, o que mais contribui para uma pessoa obter uma cura espiritual é a sua fé em Deus ou numa entidade a que se afeiçoa. Não somos nós afirmamos isso; Jesus dizia àqueles que eram curados: “A tua fé te curou”. É claro que essa fé está alicerçada numa crença que a pessoa tem, de acordo com a sua religião.


A fé remove montanhas” – foi também Jesus quem disse isso. Hoje muitos autores costumam explorar muito questão, chegando ao exagero. É claro que, como dissemos, a fé é um poderoso fator de cura, mas não é o único. Sem a fé, no entanto, torna-se muito difícil para o médico, por exemplo, tratar do doente, quando ele não acredita na cura, quando não aceita o remédio ou quando detesta o médico. Mas a fé religiosa, a fé em Deus sobretudo, se sincera, traz uma grande calma, contribui para o equilíbrio emocional e favorece o trabalho de recuperação que o próprio organismo costuma desenvolver ante a enfermidade.


A devoção aos santos ou a entidades espirituais de qualquer religião são importantes na medida em que dá segurança ao enfermo e o coloca em condições favoráveis, não só à própria recuperação do organismo, mas também a intervenções da espiritualidade em seu benefício. No meio espírita existem pessoas, que se apegam a um determinado Espírito - como é o caso de Bezerra de Menezes, o mais citado – buscando socorro através da ação dessa entidade espiritual.


É claro que Espíritos de elevados dotes morais – como Bezerra – não se acham facilmente à disposição de todos quantos se dirigem a ele a qualquer momento. Entretanto, eles têm suas equipes de trabalho, formadas por dezenas e até centenas de Espíritos, que costuma prestar socorro em seu nome. Allan Kardec dá uma boa explicação sobre isso em O LIVRO DOS MÉDIUNS.


Contudo, esse campo da cura, do ponto de vista espírita, pode ser enganoso, no sentido de que, mais importante que a cura do corpo é a cura da alma. Jesus enfrentou esse problema no seu tempo, pois o que visava realmente era a cura moral das pessoas, como podermos perceber pelos seus ensinos. Muitas vezes, a doença – de que o paciente quer se ver livre - é uma prova necessária ao seu crescimento espiritual, razão pela qual nem todos obtêm a cura. Precisamos aprender a interpretar o mal que nos atinge, para descobrirmos o que eles querem nos dizer.




domingo, 2 de fevereiro de 2025

SENTIMOS FOME; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Admitindo-se como verdadeira a visão proposta pelo Espiritismo sobre a continuidade da vida, dizendo-a mera continuação desta que desfrutamos, falando sobre tratamentos hospitalares; sobre organizações beneméritas ou criminosas; sobre regiões de confinamento o sofrimento; como encarar, por exemplo, a questão da alimentação, das dependências químicas, a que os indivíduos se prendem no tempo de permanência no corpo chamado físico? Se sentimos fome ou necessidade da satisfação das transtornantes sensações dos vícios, como as suprimos? Allan Kardec, em manifestação ocorrida na Sociedade Espírita de Paris, ouvira depoimento emocionado do Espírito do padre Bizet, morto aos 47 anos, em virtude de incansável atuação durante epidemia de cólera agravada pela fome na região de Sétif, Bélgica, e, que, descrevendo seus primeiros momentos no despertar no Plano Espiritual, diz ter tido sob os olhos o atroz espetáculo da fome entre os Espíritos. Mortos nas torturas da fome, ainda procurando em vão satisfazer uma necessidade imaginária, lutando uns contra os outros para arrancar um pedaço de comida que se esconde nas mãos, se entre rasgando e, se assim posso dizer, se entredevorando; uma cena horrível, pavorosa, ultrapassando tudo quanto a imaginação humana pode conceber”. Indagado sobre a situação após a morte física das pessoas que não foram más e que também não se interessaram pelo conhecimento das coisas espirituais durante a vida física, Chico Xavier respondeu que “oitenta por cento das criaturas que desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem condições de ascenderem aos planos elevados. Apenas vinte por cento gravitam para os Planos mais altos. A maioria delas, portanto, fica vinculada aos familiares e amigos”. Isso nos faz lembrar cena descrita pelo Espírito André Luiz em seu livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (1945, feb), psicografado pelo médium mineiro, na qual, acompanhando o Instrutor Alexandre, visitam a casa de uma viúva, localizada em rua modesta e, que embora relativamente confortável, parecia habitada por muitas entidades de condição inferior, o que observou sem dificuldade, pelo movimento de entradas e saídas, antes mesmo da penetração deles no ambiente doméstico, o que aconteceu sem que os desencarnados infelizes identificassem a presença dos visitantes, em virtude do baixo padrão vibratório que lhes caracterizava as percepções. Relata André Luiz que a família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples, observando um fato até então inédito para ele: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivessem tomando alimentos por absorção. Aturdido, questionando o Instrutor, ouve dele que os quadros de viciação mental e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas da paz de espírito, o que é intuitivo para todos os que estimem o pensamento reto. Acrescenta que “os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantêm ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. A propósito da satisfação das entidades ali congregadas, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes, ouviu de Alexandre a contra pergunta: - Tanta admiração somente por vê-los tomando alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que o próprio homem encarnado recebe mais de setenta por cento da alimentação comum através dos princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda desintegração. Ora, nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando em uso no envoltório carnal. Opinando considerar desagradável tomar refeições na companhia de desconhecidos, mormente da espécie ali observada, o Benfeitor esclareceu “não se tratar de gente anônima, mas sim familiares diversos, que os próprios encarnados retêm com suas pesadas vibrações de apego doentio. Admitindo-se a hipótese que a mesa doméstica estivesse rodeada de entidades indignas, estranhas aos laços consanguíneos, resta a certeza de que obedecem às tendências que lhes são características e à circunstância de que cada Espírito tem as companhias que prefere”. Pondera que “a mesa familiar é sempre um receptáculo de influencias de natureza invisível. Valendo-se dela, medite o homem no Bem, e os trabalhadores espirituais, nas vizinhanças do pensador, virão partilhar-lhe o serviço no campo abençoado dos bons pensamentos (...). Entretanto, pelos mesmos dispositivos da Lei da Afinidade, a maledicência atrairá os caluniadores invisíveis e a ironia buscará, sem dúvida, as entidades galhofeiras e sarcásticas, que inspirarão o anedotário menos digno, deixando margem vastíssima à leviandade e à perturbação (...). É o vampirismo recíproco”.




Eu gostaria de saber até onde um Espírito pode dominar a vontade de uma pessoa. Por exemplo, quando a pessoa bebe além da conta e não consegue mais parar, será que ela está dominada por um espírito obsessor? (Viana)


Em primeiro lugar precisamos tomar consciência de uma coisa: cada um de nós é dono de sua própria vontade. Entretanto, nenhum de nós está livre das influências da vontade dos outros. Não estamos livres nem a influência daqueles com quem convivemos - os encarnados, tampouco da influência dos desencarnados. Entretanto, convém analisar como se dá essa influência, e porque ela acontece, para sabermos até que ponto os Espíritos podem atuar sobre nós e se as suas influências são boas ou más.


Nascemos para viver em sociedade. Desde criança, ficamos sob a influência de nossos pais, que falam e resolvem tudo em nosso nome. Mas, quando crescemos, já podemos adquirir autonomia; isto é, passamos a pensar pela nossa própria cabeça e a agir sob o impulso da própria vontade. Mas isso, em termos. Na verdade, todos estamos submetidos a um campo de influência mental do ambiente que nos envolve, sejam tais influências das pessoas com quem convivemos (da família, do círculo de relacionamento e da própria mídia), seja da espiritualidade com que mais nos afinamos.


Os desencarnados, de fato, podem ter influência sobre nossas decisões. Mas essa influência depende, primordialmente, de nosso consentimento. Se podemos permitir que uma pessoa se aproxime de nós e nos convença de que devemos beber com ela, por que não aconteceria o mesmo com relação aos Espíritos? É claro que chamar para o bar a quem já freqüenta o bar é bem mais fácil do que convidar alguém que não tem esse costume ou nunca esteve lá. Logo, o que mais faz com que uma pessoa caia no vício e se torne dependente dele é a sua fraqueza moral.


Desse modo, não podemos atribuir nossos erros ou nossa conduta somente aos Espíritos. Se assim fosse, não teríamos culpa de nada, pois toda culpa recairia neles – o que não é verdade. Uma pessoa, que bebe de forma abusiva e descontrolada, geralmente está cercada de espíritos viciosos, que se aproveitam de sua fraqueza e se imiscuem em sua vida, tornando o problema ainda mais complicado. Entretanto, isso não quer dizer que foram esses Espíritos que a levaram à bebida, mas, sim, que eles se aproveitaram de uma situação para fazer o que sempre fizeram, beber.


O problema se torna ainda mais grave, quando o organismo do viciado já não consegue viver sem a bebida. Contudo, cada caso tem a sua história e precisa de um tratamento próprio. Hoje temos os serviços do AA – Alcoólicos Anônimos, que dá o suporte moral para as pessoas superarem o vício. Mas a Doutrina Espírita, nesses casos, dá o suporte espiritual a quem se interessar, quiser e se esforçar para se libertar da escravidão da bebida.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

PROFUNDA BELEZA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na prodigiosa contribuição do Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier, existem textos que revelam superior inspiração. Um deles, ao que tudo indica, constituiu-se em mensagem dirigida a um grande trabalhador da Doutrina Espírita, desencarnado em acidente automobilístico em 1978, aos 65 anos de idade. Seu nome Rubens Romanelli, cujo histórico de vida revela um Espírito que cumpriu um programa reencarnatorio marcado por extremas dificuldades, mas que certamente cumpriu a maioria dos desafiantes itens previstos. Tendo iniciado sua vida profissional aos onze anos o que impossibilitou continuar os estudos, aos 21 anos, em seis meses fez o chamado curso de madureza, aos 26, ingressou por vocação na Faculdade de Filosofia, ingressando, posteriormente no magistério onde lecionou durante alguns anos, para, posteriormente, dedicar-se a professor na mesma Faculdade em que se formara, ligado à Universidade Federal de Minas Gerais. A suposição baseia-se no fato de que o texto pode ser encontrado em duas obras. A primeira, em PRIMADO DO ESPÍRITO (2000;Lachâtre), próprio Romanelli, publicada inicialmente pelos fins da década de 50. A segunda, no livro PAZ E LIBERTAÇÃO, (1966; CEU), de Autores Diversos. A suposição prende-se ao início da primeira transcrição onde o autor dirige-se ao destinatário “Meu filho”. Na segunda, o tratamento é omitido. Excetuando-se o título – na primeira QUANDO e na segunda MEDITAÇÃO e, o final da primeira em que se observa um paragrafo a mais, todo o resto é de profunda beleza. O teor da carta é o seguinte: MUDAR MÚSICA Orchidea dobrar e editar final ao final da leitura Faixa

- “Quando, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me: "eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas”.

Quando te julgares incompreendido dos que te circundam e vires que em torno há indiferença, acerca-te de mim: "eu sou a luz, sob cujos raios te aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos!"

Quando se te extinguir o ânimo para arrostares as vicissitudes da vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-me: "eu sou a força capaz de remover-te as pedras do caminho e sobrepôrte às adversidades do mundo!"

Quando inclementemente te açoitarem os vendavais da sorte e se já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: "eu sou o refúgio em cujo seio encontrarás guarida para teu corpo e tranquilidade para teu espírito!..."

Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição e te considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me: "eu sou a paciência que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis."

Quando te debateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos, grita por mim: "eu sou o bálsamo que cicatriza as chagas e te minora os padecimentos!"

Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que ninguém pode inspirar-te confiança, vem a mim: "eu sou a sinceridade que sabe corresponder à franqueza de tuas atitudes e à excelsitude de teus ideais!"

Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por mim: "eu sou a alegria que insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos do teu mundo interior!"

Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela por mim: "eu sou a esperança que te robustece a fé e te acalenta os sonhos!"

Quando a impiedade recusar-se a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: "eu sou o perdão que te levanta o ânimo e promove a reabilitação do teu espírito!"

Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre-te a mim: "eu sou a crença que te inunda de luz e entendimento e te habilita para a conquista da felicidade!"

Quando já não provares a sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento do teu semelhante, aproxima-te de mim: "eu sou a renúncia que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo!"

E quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.

"Chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito! Eu, sou JESUS!"





Prestem atenção nesta questão, formulada pela ouvinte Doracy, residente na Vila Mariana: Ela pergunta: “ O que significa para o Espiritismo os pais que perdem um filho na flor da idade? Será que eles estão pagando pelos pecados que cometeram?”


Doracy, nós, espíritas, não costumamos usar a palavra “pecado”, que tem uma conotação religiosa muito forte de “condenação”. Preferimos falar em “erros”, “enganos” ou “deslizes”. Somos Espíritos em evolução e uma das formas pelas quais aprendemos, é sofrendo as conseqüências dos erros ou enganos que cometemos. A Doutrina Espírita nos ensina que, em nossa vida – como em tudo no universo – o que funciona é a lei de causa e efeito ou lei de causalidade. Todo efeito tem uma ou mais causas: se procurarmos, podemos encontrá-las. Entretanto, não é fácil, porque não sabemos o que fizemos em encarnações anteriores e muito menos o que os outros fizeram.


Você pergunta se os pais, que perdem seus filhos, ainda crianças ou jovens, estão respondendo por alguma falta do passado. Referindo a encarnações passadas podemos levantar essa possibilidade. Mas com relação ao passado da atual encarnação, seria plausível, se esses pais fossem pessoas irresponsáveis, ausentes e, talvez, até mesmo provocadores da situação que levou esse filho à morte. Na maior parte das vezes, porém, acontece justamente o contrário: os pais são responsáveis, amorosos e tudo fazem para o bem do filho. Assim mesmo, enfrentam a situação inesperada de sua morte na flor da idade.


Os Espíritos Benfeitores costumam dizer que tais casos são provações para os pais, ao mesmo tempo em que podem ser situações que estavam previstas no plano de vida do filho. Ora, isso quer dizer que, antes de reencarnar, esses pais assumiram um compromisso com esse Espírito, sabendo de antemão que sua vida na Terra seria de curta duração. Embora sofrendo, quando esses pais se mostram mais resignados e sabem absorver o impacto dessa dor, é mais provável que seja uma provação, que eles mesmos escolheram, aliada à missão que tiveram junto a esse filho.


A Doutrina Espírita nos ensina que devemos sofrer o menos possível diante de situações que não podem ser modificadas. Quando a nossa intervenção é útil e o problema pode ser resolvido – aí, sim! – vale a pena sofrer. Mas quando não há o que fazer – pelo menos em termos desta vida, para salvar alguém da morte, por exemplo – devemos, primeiramente, confiar em Deus, concebendo que nada acontece por acaso e que nós, como pais, somos instrumentos do bem, fazendo o melhor ao nosso alcance, e que não devemos nos mortificar . A prece é um instrumento poderoso de conforto intimo, mas podemos também recorrer à presença de um amigo, à leitura de livros edificantes e confortadores que abordem o assunto, à busca desse despertar de nosso Deus interior, através da frequência a uma reunião espírita, que fale do evangelho e ministre passes.