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domingo, 29 de abril de 2018

AS QUESTÕES DA FAMILIA


As aceleradas mudanças pelas quais passa o Planeta e a sociedade humana provoca crises em todos os setores, entre os quais a família. Distanciada progressivamente do seu lado espiritual, entregue às influências do materialismo e consumismo, efeitos como o suicídio se acentuam inclusive entre adolescentes. Na sequência alguns pontos sob a ótica do Espiritismo para reflexões. Partimos d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS ampliando com uma avaliação do Espírito Emmanuel através de Chico Xavier: Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família? – Uma recrudescência do egoísmo. (LE,775) Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres? - É um progresso na marcha da Humanidade. (LE,695)  Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento? - Seria uma regressão à vida dos animais. (LE, 696) O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes. (696; nota) Os laços de sangue não determinam necessariamente os laços espirituais. O corpo gera o corpo, porém o Espírito não é gerado pelo Espírito, porque já existia antes da gestação do corpo. Não foram os pais que geraram o Espírito de seu filho, eles apenas forneceram-lhe um corpo carnal. Além disso, devem ajudá-lo no seu desenvolvimento intelectual e moral para fazê-lo progredir. Frequentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas os a quem odiara, quiçá o ódio lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido. (ESE;5:11) Relacionamentos iniciados pela atração visual/sexual geralmente resultam complicados. Como explicar isso? Todos os problemas da vida afetiva serão devidamente aclarados quando o conhecimento da reencarnação for concebido na base da regra áurea. Faremos a outrem, nos domínios afetivos, aquilo que desejamos se nos faça. Isso porque de tudo o que doarmos ao coração alheio recolheremos de volta. O amor em sua luminosa liberdade é independente em suas escolhas e manifestações; no entanto, obedece igualmente ao princípio: “Livre na sementeira e escravo na colheita”. Em muitas ocasiões, o rival que abatemos, de um modo ou de outro, induzindo-o a desencarnação, é o filho que a vida e o tempo nos colocam nos braços, a cobrar-nos em abnegação e renúncia a assistência e a proteção que lhe devemos; o jovem ou a jovem que furtamos dos braços de nossos filhos, considerando-os indignos de nossa equipe doméstica, impondo-lhes, direta ou indiretamente, a morte do corpo físico, voltam na condição de netos, em muitas circunstâncias, compartilhando-nos o leito e a vida; a criança nascitura que arrojamos à vala do aborto desnecessário e que deveria nascer e crescer para o desenvolvimento da afetividade pacífica, entre os nossos descendentes, costuma encontrar novo berço em nosso clima social, reaparecendo na condição do homem ou da mulher que, mais tarde, nos aborda a organização familiar exigindo-nos pesados tributos de aflição; as criaturas que enganamos, no terreno do afeto, em outras estâncias, habitualmente retornam até nós por filhos--problemas, reclamando-nos atenção e carinho constantes para o reajuste emocional que demandam. Frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje são frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração. É possível haja longa demora na aceitação geral da verdade por parte dos agrupamentos humanos, em nos reportando ao mundo genésico. Dia virá, porém, no qual todas as criaturas compreenderão que o Espírito, onde estiver, conforme aquilo que plante, em matéria de afetividade, isso também colherá.


terça-feira, 24 de abril de 2018

RELIGIÃO E POLÍTICA


O tema é sempre atual e o professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA,eme) apresenta a seguir sua visão sobre o mesmo a partir do questionamento de um leitor::“Porque a religião e a política se parecem tanto? Há guerra entre os partidos e como as guerras entre as diversas religiões, cheia de paixão e ódio e acusações...”  Porque elas têm praticamente a mesma origem e sempre estiveram lutando pelo poder. Aliás numa retrospectiva da História, vamos perceber que a religião antecedeu em muito a política. Na pré-história, o poder está nas mãos do “feiticeiro”, o homem que fala com os Espíritos ou Deuses e que pode ter acesso ao conhecimento do sobrenatural, que conhece o futuro das pessoas e da própria tribo, os métodos de cura e os ministérios da natureza: ele tem o poder (porque tem o conhecimento) e por isso, é sempre ouvido respeitado e temido, mesmo pelo chefe que lhe atende as mais absurdas recomendações. As grandes nações da História antiga são teocracias, visto que governadas por homens que se intitulam Deuses ou se arvoram em detentores da ordenação divina, como os faraós do Egito rodeados pelos sacerdotes. Ou mesmo Moisés, o chefe dos hebreus, escolhido pelo seu deus Iavé. O absolutismo, poder político concentrado na vontade do homem, o rei, por largo tempo passa a noção de que o soberano representa a própria vontade de Deus. A Igreja Católica desde a oficialização do Cristianismo como religião do Estado Romano no século IV, sempre exerceu esse poder de forma opressora, tendo nas mãos soberanos QUE LHE PRESTAM CEGA OBEDIÊNCIA. O triste episódio da Santa Inquisição, verdadeiro holocausto em nome da fé, mostra quanto foi opressor o poder da religião intolerante, que perseguiu torturou e matou durante séculos, milhares de pessoas que discordavam de sua linha de pensamento ou ousavam desagradar o clero. Tão forte é o poder político da religião que ainda hoje, ano 2000, temos estados governados por chefes religiosos, caso do Irã (governado pelo Aiatolá), onde a intolerância é marca indispensável desse poder, promovendo verdadeiro regime do terror. O Brasil até antes da república tinha como religião oficial o Catolicismo Romano (como Portugal o tem até hoje), onde uma religião gozava de todos os privilégios em prejuízo das outras, exercendo sozinha decisiva influência em todas as questões de interesse social. Mesmo em nosso dias, quando a Constituição Federal nos caracteriza como um País democrático, onde há lugar para todas as crenças e cultos, por causa desse atavismo religioso arraigado em nossas estruturas arcaicas, o Brasil ainda depende muito da posição da Igreja para resolver seus mais graves problemas. Kardec, em OBRAS PÓSTUMAS, tem um artigo intitulado “AS ARISTOCRACIAS”, em que faz rápido comentário sobre o caminhar da Humanidade em matéria do poder político, assinalando as conquistas democráticas que vem sendo alcançadas ao longo do tempo para a solução dos problemas humanos. Desse modo, você percebe que a política é filha das religiões e instituições humanas que sempre se impuseram por meios escusos e métodos opressores, sonegando a verdade, esclarecendo conflitos e promovendo guerras de conquistas em torno de interesses exclusivamente materiais, tudo em nome de Deus, do Bem e da Verdade. As religiões do presente herdam esse triste caráter da religião do passado instigando-se os adeptos ao desprezo e ao ódio em relação as outras crenças. Nem mesmo as que se dizem adeptas de Jesus, levam em conta que o carpinteiro de Nazareth, pregava o amor para com os adversários, porque isso simplesmente não lhes interessa. Elas querem um Jesus politicamente agressivo, tão intolerante como elas mesmas, estabelecendo divisões, preferências, privilégios e condenações, porque isso lhes garante o poder. A Doutrina Espírita, saída das mãos de Allan Kardec, nos meados do século passado, veio justamente combater esse estado de coisas recusando-se terminantemente a ser uma adversá- ria a mais na saturada arena da competição religiosa, estruturada em conceitos científicos e filosóficos com conseqüências morais inatacáveis, ela não é uma instituição religiosa salvacionista, nem se proclama dona exclusiva da Verdade, mas representa a síntese de uma evolução do pensamento humano, que defende a liberdade de crença como condição para o próprio progresso da Humanidade. Deve-se colocar acima das questiúnculas que dividem as pessoas ou os grupos religiosos, para proclamar a verdadeira religião. Não está nesta ou naquela denominação, na utilização deste ou aquele culto, na freqüência deste ou daquele tempo, mas na conduta do homem e das coletividades ante os valores universais do amor e da solidariedade humana

sábado, 21 de abril de 2018

O ESPIRITISMO PERANTE OUTRAS RELIGIÕES


A divulgação do Espiritismo deve ser intensificada, atraindo seguidores de outras escolas religiosas? Allan Kardec se pronuncia em artigo incluído na edição de fevereiro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA. Escreveu: - Há duas coisas no Espiritismo: o fato da existência dos Espíritos e de suas manifestações, e a doutrina daí resultante. O primeiro ponto não pode ser posto em dúvida senão pelos que não viram ou não quiseram ver. Quanto ao segundo, a questão é de saber se essa doutrina é justa ou falsa. É uma questão de apreciação. Se os Espíritos só manifestassem a sua presença por meio de ruídos, movimentos, ou seja, por movimentos físicos, isto não provaria grande coisa, pois não saberíamos se são bons ou maus. O que, sobretudo, é característico nesse fenômeno, o que é capaz de convencer os incrédulos, é poder reconhecer parentes e amigos entre os Espíritos. Mas como podem os Espíritos atestar a sua presença, a sua individualidade e permitir o julgamento de suas qualidades, senão falando? Sabe-se que a escrita pelos médiuns é um dos meios que eles empregam. Desde que têm um meio de exprimir suas ideias, podem dizer tudo o que querem; conforme o seu adiantamento, dirão coisas mais ou menos boas, justas e profundas. Deixando a Terra, não abdicaram do livre-arbítrio; como todos os seres pensantes têm suas opiniões; como entre os homens, os mais adiantados dão ensinamentos de alta moralidade, conselhos marcados pela mais profunda sabedoria. São esses ensinamentos e conselhos que, recolhidos e ordenados, constituem a Doutrina Espírita, ou dos Espíritos. Se quiserdes, considerai essa doutrina não como uma revelação divina, mas como a expressão de uma opinião pessoal de tal ou qual Espírito; a questão é saber se é boa ou má, justa ou falsa, racional ou ilógica. A quem recorrer para isto? Ao julgamento de um indivíduo? Mesmo de alguns indivíduos? Não; porque, dominados pelos preconceitos, pelos juízos antecipados ou pelos interesses pessoais, eles podem enganar-se. O único, o verdadeiro juiz é o público, porque aí não há interesse de camarilha, e porque nas massas há um bom-senso inato que não se engana. Diz a lógica sadia que a adoção de uma ideia, ou de um princípio, pela opinião geral é uma prova de que repousa sobre um fundo de verdade. Os espíritas nunca dizem: “Eis uma Doutrina saída da boca do próprio Deus, revelada a um só homem por meios prodigiosos e que deve ser imposta ao gênero humano.” Ao contrário, dizem: “Eis uma doutrina que não é nossa e cujo mérito não reivindicamos. Adotamo-la porque a achamos racional. Atribuí-lhe a origem que quiserdes: de Deus, dos Espíritos, ou dos homens; examinai-a; se ela vos convier, adotai-a; caso contrário, ponde-a de lado.” Impossível ser menos absoluto. O Espiritismo, pois, não vem usurpar a religião; ele não se impõe; não vem forçar as consciências, quer dos católicos, quer dos protestantes ou dos judeus. Apresenta-se e diz: “Aceitai-me, se me achais bom.” É culpa dos espíritas se o acham bom? Se nele encontram a solução do que em vão procuravam alhures? Se dele extraímos consolações que nos tornam felizes, que dissipam os terrores do futuro, acalmam as angústias da dúvida e dão coragem para o presente? Ele não se dirige àqueles a quem bastam as crenças católicas, ou outras, mas àqueles aos quais elas não satisfazem completamente, ou que delas desertaram. Em vez de não crer mais em nada, ele os leva a crer em alguma coisa, e a crer com fervor. O Espiritismo não quer ser posto de lado: reconduz, pelos meios que lhe são próprios, os que se afastam. Se os repelirdes, eles serão forçados a ficar de fora. No íntimo da vossa alma e da vossa consciência, dizei se para eles seria preferível serem ateus. Perguntam em que milagre nos apoiamos para julgarmos boa a Doutrina Espírita. Julgamo-la boa, não só porque é nossa opinião, mas também a de milhões de outros, que pensam como nós; porque leva a crença àqueles que não acreditavam; porque torna boas as pessoas que eram más; porque dá coragem nas misérias da vida. O milagre? É a rapidez de sua propagação, inaudita nos fastos das doutrinas filosóficas; é ter feito em poucos anos a volta ao mundo e se haver implantado em todos os países e em todas as classes da sociedade; é ter progredido, a despeito de tudo quanto foi feito para detê-la; é ter derrubado as barreiras que lhe opõem e encontrar um acréscimo de força nessas mesmas barreiras.

terça-feira, 17 de abril de 2018

ESPIRITISMO E A SAÚDE HUMANA


Allan Kardec escreveu em artigo inserido na edição de novembro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA que “a mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram” e que “a CIÊNCIA ESPÍRITA nos ensina a causa dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, nos parecerá inexplicável”.  Na continuidade três questões para refletirmos sobre o tema saúde: Allan Kardec afirma que grande número de doenças é devido aos fluidos perniciosos de que é penetrado o organismo. Como entender e explicar isso? Sendo o períspirito dos encarnados de uma natureza idêntica à dos fluidos espirituais, assimila-os com facilidade, como uma esponja se embebe de líquido. Esses fluidos tem, sobre o períspirito, uma ação tanto mais direta que, por sua expansão e sua irradiação, se confunde com eles. Agindo sobre o períspirito, este, por sua vez, reage sobre o organismo material, com o qual está em contato molecular.  Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo sente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa; se os maus são permanentes e enérgicos eles podem determinar desordens físicas: certas doenças não tem outra causa. Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos, que são absorvidos por todos os poros perispirituais, como se absorvem, pelos poros do corpo, as emanações de matérias pútridas causadoras de várias doenças endêmicas. Se, por exemplo, considerarmos um meio onde predominam pensamentos que reflitam sentimentos desequilibrados e, consequentemente, a presença dos maus Espíritos, ele estará impregnado de maus fluidos que o encarnado absorve pelo períspirito, como pode absorver, pelos poros do corpo, substâncias nocivas ou curativas. Assim se explicam os efeitos percebidos nos lugares de reunião de pessoas.  Uma aglomeração qualquer que seja é um foco de irradiações de pensamentos diversos. É como uma orquestra, ou coro de pensamentos, onde cada um emite uma nota. Resulta daí uma multiplicidade de correntes e eflúvios cuja impressão cada um recebe pelo sentido espiritual, como num coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.  Como se dá a instalação de doenças considerando-se apenas o corpo físico?  Os sintomas patológicos na experiência comum, em maioria esmagadora, decorrem dos reflexos infelizes da mente sobre o veículo de nossas manifestações, operando desajustes nos implementos que o compõem. Toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem de máquina sensível, e toda aflição é como ferrugem destruidora, prejudicando seu funcionamento. Sabe hoje a Medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico. Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam as suas secreções, e o estômago, entrando em espasmo, se nega à produção de ácido clorídrico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os processos da nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem complexa.  O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo. Se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo. Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna. (PV), Como o Plano Espiritual vê o trabalho dos médicos? Todos os médicos, ainda mesmo quando materialistas de mente impermeável à fé religiosa, contam com Amigos Espirituais que os auxiliam.  A saúde humana é dos mais preciosos bens divinos. Quando a criatura, por relaxamento ou indisciplina, delibera menosprezá-la, faz-se difícil o socorro aos seus centros de equilíbrio, porque, em todos os lugares, o pior surdo é aquele que não quer ouvir.  Todavia, por parte de quantos ajudam a marcha humana, da Esfera Espiritual, há sempre medidas de proteção à harmonia orgânica, para que a saúde das criaturas não seja prejudicada.  Claro que há erros tremendos na Medicina e que não se pode evitar.  A colaboração não pode ultrapassar o campo receptivo daquele que se interessa pela cura alheia ou pelo próprio reajustamento.  Entretanto, realiza-se sempre em favor da saúde geral quanto é possível.. (Li,10)


sábado, 14 de abril de 2018

FENÔMENOS ESPÍRITAS E O INCONSCIENTE


O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) comparece na sequência elucidando uma dúvida levantada por leitor. Afinal, os fenômenos mediunicas podem ser explicados pelo inconsciente? Escreve o leitor: Críticos das explicações do Espiritismo através da mediunidade atribuem todos os fenômenos, que chamamos mediúnicos, ao poder do inconsciente. A pessoa humana seria capaz de produzir esses fenômenos sem saber que é ela mesma quem os está produzindo. Isso explicaria muitos fenômenos de comunicação espiritual e até mesmo os casos de efeitos físicos, estes pela força da mente, uma espécie de magnetismo, creio eu. Como podemos melhor elucidar essa questão em nosso meio espírita? Para que possamos compreender a questão, basta nos reportarmos ao Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail ( Allan Kardec) que, a partir de 1854, passou a se interessar e estudar os fenômenos das mesas girantes. Estas informações podem ser obtidas nas biografias de Kardec ou em OBRAS PÓSTUMAS e REVISTA ESPÍRITA. Rivail, de formação científica, inicialmente, não acreditava na autenticidade dos fenômenos que lhe relatavam, mas quando os constatou, e viu que não se tratava de fraude, atribuiu os estranhos movimentos das mesas ao magnetismo das pessoas que ali se encontravam. Na época, ainda não havia uma concepção de inconsciente, como a temos hoje, mas o próprio Rivail já vislumbrava algum substrato psíquico dessa natureza, formulando assim os primeiros conceitos de inconsciente, mais tarde delineado por Sigmund Freud. Depois de pormenorizados estudos é que verificou algo mais além das "forças anímicas" das pessoas presentes, algo que direcionava os fenômenos para uma meta além da vontade humana e o principal: quando se tratava de fenômenos inteligentes, como responder perguntas de alto conteúdo filosófico e científico ou prestar informações que todos desconheciam, se não havia ali quem pudesse fornecê-las, a não ser supostas entidades desencarnadas? Kardec passa a reconhecer que existem duas "forças" concorrentes que determinam o fenômeno: a do médium ( poder inconsciente) e a dos Espíritos. Isto quer dizer que o médium é dotado de uma capacidade "anímica" que oferece os meios ou os recursos "materiais" com os quais os desencarnados podem agir, produzindo o fenômeno. Assim, Kardec já reconhece a transmissão de pensamento e outras faculdades anímicas inconscientes, hoje chamadas paranormais, e conclui que somente pela existência dessas faculdades é que se pode chegar à conclusão da existência dos Espíritos. Todavia, abordagens, em nome da Parapsicologia, sempre revestida de eloquente teatralidade, não constitui nenhuma novidade, pois os argumentos são tão antigos quanto o Espiritismo, o que demonstra que não se atualizou; basta considerar que Alexandre Aksakof, já em 1890, quando lançou "ANIMISMO E ESPIRITISMO", refutava os mesmos argumentos contra o Espiritismo de uma obra bem mais consistente do alemão Eduard Von Hartmann, publicada em 1885. Na verdade, o que muitos tem feito, é combater o Espiritismo por todos os meios possíveis, utilizando, no entanto, de ideias das escolas materialistas ou anti espiritualistas. Com isso, tem-se esbarrado desastradamente nos interesses da sua própria religião, na medida em que põe em xeque os milagres da Igreja, ponto vital da fé católica. Mas, de certa forma, a sua atuação, ainda que pouco convincente, não deixa de ter um aspecto positivo, na medida em que desperta a atenção para a matéria, levantando uma série de questionamentos e dúvidas, tanto dos espíritas como de seus adversários, obrigando as pessoas a se interessarem e a estudarem mais a Doutrina Espírita. 

quarta-feira, 11 de abril de 2018

PALAVRAS DE ALLAN KARDEC


Como se depreende percorrendo as páginas da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresentava sinais de progressivo desgaste físico desde alguns anos antes de sua desencarnação. Alguns desses episódios foram comunicados em números anteriores, contudo, na edição de janeiro de 1867, ele manifestava seu reconhecimento aos leitores que se preocupavam com o futuro do trabalho por ele conduzido até ali em caso de sua ausência física. Apesar dos conselhos espirituais através de vários médiuns, o incansável pesquisador das coisas relacionadas à Doutrina nascente não se permitiu diminuir o ritmo de suas atividades vindo a desencarnar em 31 de março de 1869 em meio aos preparativos para sua mudança para outro endereço. Do texto elaborado por ele, uma amostra para nossas reflexões: - Aos que têm a bondade de fazer votos pelo prolongamento de nossa permanência na Terra, no interesse do Espiritismo, diremos que ninguém é indispensável para a execução dos desígnios de Deus; o que fizemos outros o poderiam ter feito e o que não pudermos fazer, outros o farão; assim, quando lhe aprouver chamar-nos, ele saberá prover à continuação de sua obra. Aquele que for chamado a lhe tomar as rédeas cresce na sombra e se revelará quando for o tempo, não por sua pretensão a uma supremacia qualquer, mas por seus atos, que o assinalarão à atenção de todos. Neste momento, ele próprio o ignora e é útil, por enquanto, que se mantenha à margem. O Cristo disse: “Aquele que se exaltar será rebaixado.” É, pois, entre os humildes de coração que será escolhido, e não entre os que quiserem elevar-se por sua própria autoridade e contra a vontade de Deus; esses apenas colherão vergonha e humilhação, porque os orgulhosos e os presunçosos serão confundidos. Que cada um traga a sua pedra ao edifício e se contente com o papel de simples obreiro. Deus, que lê no fundo dos corações, saberá dar a cada um o justo salário de seu trabalho. A todos os nossos irmãos em crença diremos: “Coragem e perseverança, porque se aproxima o momento das grandes provas. Fortalecei-vos nos princípios da doutrina e deles penetrai-vos cada vez mais; alargai as vossas vistas; elevai-vos pelo pensamento acima do círculo limitado do presente, de maneira a abarcar o horizonte do infinito; considerai o futuro e, então, a vida presente, com seu cortejo de misérias e decepções, vos aparecerá como um ponto imperceptível, como um minuto doloroso que logo não deixará mais traços na lembrança; as preocupações materiais parecem mesquinhas e pueris, ao lado dos esplendores da imensidade.” Ditosos os que colherem na sinceridade de sua fé a força de que necessitarão: esses bendirão a Deus por lhes ter dado a luz; reconhecerão sua sabedoria nas suas vistas insondáveis e nos meios, sejam quais forem, que emprega para sua realização. Marcharão através dos escolhos com a serenidade, a firmeza e a confiança que dá a certeza de atingir o porto, sem se deter nas pedras que machucam os pés. É nas grandes provas que se revelam as grandes almas; é, também, quando se revelam os corações verdadeiramente espíritas, pela coragem, a resignação, o devotamento, a abnegação e a caridade sob todas as suas formas, de que dão exemplo.

domingo, 8 de abril de 2018

REENCARNAÇÕES PLANEJADAS NOS PLANOS INFERIORES


Importante médium ainda encarnado afirmou há algumas décadas ter sido a reencarnação do Espírito conhecido como Hitler programada nos Planos Inferiores da Terra. Na sequência, elencamos algumas informações que sugerem a possibilidade bem como revelações encontradas no livro AÇÃO E REAÇÃO do Espírito André Luiz, pelo médium Chico Xavier para nossas reflexões:1- No fim dos tempos, as forças das trevas seriam soltas por pouco tempo e elas viriam cheias de fúria, porque sabem que pouco tempo lhes resta”. APOCALIPSE; 20: 1/3 E 12: 2- Neste final de Ciclo, tem sido permitido o reencarne, em massa, de Espíritos com pesada carga espiritual, para uma ultima tentativa, servindo também como teste para aqueles que necessitam reafirmar sua condição evolutiva”. (OSS) 3- Quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o Mundo Invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso mundo e que aguardam o momento de a ele volver. (G;18) 4- Só haverá uma exclusão definitiva para os Espíritos rebeldes por natureza, aqueles que o orgulho e o egoísmo, mais que a ignorância, tornam-se surdos à voz do bem e da razão. (...) Em seu desvario, eles próprios cavarão a sua ruína; impelirão à destruição, que engendrará uma porção de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão o advento da era da renovação.  E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os suicídios multiplicando-se em proporção nunca vista, até entre as crianças. (RE; 10/1866) 5- Há um processo de classificação automática, nos Planos Invisíveis, que revela e comprova as reações do psiquismo dos desencarnados, em perfeita conexão com o Princípio Crístico ou não. (MA) 6- No Final da Ultima Hora, o que se avalia é o caráter do aluno, não seu conhecimento, com que honestidade responde aos desafios, como responde, mais do que o que sabe. A Terra não está sendo submetida a uma depuração intelectual, mas a uma depuração ética. A seguir reproduzimos parte dos diálogos travados pelo autor da obra citada:Para que me faça compreendido, convém esclarecer que, se existem reencarnações ligadas aos Planos Superiores, temos aquelas que se enraízam diretamente nos Planos Inferiores. Se a penitenciária vigora entre os homens, em função da criminalidade corrente no mundo, o inferno existe, na Espiritualidade, em função da culpa nas consciências. E assim como já podemos contar na esfera carnal com uma justiça sinceramente interessada em auxiliar os delinquentes na recuperação, através do livramento condicional e das prisões-escolas, organizadas pelas próprias autoridades que dirigem os tribunais humanos em nome das leis, aqui também os representantes do Amor Divino podem mobilizar recursos de misericórdia, beneficiando Espíritos devedores, desde
que se mostrem dignos do socorro que lhes abrevie o resgate e a regeneração. Há reencarnações em perfeita conexão com os planos Infernais? – Sim. Como não? Valem como preciosas oportunidades de libertação dos círculos tenebrosos. E como tais renascimentos na carne não possuem senão característicos de trabalho expiatório, em muitas ocasiões são empreendimentos planejados e executados daqui mesmo, por Benfeitores credenciados para agir e ajudar em nome do Senhor.E, nesses casos o Instrutor Druso dispõe da necessária delegação de competência para resolver os problemas dessa espécie? – Nosso dirigente como é razoável, não goza de faculdades ilimitadas e esta instituição é suficientemente ampla para absorver-lhe os maiores cuidados. Entretanto, nos processos reencarnatórios, funciona como autoridade intermediária. – De que modo? Duas vezes por semana reunimo-nos no Cenáculo da Mansão e os mensageiros da luz, por instrumentos adequados, deliberam quanto ao assunto, apreciando os processos que a nossa casa lhes apresenta. – Mensageiros da luz?Sim, são prepostos das Inteligências angélicas que não perdem de vista as plagas infernais, porque, ainda que os gênios da sombra não o admitam, as forças do Céu velam pelo inferno que, a rigor, existe para controlar o trabalho regenerativo na Terra.  Assim como o doente exige remédio, reclamamos a purgação espiritual, a fim de que nos habilitemos para a vida nas Esferas Superiores. O inferno para a alma que o erigiu em si mesma é aquilo que a forja constitui para o metal: ali ele se apura e se modela convenientemente. . .

quinta-feira, 5 de abril de 2018

PONDERAÇÕES SOBRE O CORPO ESPIRITUAL (perispírito)


Cada vez mais os estudos em torno das revelações espíritas clareiam mais o entendimento do que quer saber sobre a estrutura que interliga o corpo físico ao espíritual na base alicerçada por Allan Kardec denominada períspirito. Na sequência alguns argumentos importantes para reflexão: O que é perispirito? Pela sua essência espiritual, o Espírito é um Ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à Espiritualidade pela sua natureza etérea. Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um Ser abstrato, do Espírito, um Ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento.  Sua substância é haurida do fluido universal ou cósmico, que o forma e alimenta, como o ar forma e alimenta o corpo material do homem.  O perispírito é mais ou menos etéreo, conforme os mundos e o grau de depuração do Espírito.  Nos mundos e nos Espíritos inferiores, ele é de natureza mais grosseira e se aproxima muito da matéria bruta. Durante a encarnação, o Espírito conserva o seu perispírito, sendo-lhe o corpo apenas um segundo envoltório mais grosseiro, mais resistente, apropriado aos fenômenos a que tem de prestar-se e do qual o Espírito se despoja por ocasião da morte. (OP) Qual sua finalidade? O perispírito serve de intermediário ao Espírito e ao corpo. É o órgão de transmissão de todas as sensações. Relativamente às que vêm do exterior, pode-se dizer que o corpo recebe a impressão; o perispírito a transmite ao Espírito, que é o Ser sensível e inteligente, que a recebe. Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode dizer-se que o Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa. O perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expansível, irradia para o exterior e forma, em torno do corpo, uma espécie de atmosfera (aura) que o pensamento e a força da vontade podem dilatar mais ou menos.  Daí se segue que pessoas há que, sem estarem em contato corporal, podem achar-se em contato pelos seus perispíritos e permutar sem perceberem impressões e, algumas vezes, pensamentos, por meio da intuição. Sendo um dos elementos constitutivos do homem, o perispírito desempenha importante papel em todos os fenômenos psicológicos e, até certo ponto, nos fenômenos fisiológicos e patológicos.  Quando as ciências médicas tiverem na devida conta o elemento espiritual na economia do Ser, terão dado grande passo e horizontes inteiramente novos se lhes patentearão. As causas de muitas moléstias serão a esse tempo descobertas e encontrados poderosos meios de combatê-las. (OP) Propondo a existência do corpo espiritual ou perispírito, o Espiritismo está inovando? O corpo espiritual ou fluídico da alma, que o Espiritismo denomina perispírito foi suspeitado em todas as épocas, porque os hindus já lhe chamavam Linga Sharira; os hebreus, Néphesph; os egípcios, Ka ou Baï; os gregos, Ochéma; Pitágoras, o carro sutil da alma  ou Eïdolon; Paulo de Tarso corpo espiritual; o filósofo Cudworth, o mediador plástico; e os ocultistas, o corpo astral.  Esse duplo do organismo foi assinalado pelos denominados sonâmbulos das experiências do médico austríaco Franz Anton Mesmer – o pai do magnetismo animal ou fluido elétrico animalizado - que o viram sair do corpo material no momento da morte, ou desprender-se de si próprios, quando eles se exteriorizavam.  É esse princípio intermediário entre o Espírito e a matéria que individualiza a alma; permite àquele conservar a consciência e a lembrança depois da morte, do mesmo modo que, durante a vida, mantém o tipo corporal, o entretém e o repara durante toda a existência (R;GD)