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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O QUE É O ESPÍRITO OU ALMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 9-1-22

Pessoas geralmente se perguntam qual seria a diferença entre Espírito e Alma? O próprio Allan Kardec esclarece dizendo que essencialmente são a mesma coisa. Costuma-se usar a palavra Alma ao Espírito enquanto ligado ao corpo na condição de encarnado. Quando não, seria o Espírito. A propósito na edição de janeiro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, ele desenvolve alguns argumentos interessantes para nosso esclarecimento. Diz ele: -“A alma é o Ser inteligente; nela está a sede de todas as percepções e de todas as sensações; ela sente e pensa por si mesma; é individual, distinta, perfectível, preexistente e sobrevivente ao corpo. O corpo é o seu invólucro material: é o instrumento de suas relações com o mundo visível. Durante sua união com o corpo, ela percebe por meio dos sentidos, transmite seu pensamento com a ajuda do cérebro; separada do corpo, percebe diretamente e pensa mais livremente. Tendo os sentidos um alcance circunscrito, as percepções recebidas por seu intermédio são limitadas e, de certo modo, amortecidas; recebidas sem intermediário, são indefinidas e de uma sutileza surpreendente, porque ultrapassa, não a força humana, mas todos os produtos de nossos meios materiais. Pela mesma razão, o pensamento transmitido pelo cérebro se fintra, a bem dizer, através desse órgão. A grosseria e os defeitos do instrumento a paralisam e em parte a abafam, como certos corpos transparentes absorvem uma parte da luz que os atravessa. Obrigada a servir-se do cérebro, a alma é como um músico muito bom, diante de um instrumento imperfeito. Livre desse incômodo auxiliar, desdobra todas as suas faculdades. Tal é a alma durante a vida e depois da morte. Para ela há, portanto, dois estados: o de encarnação ou de constrangimento, e o de desencarnação ou de liberdade; em outras palavras: o da vida corporal e o da vida espiritual. A Vida Espiritual é a vida normal, permanente da alma; a vida corporal é transitória e passageira. Durante a vida corporal, a alma não sofre constantemente o constrangimento do corpo, e aí está a chave dos fenômenos físicos, que só nos parecem estranhos porque nos transportam para fora da esfera habitual de nossas observações. Qualificaram-nos de sobrenaturais, embora, na realidade, estejam submetidos a leis perfeitamente naturais, porque essas leis nos eram desconhecidas. Hoje, graças ao Espiritismo, que deu a conhecer essas leis, desapareceu o maravilhoso. Durante a vida exterior de relação, o corpo necessita de sua alma ou Espírito por guia, a fim de o dirigir no mundo; mas nos momentos de inatividade do corpo, a presença da alma não é mais necessária; dele se desprende, sem, contudo, deixar de a ele se prender por um laço fluídico, que a ele o chama, tão logo se fizer necessária a sua presença. Nesses momentos recobra parcialmente a liberdade de agir e de pensar, da qual só desfrutará completamente depois da morte do corpo, quando deste estará completamente separada. Esta situação foi espiritualmente e muito veridicamente descrita pelo Espírito de uma pessoa viva, que se comparava a um balão cativo, e por um outro, o Espírito de um idiota vivo, que dizia ser como um pássaro, amarrado pela pata. (REVISTA ESPÍRITA, junho de 1860). Esse estado, que chamamos emancipação da alma, ocorre normalmente e periodicamente durante o sono. Só o corpo repousa para recuperar as perdas materiais; mas o Espírito, que nada perdeu, aproveita essa pequena trégua para se transportar para onde queira. Além disso, tal estado também ocorre toda vez que uma causa patológica, ou simplesmente fisiológica, produz a inatividade total ou parcial dos órgãos da sensação e da locomoção. É o que se passa na catalepsia, na letargia, no sonambulismo. O desprendimento ou, se se quiser, a liberdade da alma, é tanto maior quanto mais absoluta a inércia do corpo.


Cecília Rodrigues Molina, residente no Jardim Brasil, nos fez a seguinte colocação; “Tenho visto algumas coisas dormindo e que, depois, acontecem. Por exemplo: numa noite vi um homem na porta, sem que pudesse identificar seu rosto, porque o ambiente estava escuro. Na frente casa, havia um buraco, semelhante a uma cova, onde eu lia nomes de pessoas família. No dia seguinte, por volta do meio-dia, recebi um telefonema comunicando que um de meus irmãos havia falecido na noite anterior. Gostaria de saber o que é isso e por que acontece.”


Bem, Cecília. Tudo leva a crer que esse tipo de percepção, que você teve, estava relacionada com a morte de seu irmão. Nós, seres humanos, temos capacidades ainda desconhecidas da ciência, e que hoje são estudadas tanto pelo Espiritismo, como pela Parapsicologia. É o que chamamos de “percepção extra-sensorial”, ou seja, além dos nossos sentidos comuns. É claro que nossos sentidos – a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato – são limitados ao ambiente que nos encontramos. Logo, se você percebe um fato que está acontecendo a quilômetros de distância, ele não pode ser percebido por nenhum desses sentidos comuns.


Entre os fenômenos de percepção extra-sensorial temos, por exemplo, a telepatia ( que é a captação do pensamento de alguém à distância), a premonição ou precognição( que é a visão de um acontecimento futuro) e a clarividência e clariaudiência ( visão e a audição do que está acontecendo à uma longa distância). Todos eles revelam que o ser humano não é só o corpo e que, portanto, existe um espírito, que deve ter uma capacidade muito mais ampla que o cérebro, tanto para buscar tais informações à distância, como para prever um fato que ainda não aconteceu. A Doutrina Espírita, com os estudos de Allan Kardec, há mais de 160 anos, antecipou esses estudos. Depois surgiram outros campos de pesquisa, como a Metapsíquica e a Parapsicologia, no final do século 19.


A sua percepção, porém, Cecília - ou seja, o quadro que você viu - do homem, da cova e dos nomes de família – se deu em nível inconsciente, e pode ter a seguinte explicação. Enquanto você dormia, captou o pensamento ( ou de seu irmão que estava desencarnando ou de algum outro familiar que se encontrava com ele e que, na hora, pensou em você). Essa transmissão telepática, trazendo a informação da morte dele, provocou um certo abalo inconsciente no seu mundo emocional, que redundou no quadro que você viu. Poderia ser uma premonição, se o fato ocorreu antes da morte de seu irmão e se essa morte não estava em sua cogitação.


De qualquer forma, foi uma percepção extra-sensorial. Allan Kardec considerou que a percepção além dos sentidos é a primeiro passo para se chegar à conclusão de que não somos apenas corpo, que podemos captar de alguma forma fatos que ocorrem à distância, sem nenhum contato físico nosso. Ela faz parte da mediunidade – quer dizer, ela é a base da mediunidade - pois é pelo pensamento que os Espíritos se comunicam através dos médiuns ou que se fazem visíveis para eles. Trata-se de uma faculdade do espírito que, aliás, não é muito rara. Percepções e premonição são muitos comuns na adolescência, principalmente nas mulheres.



MORRER E DESENCARNAR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 8-1-22


No excelente livro OS MENSAGEIROS (feb), o autor espiritual André Luiz repassa-nos interessante observação segundo a qual “após a morte, é preciso desencarnar também os pensamentos. As criaturas que se agarram no Plano Espiritual às impressões físicas, criam densidade para seus veículos de manifestação”. Dentre as mensagens incluídas na obra INSTRUÇÕES PSÍCOFONICAS (feb), chama a atenção a de um Espírito que em sua derradeira reencarnação à época havia sido importante banqueiro. Para reflexões destacamos parte de seu depoimento:- Quantas vezes afirmei que o dinheiro era a solução da felicidade!.. Quanto tempo despendi, acreditando que a dominação financeira fosse o triunfo real na Terra!... No entanto, a morte me assaltou em plena vida, assim como o tiro do caçador surpreende o pássaro desprevenido no mato inculto... Como foi o meu desligamento do corpo físico e quantos dias dormi na sombra, por agora, nada sei dizer. Sei hoje apenas que acordei no espaço estreito do sepulcro, com o pavor de um homem que se visse repentinamente enjaulado. Sufocava-me a treva espessa. Horrível dispnéia agitava-me todo. Queria o ar puro... Respirar... respirar... E gritei por socorro. Meus brados, contudo, se perdiam sem eco. Ao cabo de alguns instantes, notei que duas mãos vigorosas me soergueram e vi-me, depois de estranha sensação, na paz do campo, sorvendo o ar fresco da noite. Que lugar era aquele? Uma casa sem teto? De repente, a cambalear, reconheci-me rodeado de grandes caixas fortes... Ao frouxo clarão da Lua, reparei que essas caixas fortes surgiam milagrosamente douradas... Tateei-as com dificuldade, percebi palavras em alto-relevo e verifiquei que eram túmulos... Espavorido, transpus apressado as grades daquela inesperada prisão. Vi-me, semilouco, na via pública. Devia ser noite alta. Na rua, quase ninguém... Um bonde retardado apareceu. Achava-me doente, inquieto e exausto, mas ainda encontrei forças para clamar: — Condutor!... condutor!... O homem, porém, não me ouviu. Caminhei mais depressa. Tomei o veículo em movimento e consegui a situação do pingente anônimo; todavia, com espanto, observei que o bonde era todo talhado em ouro... As pessoas que o lotavam vestiam-se de ouro puro. O motorneiro envergava uniforme metálico. Intrigado, sentia medo de mim mesmo. E, para distrair-me, tentei estabelecer uma conversação com vizinhos. Os circunstantes, porém, pareciam surdos. Ninguém me ouvia. Vencendo embaraços indefiníveis, alcancei minha residência. As portas, no entanto, jaziam cerradas. Esmurrei, chamei, supliquei... Mas tudo era silêncio e quietação. E quando fitei o frontispício do prédio, o ouro me cercava por todos os lados. Acomodei-me no chão de ouro e tentei conciliar, debalde, o sono, até que, manhãzinha, a porta semi-aberta permitiu-me a entrada franca. Tudo, porém, alterara-se em minha ausência. Ninguém me reconheceu. Fatigado, avancei para meu leito... Mas o velho móvel apresentava-se-me agora em ouro maciço. Senti sede e procurei a água simples, entretanto, o liquido que jorrava era ouro, ouro puro... Faminto, busquei nosso antigo depósito de pão. O pão, todavia, transformara-se. Era precioso bloco de ouro, de cuja existência, até então, não tinha qualquer conhecimento em nossa casa. Meditei... meditei... Apavorado, tornei à rua. Sentia agora mais sede, muita sede... Voltei-me para o corpo da igreja, como um filho expulso do próprio lar; contudo, não mais a vi. Apenas, estranha voz no alto gritou aos meus ouvidos, ensurdecedoramente: — Amigo, os filhos de Deus encontram nas casas de Deus aquilo que procuram... Procuravas o ouro... Ouro encontraste... Qual mendigo desamparado, fugi sem destino. Queria agora apenas água, água pura que me dessedentasse. Conhecia a cidade. Demandei uma caixa dágua que me era familiar no alto do bairro de Santo Antônio. A água, ali, corria em jorros. Podia debruçar-me... Podia beber como se eu fora um animal e, prostrado, não mais de joelhos, mas de rastros, imploraria a graça de Deus. Achei a água corrente, a água límpida visitada pela luz do sol e estirei-me no chão... Mas, no momento preciso em que meus lábios sequiosos tocaram o líquido puro, apenas o ouro, o ouro apareceu... Reconheci haver descido à condição de um alienado mental”....


Luzia Maria de Jesus, da rua Armando Sales, fez o seguinte comentário no domingo passado: “ Já tive vários sonhos, que anunciaram alguma coisa que iria acontecer, como, por exemplo, sonhar com flores e depois morrer uma pessoa da família ou um amigo. Sonhei, desta vez, que um avião explodia no ar. Fiquei insegura e, por isso, desisti de viajar de ônibus, com medo que acontecesse alguma coisa.”


Existe um ditado popular, Luzia, que diz o seguinte: “Gato escaldado tem medo de água fria”. Por isso, você tomou a decisão de não viajar, ante o sonho que você teve. É claro que, se você nunca tivesse tido um sonho premonitório, sonhar com um avião explodindo, poderia não lhe significar nada. Mas não é o caso. Diríamos que você foi previdente, embora seja pouco provável que algum acidente tenha acontecido com o ônibus em que você viajaria.


Há pessoas que têm sonhos premonitórios – ou seja, sonhos com fatos que, depois, acontecem, estão sujeitas a esse tipo de problema. Diríamos que a maioria das pessoas já teve, pelo menos, um desses sonhos na vida. Mas algumas pessoas podem tê-los com mais freqüência e, não sabemos se tem fundamento ou não, mas dos relatos que temos ouvido, a maioria dos casos acontecem com adolescentes e mulheres. O problema desses sonhos é que, quase sempre, eles se referem a fatos negativos ou trágicos – como acidentes e morte de pessoas conhecidas. É mais raro a pessoa ter um sonho premonitório de um fato positivo.


Em todo caso, se a pessoa costuma ter sonhos dessa natureza, é claro que ela precisa precaver-se, ter mais cuidado, até porque achamos que tais sonhos não acontecem por acaso. Eles devem ter um papel importante na vida dessas pessoas. Por isso mesmo, recomendamos que elas façam suas orações antes de dormir – ou seja, preparem-se espiritualmente, para garantir sua paz, sua tranqüilidade. Se o sonho acontece para evitar uma tragédia, que ele realmente aconteça; mas se for apenas para trazer insegurança e intranqüilidade, não interessa.


A Há várias explicações para os sonhos premonitórios ou, pelo menos, vários fatores que podem concorrer para que eles aconteçam. Eles estão catalogados entre os sonhos proféticos, ou seja, na capacidade de o Espírito ter uma visão rápida de um fato futuro. Também pode ser que tais informações estejam no inconsciente do Espírito ou até que sejam sugeridas por Espíritos que, de antemão, têm conhecimento do fato. Ao que tudo indica, como dizia o Dr. Joseph Banks Rhine, o pai da Parapsicologia, o Espírito está noutra dimensão do universo e, portanto, além do tempo que nós percebemos.



NÃO PODEM RETROCEDER ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 7-1-22

Em que se tornam as almas dos mortos enquanto esperam uma nova reencarnação? As explicações foram coletadas no número de janeiro de 1861 da REVISTA ESPÍRITA. Diz o texto: As que não deixam a Terra ficando errantes em sua superfície vão sem dúvida aonde lhes apraz, ou, pelo menos, aonde podem, conforme o seu grau de adiantamento, mas, em geral, pouco se afastam dos vivos, principalmente daqueles a quem são afeiçoadas, quando têm afeição por alguém, a menos que lhes sejam impostos deveres a cumprir alhures. Estamos, pois, em todos os momentos, cercados por uma multidão de Espíritos conhecidos e desconhecidos, amigos e inimigos, que nos veem, nos observam e nos ouvem; alguns participam de nossas penas, bem como de nossas alegrias; outros sofrem com os nossos prazeres ou gozam com as nossas dores, enquanto outros, finalmente, mostram-se indiferentes a tudo, exatamente como acontece na Terra, entre os mortais, cujas afeições, antipatias, vícios e virtudes são conservados no outro mundo. A diferença é que os bons desfrutam na outra vida de uma felicidade desconhecida na Terra, o que se compreende muito bem; não têm necessidades materiais a satisfazer, nem obstáculos do mesmo gênero a ultrapassar. Se viveram bem, isto é, se nada têm ou pouco têm a se censurar em sua última existência corporal, gozam em paz o testemunho de sua consciência e do bem que fizeram. Se viveram mal, se foram maus, como lá estão a descoberto não podem mais dissimular sob o envoltório material, sofrendo a presença daqueles a quem ofenderam, desprezaram e oprimiram, bem como a impossibilidade, em que se encontram, de subtrair-se aos olhares de todos. Sofrem, finalmente, pelo remorso que os corrói, até que o arrependimento os venha aliviar, o que acontece mais cedo ou mais tarde, ou que uma nova encarnação os afaste, não às vistas de outros Espíritos, mas às próprias vistas, tirando-lhes momentaneamente a consciência de sua identidade. Desse modo, perdendo a lembrança do passado, sentem-se aliviados. Mas também é, para eles, o momento em que começa uma nova prova. Se dela tiverem a sorte de sair melhorados, gozarão o progresso realizado; se não se melhorarem, reencontrarão os mesmos tormentos, até que, finalmente, se arrependam ou aproveitem uma nova existência. Há um outro gênero de sofrimento: o experimentado pelos piores e mais perversos Espíritos. Inacessíveis à vergonha e ao remorso, estes não sentem os seus tormentos, embora seus sofrimentos sejam ainda mais vivos, porquanto, sempre inclinados ao mal, mas impotentes para o fazer, sofrem de inveja ao ver os outros mais felizes ou melhores que eles próprios, ao mesmo tempo sofrendo a raiva de não poderem saciar o seu ódio e entregar-se a todas as suas más inclinações. Oh! estes sofrem muito, mas, como te disse, sofrerão apenas enquanto não se melhorarem, ou, em outros termos, até o dia em que melhorarem. Muitas vezes não preveem esse termo; são tão maus, tão enceguecidos pelo mal, que não suspeitam a existência, ou a possibilidade da existência de um melhor estado de coisas, não imaginando, consequentemente, que seu sofrimento deve acabar um dia. É isso que os torna insensíveis ao mal e lhes agrava os tormentos. Como, porém, nem sempre podem fugir à sorte comum que Deus reserva, sem exceção, a todas as criaturas, chega finalmente um momento em que lhes é preciso seguir a rota ordinária; algumas vezes esse dia está mais próximo do que se poderia supor ao observar a sua perversidade. Foram vistos alguns que se converteram subitamente, e de repente seus sofrimentos cessaram; entretanto, ainda lhes restam rudes provas a suportar na Terra, em sua próxima encarnação. É preciso que se depurem, expiando as próprias faltas, e isto, definitivamente, é mais que justo; pelo menos não temem mais a perda do progresso realizado, pois não podem retroceder.


No Centro Espírita existem alguns cadernos, onde escrevemos os nomes e os endereços de quem precisa de ajuda. Como os Espíritos fazem para socorrer todas elas? Ou nem todas são socorridas? O que acontece quando a gente esquece o nome completo ou o endereço da pessoa? Ela deixa de ser atendida?


A sua pergunta nos leva a um esclarecimento oportuno. O uso de caderno de anotações de nomes no centro já se tornou uma prática comum, mas o público nem sempre está consciente sobre o seu papel nas atividades de atendimento espiritual. Em cada centro existem equipes de Espíritos que se prestam ao serviço de socorro e que, em geral, já estão a postos para realizar sua tarefa. Mas o trabalho, no plano espiritual, não se dá da mesma forma que no mundo físico. As atividades de socorro dependem, sobretudo, dos sentimentos – tanto daquele que pede, como daquele que precisa receber.


Quando você escreve um nome no caderno, o que importa não é se a sua letra é legível, ou o nome correto da pessoa, ou seu endereço, ou – ainda, se ela está encarnada ou desencarnada. O que importa é a qualidade do pensamento e das intenções envolvidas. Quando você pensa na pessoa, a figura dessa pessoa aparece em sua tela mental e imediatamente se estabelece uma ligação psíquica entre você e ela, onde ela estiver. Essa ligação espiritual é, na verdade, o canal de comunicação que você criou para que os bons Espíritos possam localizá-la e cheguem até ela, e verifiquem se é possível ou não atendê-la e, se for possível, o que poderão fazer..


Trata-se de um canal mediúnico, onde você é o mediador da proteção. Quanto à possibilidade de ser atendida ou não, isso depende de vários fatores, mas, sobretudo, se ela está em condições de receber, porque, conforme a qualidade de seu pensamento, ela pode se fechar num campo inacessível aos Espíritos, e não ser atendida. Damos um exemplo: se você quer beneficiar alguém que, naquele momento, está participando de uma bebedeira, onde só se encontram Espíritos de baixo nível moral, é claro que os Benfeitores Espirituais não conseguirão se aproximar, por mais que eles queiram.


Quando se trata de atender, é importante as condições espirituais de quem recebe. A escrita de seu nome serve mais para você se concentrar melhor em quem precisa de atendimento. Enquanto você escreve, pensa nela, e seu pensamento abre as condições para que o plano espiritual possa interceder em seu favor. É claro que nem todos são atendidos e aqueles, que podem ser atendidos, nem sempre são atendidos como queriam, mas como é possível atender. O ideal, para que haja uma perfeita sintonia no atendimento, é que todos estão cultivando bons pensamentos naquele momento. Se o necessitado estiver em prece, a ação da Espiritualidade será facilitada.



MÉDIUM - VOCÊ TAMBÉM É; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 6-1-22

Ignorada pela Humanidade, embora interferindo em muitos momentos históricos ou de indivíduos, a mediunidade somente devidamente identificada, explicada e conceituada pelo Espiritismo através do pesquisador Allan Kardec. Na verdade constitui-se numa percepção ou um sentido tão natural quanto a visão, olfato, paladar, tato e audição. Isso porque é inerente ao Ser humano, cumprindo diferentes papéis na relação da criatura com a vida. Inúmeros fatos através dela podem ser esclarecidos graças ao conhecimento de sua dinâmica. Na sequência, alguns esclarecimentos oferecidos pela Doutrina Espírita extraídos do seminário MEDIUNIDADE – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, disponibilizado no Blog asrevelacoesdarevelacao.com: 1- O que são os fenômenos mediúnicos? Consistem nos diferentes modos de manifestação da alma, ou Espírito, seja durante a encarnação, seja no estado de desencarnado. É pelas suas manifestações que a alma revela sua existência, sua sobrevivência e sua individualidade; eles são avaliados pelos seus efeitos; a causa sendo natural, o efeito o é igualmente. São esses efeitos que fazem o objeto especial de pesquisas e de estudos do Espiritismo, a fim de se chegar ao conhecimento, tão completo quanto seja possível, da natureza e dos atributos da alma, assim como as leis que regem o princípio espiritual. (G; 13, 9)2- Então, não se trata de algo novo? Os fenômenos espirituais, estando na Natureza, produziram-se em todos os tempos; mas precisamente porque o seu estudo não podia ser feito pelos meios materiais de que dispõem a ciência vulgar, eles permaneceram por muito mais tempo que outros no domínio do sobrenatural, de onde o Espiritismo fê-los sair hoje. O sobrenatural, baseado sobre as aparências inexplicadas, deixa um livre curso à imaginação, que, errando no desconhecido, dá nascimento, então, às crenças supersticiosas. Uma explicação racional, fundada sobre as leis da Natureza, reconduzindo o homem sobre o terreno da realidade, põe um ponto de parada aos desvios da imaginação e destrói as superstições. (G, 13/8 3- A mediunidade é, como dizem, um dom? A mediunidade não é um talento; não existe senão pelo concurso de um terceiro; se esses terceiros se recusam, não há mais mediunidade. A aptidão pode subsistir, mas o seu exercício está anulado. Um médium sem a assistência dos Espíritos é como um violinista sem violino. (RE; 3/1864) 4- Todas as pessoas são realmente médiuns? A mediunidade é uma faculdade inerente à natureza do homem. Nem é uma exceção, nem um favor; faz parte do grande conjunto humano e, como tal, está sujeita às variações físicas e às desigualdades morais; sofre o dualismo terrível do instinto e da inteligência. (RE; 5/1865) 5- Porque a maioria não a percebe em si? A mediunidade é uma faculdade multiforme; apresenta uma infinidade de nuanças em seus meios e em seus efeitos. Aquele que é apto para receber ou transmitir as comunicações dos Espíritos é, por isto mesmo, um médium, seja qual for o meio empregado ou o grau de desenvolvimento da faculdade – desde a simples influência oculta até a produção dos mais insólitos fenômenos. (RE, 2/10/18656 6-A mediunidade é igual em todas as pessoas? O círculo de percepção varia em cada um . Há diferentes gêneros de mediunidade; importando reconhecer que cada Espírito vive em determinado degrau de crescimento mental e, por isso, as equações do esforço mediúnico diferem de indivíduo para indivíduo. As faculdades mediúnicas podem ser idênticas em pessoas diversas, entretanto, cada pessoa tem a sua maneira particular de empregá-las. Um modelo, em muitas ocasiões, é mesmo para grande assembléia de pintores, todavia, cada artista fixá-lo-á na tela a seu modo. Cada Espírito vive entre as forças com as quais combina, transmitindo-as segundo as concepções que lhe caracterizam o modo de ser. (NDM; 12)



 “Ouvi dizer que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro e que esta data foi criada pela Igreja” - comentou o ouvinte Roberto. E continuou: “ Mas acho que essa questão de data não é importante, porque o que interessa é o que ele veio fazer no mundo, deixando a maior mensagem de todos os tempos.”

De fato, Roberto, não se sabe a data exata do nascimento de Jesus. Aliás, do ponto de vista histórico, os dados sobre Jesus são imprecisos e uns dos mais controversos que existem. Os únicos documentos que falam sobre ele são os evangelhos, escritos por alguns de seus seguidores muito tempo depois. Mas os evangelhos não se preocupam com dados históricos sobre Jesus; preocupam-se apenas com o que ele ensinou e o exemplo que de vida que deixou nos três anos de apostolado, causando um grande impacto para a mentalidade da época.

O que sabemos de Jesus , de um modo geral, é que ele nasceu há cerca de 2 mil anos numa família pobre da Judéia, pregou a renúncia aos bens materiais e doutrina do amor ao próximo , do amor a Deus e da vida futura; que só fez o bem; que teve como principais opositores um grupo de fariseus, que foi traído, martirizado e crucificado por causa de um complô que armaram contra ele; que, após a morte, apareceu várias vezes a discípulos e seguidores e que, depois disso, é que sua doutrina se consolidou, transformando-se num grande movimento religioso, que tem repercussão até hoje.

A data do nascimento, a data da morte – até mesmo o local de nascimento ( se foi em Belém ou se foi em Nazaré) – tudo isso tem sido discutido por teólogos e historiadores até hoje, mas não se chegou a um consenso. Não se tem nem mesmo uma prova material de que Jesus existiu. A Igreja tem se esforçado para provar a autenticidade do chamado Santo Sudário, mas isso está longe de chegar a uma conclusão definitiva. Fora dos evangelhos, a única referência feita a Jesus, foi de um historiador Judeu, chamado Flávio Josefo, que viveu no primeiro século e que o mencionou apenas de passagem, como um mestre do povo que ensinava na Palestina.

Contudo, é como você diz, Roberto: o importante é a sua mensagem. Foi ela que se imortalizou, porque contém valores universais. Talvez essa grande incerteza a respeito de dados de sua vida e a vida simples que viveu, em meio a um ambiente de crueldade e injustiça, venham mostrar que o ser humano se preocupa muito com os acessórios e não com o principal, preocupa-se mais com detalhes e não propriamente com aquilo que é significativo e fundamental. Nós costumamos dar valor a nomes, a posições, a convenções sociais, a religiões e não a pessoas; valorizamos o rótulo e não o conteúdo, a aparência e não a essência das coisas.

Se examinarmos com mais de atenção a rápida passagem de Jesus pela Terra, poderemos tirar uma série de conclusões que são importantes para nossa vida. No entanto, tudo leva a crer que, do que ele realmente ensinou com suas palavras - e, principalmente, do que ele ensinou com o seu exemplo - restou muito pouco, ou seja, aproveitamos quase nada. Ele, que tanto combateu a religião de fachada ao chamar a atenção dos fariseus fanáticos, passou a ser um mito religioso - alvo de adoração, homenagens e celebrações, e não um exemplo de vida para o mundo.

Buscaram em Jesus um símbolo de divindade para ser contemplado de longe, como um deus, alguém inatingível; mas não como um homem, para ser imitado em suas atitudes, coragem e ousadia. Ele, que tanta ênfase deu ao amor incondicional – até mesmo, ao amor aos inimigos – foi transformado num símbolo de imposição religiosa, de intolerância e perseguição por muitos séculos, e, até hoje, nós o temos apenas como um ideal a ser admirado, mas não como um exemplo a ser seguido. O Natal – que pretende lembrar seu nascimento na Terra – deveria repercutir em nosso coração como o renascimento da esperança – não só para cada um de nós, individualmente – para toda a humanidade, a fim de que o homem possa aprender a construir um mundo de paz.



DEPOIS DE GALILEU ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 5-1-22 

Quando surgiu o Espiritismo, a Revolução Industrial já provocava mudanças significativas no panorama mundial em vista da necessidade de produção em escala de alimentos e bens de consumo diante da densidade demográfica que seria acelerada na passagem de um ciclo evolutivo para outro da Terra marcada por uma transição turbulenta. A Revolução Tecnológica do século XX ‘turbinaria’ ainda mais a primeira, materializando avanços somente antevistos por visionários do passado. Nenhuma das duas mudanças contudo atendeu às mais remotas inquietações humanas expressas nas cogitações filosóficas e religiosas ‘porque existimos’, ‘sofremos’, etc. Esse o principal objetivo do Espiritismo como explica Allan Kardec com a matéria com que abre a edição da REVISTA ESPÍRITA de abril de 1867. Vejamos alguns de suas ponderações e argumentos: -“Nem Moisés, nem o Cristo tinham a de ensinar aos homens as leis da Ciência; o conhecimento dessas leis devia ser o resultado do trabalho e das pesquisas do homem, da atividade e do desenvolvimento de seu próprio espírito, e não de uma revelação a priori, que lhe tivesse dado o saber sem esforço. Eles não deviam nem podiam lhes ter falado senão numa linguagem apropriada ao seu estado intelectual, sem o que não teriam sido compreendidos. Moisés e o Cristo tiveram sua missão moralizadora; a gênios de uma outra ordem são deferidas missões científicas. Ora, como as leis morais e as leis da Ciência são Leis Divinas, a religião e a filosofia só podem ser verdadeiras pela aliança destas leis. O Espiritismo baseia-se na existência do princípio espiritual, como elemento constitutivo do Universo; repousa sobre a universalidade e a perpetuidade dos seres inteligentes, sobre seu progresso indefinido, através dos mundos e das gerações; sobre a pluralidade das existências corporais, necessárias ao seu progresso individual; sobre sua cooperação relativa, como encarnados ou desencarnados, na obra geral, na medida do progresso realizado; sobre a solidariedade que une todos os seres de um mesmo mundo e dos mundos entre si. Nesse vasto conjunto, encarnados e desencarnados, cada um tem sua missão, seu papel, deveres a cumprir, desde o mais ínfimo até os anjos, que nada mais são que Espíritos humanos chegados ao estado de Espíritos puros, e aos quais são confiadas as grandes missões, o governo dos mundos, como a generais experimentados. Em vez das solidões desertas do espaço sem limites, por toda parte a vida e a atividade, em parte alguma a ociosidade inútil; por toda parte o emprego dos conhecimentos adquiridos; em toda parte o desejo de progredir ainda e de aumentar a soma de felicidades, pelo emprego útil das faculdades da inteligência. Em vez de uma existência efêmera e única, passada num cantinho da Terra, que decide para sempre de sua sorte futura, impõe limite ao seu progresso e torna estéril, para o futuro, o trabalho a que se entrega para instruir-se, o homem tem por domínio o Universo; nada do que sabe ou do que faz fica perdido: o futuro lhe pertence; em vez do isolamento egoísta, a solidariedade universal; em lugar do nada, segundo alguns, a Vida Eterna; em lugar da beatitude contemplativa perpétua, segundo outros, que a tornaria de uma inutilidade perpétua, um papel ativo, proporcionado ao mérito adquirido; em vez de castigos irremissíveis por faltas temporárias, a posição que cada um conquista por sua perseverança no bem ou no mal; em vez de uma mancha original, que o torna passível de faltas que não cometeu, a consequência natural de suas próprias imperfeições nativas; em vez das chamas do inferno, a obrigação de reparar o mal que se fez e recomeçar o que se fez mal; em vez de um Deus colérico e vingativo, um Deus justo e bom, que leva em conta todo arrependimento e toda boa vontade. Tal é, em resumo, o quadro que apresenta o Espiritismo, e que ressalta da situação mesma dos Espíritos que se manifestam; não é mais uma simples teoria, mas resultado da observação.




Olívia Dedini, residente em Álvaro de Carvalho, nos coloca o seguinte. Sendo de família católica, ela aprendeu desde a infância a necessidade e a importância de orar pelos mortos. Dias destes, porém, alguém a procurou para dizer que não se deve orar pelos que se foram desta vida, porque o destino dos mortos está decidido de forma irrevogável. Dona Olivia sabe que o Espiritismo também considera necessário a oração pelos desencarnados. Ela pede nossas considerações.


Dona Olívia, para atender a sua solicitação, nós vamos dar a resposta que Allan Kardec deu aos que crêem na eternidade das penas e não acreditam na eficácia da prece pelos mortos. Esse texto de Kardec se encontra no livro, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, ( não sabemos se a senhora tem esse livro; mas se não tiver, é bom adquirir) – e essa resposta está no capítulo 27, item 19, que diz o seguinte:


Algumas pessoas não admitem a prece pelos mortos, porque acreditam que a alma só tem duas alternativas: ser salva ou ser condenada às penas eternas. Num e noutro caso, portanto, a prece seria inútil (segundo elas). Sem discutir a validade dessa crença, admitamos por um instante a realidade das penas eternas e irremissíveis, e que as nossas preces sejam impotentes para interrompê-las.”


Perguntamos (prossegue Allan Kardec), se mesmo com essa hipótese, é lógico, é caridoso, é cristão, recusar a prece pelos condenados... Essas preces, por mais impotentes que sejam para libertá-los, não serão para eles uma prova de piedade, que poderá minorar-lhes o sofrimento? Na Terra, quando um homem é condenado à prisão perpétua, mesmo que não haja nenhuma esperança de obter sua liberdade, é proibido a uma pessoa caridosa auxiliá-lo a carregar os peso dos grilhões? “


E prossegue Kardec: “Quando alguém é atacado de uma doença incurável, não havendo portanto nenhuma esperança de cura, deve-se abandoná-lo sem nenhum alívio? Pensai que, entre os condenados, pode estar alguém que vos seja caro: um amigo, talvez um pai, a mãe ou um filho e só porque – segundo julgais – essa criatura não pode ser perdoada, poderei recusar-lhe um copo d’água para mitigar a sede, um bálsamo para secar-lhe as feridas? Não faríeis por ela o que farias por um prisioneiro? Não lhes daria uma prova de amor, uma consolação?”


Não, isso não seria cristão. Uma crença, que endurece o coração, não pode conciliar-se com a crença num Deus que coloca, como primeiro de todos os deveres, o amor ao próximo! Negar a eternidade das penas não implica negar uma penalidade temporária, mesmo porque, na sua justiça, Deus não pode confundir o mal com o bem. Ora, nesse caso, negar a eficácia da prece seria negar a eficácia da consolação, dos estímulos e dos bons conselhos; e isso equivaleria a negar a força eu haurimos de assistência moral dos que nos amam.”


E veja que, mesmo admitindo a eternidade das penas, ainda assim, a prece seria de grande utilidade para os mortos. Entretanto, devemos considerar que no Espiritismo não admite a eternidade das penas, porque não admite a existência de um Deus violento e vingativo. Sabemos que os Espíritos – ora estão encarnados, ora desencarnados. Orar pelos desencarnados é um dever moral de todos nós, principalmente se esses desencarnados são nossos entes queridos.


LIGAÇÃO DE MILÊNIOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 4-1-22 

Um simples esbarrão acidental ocorrido numa avenida de Belo Horizonte, na verdade, reativou a ligação de dois Espíritos que compartilharam inúmeras experiências ao longo de várias reencarnações. De um lado, um homem abatido pela perda de sua jovem esposa vinte e um dias antes. De outro, um médium de 36 anos, preso a difíceis compromissos familiares, sociais e econômicos apesar de ostentar um currículo de 28 livros publicados, organizados com produções de Espíritos desencarnados, alguns dos quais celebridades no meio literário luso-brasileiro. Seria o início de uma amizade nesta vida que se manteria firme até o ano de 1958, quando o médium atingido por mais uma das insidiosas perseguições contra ele movidas, se viu obrigado a transferir às pressas seu domicílio para a região do chamado Triângulo Mineiro, mais especificamente para a cidade de Uberaba. O viúvo chamado Arnaldo Rocha e o médium, Chico Xavier. Inexplicavelmente dominado por indizível emoção, reconhecendo naquele homem simples, modestamente trajado, o personagem de uma tendenciosa e maldosa reportagem publicada pela revista de maior circulação na época, não conseguiu articular palavra, fenômeno, por sinal, comum nas narrativas feitas por pessoas que se aproximaram de Chico um dia. Em contrapartida, ouviu daquele com quem se chocara: -“Escute, Naldinho... Não é assim que Meimei lhe falava? Ela está aqui, conosco, radiante de alegria pelos seus vinte e quatro janeiros, ou melhor, ela diz vinte e quatro primaveras de amor.! Hoje não seria o dia de seu aniversário? Deixe-me ver o retrato dela, guardado em sua carteira”. Assustado diante do que ouviu, visto que nada falara ao desconhecido ao não ser um pedido de desculpas, inda chorando, suando frio, mostrou-lhe a fotografia, que segura delicadamente, revelou lágrimas nos seus olhos, seguido de um sorriso reconfortante e das seguintes palavras: -“Nossa querida princesa Meimei que muito lhe falar. É hoje, em comemoração ao seu aniversário; podíamos fazer uma prece. Vamos à casa de Geraldo”. O que sucederia a partir dali resultou em páginas belíssimas no livro da vida tanto de um quanto de outro. No centro, o Espírito Meimei, na verdade Irma de Castro, desencarnada no auge de sua juventude em consequência de uma nefrite crônica que a acompanhou grande parte da existência recém terminada. Ao longo das décadas que se seguiriam inúmeras paginas Meimei verteu através da mediunidade do amigo de muitas vidas, celebrando Natais, Dias das Mães, entre outras datas comemorativas, além de revelações importantes. Meimei é personagem do livro AVE CRISTO, (feb,1953) escrito pelo Espírito Emmanuel, onde tinha o nome Blandina, filha única de Taciano, que não era outro senão o próprio marido Arnaldo Rocha do século XX. Blandina, por sinal, a responsável por núcleo de assistência a crianças recém-desencarnadas descrito no livro do Espírito André Luiz, ENTRE A TERRA E O CÉU (1954, feb). Além de mensagens incluídas obras de Autores Diversos, quase uma dezena produzida por Meimei, faz parte do acervo de mais de quatro centenas de obras publicadas com material materializado em nosso Plano, graças ao impecável trabalho de Chico Xavier.



Será que basta a gente conhecer o Espiritismo para perder o medo da morte? (Milena Silva Pereira)


Não é tão simples assim, Milena, pois a própria natureza, através desse mecanismo, que chamamos de “instinto”, colocou em todos os seres vivos ( e não só no ser humano) esse medo – que é o primeiro e o maior de todos os medos. Com isso ela consegue com que cada indivíduo se afaste do perigo, não se exponha demasiado a situações de risco e, desse modo, tenha uma vida mais longa É a chamada Lei de Conservação, que vamos encontrar n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, como uma das leis naturais.


Desse modo, o medo natural da morte é um mecanismo de defesa para a preservação da vida. Se as pessoas em geral não tivessem esse medo, elas morreriam com muita facilidade, uma grande parte se suicidaria e, em pouco tempo, não haveria mais espécie humana sobre a Terra. Este é um aspecto que precisamos considerar, para que você e os demais ouvintes entendam que o medo da morte não é tão ruim assim; pelo contrário, ele tem um aspecto muito positivo para que tomemos mais cuidado com a vida, para que não abusemos ou releguemos a nossa saúde a um segundo plano.


O medo, que o Espiritismo combate é o medo infundado, esse que nos foi colocado através dos tempos – o medo apavorante, aterrador e até doentio, que pode decorrer de duas formas de crença. Veja bem do que estamos falando:... de duas formas de crença!... A primeira é o medo daqueles que crêem que Deus não existe; eles não crêem que a vida continua, que o espírito é imortal. Para eles morreu, acabou... A morte é o fim de tudo, é o desaparecimento total do individuo e, consequentemente, de tudo quanto conquistou ou fez de bom na vida.


Entretanto, é bom que se diga – e isso pode parecer estranho – mas muitas pessoas, que se dizem crentes, que afirmam adotar e seguir determinada religião, no fundo, são materialistas, não crêem na vida futura, não acreditam que a vida continua e, por isso, a morte lhes representa o aniquilamento total (um terror!...) que lhes provoca um grande pavor. Elas têm tanto medo da própria morte, quanto da morte de seus entes queridos e, por isso, quando acontece de perderem alguém da família, entram em pânico, desesperam ou se revoltam.


A segunda forma de crença é daqueles que acreditam na condenação eterna. Elas vêem a morte como uma grande e constante ameaça, porque nunca se julgam preparadas para enfrentá-la, devido ao peso de consciência. Guardam consigo grande sentimentos de culpa, por terem feito o que deviam ou terem feito o que não deviam e, com isso, vivem se questionando – principalmente quando vêem alguém próximo morrer.


A Doutrina Espírita trata da morte como um fenômeno natural da vida. Se ela significa a destruição de um corpo, isso não afeta a experiência do Espírito, que se utiliza do corpo para se manifestar neste mundo. Embora devamos fazer o máximo para nos mantermos encarnados, a razão nos diz que não devemos nos revoltar contra a morte, e se quisermos ter uma boa morte, que é a passagem para o mundo espiritual, precisamos aprender a cultivar uma boa vida.




AGÊNERE- SERÁ POSSIVEL?; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 3-1-22

Contra fatos não há argumentos. E a história contada por Allan Kardec na edição de fevereiro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA ilustra isso. Conta ele: Uma pobre mulher estava na igreja de São Roque e rogava a Deus que a auxiliasse em sua aflição. À saída, na rua Saint Honoré, encontra um senhor que a aborda e lhe diz: “Boa mulher, ficaríeis contente se arranjasses trabalho?” – “Ah! meu bom senhor” – responde ela – “peço a Deus que me conceda esse favor, porque estou muito necessitada.” – “Pois bem! Ide a tal rua, número tanto. Procurai a senhora T...: ela vos dará trabalho.” Então continuou seu caminho. A pobre mulher dirigiu-se sem demora ao endereço indicado. – “Com efeito, tenho um trabalho para mandar fazer” – diz a senhora em questão – “mas como não o dissera a ninguém, como pôde a senhora vir me procurar?” Então a pobre indigente, avistando um retrato suspenso à parede, respondeu: – “Senhora, foi esse cavalheiro que me enviou aqui.” – “Esse cavalheiro!” – replicou espantada a senhora – “Mas isso não é possível; este é o retrato de meu filho, morto há três anos.” – “Não sei como pode ser isto, mas vos asseguro que foi esse senhor que acabei de encontrar ao sair da igreja, onde tinha ido pedir a Deus que me assistisse. Ele me abordou e foi ele mesmo que me mandou aqui”. A respeito, Kardec comenta: -“Conforme o que acabamos de ver, nada haveria de surpreendente em que o Espírito do filho daquela senhora, a fim de prestar um serviço à pobre mulher, da qual sem dúvida ouvira a prece, lhe tivesse aparecido sob a forma corpórea para indicar-lhe o endereço da própria mãe. Em que se transformou depois? Sem dúvida no que era antes: um Espírito, a menos que, continuando seu passeio, tenha julgado conveniente mostrar-se a outras pessoas sob a mesma aparência. Essa mulher teria, assim, encontrado um agênere, com o qual havia conversado. Mas, então – dirão – por que não se teria apresentado à sua mãe? Nessas circunstâncias os motivos determinantes dos Espíritos nos são completamente desconhecidos. Agem como bem lhes pareça, ou melhor, como disseram, em virtude de uma permissão sem a qual não podem revelar sua existência de modo material. Compreende-se, ademais, que sua visão poderia causar à mãe perigosa emoção. E quem sabe se não se apresentou a ela durante o sono ou de qualquer outro modo? E, aliás, não terá sido um meio de lhe revelar sua existência? É muito provável que tenha testemunhado aquela conversa entre as duas senhoras. O assunto seria aprofundado na próximo trabalho publicado pelo sistematizador do Espiritismo em 1861: O LIVRO DOS MÉDIUNS. Quando da abordagem na publicação mensal mantida por Allan Kardec, aproveitou para ouvir o responsável pelas atividade da Sociedade Espírita da Paris, São Luiz. Da entrevista de 16 perguntas, destacamos algumas das informações prestadas pela entidade. Sobre a possibilidade de Espíritos desencarnados aparecerem corporalmente em outros locais e a outras pessoas além da sua família? Esclareceu que “sim, sem dúvida; não dependendo, porém de sua vontade”, por ser “o poder dos Espíritos é limitado; só fazem o que lhes é permitido fazer”; que podem pertencer à classe dos Espíritos inferiores ou superiores; que são fatos raros, existindo exemplos na própria Bíblia; que um eventual ferimento mortal que sofresse o faria desaparecer subitamente; “que como Espíritos têm as paixões dos Espíritos, conforme sua inferioridade, algumas vezes tomando um corpo aparente é para fruir as paixões humanas; se são elevados, é com um fim útil que o fazem; que não podem procriar, o que seria contrário às leis que estabelecidas na Terra que não podem ser derrogadas.


Jornais, rádio e televisão ( e agora as redes sociais) sempre dão ênfase às más notícias, mas isso acontece porque o público valoriza mais o que é ruim do que o que é bom. Por que será que temos preferência pelas más notícias e, ao mesmo tempo, ficamos tão apreensivos com elas? Não deveria ser o contrário? (E. L. S.)


De um modo geral, estamos a procura de emoções fortes, e as más notícias, de certa forma, preenchem essa necessidade. É como assistir a um filme de suspense ou de terror: você fica o tempo todo apreensivo e receoso pelo que vai acontecer, e só leva susto. No entanto, sempre há bom público para filmes dessa natureza. Convém lembrar que nos sentimos confortáveis, vendo o perigo acontecer apenas na tela e não na vida real. Alguns estudiosos do comportamento humano consideram que, no decorrer da evolução, o homem esteve muito mais atento às situações de perigo do que à vida rotineira, que é mais segura.


Por outro lado, é possível que a vivência de fortes emoções contribua de certa forma para a capacidade de adaptação do individuo às situações de perigo, fazendo com que ele aprenda a enfrentar o medo. Não sabemos exatamente o que acontece, mas é inegável que existe essa preferência. Se, por exemplo, a imprensa informar que houve um acidente aéreo, imediatamente uma multidão se colocará em frente à televisão para acompanhar o sinistro. Mas, se ela disser que todos os aviões, que saíram hoje do Aeroporto de Cumbica, chegaram normalmente ao seus destinos, ninguém dará atenção a isso.


Desse modo, é possível concluir que o que mais chama atenção são os fatos diferentes, impactantes, que saem da rotina. Aqueles que acontecem todos os dias tornam-se monótonos e desinteressantes, na maioria das vezes. Talvez falte em todos nós um auto-exame para verificar de que realmente nos faz bem para a saúde mental. Entretanto, não é menos certo de que precisamos criar uma resistência natural aos fatos negativos, para que eles não enfraqueçam o nosso estado de ânimo. O problema, portanto, não está propriamente no fato de ouvirmos más notícias, mas na reação que temos diante delas.


Quando entendemos que as notícias desagradáveis devem contribuir para o nosso crescimento espiritual, na medida que nos ensinam a evitar o mal e fazer o bem, com certeza, não seremos tão afetados por elas. Cada um de nós deve preocupar-se em se conhecer, não só para analisar suas tendências, mas principalmente para verificar o que deve ser melhorado, para adaptar-se melhor à vida. Adaptar á vida, em última instância, é viver em harmonia consigo mesmo, sem causar prejuízo aos outros – nem prejuízo material, nem prejuízo moral. Afinal, seguindo a recomendação de Jesus, devemos fazer aos outros aquilo que desejamos que eles nos façam.


INSPIRADORA ORIENTAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 2-1-22

Até quando seu corpo físico desgastado permitiu Chico Xavier não deixou de exercitar a caridade em favor dos desventurados do caminho. Fora mais de oito décadas de compartilhamento do pouco que tinha e, mais à frente do que lhe entregavam para minimizar as penúrias de pessoas socialmente carentes do pão, da vestimenta, do abraço, da palavra amiga de esperança. Recordando como tudo começou Chico conta: -“Na noite de 10 de julho referido, dois dias depois de haver recebido a primeira mensagem, quando eu fazia as orações da noite, vi o meu quarto pobre se iluminar, de repente. As paredes refletiam a luz de um prateado lilás. Descerrei os olhos, tentando ver o que se passava. Vi, então, perto de mim uma senhora de admirável presença, que irradiava a luz que se espraiava pelo quarto. Tentei levantar-me para demonstrar- lhe respeito e cortesia, mas não consegui permanecer de pé e dobrei, involuntariamente, os joelhos diante dela. A dama iluminada fitou uma imagem de Nossa Senhora do Pilar que eu mantinha em meu quarto e, em seguida, falou em castelhano que eu compreendi, embora sabendo que eu ignorava o idioma, em que ela facilmente se expressava: - "Francisco - disse-me pausadamente - em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, venho solicitar o seu auxílio em favor dos pobres, nossos irmãos." A emoção me possuía a alma toda, mas pude perguntar-lhe, embora as lágrimas que me cobriam o rosto: - Senhora, quem sois vós? Ela me respondeu: - "Você não se lembra agora de mim, no entanto em sou Isabel, Isabel de Aragão." Eu não conhecia senhora alguma que tivesse este nome e estranhei o que ela dizia, entretanto uma força interior me continha e calei qualquer comentário, em tomo de minha ignorância. Mas o diálogo estava iniciando e indaguei: - Senhora, sou pobre e nada tenho para dar. Que auxílio poderei prestar aos mais pobres do que eu mesmo? Ela disse: - "Você nos auxiliará a repartir pães com os necessitados." Clamei com pesar: - Senhora, quase sempre não tenho pão para mim. Como poderei repartir pães com os outros?...!A dama sorriu e me esclareceu: - "Chegará o tempo em que você disporá de recursos. Você vai escrever para as nossas gentes peninsulares e, trabalhando por Jesus, não poderá receber vantagem material alguma pelas páginas que você produzir, mas vamos providenciar para que os Mensageiros do Bem lhe tragam recursos para iniciar a tarefa. Confiemos na Bondade do Senhor." Em seguida a estas palavras a dama se afastou deixando o meu quarto em pleno escuro. Chorei sob emoção para mim inexplicável até o amanhecer do dia imediato. Duas semanas após a ocorrência, estando eu nas preces da noite, apareceu-me um senhor vestido em roupa branca que, por intuição, notei tratar-se de um sacerdote. Saudei-o com muito respeito e ele me respondeu com bondade, explicando-se: - "Irmão Francisco, fui no século XIV um dos confessores da Rainha Santa, D. Isabel de Aragão, que se fez esposa do Rei de Portugal, D. Dinis. Ela desenvolveu elevadas iniciativas de beneficência e instrução nos dois reinos que formam a Península, conhecida na Europa, e voltou ao Mundo Espiritual em 4 de julho de 1336. Desde então, ela protege todas as obras de caridade e educação na Espanha e Portugal. Foi ela que o visitou, há alguns dias, nas preces da noite, e prometeu lhe assistência. Ela me recomenda dizer-lhe que não lhe faltará recursos para a distribuição de pães com os necessitados. Meu nome em 1336 era Fernão Mendes. –“Confiemos em Jesus e trabalhemos na sementeira do bem." No primeiro sábado que se seguiu às ocorrências que descrevo, fui com minha irmã Luíza até uma ponte muito pobre, na cidade onde nasci, conduzindo um pequeno cesto com oito pães. Ali estavam refugiados alguns indigentes; parti os pães, a fim de que cada um tivesse um pedaço, e assim foi iniciado o nosso serviço de assistência.


Existem ladrões e sequestradores no mundo espiritual, como existem aqui na Terra. Nesse caso, o que eles roubam? (Márcia Denize)


Existem malfeitores no mundo espiritual, como existem aqui. É claro que as condições são outras, até porque, no plano espiritual, cada Espírito é mais ele mesmo, ou seja, raramente o malfeitor consegue disfarçar seus propósitos ou se esconder atrás de uma máscara. Sendo assim, seu modo de agir é diferente, conforme podemos ler em várias obras psicografadas. Vamos citar uma delas, para que você obtenha mais informações a respeito: “LIBERTAÇÃO”, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier.


No mundo espiritual, como aqui na Terra, há uma luta pelo poder por parte dos Espíritos pouco evoluídos. O poder, entre nós, encarnados ou desencarnados, exerce estranho fascínio. Aqui, os instrumentos do poder, que mais se destacam, são o dinheiro e as riquezas, as coisas mais cobiçadas Lá, isso não tem valor: o poder se manifesta pelo constrangimento que uns procuram ter sobre outros e os instrumentos de domínio são a manifestação do pensamento desses Espíritos que, quando se reúnem aos bandos, pode constituir uma força mental ameaçadora. Entretanto, a forma de combatê-la é também pelo pensamento dos bons, que são capazes de grandes realizações.


Na verdade, o plano humano, de certa forma, é uma projeção do plano espiritual. O que se passa na Terra, num momento de grande conturbação social como este, é justamente o que deve estar ocorrendo nas regiões espirituais próximas à crosta terrestre – o que, no meio espírita, geralmente passou a ser conhecida como “umbral”. A agitação, que vivemos, e que caracteriza um período de grandes e profundas transformações, decorre em parte da inconformação e revolta de legiões de Espíritos de pouca evolução moral, que querem manter seu domínio sobre a Terra.


O que esses Espíritos mais fazem, hoje em dia, é causar problemas no seio das famílias e comunidades, no meio político-social, confundindo os pais e os líderes em geral, envolvendo os jovens, estimulando-os à vida fácil e irresponsável, incitando-os à rebeldia através do uso de drogas, a principal causa do alto índice de criminalidade na atualidade. Desse modo, é fácil concluir que em todas as atividades ilícitas, como os esquemas de corrupção, o tráfico de drogas, os assaltos e os sequestros há também um comando espiritual, do qual os meliantes não sabem que estão sendo vítimas.



CONFORME TIVERMOS VIVIDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 1-1-2022

Morreu, acabou? Milhares de depoimentos de Espíritos desencarnados através de igual número de médiuns ao redor do mundo demonstram que não. Como somos projetos personalizados de Deus, sem cópias, cada um relata suas percepções e sensações conforme o próprio grau evolutivo Muitos falam de situações surpreendentes, inesperadas e difíceis. Afinal, sofrem os Espíritos? Que sensações experimentam? Allan Kardec no número de dezembro de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, escreveu interessante artigo sobre a questão do qual destacamos breve trecho. Diz ele: -“Tais questões nos são naturalmente dirigidas e vamos tentar resolve-las. Inicialmente devemos dizer que, para isso, não nos contentamos com as respostas dos Espíritos. De certa maneira, através de numerosas observações, tivemos que considerar a sensação com o fato. Em uma de nossas reuniões, pouco depois que São Luís nos transmitiu bela dissertação sobre a avareza, um de nossos associados narrou o seguinte fato, a propósito dessa mesma dissertação. -Estávamos ocupados de evocações numa pequena reunião de amigos quando se apresentou, inopinadamente e sem que o tivéssemos chamado, o Espírito de um homem que havíamos conhecido muito bem e que, quando vivo, poderia ter servido de modelo ao retrato do avarento, feito por São Luís: um desses homens que vivem miseravelmente no meio da fortuna e que se privava, não pelos outros, mas para acumular sem proveito para ninguém. Era inverno, estávamos perto do fogo; de repente aquele Espírito lembrou-nos seu nome, no qual absolutamente não pensávamos, pedindo-nos permissão para vir, durante três dias, aquecer-se à nossa lareira, pois que sofria horrivelmente do frio que voluntariamente suportara durante a vida e que, por sua avareza, também fizera os outros suportar. Era um alívio que experimentaria, acrescentou, caso concordássemos com o pedido. Aquele Espírito, pois, experimentava penosa sensação de frio; mas, como a experimentava? Eis aí a dificuldade. A esse respeito dirigimos a São Luís as seguintes pergunta: Como esse Espírito de avarento, que não tinha mais o corpo material, podia sentir frio e pedir para se aquecer? – Podes representar os sofrimentos do Espírito pelos sofrimentos morais. Concebemos os sofrimentos morais, como pesares, remorsos, vergonha; mas o calor e o frio, a dor física, não são efeitos morais; experimentariam os Espíritos tais sensações?. – Tua alma sente frio? Não; mas tem consciência da sensação que age sobre o corpo. – Disso parece resultar que esse Espírito de avarento não sentia um frio real, mas a lembrança da sensação do frio que havia suportado e essa lembrança, tida por ele como realidade, tornava-se um suplício.– É mais ou menos isso. Fique bem entendido que há uma distinção, que compreendeis perfeitamente, entre a dor física e a dor moral; não se deve confundir o efeito com a causa. Se bem entendemos, poderíamos, ao que nos parece, explicar as coisas do seguinte modo: O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primeira desta é, pelo menos, a causa imediata. A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa, mas não pode ter ação física. De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma, que não é susceptível de congelar-se, nem de queimar-se. Não vemos todos os dias a recordação ou a apreensão de um mal físico produzirem o efeito desse mal, como se real fosse? Não as vemos até causar a morte? Toda gente sabe que aqueles cujos membros foram amputados costumam sentir dor no membro que lhes falta. Certo que aí não está a sede, ou, sequer, o ponto de partida da dor. O que há, apenas, é que o cérebro guardou esta impressão. Lícito, portanto, será admitir-se que coisa análoga ocorra nos sofrimentos do Espírito após a morte. Essas reflexões são justas?Sim; mais tarde, porém, compreendereis melhor ainda. Esperai que novos fatos venham vos fornecer motivos de observação; deles tirareis consequências mais completas.


A única vez que Jesus se referiu à vida depois da morte – disse-nos uma ouvinte - foi quando ele contou a parábola do rico avarento e do mendigo Lázaro. E, nessa parábola, o rico, que está sofrendo no inferno, não tem permissão de Abraão para vir avisar seus irmãos, que estão vivos na Terra. O que ele quis dizer com isso?


Essa parábola é muito ilustrativa, porque, através dela, Jesus quer mostrar como funciona a lei de causa e efeito de uma vida em relação a outra. O rico, que dava grandes banquetes em sua casa, era extremamente sovina, avarento; o mendigo disputava com os cães as migalhas que ele jogava fora. Depois da morte, o rico vai para uma região de sofrimento e Lázaro para o seio de Abraão. O seio de Abraão, aqui, representa um lugar de paz. O rico não consegue a graça de ter seu sofrimento abrandado por Lázaro, que está numa condição superior a ele e, então, pede a Abraão para vir prevenir seus irmãos contra a sovinice.


Abraão responde que, se eles (seus irmãos) não ouviram nem Moisés,nem os profetas, quanto mais um que ressuscitasse entre os mortos. Aqui está bem empregada a palavra “ressurreição”, porque ressuscitar é reaparecer, e neste sentido a comunicação mediúnica é um tipo de ressurreição, ou seja, é uma forma de manifestação do Espírito. Em primeiro lugar, nesta parábola Jesus está afirmando a existência da vida espiritual e o destino das pessoas depois da morte, conforme o bem ou o mal que fizeram na Terra. Em segundo lugar, está dizendo da possibilidade da comunicação espiritual, embora, no caso específico que contou, o rico não teve tal permissão.


Aliás, não havia autoridade maior para aquele povo do que a autoridade de Moisés e dos profetas. Se eles não atendiam ao que tais autoridades ensinavam, em quem iriam acreditar? Seria inútil qualquer tentativa de comunicação com seus irmãos que, por certo, se o fizesse, eles não lhe dariam o menor crédito. Daí a decisão de Abraão. Tal parábola, portanto, não diz que a comunicação mediúnica é impossível. Ao contrário. Ela afirma, naquele caso, que ela não foi permitida. Na verdade, nem todos os Espíritos têm realmente permissão para se comunicar.


Além do mais, há inúmeras comunicações espirituais na Bíblia, tanto no Antigo e quanto no Novo Testamento. Os Espíritos elevados eram chamados de anjos. E, especificamente, nos evangelhos, podemos constatar Jesus falou diretamente com Moisés e Elias, que eram Espíritos - e que se materializaram diante dele para surpresa de Pedro, Tiago e João, que a tudo assistiam. O próprio Jesus, depois de morto, retornou em Espírito ( no conhecido episódio da ressurreição) e se manifestou inúmeras vezes a centenas de pessoas segundo Paulo, para comprovar que a morte não é o fim. Paulo, em carta aos coríntios, afirma que Jesus ressuscitou com seu corpo espiritual e que todos nós também ressuscitaremos nesse corpo. No Espiritismo, esse corpo espiritual é chamado de perispírito.