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domingo, 12 de dezembro de 2021

PORQUE NÃO ACREDITAR EM TODOS OS ESPÍRITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na atualidade observa-se grande número de pessoas fiando-se quase cegamente na opinião de Espíritos que se ocultam em nomes de personagens conhecidos da História da Humanidade. Fato relevante, foi analisado por Allan Kardec no numero de abril de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Suas considerações servem para formarmos nossa própria opinião. Diz, entre outras coisas: -“Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, comunicando-nos com eles não saíamos fora da Humanidade, circunstância capital a considerar-se. Os homens de gênio, que foram fachos da Humanidade, vieram do Mundo dos Espíritos e para lá voltaram, ao deixarem a Terra. Desde que os Espíritos podem comunicar-se com os homens, esses mesmos gênios podem dar-lhes instruções sob a forma espiritual, como o fizeram sob a forma corpórea. Podem instruir-nos, depois de terem morrido, tal qual faziam quando vivos; apenas, são invisíveis, ao invés de serem visíveis; essa a única diferença. Não devem ser menores do que eram a experiência e o saber que possuem e, se a palavra deles, como homens, tinha autoridade, não na pode ter menos, somente por estarem no Mundo dos Espíritos. Mas, nem só os Espíritos superiores se manifestam; fazem-no igualmente os de todas as categorias, e preciso era que assim acontecesse, para nos iniciarmos no que respeita ao verdadeiro caráter do Mundo Espiritual, apresentando-se-nos este por todas as suas faces. Daí resulta serem mais íntimas as relações entre o Mundo Visível e o Mundo Invisível e mais evidente a conexidade entre os dois. Vemos assim mais claramente donde procedemos e para onde iremos. Esse o objetivo essencial das manifestações. Todos os Espíritos, pois, qualquer que seja o grau de elevação em que se encontrem, alguma coisa nos ensinam; cabe-nos, porém, a nós, visto que eles são mais ou menos esclarecidos, discernir o que há de bom ou de mau no que nos digam e tirar, do ensino que nos deem, o proveito possível. Ora, todos, quaisquer que sejam, nos podem ensinar ou revelar coisas que ignoramos e que sem eles não saberíamos. Os grandes Espíritos encarnados são, sem duvida, individualidades poderosas, mas de ação restrita e lenta propagação. Viesse um só dentre eles, embora fosse Elias ou Moisés, revelar, nos tempos modernos, aos homens, as condições do Mundo Espiritual, quem provaria a veracidade das suas asserções, nesta época de cepticismo? Não o tomariam por sonhador ou utopista? Mesmo que fosse verdade absoluta o que dissesse, séculos se escoariam antes que as massas humanas lhe aceitassem as ideias. Deus, em sua sabedoria, não quis que assim acontecesse; quis que o ensino fosse dado pelos próprios Espíritos, não por encarnados, a fim de que aqueles convencessem da sua existência a estes últimos e quis que isso ocorresse por toda a Terra simultaneamente, quer para que o ensino se propagasse com maior rapidez, quer para que, coincidindo em toda parte, constituísse uma prova da verdade, tendo assim cada um o meio de convencer-se a si próprio. Tais o objetivo e o caráter da revelação moderna. Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitir, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas. De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas. Saídos da Humanidade, eles constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no Plano Invisível também os há superiores e vulgares; muitos deles, pois, científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos. Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados.


O Benedito Pereira de Araújo, do Morada do Sol, pergunta: “ Uma pessoa, que foi cega nesta vida, e foi uma pessoa boa e feliz, quando desencarna e chega ao mundo espiritual, será que ela recobra imediatamente sua visão?”


Não há uma resposta precisa que possa valer para todos os casos, Benedito. Cada um tem as suas próprias características e, como você sabe, sempre vai depender das condições morais do Espírito. Você afirma que se trata de uma boa pessoa, que se mostrava feliz, mesmo sendo cega. É claro que tudo isso concorre para que ela se recupere da visão o mais depressa possível, mas talvez não seja o bastante para obter uma recuperação imediata.


Supondo que o problema esteja no perispírito: quer dizer, que a pessoa nasceu cega, em decorrência de fatos de vidas anteriores. É claro que o processo de recuperação é bem mais lento, porquanto o problema é mais profundo, pois está enraizado no Espírito. Se as causas são bem próximas – isto é, se ficou cego por um acidente,a recuperação é bem mais fácil e leva menos tempo, considerando que ele usou normalmente a visão até certa idade e que, portanto, a condição de cego é passageira. Os problemas de ordem física têm repercussão direta no perispírito e vice-versa. As causas podem estar no corpo ou no perispírito: e essa condição determina o que vai acontecer após o desencarne.


Aqui na Terra, na condição de encarnados, a percepção que temos do mundo se dá através dos sentidos – um deles, a visão. No plano espiritual, embora o perispírito tenha muita semelhança com o corpo físico, os canais de percepção são mais amplos. Mesmo assim, se o Espírito passou vários anos privado da visão, ele se encontra, por algum tempo, condicionado aos sentidos naturais e, até que desenvolva a capacidade de ampliar a percepção por outros canais, ainda pode ter dificuldade de ver. Contudo, dependendo de sua condição espiritual, essa recuperação pode ser mais ou menos rápida.


Além disso, temos a considerar, de um modo geral, que retomar um sentido que antes não existia, vai exigir um estágio de adaptação, exercício e aprendizado que, certamente, contará com o apoio de amigos e instrutores espirituais. É mais ou menos como uma pessoa que, depois de ficar muitos meses com um membro imobilizado aqui na Terra, vai precisar de atividades e exercícios de fisioterapia para recuperar totalmente seus movimentos. Cremos que, com essas orientações, podemos dar uma idéia aproximada daquilo que você quer saber.




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