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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

CONFORME TIVERMOS VIVIDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 1-1-2022

Morreu, acabou? Milhares de depoimentos de Espíritos desencarnados através de igual número de médiuns ao redor do mundo demonstram que não. Como somos projetos personalizados de Deus, sem cópias, cada um relata suas percepções e sensações conforme o próprio grau evolutivo Muitos falam de situações surpreendentes, inesperadas e difíceis. Afinal, sofrem os Espíritos? Que sensações experimentam? Allan Kardec no número de dezembro de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, escreveu interessante artigo sobre a questão do qual destacamos breve trecho. Diz ele: -“Tais questões nos são naturalmente dirigidas e vamos tentar resolve-las. Inicialmente devemos dizer que, para isso, não nos contentamos com as respostas dos Espíritos. De certa maneira, através de numerosas observações, tivemos que considerar a sensação com o fato. Em uma de nossas reuniões, pouco depois que São Luís nos transmitiu bela dissertação sobre a avareza, um de nossos associados narrou o seguinte fato, a propósito dessa mesma dissertação. -Estávamos ocupados de evocações numa pequena reunião de amigos quando se apresentou, inopinadamente e sem que o tivéssemos chamado, o Espírito de um homem que havíamos conhecido muito bem e que, quando vivo, poderia ter servido de modelo ao retrato do avarento, feito por São Luís: um desses homens que vivem miseravelmente no meio da fortuna e que se privava, não pelos outros, mas para acumular sem proveito para ninguém. Era inverno, estávamos perto do fogo; de repente aquele Espírito lembrou-nos seu nome, no qual absolutamente não pensávamos, pedindo-nos permissão para vir, durante três dias, aquecer-se à nossa lareira, pois que sofria horrivelmente do frio que voluntariamente suportara durante a vida e que, por sua avareza, também fizera os outros suportar. Era um alívio que experimentaria, acrescentou, caso concordássemos com o pedido. Aquele Espírito, pois, experimentava penosa sensação de frio; mas, como a experimentava? Eis aí a dificuldade. A esse respeito dirigimos a São Luís as seguintes pergunta: Como esse Espírito de avarento, que não tinha mais o corpo material, podia sentir frio e pedir para se aquecer? – Podes representar os sofrimentos do Espírito pelos sofrimentos morais. Concebemos os sofrimentos morais, como pesares, remorsos, vergonha; mas o calor e o frio, a dor física, não são efeitos morais; experimentariam os Espíritos tais sensações?. – Tua alma sente frio? Não; mas tem consciência da sensação que age sobre o corpo. – Disso parece resultar que esse Espírito de avarento não sentia um frio real, mas a lembrança da sensação do frio que havia suportado e essa lembrança, tida por ele como realidade, tornava-se um suplício.– É mais ou menos isso. Fique bem entendido que há uma distinção, que compreendeis perfeitamente, entre a dor física e a dor moral; não se deve confundir o efeito com a causa. Se bem entendemos, poderíamos, ao que nos parece, explicar as coisas do seguinte modo: O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primeira desta é, pelo menos, a causa imediata. A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa, mas não pode ter ação física. De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma, que não é susceptível de congelar-se, nem de queimar-se. Não vemos todos os dias a recordação ou a apreensão de um mal físico produzirem o efeito desse mal, como se real fosse? Não as vemos até causar a morte? Toda gente sabe que aqueles cujos membros foram amputados costumam sentir dor no membro que lhes falta. Certo que aí não está a sede, ou, sequer, o ponto de partida da dor. O que há, apenas, é que o cérebro guardou esta impressão. Lícito, portanto, será admitir-se que coisa análoga ocorra nos sofrimentos do Espírito após a morte. Essas reflexões são justas?Sim; mais tarde, porém, compreendereis melhor ainda. Esperai que novos fatos venham vos fornecer motivos de observação; deles tirareis consequências mais completas.


A única vez que Jesus se referiu à vida depois da morte – disse-nos uma ouvinte - foi quando ele contou a parábola do rico avarento e do mendigo Lázaro. E, nessa parábola, o rico, que está sofrendo no inferno, não tem permissão de Abraão para vir avisar seus irmãos, que estão vivos na Terra. O que ele quis dizer com isso?


Essa parábola é muito ilustrativa, porque, através dela, Jesus quer mostrar como funciona a lei de causa e efeito de uma vida em relação a outra. O rico, que dava grandes banquetes em sua casa, era extremamente sovina, avarento; o mendigo disputava com os cães as migalhas que ele jogava fora. Depois da morte, o rico vai para uma região de sofrimento e Lázaro para o seio de Abraão. O seio de Abraão, aqui, representa um lugar de paz. O rico não consegue a graça de ter seu sofrimento abrandado por Lázaro, que está numa condição superior a ele e, então, pede a Abraão para vir prevenir seus irmãos contra a sovinice.


Abraão responde que, se eles (seus irmãos) não ouviram nem Moisés,nem os profetas, quanto mais um que ressuscitasse entre os mortos. Aqui está bem empregada a palavra “ressurreição”, porque ressuscitar é reaparecer, e neste sentido a comunicação mediúnica é um tipo de ressurreição, ou seja, é uma forma de manifestação do Espírito. Em primeiro lugar, nesta parábola Jesus está afirmando a existência da vida espiritual e o destino das pessoas depois da morte, conforme o bem ou o mal que fizeram na Terra. Em segundo lugar, está dizendo da possibilidade da comunicação espiritual, embora, no caso específico que contou, o rico não teve tal permissão.


Aliás, não havia autoridade maior para aquele povo do que a autoridade de Moisés e dos profetas. Se eles não atendiam ao que tais autoridades ensinavam, em quem iriam acreditar? Seria inútil qualquer tentativa de comunicação com seus irmãos que, por certo, se o fizesse, eles não lhe dariam o menor crédito. Daí a decisão de Abraão. Tal parábola, portanto, não diz que a comunicação mediúnica é impossível. Ao contrário. Ela afirma, naquele caso, que ela não foi permitida. Na verdade, nem todos os Espíritos têm realmente permissão para se comunicar.


Além do mais, há inúmeras comunicações espirituais na Bíblia, tanto no Antigo e quanto no Novo Testamento. Os Espíritos elevados eram chamados de anjos. E, especificamente, nos evangelhos, podemos constatar Jesus falou diretamente com Moisés e Elias, que eram Espíritos - e que se materializaram diante dele para surpresa de Pedro, Tiago e João, que a tudo assistiam. O próprio Jesus, depois de morto, retornou em Espírito ( no conhecido episódio da ressurreição) e se manifestou inúmeras vezes a centenas de pessoas segundo Paulo, para comprovar que a morte não é o fim. Paulo, em carta aos coríntios, afirma que Jesus ressuscitou com seu corpo espiritual e que todos nós também ressuscitaremos nesse corpo. No Espiritismo, esse corpo espiritual é chamado de perispírito.






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