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domingo, 19 de dezembro de 2021

O MOMENTO SEGUINTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Na visão dominante na nossa Dimensão, tudo cessou no instante fatal. A mediunidade identificada e explicada pelo Espiritismo, contudo, confirma que não. E a vivenciada pelo médium Chico Xavier produziu um acervo de documentos ainda pouco conhecidos e estudados pelos que buscam respostas para a inesperada, mas inevitável, experiência da morte. A historia a seguir demonstra isso. Para conhecê-la, vamos recuar à 1983, no bairro da Mooca, capital paulista. Naquele ano, o jovem Dialma Coltro Filho, frequentava o segundo ano de direito de uma das faculdades de São Paulo. Dialma, apesar dos seus vinte anos, tinha como hobby colecionar armas de fogo, tendo muita consciência sobre o perigo que representavam. Com a venda de um automóvel, aceitou como parte de pagamento um exemplar de uma Mauser 365. Para processar pequena limpeza na peça, com os cuidados de sempre, desativou a arma, retirando o pente de balas, a fim de guardá-la com as outras colecionadas. Embora a cautela, porém, não percebeu que uma das balas ficara na agulha provocando o disparo acidental que lhe atingiu em cheio a cabeça interrompendo sua ainda curta existência física. Apesar das várias suposições a respeito, Dialma contaria na carta escrita através do médium Chico Xavier, a forma como se deu sua desencarnação. A mensagem foi recebida exatamente no dia em que ele completaria 21 anos, quatro meses e quatro dias após sua morte física. Vejamos alguns trechos: -“Tudo passou com a vertigem das horas e aqui me vejo, sob a proteção do tio Nider Fortunato, a lhes pedir a bênção. Ao contrário do que se afirma, ou do que muita gente possa pensar, estou recuperando as minhas forças, surpreendido com todas as revelações que me cercam. Tenho a considerar a minha inquietação com as lágrimas incessantes da Mãezinha, que me alcançam à maneira de gotas candentes de angústia em brasa. (...) Limpava a arma, com despreocupações, supondo que não houvesse qualquer remanescente nos mecanismos em minhas mãos. Em dado instante, alonguei o braço para ver se a arma estava legalmente limpa, quando, sem querer, detonei a bala única que restava ali, sem que eu soubesse. O tiro escapou sem que de minha parte conseguisse sanar as consequências. Caí, apesar do meu propósito de permanecer atento aos curativos que, decerto, me seriam administrados. Ouvi vozes e gritos abafados, tentando responder, mas, a minha boca jazia selada por uma força que não compreendi. Procurei sustentar o cérebro aceso, a fim de prestar as informações necessárias, no entanto, aquilo foi um achatamento de minha personalidade. Achava-me acordado, observando o que se passou, contudo, a minha força se esgotava rapidamente. A lesão repentina que sofrera no crânio, como que me tomava todas as energias. Era como se meu corpo naquela hora estivesse concentrado na cabeça, sem que me fosse possível externar qualquer impressão. (...) Entrei num sono invencível e perdi-me nas considerações inacabadas que tentava formular... O resto não sei. Não sofri dor alguma porque, onde o impacto do sofrimento é pesado demais, a dor desaparece... Meus últimos pensamentos no corpo foram para a Mãezinha Júlia, cujas lágrimas tive a ideia de que me orvalhavam o rosto. Depois, foi a inconsciência, com uma espécie de ocultação de meu próprio Ser. Quanto tempo estive assim, nem exatamente vivo, nem suficientemente morto, ainda ignoro. Sei que despertei num aposento simples e arejado, com a cabeça dolorida. Julguei-me num local de tratamento para acidentados... Respirei o ar puro, com quem sorve um copo de água refrigerada depois da sede ardente e, ao ver a senhora que me assistia, supus com naturalidade fosse uma enfermeira tão humana quanto eu mesmo.”. 


Benedito Pereira de Araújo, participando mais uma vez , pergunta se uma pessoa viva pode se comunicar no centro espírita através de um médium. /e se isso pode realmente acontecer, se ela se lembra que deu essa comunicação.


Este é um fenômeno que pode acontecer, Benedito. Aliás, existe um livro que trata especificamente desse tipo de fenômeno; de autoria de Ernesto Bozzano, pesquisador italiano, esse livro recebeu o título, em português, de COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS ENTRE VIVOS.


Para entender esta questão, devemos partir da concepção de que todos somos Espíritos, tantos os encarnados quanto os desencarnados e, como Espíritos, desenvolvemos a capacidade de comunicação. Entre os encarnados, o meio mais comum de comunicação é a fala: falamos com as pessoas e elas falam conosco. Mas entre os encarnados e desencarnados o que prevalece é o pensamento. A telepatia é uma forma sutil de comunicação, através da qual podemos nos comunicar até mesmo sem perceber, pois, geralmente, ela se dá através em nível inconsciente, isto é, sem que nos demos conta disso.


Se o desencarnado, que já não tem mais o corpo, pode se comunicar telepaticamente através do médium, que lhe serve de intermediário, o encarnado também pode. É claro que a comunicação mediúnica é bem mais acessível ao desencarnado pelo próprio estado em que se encontra; não tendo o corpo físico, ele tem mais facilidade de se aproximar e influenciar o médium. Mas isso não impede que o mesmo aconteça com o encarnado, desde que o encarnado esteja num estado de consciência alterada – geralmente cochilando ou dormindo.


O sono provoca o relaxamento de todas as funções orgânicas, pois é uma forma de descanso e refazimento do corpo. Durante esse período há um tipo de afrouxamento dos laços que ligam o corpo ao espírito. Mas não é o Espírito que sai do corpo. Aliás, o espírito não deixa o corpo, a não ser com a morte deste. O que há é uma exteriorização do pensamento do encarnado e até uma comunicação sua através de um médium. Há casos registrados e comprovados nos anais das pesquisas psíquicas, como os que Bozzano cita em seu livro, de comunicações de encarnados.


Quanto ao fato de a pessoa lembrar que se comunicou, isso já é bem mais difícil de ocorrer, porque esse processo acontece, como dissemos, em nível inconsciente. O que pode acontecer – e geralmente acontece – é a pessoa ter uma vaga lembrança de ter conversado com alguém, podendo até se referir ao assunto ou à pessoa com quem se comunicou, mas ao se lembrar disso, lembra-se como se fosse um simples sonho.


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