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segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

INFLUÊNCIA ESPIRITUAL ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Quando afirma ser fato natural, real e comum a influência exercida pelos Espíritos desencarnados sobre o pensamento dos encarnados, o Espiritismo explica que tais ocorrências esbarram em limites também naturais. Mostrando que nossas criações mentais funcionam como um imã atraindo forças condizentes com o teor delas, previne que a fixação mental em determinados aspectos pode resultar em complexos quadros obsessivos que, por sua vez, resultam até em doenças físicas de difícil diagnóstico e tratamento. A mensagem a seguir publicada na edição de agosto de 1867 da REVISTA ESPÍRITA amplia um pouco essa visão. A autoria é de um Espírito chamado Louis Nivard. Diz ele: -“Se os homens só tivessem as ideias que os Espíritos lhes inspiram, teriam pouca responsabilidade e pouco mérito; só teriam a responsabilidade de haver escutado maus conselhos, ou o mérito de ter seguido os bons. Ora, esta responsabilidade e este mérito evidentemente seriam menores do que se fossem o inteiro resultado do livre-arbítrio, isto é, de atos realizados na plenitude do exercício das faculdades do Espírito, que, neste caso, age sem qualquer solicitação. Resulta do que digo que muitas vezes os homens têm pensamentos que lhes são essencialmente próprios, e que os cálculos a que se entregam, os raciocínios que fazem, as conclusões a que chegam são o resultado do exercício intelectual, do mesmo modo que o trabalho manual é o resultado do exercício corporal. Daí não se deveria concluir que o homem não fosse assistido em seus pensamentos e em seus atos pelos Espíritos que o cercam; muito ao contrário; os Espíritos, sejam benevolentes, sejam malévolos, muitas vezes são a causa provocadora dos vossos atos e pensamentos; mas ignorais completamente em que circunstâncias se produz essa influência, de sorte que, agindo, pensais fazê-lo em virtude de vosso próprio movimento: vosso livre-arbítrio fica intacto; não há diferença entre os atos que realizais sem serdes a eles impelidos, e os que realizais sob a influência dos Espíritos, senão no grau do mérito ou da responsabilidade. Num e noutro caso, a responsabilidade e o mérito existem, mas, repito, não existem no mesmo grau. Creio que esse princípio que enuncio não precisa de demonstração; para o provar, bastar-me-á fazer uma comparação no que existe entre vós. Se um homem cometeu um crime, e o fez seduzido pelos conselhos perigosos de outro homem que sobre ele exerce muita influência, a justiça humana saberá reconhecê-lo, concedendo-lhe o benefício das circunstâncias atenuantes; irá mais longe: punirá o homem cujos conselhos perniciosos provocaram o crime e, mesmo sem haver contribuído de outra maneira, este homem será mais severamente punido do que o que foi o instrumento, porque foi seu pensamento que concebeu o crime, e sua influência sobre um ser mais fraco que o fez executar. Pois bem! Se assim fazem os homens, diminuindo a responsabilidade do criminoso e a partilhando com o infame que o impeliu a cometer o crime, como quereríeis que Deus, que é a justiça mesma, não fizesse o mesmo, já que vossa razão vos diz que é justo agir assim? No que concerne ao mérito das boas ações, que eu disse ser menor se o homem tiver sido solicitado a praticá-las, é a contrapartida do que acabo de dizer a respeito da responsabilidade, e pode demonstrar-se invertendo a proposição. Assim, pois, quando te acontece refletir e passar tuas ideias de um a outro assunto; quando discutes mentalmente sobre os fatos que prevês ou que já se realizaram; quando analisas, quando raciocinas e quando julgas, não crês que sejam Espíritos que te ditam teus pensamentos ou que te dirigem; eles lá estão, perto de ti, e te escutam; veem com prazer esse exercício intelectual, ao qual te entregas; seu prazer é duplo, quando veem que tuas conclusões são conforme à verdade.



Temos esta questão, que foi enviada pelo Eduardo Lima e que diz o seguinte: “Eu queria um esclarecimento sobre Maria, mãe de Jesus. A Igreja Católica cultua Maria, mas na Bíblia a gente não encontra que ela tenha participado da missão do filho. Aliás, ela aparece muito pouco. A única vez que Jesus se referiu à mãe e aos irmãos, ele disse que sua mãe e seus irmãos são aqueles que fazem a vontade do Pai, que é Deus. Não existe uma contradição nisso?” E sobre esse mesmo assunto, a mãe de Jesus, ainda temos uma outra pergunta, semelhante à primeira, feita pelo Paulo Roberto Dias dos Santos, que quer saber o que o Espiritismo pensa sobre Maria.


Nós não podemos falar em nome da Igreja Católica, mas podemos dizer o que o Espiritismo pensa sobre Maria,que é justamente a pergunta formulada pelo Paulo. Respeitamos os cultos de todas as religiões, caros ouvintes - até porque, como disse Allan Kardec, tudo aquilo que é feito com pureza de intenção tem um profundo valor perante Deus, conforme o próprio Jesus ensinou. Entretanto, entendemos que, mesmo à distância, Maria de Nazaré teve um papel importante na missão do filho. Afinal, ela foi sua mãe!...


Entendemos que Jesus, sendo um Espírito Puro, para reencarnar na Terra, precisou de uma grande e demorada preparação, devido à imensa distância moral entre ele e a humanidade. Trata-se de um Espírito de elevada grandeza moral e imensa sabedoria, tendo de viver no seio de um povo primitivo como nós, há 2 mil anos atrás. Logo, não seria qualquer mulher que poderia lhe servir de mãe; dizemos “qualquer”, no sentido de que ela também, Maria, deve ter sido muito bem escolhida e preparada para assumir tamanho compromisso, ainda mais porque teria de sofrer todas as conseqüências de um filho missionário, que daria a vida pelo seu ideal.


Nas diversas vezes em que Chico Xavier se referiu à mãe de Jesus, ele falou de um Espírito meigo e bondoso, de elevada condição moral, que atua em esferas espirituais superiores, mas ainda está ligada à humanidade, provavelmente atuando em setores de proteção às mães da Terra. Algumas informações a seu respeito, podemos obter também ao longo das reportagens de André Luiz, através de sua extensa obra.


Por outro lado, a missão de Jesus consistia basicamente em deixar uma mensagem que repercutiria profundamente na humanidade de todos os tempos. Ele vinha ensinar como se ama o próximo e ele próprio mostrou como se faz isso, não se importando em morrer por esse ideal. Sua proposta, no entanto, estava muito longe da vivência daquele povo, pois ensinava o amor incondicional, o amor fraterno. Não só o amor a si mesmo ou o amor apenas e tão somente aos familiares ou amigos, mas o amor a todos, indistintamente, até mesmo ao inimigo, como ele mesmo deixou claro.


Aquele episódio, em que afirma que “sua mãe e seus irmãos” são todos os que fazem a vontade do Pai, tem tudo a ver com essa magna proposta. Nele Jesus não está desprezando sua família, muito menos sua mãe, mas está dizendo que o amor não pode se restringir apenas e tão somente ao grupo familiar, como costumeiramente nós fazemos. Amar a si mesmo e amar a família é muito pouco para Jesus. O verdadeiro amor, segundo ele, deve ultrapassar essas fronteiras e ir ao encontro de todos, principalmente ao encontro daqueles que mais necessitam. Eis porque ele contou a parábola do bom samaritano, aquele homem mal visto pelos judeus e que, no entanto, foi o único que socorreu o desconhecido, que fora ferido e abandonado na estrada.


Na longa escalada evolutiva do Espírito, há um extenso caminho a percorrer em busca do amor. As mães, como Maria, têm um importante papel a desempenhar nesse sentido. A primeira etapa é a do amor a si mesmo, para garantir a própria sobrevivência; a segunda etapa é a do amor à família e aos mais próximos e, finalmente, a terceira etapa é a do amor universal, que Jesus propôs ao homem, e é em direção a esse amor que, bem ou mal, estamos tentando caminhar, ao longo de nossa experiência evolutiva.


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