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domingo, 26 de dezembro de 2021

A ORIGEM DOS GRANDES GÊNIOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Vez ou outra os meios de comunicação de massa revelam um gênio precoce que assombra pela habilidade, por exemplo, com que executa em instrumentos de execução complexa músicas desconhecidas, harmoniosas e, portanto belíssimas, sem o recurso das partituras. Recentemente, por sinal, em programas de sucesso apresentados em vários países, são mostrados talentos em várias especialidades que, apesar da pouca idade, encantam os espectadores que os assistem, tornando-se virais na prodigiosa rede da INTERNET, vídeos que os mostram em ação. Na edição de abril de 1866, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta sua opinião a respeito, elucidando a intrigante questão. Escreve ele: -“Quem são esses homens de gênio? E, por que são homens de gênio? Donde vieram? Que é feito deles? Notemos que na sua maioria revelam, ao nascer, faculdades transcendentes e alguns conhecimentos inatos, que com pouco trabalho desenvolvem. Pertencem realmente à Humanidade, pois nascem, vivem e morrem como nós. Onde, porém, adquiriram esses conhecimentos que não puderam aprender durante a vida? Dir-se-á, com os materialistas, que o acaso lhes deu a matéria cerebral em maior quantidade e de melhor qualidade? Neste caso, não teriam mais mérito que um legume maior e mais saboroso do que outro. Dir-se-á, como certos espiritualistas, que Deus lhes deu uma alma mais favorecida que a do comum dos homens? Suposição igualmente ilógica, pois que tacharia Deus de parcial. A única solução racional do problema está na preexistência da alma e na pluralidade das vidas. O homem de gênio é um Espírito que tem vivido mais tempo; que, por conseguinte, adquiriu e progrediu mais do que aqueles que estão menos adiantados. Encarnando, traz o que sabe e, como sabe muito mais do que os outros e não precisa aprender, é chamado homem de gênio. Mas seu saber é fruto de um trabalho anterior e não resultado de um privilégio. Antes de renascer, era ele, pois, Espírito adiantado: reencarna para fazer que os outros aproveitem do que já sabe, ou para adquirir mais do que possui. Os homens progridem incontestavelmente por si mesmos e pelos esforços de sua inteligência; mas, entregues às próprias forças, só muito lentamente progrediriam, se não fossem auxiliados por outros mais adiantados, como o estudante o é pelos professores. Todos os povos tiveram homens de gênios, surgidos em diversas épocas, para dar-lhes impulso e tirá-los da inércia. Desde que se admite a solicitude de Deus para com as suas criaturas, por que não se há de admitir que Espíritos capazes, por sua energia e superioridade de conhecimento, de fazerem que a Humanidade avance, encarnem pela vontade de Deus, com o fim de ativarem o progresso em determinado sentido? Por que não admitir que eles recebam missões, como um embaixador as recebe do seu soberano? Tal o papel dos grandes gênios. Que vêm eles fazer, senão ensinar aos homens verdades que estes ignoram e ainda ignorariam durante largos períodos, a fim de lhes dar um ponto de apoio mediante o qual possam elevar-se mais rapidamente? Esses gênios, que aparecem através dos séculos como estrelas brilhantes, deixando longo traço luminoso sobre a Humanidade, são missionários ou, se o quiserem, messias. Se só ensinassem aos homens o que estes já soubessem, sua presença seria completamente inútil. O que de novo ensinam aos homens, quer na ordem física, quer na ordem moral, são revelações. Se Deus suscita reveladores para as verdades científicas, pode, com mais forte razão, suscitá-los para as verdades morais, que constituem elementos essenciais do progresso..



Se uma pessoa mata outra, é julgada e condenada, ela fica vários anos na cadeia, mas sabe porque está presa e que tem de pagar pelo crime que praticou. No entanto, o Espiritismo diz que, nesta vida, estamos pagando por erros cometidos em vidas anteriores, mas nós não lembramos disso. Que valor tem essa condenação, se não sabemos nem mesmo o que fizemos de errado?


Na verdade, caro ouvinte, o que funciona na lei natural – que é a Lei de Deus – é o princípio da causalidade; em outras palavras, a lei de causa e efeito. Tudo, que acontece na natureza, tem uma explicação. “Não cai uma folha de uma árvore sem que Deus o saiba” disse Jesus – ou seja, nada – absolutamente nada – acontece por acaso. Se uma pessoa cometeu um homicídio, por ter violado uma lei, ela terá de responder por isso, cedo ou tarde. E, para tanto, não basta a lei humana, que é falha e que pode, até mesmo, nem reconhecer o crime ou condenar o criminoso.


Os Espíritos disseram a Kardec que a Lei de Deus está na consciência de cada um. Ao praticar o delito, em primeiro lugar, a pessoa contraiu um débito consigo mesma – ou seja, com sua própria consciência – débito que, se ela não reconhecer hoje, reconhecê-lo-á mais tarde – é só uma questão de tempo. Em segundo lugar, se ela causou um prejuízo, tirando uma vida, provocando sofrimentos nos outros e, com certeza, criou inimigos que certamente lhe cobrarão. Tudo isso conta no processo expiatório – ou seja, na forma como ela, cedo ou tarde, vai responder pelo ato cometido.


Ela pode, até mesmo, começar a responder imediatamente. Mas, se por uma circunstância qualquer, seu crime passar despercebido pela justiça humana, com certeza não o passará pela justiça divina, e o juiz mais implacável será a sua própria consciência. Se ela não estiver suficientemente amadurecida agora para medir a extensão do mal que causou, em encarnações futuras ela estará se cobrando. Não há pressa na natureza: tudo se encaminha para a sua plena realização através das encarnações. A lei de Deus é perfeita.


Entretanto, ainda não sabemos como isso se dará, porque a vida é rica de soluções e o fato de a pessoa ter matado alguém não significa necessariamente que ela também será assassinada. Se assim fosse, formaria um ciclo interminável de assassinatos entre autor e vítima. Os Espíritos relatam vários casos em que o assassino de hoje volta como pai ou protetor da vítima, por exemplo, para devolver o que dela tirou. Essa decisão não acontece aqui, enquanto está encarnado, mas antes de reencarnar, pois, durante a vida terrena ela não se lembra. Vai lembrar-se durante o sono, com seu desprendimento espiritual ou após sua desencarnação, quando retorna à vida espiritual e pode avaliar melhor sua trajetória evolutiva.


Quanto ao fato de não se lembrar do ato praticado, isso não invalida em nada o cumprimento da lei. Muitos adultos ou idosos, que hoje padecem de um mal, não se lembram de determinado abuso a que se entregaram na juventude e que hoje está repercutindo negativamente na sua saúde. Não é porque não se lembram, que a conseqüência não vem. Nós podemos ver isso, até mesmo, como um castigo pelo erro cometido, mas, no Espiritismo, preferimos dizer que se trata apenas do cumprimento da lei de causa e efeito.


Aqui entra a importância do conhecimento espírita. Quando conhecemos o Espiritismo, passamos a entender que não há efeito sem causa. Se não encontramos nesta vida a causa de problemas que estamos passando, com certeza essa causa, ou advém de erros de vidas passadas, ou foi uma escolha para encarar um desafio e crescer, ou é uma contingência de nosso próprio crescimento espiritual (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. 5). Qualquer que seja a causa, precisamos compreender que há uma Justiça Divina atrás de tudo que acontece e que esses obstáculos devem ser vir de desafios para avançarmos com mais determinação e coragem.

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