faça sua pesquisa

terça-feira, 31 de outubro de 2023

VISÃO AMPLIADA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 ACOMPANHE AS ATUALIZAÇÕES DIARIAS DE luizarmandoff no INSTAGRAM


Falecido aos 52 anos na cidade de São Paulo, Lorenço Prado de Almeida e Silva, foi autor de vários livros de conteúdo muito importante e apreciado pelos estudiosos do pensamento como agente de manifestação e comunicação entre os seres vivos, especialmente o humanos. Um de seus maiores sucessos literários intitula-se ALEGRIA E TRIUNFO (pensamento), no qual apresenta verdadeiras receitas contra angústia, medo, incerteza, insegurança entre outros embaraços que acabam resultando num atraso de vida. Na verdade, uma espécie de O SEGREDO, escrito na primeira metade do século 20. Já aos 17 anos, filiava-se ao Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, traduzindo - oculto pelo pseudônimo Rosabis Camaysar - a obra DOGMA E RITUAL DA ALTA MAGIA do consagrado autor Eliphas Levi. Pouco mais de nove anos após sua morte, ao final da reunião da noite de 25 de novembro de 1954, o Espírito Lourenço Prado se fez presente através do médium Chico Xavier, expressando sua visão ampliada sobre a questão sobre a qual tão bem abordou em sua recente passagem por nossa Dimensão. Inicia sua mensagem dizendo que “depois da morte física, empolgante é o quadro de surpresas que se nos descortina à visão, contudo, para nós, cultores do Espiritualismo, uma das maiores dentre todas é a confirmação do poder mental como força criadora e renovadora, em todas as linhas do Universo”. Afirma que “o Céu como domicílio espacial da beleza, existe realmente, porque não podemos imaginar o Paraiso erguido sobre um pântano, todavia, acima de tudo, o Céu é a faixa de pensamentos glorificados a que nos ajustamos, com todas as criaturas de nosso degrau evolutivo”. Acrescenta que “o Inferno, como sítio de sofrimento expiatório, igualmente não pode ser contestado, porque não será justo idear a existência do charco num templo vivo, mas, acima de qualquer noção de lugar, o Inferno é a rede de pensamentos torturados, em que nos deixamos prender, com todos aqueles que nos comungam os problemas ou as aflições de baixo nível”. Considera que “é preciso acordar para as realidades do mentalismo, a fim de nos desembaraçarmos dos grilhões do pretérito, criando um amanhã que não seja reflexo condicionado do ontem”. Explica que “a Lei concede-nos, em nome de Deus, na atualidade, o patrimônio de revelações do moderno Espiritualismo para aprendermos a pensar, ajudando a mente do mundo nesse mesmo sentido. O pensamento reside na base de todas as nossas manifestações. Evoluímos no curso das correntes mentais, assim como os peixes se desenvolvem nas correntes marinhas. Refletimos, por isso, todas as inteligências que se afinam conosco no mesmo tom. Na alegria ou na dor, no equilíbrio ou no desequilíbrio, agimos com todos os Espíritos, encarnados ou desencarnados, que, em nossa vizinhança, se nos agregam ao modo de sentir e ser”. Destaca que “saúde é o pensamento em harmonia com a lei de Deus. Doença é o processo de retificá-lo, corrigindo erros e abusos perpetrados por nós mesmos, ontem ou hoje, diante dela. Obsessão é a ideia fixa em situações deprimentes, provocando, em nosso desfavor, os eflúvios enfermiços das almas que se fixaram nas mesmas situações. Tentação é a força viciada que exteriorizamos, atraindo a escura influência que nos inclina aos desfiladeiros do mal, porque toda sintonia que nos inclina aos desfiladeiros do mal, porque toda sintonia com a ignorância, ou com a perversidade, começa invariavelmente da perversidade ou da ignorância que acalentamos conosco”. Pondera que “um prato de brilhantes não estimulará a fome natural de um cavalo, mas excitará a cobiça do homem, cujos pensamentos estejam desvairados até o crime. Lembremo-nos, assim, da necessidade de pensar irrepreensivelmente, educando-nos, de maneira a avançarmos para diante, errando menos. A matéria, que nos obedece ao impulso mental, é o conjunto das vidas inferiores que vibram e sentem, a serviço das vidas superiores que vibram, sentem e pensam. O pensamento raciocinado é a maior conquista que já alcançamos na Terra. Procuremos, desse modo, aperfeiçoar nossa mente e sublimá-la, através do estudo e do trabalho que nos enobreçam a vida. Felicidade, pois, é o pensamento correto. Infortúnio é o pensamento deformado. Um santuário terrestre é o fruto mental do arquiteto que o idealizou, com a cooperação dos servidores que lhe assinalaram as ideias”. Finaliza dizendo que “o Mundo Novo que estamos aguardando é construção divina, mentalizada por Cristo, na exaltação da Humanidade. Trabalhadores que somos, contratados por nosso Divino Mestre, saibamos pensar com ele para com ele vencermos”.



Já li alguma coisa sobre o sofrimento no mundo espiritual e parece que os espíritas também têm um tipo de inferno, chamado umbral, para onde vão os Espíritos, que não foram bons na Terra. Qual a diferença desse inferno para o inferno de outras religiões? (Rose)


Na verdade, a concepção de inferno ou de sofrimento eterno, que faz parte do credo das religiões, não existe no Espiritismo. O que a doutrina ensina é que existe uma Lei de Causa e Efeito, segundo a qual toda ação gera uma reação , e é natural concluir que toda ação boa gera uma reação agradável e toda ação má gera uma reação desagradável. Mas essa lei vale em qualquer situação ou em qualquer condição que o Espírito se encontra, estando ele encarnado ou desencarnado.


Aqui na Terra mesmo, após cometermos um erro, passamos a suportar a conseqüência desse erro. Muitas vezes, essa conseqüência é imediata, como quando batemos o martelo no dedo ao invés de martelar o prego; de outras, a médio ou longo prazo – como, quando o homem sofremos na carne os abusos que cometeu na juventude. Entretanto, essa lei vale para toda espécie de erro e, portanto, também para os erros morais.


Quando as conseqüências são desagradáveis, vindo em forma de dor física ou moral, dizemos que há uma expiação. Assim, a expiação dos nossos erros pode ser experimentada ainda nesta vida ou depois da morte; outras podem ser experimentadas em encarnações futuras – cada caso é um caso. Quando o Espírito parte para o mundo espiritual, ele vai vivenciar, com muito mais profundidade, os problemas que não resolveu na Terra, principalmente suas culpas.


Nesse caso, é possível que ele passe a viver um verdadeiro inferno, pois não há sofrimento maior do que uma consciência culpada. Mas pode também sofrer assédio de inimigos, geralmente suas vítimas do passado. De qualquer forma, as experiências que o Espírito vivencia, depois da morte, depende de como ele viveu na Terra, o que semeou, a forma como tratou o semelhante. É possível que enfrente muitos problemas do outro lado da vida, que seja atormentado pelo remorso ou pela presença de Espíritos adversários, mas seu sofrimento, por mais longo que seja, não será eterno e, sim, proporcional ao erro que cometeu.


André Luiz, no livro NOSSO LAR, narra sua experiência numa zona espiritual bem próxima à Terra, que ele chamou de umbral, onde permaneceu por alguns anos, quando perdeu a noção de tempo. Mas, depois ele foi socorrido e levado para a colônia Nosso Lar, onde conheceu seu despertar para a espiritualidade e passou a integrar as equipes de trabalho de orientação e socorro a encarnados e desencarnados.


A palavra “umbral” quer dizer limiar ou entrada. Na visão de André Luiz é a região espiritual mais próxima da Terra. Muita gente pensa que todos nós temos de passar pelo umbral. Mas não é bem assim. Cada Espírito tem sua própria experiência após a morte, que depende de como viveu na Terra e, portanto, de seus próprios méritos. Nas mesmas obras de André Luiz – e, com isso, citamos E A VIDA CONTINUA – encontramos o caso de Ernesto e Evelina que não passaram por esse umbral. Após a desencarnação, foram recolhidos num hospital do plano espiritual, de tal forma parecido com os da Terra, que não se deram conta que haviam desencarnado. Para maiores detalhes, sugerimos à ouvinte que leia essa obra, muito interessante - E A VIDA CONTINUA, psicografada por Francisco Candido Xavier.






segunda-feira, 30 de outubro de 2023

- UMA SURPREENDENTE COMUNICAÇÃO COLETIVA ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Integrantes da Sociedade Espírita de Paris encontravam-se reunidos na noite de primeiro de novembro de 1866 para reverenciar o Dia dos Mortos, convencionalmente comemorado no dia dois do mesmo mês, conforme instituído no calendário da predominante no lado Ocidental da Terra. Um fenômeno interessante marcaria aquela reunião, revelando mais um aspecto do instigante processo de intercâmbio entre os dois mundos. Deu-se através do médium Sr Bertrand, conforme relatado por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA, número de março de 1867. Foi a comunicação de vinte Espíritos cujas vidas, em nossa Dimensão, marcaram importantes momentos da História da Humanidade. Mesmer, General Brune, Luiz XVI, Lafayette, Arago, Napoleão, entre outros. O mais curioso é que a partir do tema proposto por um, outros contra pontuavam ampliando a compreensão do mesmo, encadeando, por fim, uma mensagem de conteúdo de grande elevação. Um trecho que bem exemplifica isto: o Espírito Meyerbeer escreveu: -“Três coisas devem progredir: a música, a poesia e a pintura. A música transporta a alma ferindo o ouvido”; Casemir Delavigne acrescentou: -“A poesia transporta a alma abrindo o coração”; seguido por Flandrin: -“A pintura transporta a alma acariciando os olhos”, enquanto Alfred de Musset: -“ Então a poesia, a música e a pintura são irmãs e se dão as mãos: uma para abrandar o coração, outra para suavizar os costumes e a última para abrir a alma: as três para vos elevar ao Criador; ao que São Luiz, encerrando a comunicação em nome de todos, aditou: -“ Mas nada, nada deve progredir mais momentaneamente do que a Filosofia; ela deve dar um passo imenso, deixando estacionar a ciência e as artes, mas para as elevar tão alto, quando for tempo, que essa elevação será muito mais súbita para vós hoje”. Kardec acrescenta que no dia 6 de dezembro, o mesmo Sr Bertrand, no grupo do Sr. Desliens, psicografou uma comunicação do mesmo gênero que, de certo modo, é continuação da precedente, desta vez com vinte e nove manifestantes, desenvolvendo raciocínios rápidos em torno do amor, da sabedoria, ciência, reencarnação, a Doutrina de Jesus, além de outros temas. Considerando que o estudo da mediunidade evidencia a necessidade da identidade de fluidos entre o Espírito comunicante e o médium, Kardec levantou a duvida no seguinte questionamento: -“Como os fluidos de tão grande número de Espíritos podem assimilar-se quase instantaneamente com o fluido do médium, para lhe transmitir seu pensamento, quando tal assimilação por vezes é difícil da parte de um só Espírito, e geralmente só se estabelece com vagar?”. Conta o Codificador que, Slener,“o guia espiritual do médium parece o ter previsto, porque dois dias depois lhe deu a seguinte explicação”:-“A comunicação que obtiveste no Dia de Todos os Santos, como a última, que é o seu complemento, posto nesta haja nomes repetidos, foram obtidas da seguinte maneira: como sou teu Espírito protetor, meu fluido é similar ao teu. Coloquei-me acima de ti, transmitindo-te o mais exatamente possível os pensamentos e os nomes dos Espíritos que desejavam manifestar-se. Estes formaram em torno de mim uma assembleia cujos membros, cada um por sua vez, ditava os seus pensamentos, que eu te transmitia. Isso foi espontâneo e o que naquele dia tornava as comunicações mais fáceis é que os Espíritos presentes tinham saturado a sala com seus fluidos. Quando um Espírito se comunica com um médium, fá-lo com tanto mais facilidade quanto melhor estabelecidas entre si as relações fluídicas, sem o que o Espírito, para comunicar seu fluido ao médium, é obrigado a estabelecer uma espécie de corrente magnética, que atinge o cérebro deste. “E, se em razão de sua inferioridade, ou por qualquer outra causa, o Espírito não pôde estabelecer esta corrente, ele próprio, então recorre à assistência do guia do médium, e as relações se estabelecem como acabo de indicar”. As informações suscitaram outra pergunta: -“No número destes Espíritos não há alguns encarnados, neste ou noutro mundo e, neste caso, como se podem comunicar?”. Eis a resposta que foi dada: “- Os Espíritos de um certo grau de adiantamento tem uma radiação que lhes permite comunicar-se simultaneamente em vários pontos. Nuns, o estado de encarnação não amortece essa radiação de maneira completa para os impedir de se manifestarem, mesmo em vigília. Quanto mais avançado o Espírito, mais fracos os laços que o unem à matéria do corpo; está num estado de quase constante despendimento e pode dizer-se que está onde está seu pensamento”.


Tenho quatro filhos, mas um deles, com mais de 30 anos, é viciado em drogas. Ele chorou antes de nascer, quando ainda estava na minha barriga. Será que isso tem alguma a ver com os problemas de hoje? Além disso, o pai e o tio, que também eram viciados, já morreram. Eles poderiam estar influenciando meu filho? (Ouvinte do Jardim Paineiras)


A questão do choro do bebê não tem nada a ver com o seu comportamento hoje, quando ele é adulto. Há estudos muito sérios sobre esse fenômeno do choro na barriga, mas os cientistas dizem que esse choro ( que pode ocorrer, quando o bebê se sente desconfortável no ventre da mãe) não pode ser ouvido, simplesmente porque, naquela condição, não há como produzir som. Se você ouviu alguma coisa, na ocasião, ou foi uma impressão sua ou veio de outra fonte, que não o bebê.


Quanto à dependência de droga, pode haver várias causas, inclusive a influência que esse pai e esse tio, quando vivos, tiveram sobre seu filho. Os maiores problemas emocionais, inclusive o de buscar a droga como fuga ou como apoio para enfrentar a vida, ou de seguir o modelo de pessoas que se drogam, provêm quase sempre da infância, mas deve ter causas ainda mais profundas, ligadas às tendências do próprio Espírito. É possível que o pai ou o tio tenham influência espiritual sobre seu filho, mas, seguramente, não é a causa principal de seu problema.


Na idade em que se encontra, é difícil solucionar o problema. Em primeiro lugar, é necessário que ele queira se tratar para se libertar da droga e esteja disposto a se esforçar nesse sentido. Depois disso, além das preces de mãe ( que sempre ajudam), seria conveniente um tratamento médico para desintoxicação, além de um acompanhamento psicológico e espiritual. 


domingo, 29 de outubro de 2023

LUCIDEZ NO ESTADO DE COMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -(....) Você teve quatro enfartes ? “- Dois. Tive foram quatro operações, com hemorragias inacreditáveis. Uma de úlcera. Outra de aneurisma abdominal...” – Ficou em estado de coma?.. “- Fiquei em coma perto de quinze dias. Uma experiência terrível. Lembro que eram pessoas que já haviam morrido. Parentes mortos, estou vendo, eles se assentam no canto do quarto, e ficam me olhando...Ouvi o Lacerda fazendo discurso. Ouvi-o falando. Ele estava morto. Muita gente que morrera apareceu no quarto. Era um quarto de um sofrimento incrível. Eu sofri barbaramente.” – E quando voltou a si, que sensação? “Espanto, surpresa, clarividência. Eu enxergava mais que normalmente. Porque eu estava do outro lado. Eu estava muito mais pra lá do que pra cá...” Este é um fragmento de entrevista feita pelo jornalista e cronista Lourenço Diaféria para a seção que assinava no suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 1979. O entrevistado, ninguém menos que o grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, alguns meses antes de morrer. Sua transcrição objetiva demonstrar, no período em que esteve em coma, sua lucidez diante dos fatos que o cercavam onde se encontrava hospitalizado. A propósito, o resultado de pesquisas levadas a efeito e tornadas públicas nos Estados Unidos da América do Norte a partir dos anos 70 pelos médicos Raymond Moody Junior e Elizabeth Kubler Ross, no campo de investigações que se tornaria conhecido como EQM (Experiências de Quase Morte) com pessoas que, por determinantes diferentes - inclusive comas prolongados -, relatam, em muitos casos, terem atravessado tais transes lúcidas, embora inconscientes fisicamente. Se considerarmos que o estado de coma, sob determinado aspecto, corresponde a certa imobilização do corpo determinada pela manifestação de desarranjos ou avarias havidas em componentes ou sistemas integrantes da máquina física, ocorre-nos uma dúvida: se o Espírito jamais está inativo (questão 401, O LIVRO DOS ESPÍRITOS), durante os processos comatosos, onde se encontra o corpo espiritual? Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), André Luiz através do médium Chico Xavier, disse que “ seu aprisionamento ou a parcial liberação do arcabouço físico, depende da situação mental do enfermo”. Posteriormente, o orientador espiritual Emmanuel, no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), perguntado sobre o que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, até mesmo anos, no estado vegetativo do coma, respondeu que “seu estado será de acordo com sua situação mental, havendo casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais”. Esses, avalia, “são pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação”. “Em outros casos’, diz ele, ‘os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade”. Salienta que “em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Corresponde à informação contida no depoimento de Nelson Rodrigues. Concluindo sua resposta, Emmanuel afirma: “- Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados, familiares e médicos”.


A fé é sempre necessária para uma pessoa ser curada espiritualmente ou pode haver casos em que ela não é levada em conta? (Claudinéia)


A fé, como certeza de alcançar um resultado, é o ponto de partida para qualquer empreendimento. É o que diz Kardec n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Ao que tudo indica, ter fé parece ser um princípio universal, não só no âmbito da religião, como nos negócios e nas realizações humanas em geral. Esse dizer de Jesus “A fé remove montanhas” não deixa dúvidas. Ninguém se lança a um empreendimento qualquer, sem acreditar que terá resultado. Toda literatura de auto-ajuda está baseada no poder da fé.


A fé em Deus, porém, tem um valor especial. Como Deus é a idéia mais elevada que o ser humano pode conceber, quando ele coloca esse sentimento em Deus, readquire forças e se agiganta diante dos problemas. Quando lhe falta confiança naquilo que deve fazer ou receber, tudo se torna mais difícil e até impraticável. Jesus, por exemplo, não conseguiu fazer curas em Nazaré, sua terra, porque as pessoas de lá não acreditavam nele.


Contudo, não devemos dar valor absoluto à fé. Se ela é necessária, só a fé não é suficiente. Divaldo Franco tem uma frase muito apropriada para definir a fé. Ele diz o seguinte: “Crer não é somente acreditar; é esforçar-se para atingir aquilo em que se acredita”. Há, portanto, dois aspectos: o aspecto do sentimento ( que é crer) e o aspecto da ação ( que é o esforço para se atingir a meta).


Em se tratando de curas espirituais, deve haver outros fatores que concorrem ou não para o resultado desejado. No Espiritismo, falamos em merecimento. É por isso que os resultados daqueles que buscam a cura são tão diferentes. Alguns poucos vão obtê-la, mas a maioria não. E isso não se dá apenas quando se trata de cura espiritual: também acontece com os que se utilizam os recursos da medicina. Crer na eficácia do tratamento é uma condição que favorece a cura; cumprir fielmente o que o médico prescreveu é o esforço, que vai concorrer par a cura.


Jesus, porém, apesar de ter feito curas, deixou bem claro que o mais importante é a cura da alma, porque nela reside a verdadeira causa da enfermidade. Quando o paciente se reeduca, observando com carinho as prescrições do médico, a cura é bem provável, mas quando ele não leva a sério as recomendações que o médico lhe passou, dificilmente se curará. A cura da alma, neste caso, é a mudança de hábito, é a retomada da vida de uma maneira mais cuidadosa e, portanto, mais saudável. Cura e, portanto, reeducação.



sábado, 28 de outubro de 2023

MOMENTO DE REFLEXÃO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

  DIARIAMENTE SIGA AS ATUALIZAÇÕES DO INSTAGRAM   luizarmandoff


Os acontecimentos dos últimos meses, especialmente na Europa, mas, sobretudo nos episódios recentes no ORIENTE MÉDIO, solicitam racionalidade, na avaliação do assustador quadro mostrado ao mundo pela mídia internacional. Mais um efeito de um processo que vem sendo construído a partir da segunda metade do século 20 de forma mais intensa. Questionado nos fim dos anos 70 sobre a evolução da violência e terrorismo no mundo, o médium Chico Xavier disse: -“Emmanuel afirma que esse quadro de perturbações de nosso tempo é, em grande parte, devido à ausência da influência religiosa nas novas gerações. Precisamos encontrar um caminho de ajustamento da nossa alma à ideia de Deus e aos preceitos da Religião, quaisquer que sejam esses preceitos, que nos conduzam para o bem, a fim de que venhamos a encontrar o reequilíbrio de que estamos necessitando. A falta de ideia de Deus e a ausência da religião no pensamento da criatura geram tendências à criminalidade, à violência, à subversão, a dificuldades que chegam, às vezes, até a loucura. Outra importante opinião por ele emitida diz respeito ao papel do Espiritismo diante das contradições da atualidade”. Qual a utilidade do Espiritismo diante dessa caótica situação? O médium acrescenta mais alguns elementos para meditarmos: -“O Espiritismo guarda mesmo as características do CONSOLADOR prometido por Jesus. O progresso tecnológico tem sido imenso e é irreversível. A máquina dominará o nosso presente e o nosso futuro, como sendo aquele agente que, vai diminuir nossas fadigas, as nossas dificuldades, no trato das experiências físicas que necessitamos, mas até que nos habituemos a respeitar a máquina e as leis que são estabelecidas para as máquinas. Como pessoas humanas estamos pagando e vamos pagar um tributo muito grande até que haja dentro de nós a racionalização necessária para lidar com a máquina, ou o preço que ela exija. Genericamente, do ponto de vista coletivo, se nós ainda não sabemos dirigir com sabedoria os nossos processos de alimentação, se nós ainda não sabemos regulamentar com a precisão necessária, com o regime preciso a nossa conduta sexual, se temos dificuldades imensas para lidar com o nosso próprio corpo, imaginemos a nossa dificuldade com os veículos, com as máquinas que nos auxiliam. Assim, estamos diante de uma série de acidentes e dificuldades no trato com a máquina e no aprendizado do respeito às leis que devemos frente a elas. Dispomos de vantagens e de um reconforto que absolutamente não tínhamos há 50 anos atrás. Somos povos de vanguarda no mundo, todos estamos cogitando da própria independência, queremos viver dentro da auto suficiência do ponto de vista de ações livres. O progresso tecnológico nos encontrou numa condição muito inferior do ponto de vista de sentimento. Estamos sofrendo terrivelmente quanto a este aspecto porque a série de desastres, de lutas enormes, de incompreensões, de abusos estão por toda parte. Atos de manifesta agressividade estão por aí, atingindo a todos, indistintamente. Todos esses acidentes somados formam uma lista imensa de experiências dolorosas para nós, as criaturas humanas. E nesta hora precisa a Doutrina Espírita nos ajuda a compreender que a morte não existe, que a reencarnação está aí, que nós podemos ter muitos erros, mas que vamos terá oportunidade da restauração necessária. A nossa esperança não deve esmorecer nunca, porque a Doutrina Espírita é uma doutrina de otimismo. Ela nos traz a visão da vida eterna. Recebendo uma mensagem de nosso Emmanuel, ele passou uma frase assim: “Haja o que houver à noite, ninguém prende a alvorada”. Quanta esperança e quanta beleza nesta frase! Nós que estamos vendo tantos filhos, tantos parentes mortos repentinamente nas estradas, tantos deles internados na toxicomania, às vezes em processos irreversíveis durante a vida física, e, no entanto, não estamos sem esperança, porque temos Deus, a imortalidade. Ele nos criou para sermos imortais e a Doutrina Espírita nos amplia a crença, nos dá uma nova visão do Cristo, o nosso Amigo Eterno. Nenhum de nós está excluído do esquema de Deus”.



Uma pessoa, que se torna famosa, é porque isso já estava escrito em sua vida, antes de reencarnar ou isso pode acontecer mesmo sem estar programado? Como que ela conseguiu isso? (Izaura)


Tudo indica que houve um planejamento. Mas essa condição de fama não cai do céu, nem surge do nada. Esse Espírito, por suas próprias condições, já deve estar motivado e preparado para galgar um lugar de destaque no âmbito da sociedade. Geralmente são pessoas determinadas, que miram um alvo e correm em direção a ele, lutando e vencendo muitos obstáculos. Do ponto de vista humano, a celebridade é uma vitória considerável, mas do ponto de vista do Espírito, ela pode ser uma prova muito difícil de vencer.


Geralmente, nós avaliamos os famosos pelo prestígio e pelo destaque que eles alcançam na vida social ou no panorama no mundo. Mas essa avaliação abrange somente valores sociais passageiros. Espiritualmente, eles devem ter alguma missão junto à sociedade, que pode ou não ser vitoriosa, dependendo dos valores que cultivam. Se a sua carreira foi voltada apenas para seus interesses particulares, sem uma contribuição mais efetiva para o bem da sociedade, certamente, terão falhado nessa missão.


A maioria dos Espíritos, que chegam à fama – no cenário político, econômico, artístico e esportivo - provém de lares humildes e, portanto, são capazes de compreender a extensão dos problemas do preconceito, da pobreza, da fome, do analfabetismo, da violência, que existem em todo o mundo. Se quiserem, podem se valer de sua fama e projeção para contribuir de algum modo para a solução desses graves problemas.  


sexta-feira, 27 de outubro de 2023

ROBSON CRUSOÉ ESPÍRITA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

  DIARIAMENTE SIGA AS ATUALIZAÇÕES DO INSTAGRAM    luizarmandoff


Revelando e confirmando a realidade da influência espiritual sobre nossos pensamentos e atos, apontando a mediunidade, em maior ou menor grau, como fator responsável pelo fenômeno comum na vida de todos os seres humanos, dividindo a mediunidade em consciente e inconsciente, abordando a variedade dos médiuns escrevente n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, Allan Kardec oferece-nos uma explicação lógica para a existência, antes e depois do surgimento do Espiritismo, de obras que citavam as atividades dos Espíritos junto a nós. No numero da REVISTA ESPÍRITA de março de 1867, ele mesmo nos dá um exemplo dessa conclusão. Por sinal, chegou a ele através de um assinante da publicação, que inclusive se preocupou em assinalar numa das edições completas do livro onde encontrou conexões com as revelações espíritas, trechos infelizmente excluídos nas edições abreviadas. O livro ROBSON CRUSUÉ.  Romance escrito por Daniel Defoe, publicado originalmente em 1719, no Reino Unido, confessional e didático em seu tom é a autobiografia fictícia do personagem-título, náufrago que passou 28 anos em uma remota ilha tropical próxima Trinidad, encontrando canibais, cativos e revoltosos, antes de ser resgatado. No final do século 19, nenhum livro na história da literatura ocidental, tinha mais reimpressões e traduções do que ROBSON CRUSUÉ, com mais de 700 versões alternativas, incluindo edições infantis sem texto, apenas com imagens. O Codificador comenta que “esta obra, na qual se viram aventuras curiosas, próprias para divertir crianças, é marcada por uma alta filosofia moral e um profundo sentimento religioso”. Dos trechos selecionados, destacamos: 1-) “- O caso fez nascer em mim uma reflexão, que me tinha vindo mais de uma vez, desde que havia reconhecido quanto, em todos os perigos da vida, a Providência mostra sua bondade por disposições cuja finalidade não compreendemos. Com efeito, muitas vezes saímos dos maiores perigos por vias maravilhosas: por vezes, um impulso secreto nos alcança de repente, num momento de grave incerteza, a tomar tal caminho em vez de outro, que nos teria conduzido à nossa perda. Tomei como lei jamais resistir a essas vozes misteriosas, que nos convidam a tomar tal partido, a fazer ou não tal coisa, posto que nenhuma razão apoie esse impulso secreto. Poderia citar mais de um exemplo em que a diferença em semelhantes avisos teve pleno sucesso sobretudo na última parte de minha estada nessa ilha infeliz, sem contar muitas outras ocasiões que me devem ter escapado e às quais teria prestado atenção, se desde logo meus olhos se tivessem aberto para este ponto. Mas nunca é demasiado tarde para ser prudente, e aconselho a todos os homens refletidos, cuja existência, como a minha, estivesse submetida a acidentes extraordinários, mesmo a vicissitudes mais comuns, a jamais negligenciarem esses avisos íntimos da Providência, seja qual for a inteligência invisível que nô-los transmite”. 2-) “-Muitas vezes tinha ouvido pessoas sensatas dizer que tudo o que se conta dos fantasmas e das aparições se explica pela forma da imaginação; que jamais um Espírito apareceu a alguém; mas que, pensando assiduamente nos que perdemos, eles de tal modo se tonam presentes ao pensamento, que, em certas circunstâncias, julgamos vê-los, falar-lhes, ouvir suas respostas, e que tudo isto não passa de uma ilusão, uma sombra, uma lembrança. Por mim, não posso dizer se atualmente existem aparições verdadeiras, espectros, pessoas mortas que vem errar pelo mundo, ou se as histórias que contam sobre tais fatos se fundam apenas em visões de cérebros doentes, de imaginação exaltadas e desordenadas...”. 3-): “-Nada demonstra mais claramente a realidade de uma vida futura e de um mundo invisível que o concurso de causas secundárias com certas ideias que formamos anteriormente, sem ter recebido nem dado a seu respeito qualquer comunicação humana”.





Eu gostaria de saber se um animal – um cão, por exemplo – pode voltar a reencarnar em nossa casa. (OMM)


Os animais não são dotados de um espírito semelhante ao homem, que tenha capacidade de decidir ou de agir sobre si próprio. Entre o homem e o animal, disseram os Espíritos a Kardec, há uma distância evolutiva muito grande, conforme lemos nas questões 601 a 603 de ’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Todavia, os Espíritos informam que os animais também são dotados de um princípio espiritual, que sobrevive à morte do corpo, e que podemos chamar de espírito e que estão submetidos à lei de evolução, como todos os seres vivos.


André Luiz, pela mediunidade de Chico Xavier, principalmente na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, informa que, ao desencarnar, o perispírito do animal, diferentemente do espírito humano, permanece num estado de inércia no mundo espiritual e reencarna quase que imediatamente por um automatismo da natureza. Mas pode acontecer de determinado animal ser aproveitado por Espíritos, que se ocupam em reencarná-lo. Assim, é possível que um animal de estimação, que já criou vínculos afetivos com uma determinada família, seja reaproveitado para voltar à mesma casa, desde que haja condições para isso.


A propósito desta questão seria oportuno considerar que o animal, pelo fato de não ser autoconsciente, não pode cuidar da própria encarnação. O ser humano é diferente. Quando desencarna, ele passa por um processo de transformação, mas, em seguida, retoma a sua consciência e pode reencarnar e até mesmo participando do planejamento da própria encarnação. Nos animais, não havendo essa autoconsciência – ou a encarnação se dá de uma forma natural (assim como uma semente que cai no chão e germina) ou de uma forma conduzida ( assim como o agricultor que enterra semente para que ela germine). Ainda conhecemos pouco a respeito desse processo.


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

PROBLEMA DIFÍCIL DE RESOLVER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 ACOMPANHE AS ATUALIZAÇÕES DIARIAS DE luizarmandoff no INSTAGRAM

Em entrevista concedida ao Espírito André Luiz em Paris em 20 de agosto de 1965, reproduzida no livro ENTRE IRMÃOSDE OUTRAS TERRAS (feb, 1965), o pioneiro Gabriel Dellane ao ser questionado sobre onde estariam os percalços maiores para a expansão da Doutrina Espírita?, respondeu: - Em nossa opinião, os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridiculariza-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror. Analisando o problema que já se verificava apenas sete anos após o surgimento d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec na edição de março de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, escreveu:- “Nunca seria demais recomendar aos espíritas que refletissem maduramente antes de agir. Em tais casos manda a prudência não confiar em sua opinião pessoal. Hoje, que de todos os lados se formam grupos ou sociedades, nada mais simples que se pôr de acordo antes de agir. Não tendo em vista senão o bem da causa, o verdadeiro espírita sabe fazer abnegação do amor-próprio. Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é a atitude de um verdadeiro espírita. Seria dar prova de orgulho, se não de obsessão. Entre as inabilidades é preciso colocar em primeira linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem os fatos de maior repercussão. Nenhum espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a soberana ciência; muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como certos homens também, têm a pretensão de tudo saber. Sobre todas as coisas têm sua opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa. Ora, ainda como os homens, em geral os que têm ideias mais falsas são os mais obstinados. Esses pseudo-sábios falam de tudo, constroem sistemas, criam utopias ou ditam as coisas mais excêntricas, sentindo-se felizes quando encontram intérpretes complacentes e crédulos que lhes aceitam as elucubrações de olhos fechados. Esse tipo de publicação tem grave inconveniente, pois o médium, iludido e muitas vezes seduzido por um nome apócrifo, tem-na como coisa séria, de que se apodera a crítica prontamente para denegrir o Espiritismo, ao passo que, com menos presunção, bastaria que se tivesse aconselhado com os colegas para ser esclarecido. É muito raro, neste caso, que o médium não ceda às injunções de um Espírito que, ainda como certos homens, quer ser publicado a qualquer preço. Com mais experiência ele saberia que os Espíritos verdadeiramente superiores aconselham, mas não impõem nem adulam jamais, e que toda prescrição imperiosa é um sinal suspeito. Quando o Espiritismo estiver completamente implantado e conhecido, as publicações desta natureza não terão mais inconvenientes que os maus tratados de Ciência em nossos dias. Mas, repetimos, no começo elas incomodam muito. Em matéria de publicidade, portanto, toda circunspeção é pouca e não se calcularia com bastante cuidado o efeito que talvez produzisse sobre o leitor. Em resumo, é um grave erro crer-se obrigado a publicar tudo quanto ditam os Espíritos, porque, se os há bons e esclarecidos, também os há maus e ignorantes. Importa fazer uma escolha muito rigorosa de suas comunicações e suprimir tudo quanto for inútil, insignificante, falso ou susceptível de produzir má impressão. É preciso semear, sem dúvida, mas semear a boa semente e em tempo oportuno”.




Se Jesus é o caminho, a verdade e a vida - diz um ouvinte - como se explica que, em seu nome, já cometeram tantos crimes de intolerância, perseguição e extermínio, como as cruzadas, a inquisição religiosa e outros mais, que cometem até hoje, explorando a boa fé do povo?


O fato de Jesus ter deixado uma doutrina, que se resume no amor fraterno e na prática desinteressada do bem ao próximo, por si só, não pode garantir que muitos de seus seguidores tomassem um caminho totalmente diferente daquilo que ele ensinou e exemplificou. Aliás, foi ele mesmo quem considerou a possibilidade de desvirtuamento de seus ensinos, ao dizer que mandaria um consolador, para relembrar o que disse e restabelecer o que havia dito – ou seja, retomar o caminho de amor e caridade que ele nos indicou.


Infelizmente, o mundo ainda está cheio de maldade – e no passado, mais que hoje – de forma que muitos dos que assumiram postura de líder na condução da fé, apenas tinham por meta o poder e a riqueza, explorando a boa fé do povo. Isso, evidentemente, acontece até hoje. A religião continua sendo matéria de exploração pelos falsos líderes, que se enriquecem à custa de uma crença cega, que eles sabem muito bem cultivar no coração de seus seguidores para tirar suas vantagens.


Talvez não pudesse ser diferente, até porque todos somos Espíritos em evolução. Estamos sempre aprendendo e, para isso, tivemos que errar muito. Grande parte da humanidade ainda não conseguiu superar o materialismo, e busca na religião uma tábua de salvação, quando não um veio promissor, prometendo curas para o bem-estar do corpo e o céu para a salvação das almas. Jesus preveniu contra os espertalhões, ao dizer em alto e bom som que se conhece a árvore pelos frutos: a árvore boa só dá bons frutos, enquanto a árvore má produz maus frutos. A mensagem de Jesus não pode vir pela ostentação, filha do orgulho.


Quando Jesus alertou “sede mansos como a pomba, mas prudente como a serpente”, na verdade, estava tentando nos prevenir contra os enganos do mundo, principalmente daqueles que viriam em seu nome fazendo grande alarde e causando grande impressão. O papel, que Jesus desempenhou na Terra, no entanto, foi de uma simplicidade a toda prova. Ele não fez alarde, só prometeu o Reino de Deus àqueles que seguissem seus ensinamentos; e seguir seus ensinamentos. E o Reino de Deus é o amor o próximo, o exercício da benevolência, da compreensão e do perdão, os mais altos valores da caridade.


quarta-feira, 25 de outubro de 2023

SUTILEZAS DA OBSESSÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Formado em Medicina em 1929, Inácio Ferreira poucos anos depois assumiu a Direção Clínica do recém-fundado Sanatório Espírita de Uberaba, na importante cidade do Triangulo Mineiro. Materialização de projeto elaborado no Plano Espiritual, a casa de saúde teve no idealismo Dona Maria Modesto Cravo uma das mais determinadas colaboradoras, que por sinal se constituiria em importante peça nas pesquisas em torno da obsessão desenvolvidas ao longo de anos, resultando em meados da década de 40 na publicação dos dois volumes do livro NOVOS RUMOS A MEDICINA (Feesp), que, ao lado de A LOUCURA SOB NOVO PRISMA (feb) do também médico Bezerra de Menezes, inspirariam o surgimento de inúmeros hospitais voltados para portadores de problemas psiquiátricos. A obra do Dr. Inácio, contudo encontrou forte resistência no próprio meio espírita, razão pela qual não apenas não foi reeditada até meados da década de 80, como não teve a programada continuação nos volumes 3 e 4. Dos curiosos casos reunidos na obra inicial, destacamos alguns para verificarmos as sutilezas dos processos obsessivos. Caso 1- EFEITO- Homem, 25 anos, profundo estado de fraqueza, não se alimentando por ausência de apetite, nem dormindo, noção completa de espaço, tempo e lugar, memória e raciocínio perfeitos; organismo desidratado; exames laboratoriais e chapas radiográficas negativadas. CAUSA - Processo obsessivo involuntariamente alimentado por entidade feminina desencarnada por tuberculose pulmonar resultante de suicídio praticado em encarnação passada por frustração amorosa ante a impossibilidade de se unir ao paciente avaliado hoje. Ele, por sua vez, recorreu ao mesmo expediente drástico para interromper a vida, abrindo o campo de sua ignorada mediunidade para a influenciação espiritual experimentada após terem se atraído e reencontrado num dos desdobramentos naturais do sono. A afinidade explicaria a intoxicação psíquica ou perispiritual absorvida pelo encarnado cujo inconsciente mantinha-se carregado pelos sentimentos de mágoa e desesperança. Caso 2- EFEITO- Mulher, 40 anos de casada; 9 filhos, 10 netos. Dominada por irracional sentimento de desconfiança e ciúme em relação ao marido, situação agravada dia após dia, transformando-se progressivamente num comportamento insano que por orientação médica resultou na internação em estabelecimento para tratamento psiquiátrico por vários meses ante a ideia de suicídio querendo atirar-se diante de veículos. CAUSA- Processo obsessivo mantido por entidade feminina ao ser desdenhada pelo amante - o marido, pai e avo de hoje - 43 anos antes, o que a levou ao suicídio por envenenamento. Desencarnada, em grande perturbação, ignorando que havia morrido, localizando-o decidiu vingar-se, se esforçando para influenciá-lo procurando fazer com que ele só tivesse preocupações e aborrecimentos. Caso 3- EFEITO Mulher, 38 anos, trabalhando como doméstica, casada aos 23, sem filhos, frequentadora de culto protestante do qual se afastou por meses exibindo certa desorientação na forma de ser, alegando que os religiosos iam persegui-la. Nesta fase, começou a sair de casa a noite, altas horas, mostrando-se desesperada, dizendo ouvir uma voz desconhecida clamando por socorro, demonstrando sofrer muito, agonizante. Outras vezes dizia que a pessoa já morrera, mas, continuava a clamar sua presença. CAUSA- Ações em vida passada em que discriminada pela sua condição de prostituta, valeu-se da paixão obsessiva revelada por jovem de família importante da cidade em que vivia, abandonou-o após leva-lo a atitudes extremas contra a própria família que se opunha à relação, impondo-lhe a morte em meio a cruéis sofrimentos após tentativa de suicídio. O pai do rapaz abalado com a morte do filho, acabou morrendo obcecado pela ideia de vingança e a ideia de reencontrar o filho. Ela, 60 anos após o termino da existência anterior renasceu novamente, passando a sofrer o assédio mental daqueles que a prejudicados na experiência resumida.




Gostaria de saber se o chamado “efeito borboleta” tem alguma coisa a ver com o Espiritismo. (Luiz Éverson Dias)


Efeito borboleta é um fenômeno que vem sendo estudado por cientistas no campo da Física.. Ele está relacionado à chamada Teoria do Caos e encontra aplicações em qualquer área do conhecimento. Esse efeito, analisado primeiramente por Edward Lorenz, em 1963, refere-se a fenômenos que parecem fugir da lei de causa e efeito, mas que, na verdade, teriam explicação.


O nome “efeito borboleta” veio da observação de gráficos que analisam esse fenômeno e que apresentam o formato de uma borboleta. Popularmente fala-se que o simples bater de asa de uma borboleta num determinado lugar tem uma repercussão em todo o universo, porque desencadeia uma série infinita de reações – ou seja, uma cadeia infindável de acontecimentos.


É claro que o Espiritismo se interessa por esses estudos, uma vez que o princípio básico da ciência espírita é o da Lei de Causa e Efeito, e nós sabemos que existem fenômenos que a ciência ainda não conseguiu desvendar, justamente porque são aparentemente inexplicáveis. Seria muita pretensão dos cientistas querer explicar tudo, pois há situações que ainda fogem à observação e ao controle do homem. Já está mais do que evidente que, embora a ciência não cesse de fazer novas descobertas, sempre haverá novos fenômenos a desvendar.


Tanto os cientistas do século XIX ( 1801 a 1900), quanto do século 20 (1901 a 2000), chegaram a pensar que poderiam explicar tudo, mas já perceberam que o conhecimento do universo é inesgotável: por mais que o homem penetre no estudo da matéria, mais tem a descobrir: até hoje, não conseguimos perceber a dimensão real do átomo e a natureza íntima de seus componentes. Ora, se isso acontece com a matéria, que pode ser vista e medida, quanto mais em relação ao espírito. Mas, o conhecimento do espírito certamente está reservado para um tempo futuro, quando a humanidade estiver mais desenvolvida moralmente, e cultivando a humildade, ou seja, mais preparada para aceitar verdades que, hoje, a chocariam.




 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

PROVA E EXPIAÇÃO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 ACOMPANHE DIARIAMENTE AS ATUALIZAÇÕES DE   luizarmandoff    no INSTAGRAM


A seção Questões e Problemas da REVISTA ESPÍRITA de setembro de 1863, ocupou--se em esclarecer dúvida levantada por pequeno grupo espírita da cidade francesa de Moullins, a respeito da diferença e em que Plano existencial ocorre a chamada expiação e a prova para o Espírito em processo de evolução. Respondendo-a, Allan Kardec escreveu: “A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso resultante de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumível, porque o que chegou ao ponto culminante a que aspira, não mais necessita de provas. Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova, e reciprocamente (...). Como todo efeito tem uma causa, as misérias humanas são efeitos que devem ter a sua; se esta não estiver na vida atual, deve estar numa vida anterior. Além disso, admitindo a Justiça de Deus, tais efeitos devem ter uma relação mais ou menos íntima com os atos precedentes, dos quais são, ao mesmo tempo, castigo para o passado e prova para o futuro. São expiações no sentido de que são consequência de uma falta e provas em relação ao proveito delas tirado. Diz-nos a razão que Deus não pode ferir um inocente. Assim, se formos feridos e se não somos inocentes: o mal que sentimos é o castigo, a maneira por que o suportamos é a prova. Mas acontece, por vezes, que a falta não se acha nesta vida. Então acusa-se a Justiça de Deus, nega-se a sua bondade, duvida-se, até, de sua existência. Aí, precisamente, está a prova mais escabrosa: a dúvida sobre a Divindade. Quem quer que admita um Deus soberanamente justo e bom deve dizer que só agirá com sabedoria, mesmo naquilo que não compreendemos; e que se sofremos uma pena, é porque o merecemos; é, pois, uma expiação. Pela grande Lei da Pluralidade das Existências, o Espiritismo levanta completamente o véu sob o qual esta questão deixava obscuridade. Ele nos ensina que se falta não tiver sido cometida nesta vida, tê-lo-á sido em outra; e, assim, a Justiça de Deus segue seu curso, punindo-nos por onde havíamos errado. Vem a seguir a grave questão do esquecimento que, segundo nosso correspondente, tira aos males da vida o caráter de expiação. É um erro. Dai-lhe o nome que quiserdes: não fareis que não sejam a consequência de uma falta (...). A lembrança precisa dessas faltas teria inconvenientes extremamente graves, por isso que nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos do próximo; trariam uma perturbação nas relações sociais e, por isto mesmo, travaria nosso livre-arbítrio. Por outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto o supõem. Ele só se dá na vida exterior de relação (...). Tanto na erraticidade, quanto nos momentos de emancipação, o Espírito se lembra perfeitamente e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz na voz da consciência, que o adverte do que deve, ou não deve, fazer. Se não a escuta, então é culpa sua (...). Das tribulações que suporta, das expiações e provas deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, apoiando-se no princípio que a mais justa punição é a consequência da falta, pode deduzir seu passado moral. Suas tendências más lhe ensinam o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida: aí chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe, pois, estudar-se a si mesmo para ver o que lhe falta dizer: “Se sou punido, é porque errei”. E a mesma punição lhe dirá o que fez (...). É erro pensar que o caráter essencial da expiação seja o de ser imposta. Vemos diariamente na vida expiações voluntárias, sem falar dos monges que se maceram e se fustigam com a disciplina e o cilício. Assim, nada há de irracional em admitir que um Espírito, na Erraticidade, escolha ou solicite uma existência terrena que o leve a reparar seus erros passados (...). As misérias daqui são, pois, expiação, por seu lado efetivo e material, e provas, por suas consequências morais. Seja qual for o nome que se lhes dê, o resultado deve ser o mesmo: o aperfeiçoamento”.






Sou admirador da ciência, ainda mais hoje, quando vemos tantos benefícios e coisas extraordinárias que ela produz pelo bem-estar da humanidade. Mas, o que não me conformo é ver os cientistas combaterem a crença em Deus e provar que todas as leis, que a Ciência descobre e que ainda tem para descobrir, surgiram não se sabe de onde. Acho absurdo e mesmo irracional que eles pensem assim... (Comentário de um ouvinte)


Você está certo, pensando assim, de maneira tão lógica. Mas, não devemos confundir ciência com cientista. A ciência é o conjunto dos conhecimentos que os milhares de cientistas conseguiram acumular ao longo do tempo através de suas pesquisas. O cientista é o construtor da ciência. Há cientistas que aceitam a existência de Deus e outros, não – pelo menos, dizem que não: não sabemos, de verdade, o que vai no íntimo de cada um. O ateísmo do cientista pode ser explicado em parte pelo seu orgulho de não querer admitir a existência de um Ser Superior e, em parte, pelas decepções que eles podem ter tido com a religião.


Na verdade, as descobertas da ciência, como diz Allan Kardec no livro A GÊNESE, cada vez demonstram mais que a origem de tudo, que existe, só pode vir de uma Inteligência Suprema, “causa primária de todas as coisas”, a não ser que queiramos atribuir o complicado mecanismo do Universo, inclusive a própria inteligência humana, ao acaso – o que, evidentemente, é um absurdo. É bem mais fácil aceitar Deus, como princípio de tudo, do que atribuir a grandeza e complexidade do universo à matéria.


Logo nas primeiras questões de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, os instrutores espirituais disseram que, a considerar que o “acaso” criou e determinou tudo que existe, só podemos considerar que esse acaso é inteligente – e, sendo inteligente, ele deixa de ser acaso. Por outro lado, existe, sim, um grupo de cientistas que está promovendo uma verdadeira campanha para combater a crença em Deus. No entanto, sabemos que a intuição da existência de Deus está presente em todo ser humano e, dificilmente, alguém vai conseguir tirar isso de lá, a não ser que permaneçamos passivos diante de tantos estímulos que a vida nos propõe.


Acreditamos, porém, que esse ateísmo agressivo deve ter um sentido: o sentido de despertar no homem religioso a consciência de que ele deve buscar, mais do que nunca, uma concepção racional de Deus, até porque a fé cega e passiva não tem mais razão de ser num século de tantas conquistas cientíticas. O grande avanço intelectual do homem está exigindo de todos uma atitude nova diante da fé, para que ela seja cultivada de forma lógica e racional. Acreditar por acreditar não faz mais sentido; precisamos saber o porquê aceitamos a existência de Deus como verdade.


Allan Kardec, no seu tempo, já chamava atenção sobre isso, ensinando o que ele chamou “fé racional” ou “fé raciocinada”. Essa fé, cultivada racionalmente, baseia-se no seguinte princípio : “para se crer é necessário compreender”, ou seja, eu preciso compreender para crer. Diante dessa nova realidade, Kardec escreveu n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, a seguinte frase: “Fé verdadeira é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”