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domingo, 8 de outubro de 2023

PRESSENTIMENTOS E PROGNOSTICOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Apoiando-se em fatos que envolveram algumas personalidades importantes do passado da França, Allan Kardec escreve na edição de novembro de 1867 da REVISTA ESPÍRITA um artigo em que procura explicar a diferença entre as duas situações propostas pelos termos pressentimentos e prognósticos. Cita o livro Memórias De Madame Chapman em que é relatado que na época em que tinha sido concebida a ideia de unir Maria Antonieta, a filha da Imperatriz Maria Tereza, ao filho de Luiz XV, esta buscou ouvir o Cura Gassner - reconhecido pelos seus à época chamados dons - a quem consultava muitas vezes, que ante a pergunta se sua “Antonieta seria feliz?”, após longa reflexão, empalideceu estranhamente e, apesar de manter enigmático silêncio, premido pela Imperatriz, disse: -“Senhora, há cruzes para todos os ombros”. A História registrou que desde o dia do casamento ocorrido em 16 de maio de 1770, uma sucessão de acontecimentos inclusive atmosféricos assinalaram essa pagina da vida de tanta gente famosa. O próprio Luiz XV, ouvira em 1757, de um astrólogo levado à sua presença pela Madame Pompadour, depois de ter feitos cálculos a partir da sua data de nascimento, disse-lhe:-“ Senhor, vosso reino é celebre por grandes acontecimentos; o que se seguirá sê-lo-á por grandes desastres”. Voltando à Maria Antonieta, após 8 anos de esterilidade, concebeu a uma menina e, três anos depois, ao que seria o herdeiro da Coroa, acontecimento comemorado em festa por toda Paris, em 21 de janeiro de 1782, onze anos antes da morte do Rei e do aprisionamento da Rainha para ser guilhotinada, em 1793, um ano após o marido, acusada de traição pelos que fizeram a Revolução Francesa. Analisando a questão Allan Kardec pondera: -“Nestes fatos, há que considerar duas coisas bem distintas: os pressentimentos e os fenômenos considerados como prognósticos de acontecimentos futuros. Não se poderiam negar os pressentimentos, dos quais há poucas pessoas que não tenham tido exemplos. É um desses fenômenos cuja explicação a matéria só é impotente para dar, porque se a matéria não pensa, também não pode pressentir. É assim que o materialismo a cada momento se choca contra as coisas vulgares que o vem desmentir. Para ser advertido de maneira oculta daquilo que se passa ao longe e de que não podemos ter conhecimento senão num futuro mais ou menos próximo pelos meios comuns é preciso que algo se desprenda de nós, veja e entenda o que não podemos perceber pelo olhos e pelos ouvidos, para referir a sua intuição ao nosso cérebro. Esse algo deve ser inteligente, desde que compreende e, muitas vezes, de um fato atual, prevê consequências futuras. É assim que por vezes temos o pressentimento do futuro. Esse algo não é outra coisa senão nós mesmos, nosso Ser espiritual, que não está confinado no corpo, como um pássaro numa gaiola, mas que, semelhante a um balão cativo, afasta-se momentaneamente da Terra, sem cessar de a ela estar ligado. É sobretudo nos momentos em que o corpo repousa, durante o sono, que o Espírito, aproveitando o descanso que lhe deixa o cuidado de seu invólucro, em parte recobra a liberdade e vai colher no espaço, entre outros Espíritos, encarnados como ele, ou desencarnados, e no que vê, ideias cuja intuição traz ao despertar. Essa emancipação da alma por vezes se dá no estado de vigília, nos momentos de absorção, de meditação e de devaneio, em que a alma parece não mais preocupada com a Terra. Ocorre, sobretudo de maneira mais efetiva e mais ostensiva nas pessoas dotadas do que se chama a dupla vista ou visão espiritual. Ao lado das intuições pessoais do Espírito, há que colocar as que lhe são sugeridas por outros Espíritos, quer em vigília, quer no sono, pela transmissão de pensamentos de alma a alma. ´É assim que muitas vezes se é advertido de um perigo, solicitado a tomar tal ou qual direção, sem que por isto o Espírito cesse de ter o seu livre arbítrio. São conselhos e não ordens, porque sempre fica livre de agir à sua vontade.



Como a gente pode diferenciar um transtorno mental de uma obsessão espiritual? Quando devemos levar a pessoa ao médico e ao Centro Espírita?

Ambos os fenômenos – tanto o transtorno quanto a obsessão – acarretam certas anomalias na fisiologia do cérebro e, por isso, elas se parecem e, muitas vezes, se confundem.

Uma visão, apenas materialista, vê o aspectos psicológico e fisiológico da distonia, mas uma percepção espírita analisaria também possível influência espiritual.

O transtorno, segundo o ponto de vista espírita, é o que podemos chamar de auto obsessão, ou seja, uma distonia mental sofrida pelo indivíduo, quase sempre em vista de um processo de culpa e autopunição.

Como ambos os quadros clínicos se parecem por conta dos sintomas, o mais sensato, ante um comportamento inadequado e preocupante do paciente, é encaminhá-lo a um psiquiatra.

Pode ser que o problema esteja apenas começando e um tratamento psiquiátrico pode ajudar o paciente a se reajustar.

Mas também pode acontecer que o transtorno abra caminho ou seja sugerido por um Espírito inimigo do paciente, fruto de uma grave desavença no passado, e é aí que as coisas se confundem.

Por isso o caso sempre requer terapia espiritual concomitante. A terapia espirita deve ser vista como complementar e não como simples alternativa.

Isso quer dizer que a terapia espírita não substitui a terapia médica , mas elas se complementam.

Na literatura espírita há relatos de pacientes que entraram na faixa da culpa e com isso facilitaram a atuação do inimigo desencarnado que estava procurando essa oportunidade.

É o caso, por exemplo, de Pedro e Camilo, personagens do livro NO MUNDO MAIOR de André Luiz, recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Pedro, que fora criado por Camilo, acabou assassinando o pai adotivo numa situação de conflito, quando cobrava pelos anos trabalhados e se negava a continuar trabalhando para ele.

Depois de se apoderar de boa quantia de dinheiro da vítima e conseguir ludibriar a polícia e demais autoridades quanto à autoria do crime, Pedro mudou para bem longe e montou seu próprio negócio numa cidade grande.

Acabou bem sucedido em seu empreendimento, casou, teve filhos, fez longas viagens de recreio para se esquecer do crime, mas não conseguiu se libertar do sentimento de culpa que o perseguia.

Entrou num processo de transtorno emocional grave e, do outro lado da vida, Camilo (o pai assassinado), cheio de ódio, aproveitava dessa brecha de remorso que lhe tomava conta da alma, para lhe impingir pesada ação obsessiva.

Só mais tarde com a ajuda de Espíritos amigos é que cada um se resolveu consigo mesmo e com o adversário.

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