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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

A NATUREZA NÃO DÁ SALTOS ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

As pesquisas desenvolvidas desde que Allan Kardec enxergou nos fenômenos observados na casa da família Baudin um meio de se desvendar os mistérios da vida após a morte e desse outro mundo - segundo se sabe hoje – de dimensões ilimitadas considerando suas divisões vibratórias, revelam que somos sempre o que fazemos de nós. Nossa realidade mento-emocional nos situa em realidades compatíveis com a LEI DE CAUSA E EFEITO que, como sabemos, induz e regula nosso processo evolutivo. Entre as matérias selecionadas para o número de agosto de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, seu editor incluiu uma que atesta essa conjectura. Trata-se da manifestação psicográfica obtida pela filha de uma amiga de Kardec, identificada apenas pela inicial F. do Espírito Francois Riquier, morto quatro ou cinco anos antes. Ex-locatário do imóvel ocupado pela jovem senhora, Francois, fora um homem muito simples, velho solteirão avarento, que deixou aos familiares uma fortuna considerável. O interessante é que a senhora F. o havia esquecido completamente. Ocorre que ultimamente sua filha, que é sujeita a crises de catalepsia, seguidas de sono magnético espontâneo, nesse sono viu o Sr. Riquier, o qual, dizia ela, queria aproximar-se de sua mãe. Dias depois a moça, considerada por Kardec como boa médium escrevente, tomou do lápis e escreveu a referida comunicação, depois da qual Riquier pôs o seu nome e endereço exato. Desconhecendo tal endereço, a senhora F. foi confirmá-lo, ficando muito surpresa, pois a indicação estava correta. A comunicação exemplifica novo tipo de pena reservada aos Espíritos atormentados pela culpa. Como a manifestação foi espontânea, e exprimia o desejo de falar à senhora F., foi-lhe feita esta pergunta: -“Que quereis de nós?”. A resposta, espantou: -“O meu dinheiro, que aqueles miseráveis tomaram todo, para repartirem entre si. Dilapidaram meu patrimônio, como se não fosse meu. Venderam minhas fazendas, minhas casas, para dividir tudo. Fazei-me justiça, porque eles não escutam e não quero assistir a tais infâmias. Dizem que eu era usurário e guardam o meu dinheiro!. Porque não mo querem entregar, se acham que foi mal adquirido?”. –“Mas vos estais morto, pobre homem. Já não precisais de dinheiro. Pedi a Deus uma nova existência pobre, a fim de expiardes a avareza desta. –“Não; não poderia viver pobre. Necessito do meu dinheiro para viver. Alias não preciso de outra vida, pois estou vivo agora”. ( a pergunta seguinte foi feita com o fito de o trazer à realidade). –“Sofreis?”. –“Oh! Sim: sofro piores torturas que a moléstia mais cruel, porque é minh’alma que suporta essa torturas. Tenho sempre presente a iniquidade de minha vida, que para muitos foi motivo de escândalo. Bem sei que sou um miserável; indigno de piedade. Mas sofro tanto que necessito me ajudem a sair deste estado miserável”. –Oraremos por vós”. –“Obrigado. Rogai para que eu esqueça minhas riquezas terrenas, sem o que jamais poderia arrepender-me. Adeus e obrigado!”. François Riquier – Rua de la Charité, 14. Sobre esse fenômeno, Kardec observa: Este exemplo e muitos outros análogos provam que o Espírito pode conservar, durante muitos anos, a ideia de ainda pertencer ao mundo corpóreo. Tal ilusão não é exclusiva dos casos de morte violenta: parece ser consequência da materialidade da vida terrena; e a persistência do sentimento de tal materialidade, que não pode ser vencida, é um suplício para o Espírito. Além disso, aí encontramos a prova que o Espírito é um Ser semelhante ao Ser corpóreo, embora fluídico, porque, para que ainda se julgue neste mundo, que continue onde pensa continuar, poder-se-ia dizer. Entregue aos seus negócios, é preciso que se veja em forma e num corpo como em vida. Se dele só restasse um sopro, um vapor, uma centelha, não se enganaria quanto à situação. É assim que o estudo sobre os Espíritos, mesmo vulgares, nos esclarece quanto ao estado real do Mundo Invisível e confirma as mais importantes verdades. Enfim, o que se confirma por milhares de depoimentos de Espíritos desencarnados sobre sua real situação após a morte do corpo físico, representa uma séria advertência para nós que estamos preparando o amanha feliz ou desventurado: NINGUÉM FOGE DE SI MESMO. E, se morrer é relativamente fácil, bastando qualquer falha em componente vital da máquina física, necessário será desencarnar também os pensamentos, mantidos invariavelmente presos às preocupações deixadas para trás. 




Na Bíblia encontramos a figura de João Batista, que batizava no Rio Jordão aqueles que queriam se converter e o próprio Jesus foi batizado por ele. Por que no Espiritismo não tem batismo? (Alexandre, Vila Mariana)


- O batismo na água, a que você se refere, foi utilizado por João como uma cerimônia de iniciação ou um rito de passagem. Iniciação quer dizer “início numa nova fase de vida”. As religiões antigas, tal como as religiões dos índios, usam as mais diversas formas de iniciação para introduzir a criança na vida adulta. João, que se propunha a ensinar uma nova ordem moral, queria que as pessoas, ao assumirem suas idéias, se transformassem moralmente; e essa transformação era assinalada pelo batismo, uma espécie de compromisso ou de contrato com a nova doutrina.

- Mas a pregação de João não durou muito tempo, até porque ele falava com uma certa arrogância e queria, por toda sorte, impor suas idéias, o que veio lhe trazer certos problemas, tanto assim que logo foi executado de forma cruel. Jesus – que segundo consta, era seu primo – esteve com João, apoiou seu movimento de renovação moral do homem; tanto assim que se deixou batizar por ele, dando-lhe um voto de confiança, mas o próprio Jesus que, em seguida, iniciaria seu apostolado, não utilizou o batismo e nem tampouco o jejum que João utilizava. Ele mesmo disse que João batizava com água, mas que ele batizaria com fogo.


Jesus, além de ser um homem pacífico, era sobretudo um homem prático. Não gostava de rituais e cerimônias. Dispensou o jejum, o batismo, como qualquer outro ato litúrgico que os judeus utilizavam na época, porque achava que a verdadeira religião – ou seja, a ligação do homem com Deus – não se dá propriamente através de atos e manifestações exteriores, mas por meio de um sentimento sincero de amor, que deve se manifestar através do bem que fazemos uns aos outros. Ele mesmo disse que a verdadeira religião não está nos lábios, mas no coração.


Dentro da simbologia da época, o batismo de fogo significa a vivência dos problemas da vida. É muito fácil se deixar batizar, dizendo-se logo transformado; o difícil é assumir uma postura de homem de bem perante a vida, sabendo compreender o próximo, perdoar as ofensas e agir com respeito e dignidade diante de quaisquer circunstâncias. Enquanto a religião formal dos fariseus, que viviam entoando hinos e louvores, não passava de manifestações exteriores ( e por isso foi tão criticada por Jesus) , a religiosidade que Jesus ensinava devia se manifestar nas atitudes e no comportamento de todos os dias, de todas as horas.


Por isso mesmo é que, para a Doutrina Espírita, o que vale no homem é o seu caráter ; mais do que a honestidade, é o seu modo de conviver com o semelhante, sabendo fazê-lo com respeito e compreensão, sem levar em consideração sua condição social, sua religião, sua origem racial ou qualquer outro diferenciador que a sociedade estabelece. Os atos exteriores, proferidos em nome de Deus, como o batismo e outros mais, que as religiões costumam utilizar, só têm valor se realmente estiver atrelada a um compromisso de amor com o próximoportanto, a uma mudança de vida, conforme Jesus ensinou.


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