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sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Segredo da Felicidade



Paulo de Tarso já havia escrito aos Corinthios (13,1-7 e 13) que mesmo que falasse as línguas dos homens e dos anjos; tivesse o dom da profecia; conhecesse todos os mistérios; quanto se pode saber; tivesse fé a ponto de transportar montes; distribuísse todos os seus bens para os pobres; entregasse seu corpo para ser queimado; se não tivesse caridade nada seria. Afirmou ainda que entre as virtudes da fé, da esperança e da caridade, a maior de todas é a caridade. Dezenove séculos depois, no ano de 1860, escreveria em Paris, que “fora da caridade não há salvação. Em depoimento preservado na obra O EVANGELHO DE CHICO XAVIER (didier), relata o médium mineiro que dois dias depois de haver recebido a primeira mensagem psicografada (8/7/1927), vivenciou emocionante e marcante experiência que o fez – apesar da própria pobreza material -, iniciar duas semanas depois, com a irmã Luiza, numa ponte na cidade de Pedro Leopoldo (MG), o auxílio a alguns indigentes ali refugiados, com quem repartiram oito pães que levavam num cesto, trabalho continuado até sua morte em Uberaba (MG), para onde se transferiu em 5 de janeiro de 1959. Sua ação foi, ao longo dos anos, acompanhada por milhares de visitantes que se dirigiam à cidade do Triangulo Mineiro, a fim de encontrá-lo aspirando receber uma orientação, uma palavra de conforto, uma mensagem de um ente querido. Um fragmento das peregrinações religiosamente cumpridas, especialmente aos sábados à tarde ou mesmo em algumas madrugadas, foi preservada no livro A PONTE (lake) pelo jornalista e escritor gaúcho Fernando Worm, convencido da autenticidade do fenômeno Chico Xavier num encontro não planejado que resultou em entrevista para jornal do Estado em que vivia. Escreveu o competente Fernando: -“Nossa caravana pára frente a uma casa construída com barro socado, em bairro bem humilde de Uberaba. Uma mulher grisalha e aflita acerca-se do médium logo à chegada do carro: -“Chico, meu neto está para morrer. Que é que eu faço? –“Minha irmã, a prece fervorosa de uma avó por um neto necessitado arromba as portas do céu!” Um grupo de pessoas postadas na calçada logo se acerca dele. Uma mulher ainda jovem, em estado de visível perturbação nervosa, vem ao seu encontro: -“Chico, estou com Espírito ruim encostado em mim. Tira ele de mim”. A singular resposta do médium veio com seu jeito mineiro de falar: -“Uai gente, pra que tirar o Espírito? Vamos evangelizar-nos todos, com ele junto”.  Logo uma recém-casada toma a dianteira, queixando-se de que o marido andava violento, enfurecendo-se por nada: -“A caridade quebra a violência. Minha filha, a harmonia nas nossas relações muitas vezes é fruto da caridade”. Enquanto alguns membros da nossa caravana colaboravam na distribuição de roupas, cobertores e víveres aos necessitados, Chico entra num casebre de portas e teto muito baixos, cumprimentando uma mãe de quatro filhos retardados, todos eles vítimas também de poliomielite. –“Chico, está tudo ruim, a vida anda pela hora do morte!”. Enquanto a dona de casa conta as mazelas do cotidiano em que vive, o médium estanca frente a um quinto menino, filho adotivo da mulher: -“Olha que menino inteligente a irmã tem. Tem olhos lindos e é seu amigo! Vamos pensar em coisa boa, gente. Em maré baixa ou em maré alta, vamos com Deus, aqui neste mundo todos estamos hospitalizados em processos de cura”. A mulher recebe dois travesseiros, um pequeno rancho e roupas, alegra-se um pouco mas logo volta a lastimar-se das lutas do dia a dia. –“A irmã conhece a história daquele pedaço de barro a exalar doce perfume? Certa vez perguntaram-lhe de onde provinha a fragrância que tinha e ele respondeu: -“É que durante certo tempo fui chão num depósito de rosas”. A casa seguinte, no outro lado da rua, é de uma senhora muito idosa, muda e entrevada num leito de tábuas há muitos anos. O olhar sofrido da anciã acende-se de súbita alegria quando Chico toma da sua mão e todos acompanhamos a prece feita por um dos caravaneiros em favor daquele lar e de seus moradores. Chico reconforta a enferma com muito empenho e carinho, sempre proferindo palavras reanimadoras e positivas, de paz e esperança. Ela então persigna-se erguendo os olhos para o céu e, enquanto orava, parecia-nos ouvir palavras de agradecimento, não obstante estarem seus lábios emudecidos há muitos anos. A cena causou funda impressão em todos que a presenciaram. A última casa que adentramos naquela radiosa manhã de domingo, programa de visitação aos irmãos deserdados que Chico Xavier mantém, como sempre, foi a de uma senhora mãe de uma moça entrevada há quase trinta anos, paralítica e surda-muda, vivendo em grandes dificuldades materiais. A enferma, sempre agitada no colo da mãe, de onde não quer sair as 24 horas do dia, parece acalmar-se enquanto é feita profunda prece de agradecimento pedindo as bênçãos de Deus, o amparo e o conforto  espiritual, em favor de todo nosso grupo. Á saída, enquanto íamos para o carro que nos conduzia, Chico acrescenta: -“Esta mãe, com a filha sempre nos braços, me faz lembrar um quadro da Madona. Estes dois Espíritos, naturalmente em resgate de existências anteriores, são para mim um nobre exemplo de fé e de aceitação que muito me edificam. Muitas vezes, em horas difíceis ou em momentos de provação dos quais preciso e mereço, meu pensamento se volta para esta casa e aqui encontro novas forças”.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Espiritismo, Homeopatia e Interessantes Revelações

Tão desdenhado pela comunidade científica do século 19 quanto o Magnetismo e o Espiritismo, a Homeopatia encontrou entre os adeptos da proposta espírita, campo fértil para sua expansão – embora paulatina -, no século 20, agora, no 21. Na edição de agosto de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, no artigo de abertura daquele número, entre outras considerações Kardec afirma: -“Provando o poder de ação da matéria espiritualizada, a Homeopatia se liga ao papel importante que representa o perispirito em certas afecções; ataca o mal em sua própria fonte, que está fora do organismo, cuja alteração é apenas consecutiva. Tal a razão pela qual a Homeopatia triunfa numa porção de casos em que falha a Medicina ordinária: mais que esta, ela leva em conta o elemento espiritual, tão preponderante na economia, o que explica a facilidade com que os médicos homeopatas aceitam o Espiritismo e porque a maioria dos médicos espíritas pertencem à escola de Hahnemann”. Em março de 1867, analisando e discordando da possibilidade dos medicamentos Homeopáticos modificarem disposições morais, escreve: -“Os medicamentos homeopáticos, por sua natureza etérea, tem uma ação de certa forma molecular; sem contradita podem, mais que outros, agir sobre certas partes elementares e fluídicas dos órgãos e lhes modificar a constituição íntima (...). Não se pode agir sobre o Ser espiritual senão por meios espirituais (...). Nos embalaríamos em ilusões se esperássemos de uma medicação qualquer um resultado definitivo e durável”. No mesmo ano, em junho, retornaria ao tema, contestando comentário do médico Charles Grégory,  dizendo: -“Os medicamentos homeopáticos podem ter uma ação sobre o moral, agindo sobre os órgãos de sua manifestação, o que pode ter sua utilidade em certos casos, mas não sobre o Espírito; que as qualidades boas ou más e as aptidões são inerentes ao grau de adiantamento ou de inferioridade do Espírito, e que não é com um medicamento qualquer que se pode fazê-lo avançar mais depressa, nem lhe dar as qualidades que não pode adquirir senão sucessivamente e pelo trabalho”. Mais de um século depois, o Espírito Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça( foto), desencarnado em 22 de novembro de 1980, na cidade de Niterói (RJ) revelaria aspectos interessantes envolvendo a Homeopatia. Carlos, um dos três filhos de um Engenheiro e de uma Médica, foi vitima de um ataque cardíaco durante a madrugada, enquanto dormia. Onze meses depois, confirmaria sua sobrevivência em emocionante carta psicografada por Chico Xavier, em Uberaba (MG). A partir daí, serviu-se do médium mineiro ao longo de toda a década de 80, fornecendo detalhes extremamente curiosos sobre suas atividades no Plano Espiritual. Uma delas motivou sua mãe a se especializar em Homeopatia para atender os necessitados assistidos pelo Grupo Espírita Regeneração ao qual ela e o marido serviam como voluntários desde antes da inesperada morte do filho. Uma delas relacionada à AIDS – Sindrome de Imunodeficiência Adquirida, contida na mensagem de 22 de junho de 1989, informa ter se filiado com o avô materno João Antonio, a uma escola de combate ao vírus psicogênico, estando na esperança de que muito em breve haverá recursos para a preparação da vacina adequada. A certa altura, pondera: -“Não sei se esse agente negativo foi produto do desequilíbrio dos pensamentos”. Noutra, recebida  em 30 de novembro de 1989, relata: -“Quando possível, vou ao encontro da Mãezinha Edda, tomar informes sobre os que pedem auxílio na casa da “Regeneração”. Estas primeiras notas do dia seguem comigo para a sede de nossas atividades, que se acham sob a orientação e revisão de assessores do Dr Dias da Cruz, que se encarregam de visitar a moradia e ver as condições do enfermo que precisa ser medicado. Os membros da família são examinados e o ambiente doméstico é rigorosamente observado pelo colega que foi então designado para anotar os elementos de que o doente faz “inalação”. Se há entidades em processo obsessivo no lar visitado, esses Espíritos necessitados de luz espiritual são vistoriados e com esses ingredientes informativos, faz-se a ficha do irmão ou da irmã enferma, a fim de que qualquer irregularidade seja sanada. Se há obsessores no caso, a instituição do Dr Dias da Cruz já possui turmas de Entidades mais ou menos semelhantes a eles, para afastá-los da casa que está sendo socorrida. O tratamento do enfermo começa com a limpeza do ambiente em que o irmão doente se encontra e, só depois da residência libertada, os agentes medicamentosos da Homeopatia passam a funcionar. Se a moradia está excessivamente carregada de pensamentos infelizes, o tratamento é mais difícil e mais longo, entretanto, se o recinto doméstico se mostra limpo e isento de quaisquer influências nocivas,  tratamento encontra facilidade para se revelar”.  O rapaz que pela familiaridade e interesse nos assuntos relacionados à saúde metal e física sugere ter atuado nesse campo em outra vida, fornece muitos outros informes na obra PORTO DE ALEGRIA, publicado pelo IDE – Instituto de Difusão Espírita  de Araras (SP). 

domingo, 23 de junho de 2013

Sugestiva Amostragem

Considerando a prevalência do Plano Espiritual ou dos Universos Paralelos sobre nossa realidade, interessante ampliarmos  conhecimentos a respeito dos habitantes dessas Dimensões. Pioneiro nas prospecções sobre o assunto, Allan Kardec deixou-nos um legado disponibilizando elementos importantes para cogitações e reflexões sobre a influência que deles recebemos. Abrindo a segunda parte d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em que aborda o Mundo Espírita ou dos Espíritos, desenvolve alguns raciocínios sobre uma Escala Espírita, resultante de classificação fundamentada no grau de desenvolvimento dos Espíritos, nas qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições de que ainda não se livraram. Ressalva, contudo que "nada tem de absoluta, podendo-se formar um número maior ou menor de classes, conforme o modo porque se considerar o tema". Salienta que os Espíritos não pertencem para sempre e exclusivamente a esta ou àquela classe, realizando seu progresso gradualmente e como muitas vezes se efetua mais num sentido que noutro, eles podem reunir as características de várias categorias. Numa visão mais abrangente, na edição de outubro de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, na matéria em que aborda o tema OBSEDADOS E SUBJUGADOS, alinha alguns pontos importantes para entendermos como eles agem em nossas vidas: 1) Os Espíritos não são iguais nem em poder, nem em conhecimento, nem em sabedoria. Como não passam de almas desembaraçadas de seu invólucro corporal, ainda apresentam uma variedade maior que a que encontramos entre os homens da Terra, por isso que vem de todos os mundos, e porque entre os mundos a Terra nem é o mais atrasado, nem o mais adiantado. Há, pois, Espíritos muito superiores, como os há muito inferiores; muitos bons e maus; muitos sábios e muitos ignorantes; há os levianos, mentirosos, astutos, hipócritas, etc. 2) Estamos incessantemente cercados por uma nuvem de Espíritos que, nem por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, deixam de estar no espaço, em redor de nós, ao lado, espiando nossos atos, lendo nossos pensamentos, uns para nos fazer bem, outros para nos fazer mal, segundo os Espíritos bons ou maus. 3) Pela inferioridade física e moral de nossos Globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores aqui são mais numerosos que os superiores. 4) Entre os Espíritos que nos cercam, há os que se ligam a nós, que agem mais particularmente sobre o nosso pensamento, aconselham-nos, e cujo impulso seguimos sem nos apercebermos. 5)  Ligam-se os Espíritos inferiores àqueles que os ouvem, junto aos quais tem acesso e aos quais se agarram. Se conseguirem estabelecer domínio sobre alguém, identificam-se com o seu próprio Espírito, fascinam-no, obsediam-no, subjugam-no e o conduzem como se fosse uma criança. Aprofundando mais o tema, elucida que a obsessão jamais se dá senão por Espíritos inferiores. Os bons Espíritos não produzem nenhum constrangimento: aconselham, combatem a influência dos maus que afastam-se, desde que não sejam ouvidos”. No que tange ao grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz, ele é que marca a diferença entre a obsessão simples, a subjugação e a fascinação. A obsessão, elucida, é a ação quase permanente de um Espírito estranho, que leva a pessoa a ser solicitada por uma necessidade incessante de agir desta ou daquela maneira e de fazer isto ou aquilo”. A fascinação, “é uma espécie de ilusão produzida ora pela ação direta de um Espírito estranho, ora por seus raciocínios capciosos; e esta ilusão produz um logro sobre as coisas morais, falseia o julgamento e leva a toma-se o mal pelo Bem.  A subjugaçãoé uma ligação moral que paralisa a vontade de quem a sofre, impelindo a pessoa às mais desarrazoadas ações e, por vezes, às mais contrárias ao seu próprio interesse”. Considera Kardec que “por sua vontade, a pessoa pode sempre neutralizar a influência dos Espíritos imperfeitos, porque em virtude de seu livre arbítrio, há escolha entre o Bem e o mal. Se o constrangimento chegou a ponto de paralisar a vontade e se a fascinação é tão grande que oblitera a razão, então a vontade de uma terceira pessoa pode substituí-la”.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O Ponto de Partida, pois, Não Existem Milagres

-“Seria conhecer bem pouco os homens, pensar que uma causa qualquer pudesse transformá-los por encanto. As ideias se modificam pouco a pouco, com os indivíduos, e são necessárias gerações para que se apaguem completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação, portanto, não pode operar-se a não ser com o tempo, gradualmente, pouco a pouco. Em cada geração uma parte do véu se dissipa”, responderam os Espíritos a Allan Kardec quando questionados (pergunta 800) sobre a possibilidade, por exemplo, do Espiritismo “vencer a indiferença dos homens e seu apego às coisas materiais”. Vivia-se apenas metade do século 19 e o materialismo já se constituía no grande obstáculo ao progresso da paz e da felicidade na sociedade humana. Sua destruição, aliada à destruição dos preconceitos de seita, de casta e de cor, conduziriam naturalmente os homens à grande solidariedade que os deve unir como irmãos. Ponderando que “nem o próprio Cristo convenceu seus contemporâneos com os prodígios que realizou”, apontaram a razão, a lógica, como o meio através do qual as mudanças se operariam. O próprio Jesus disse ser necessário “a ocorrência do escândalo” para - quem sabe - sair-se da inércia, da acomodação, da zona de conforto, em que parcela menor da sociedade se mantem.  Porque a maioria sofre apenas os efeitos do descaso resultante da sede de poder e riquezas dos egoístas e orgulhosos. Necessário, porém, dar o primeiro passo. Inteligências astutas e dissimuladas, em nome de ideologias pessoais, certamente estudam o movimento das massas no sentido de encontrar a melhor forma de manobrá-las na direção de conhecidos interesses. Provavelmente vençam mais uma vez.  A Educação Moral não é nem cogitada por aqueles cujos gritos acordam os letárgicos, liderando-os não se sabe em que direção. Em comentário à questão 685 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec escreve: -“ Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. Linhas antes, ele ponderara: “Não basta dizer ao homem que ele deve trabalhar., é necessário também que o que vive do seu trabalho encontre ocupação, e isso nem sempre acontece. Quando a falta de trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo, como a escassez. A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, sofrerá intermitências e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver. Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos”. Concluindo suas ilações, Kardec diz: “-Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. Como se vê não é tarefa de um governante durante seu mandato, nem de uma geração. Resultados a médio e longo prazo. Será que o imediatismo derivado da ambição permitirá  que se trabalhe para o futuro, no agora?   



terça-feira, 18 de junho de 2013

Bastante Lógico

-“O Mundo Espiritual preexiste e sobrevive a tudo”, disseram os Espíritos a Allan Kardec quando indagados sobre qual dos dois, o Mundo Espiritual ou o Mundo Material, é o principal na ordem das coisas. “Mesmo que as Dimensões do Espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”,  escreveu o Físico e Astrônomo Marcelo Gleiser em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (record, 2010), baseado em conclusões recentes da Física Quântica. Num intervalo de mais de um século e meio, um respeitado representante do pensamento científico revela que a comunidade da qual faz parte demonstra que, embora ignorando o revelado pelo Espiritismo, avança-se na direção da concordância quanto àquelas informações. Sendo assim, nosso mundo que é o virtual e não aquele que decorre do fim de nossa jornada por aqui. Somos um Espírito que carrega um corpo e não um corpo que carrega um Espírito que se desprenderá após a morte do corpo físico. Diante disso, as surpresas do médico oculto por traz do pseudônimo André Luiz, relatadas no capítulo 12 do livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb,1945), assumem um caráter bastante lógico. Narra o autor espiritual que, após testemunhar interessante diálogo do Instrutor Alexandre - a nós apresentado no referido livro como um especialista em mediunidade e reencarnação – é encaminhado por ele a visitar instituto dedicado ao Planejamento de Reencarnações, localizada na própria Colônia em que trabalhavam. Descreve o mesmo como sendo movimentado centro de serviço de vários prédios e numerosas instalações. Árvores acolhedoras enfileiravam-se através de extensos jardins. Entidades em grupo ou sós, produziam intenso movimento de entrada e saída dos edifícios imponentes.  Segundo Alexandre, ali ele via Espíritos interessados em reencarnações próximas. Nem todos, disse ele, estão diretamente ligados a semelhante propósito, visto que conforme o grau de adiantamento do futuro reencarnante e de acordo com o serviço que lhe é designado no corpo carnal, é necessário estabelecer planos adequados aos fins essenciais. Isto explicava os rolos brancos que portavam: eram pequenos mapas de formas orgânicas, elaborados por orientadores da Dimensão em que se encontravam, especializados em conhecimentos biológicos da existência terrena. Indagado sobre a herediteriedade fisiológica, ouviu que funciona com inalienável domínio sobre todos os seres em evolução, sofrendo, naturalmente, a influência de todos aqueles que alcançam qualidades superiores ao ambiente geral, os chamados “serviços intercessórios”,  o que, possibilita “às forças mais elevadas imprimir certas modificações à matéria, desde as atividades embriológicas, determinando alterações favoráveis ao trabalho de redenção”. André descobre o que não poderia imaginar existir nos bastidores da nossa realidade: vê protótipos luminosos (hologramas?) de corpos masculino e feminino perfeitos em sua anatomia; uma área inteira consagrada aos serviços de desenho onde pequenas telas, demonstravam peças do organismo humano, tendo a impressão fiel de que se encontrava num grande centro de anatomistas, cercados de auxiliares competentes e operosos, produzindo desenhos de membros, tecidos, glândulas, fibras, órgãos de todos os feitios e para todos os gostos. Inteira-se serem técnicos em questões de Embriologia e Biologia em geral, aptos a orientar futuras experiências individuais. A visita o leva a se inteirar de quatro casos em que os envolvidos deveriam renascer, para conviver com situações na visão que no nosso Plano representam falhas genéticas ou fatalidades sociais: 1- um, deveria renascer com defeito na perna, o que o ajudaria a prevenir reincidências na vaidade; 2-outra, em meio a grandes restrições sociais, receberia de volta os filhos de outra vida em que na função de mãe os desviou dos propósitos de crescimentos espiritual, sendo que dois – pelo erros cometidos – na condição de paralíticos, outro deficiente mental e uma filha portadora de prementes necessidades de retificação. 3- outra, por solicitação dela, com problemas na tiroide e paratiróides que evitariam quedas em erros em que incorrera em outras vidas. 4-Indivíduo que, na maioridade física, sofrerá – por escolha dele - com a manifestação de úlcera de importância na região gástrica, que o auxiliará a apagar de sua memória registros feitos há mais de cem anos, em  que cometera revoltante crime, assassinando um pobre homem a facadas. Em meio a instigantes informações aprende que na busca da evolução em nossa Dimensão existem quatro potenciais riscos para a queda do Espírito nas armadilhas de suas próprias imperfeições: inteligência, poder, beleza e autoridade









domingo, 16 de junho de 2013

Em Média 50 horas

Verdade ou mentira? Fantasia ou realidade? Uma amiga comentou há poucos dias que, embora não goste de ir a funerais, atendeu ao pedido de colega para darem uma passada no de pessoa de seu relacionamento visto estar próximo do horário do enterro. Acedendo, embora não tenha entrado no recinto onde   se dava o velório, enquanto aguardava o retorno da amiga, médium que é, começou a ouvir os pedidos de socorro da entidade desperta ainda ligada ao corpo do qual estava em processo de desencarnação, gritando estar viva, perguntando por que não a atendiam ou ouviam. Apesar de intimamente guardarmos a certeza de que a vida continua, mesmo, por vezes, seguidores do Espiritismo, preferimos ignorar o conteúdo substancial oferecido pela Doutrina que, ao contrário, de inúmeras outras, fala de forma clara e objetiva sobre os detalhes dessa transição de nossa Dimensão para aquela para a qual nos dirigiremos. O Espírito Emmanuel, respondendo a uma das inúmeras questões a ele dirigidas pelo jornalista Clementino de Alencar para o jornal O GLOBO – ver o livro NOTÁVEIS REPORTAGENS COM CHICO XAVIER (ide)-, enquanto opinava a respeito da cremação, esclareceu que em condições normais, o desligamento do corpo espiritual do corpo físico a ser abandonado pelo fenômeno da morte, demanda em média 50 horas. O próprio Emmanuel havia dito na obra O CONSOLADOR (feb,1940), que “a situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irremediáveis que determinam a morte física, proporcionam sensações muito desconfortáveis à alma desencarnada” e o Espírito Abel Gomes, em mensagem contida na obra FALANDO Á TERRA (feb,1954), pondera que “somente alguns poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo”. Chico Xavier, em comentário registrado na obra INESQUECÍVEL CHICO XAVIER (geem), “revela que oitenta porcento das criaturas que desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem condições de ascenderem a Planos Elevados. Apenas vinte porcento gravitam para Esferas mais altas”. Isso nos lembra depoimento de um empresário desencarnado  através do próprio médium, na noite de 14 de junho de 1955. Disse, entre outras coisas: -“Industrial, administrador e homem público, em atividade intensa e incessante, não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse os movimentos. Incapaz de falar, ouvi gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que, em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minhalma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia interpor-se entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia...Inexplicavelmente, assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo...Contudo, buscando afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava – dizia de mim para comigo-, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidade distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio. Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação publica”...Depois de detalhar interessantes lances da exposição publica do seu velório, o Doutor G, acrescentou: -“Estava inegavelmente morto e vivo (...). Curtia dolorosas indagações, quando, em dado instante arrebataram-me o corpo. Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo triste, cauteloso e desapontado (...). A vizinhança do cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Tentei apoiar-me em velhos companheiros de ideal e de luta, mas o ambiente repleto de palavras vazias e orações pagas como que me acentuava a aflição e o desespero. Senti-me fraquejar. Chamei debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo (...). Por vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas do industrial e político haviam terminado (...). Antigas afeições surgiram, amparando-me a luta nova”.   







quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Verdade

Uma análise fria dos fatos demonstra que nos 156 anos passados desde que o Espiritismo foi apresentado publicamente através da primeira edição d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sua influência ficou restrita mesmo aos seus seguidores, por vezes perturbados em meio ao emaranhado de interpretações pessoais que, muitos creem serem mais acertadas que a de outros estudiosos. É verdade que fenômenos despertaram a atenção de respeitados homens da chamada ciência, sem contudo serem associados publicamente ao Espiritismo, em suas explicações e conceituações. O ingles William Crookes, o italiano Ernesto Bozzano, o francês Charles Richet, o russo Alexandre Aksakof, o alemão Zollner, debruçaram-se sobre a evidência dos fenômenos, sem estabelecerem conexões com a proposição de Allan Kardec e dos Espíritos que lhe auxiliaram a formular sua proposta. No século XX, Rhine e sua Parapsicologia, a escola soviética da Psicotrônica; o canadense Ian Stevenson, o indiano Hemendra Banerjee, aprofundaram-se na questão do corpo energético, da transmissão das ondas mentais, da reencarnação, sem que tenham prestado maior atenção ao conteúdo do Espiritismo. O século XX ficou no passado, esses vultos foram alcançados pela inevitável morte, caíram no esquecimento, bem como, seus trabalhos, muitos dos quais, por sinal, nem seriam lembrados não fosse o esforço de editoras, expositores e renomados palestrantes espíritas que os usam como referência ou publicam seus livros. O meio acadêmico - do qual muitos fizeram parte - os ignorou, bem como, aos seus trabalhos. Acontecimentos que alcançaram diminuta parcela da sociedade humana ocorreram no Brasil, onde respeitáveis indivíduos identificados como operosos médiuns como Chico Xavier e Divaldo Pereira Franco ocuparam a mídia por quem foram solicitados e, de forma competente, realçaram aspectos importantes do intercâmbio entre o mundo dos chamados vivos e mortos, da reencarnação, das influências mútuas, das repercussões das nossas emoções, pensamentos e atos na saúde física e mental, familiar e social. O social, aplacou dores, canalizou, cresceu e se multiplicou, assumindo um papel que talvez não existisse se a conscientização sobre o “porquê da vida”, da necessidade de erradicação do egoísmo e do orgulho em cada um, fosse a dominante numa sociedade cada vez mais materialista. Kardec, todavia, continua disponível para percebermos como o Espiritismo antecipou conhecimentos e conceitos que vão - numa estrada paralela - gradativa e paulatinamente sendo acessados pelo pensamento científico. Vamos a alguns exemplos, sempre partindo de afirmações contidas nas obras publicadas com conteúdos originados no pensamento de Kardec: 1- 1857: -“Nada é vazio. O que é vazio para ti, está ocupado por uma matéria que escapa aos teus sentidos e instrumentos (LE, questão 36)     e, “O mundo espiritual é o principal na ordem das coisas; ele preexiste e sobrevive a tudo” (LE, questão 85)  Século XX: - TEORIA DAS SUPERCORDAS: mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. 2- BIOLOGIA - “O corpo físico, não passa de um envoltório destinado a receber o Espírito./  Pouco importam sua origem e os materiais que entraram em sua construção(..). Tem a formá-lo os mesmos elementos que o dos animais(...) Abstraindo o Espírito, o homem nada tem que o distinga do animal. Tudo, porém, muda de aspecto, logo que se estabelece distinção entre a habitação e o habitante”.(G, cap 11, item 14)  SÉCULO XXI: - 13/6/2012 – Divulgado que Cientistas constataram que o DNA do macaco Bonobo é igual ao dos humanos em 98,7%.  A descoberta concluiu que Bonobos e homens têm o mesmo mapa genético compartilhado entre os Chimpanzés e humanos. Já entre esses macacos, a semelhança no DNA é de 99,6%.  3- 1857  PENSAMENTO - é uma força real; atributo do espírito, tendo o cérebro apenas como um instrumento; propaga-se impregnado de fluido perispiritual que o transmite em ondas e irradiações ao infinito, sem que se consiga isolá-lo, sem obstáculos, sem se confundir; atuante sobre os fluidos ambientes que perturba ou harmoniza como o som sobre o ar; se negativo, emite uma corrente fluídica que causa penosa impressão e, se positivo, um eflúvio agradável se reflete no envoltório perispiritual como num espelho SÉCULO XXI: -  4/7/2012 / VEJA / iBrain - dispositivo portátil desenvolvido pelo neurocientista Phillip Low para decodificar e  mapear  ondas eletromagnéticas produzidas pelo ato de pensar  analisadas por um computador  Funciona assim: O indivíduo  pensa, o aparelho detecta e capta a  onda eletromagnética específica, a qual contem a palavra codificada. que captada permite a comunicação com os outros, via computador. Outra novidade é o Exoesqueleto, que é uma veste robótica controlada pelo pensamento que vem sendo desenvolvida para possibilitar que lesionados de medula voltem a andar.



 


 



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Lucidez

As questões de ordem mental não estavam entre as prioridades da Medicina em meados do século 19. Os portadores de distúrbios nesta área eram, por sinal, tratados de forma desumana. N’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questões 371 a 374, Allan Kardec argui a Espiritualidade sobre o assunto, obtendo informações interessantes a respeito da chamada idiotia, hoje classificada pela Psiquiatria como tríade oligofrênica que é caracterizada pelo menor grau de desenvolvimento intelectual, sendo incapaz de articular palavras; assimilar noções de higiene ou mesmo desenvolver pudor. O século 20 abriu campo para evoluções no conhecimento e tratamento dos portadores do chamado - durante bom tempo - excepcional, substituído hoje, pelo termo especial.  Mas, por traz do corpo limitado por várias restrições, nem sempre somente mentais, como se encontra o Espírito dele prisioneiro? Está inconsciente? Na REVISTA ESPÍRITA de junho de 1860, seu editor Allan Kardec incluiu interessante material em torno de uma abordagem  havida na reunião da Sociedade Espírita de Paris, de 25 de maio passado.  Como campo de estudo, Charles de Saint-G..., um jovem idiota de treze anos, encarnado, e cujas faculdades intelectuais eram tais que nem conhecia os pais e apenas podia alimentar-se. Havia nele uma parada completa do desenvolvimento em todo o sistema orgânico. Pensou-se que poderia ser assunto interessante de estudo psicológico. Consultado, o Espírito São Luiz, responsável pelas atividades da Sociedade Espírita de Paris, respondeu afirmativamente, explicando que isso poderia ser feito a qualquer momento, pelo fato de sua alma se ligar ao corpo por laços materiais, mas não espirituais, podendo sempre desprender-se”. Cumpridos os procedimentos habituais, o comunicante começou sua manifestação dizendo ser “um pobre Espírito ligado a Terra, como uma ave por um pé”. Indagado se tinha consciência de sua nulidade no mundo, responde: -“Certamente: sinto bem meu cativeiro”. Perguntado se quando seu corpo dormia e seu Espírito se desprendia, tinha ideias tão lúcidas quanto se estivesse em estado normal, informou que “estava um pouco mais livre para se elevar ao Céu a que aspirava”. Questionado se como Espírito experimentava um sentimento penoso quanto ao seu estado corporal, respondeu que sim, “por se tratar de uma punição”. Quanto a se lembrar de sua existência anterior, disse que “sim, por ser ela a causa de seu exílio atual. Revelou na entrevista conduzida por Allan Kardec que a encarnação onde se desencadeou sua desventura na presente existência, ocorreu ao tempo em que reinava Henrique III; que a forma como se processava seu reajuste não resultara de uma decisão sua, mas uma imposição como forma de punição; que embora parecesse nula pelas limitações em que vivia, tal existência perante as Leis de Deus tem sua utilidade; que não viveria muitos anos mais; que da existência em que  gerou a desarmonia atual trezentos anos antes até a reencarnação recém-terminada, permaneceu no Plano Espiritual. Sobre se no estado de vigília tinha consciência do que se passava ao seu redor, a despeito da imperfeição dos órgãos de seu corpo físico, disse: -“Vejo, entendo, mas o corpo não compreende nem vê”. Se algo de útil poderia ser-lhe feito, afirmou que “nada”. Finalizando a entrevista, Kardec procurou ouvir de São Luiz se as preces poderiam ter a mesma eficácia que por um Espírito errante, que explicou: -“As preces são sempre boas e agradáveis a Deus. Na posição deste pobre Espírito, elas não lhe podem servir; servirão mais tarde”. Comentando a experiência daquela reunião, Kardec acrescentou: -“Ninguém desconhecerá o alto ensinamento moral que decorre desta evocação. Além disso, ela confirma o que sempre foi dito sobre os idiotas. Sua nulidade moral não significa nulidade do Espírito, que, abstração feita dos órgãos, goza de todas as faculdades. A imperfeição dos órgãos é apenas um obstáculo à livre manifestação das faculdades; não as aniquila. É o caso de um homem vigoroso, cujos membros fossem comprimidos por laços. Sabe-se que, em certas regiões, longe de serem objeto de desprezo, os cretinos são cercados de cuidados benevolentes. Este sentimento não brotaria de uma intuição do verdadeiro estado desses infelizes, tanto mais dignos de atenções quanto seu Espírito, que compreende sua posição, deve sofrer por se ver como um refugo da sociedade?”.



















segunda-feira, 3 de junho de 2013

Homossexualismo na Visão de Emmanuel (Espírito)

O livro, pouco conhecido hoje, nasceu no caminho da década de 70, ante a “agitação que os problemas do sexo, incontestavelmente, já impunha a vastos setores da vida humana”, explica seu autor no prefácio. Respondia a indagação sobre “de que forma, as teses do sexo são tratadas do Plano Espiritual para o Plano Terrestre?”. Nada mais pretendia, que “reformular o pensamento e a definição dos Mensageiros Espirituais que orientaram Allan Kardec, nos primórdios da Doutrina Espírita, em sua função de Consolador Prometido ao mundo pelo Cristo”. Demonstra que já no século 19, “previa-se o choque de opiniões, em matéria afetiva, que a Humanidade enfrenta”. E, em suas abordagens, o Espírito Emmanuel, através do médium Chico Xavier, inseriu entre os capítulos de LEIS DE AMOR (feb), Homossexualidade, com a qual concluiremos a série de postagens sobre o assunto:-“A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação. Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual, que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com  o próprio desenvolvimento da Humanidade ( dito em 1970), e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais. A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do Bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência. A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição feminina, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta. À face disso, a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou vice-versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias. Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas. O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, consequentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam. Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maneira heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da Vida Eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito da Justiça e Misericórdia .Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um”.

sábado, 1 de junho de 2013

Homossexualismo na Obra de André Luiz (Espírito)

Comportamento presente em todas as etapas da evolução social humana, o tema homossexualismo foi objeto de questionamentos em reuniões relatadas pelo Espírito do médico que através do médium Chico Xavier construiu a excepcional obra conhecida como Série NOSSO LAR. A primeira abordagem encontra-se no livro AÇÃO E REAÇÃO (feb,1957), que minudencia aspectos da LEI DE CAUSA E EFEITO. Deu-se em reunião de André Luiz e Hilário Silva com o Instrutor Espiritual Silas que oferecendo esclarecimentos sobre o tema diz: -“Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do Ser, é natural que o Espírito acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher, e que o Espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem. Contudo em muitas ocasiões, quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus, ocorrendo idêntica situação à mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à devassidão e à delinquência, cria para si mesma terrível alienação mental para além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu Ser o respeito que deve ao homem, perante o Senhor. Nessa definição, porém, não incluímos os grandes corações e os belos carateres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em corpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, posição solicitada por eles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e valor, não só o acrisolamento moral de si mesmos, como também a execução de tarefas especializadas, através de estágios perigosos de solidão, em favor do campo social terrestre que se lhes vale da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e no progresso espiritual”. Em 1963, no livro SEXO E DESTINO (feb), André Luiz incluiria resposta do Instrutor Espiritual Felix a pergunta que lhe foi formulada sobre o tema: -“ Inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam. Homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, como são suscetíveis de retomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação. A alma reencarna, nessa ou naquela circunstância, para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal, o que nos constrange a reconhecer que os delitos, sejam quais sejam, em quaisquer posições, correm por nossa conta. Nos foros da Justiça Divina, em todos os distritos da Espiritualidade Superior, as personalidades humanas tachadas por anormais são consideradas tão carentes de proteção quanto as outras que desfrutam a existência garantida pelas regalias da normalidade, segundo a opinião dos homens, observando-se que as faltas cometidas pelas pessoas de psiquismo julgado anormal são examinadas no mesmo critério aplicado às culpas de pessoas tidas por normais, notando-se, ainda, que, em muitos casos, os desatinos das pessoas supostas normais são consideravelmente agravados, por menos justificáveis perante acomodações e primazias que usufruem, no clima estável da maioria (...). No tocante aos preceitos e preconceitos vigentes na Terra, os homens não podem efetivamente alterar, de chofre, as leis morais em que se regem (...). No mundo vindouro (foi dito em 1963), os irmãos reencarnados, tanto em condições normais quanto em condições julgadas anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade humana, reparando-se as injustiças assacadas, há séculos, contra aqueles que renascem sofrendo particularidades anômalas, porquanto a perseguição e a crueldade com que são batidos pela sociedade humana lhes impedem ou dificultam a execução dos encargos que trazem à existência física, quando não fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de mentir incessantemente para viver, sob o Sol que a Bondade Divina acendeu em benefício de todos”.