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sexta-feira, 30 de maio de 2014

OS ESPÍRITOS DO SENHOR

    
   As - certamente angustiantes - horas que antecederam a prisão de Jesus como resultado das tramas urdidas por inimigos, encarnados e desencarnados, segundo relatado no capítulo quatorze do Evangelho atribuído ao discípulo João, demonstram a dificuldade dos seguidores mais próximos em entender o real significado do que o líder e Mestre, estava tentando dizer. No versículo 26, porém ele afirma: -“Eu rogarei a Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo pode receber, porque não o vê nem conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós (...). Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Quase 20 séculos se passaram e, no prefácio de uma das obras básicas do Espiritismo – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO -, Allan Kardec inseriu trecho de uma mensagem assinada pelo Espírito da Verdade – supostamente o próprio Jesus - dizendo: -“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vem iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos. Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”. Observa-se que no texto não fica explícita essa ação seja em nome do Espiritismo, restringindo-a, portanto.  Embora o trabalho de observações e pesquisas de Kardec tenham se iniciado somente em 1854, mensagem de um Espírito identificado como Dr. Barry, inserida no capítulo dezoito do livro A GÊNESE revela que as ações dos Espíritos do Senhor, se iniciaram um século antes da Codificação dos princípios espíritas. Vários fatos confirmam que os chamados fenômenos de efeitos físicos, a princípio, e, intelectuais, na continuidade, já atraiam atenções na Europa e América do Norte. O livro JOANA D’ARC POR ELA MESMA, recebida pela médium Ermance Dufaux, quando ela contava apenas 14 anos, foi publicada em 1855, dois anos antes d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Concluída a tarefa de Kardec, teria se interrompido tal processo? A lógica e o bom senso dizem que não. Considerando a condição espiritual de encarnados e desencarnados, problemas culturais, interferências decorrentes do personalismo, após a desencarnação do professor Rivail que se ocultava no pseudônimo Allan Kardec, em todo planeta prosseguiu o trabalho dos Espíritos do Senhor, semeando as verdades ofuscadas pelas ambições humanas ao longo dos quase 20 séculos transcorridos desde a passagem de Jesus por nossa Dimensão. Se nos aprofundarmos no conhecimento sobre o surgimento de muitas obras e descobertas que influenciaram movimentos e inovações no pensamento da coletividade humana, constataremos que a ação da Espiritualidade fica evidenciada. A dinâmica, se deu através de AÇÕES OBJETIVAS (mediunidade ostensiva dos efeitos inteligentes e efeitos físicos) e de AÇÕES SUBJETIVAS (mediunidade oculta – inspiração - na literatura, artes, cultura, cinema, terapias psicológicas, novas propostas filosófico / religiosas). Inúmeras podem ser essas constatações, entendidas a partir de dois comentários presentes n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS. No item 294: “Quando é chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom termo, e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, porque, essas ideias, é preciso que as elabore e as execute. Ocorre o mesmo com todos os grandes trabalhos de inteligência humana”. E, no item 183: -“Artistas, sábios, literatos, são sem dúvida, Espíritos avançados, capazes por si mesmos de compreender e de conceber grandes coisas; ora, é precisamente por que são julgados capazes, que, os Espíritos que querem o cumprimento de certos trabalhos lhes sugerem as ideias necessárias, e é assim que, o mais frequentemente, são médiuns sem o saberem. Tem, no entanto, uma vaga intuição de uma assistência estranha, porque quem apela para a inspiração, não faz outra coisas senão uma evocação”. Apenas para citar alguns na categoria de subjetivas, destacamos três exemplos, por localidade e cronologia: 1- Paris (FR) – 1903 – Investigando o possível fenômeno de exteriorização da consciência em estado de transe, o engenheiro Albert de Rochas, depara-se com a regressão de memória a vidas passadas. 2 - Suécia – 1959 – Friedrich Juergenson capta pela primeira vez vozes de Espíritos desencarnados através de um gravador magnético enquanto tentava registrar o canto de pássaros. 3 - Colorado (EUA) – 1966 – Ian Stevenson, catedrático de Psiquiatria na Universidade da Virgínia, publica VINTE CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO. 


quarta-feira, 28 de maio de 2014

JÁ ACONTECEU COM VOCÊ?


Você já teve a impressão de ter sido salvo de algum perigo por uma voz de origem desconhecida? Já teceu fluente comentário sobre assunto não tão conhecido por você? Pois essa inspiração, segundo o Espiritismo, tem origem em acompanhantes espirituais ligados a você que, exercem salvadora influência em momentos, por vezes, críticos. No número de janeiro de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, seção Ensino Espontâneo dos Espíritos, encontramos uma mensagem assinada pelo Espírito Chaning oferecendo interessantes elementos para nossas reflexões a propósito da ação dos Amigos Espirituais em nossa vida diária. Channing, cujo nome completo é William Ellery Channing, viveu por 62 anos entre 1780 e 1842, nos Estados Unidos da América do Norte. Tendo estudado Teologia em Newport e Harvard, tornou-se um pregador de sucesso em várias igrejas protestantes de Boston, tendo trabalhado em seu País, para a eliminação da escravidão, do alcoolismo, da pobreza e da guerra. Preferindo evitar temas polêmicos da Doutrina que seguia, pregava a moralidade, a caridade e as responsabilidades cristãs. Não acreditava que a sociedade pudesse ser melhorada por ações coletivas, descrevendo sua própria luta “como um sistema racional e amável contra o não entendimento dos homens da caridade e da piedade”. Pelas suas participações nas publicações assinadas por Allan Kardec, percebe-se que inclui-se entre os integrantes da equipe do ESPIRITO DA VERDADE empenhados na formulação da proposta revolucionária do Espiritismo. No capítulo 21 d’O Livro dos Médiuns, por exemplo, opinando sobre as resistências impostas à Doutrina Espírita, diz: -“Qual a instituição humana, ou mesmo divina, que não encontrou obstáculos a vencer, cismas contra os quais lutar? Se apenas tivesses existência triste e lânguida, ninguém vos atacaria, sabendo perfeitamente, que havíeis de sucumbir de um momento para o outro. Mas, como a vossa vitalidade é forte e ativa, como a árvore espírita tem fortes raízes, admitem que ela viverá longo tempo e tentam golpeá-la a machado. Que conseguirão esses invejosos? Quando muito deceparão alguns galhos, que renascerão com seiva nova e serão mais robustos que nunca”. Na referida manifestação versando sobre a ação desses protetores espirituais, Channing diz: -“Todos os homens são médiuns; todos tem um Espírito que os dirige para o Bem, quando sabem escutá-lo. Agora, se alguns com ele se comunicam por meio de uma mediunidade particular, se outros não o escutam senão pela voz do coração e da inteligência, pouco importa: nem por isso deixa de ser o seu Espírito familiar que os aconselha. Chamai-o Espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde a vossa alma e vos dita boas palavras. Apenas nem sempre as compreendeis. Nem todos sabem agir segundo os conselhos dessa razão – não dessa razão que se arrasta e se roja, em vez de marchar, dessa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para as regiões desconhecidas; chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que eleva o filósofo, sopro que arrasta os indivíduos e os povos, razão que o vulgo não pode compreender, mas que aproxima o homem da Divindade mais que outra criatura; entendimento que sabe conduzi-lo do conhecido para o desconhecido e o faz executar as mais sublimes coisas. Escutai, pois, esta voz interior, esse bom gênio, que vos fala incessantemente, e chegareis, progressivamente, a ouvir o vosso Anjo da guarda, que do alto do céu vos estende as mãos”. Como podemos concluir, a suscetibilidade mental para captarmos o pensamento dos Espíritos, não só “rastreia” as sugestões más. Acolhe também as boas.




segunda-feira, 26 de maio de 2014

APENAS MUDARAM DE PLANO (2)

Esclarece o Espiritismo que “as dificuldades por nós enfrentadas nesta Dimensão, tem o tamanho de nossa capacidade de suportação”. Certamente, convivendo por décadas com desesperados pela inesperada perda de entes amados, Chico Xavier costumava dizer não existir dor maior que a de uma mãe ante a morte de seu filho. Nesse sentido, o médium fez-se ponto de interação entre diferentes Planos Existenciais, constituindo-se como definiram no “carteiro de Deus”. Centenas de Espíritos, testemunharam aos que ficaram, sua sobrevivência. Explicando o “por que” do sofrimento de pais que se veem privados do convívio físico dos filhos pelas mortes prematuras, o Espírito André Luiz, nos repassa no livro AÇÃO E REAÇÃO (feb,1957), comentário do Instrutor Druso, segundo a qual  “a dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mutuas”, sendo os envolvidos, “cumplices de delitos lamentáveis do passado ou pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas”. Do substancial acervo citado, recolhemos mais alguns casos de vítimas da violência. Registram os primeiros momentos após o “desembarque” no Mundo Espiritual. CASO 1- SRGM, 28 anos, solteiro, médico, alvejado em roubo de seu carro, após ter deixado sua namorada em casa: DEPOIMENTO: - “Infelizmente, o projétil que me foi atirado alcançou o alvo, e não pude reter a mim próprio no corpo, que em perdas de sangue exauria. Possuía em João Pessoa, a jovem que aspirava a adquirir por esposa, e estava a reconduzi-la para casa quando, ao voltar para o meu recanto, fui assaltado por irmãos infelizes que me alvejaram e tomaram o carro à força, sem que eu pudesse me defender. Lembrei-me, porém, das velhas e sempre novas orações que minha mãe me fazia repetir todas as noites, em criança, e deixei o corpo entre a esperança em Deus e a saudade do lar. Estou bem, Estejam tranquilos (...). Encontrei com vários colegas que comunicaram que no Plano Espiritual existem mais doentes do que na própria Terra”. (GRATIDÃO E PAZ, ide). CASO 2 – AMC, 24 anos, solteiro, formando em Engenharia Química, alvejado durante assalto. DEPOIMENTO: - “Ainda me sinto chocado com o assalto de que a Jane e eu fomos vítimas. Esperávamos o documento de que precisávamos e dialogávamos com alegria, quando nossos irmãos infelizes nos intimaram de armas na mão. Por que estranhasse em voz alta aquela violência toda, o tiro partiu de um deles, alcançando-me uma das vértebras, varando tecido delicado da medula. Num relance, compreendi tudo, enquanto os assaltantes fugiram depressa, naturalmente receando represálias por parte de amigos que, de imediato, nos chegaram (...). Conduzido ao socorro, ainda pude notar o olhar de comiseração dos médicos e amigos; no entanto, o meu pensamento esmoreceu no cérebro e dormi pesadamente no chamado torpor da morte (...). Despertei num lugar aprazível, cercado de árvores”. (GRATIDÃO E PAZ, ide). CASO 3 – OT; 21 anos, solteiro, comerciante, alvejado ao sair em defesa do pai durante assalto à sua Casa Lotérica. DEPOIMENTO: -“Estou a recordar nossa reunião em casa, ao fundo da loja e a chegada repentina dos infelizes irmãos que nos ameaçaram. Lembro-me de que o sangue me subiu à cabeça e me coloquei na defesa do papai, quando o tiro explodiu e o projétil me alcançou. Detive-me por momentos, no esforço que me quebrantou o ânimo, no entanto, era impossível erguer-me e seguir no encalço dos pobres amigos que nos experimentavam a fé. Tive momentos de lucidez e dei graças a Deus ao ver que o papai e Omar estavam livres da agressão. Enquanto me via no centro das aflições gerais, concentrei-me na oração, rogando a Jesus me fizesse aceitar a provação sem revolta e, aos poucos, como que se fez noite para meus olhos, quando estávamos em pleno dia. Em seguida a isso, minhas energias esmoreceram de todo. Por fim o sono, um torpor implacável que me invadiu todo o corpo, a ponto de não conseguir mover um dedo. Depois, o esquecimento. A memória fugira(...). Chegou, porém, o instante em que despertei vagarosamente (...). Do projétil nada me restava senão leve dor no local ferido”.(AMOR E SAUDADE, ideal) CASO 4FQ, 48 anos, casado, três filhos, dois netos, motorista de caminhão, vitimado por dois caronas no trecho entre Belém (PA) e Brasília (DF): DEPOIMENTO: -“Dei abrigo a dois companheiros que rogavam socorro na estrada, mal sabendo que instalara comigo aqueles mesmos irmãos que me furtariam a vida. Pedi compaixão para o pai de família que eu era, falei de você e em nossos filhos, e quis colocar-me de joelhos (...). Vi que me abatiam como se eu fosse um animal no matadouro, mas pensei em Deus e aceitei com resignação o golpe que me impunham. Que poder prodigioso exerce a cruz do Cristo sobre nós nas grandes horas da vida quando a vida se abeira da morte por violência. Quando me entreguei a Ele, Nosso Senhor e Mestre, depondo você e os filhos, por imaginação, nos braços de Quem, quanto Ele, é a nossa salvação e nossa luz, a paz me penetrou o Espírito e adormeci”. (REENCONTROS, ide)

sábado, 24 de maio de 2014

APENAS MUDARAM DE PLANO EXISTÊNCIAL

Vitimas de ações daqueles que veem na violência uma forma de obter de forma fácil o que muitos conquistam nas lutas e dificuldades de cada dia, se serviram de Chico Xavier para confirmar aos familiares mergulhados no desespero, e na dor da separação compulsória, que continuam vivos, em outra Dimensão. Atestados, obtidos em reuniões públicas, ante o olhar ansioso, angustiado, sofrido de dezenas de pessoas que, intimamente, alimentavam a expectativa que uma das cartas mediúnicas, recebidas naquelas reuniões se dirigisse a elas. Textos, invariavelmente, permeados por ricos detalhes, nomes, apelidos somente do conhecimento dos familiares a que se destinavam, geralmente, sem ter tido contato prévio com o médium. Do riquíssimo acervo construído ao longo de quase três décadas, destacamos alguns para reflexão: CASO 1- C. G., 45 anos, advogado, casado, cinco filhos, alvejado durante assalto próximo de sua residência, quando retornava de instituição bancária, morrendo ao dar entrada em Hospital para onde foi levado. DEPOIMENTO: -“Estive consciente, embora plenamente anulado, até o Hospital São Caetano. Quando me vi cercado por médicos e enfermeiros, um homem chegou, de leve, até onde me achava estirado e se aproximou de meus ouvidos, dizendo: -“Filho, não tenha medo!. Jesus não nos abandona. Não se aflija com a agressão de que foi vítima! Descanse o seu pensamento que a dor esfacela e pense na Bondade de Deus! Entregue a esposa e os filhos à Misericórdia de Divina e repouse”. Quem me falava assim no tom que não posso esquecer? Ele respondeu-me: -“Estamos juntos. Sou o seu pai Mário que volta a você para transportá-lo comigo!”. Ao ouvir aquelas palavras as lágrimas brotaram dos meus olhos e procurei a tranquilidade na oração última. Então, senti que, enquanto ali se preocupavam com o meu corpo ensanguentado pelo tiro que me alcançara, meu pai estava comigo auxiliando-me a confiar em Deus. Uma bênção de paz me desceu ao coração e entreguei-me aos braços de meu pai, que se fazia acompanhado de outros amigos. Retiraram-me do corpo devagarinho, como se ele houvesse voltado a ser criança. Colocou-me de pé e abraçou-me como se eu estivesse nos dias da primeira infância e, tão pacificado me vi, que entrei num sono calmante para mim naquela hora incompreensível”. (do livro DÁDIVAS ESPIRITUAIS, ideal). CASO 2 J. R. A., 62 anos, motorista de táxi, casado, 10 filhos, morto a golpes de faca, por passageiros que lhe solicitaram os levasse de Apucarana a Campo Mourão, cidades paranaenses, tendo seu corpo sido ocultado em plantação de soja à beira da estrada. DEPOIMENTO: - “Lembro-me que um golpe me retirou qualquer faculdade de reação. Orei, reclamando vocês todos, esposa querida e filhos meus!. Sabia, porém, que havia soado a hora, a hora que ninguém espera e sempre chega.. Tentei pedir clemência e dizer que entregava tudo, mas me poupassem a vida, no entanto, a voz não saia mais. Notei que mãos vigorosas me deitavam numa plantação que me oferecia repouso(...). Adormeci pensando na família, e procurando esquecer qualquer sentimento que me azedasse as ideias(...). A princípio, fui conduzido para um hospital, em que o amigo espiritual Dr Leocádio me prestou imensos serviços”.. (do livro VITÓRIA, ide). CASO 3E. R. R. P., 26 anos, comerciante, noivo, baleado durante tentativa de assalto a seu estabelecimento. DEPOIMENTO: -“O que me aconteceu a princípio, para nós todos, foi algo inesperado e terrível. Achava-me com a alegria do Ano Novo, trabalhando em Itapema, longe de imaginar que seria alvejado por bagatela. Quando me vi sob o fogo da arma disparada, caí num torvelinho de ideias desencontradas (...). Lutei para não dormir naquela hora difícil, ansiando prosseguir no comando de meu corpo, mas todo o esforço se fazia inútil. Por fim, entrei num desmaio como se meus pensamentos fossem uma vela acesa que se apagava de repente... Quis pensar em reagir, mas no fundo de meu coração, qual se alguém me quisesse refletindo em Jesus nos momentos que me precediam o repouso, me falava um voz que parecia vir de mim mesmo: -“Filho, pense em Jesus, perdão para nós todos, ódio nunca” (...). Dormi profundamente e não tive qualquer contato com a realidade de tudo, quanto se seguia aquela agressão (...). Quanto tempo perdurou aquele torpor imprevisto não sei. Lembro-me de haver acordado num aposento de hospital, que me fazia supor numa internação em algum pronto socorro da Terra mesmo. Acordei sentindo muita agitação e não sabia se era dor ou angústia, porque os quadros ao redor não me tranquilizavam, apesar do cuidado carinhoso que se mantinha no recinto”(do livro  RETORNARAM CONTANDO, ide). 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

REFLETIR,VIGIAR, SEM PAIXÃO

A grande quantidade de obras mediúnicas atualmente publicadas em nome do Espiritismo, semeando “revelações” de conteúdo duvidoso e discutível, empolga leitores sem conhecimentos mais aprofundados e editores ávidos de investimento com retorno garantido. O surrealismo de algumas obras bem demonstram, o quanto os interesses dos que trabalham contra o progresso espiritual das criaturas se evidencia. Os 50 anos que nos separam da opinião – “os milhões de Espíritos inferiores que cercam a Humanidade possuem seus médiuns, impossível negar isso” -, colhida pelo Espírito André Luiz junto ao também Espírito Gabriel Delanne, no dia 20 de agosto de 1965, em Paris, França, e reproduzida no livro ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS, (1965, feb) mostram o acerto do comentário. Na seção Instruções do Espíritos do numero de dezembro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, encontramos interessante e atualíssima mensagem escrita pelo Espírito Erasto, através do médium Sr. D’Ambel, em fevereiro daquele ano, confirmando isso. Identificando-se como um discípulo de São Paulo, apóstolo, Erasto desempenhou importante papel nos bastidores espirituais da Codificação, tendo 15 de seus trabalhos incluídos por Kardec, em diferentes edições da REVISTA ESPÍRITA, além de opiniões n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS e textos n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Entre as observações contidas na extensa mensagem intitulada Os Conflitos, destacamos: - “Há no momento uma recrudescência de obsessão, resultado da luta que, inevitavelmente, devem sustentar as ideias novas contra seus adversários encarnados e desencarnados. Habilmente explorada pelos inimigos do Espiritismo, a obsessão é uma das provações mais perigosas que ele terá de sofrer, antes de se fixar de maneira estável no espírito das populações; assim, deve ser combatida por todos os meios possíveis e, sobretudo, pela prudência e pela energia de vossos guias, espirituais e terrestres. De todos os lados surgem médiuns com supostas missões, chamados, ao que dizem, a tomar em mãos a bandeira do Espiritismo e plantá-la sobre as ruinas do Velho Mundo (...). Não há individualidade, por medíocre que seja, que não tenha encontrado, como Macbeth, um Espírito para lhe dizer: -“Tu também serás rei”, e que não se julgue designada a um apostolado muito especial. Há poucas reuniões íntimas e, mesmo, grupos familiares, que não tenham contado entre seus médiuns ou seus simples crentes, uma alma bastante enfatuada para se julgar indispensável ao sucesso da grande causa, muito suntuosa para se contentar com o modesto papel de obreiro, trazendo a sua pedra do edifício. Quase todos os médiuns, em seu início, são submetidos a essa perigosa tentação. Alguns resistem; mas muitos sucumbem, ao menos por algum tempo, até que cheques sucessivos venham desiludi-lo (...). E que querem certos Espíritos da erraticidade fomentando, entre as mediocridades da encarnação, essa exaltação do amor próprio e do orgulho, senão entravar o progresso”. Citando aqueles que revelam certos acontecimentos que se vão realizar, fixando épocas, precisando datas; outros, que prometem fortuna fácil, descobertas maravilhosas, a glória, honrarias, enfim, numa palavra, Espíritos perversos, considera que nada mais fazem que explorar todas as ambições e cobiças dos homens. Aponta como principal resultado dessas ações, “as decepções, os dissabores, o ridículo, por vezes a ruína, justa punição do orgulho presunçoso, que se julga chamado a fazer melhor que todo mundo, desdenha os conselhos e desconhece os verdadeiros princípios do Espiritismo”. Destaca que “o número dos médiuns é hoje incalculável e é desagradável ver que as almas se julgam os únicos chamados a distribuir a verdade ao mundo e se extasiam ante banalidades que consideram monumentos (...). Como se a verdade tivesse esperado sua vinda para ser anunciada. Alerta: -“É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem suspeita, que parecem, ou vão parecer, contrárias a todas as que não tivessem uma atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do Mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos da discórdia(..) Tende igualmente como certo que todo Espírito que a si mesmo se anuncia com um Ser superior e, sobretudo, como de uma infalibilidade a toda prova, ao contrário, é o oposto do que se anuncia pomposamente”. Finalizando sua comunicação, Erasto, otimista, avalia que “esse conflito, é inevitável, porque o homem é manchado de muito orgulho e egoísmo, para aceitar sem oposição uma verdade nova qualquer; digo mesmo que esse conflito é necessário, porque é o atrito que desfaz as ideias falsas e faz ressaltar a força das que resistem. Em meio a esta avalanche de mediocridades, de impossibilidades e de utopias irrealizáveis, a Verdade, esplendida, espalhar-se-á na sua grandeza, e, na sua majestade”.

terça-feira, 20 de maio de 2014

MUITO ALÉM DO QUE SE VÊ


A explicação é de Allan Kardec, fundamentada nas observações e informações reveladas pelos Espíritos que o auxiliaram na formulação dos conteúdos do Espiritismo. Segundo ele, o ponto de partida de tudo que há é o que chama de Fluido Cósmico Universal. Diz que “o fluído cósmico, conquanto emane de uma fonte universal, se individualiza, por assim dizer, em cada Ser, adquirindo propriedades características, que permitem distingui-lo de todos os outros. Nem mesmo a morte apaga esses caracteres de individualização, que persistem longos anos após a cessação da vida (...). Cada um de nós tem, pois, seu fluido próprio, que nos envolve e acompanha em todos os movimentos, como a atmosfera acompanha cada planeta. É muito variável a extensão da irradiação dessas atmosferas individuais. Achando-se o Espírito em estado de absoluto repouso, pode essa irradiação ficar circunscrita nos limites de alguns passos; mas, atuando a vontade, pode alcançar distâncias infinitas. A vontade como que dilata o fluido, do mesmo modo que o calor dilata os gases. As diferentes atmosferas individuais se entrecruzam e misturam, sem jamais se confundirem, exatamente como as ondas sonoras que se conservam distintas, a despeito da imensidade de sons que simultaneamente abalam o ar. Pode-se, por conseguinte, dizer que cada indivíduo é centro de uma onda fluídica, cuja extensão se acha em relação com a força da vontade, do mesmo modo que cada ponto brilhante é centro de uma onda sonora, cuja extensão está na razão propulsora do fluido, como o choque é a causa de vibração do ar e propulsor das ondas sonoras. Das qualidades peculiares a cada fluido resulta uma espécie de harmonia ou desacordo entre eles, uma tendência a se unirem ou evitarem, uma atração ou repulsão, numa palavra: as simpatias ou antipatias que se experimentam, muitas vezes sem manifestas causas determinantes. Se nos colocamos na esfera de atividade de um indivíduo, sua presença não raro se nos revela pela impressão agradável ou desagradável que nos produz seu fluido. Se estamos entre pessoas de cujos sentimentos não partilhamos, cujos fluidos não se harmonizam com os nossos, penosa reação entra a oprimir-nos e sentimo-nos ali como nota dissonante num concerto! Se, ao contrário, muitos indivíduos se acham reunidos em comunhão de propósitos e intenções, os sentimentos de cada um se exaltam na proporção mesma da massa das forças atuantes. Quem não conhece a força de arrastamento que domina as aglomerações onde há homogeneidade de pensamentos e de vontades? Ninguém pode imaginar, a quantas influências estamos assim submetidos, à nossa revelia”. Embora reconhecendo não poder pronunciar-se afirmativamente sobre a possibilidade, Kardec cogita: -“Não podem essas influências ser a causa determinante de certas ideias, dessas ideias que em dado momento se nos tornam comuns e a outras pessoas, desses pressentimentos que nos levam a dizer: paira alguma coisa no ar, pressagiando tal ou tal acontecimento? Enfim, certas sensações indefiníveis de bem estar ou mal estar moral, de alegria ou tristeza, não serão efeitos da reação do meio fluídico em que nos encontramos, dos eflúvios simpáticos ou antipáticos que recebemos e que nos envolvem como as emanações de um corpo odorífico?”. Acrescenta “que é preciso convir, pelo menos, que a teoria do Fluido Cósmico individualizado em cada Ser sob o nome de fluido perispirítico, abre um campo inteiramente novo para a solução de uma infinidade de problemas até agora insolúveis”. Evoluindo seu raciocínio, afirma que “em seu movimento de translação, cada um de nós leva consigo a sua atmosfera fluídica, como caracol leva sua concha; esse fluido, porém, deixa vestígios da sua passagem; deixa um como sulco luminoso, inacessível aos nossos sentidos, no estado de vigília, mas que serve para que os sonâmbulos reconstituam os fatos ocorridos e examinem os motivos que os ocasionaram. Toda ação física ou moral, ostensiva ou não, de um Ser sobre si mesmo, ou sobre outro, pressupõem, de um lado, uma força atuante e, de outro, uma sensibilidade passiva. Em todas as coisas, duas forças iguais se neutralizam e a fraqueza cede à força. Ora, não sendo todos os homens dotados da mesma energia fluídica, ou, não tendo o fluido perispirítico, em todos, a mesma potência ativa, explicado fica por que, nuns, essa potência é quase irresistível, ao passo que, noutros, é nula; por que algumas pessoas são muito sensíveis à sua ação, enquanto outras refratárias”.

domingo, 18 de maio de 2014

POUCOS ACREDITAM

Sutil e discretamente, o assédio vai abrindo caminho para a manifestação de um processo revelado em resposta obtida por Allan Kardec dos Espíritos que o auxiliavam a compor o livro base do Espiritismo: -“Os Espíritos influenciam em nossos pensamentos e atos muito mais que se imagina, invariavelmente, nos conduzindo ”. Essa ação, em grande parte é motivada pelas necessidades conservadas pelos que morrem, de experimentar as sensações derivadas das dependências desenvolvidas durante a permanência no corpo físico. Como a propiciada pelo cigarro,  álcool, drogas aditivas e, até mesmo o sexo. Há, todavia, as enraizadas em vidas passadas onde relações mal encaminhadas resultaram em prejuízo moral ou material de alguém - ou alguns – que buscam a vingança do sofrimento experimentado. Muitos evoluem para transtornos psiquiátricos. Embora prevista, há alguns anos, pela Organização Mundial de Saúde em sua Classificação Internacional das Doenças (CID), ainda não se dá importância para avaliações estatísticas. Os que lidam com a problemática humana nas Casas Espíritas, porém, afirmam que a quantidade de pessoas com o problema é dominante. Enquadram-se nos níveis definidos por Allan Kardec como obsessão simples – que não tem motivações remotas -, a fascinação e a subjugação, quadros originados nas ligações passadas. A exposição da mente das pessoas veiculadas através, por exemplo, da televisão, à enorme quantidade de informações e imagens da realidade, ou mesmo, o estilo de vida do mundo moderno em que as questões espirituais não fazem parte da preocupação da maioria é fator predisponente à influencia dos dependentes sensoriais. Explicações contidas nas obras da série NOSSO LAR, construída pelo Espírito André Luiz, pela mediunidade de Chico Xavier, informam que o “pensamento é a base. “Além dos pensamentos comuns (experiência rotineira), emitimos com mais frequência os pensamentos nascidos do “desejo-central” que nos caracteriza, pensamentos esses que passam a constituir o reflexo dominante de nossa personalidade”. Acrescentam que “somos (seres humanos) fulcros geradores de vida, com qualidades específicas de emissão e recepção”. “Cada um, é tentado exteriormente pela tentação que alimenta em si próprio”, ou seja, “cada qual de nós vive e respira nos reflexos mentais de si mesmo”. “obsessão é um processo semelhante ao da hipnose”. Pesquisando os livros citados, destacamos 6 eloquentes exemplos: CASO 1-CARACTERÍSTICA - Homem, com Espírito parcialmente desligado do corpo físico, revelando posição de relaxamento, semelhante aos viciados em entorpecentes. CAUSA – Presença de três entidades femininas em atitudes menos edificantes, atraídas para a atmosfera pessoal do encarnado no dia que terminava, por meio de mentalizações na área da sexualidade desequilibrada. CASO 2 - CARACTERÍSTICA – Homem, 45 anos presumíveis, abatido, acometido de tremores, suando, corpo encharcado de álcool, do qual é dependente. CAUSA - Ação de quatro entidades desencarnadas que o submetiam aos seus desejos, alternando-se, uma a uma, para experimentar a absorção das emanações alcoólicas, no que sentiam singular prazer. CASO 3 - CARACTERÍSTICA- Mulher, jovem, revelando angústia e inconsciência, sob forte irritação, desarmonizando o ambiente para preocupação dos encarnados presentes. CAUSAAção de diversos perseguidores desencarnados, impondo-lhe terríveis perturbações, secundando um outro,  que revelava um quadro psicológico de satânica lucidez, maneiras cruéis, vingando-se de gesto assumido em existência passada em que ela, por simples capricho vendeu-lhe esposa e filhos, à época escravos de sua propriedade. CASO 4 - CARACTERÍSTICA - Mulher desconfiada e abatida, corroída pelo ciúme em relação ao marido que procura controlar com perguntas e cobranças em relação ao seu tempo. CAUSA – Ação de entidade feminina, ignorante e infeliz, a ela imantada, perseguindo e subjugando-a, para conseguir deplorável vingança, inclusive durante o sono físico, através do qual se serve para controlar-lhe a vontade, por meio de diálogos em que emprega toda sua astúcia em argumentos convincentes. CASO 5 - CARACTERISTICA Mulher, idade avançada, cabelos grisalhos, corpo magro, rosto enrugado, aparentando senilidade mental nas falas aparentemente desconexas proferidas com voz alterada. CAUSA Presença espiritual mediúnicamente registrada ao seu lado, na cama que ocupava, o qual ali se instalara desde muitos anos, logo após sua morte aparentemente acidental durante caçada esportiva com amigos. CASO 6 -CARACTERÍSTICA – Homem maduro, casado, acusando agoniada indisposição , como se estivesse sob o impacto de súbito desfalecimento, durante encontro que mantinha com mulher bem mais jovem em casa noturna. CAUSA ação de espírito desencarnado – seu sogro na presente existência -, esmurrando-lhe a face, ao surpreendê-lo em atividade extraconjugal durante a madrugada com mulher bem mais jovem, enquanto sua esposa experimentava os sofrimentos físicos e morais do câncer instalado em seu corpo físico.


sexta-feira, 16 de maio de 2014

NÃO INTERESSA SABER

Reproduzindo o pensamento dos Espíritos que com ele trabalhavam, Chico Xavier disse certa vez que “morrer é apenas mudar de Plano Existencial como alguém que se transferisse de uma cidade para outra”. Apesar do incontestável fato de que todos morrerão um dia, e, o extraordinário volume de documentos por ele gerados - especialmente nas últimas três décadas - através da sua mediunidade, a maioria das pessoas prefere ignorar o tema. Optam por sucumbir aos apelos do materialismo alienante, da frenética perseguição de metas e valores dos quais, a qualquer momento terão de se afastar motivado por um acidente, por um colapso em área vital do corpo físico, por uma doença qualquer. E, apesar da naturalidade do processo de mudança, do Espiritismo disponibilizar milhares de convincentes depoimentos de quem passou pela experiência, a verdade é que o que vai fazer a diferença é a forma como se viveu na Dimensão em que nos encontramos. Na obra NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, o Espírito André Luiz reproduz ponderação do Instrutor Áulus em que afirma que “-Trazemos conosco os sinais de nossos pensamentos, de nossas atividades e de nossas obras, e o túmulo nada mais faz que o banho revelador das imagens que escondemos no mundo, sob as vestes da carne”. Comparações entre depoimentos expostos por Allan Kardec na segunda parte d’ O CÉU E O INFERNO ou A JUSTIÇA DIVINA SEGUNDO O ESPIRITISMO, os obtidos através de Chico Xavier, mostram que a época não faz diferença. A situação do pós-morte, é, portanto, absolutamente pessoal, refletindo a realidade essencial, íntima, do individuo. No número de dezembro de 1860, da REVISTA ESPÍRITA, encontramos interessante caso incluído pelo editor. Trata-se de três comunicações de uma mulher de nome Clara, conhecida em vida da médium Sra Costel, revelando atroz sofrimento, justificado pela conduta e caráter sustentado enquanto encarnada. Era, segundo avaliação, dominada por um extremo egoísmo e personalismo, refletido, por sinal, na última comunicação por querer que a médium se ocupasse somente com ela. Na primeira mensagem, tentando explicar sua situação, sugere: -“Procura compreender o que é um dia que jamais acaba. É um dia, um ano, um século? Que serei eu? As horas não se marcam; as estações não variam; eterno e lento como a água que brota do rochedo, esse dia execrado, esse dia maldito pesa sobre mim como um estojo de chumbo... Sofro!... Nada vejo em volta de mim, senão sobras silenciosas e indiferentes... Sofro!”...  Na segunda: -“Minha desgraça cresce dia a dia; cresce à medida que o conhecimento da Eternidade se desenvolve em mim. Ó miséria! Quanto vos maldigo, horas culpadas, horas de egoísmo e de esquecimento em que, desconhecendo toda caridade, todo devotamento, eu só pensava no meu bem estar!”, sugerindo mais à frente: -“Que direi a ti, que me escutas? Vigia incessantemente sobre ti; amas aos outros mais que a ti mesma; não te demores nos caminhos do Bem estar; não engordes o teu corpo à custa de tua alma. Vigia, como dizia o Salvador a seus discípulos. Não me agradeças estes conselhos: meu Espírito os concebe, mas meu coração jamais os ouviu”. Na terceira: -“Venho procurar-te aqui, já que me esqueces. Crês que preces isoladas e o meu nome pronunciado bastarão para acalmar o meu sofrimento? (...) Eu quero, entende, eu quero que, deixando tuas dissertações filosóficas, te ocupes de mim; que os outros também se ocupem”. Solicitado a opinar, um guia espiritual da Sociedade Espírita de Paris disse: -“Esse quadro é verdadeiro, não estando, absolutamente exagerado. Talvez perguntem o que fez essa mulher para estar tão mal. Cometeu algum crime terrível? Roubou? Assassinou? Não. Nada fez que tivesse merecido a justiça dos homens. Ao contrário, divertia-se com aquilo a que chamai a felicidade terrena: beleza, fortuna, prazeres, adulação, tudo lhe sorria, nada lhe faltava e, vendo-a, assim, diziam: Que mulher feliz!. Invejavam sua sorte. Que fez ela? Foi egoísta; tinha tudo, menos um bom coração. Se não violou a lei dos homens, violou a Lei de Deus, porque desconheceu a caridade, a primeira das virtudes. Só amou a si mesma. Agora ninguém a ama. Não deu nada; nada lhe dão. Está isolada, cansada, abandonada, perdida no espaço, onde ninguém pensa nela, ninguém se ocupa com ela. Isso é o seu suplício. Como só buscou os prazeres mundanos que hoje não mais existem, fez-se o vazio em seu redor. Só vê o nada e o nada lhe parece a Eternidade. Não sofre torturas físicas; os diabos não vem atormentá-la, mas isto não é necessário. Ela própria se atormenta, sofre demasiado por que esses diabos seriam ainda seres que pensavam nela. O egoísmo constitui sua alegria na Terra; perseguiu-a. Agora é o verme que lhe rói o coração; é o seu verdadeiro demônio. Ah! Se os homens soubessem quanto lhes custa ser egoístas!. Entretanto, Deus vô-lo ensina todos os dias, pois vos envia tantos Espíritos egoístas à Terra para que, desde esta vida, eles se castiguem uns aos outros e melhor compreendam, pelo contraste, que a caridade é o único contra-veneno dessa lepra da Humanidade”.




quarta-feira, 14 de maio de 2014

SOLUÇÃO? NO CURTO PRAZO NÃO É POSSÍVEL

Duas crianças queimadas, sem possibilidade de fuga ou defesa, para vingar uma dívida contraída pelo irmão mais velho; outra, morta em circunstâncias cruéis pela madrasta e uma comparsa, aparentemente orientada pelo pai; uma adolescente morta afogada após vários golpes com pedra por outras duas, por causa de ciúme de um namorado; milhões de verbas destinadas para a educação, desviadas por autoridades públicas em esquemas de corrupção sustentado ao longo de quase uma década; bilhões que deveriam ser usados na construção de quilômetros de uma ferrovia desaparecidos sem que, ao longo dos anos, a obra tenha saído de um vídeo institucional. Imagens que retratam em poucos dias a caótica realidade que atinge uma parcela da Humanidade que vive na Terra nos presentes dias. Alguns dizem que tais problemas sempre existiram. A verdade é que a expansão demográfica do planeta, aliado ao distanciamento das questões espirituais por parte dos indivíduos agrava o quadro. Comentário feito por Allan Kardec n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, propõe a seguinte reflexão: -“Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. Defendia ele a ideia de que quando a educação moral for “conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. No mesmo comentário à questão 685, pondera que sem essa educação, “a ciência econômica não passa de teoria”. Chama a atenção para o fato de não ser essa “a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caráteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos”. Sem grandes esforços de raciocínio, podemos concluir que isso representaria uma postura radical dos que governam os diferentes povos, deliberando por medidas que somente mostrariam resultados a longo prazo,  modalidade que não se inclui nas plataformas e planos dos políticos atuais. Supondo-se que tal utopia se constituísse verdade, como ficaria o curto prazo? Aí, vale a opinião do médium Chico Xavier, destacado e preservado em resposta dada por ele, quando ainda estava encarnado: - Hoje ouvimos falar de muitos crimes cometidos por meninos de 10, 14 anos. Deveríamos tratar de códigos que dessem a maioridade aos 14 anos. A criança é chamada a memorizar as suas vidas passadas muito depressa, motivada pela televisão, etc.. Precisávamos da criação de leis que ajudem a criança a não se fazer delinquente nem viciada. O Governo não pode ser responsável por todas as nossas modalidades de penúria; não podemos exigir que nossos ministros venham a fazer intervenções em nossas vidas familiares. O problema da penúria é nosso. (...). Não temos uma disposição muito ativa em torno da criança considerada desvalida. Nós fazemos distribuições anuais, mas nos esquecemos que criança,, almoça todo dia, estuda todo dia, toma banho todo dia”. O tema é polêmico, porém, vale a pena recordar a resposta à pergunta 796, dada pelos Espíritos que ajudaram a formar a obra básica da Doutrina Espírita: - “Uma sociedade decadente tem certamente necessidade de leis mais severas; infelizmente essas Leis se destinam antes a punir o mal praticado do que a cortar a raiz do mal. Seria, contudo tratamento apenas para conter ou controlar os efeitos dramáticos observados na atualidade, pois, na mesma resposta eles dizem: -“Somente a educação pode reformar os homens, que assim não terão mais necessidade de leis tão rigorosas”. Quanto a nós, precisaríamos dar o primeiro passo, revendo nossa postura em relação à própria família, transformando nosso lar numa escola de valores eticamente corretos, especialmente através do exemplo, pois como afirmou em determinada manifestação o Espírito Emmanuel pela mediunidade de Chico Xavier, “os argumentos convencem, porém, os exemplos arrastam”.




segunda-feira, 12 de maio de 2014

FOI O INEVITÁVEL



Pairava um clima de expectativa e ansiedade naquele lar, na cidade de Itambé, a 500 quilômetros de Salvador, na Bahia, para a qual a família havia se mudado meses antes, procedentes de Piracicaba, São Paulo. Era sexta feira, 20 de junho de 1980, e, as malas estavam prontas desde cedo para a viagem programada para o final de semana, a fim de participarem, em cidade próxima, de tradicionais e conhecidas festas de São João. A tarde, porém, permanecia agitada e, Dona Vilma, ao fazer breve saída para comprar jenipapo para preparar um licor, guardou na memória a imagem da filha de dezesseis anos, Cris, deitada no tapete da sala, de bruços, ouvindo com uma amiga o último disco que havia comprado. Rememorando detalhes do que ocorreu na sua ausência diz que “foi num instante, de repente, tudo acabado. Não sabia como e nem por quê. Parecia uma enorme loucura, uma terrível mentira, um doloroso pesadelo. Cristiane morria em minhas mãos... e com ela, também, me sentia morrer”. O fato a que se refere somente seria devidamente aclarado, cinco meses e nove dias depois, através de uma carta que sua amada filha lhe escreveria através da mediunidade de Chico Xavier, na cidade de Uberaba, Minas Gerais, em reunião pública, entre outras recebidas. Era a terceira vez que ia ao encontro do médium: na primeira, ele se encontrava viajando; na segunda, o conheceu, encontrando a certeza e a esperança, ouvindo-o citar nomes impossíveis de serem por ele conhecidos, o que a fez pensar: -“Se esse homem vê e sabe os nomes de meus familiares, principalmente do meu bisavô, desencarnado há muitos anos, que nem meu pai conheceu, por que também Cris não estará viva? Claro que sim. Cris vive, meu Deus! Vive e esse homem pode vê-la!”. Para ela, surge então, “uma nova visão da vida, uma nova visão da morte”. Do Plano Espiritual, naquela ocasião, apenas um bilhete: -“Tão logo se nos faça possível, cooperaremos na obtenção das notícias solicitadas. Confiemos no amparo de Jesus, hoje e sempre”. Tal prognóstico se materializou na inesquecível noite de 29 de novembro, com a recepção da primeira das 5 mensagens que seriam escritas por de Cris. Iniciando suas notícias, Cristiane explica: -“A querida vovó Olimpia me trouxe aqui para este encontro. Comunica-me que devo explicações à querida família, o que tento articular nestas folhas escritas. Sobretudo, é a tranquilidade ao seu carinho, ao meu pai, aos irmãos, ao Paulinho e aos familiares que me cabe promover”. Mais à frente, do seu ponto de vista, explica o que ninguém entendeu: -“O que sucedeu foi o inevitável. Vendo-me com a Virna e conversando sobre as festas joaninas, repentinamente lembrei-me de que pretendia guardar alguns enfeites no móvel em que estava a arma do irmão. Sem a menor ideia de que o perigo nos cortejava, retirei-a, ou melhor, procurei retirá-la cuidadosamente do lugar em que se mantinha. Inábil qual me vi, não sei de que modo certa parte da arma tocou no móvel e o projétil foi arremessado sobre mim. Arrasada de susto e ainda desconhecendo que consequências poderiam sobrevir da ocorrência, estirei-me às pressas no leito rente a nós e, sinceramente, não sei de que maneira larguei a arma ou deixei-a em qualquer lugar, porque a intenção de acolher-me no leito foi meu propósito dominante. Era inútil gritar por socorro, porque as forças não davam para isso. Notava a aflição da companheira que não tivera participação alguma no episódio infeliz, entretanto, nem mesmo dirigir-lhe a palavra estava em meus recursos, porque a voz esmorecera na garganta e um abatimento estranho me dominou todas as energias. Não sei se aquilo foi morrer ou dormir, desmaio ou repouso. A única recordação que me ficou foi a certeza de minha impossibilidade para qualquer reação”. Dirimindo dúvidas naturais diante da aparente tranquilidade da outrora alegre, irrequieta e estudiosa Cristiane, vitimada por tão brusca e violenta mudança, ela acrescenta: -“Não estou escrevendo sozinha por que não conseguiria dispor de meios para me exprimir, com quem telegrafa. Vovó Olimpia e aquele amigo que se me fez conhecido e estimado por Vovô Lourenço, com outros amigos, nesta hora me amparam os pensamentos e a mão a fim de que me expresse com a verdade e clareza”.Em outro momento, desabafa: -“Saudades são muitas, no entanto, a sede de paz em auxílio de nós todos é a nota predominante dos sentimentos que me tomam o coração”.

sábado, 10 de maio de 2014

POR TRÁS DA HISTÓRIA EM NOSSA DIMENSÃO

Obras psicografadas por Chico Xavier, como A CAMINHO DA LUZ, do Espírito Emmanuel, e, BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO, do Espírito Humberto de Campos, revelam que as diretrizes que coordenam a evolução da Humanidade na Terra, emanam de Esferas Superiores à que nos encontramos. Nessa informação, por sinal, nada há de novo, se considerarmos que no EVANGELHO SEGUNDO SÃO JOÃO, capítulo 1, começando a contar a história de Jesus, o Apóstolo observa no chamado versículo 3,  quetodas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se feze, no versículo 10, que “estava no mundo, o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Assim sendo, muitos personagens que ajudaram a construir a História no Planeta, na verdade apenas cumpriam um papel que transformou a vida de pessoas, regiões, países. Na edição de julho de 1862, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz uma mensagem escrita pelo Espírito Lamennais, através do médium Sr Didier, na reunião havida na Sociedade Espírita de Paris, em 24 de janeiro daquele ano, confirmando isso. Lamennais cujo nome completo era Felicité Robert de Lamennais , viveu na França por 72 anos, atuando como escritor, filosofo, politico, tendo se ordenado sacerdote aos 34 anos, destacando-se por obras e opiniões desautorizadas e condenadas pelo Papa Gregório XVI, o que o levou à prisão em 1840, embora, em 1848, tenha sido eleito à Assembleia Nacional, colocando-se na extrema-esquerda. Desencarnado em 1854 – enterrado entre os pobres a seu pedido -, integrou-se aos inúmeros Espíritos que foram construindo a base da proposta do Espiritismo, como se observa pelas quase três dezenas de mensagens aproveitadas por Kardec em suas obras. A comunicação referida, buscava sua opinião sobre três célebres personagens históricos: Cesar, Clóvis e Carlos Magno. Dentre suas considerações, destacamos: -“É erro, na educação da inteligência, não ver em Cesar senão um conquistador; em Clóvis senão um bárbaro; em Carlos Magno, senão um déspota, cujo sonho insensato queria fundar um imenso Império. Ah! Meu Deus! Como geralmente se diz, os conquistadores são os próprios joguetes de Deus. Com sua audácia, seu gênio os fez chegar ao primeiro posto, viram em torno de si não só homens armados, mas ideais, progresso, civilizações que era necessário lançar às outras nações. Partiram, como Cesar, para levar Roma a Lutécia; como Clóvis, para os germes de uma solidariedade monárquica; como Carlos Magno para fazer raiar o facho do Cristianismo para os povos cegos, nas nações já corrompidas pelas heresias dos primeiros tempos da Igreja. Ora, eis o que aconteceu: Cesar, o mais egoísta desses três gênios, faz servir a tática militar, a disciplina, a lei, numa palavra, para os trazer às Gálias; na retaguarda do exército, seguia a ideia imortal e as reputações vencidas e indomáveis sofriam o jugo de Roma, é certo, mas se tornavam províncias romanas (...).Cesar é, pois, um grande propagador, um desses homens universais, que se servem do homem para civilizar o homem, um desses homens que sacrificam homens em proveito da ideia. O sonho de Clóvis foi estabelecer uma monarquia, bases, uma regra para seu povo. Como o Cristianismo não o iluminava ainda, foi propagador bárbaro. Devemos encará-lo na sua conversão: imaginação ativa, febril, belicosa, viu na vitória sobre os Visigodos um prêmio da proteção de Deus; e, daí por diante, certo de estar sempre com ele, fez-se batizar. Eis que o batismo se propaga nas Gálias e o Cristianismo se propaga cada vez mais. É o momento de dizer, com Corneille, Roma não era mais Roma. Os bárbaros invadiam o mundo Romano. Depois do abalo de todas as civilizações esboçadas pelos Romanos, eis que um homem sonha espalhar pelo mundo, não mais os mistérios e o prestigio do Capitólio (...), eis um homem que está ou se julga com Deus. Um culto odioso, rival do Cristianismo, ainda ocupa os bárbaros: Carlos Magno cai sobre essa gente e o lendário líder saxão Wittikind, depois de lutas e vitórias alternadas, se submete, por fim, humildemente, e recebe o batismo. Eis aí, por certo, um quadro imenso, onde se desenrolam tantos fatos, tantos golpes da Providência, tantas quedas e tantas vitórias. Mas qual a conclusão?(...) É necessário, pois, encarar esses três homens como grandes propagadores que, por ambição ou por crença, avançaram a luz no Ocidente, quando o Oriente sucumbia na enervante preguiça de sua inatividade. Ora, a Terra não é um mundo em que o progresso se faça rapidamente e por via da persuasão e da mansuetude. Não vos admireis pois, que, muitas vezes, seja preciso tomar da espada em vez da cruz”.


quinta-feira, 8 de maio de 2014

EVIDÊNCIAS

Dos 20 CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO (Nova Cultural,1971) reunidos em 1966 no livro do mesmo título, pelo psiquiatra canadense Ian Stevenson, dois foram coletados no Brasil. Curiosamente numa mesma família, residente em Dom Feliciano, Estado do Rio Grande do Sul. Um deles, o da jovem Maria Januária de Oliveira que, na véspera de sua morte por tuberculose contraída pelo desinteresse pela vida ao ver frustrados seus sonhos afetivos por intransigência do pai, prometeu à amiga Ida Lorenz que retornaria e renasceria como sua filha, predizendo ainda que quando começasse novamente a falar, contaria muitas coisas sobre a vida que estava abandonando voluntariamente. Dez meses após sua morte, Ida deu à luz a uma menina batizada Marta, que, efetivamente, ao atingir os dois anos e meio, começou, para espanto dos familiares, a falar sobre fatos da vida de Sinhá. O outro caso é de Paulo que, como destaca o Dr Stevenson, responsável pela cadeira de Psiquiatria na Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos da América do Norte, ilustra, primeiro “uma diferença de sexo nas duas personalidades”; segundo, “uma personificação altamente desenvolvida da primeira, por parte da segunda pessoa”; e, terceiro, “a manifestação, nas segunda personalidade, de um talento especial para a costura que, embora nada tendo em si de incomum, foi nesta família, na verdade, grande e quase especificamente desenvolvido nestes dois filhos, em mais nenhum outro, numa família de 13 filhos”. Paulo seria a reencarnação de Emília, a segunda filha do casal Ida e Francisco Valdomiro Lorenz. Apurou o professor Stevenson que “Emília em sua curta existência foi uma pessoa profundamente infeliz, sentindo-se constrangida como menina e, alguns anos antes de sua morte, disse, a vários de seus irmãos e irmãs, mas não aos pais, que se existisse reencarnação, ela retornaria como homem. Disse também que desejava morrer solteira, e, embora tenha tido várias propostas de casamento, recusou todos os pretendentes. Cometeu várias tentativas de suicídio. Em uma delas, tomou arsênico, cuja ação foi neutralizada pela grande quantidade de leite que a fizeram tomar. Afinal tomou cianureto, em consequência do que morreu aos 19 anos, em 12 de outubro de 1921”. Na época da morte de Emília, Ida Lorenz já tinha tido doze filhos, e, embora não esperasse engravidar novamente, o fato se repetiu e, pouco mais de uma ano e meio depois da morte de Emília, deu à luz a um menino a que deram o nome Emílio, tratado na intimidade familiar de Paulo. No intervalo entre a morte da filha e o nascimento do filho, a senhora Ida assistiu a algumas sessões espíritas, nas quais recebeu comunicações de um Espírito que dizia ser Emília, manifestando arrependimento pelo suicídio, dizendo desejar voltar na sua família, porém como menino. A mesma comunicação repetiu-se três vezes, com Emília afirmando: -“Mamãe, receba-me como seu filho. Virei como seu filho”. Nos primeiros quatro ou cinco anos de vida, Paulo recusou resolutamente usar roupas de menino. Usava de menina ou nenhuma. Brincava com meninas e bonecas.  Quando tinha quatro ou cinco anos, fizeram-lhe um par de calças de uma saia que havia sido de Emília, o que agradou-lhe, consentindo, desde então, em usar roupas de menino. Fez vários comentários, confirmando sua identidade com Emília, tendo também em comum vários outros traços ou interesses como Emília. Na personalidade de Emília, demonstrava talento para costura, ultrapassando muito em competência suas irmãs mais novas e a própria mãe, Ida, que não gostava de coser, nunca tendo usado uma máquina de costura, que compraram para Emília que a usou bastante. Depois da morte de Emília, fracassaram as tentativas de ter uma sucessora para ela e, mesmo as que aprenderam, não demonstraram a mesma habilidade da irmã. Ao contrário, Paulo manifestou real habilidade antes de ter recebido qualquer instrução, quando tinha menos de 5 anos, pois após a mudança no sentido do desenvolvimento mais masculino, não prosseguiu demonstrando a perícia em costurar, praticamente esquecida na fase adulta. Segundo Stevenson, aos 39 anos, quando o conheceu, Paulo conservava uma tendência mais feminina que muitos homens de sua idade, não tendo se casado e lidando pouco com mulheres, exceto suas irmãs. Submetido a teste específicos, o Dr Stevenson concluiu que, “embora Paulo estivesse com menos tendência à feminilidade do que quando criança, persistia nele um grau definitivamente maior de tal tendência do que em homens de sua idade”.

terça-feira, 6 de maio de 2014

O CHICO XAVIER QUE POUCOS CONHECERAM

Embora reconhecido por sua atuação no campo da psicografia através da qual a Espiritualidade construiu substancial acervo de obras e mensagens documentando a sobrevivência após a morte do corpo físico, a verdade é que Chico Xavier serviu de médium para a ocorrência de outros fenômenos extraordinários no campo dos efeitos físicos  alguns confirmando a ação de inteligências invisíveis aos nossos sentidos. Na sequência, apresentamos alguns depoimentos de pessoas que testemunharam alguns fatos pouco conhecidos. 1- Suzana Maia Mouzinho, no livro LUZ BENDITA (ideal, 1977):  -“Certa vez lanchávamos em companhia de Chico, em Uberaba (MG), quando ele passou às minhas mãos uma xícara de café. Em pleno dia, houve então impressionante fenômeno de efeitos físicos; vi, altamente surpreendida, que seus dedos brilhavam e como se fossem de cera a derreter-se com o calor, começou a jorrar perfume. O café ficou perfumado e o chão respingado de agradável perfume que invadiu a sala toda. Ele ocultou a mão, meio sem jeito, e perguntei: -Chico, o que você sente quando isso acontece? Respondeu-me: - Sinto vergonha, minha filha!. Este fato, no meu entender, fala por si só, da humildade e da estatura espiritual desse amado mensageiro de Jesus”. 2- Joaquim Alves, no livro CHICO XAVIER – 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE (luz no lar): -“Numa das peregrinações, uma das senhoras visitadas rogou ao Chico entrasse em sua casa, para ver um dos parentes que se encontrava acamado e muito enfermo. O lar era modestíssimo. Entramos em pequeno grupo, que mais o dormitório não comportava. O enfermo, no leito, exalava um odor nauseante, a ponto de fazer um dos visitantes sentir-se mal, obrigando-se à retirada e levando os demais a empreender esforços visíveis para sustentar-se no posto de socorro. O médium rogou por uma prece. Quando as primeiras palavras eram articuladas, na busca do Mundo Maior, uma onda de éter varreu todo o ambiente, seguida por uma brisa perfumada em magnólia, transformando a atmosfera interior num recanto de paz”. 3- Ainda Joaquim Alves: -“Uma onda de perfume. materializa-se o Espirito Scheilla, loira e jovial, falando com seu forte sotaque alemão – lingua exercitada em sua derradeira romagem terrena. Bissoli estabeleceu o diálogo. –Eu me sinto mal – diz Bissoli. Scheilla, graciosa e delicada, informou: -Você come muita manteiga, Bissoli. Vou tirar uma radiografia de seu estomago. A pedido, nosso companheiro levantou a camisa. O Espírito materializado aproxima-se e entrecorre, num sentido horizontal, seus dedos semiabertos sobre a região do estômago de nosso amigo. E tal se lhe incrustasse uma tela de vidro no abdomem, podíamos ver as vísceras em funcionamento. – Pronto!, diz Scheilla, apagando o fenômeno. – Agora levarei a radiografia ao Plano Espiritual para que a estudem e lhe deem um remédio”. 4- Maria Philomena Aluotto, no livro LUZ BENDITA (ideal, 1977): -“Era o dia 9 de novembro de 1974, e, recepcionávamos Chico na sede da  União Espírita Mineira, em Belo Horizonte, quando subitamente surge alguém empunhando uma arma, bradando: - “Ninguém vai tocar em Chico Xavier. Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo”. Notava-se o desequilíbrio da pessoa(...). A movimentação aumenta no recinto, uns se apavorando, outros procurando correr, e, outros tentando controlar a pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe-se em silêncio, permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em providências defensivas, e, para nosso alívio, um jipe com militares da PMMG para junto de ao meio fio e seus ocupantes, vem ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras: - “Graças a Deus vocês chegaram. Estamos com problemas lá em cima!. Antes de qualquer explicação, para surpresa nossa, o Chefe da patrulha fala: -Não tem nada não, vamos subir. O senhor Chico Xavier foi nos chamar na estação rodoviária, onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado”. Fora evidente o fenômeno de bilocação. Joaquim Alves, no livro CHICO XAVIER- 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE (luz no lar): “Desmaterializando o Espírito Auta de Souza, a voz de quem dirigia o trabalho se fez ouvir, da Espiritualidade. –“Agora peço aos nossos amigos que abram a porta, para ver o médium”. Atendemos. Descerrada a porta, encontramos o ambiente todo iluminado e Chico, permanecia deitado, atravessado na cama, inanimado. De seu peito, no local do coração, um esfuziante foco de luz se lançava ao espaço e, em letras douradas, se escrevia a palavra: AMOR! 







domingo, 4 de maio de 2014

A PROPÓSITO DAS CURAS MEDIÚNICAS

Embora poucos saibam, a mediunidade de cura se constituiu em gênero comum nos primeiros tempos do Espiritismo na Terra. É o que se depreende acompanhando as notícias e artigos publicados por Allan Kardec, nas edições de REVISTA ESPÍRITA, de sua fundação, até sua morte. Explicada n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS como "a possibilidade que certas pessoas possuem de curar pelo simples toque, pelo olhar, por um gesto mesmo, sem o socorro de nenhuma medicação, efeito das extraordinárias possibilidades dos fluídos magnéticos humanos e espirituais", a modalidade ressurge, apesar dos preconceitos, descrédito, dúvidas, através de vários médiuns. Necessário, contudo, estudar-se o assunto. Na pauta de outubro de 1867 da sua revista, Kardec reproduziu três mensagens assinadas pelo Abade Príncipe de Hohenlohe, recebidas por diferentes médiuns, em 12, 15 e 24 de março daquele ano, tratando do tema. O religioso, cujo nome era Alexander Leopold Franz Hohenlohe, viveu 55 anos, entre 1794 a 1849, tendo sido membro de importante dinastia existente no nordeste da hoje Alemanha, à qual foi incorporada. Ordenado sacerdote em 1815, ganhou notoriedade após ter curado com seus poderes sobrenaturais, um paralítico, a qual, se seguiram outras surpreendentes curas. Da primeira comunicação, do Abade, destacamos: 1- Todo mundo possui mais ou menos a faculdade curadora, e se cada um quisesse consagrar-se seriamente ao estudo dela, muitos médiuns que se ignoram poderiam prestar úteis serviços a seus irmãos em humanidade. 2- O aparente efeito material, o sofrimento, tem quase constantemente uma causa mórbida imaterial, residindo no estado moral do Espírito, e, se o médium curador se ativer apenas ao corpo, só ataca o efeito, persistindo a causa do mal, reproduzindo-se o efeito, quer sob a forma primordial, quer sob qualquer outra aparência, residindo aí uma das razões pelas quais tal doença, subitamente curada pela influência do médium, reaparece com todos os seus sintomas, desde que a influência benéfica se afaste. 3- Para evitar recidivas, é necessário que o remédio espiritual ataque o mal em sua base, como o fluido material o destrói em seus efeitos; numa palavra, é preciso tratar, ao mesmo tempo, o corpo e a alma. 4- Para ser um bom médium curador, não só é preciso que o corpo esteja apto a servir de canal aos fluidos materiais reparadores, mas, ainda, que o Espírito possua uma força moral que não se pode adquirir senão pelo seu próprio melhoramento. Para ser médium curador há, então que se preparar para isto, não só pela prece, mas pela depuração de sua alma, a fim de tratar fisicamente o corpo pelos meios físicos, e de influenciar a alma pela força moral. Da segunda, salientam-se algumas reflexões propostas pelo Abade: 1- O sofrimento, a doença, a própria morte, nas condições sob as quais as conheceis, não são mais especialmente a partilha dos mundos habitados por Espíritos inferiores ou pouco adiantados? O desenvolvimento moral não tem por objetivo principal conduzir a Humanidade à felicidade, fazendo-a adquirir conhecimentos mais completos, desembaraçando-a das imperfeições de toda a natureza, que retardam sua marcha ascensional para o Infinito? Ora, melhorando o Espírito dos doentes, não se os põe em melhores condições para suportar seus sofrimentos físicos? Atacando-se aos vícios, as más inclinações, que são a fonte de todas as desorganizações físicas, não se põem essas desorganizações na impossibilidade de se reproduzirem? 2- Destruindo a causa, necessariamente se impede o efeito de se manifestar de novo. Das orientações da terceira, frisamos: 1- Sabeis que, conforme o estado de vossa alma e as aptidões do vosso organismo, podeis, se Deus vo-lo permitir, tanto curar as dores físicas quanto os sofrimentos morais, ou ambos. Duvidais de ser capaz de fazer uma ou outra coisa, porque conheceis vossas imperfeiçoes. Mas Deus não pede a perfeição, a pureza absoluta dos homens da Terra. A esse título, ninguém entre vós seria digno de ser médium curador. Deus pede que vos melhoreis, que façais esforços constantes para vos purificar e leva em conta vossa boa vontade. 2- Não sejais exclusivos na escolha dos vossos doentes. Todos, sejam quem for, ricos ou pobres, crentes ou incrédulos, bons ou maus, tem direito ao vosso socorro. Acaso o Senhor priva os maus do benéfico calor do Sol que aquece, que reanima, que vivifica? 3-  (...). Não vos magoeis pelas recusas que encontrardes; fazei sempre a vossa obra de caridade e amor e não duvideis que o Bem, embora retardado para uns, jamais ficará perdido.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

INTERESSANTE E INSTIGANTE LEITURA


Entre as dezenove experiências de regressão de memória a encarnações passadas, inseridas pelo engenheiro frances Albert De Rochas no livro VIDAS SUCESSIVAS, publicado em 1911 (no Brasil em 2005, pela Lachâtre, chama a atenção a de número 8. Na verdade, foi desenvolvida por um amigo de nome Bouvier que testemunhara algumas das inusitadas investigações de Rochas, no inconsciente profundo de alguns voluntários entre 1892 e 1910.  Identifica, por razões compreensíveis, apenas pela inicial J. a pessoa estudada, informando ter ela formação certificada de ensino secundário; ser  casada com um militar; mãe de uma menina de 4 anos; de  saúde delicada. Quanto aos critérios por ele adotados e observações feitas, Bouvier explica: 1- a cada pergunta, permanecia sempre a personalidade do momento, sem hesitações.2- Frequência: vários dias, com várias semanas de intervalo, sem respostas contraditórias, revelando em certos casos detalhes, revivendo o momento preciso da existência acessada no passado. 3- Detalhes : ao atingir os dois anos de idade, a fala tornava-se mais difícil, com um ano, quase nada ou pouco falava; mais jovem, parecia mamar ou gemer; 4-  no período pré-nascimento, no ventre materno, curvava-se sobre si mesma ao atingir o quinto mês; aos quatro uma leve descontração; aos três meses, o corpo inclinava-se muito para trás, os membros descansados numa completa inércia. 5- antes da concepção – no momento em que o Espírito ainda está no espaço, faz esforços para subtrair-se à força irresistível que parece atraí-lo; recuando ainda mais no tempo, responde sobre o que faz, qual seu modo de existência até o momento em que novamente retoma o corpo que anteriormente abandonou para entrar numa outra vida, assumindo a mesma atitude quando induzida a penetrar no ventre materno. 6 - fisionomia alterada de acordo com a personalidade, bem como a fala, o tom, procedimentos diferentes sensivelmente do tom e dos gestos de mulher; o mesmo ocorrendo quando passa pela fase da infância. Considerando a existência atual como “Primeira vida”, recua 18 anos, quando teria terminado o que chama de Segunda vida, personalidade feminina, chamando Marguerite Duchesne, filha de Louis Duschene, morta aos 25 anos, em 1860, por doença respiratória, iniciada quando da morte em Briaçon, do jovem soldado Louis-Jules Martin, por quem se apaixonara. Aprofunda-se mais, recuando 55 anos, onde se interrompe a Terceira vida Jules Robert; morto aos 45 anos, em 1780, em Milão, Itália, onde trabalhava talhando mármore para um escultor chamado Paoli, especializado em reproduções de obras de arte para o Vaticano.  Menos 35 anos, surge a  Quarta Vida Jenny Ludovic;  desencarnada aos 30 anos, em 1702, casada com Auguste Ludovic, mãe de dois filhos, , moradora de Plouermel; dedicada a cuidar do lar.  Voltando 157 anos, ressurge a Quinta Vida Michel Berry; morto aos 22 anos, em 1515, em consequência de ferimento causado em batalha por golpe de  lança, em luta pelo Rei da França, Francisco, contra os suíços. Menos 191 anos, a Sexta Vida Mariette Martin; morta aos 20 anos, em 1302, em Vannes, onde atuava como professora, residindo na casa de seu futuro marido, Gaston, morto em acidente ao ser esmagado pelo próprio cavalo. Menos 272 anos, a Sétima Vida Irmã Marthe – morta aos 87 anos, em 1010, sob o reinado de Roberto II, tendo exercido a função de Abadessa em Convento ligado à Companhia de Jesus. Menos 474 anos, a Oitava Vida Carlomée, chefe guerreiro franco, cegado ao ser capturado por Átila, em Charles- Sur-Mane, por volta do ano 449, descrevendo ritos de adoração a Théos incluindo sacrifícios humanos. Menos 139 anos, a Nona Vida –  Esius – Morto queimado aos 40 anos; no ano 279, tendo exercido a função de guardião do Imperador Probus, em Roma, ao qual servia na expectativa de mata-lo por ter-lhe tomado a filha Florina, ação impedida por ter sido descoberto antes. Avança e encontra a Décima VidaIrisée – Viveu por volta do ano 100, num país chamado Imondo, ocupando-se, aos 26 anos, em colher flores para um padre de nome Ali dedicado a oferendas e sacrifícios a dois deuses consagrados à prece, de nome Abrahim e José. Décima Primeira Vida – Criança, morta aos 8 anos. Além das observações do Sr Bouvier, chama a atenção alguns detalhes: 1- Nos quase dois mil anos recuados, a pessoa que estava sendo submetida às regressões, teve apenas 11 encarnações. 2- Os intervalos entre elas, aparentemente eram maiores quanto mais recuada no tempo. 3- Alternaram-se a condição masculina e feminina, com predominância desta. 4- Apenas uma vez na sequência observada, a condição masculina foi subsequente. Os relatos das diferentes personalidades acessadas, preservados no livro são instigantes, oferecendo matéria para outras interessantes cogitações aos estudiosos do assunto.