faça sua pesquisa

quinta-feira, 22 de maio de 2014

REFLETIR,VIGIAR, SEM PAIXÃO

A grande quantidade de obras mediúnicas atualmente publicadas em nome do Espiritismo, semeando “revelações” de conteúdo duvidoso e discutível, empolga leitores sem conhecimentos mais aprofundados e editores ávidos de investimento com retorno garantido. O surrealismo de algumas obras bem demonstram, o quanto os interesses dos que trabalham contra o progresso espiritual das criaturas se evidencia. Os 50 anos que nos separam da opinião – “os milhões de Espíritos inferiores que cercam a Humanidade possuem seus médiuns, impossível negar isso” -, colhida pelo Espírito André Luiz junto ao também Espírito Gabriel Delanne, no dia 20 de agosto de 1965, em Paris, França, e reproduzida no livro ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS, (1965, feb) mostram o acerto do comentário. Na seção Instruções do Espíritos do numero de dezembro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, encontramos interessante e atualíssima mensagem escrita pelo Espírito Erasto, através do médium Sr. D’Ambel, em fevereiro daquele ano, confirmando isso. Identificando-se como um discípulo de São Paulo, apóstolo, Erasto desempenhou importante papel nos bastidores espirituais da Codificação, tendo 15 de seus trabalhos incluídos por Kardec, em diferentes edições da REVISTA ESPÍRITA, além de opiniões n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS e textos n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Entre as observações contidas na extensa mensagem intitulada Os Conflitos, destacamos: - “Há no momento uma recrudescência de obsessão, resultado da luta que, inevitavelmente, devem sustentar as ideias novas contra seus adversários encarnados e desencarnados. Habilmente explorada pelos inimigos do Espiritismo, a obsessão é uma das provações mais perigosas que ele terá de sofrer, antes de se fixar de maneira estável no espírito das populações; assim, deve ser combatida por todos os meios possíveis e, sobretudo, pela prudência e pela energia de vossos guias, espirituais e terrestres. De todos os lados surgem médiuns com supostas missões, chamados, ao que dizem, a tomar em mãos a bandeira do Espiritismo e plantá-la sobre as ruinas do Velho Mundo (...). Não há individualidade, por medíocre que seja, que não tenha encontrado, como Macbeth, um Espírito para lhe dizer: -“Tu também serás rei”, e que não se julgue designada a um apostolado muito especial. Há poucas reuniões íntimas e, mesmo, grupos familiares, que não tenham contado entre seus médiuns ou seus simples crentes, uma alma bastante enfatuada para se julgar indispensável ao sucesso da grande causa, muito suntuosa para se contentar com o modesto papel de obreiro, trazendo a sua pedra do edifício. Quase todos os médiuns, em seu início, são submetidos a essa perigosa tentação. Alguns resistem; mas muitos sucumbem, ao menos por algum tempo, até que cheques sucessivos venham desiludi-lo (...). E que querem certos Espíritos da erraticidade fomentando, entre as mediocridades da encarnação, essa exaltação do amor próprio e do orgulho, senão entravar o progresso”. Citando aqueles que revelam certos acontecimentos que se vão realizar, fixando épocas, precisando datas; outros, que prometem fortuna fácil, descobertas maravilhosas, a glória, honrarias, enfim, numa palavra, Espíritos perversos, considera que nada mais fazem que explorar todas as ambições e cobiças dos homens. Aponta como principal resultado dessas ações, “as decepções, os dissabores, o ridículo, por vezes a ruína, justa punição do orgulho presunçoso, que se julga chamado a fazer melhor que todo mundo, desdenha os conselhos e desconhece os verdadeiros princípios do Espiritismo”. Destaca que “o número dos médiuns é hoje incalculável e é desagradável ver que as almas se julgam os únicos chamados a distribuir a verdade ao mundo e se extasiam ante banalidades que consideram monumentos (...). Como se a verdade tivesse esperado sua vinda para ser anunciada. Alerta: -“É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem suspeita, que parecem, ou vão parecer, contrárias a todas as que não tivessem uma atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do Mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos da discórdia(..) Tende igualmente como certo que todo Espírito que a si mesmo se anuncia com um Ser superior e, sobretudo, como de uma infalibilidade a toda prova, ao contrário, é o oposto do que se anuncia pomposamente”. Finalizando sua comunicação, Erasto, otimista, avalia que “esse conflito, é inevitável, porque o homem é manchado de muito orgulho e egoísmo, para aceitar sem oposição uma verdade nova qualquer; digo mesmo que esse conflito é necessário, porque é o atrito que desfaz as ideias falsas e faz ressaltar a força das que resistem. Em meio a esta avalanche de mediocridades, de impossibilidades e de utopias irrealizáveis, a Verdade, esplendida, espalhar-se-á na sua grandeza, e, na sua majestade”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário