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domingo, 31 de julho de 2016

IMPORTANTE DOCUMENTO

O acervo constituído pelas cartas psicografadas por Chico Xavier em reuniões públicas contém informações extremamente interessantes, representando importantes documentos confirmatórios da sobrevivência após a morte do corpo físico. Uma delas começa no sábado 19 de março de 1977. Os principais jornais daquela  manhã estampavam em destaque, a notícia sobre a queda de um avião de pequeno porte na tarde do dia anterior, a poucos quilômetros de São Paulo, na região de Mairiporã. O acontecimento ganhou evidência ainda maior pelo fato dos três tripulantes serem personalidades conhecidas no automobilismo mundial. Marivaldo Fernandes, campeão das pistas brasileiras; José Carlos Pace (o Moco), que vencera no início daquele ano, o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, e o amigo Carlos Roberto de Oliveira, apelido Nenê.  Haviam levantado voo do campo de Marte, em São Paulo, na tarde da sexta feira, num avião modelo Sertanejo, pilotado por Marivaldo, e, a poucos quilômetros da Capital, se depararam com uma forte tempestade. Com a visibilidade muito prejudicada, Marivaldo pensou em retornar ao ponto de origem, todavia a intensidade do aguaceiro que se projetava, ocasionou a choque da aeronave com a densa mata da Serra da Mantiqueira. Observado o desaparecimento do avião pelo Centro de controle do Tráfego Aéreo, foram iniciadas as buscas e, quase ao anoitecer, as equipes de resgate localizaram os destroços do aparelho para a dura constatação: não havia sobreviventes. Sem que aparentemente houvesse conexão com o acontecimento, no dia 10 de maio, o médium Francisco Cândido Xavier, se fazia presente no Guarujá, litoral paulista, atendendo a convite de amigos para prestigiar a festa de inauguração da Comunidade Espírita Cristã, instituição fundada objetivando a difusão e assistência social com base nos princípios do Espiritismo. Ao final das comemorações, como não poderia deixar de ser, os organizadores solicitaram a Chico tentasse receber alguma mensagem do Plano Espiritual, sugestão acatada pelo médium. Concluída a psicografia e efetuada a leitura da carta, o espanto tomou conta de todos os presentes no local: era de Marivaldo Fernandes, o piloto do avião caído quase dois meses antes. Alguns familiares dele, espíritas convictos, estavam entre a compacta multidão atraída à sede da instituição pela presença do médium, e, com a carta, abrandaram a inevitável dor da separação. Rememorando os lances derradeiros de sua existência física, conta na mensagem:-“Fiz tudo para que o Sertanejo pousasse equilibrado. Ele era, no entanto, um pássaro pesado demais para se aninhar naquelas árvores da Serra de Mairiporã. O estouro foi inevitável e, depois, o indescritível. Não houve tempo para conversar com o nosso caro Pace, nem com o Carlos Nenê. A mente estava superconcentrada no esforço imenso de controlar aquele pequeno gigante de metal e de estruturas que se arrebentavam sobre nós. Não posso descrever o que se passou. Um desmaio leve, pelo menos é o que julgo me tenha sucedido, não me consentia fixar detalhes. Não tive dores. Vi-me no matagal com o Moco ao meu lado, vendo o Carlos deitado no chão. Sinceramente, julgamos nos primeiros minutos, que havíamos escapado ilesos, trocando afirmativas de espanto. Mas de improviso, um homem apareceu e abraçou o Pace demoradamente, abraçando-me em seguida. - Caramba! É meu pai Angelo!, exclamou o companheiro. Quase no mesmo instante a madrinha Conceição, a enlaçar-me com o carinho da mamãe e depois outros amigos principalmente alguns das corridas de Kart, surgiam aos nossos olhos. Empalideci-me de assombro e vi que o Pace estava amarelo de espanto. Somente então, sem que ninguém pronunciasse a palavra "morte", reconhecemos tudo. Havíamos passado de uma vida para outra. O Pace, o pai, nos disse sorrindo: ─ Não se assustem, agora a corrida foi vertical. Essa foi a diferença... Por mais que quiséssemos fazer humor, não seria possível para nós facear sem medo, aquela página nova e desconhecida no livro da vida. A ânsia de regressar à casa sem poder, a dor de haver efetuado, não um pouso forçado, mas uma despedida em definitivo, do corpo que ficara na condição de roupa irremediavelmente estragada, a luta para fazer-nos compreendidos, os conflitos íntimos de pessoas despojadas de tudo o que nos era querido, de um instante para outro, estabeleciam em nosso crânio uma espécie de angústia que começou como sendo perplexidade para depois transformar-se em agoniado sofrimento... Era demais a dose de surpresas para nós. A dose de problemas que se nos convertiam em fel no coração: essa dose de sofrimento imprevisto era pesada demais para a nossa cabeça e caímos tontos ou semi-loucos. Parecia a mim, que nos achávamos num pesadelo de que era preciso acordar imediatamente, mas... enfermeiros apresentaram macas com a naturalidade dos serviços de qualquer aeroporto improvisado e fomos recolhidos à vida hospitalar daqui, de onde vim, ainda muito enfaixado para pedir-lhes fé em Deus e coragem para aceitarmos a provação que nos foi reservada”.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

MEMÓRIAS REMOTAS NO COMPORTAMENTO SOCIAL


Atavismo segundo o dicionário é o reaparecimento numa pessoa das características de um antepassado que permaneceram escondidas por muitas gerações. No sentido figurado é sinônimo de hereditariedade ou o aparecimento de características biológicas, intelectuais ou comportamentais. Analisado o fenômeno do ponto de vista do Espiritismo, é o ressurgimento nas ações e reações do indivíduo de referências arquivadas na memória integral do Ser, da Individualidade, do Espírito. Conforme explicações possíveis de serem acessadas num estudo criterioso da questão da reencarnação explicada pela Doutrina Espírita, a hereditariedade biológica subordina-se à hereditariedade psicológica. O Psiquiatra Jorge Andreia que o fez concluiu que “o Espírito aproveita os potenciais genéticos dos pais, manipulando a dança dos cromossomos na destinação dos fatores hereditários”. Nas obras do Espírito - também médico - conhecido como André Luiz,  recolhemos que “quanto mais vastos os recursos espirituais de quem retorna à carne, mais complexo é o mapa de trabalho a ser obedecido”. Historicamente sabe-se que as religiões institucionalizadas causaram grande prejuízo à evolução do pensamento científico da Humanidade da Terra. A não sujeição  da Ciência à Religião no lado Ocidental do Planeta não tem dois séculos. Associando a visão do atavismo com o desenvolvimento da ciência, com a formação de pesquisadores, enfim daqueles que buscam a Verdade naturalmente conclui-se que a suposta "isenção" certamente não garante que conceitos e preconceitos gravados na memória de profundidade dos diretamente envolvidos no meio que persegue respostas interfiram nos resultados. No século 20, por exemplo,  inúmeras obras sobre reencarnação desvinculadas de influências religiosas, algumas relatando trabalhos desenvolvidos dentro de critérios considerados científicos na visão acadêmica do termo, foram publicados, não foram  reconhecidas ou consideradas pelo meio. Mais ou menos como aconteceu com as proposições do médico Franz Anton Mesmer sobre o magnetismo humano; com a hipnose de James Braid e do Abade Faria; da Homeopatia do médico Samuel Hannemman, superficialmente avaliados pela Comunidade Científica à época do seu surgimento. Sabe-se que à época, inicio do século 19, da França se irradiava a grande virada no campo da cultura que influenciaria o porvir, operando grandes mudanças na visão das coisas. A intolerância, filha preferida da ignorância limitou o aprofundamento das pesquisas sobre, por exemplo, reencarnação do Engenheiro Albert De Rochas descritas no livro VIDAS SUCESSIVAS (1905) que foi por causa das revelações contidas em seu livro afastado do cargo de dirigente da Escola Politécnica de Paris; não considerou o respeitável trabalho do Psiquiatra Ian Stevenson descrito na obra VINTE CASOS DE REENCARNAÇÃO (1966); não avaliou o resultado das experiências de Morey Bernstein apresentados no livro O CASO BRIDEY MURPHY; o fenômeno Edgard Cayce relatado em O PROFETA ADORMECIDO. No Brasil, as pioneiras experiências do Psiquiatra Inácio Ferreira contadas no livro NOVOS RUMOS À MEDICINA (1946) ou do Engenheiro Hernani Guimarães Andrade reunidos em A REENCARNAÇAO NO BRASIL; Hermínio Correia de Miranda com A MEMÓRIA E O TEMPO e EU SOU CAMILLE DEMOULIN ou mesmo dos profissionais da saúde mental e comportamental Hellen Wanbach; Edite Fiore ou Brian Weiss. Foram 16 séculos e milhares de gerações desde que o assunto foi proibido por decisão político-religiosa. Dependeremos de quantas gerações para que sejam franqueadas as portas do conhecimento para que as questões da saúde sejam avaliadas de uma forma mais ampla, considerada a condição integral do Ser Humano?





quarta-feira, 27 de julho de 2016

OS MISTIFICADORES CONTINUAM AGINDO

Ao contrário do que muitos imaginam, a passagem pela morte não opera milagres naqueles que se reconhecem sobreviventes numa realidade muito próxima desta em que nos encontramos. Especialmente nos que se julgam sábios, iludidos pelo orgulho que os torna presunçosos e pretensiosos. E através de médiuns invigilantes e vaidosos com os quais se afinam pelas suas limitações espirituais, continuam a influenciar, enganando os ignorantes das Verdades propaladas pelo Espiritismo. Na atualidade, engrossam o espaço das prateleiras das livrarias espíritas ou não, livros e mais livros de conteúdo discutível. Perguntam alguns, “por que, permite Deus que os bem-intencionados sejam enganados por aqueles que os deveriam esclarecer?...” No número de agosto de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec opina sobre a questão dizendo: – O mundo corpóreo, retornando ao Mundo Espiritual pela morte, e o Mundo Espíritual, fazendo o caminho inverso pela reencarnação, resulta que a população normal do espaço que circunda a Terra é composta de Espíritos provenientes da Humanidade terrestre. Sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos, razão por que à sua volta pululam os Espíritos maus. Pela mesma razão, nos mundos mais adiantados, onde o Bem reina sem limite, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos Espíritos maus nas relações mediúnicas é inerente à inferioridade do nosso Globo; aqui se corre o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num País de ladrões o de ser roubado. Não se poderia perguntar, também, por que permite Deus que pessoas honestas sejam despojadas por larápios, vítimas da malevolência e alvo de toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra, e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e envidar esforços para dela sair o mais cedo possível. Enquanto isto é necessário esforçar-se por se preservar das investidas dos Espíritos maus, o que só se consegue lhes fechando todas as brechas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inabalável na proteção de Deus e dos Espíritos bons, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode vangloriar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é importante; é a rota que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não há um só médium que não tenha sido mais ou menos enganado. A simples razão nos diz que os Espíritos bons não podem fazer senão o bem, pois, do contrário, não seriam bons, e que o mal só pode vir dos Espíritos imperfeitos. Portanto, as mistificações só podem provir de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade ou outras paixões. Tais mistificações têm o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os Espíritos bons as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire à sua custa sendo mais proveitosa, se a coragem diminuir, é uma prova de fraqueza que nos deixa à mercê dos Espíritos maus. Os Espíritos bons velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas sob a condição de nos ajudarmos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta; precisa vencer para dela sair, senão fica nela.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

O ESPIRITISMO E A TRANSIÇÃO PLANETÁRIA

O comentário foi direto e surpreendente: -“Que evolução é essa que nos coloca diante de tanta violência, corrupção, contradições”? Refletindo um desalentado desabafo de uma dirigente espírita, certamente corresponde ao sentimento de muitos. Daí a necessidade de revermos alguns pontos revelados pelo Espiritismo que encontram confirmação nos estudos, por exemplo, desenvolvidos na linha do denominado Determinismo Histórico que confirma que tudo é cíclico projetando consecutivamente a história em outras fases. Destacamos a seguir alguns tópicos para reflexão: 1- A transformação da Humanidade foi predita e chegais a esse momento em que todos os homens progressistas estão se apressando. 2- Ela se realizará pela encarnação de Espíritos melhores que constituirão sobre a Terra uma nova geração. 3- Dizendo que a Humanidade está madura para a regeneração, isto não quer dizer que todos os indivíduos estejam no mesmo grau, mas muitos tem, por intuição, o germe das ideias novas, que as circunstâncias farão brotar; estão eles se mostrarão mais adiantados do que se pensava, e seguirão com o entusiasmo o impulso da matéria. 4- Há, entretanto, os que são fundamentalmente refratários, mesmo entre os mais inteligentes e que, certamente, jamais se ligarão, pelo menos nesta existência, uns de boa fé, por convicção; outros por interesse. Aqueles cujos interesses materiais estão ligados ao presente estado de coisas, e que são bastante adiantados para dele fazer abnegação, que o Bem geral toca menos que o de sua pessoa, não podem ver sem apreensão o menor movimento reformador.  5- Nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à Lei do Progresso. 6- Ele progride : 10 -  FISICAMENTE, pela transformação dos elementos que o compõem e, 20 - MORALMENTE, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. 7- De duas maneiras se executa esse DUPLO PROGRESSO: 10 - uma, lenta, gradual e insensível; 20 – outra, caracterizada por mudanças bruscas.  8 - Não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região ou a um povo, a uma raça. TRATA-SE DE UMA MUDANÇA GLOBAL, a operar-se no sentido do progresso moral.   9 - Uma mudança tão radical como a que está se elaborando NÃO PODE REALIZAR-SE SEM COMOÇÕES. Há, inevitavelmente, luta de ideias. 10-  Havendo chegado o tempo, GRANDE EMIGRAÇÃO SE VERIFICA  dos que a habitam: a dos que PRATICAM O MAL PELO MAL, ainda não tocados pelo sentimento do Bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, SERÃO EXCLUIDOS, porque senão lhe ocasionariam  de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. 11 - Irão expiar o endurecimento de seus corações, 10 - uns EM MUNDOS INFERIORES, 20- outros EM RAÇAS TERRESTRES AINDA ATRASADAS, equivalentes a Mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. 12 - SUBSTITUÍ-LOS-ÃO Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade. 13- A NOVA GERAÇÃO se distingue por: 10 -INTELIGÊNCIA E RAZÃO GERALMENTE PRECOCES, 20-SENTIMENTO INATO DO BEM e as CRENÇAS ESPIRITUALISTAS (...) Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias progressistas e aptos a SECUNDAR  o movimento de regeneração. 14 - O que distingue os ESPÍRITOS ATRASADOS é: 10 - REVOLTA CONTRA  DEUS, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos;  20-  A PROPENSÃO INSTINTIVA ÀS PAIXÕES DEGRADANTES,  para os  SENTIMENTOS ANTI-FRATERNOS DE EGOÍSMO, DE ORGULHO, DE INVEJA, DE CIÚME; 30 o APEGO A TUDO O QUE É MATERIAL: a sensualidade, ambição, desejo, avidez. 15 - Não se deve entender por meio dessa emigração de Espíritos, sejam expulsos da Terra e relegados para Mundos Inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto  HÁ MUITOS QUE O SÃO PORQUE CEDERAM AO ARRASTAMENTO DAS CIRCUNSTÂNCIAS e DO EXEMPLO.  16- As grandes partidas coletivas, entretanto, NÃO TEM POR ÚNICO FIM ativar as saídas; tem igualmente o de  TRANSFORMAR MAIS RAPIDAMENTE O ESPIRITO DA MASSA, livrando-o das más influências e o de dar maior ascendente às ideias novas. 17 - Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A MULTIPLICIDADE DAS CAUSAS DE DESTRUIÇÃO CONSTITUI SINAL CARACTERISTICO DOS TEMPOS...






sábado, 23 de julho de 2016

SUICÍDIO: A DURA CONSTATAÇÃO DE QUE A VIDA CONTINUA

Decisão possível nas diferentes encarnações ou vidas das criaturas humanas, o suicídio encontra nas revelações oferecidas pelo Espiritismo, uma visão mais ampla. Segundo Allan Kardec um dos motivos do aparecimento do Instinto de Conservação é evitar que desistamos de viver ante quaisquer revezes que enfrentemos. O corpo físico, revestimento que envolve ou de que se serve o Espírito no trabalho da própria evolução é frágil e embora programado para viver determinado número de anos considerando a herança genética ou os programas de reabilitação da consciência, surge a possibilidade do suicídio indireto como revelado pelo Espírito conhecido como André Luiz ao ouvir a avaliação médica feita quando de sua admissão no Hospital da Colônia Espiritual a que foi acolhido após – segundo Chico Xavier – 8 anos de padecimentos na região denominada por ele Umbral, uma extensão da Dimensão em que vivemos enquanto encarnado, situada numa das milhares de faixas vibratórias em que se compõem os Universos Paralelos ou Planos Espirituais. A Doutrina Espírita acrescenta que no caso do suicídio, além dos transtornos psicológicos e psiquiátricos que arrastam o Ser desequilibrado por esses fatores, há ainda as induções causadas através das influências espirituais a que todos estamos sujeitos. Depois da extraordinária obra MEMÓRIAS DE UM SUICIDA assinada através da médium Yvonne do Amaral Pereira pelo escritor português Camilo Castelo Branco que recorreu ao suicídio para fugir das perspectivas da perda da visão na continuidade de sua vida física expondo toda a dramaticidade decorrente do seu infeliz gesto, através de Chico Xavier no acervo resultante das cartas que psicografou por quase duas décadas em reuniões publicas na cidade de Uberaba (MG), várias foram as manifestações de jovens, sobretudo que dirigiram-se aos pais tentando se desculpar pela atitude extrema ante a vida, deixando para trás um rastro de dor e sofrimento moral. Selecionamos trechos de algumas confirmando a sobrevivência após a morte física, as influências espirituais que os levaram a ação extrema e os transtornos consciênciais enfrentados após a equivocada opção: 1- Tudo se me refez na memória. Um telefonema que me deixou indisposta e a ideia que eu nunca deveria ter alimentado chegando, aos poucos, a me repletar o cérebro de resoluções lamentáveis. Dez minutos para as três horas da tarde, procurei certificar-me de que poderia agir sem a presença de quem quer que fosse e, como que amedrontada, diante de mim mesma, consegui a chave que me daria acesso à arma com a qual me anulei no quarto. Não sei até hoje que forças desumanas teriam possuído o meu ser... Recordo-me que chegava a sentir pesada mão sobre a minha para que o gatilho não falhasse. Cai, descontrolada, mas ainda escutava os rumores de casa, quando ouvi as vozes da Mônica...Claudia Pinheiro Galassi, 18 anos  2- Ainda não sei que força me tornou naquela quarta-feira. Tive a ideia de que uma ventania me abraçava e me atirava fora pela janela. Certamente devia mobilizar minha vontade e impedir que o absurdo daquele momento me enlouquecesse. Obedecia maquinalmente àquela voz que me ordenava projetar-me no vácuo. Quis recuar, mudar o sentido da situação, não consegui. Nunca imaginaria que tanto sofrimento se seguiria ao meu gesto. Renata Zacaro, 18 anos. 3- Creia que amanheci naquela terça-feira, quatro de maio, pensando em descobrir como iria encontrar um presente para o seu carinho no Dia das Mães. Pensava nas aulas, em minha professora Juvercídia e procurava concentrar-me nos livros para estudar; entretanto, quando vi o veneno, a força estranha me tomou o pensamento. Avancei para o suicídio quase sem conhecimento, embora muitas vezes não ocultasse o desejo de morrer. Tudo sem motivo, sem base.(...) A princípio, me vi numa nuvem com a garganta em fogo e uma dor que não parecia ter fim. Talvez exagerasse as coisas que eu sentia, talvez guardasse impressões da vida que eu não devia guardar. O que é mais doloroso é que provoquei a morte do corpo, sem razão. Lucia Ferreira, 16 anos


quinta-feira, 21 de julho de 2016

LIDO MAS NÃO VISTO

A experiência confirma aos mais atentos que a primeira leitura de qualquer obra é emocional. Como o sedento diante do copo d’água. Caso evidente é a mais comercializada das obras abordando o pensamento espírita: O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Nas suas linhas inúmeras e interessantes informações normalmente não registradas nas incontáveis vezes que é aberto para rápidas apreciações. Na sequência como exemplo destacamos alguns tópicos sobre o problema da saúde para ilustrar: 1- Se Deus não quisesse que pudéssemos curar ou aliviar os sofrimentos corporais, em certos casos, não teria colocado meios curativos à nossa disposição. 2- Ao lado da medicação comum, elaborada pela ciência, o magnetismo nos deu a conhecer o poder da ação fluídica, e depois o Espiritismo veio revelar-nos outra força, através da mediunidade curadora e da influência da prece. 3- As doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições nocivas, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. 4- Doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc (...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. 5- Se Deus não quisesse que pudéssemos curar ou aliviar os sofrimentos corporais, em certos casos, não teria colocado meios curativos à nossa disposição.(...)  6- Ao lado da medicação comum, elaborada pela ciência, o magnetismo nos deu a conhecer o poder da ação fluídica, e depois o Espiritismo veio revelar-nos outra força, através da mediunidade curadora e da influência da prece. 7- Quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece.  8- Se dividirmos os males da vida em duas categorias, sendo UMA a dos males que o homem não pode evitar, e OUTRA a das atribulações que ele mesmo provoca, por sua incúria e seus excessos, veremos que esta última é muito mais numerosa que a primeira. 9- Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua Lei (de DEUS), que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. 10- O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às consequências de suas faltas. Outros exemplos destacados da obra AÇÃO E REAÇÃO do Espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier:  1- Em todos os Planos do Universo, somos Espírito e manifestação, pensamento e forma. 2-Todo mal praticado conscientemente expressa de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de ser. 3- Da mente clareada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a individualidade, partem as forças que asseguram o equilíbrio orgânico, por intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses que vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam as chamadas glândulas endócrinas, que, a seu turno, despedem recursos que nos garantem a estabilidade do campo celular. 4- Nas criaturas encarnadas esses elementos se consubstanciam nos hormônios diversos que atuam sobre todos os órgãos do corpo físico, através do sangue. 5- Todos os estados acidentais das formas de que nos utilizamos, no espaço e no tempo, dependem, assim, do comando mental que nos é próprio. 6- A Medicina há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar.




terça-feira, 19 de julho de 2016

UMA ANÁLISE SOBRE A REENCARNAÇÃO

Distante por 16 séculos da cultura entorpecida pelas sombras impostas pelo dominante pensamento religioso, a sociedade humana resiste a ceder à logica e evidências da reencarnação e visão evolucionista derivada dela. No número de outubro de 1860, um Espírito identificado como Zénon, através de mensagem psicografada em reunião da Sociedade Espírita de Paris, incluída por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA faz uma análise interessante sobre o tema. Escreve ele: - Há na doutrina da reencarnação uma economia moral que não escapa à tua inteligência. Sendo a corporeidade compatível somente com os atos de virtude, e sendo esses atos necessários ao melhoramento do Espírito, raramente encontrará este, numa única existência, as circunstâncias necessárias ao seu progresso acima da Humanidade. Sendo admitido que a justiça de Deus não pode harmonizar-se com as penas eternas, deve a razão concluir pela necessidade: 1o - de um período de tempo durante o qual o Espírito examina o seu passado e toma suas resoluções para o futuro; 2o - de uma existência nova em harmonia com o avanço atual desse Espírito. Não falo dos suplícios, por vezes terríveis, a que são condenados certos Espíritos, durante o período da erraticidade; por um lado eles correspondem à enormidade da falta e, por outro, à justiça de Deus. Isto diz bastante para dispensar detalhes que, aliás, encontrarás no estudo das evocações. Voltando às reencarnações, haverás de compreender a sua necessidade por uma comparação vulgar, mas de impressionante verdade. Após um ano de estudos, o que acontece ao jovem colegial? Se progrediu, passa para a classe superior; se ficou imobilizado em sua ignorância, repete o ano. Vai mais longe; comete faltas graves e é expulso. Pode vagar de colégio em colégio; pode ser afastado da Universidade e pode ir da casa de educação à casa de correção. Tal a imagem fiel da sorte dos Espíritos e nada satisfaz mais completamente à razão. Quer-se cavar mais profundamente a doutrina? Ver-se-á, nessas ideias, o quanto a justiça de Deus parece mais perfeita e mais conforme às grandes verdades que dominam a nossa inteligência. No conjunto, como nos detalhes, há nisso algo de tão surpreendente que o Espírito que começa a iniciar-se fica como que iluminado. E as censuras murmuradas contra a Providência, e as maldições contra a dor, e o escândalo do vício feliz em face da virtude que sofre, e a morte prematura da criança; e, numa mesma família, de encantadoras qualidades, dando, por assim dizer, a mão a uma perversidade precoce; e as enfermidades que datam do berço; e a infinita diversidade de destinos, tanto nos indivíduos, quanto nos povos, problemas até hoje insolúveis, enigmas que fazem duvidar da bondade, e quase da existência de Deus, tudo isto se explica ao mesmo tempo. Um puro raio de luz se estende no horizonte da filosofia nova e, no seu quadro imenso, agrupam-se harmoniosamente todas as condições da existência humana. As dificuldades se aplainam, os problemas se resolvem, e mistérios até hoje impenetráveis se explicam numa única palavra: reencarnação. Leio em teu pensamento, prezado cristão. Tu dizes: eis, desta vez, uma verdadeira heresia. Meu filho, nada mais que a negação das penas eternas. Nenhum dogma prático entra em contradição com esta verdade. O que é a vida humana? O tempo durante o qual o Espírito permanece unido ao corpo. No dia marcado por Deus os filósofos cristãos não terão nenhuma dificuldade para dizer que a vida é múltipla. Isso não acrescenta nem muda nada nos vossos deveres. A moral cristã fica de pé e a lembrança da missão de Jesus paira sempre sobre a Humanidade. A religião nada tem a temer deste ensino, e não está longe o dia em que seus ministros abrirão os olhos à luz; por fim reconhecerão, na revelação nova, os socorros que, imploram do céu. Eles creem que a sociedade vai perecer: será salva

domingo, 17 de julho de 2016

CHICO XAVIER FALA SOBRE MÉDIUM E MEDIUNIDADE

Chico Xavier pelo extraordinário legado deixado aos estudiosos do Espiritismo, seja na condição de médium ou de Ser humano, é unanimidade entre os que acessam informações a seu respeito como um exemplo de verdadeiro espírita cristão. Sempre útil, portando rever seus pontos de vista, naturalmente respaldados nas mais de nove décadas de sua existência mais recente em nossa Dimensão. Destacamos a seguir alguns inspiradores ensinamentos recolhidos em momentos preservados em entrevistas ou apreciações a amigos sobre a mediunidade em sua vida. 1- Eu não saberia dizer a relação existente entre mediunidade e sofrimento... Os meus instantes mais produtivos na mediunidade foram também os de maior luta. Reclamar das dificuldades que tenho enfrentado seria negar as bênçãos que a mediunidade me tem proporcionado no trabalho com os Bons Espíritos. 2 - Certa vez, um repórter me perguntou se eu estaria disposto a começar tudo outra vez!... É claro que recomeçaria. Para mim, a mediunidade na Doutrina Espírita tem sido uma alegria. O que eu não sei é se os Espíritos Amigos estariam dispostos a recomeçar comigo... As minhas imperfeições são tantas! Creio que tenho dado a eles, os Espíritos Benfeitores, mais trabalho, ou seja, eles têm tido mais trabalho comigo do que eu propriamente tenho trabalhado com eles... 3 - Nunca atravessei um dia sem luta... Quando as coisas corriam muito bem para mim, eu podia esperar - no final da tarde, ou da noite, aparecia o problema... Mas, eu nunca pude me dar o luxo de ficar choramingando. Emmanuel dizia: - Chico, o médium tem que deixar o problema de lado; médium que não aprende a esquecer e seguir adiante, que não remove de dentro de si mesmo os obstáculos, compromete o trabalho... Então, eu tinha que sofrer calado, não dando mais que dois ou três minutos de atenção ao aborrecimento. 4- Um dia, perguntei a Emmanuel o que aconteceria, caso a mediunidade me subisse à cabeça... Ele me disse: - Se você tem, eu não tenho vocação para vedete, você ficará com outros Espíritos habituados ao palco; procurarei outro médium ou tratarei de reencarnar... Sinceramente, não consigo entender os companheiros de mediunidade que anseiam por qualquer tipo de promoção pessoal, todos eles me merecem o maior respeito, mas eu não vejo na condição de médium qualquer predicado que nos diferencie... Na história do Espiritismo, os médiuns sempre foram chamados a maior cota de sacrifício; Allan Kardec foi testado de todas as maneiras - dinheiro, vaidade, ingratidão dos amigos, calúnias... Se com ele foi assim, conosco não poderia ser diferente, não é. O médium que não se vê constantemente testado, deve começar a desconfiar... Médium bom é o que apanha. 5- A obsessão acompanha de muito perto o médium; o médium que não vigia é uma presa mais fácil para os obsessores... Mediunidade significa porta aberta, e por uma porta escancarada acaba passando quem quiser... A vigilância é uma espécie de sentinela, exigindo a senha dos candidatos a entrar...  6 - Muitos companheiros espíritas nunca puderam entender o meu contato com o povo; prefeririam que eu ficasse apenas na mediunidade, na produção de livros... Ora, se me fosse dado escolher entre a tarefa da mediunidade com os livros e o serviço da mediunidade com os sofredores, eu ficaria com os sofredores, pois também me considero um Espírito sofredor; ficaria com aqueles que me consolariam com as suas dores semelhantes àquelas que eu também sinto... De modo que, embora respeite profundamente a opinião dos confrades, fico com a minha necessidade espiritual. Deus me livre da solidão de um gabinete, onde apenas os Espíritos me fizessem companhia!... 7- A caridade sempre foi à força que me sustentou; tudo sempre valeu a pena, por causa dela...  Emmanuel me ensinou isto. Ele me dizia: - Chico, deixemos os nossos escritos! A página mediúnica pode esperar um pouco; é hora de você se reabastecer... Vamos para a periferia!". E eu ia com ele ou ele comigo, não sei... Quando na minha cabeça eu já tinha esquecido tudo, voltava para a psicografia... Sem a caridade, o médium não consegue sustentar o vínculo com a sua própria espiritualidade!..."



sexta-feira, 15 de julho de 2016

NOVO TESTAMENTO: TODOS DEVERIAM SABER

Diplomado em Teologia e Filosofia por importante escola de Roma, Carlos Torres Pastorino obviamente era profundo conhecedor dos temas relacionados à Biblia, obra organizada no final do século IV para servir de base para orientar, a princípio o pensamento do Catolicismo e, a partir do século XVI, o Protestantismo. Como se sabe, na referida obra encontra-se o Novo Testamento onde preserva-se o que se resgatou  o que se sabe sobre Jesus. Demitindo-se do cargo que ocupava no Vaticano, retornando ao Brasil e dedicando-se à função de educador, Carlos Pastorino depois de aproximar-se do Espiritismo e de Chico Xavier, fundou um movimento denominado Sabedoria, publicando uma revista com que o divulgava, fazendo mês a mês criteriosa análise dos EVANGELHOS. No importante estudo do autor de MINUTOS DE SABEDORIA, encontramos interessantes observações que devem ser conhecidas por quem reflete sobre os Ensinos dos Evangelhos.   LÍNGUA ORIGINAL A língua original do NOVO TESTAMENTO é o grego denominado Koiné, ou seja, comum, popular, falado pelo povo. Não é o grego clássico. O grego do NOVO TESTAMENTO apresenta um colorido francamente hebraista, e bem se compreende a razão: todos os autores eram judeus, com exceção de Lucas, que era grego.  OS EVANGELISTAS Mateus (nome grego, Mathios, que significa dom de Deus. Seu nome em hebraico era Leví. jamais foi encontrada nenhuma citação de Mateus em hebraico, nem mesmo em aramaico. Com efeito, em hebraico é que não escreveu ele, já que desde 400 anos antes de Cristo o hebraico não era mais falado, e sim o aramaico, que é uma mistura de hebraico com siríaco. Um argumento em favor do hebraico ou aramaico de Mateus original são seus numerosíssimos hebraísmos. Entretanto, qualquer tradutor teria o cuidado de expurgar a obra dos hebraísmos. Se eles aparecem em abundância, É mais lógico supor-se que o autor era judeu, e escrevia numa língua que ele não conhecia bem, e por isso deixava escapar muitos barbarismos. Supõe-se que Mateus haja escrito entre os anos 54 e 62. Dirige-se claramente aos judeus (basta observar as numerosas citações do Velho Testamento e o esforço para provar que Jesus era o Messias prometido aos judeus pelos antigos Profetas).  Marcos, ou melhor, João Marcos, era sobrinho de Pedro. O nome João era hebraico, mas o segundo nome Marcos era puramente latino. Não deve admirar-nos esse hibridismo, sabendo-se que os romanos dominavam a Palestina desde 70 anos antes de Cristo, introduzindo entre o povo não apenas a língua grega, como os nomes latinos e gregos. Os romanos impuseram a língua latina às conquistas do Ocidente e a grega às do Oriente, daí o fato de falar-se grego na palestina desde 70 anos antes de Cristo, por coação dos dominadores. Marcos escreveu entre 62 e 66, e parece que se dirigia aos romanos, tanto que não vemos nele citações de profecias; apenas uma vez (e duvidosa) cita o VELHO TESTAMENTO. Mais: se aparece algo de típico dos costumes judaicos, Marcos apressa-se a esclarecer, explicando com pormenores o de que se trata, como estando consciente de que seus leitores, normalmente, não no perceberiam. Lucas, abreviatura grega do nome latino Lucianus, não tinha sangue judeu: era grego puro, de nascimento e de raça. Escreveu em linguagem correta, entre 66 e 70, interpretando o pensamento de Paulo a quem acompanhava nas viagens apostólicas, talvez para prestar-lhe assistência médica, pois o próprio Paulo o chama médico querido ( 2.a Cor. 12:7). Todo o plano de sua obra é organizado, demonstrando hábito de estudo e leitura e de pesquisa. João, chamado também o discípulo amado, e mais tarde o presbítero, isto é, o velho. Filho de Zebedeu, e portanto primo irmão de Jesus, acompanhou o Mestre no pequeno grupo iniciático, com seu irmão Tiago e com PedroClemente de Alexandria diz ter João escrito o EVANGELHO Pneumático. Sabemos que pneuma significa Espírito. Então, é o Evangelho espiritual. Em que sentido? Escrito por um Espírito? Pneumografado? Tal como hoje dizemos psicografado? João escreveu entre 70 e 100, tendo desencarnado em 104. Seu estilo é altaneiro, condoreiro e seu Evangelho está repleto de simbolismos iniciáticos, tendo dado origem a uma teologia. Linguisticamente, Lucas é o mais correto e Marcos o mais vulgar, estando Mateus e João escritos numa linguagem intermediária.


quarta-feira, 13 de julho de 2016

SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DE ESPÍRITOS


Allan Kardec gastou 259 palavras para justificar a inclusão no capítulo 31 d’O LIVRO DOS MÉDIUNS de uma mensagem atribuída Jesus de Nazaré demonstrando o critério rigoroso que adotava para selecionar mensagens, terminando suas ponderações com a seguinte recomendação: - Que cada um julgue por si mesmo se aquele de quem ela traz o nome não a renegaria. Na atualidade, não se observa tanto cuidado, tendo-se a impressão que o que importa é o resultado comercial no caso de livros, por exemplo. Outro tema curioso é quanto aos títulos utilizados por alguns Espíritos comunicantes. No número de julho de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec se pronuncia sobre o assunto a partir de questionamento levantado por leitores da publicação. Explica ele: Num grupo de província, tendo-se apresentado um Espírito sob o nome de “São José, santo, três vezes santo”, isto deu ensejo a que se fizesse a seguinte pergunta: Um Espírito, mesmo canonizado em vida, pode dar-se a qualificação de santo, sem faltar à humildade, que é um dos apanágios da verdadeira santidade e, invocando-o, permite que lhe deem esse título? O Espírito que o toma deve, por esse fato, ser tido por suspeito? Outro Espírito respondeu: -Deveis rejeitá-lo imediatamente, pois equivaleria a um grande capitão que se vos apresentasse exibindo pomposamente seus numerosos feitos de armas, antes de declinar o seu, ou a um poeta que começasse por se gabar de seus talentos. Veríeis nessas palavras um orgulho despropositado. Assim deve ser com homens que tiveram algumas virtudes na Terra e que foram julgados dignos de canonização. Se se apresentarem a vós com humildade, crede neles; se vierem se fazendo preceder de sua santidade, agradecei e nada perdereis. O encarnado não é santo porque foi canonizado: só Deus é santo, porque só ele possui todas as perfeições. Vede os Espíritos superiores, que conheceis pela sublimidade de seus ensinamentos: eles não ousam dizer-se santos; qualificam-se simplesmente de Espíritos de verdade. Pronuncia-se Allan Kardec: - Esta resposta demanda algumas retificações. A canonização não implica a santidade no sentido absoluto, mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte integrante do nome, para os distinguir de seus homônimos, ou que lhes dão por hábito. Santo Agostinho, São Luís, São Tomé, podem, pois, antepor o nome santo à sua assinatura, sem que o façam por um sentimento de orgulho, que seria tanto mais descabido em Espíritos superiores que, melhor que os outros, não fazem nenhum caso das distinções dadas pelos homens. Dar-se-ia o mesmo com os títulos nobiliárquicos ou as patentes militares. Seguramente aquele que foi duque, príncipe ou general na Terra não o é mais no mundo dos Espíritos e, no entanto, assinando, poderão tomar essas qualificações, sem que isto tenha consequência para o seu caráter. Alguns assinam: aquele que, quando vivo na Terra, foi o duque de tal. O sentimento do Espírito se revela pelo conjunto de suas comunicações e por sinais inequívocos em sua linguagem. É assim que não nos podemos enganar sobre aquele que começa por se dizer: “São José, santo, três vezes santo.” Só isto bastaria para revelar um Espírito impostor, adornando-se com o nome de São José. Assim, ele pôde ver, graças ao conhecimento dos princípios da doutrina, que sua velhacaria não encontrou ingênuos no círculo onde quis introduzir-se. O Espírito que ditou a comunicação acima é, pois, muito absoluto no que concerne à qualificação de santo e não está certo quando diz que os Espíritos superiores se dizem simplesmente Espíritos de verdade, qualificação que não passaria de um orgulho disfarçado sob outro nome, e que poderia induzir em erro, se tomado ao pé da letra, porque nenhum se pode vangloriar de possuir a verdade absoluta, nem a santidade absoluta. A qualificação de Espírito de verdade não pertence senão a um só, e pode ser considerada como nome próprio; está especificada no Evangelho. Aliás, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. Devemos pôr-nos em guarda contra os que se adornam indevidamente com esse título: são fáceis de reconhecer, pela prolixidade e pela vulgaridade de sua linguagem.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

PORQUE ESQUECEMOS O PASSADO

A dúvida é bastante comum: - Como pode o homem aproveitar da experiência adquirida em suas anteriores existências, quando não se lembra delas, pois que, desde que lhe falta essa reminiscência, cada existência é para ele qual se fora a primeira; deste modo, está sempre a recomeçar. Suponhamos que cada dia, ao despertar, perdemos a memória de tudo quanto fizemos no dia anterior; quando chegássemos aos 70 anos, não estaríamos mais adiantados do que aos 10; ao passo que recordando as nossas faltas, inaptidões e punições que disso nos provieram, esforçar-nos-emos por evitá-las. Allan Kardec questionado por argumentos semelhantes, com sua costumeira sensatez, explicou: -“Tudo se encadeia no Espiritismo, e, quando se toma o conjunto, vê-se que seus princípios emanam uns dos outros, servindo-se mutuamente de apoio; e, então, o que parecia uma anomalia contrária à justiça e à sabedoria de Deus, se torna natural e vem confirmar essa justiça e essa sabedoria. Tal é o problema do esquecimento do passado, que se prende a outras questões de não menor importância e, por isso, não farei aqui senão tocar levemente o assunto. Se em cada uma de suas existências um véu esconde o passado do Espírito, com isso nada perde ele das suas aquisições, apenas esquece o modo por que as conquistou. Servindo-me ainda da comparação com o aluno, direi que pouco importa saber onde, como, com que professores ele estudou as matérias de uma classe, uma vez que as saiba, quando passa para a classe seguinte. Se os castigos o tornaram laborioso e dócil, que lhe importa saber quando foi castigado por preguiçoso e insubordinado? É assim que, reencarnando, o homem traz por intuição e como ideias inatas, o que adquiriu em ciência e moralidade. Digo em moralidade porque se, no curso de uma existência, ele se melhorou, se soube tirar proveito das lições da experiência, se tornará melhor quando voltar; seu Espírito, amadurecido na escola do sofrimento e do trabalho, terá mais firmeza; longe de ter de recomeçar tudo, ele possui um fundo que vai sempre crescendo e sobre o qual se apoia para fazer maiores conquistas. A objeção relativa ao aniquilamento do pensamento, não tem base mais segura, porque esse olvido só se dá durante a vida corporal; uma vez terminada ela, o Espírito recobra a lembrança do seu passado; então poderá julgar do caminho que seguiu e do que lhe resta ainda fazer; de modo que não há essa solução de continuidade em sua vida espiritual, que é a vida normal do Espírito. Esse esquecimento temporário é um benefício da Providência; a experiência só se adquire, muitas vezes, por provas rudes e terríveis expiações, cuja recordação seria muito penosa e viria aumentar as angústias e tribulações da vida presente. Se os sofrimentos da vida parecem longos, que seria se a eles se juntasse a lembrança do passado? (...) Livre da reminiscência de um passado importuno, viveis com mais liberdade; é para vós um novo ponto de partida; vossas dívidas anteriores estão pagas, cumprindo-vos ter cuidado de não contrair outras. Quantos homens desejariam assim poder, durante a vida, lançar um véu sobre os seus primeiros anos! Quantos, ao chegar ao termo de sua carreira, não têm dito: “Se eu tivesse de recomeçar, não faria mais o que fiz!” Pois bem, o que eles não podem fazer nesta mesma vida, fá-lo-ão em outra; em uma nova existência, seu Espírito trará, em estado de intuição, as boas resoluções que tiver tomado. É assim que se efetua gradualmente o progresso da Humanidade. 

sábado, 9 de julho de 2016

O COMEÇO DE TUDO

Fazia frio na noite da sexta feira, 8 de julho de 1927 na cidade de Pedro Leopoldo, a poucos quilometros da capital do Estado de Belo Horizonte. Na sala de modesta casa numa das ruas da pequena localidade, um grupo de pessoas se reunia para uma reunião em torno dos ensinamentos do Espiritismo coordenada por uma senhora de nome Carmem Perácio.  Embora moradora de Curvelo, localidade distante cem quilômetros, ali se encontrava atendendo pedido recebido semanas antes do amigo João Cândido, cuja filha encontrava-se acometida por sérios transtornos comportamentais e que através dela já encontrara alívio, neutralizando influências ditas espirituais. Entre os participantes, Chico, irmão de 17 anos da referida moça que testemunhara a extraordinária mudança havida no quadro mental de Maria Pena Xavier. A reunião começara com uma prece e em meio a etapas conduzidas por Dona Carmem, repassando instrução de um Benfeitor presente, sugeriu que Chico tomasse de papel e lápis e aguardasse alguns instantes. O que se seguiu, segundo lembraria anos depois Chico foi um fenômeno inesquecível. Deixando de perceber a friagem que dominava o ambiente, sentiu-se como que crescendo, tendo a impressão que o próprio telhado do cômodo em que se encontravam desapareceu e avistando o esplendor da noite estrelada típica do Inverno, enquanto seu braço corria célere e mecanicamente sobre as folhas de papel como que passando a limpo em 17 páginas psicografadas o pensamento de Um Amigo Espiritual exortando ao trabalho em nome de Jesus. Começava ali uma das mais extraordinárias histórias no campo do intercâmbio entre diferentes Dimensões, resultando após mais de 8 décadas em mais de 400 livros contendo ensinamentos, instruções, histórias em prosa e verso escritas por  personalidades reconhecidas ou não na realidade em que nos encontramos. Ser humano invulgar, aquele jovem simples e humilde, fascinado com a explicação do que lhe ocorria pelas palavras de Dona Carmem, renunciaria à sua fé católica e passando a seguir o Espiritismo, estudando-o e exercitando a mediunidade que lhe era natural ao longo dos próximos anos até que o Amigo Espiritual da primeira mensagem se apresentou objetivamente numa tarde de domingo em local de beleza natural invulgar nas cercanias da cidade em que viveria até os 48 anos quando se transferiu para a cidade de Uberaba no Triangulo Mineiro. Esse Amigo identificado como Emmanuel lhe informou a tarefa que deveriam desenvolver em conjunto na produção de livros que divulgassem a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, assumindo a coordenação de tal trabalho que marcou gerações, inspirando o surgimento de extraordinários trabalhos, sobretudo, em favor da caridade dirigida aos menos favorecidos. Instruiu-o que se em algum momento dissesse algo que contradissesse Jesus e Allan Kardec que o esquecesse e ficasse com os dois. Fiel, Chico elegeu a recomendação como norma de conduta não só no trabalho doutrinário como na vida pessoal, alcançando um nível de iluminação extraordinário, inspirando milhares de pessoas que reconheceram nela uma luz entre as sombras do mundo em mudança em que nos encontramos. Um detalhe interessante que revela ter Chico cumprido a missão pela qual renasceu está preservado no livro CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO (Didier, 2000) de Divaldinho Matos. Revela que o casal Carmem e José Hermínio Perácio transferiu residência para Pedro Leopoldo após terem conhecido Chico atendendo orientação de médium de suas relações em Belo Horizonte, Paschoal Comanducci que afirmou: - A principal missão de vocês agora é ajudar Chico Xavier. Ele possui recursos mediúnicos múltiplos. Está cercado de falanges tão poderosas como as que assistiam Jesus. Esse menino assombrará o mundo. Escreverá mediunicamente centenas de livros e será intransigente defensor e divulgador do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Viverá muito. Desencarnado, não terá substitutos. Da mesma forma que Jesus, Chico é único no Planeta. Só ele, em reencarnação posterior, poderá retomar o leme e dar continuidade à obra específica que lhe foi confiada pelo Altíssimo. Poderá ter, em princípio, sucessores. Substitutos, reafirmo, jamais”.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

PORQUE É DIFÍCIL?

Reagir às sugestões do Bem no sentido de trabalhar conscientemente pela própria evolução não é comum em nosso Plano e condição de vida. Os milhares de exemplos reunidos em depoimentos de Espíritos encarnados e desencarnados  - esses através de testemunhos de médiuns -, constituem-se numa prova disso. No número de julho de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec se vê diante de questão levantada por estudiosos e praticantes do Espiritismo a época. A situação problema colocada foi a seguinte: Muitas vezes vemos Espíritos de natureza má cederem muito prontamente sob a influência da moralização e se melhorarem. Podemos agir do mesmo modo sobre os encarnados, mas com muito mais trabalho. Por que a educação moral dos Espíritos desencarnados é mais fácil que a dos encarnados? Explica Kardec: Esta pergunta foi motivada pelo seguinte fato. Um rapaz, cego há doze anos, tinha sido recolhido por um espírita devotado, empenhado em curá-lo pelo magnetismo, pois os Espíritos haviam dito que a cura era possível. Mas o rapaz, em vez de se mostrar reconhecido pela bondade de que era objeto, e sem a qual teria ficado sem asilo e sem pão, só teve ingratidão e mau procedimento, dando provas do pior caráter. Consultado a respeito, respondeu o Espírito São Luís: “Como muitos outros, esse jovem é punido por onde errou e suporta a pena de sua má conduta. Sua enfermidade não é incurável, e uma magnetização espiritual, praticada com zelo, devotamento e perseverança, certamente teria êxito, auxiliada por um tratamento médico destinado a corrigir seu sangue viciado. Já haveria uma sensível melhora em sua visão, que ainda não está completamente extinta, se os maus fluidos de que está cercado e saturado não opusessem um obstáculo à penetração dos bons fluidos que, de certo modo, são repelidos. No estado em que se encontra, a ação magnética será impotente, enquanto não se desembaraçar, por sua vontade e sua melhoria, desses fluidos perniciosos. É, pois, uma cura moral que se deve obter, antes de buscar a cura física. Só um retorno sério sobre si mesmo poderá tornar eficazes os cuidados de seu magnetizador, que os Espíritos bons se desvelarão em secundar. Caso contrário, deve-se esperar que perca o pouco de luz que lhe resta e que sofra novas e mais terríveis provações. Agi, pois, sobre ele como fazeis com os Espíritos maus desencarnados, que quereis reconduzir ao bem. Ele não está sob a ação de uma obsessão: é sua natureza que é má e, além disso, perverteu-se no meio onde viveu. Os Espíritos maus que o assediam só são atraídos pela similitude existente entre eles; à medida que se melhorar, eles se afastarão. Só então a ação magnética terá toda a sua eficácia. Dai-lhe conselhos; explicai-lhe sua posição; que várias pessoas sinceras se unam em pensamento para orar, a fim de atrair para ele influências salutares. Se as aproveitar, não tardará a lhes experimentar os bons efeitos, pois será recompensado por um mais sensível na sua posição.” Esta instrução nos revela um fato importante, o do obstáculo oposto pelo estado moral, em certos casos, à cura dos males físicos. A explicação acima é de uma lógica incontestável, mas não poderia ser compreendida pelos que só vêem em toda parte a ação exclusiva da matéria. No caso em tela, a cura moral do paciente encontrou sérias dificuldades; foi o que motivou a pergunta acima, proposta na Sociedade Espírita de Paris. Explica Kardec terem sido obtidas seis respostas, todas concordando perfeitamente entre si. Das duas selecionadas para evitar repetições inúteis escolhemos uma: -“Como o Espírito desencarnado vê manifestamente o que se passa e os exemplos terríveis da vida, compreende com tanto mais rapidez o que o estimula a crer ou a fazer(...) A adversidade amadurece o pensamento. Esta expressão é verdadeira sobretudo para os Espíritos desencarnados, que veem de perto as consequências de sua vida passada. A negligência e o preconceito, ao contrário, triunfam nos Espíritos encarnados; as seduções da vida e, mesmo, os seus desenganos, dão-lhes uma misantropia ou uma completa indiferença pelos homens e pelas coisas divinas

terça-feira, 5 de julho de 2016

ACERCA DA AURA HUMANA

Grande deve ser a emoção do cientista sinceramente interessado na Verdade, ao contemplar a realidade que constitui os bastidores do Plano em que vivemos sem as limitações impostas por nosso sentido da visão. Foi por certo, o caso de Ferdinando Labouriau, catedrático de Metalurgia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, morto em acidente de aviação em 3 de dezembro  1928 em voo festivo com que se homenageava o retorno de Santos Dumont ao Brasil. Anos após sua passagem, retornou pela mediunidade de Chico Xavier, explicando sobre a aura humana, no segundo dos textos que escreveria. Diz ele: -“Para alinhar algumas notas acerca da aura humana, recordemos o que seja irradiação, na ciência atômica dos tempos modernos. Temo-la, em nossas definições, como sendo a onda de forças dinâmicas, nascida do movimento que provocamos no espaço, cujas emanações se exteriorizam por todos os lados. Todos os corpos emitem ondulações, desde que sofram agitação ou que a produzam, e as ondas respectivas podem ser medidas pelo comprimento que lhes é característico, dependendo esse comprimento do emissor que as difunde. A queda de um grânulo de chumbo sobre a face de um lago, estabelecerá ondas diminutas no espelho líquido, mas a imersão violenta de um calhau de grandes proporções criará ondas enormes. A quantidade das ondas formadas por segundo, pelo núcleo emissor, é o fenômeno que denominamos frequência, gerando oscilações eletromagnéticas que se fazem acompanhar da força de gravitação que lhes corresponde. Assim é que cada corpo em movimento, dos átomos às galáxias, possui um campo próprio de tensão e influência, constituído pela ondulação que produz. Para mentalizarmos o que seja um campo de influência, figuremo-nos uma lâmpada vulgar. Toda a área de espaço clareada pelos fótons que arroja de si expressa o campo que lhe é próprio, campo esse cuja influência diminui à medida que os fótons se distanciam do seu foco gerador, fragmentando-se ao infinito. Qual ocorre com a matéria densa, sob estrita observação científica, nosso espírito é fulcro de criação mental incessante, formando para si mesmo um halo de eflúvios eletromagnéticos, com o teor de força gravitativa que lhes diz respeito. Nossos pensamentos, assim, tecendo a nossa auréola de emanações vitais ou a ondulação que nos identifica, representam o campo em que nos desenvolvemos. Mas se no físico a agitação da matéria primária pode ser instintiva, no plano da inteligência e da razão, em que nos situamos, possuímos na vontade a válvula de controle da nossa movimentação consciente, auxiliando-nos a dirigir a onda de nossa vida para a ascensão à luz, ou para a descida às trevas. Sentimentos e ideias, palavras e atos são recursos íntimos de transformação e purificação da nossa esfera vibratória, de conformidade com a direção que lhes imprimimos, tanto quanto as dores e as provas, as aflições e os problemas são fatores externos de luta que nos impelem a movimento renovador. Sentindo e pensando, falando e agindo, ampliamos a nossa zona de influência, criando em nós mesmos a atração para o engrandecimento na Vida Superior, ou para a miséria na vida inferior, segundo as nossas tendências e atividades para o bem ou para o mal. Enriqueçamo-nos, pois, de luz, amealhando experiências santificantes pelo estudo dignamente conduzido e pela bondade construtivamente praticada. Apenas dessa forma regeneraremos o manancial irradiante de nosso espírito, diante do passado, habilitando-nos para a grandeza do futuro. Constelações e mundos, almas e elementos, todos somos criações de Deus, adstritos ao campo de nossas próprias criações, com o qual influenciamos e somos influenciados, vivendo no campo universal e incomensurável da Força Divina. Se nos propomos, desse modo, aprimorar nosso cosmo interior, caminhando ao encontro dos tesouros de amor e sabedoria que nos são reservados, sintonizemos, no mundo, a onda de nossa existência com a onda do Cristo, e então edificaremos nas longas curvas do tempo e do espaço o atalho seguro que nos erguerá da Terra aos pináculos da gloriosa imortalidade”.



domingo, 3 de julho de 2016

LEI DO CARMA: UM TEMA FASCINANTE

O Ser em que vai se transformando o Espírito na medida em que vão se repetindo suas experiências através da reencarnação, o conhecimento adquirido a partir do desenvolvimento da inteligência que habilita cada vez mais seu livre arbítrio, ampliando seus níveis de consciência, desenvolve sua responsabilidade de viver. Deduz-se daí que começa a participar da elaboração dos programas        para ele planejados no Mundo Espiritual para serem vivenciados na rápida passagem pelo corpo chamado físico. Tudo regulado pela Lei de Causa e Efeito segundo detalhado no Capítulo 7 do livro O CÉU E O INFERNO de Allan Kardec. Do conteúdo de LEI DE CAUSA E EFEITO – as respostas que o Espiritismo dá, destacamos alguns esclarecimentos para sua avaliação: 1- Recorrente em palestras espíritas, artigos e livros, a palavra “Carma” é associada aos graves problemas enfrentados pelas criaturas humanas. Qual sua relação com a visão do Espiritismo sobre a Lei de Causa e Efeito? - O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, em sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. Há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições.  Para melhor entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida. Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça. (AÇÃO E REAÇÃO, 1) 2 - O que indica o início consciente da reabilitação perante as Leis Divinas? O arrependimento. Conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo sua causa.  O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo. Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito (CI,7).


sexta-feira, 1 de julho de 2016

PRECE: ANTÍDOTO E CALMANTE

Tendo vivido por 64 anos entre a metade do século 17 e início do 18,  François Fénelon  foi um teólogo católico, escritor e poeta que se destacou pelas suas ideias liberais sobre política e educação contrapondo-se ao pensamento dominante. Entre suas obras literárias, destaca-se DIÁLOGO DOS MORTOS em que simula uma conversa com personalidades celebres do passado empenhadas em reavaliar atitudes e posturas próprias e alheias. Desencarnado no início de 1715, integrou a equipe de Espíritos que organizaram as primeiras obras do Espiritismo publicadas por Allan Kardec. Fechando a edição de julho de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, encontra-se uma mensagem de sua autoria recebida na cidade de Bordeaux, enviada à redação por um correspondente de nome Sabò. O conteúdo naturalmente é de grande importância para os que ainda não conhecem a utilidade desse procedimento denominado prece em meio às tribulações da vida. Escreve ele: -“Tempestade de paixões humanas, que abafais os bons sentimentos de que todos os Espíritos encarnados trazem uma vaga intuição no fundo da consciência, quem acalmará a vossa fúria? É a prece que deve proteger os homens contra o fluxo desse oceano, cujo seio encerra os monstros horrendos do orgulho, da inveja, do ódio, da hipocrisia, da mentira, da impureza, do materialismo e das blasfêmias. O dique que lhe opondes pela prece é construído com a pedra e o cimento mais duros e, impotentes para o transpor, esses monstros se esgotam em vãos esforços contra ele e mergulham, sangrentos e aflitos, nas profundezas abissais. Ó prece do coração, invocação incessante da criatura ao Criador, se conhecessem tua força, quantos corações arrastados pela fraqueza teriam recorrido a ti no momento da queda! Tu és o precioso antídoto que cura as chagas, quase sempre mortais, que a matéria abre no Espírito, fazendo correr em suas veias o veneno das sensações brutais. Mas como é restrito o número dos que oram bem! Acreditais que depois de haver consagrado grande parte do vosso tempo a recitar fórmulas que aprendestes, ou a lê-las em vossos livros, tereis merecido bastante de Deus? Desiludi-vos; a boa prece é a que parte do coração; não é prolixa; apenas, de vez em quando, deixa escapar seu grito a Deus em aspirações, em angústias e em rogativas de perdão, como a implorar que venha em nosso socorro e os Espíritos bons a levem aos pés do Pai justo, pois esse incenso é para Ele de agradável odor. Então Ele os envia em grupos numerosos para fortalecer os que oram bem contra o Espírito do mal; assim, tornam-se fortes como rochedos inabaláveis. Vêem quebrar-se contra eles as vagas das paixões humanas e, como se comprazem nessa luta que os deve cumular de méritos, constroem, como a alcíone, seus ninhos em meio às tempestades”. Ampliando de certo modo essas informações, o Espírito André Luiz oferece duas observações importantes. A primeira no livro OS MENSAGEIROS (1944, feb) e a segunda na obra seguinte MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb, 1945). Diz ele:1- O trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no círculo dos encarnados. Não há prece sem resposta”. 2- A oração, elevando o nível mental da criatura confiante e crente no Divino Poder, favorece o intercâmbio entre as duas esferas e facilita a tarefa de auxílio fraternal. Imensos exércitos de trabalhadores desencarnados se movimentam em toda parte, em nome de Nosso Pai”.