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domingo, 31 de julho de 2016

IMPORTANTE DOCUMENTO

O acervo constituído pelas cartas psicografadas por Chico Xavier em reuniões públicas contém informações extremamente interessantes, representando importantes documentos confirmatórios da sobrevivência após a morte do corpo físico. Uma delas começa no sábado 19 de março de 1977. Os principais jornais daquela  manhã estampavam em destaque, a notícia sobre a queda de um avião de pequeno porte na tarde do dia anterior, a poucos quilômetros de São Paulo, na região de Mairiporã. O acontecimento ganhou evidência ainda maior pelo fato dos três tripulantes serem personalidades conhecidas no automobilismo mundial. Marivaldo Fernandes, campeão das pistas brasileiras; José Carlos Pace (o Moco), que vencera no início daquele ano, o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, e o amigo Carlos Roberto de Oliveira, apelido Nenê.  Haviam levantado voo do campo de Marte, em São Paulo, na tarde da sexta feira, num avião modelo Sertanejo, pilotado por Marivaldo, e, a poucos quilômetros da Capital, se depararam com uma forte tempestade. Com a visibilidade muito prejudicada, Marivaldo pensou em retornar ao ponto de origem, todavia a intensidade do aguaceiro que se projetava, ocasionou a choque da aeronave com a densa mata da Serra da Mantiqueira. Observado o desaparecimento do avião pelo Centro de controle do Tráfego Aéreo, foram iniciadas as buscas e, quase ao anoitecer, as equipes de resgate localizaram os destroços do aparelho para a dura constatação: não havia sobreviventes. Sem que aparentemente houvesse conexão com o acontecimento, no dia 10 de maio, o médium Francisco Cândido Xavier, se fazia presente no Guarujá, litoral paulista, atendendo a convite de amigos para prestigiar a festa de inauguração da Comunidade Espírita Cristã, instituição fundada objetivando a difusão e assistência social com base nos princípios do Espiritismo. Ao final das comemorações, como não poderia deixar de ser, os organizadores solicitaram a Chico tentasse receber alguma mensagem do Plano Espiritual, sugestão acatada pelo médium. Concluída a psicografia e efetuada a leitura da carta, o espanto tomou conta de todos os presentes no local: era de Marivaldo Fernandes, o piloto do avião caído quase dois meses antes. Alguns familiares dele, espíritas convictos, estavam entre a compacta multidão atraída à sede da instituição pela presença do médium, e, com a carta, abrandaram a inevitável dor da separação. Rememorando os lances derradeiros de sua existência física, conta na mensagem:-“Fiz tudo para que o Sertanejo pousasse equilibrado. Ele era, no entanto, um pássaro pesado demais para se aninhar naquelas árvores da Serra de Mairiporã. O estouro foi inevitável e, depois, o indescritível. Não houve tempo para conversar com o nosso caro Pace, nem com o Carlos Nenê. A mente estava superconcentrada no esforço imenso de controlar aquele pequeno gigante de metal e de estruturas que se arrebentavam sobre nós. Não posso descrever o que se passou. Um desmaio leve, pelo menos é o que julgo me tenha sucedido, não me consentia fixar detalhes. Não tive dores. Vi-me no matagal com o Moco ao meu lado, vendo o Carlos deitado no chão. Sinceramente, julgamos nos primeiros minutos, que havíamos escapado ilesos, trocando afirmativas de espanto. Mas de improviso, um homem apareceu e abraçou o Pace demoradamente, abraçando-me em seguida. - Caramba! É meu pai Angelo!, exclamou o companheiro. Quase no mesmo instante a madrinha Conceição, a enlaçar-me com o carinho da mamãe e depois outros amigos principalmente alguns das corridas de Kart, surgiam aos nossos olhos. Empalideci-me de assombro e vi que o Pace estava amarelo de espanto. Somente então, sem que ninguém pronunciasse a palavra "morte", reconhecemos tudo. Havíamos passado de uma vida para outra. O Pace, o pai, nos disse sorrindo: ─ Não se assustem, agora a corrida foi vertical. Essa foi a diferença... Por mais que quiséssemos fazer humor, não seria possível para nós facear sem medo, aquela página nova e desconhecida no livro da vida. A ânsia de regressar à casa sem poder, a dor de haver efetuado, não um pouso forçado, mas uma despedida em definitivo, do corpo que ficara na condição de roupa irremediavelmente estragada, a luta para fazer-nos compreendidos, os conflitos íntimos de pessoas despojadas de tudo o que nos era querido, de um instante para outro, estabeleciam em nosso crânio uma espécie de angústia que começou como sendo perplexidade para depois transformar-se em agoniado sofrimento... Era demais a dose de surpresas para nós. A dose de problemas que se nos convertiam em fel no coração: essa dose de sofrimento imprevisto era pesada demais para a nossa cabeça e caímos tontos ou semi-loucos. Parecia a mim, que nos achávamos num pesadelo de que era preciso acordar imediatamente, mas... enfermeiros apresentaram macas com a naturalidade dos serviços de qualquer aeroporto improvisado e fomos recolhidos à vida hospitalar daqui, de onde vim, ainda muito enfaixado para pedir-lhes fé em Deus e coragem para aceitarmos a provação que nos foi reservada”.

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