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segunda-feira, 30 de julho de 2018

EM BUSCA DA VERDADE


O resgate do Princípio da Reencarnação constitui-se numa das mais importantes contribuições do Espiritismo para entendermos muitos dos ‘porquês’ que nos angustiam. Na sequencia alguns elementos importantes recolhidos das obras chamadas Básicas. Qual o número de encarnações necessárias para que o Espírito tenha consciência? Nem após a primeira, nem após a segunda encarnação a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos; talvez só após a centésima ou milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento da inteligência. Assim, por exemplo, um selvagem que come os seus semelhantes é menos responsável que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, contudo, já estão bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos a alma encarnada é submetida a influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dito, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradativamente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a ter responsabilidade pelos próprios atos.(RE,1864)  Qual deve ser o intervalo entre encarnações? De algumas horas a alguns milhares de séculos, não havendo limite extremo assinalado para o estado de desencarnado, que pode prolongar-se por muito tempo, não sendo jamais perpétuo, encontrando o Espírito, cedo ou tarde, oportunidade de recomeçar uma existência que sirva de purificação das anteriores. (LE)     Reencarnamos onde queremos? O Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhe tenha feito. (LE) Frequentemente, renasce na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a fim de estreitarem os seus laços de afeição, ou repararem seus erros recíprocos. Pelas considerações de ordem mais geral,, frequentemente, se renasce no mesmo meio, nação, raça, seja por simpatia, seja para continuar estudos que fizeram, se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos começados que as circunstâncias ou brevidade da vida não permitiram terminar. (OP) Que utilidade pode ter para um Espirito sua encarnação num corpo que morre poucos dias depois de nascer? O Ser ainda não tem consciência bastante desenvolvida da sua existência; a importância da morte é quase nula; frequentemente, como já dissemos, trata-se de uma prova para os pais (LE) Em que momento se opera o esquecimento do passado? Desde que o Espírito é preso ao laço fluídico que o liga ao germe (embrião, feto), a perturbação apodera-se dele, crescendo à medida que o laço se aperta, e, nos últimos momentos, o Espírito perde toda a consciência de si mesmo, de sorte que ele nunca é testemunha consciente de seu nascimento. No momento em que a criança respira, o Espírito começa a recobrar suas faculdades, que se se desenvolveram à medida que se formam e consolidam os órgãos que devem servir para a sua manifestação.(G,XI,20) Isso seria o esquecimento do passado? Não. Ao mesmo tempo que o Espírito recobra a consciência de si mesmo, perde a lembrança de seu passado, sem perder as faculdades, qualidades e aptidões adquiridas anteriormente, aptidões que estavam, momentaneamente, estacionadas em seu estado latente e que, em retomando sua atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor que fazia precedentemente. Ele renasce como fizera na encarnação anterior; sendo seu renascimento agora um novo ponto de partida, um novo degrau a subir.(G,XI,21) Esse esquecimento é mesmo necessário? Aí a Bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante do passado, poderia perturbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que aprendeu, ou lhe será útil. Se às vezes lhe é dada uma intuição dos acontecimentos passados, é como uma lembrança de um sonho fugidio. Ei-lo, pois, novo homem, por mais antigo que seja como Espírito.. Adota novos processos, auxiliado, pelas suas aquisições precedentes. (...) Cada Espírito é sempre o mesmo “EU”, antes, durante e depois da encarnação, sendo esta, apenas uma fase da sua existência. (G,XI,21)


domingo, 29 de julho de 2018

DEPRESSÕES, CÂNCER E AGRESSÃO VIBRACIONAL



SABEDORIA E OBSESSÃO



O MAGNETISMO PERANTE A ACADEMIA


Entre os artigos publicados por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA, de janeiro de 1860, há um intitulado O Magnetismo Perante a Academia, em que escreve, de forma bastante original, sobre a forma como, após vinte anos de espera, o Magnetismo, disfarçado de Hipnotismo, conseguiu ser considerado pela Academia de Ciências francesa. De forma até bem humorada, revela-o como filho do primeiro, este, por sinal, “proscrito do Olimpo grego, porque tinha ferido os privilégios de Esculápio e marchado ao seu lado, gabando-se do poder de curar sem o seu concurso”. Antevê o fracasso da nova tentativa do Magnetismo, através do Hipnotismo, de ser aceito pelos homens da Ciência pela predominância das ideias materialista, ponderando que “vão dizer qualquer coisa, mas que, seguramente, não é Magnetismo”, embora viessem a examinar “o fato de todas as maneiras, ainda que por mera curiosidade”. Demonstrando a origem de seu ceticismo, reproduz um artigo – considerado por ele como notável -, assinado por Victor Meunier, destacado da revista científica SIÉCLE, de 16 de dezembro de 1859. Nele, o autor comenta: “-O Magnetismo animal, conduzido à Academia pelo Dr Paul Broca, apresentado à ilustre companhia pelo sr. Velpeau, experimentado por vários cirurgiões de hospitais, é a grande novidade do dia. As descobertas como os livros, tem o seu destino. A de que vamos tratar não é nova. Data de uns vinte anos, e nem na Inglaterra, onde nasceu, nem na França, onde, no momento, não se ocupa de outra coisa, lhe faltou publicidade. Um médico escocês, o Dr Braid, a descobriu e lhe consagrou um livro: “Neuropnologia ou o fundamento do sono nervoso, considerado em relação com o magnetismo animal”. Um celebre médico inglês, o Dr Carpenter, analisou detidamente a descoberta do Dr Braid no artigo SONO da Enciclopédia de Anatomia e Fisiologia. Um ilustre cientista francês, o Dr Littré, reproduziu a análise do Dr Mueler. Enfim, nós mesmos consagramos um dos nossos folhetins da Presse, de 7/7/1852 ao Hipnotismo, nome dado pelo Dr Braid ao conjunto de fatos de que se trata. A mais recente das publicações relativas ao assunto data, pois, de sete anos. E eis que, quando o julgavam esquecido, ele adquire esta imensa repercussão. Há no Hipnotismo duas coisas: um conjunto de fenômenos nervosos, e o processo por meio do qual são produzidos. O processo empregado outrora, se não me engano, pelo Abade Faria, é de grande simplicidade. Consiste em manter um objeto brilhante em frente aos olhos da pessoa com a qual se experimenta, a pequena distância da raiz do nariz, de modo que só o possa olhar enviesando os olhos para dentro; ela deve fixar os olhos sobre ele. A princípio as pupilas se contraem, depois se dilatam bastante e, em poucos instantes, produz-se o estado cataléptico. Levantando-se os membros do paciente, estes conservam a posição que se lhes dá. É apenas um dos fenômenos produzidos; dos outros falaremos oportunamente”. O autor descreve experiências visando assegurar-se da realidade do Hipnotismo e se a insensibilidade hipnótica resistiria à prova das operações cirúrgicas. Constatadas essas evidências, destaca a necessidade de aprofundamento das pesquisas sobre as causas dos efeitos observados:1- Exaltação da sensibilidade – o olfato é levado a um grau de sensibilidade pelo menos igual ao que se observa nos animais de menor olfato. 2- Sentimentos sugeridos - pondo-se o rosto, o corpo ou os membros do paciente na atitude que convém à expressão de um sentimento particular e logo se desperta o estado mental correspondente. 3- Ideias provocadas – Levantem-se a mão do paciente acima da cabeça, dobrem-se os dedos sobre a palma, e é suscitada a ideia de subir, de se balançar ou puxar uma corda. 4- Acréscimo de força muscular – Se se quiser suscitar uma força extraordinária num grupo de músculos, basta sugerir ao paciente a ideia da ação que reclama essa força e lhe assegurar que o pode realizar com a maior facilidade, caso queira”. Concluindo sua matéria, Allan Kardec diz: “- Aos fatos a palavra; as reflexões virão depois”. O tempo, contudo, consagrou o acerto do prognóstico sobre a vitória do materialismo e sua visão organicista da vida humana.  


sábado, 28 de julho de 2018

INFLUENCIAS ESPIRITUAIS E ERROS DO PASSADO



FAMÍLIA E SOBREVIVERAM



SOFRIMENTO E BÊNÇÃO E PLANETA CHUPÃO

O professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) está de volta esclarecendo dúvidas de nossos leitores. Li, numa mensagem espírita, que sofrimento é bênção de Deus. Como pode o sofrimento ser uma bênção, se ele desperta revolta nas pessoas? Nem todo sofrimento desperta revolta e nem toda pessoa é revoltada porque sofre. Assim como há os insatisfeitos e revoltados, existem também os conformados e resignados. Isso depende do grau de maturidade espiritual de cada um. Às vezes, vemos pessoas que sofrem sem reclamar; de outras, pessoas que reclamam mais do que sofrem e outras que só sabem reclamar. Uma coisa é o que podemos constatar pelos nossos olhos; outra, o que realmente se passa na intimidade de cada indivíduo. O Espiritismo tem uma explicação para isso. Pessoas resignadas diante do sofrimento e da adversidade são Espíritos que, certamente, escolheram esse caminho como prova, para medirem sua capacidade de resistência ou para exercitarem paciência e fé; são Espíritos que se comprometeram a lutar por uma causa, a ajudar alguém ou a colaborar com um grupo ou com uma coletividade. Se você pesquisar a biografia dos grandes vultos da história, pessoas que trouxeram inestimável contribuição nos diversos setores da vida humana, vai constatar que a maioria delas só alcançou seus intentos com muito sofrimento; neste caso, parece que as dificuldades, que lhe foram impostas, serviram como desafios para medirem sua tenacidade na luta. Por outro lado, pessoas inconformadas, revoltadas, amarguradas diante das adversidades são Espíritos que caíram nesse gênero de experiência por necessidade e não por escolha. Os resignados, com certeza, sofrem menos, porque já aprenderam a administrar seus impulsos de revolta e vêem os problemas com mais segurança e serenidade, ao passo que os revoltados sofrem mais, por se julgarem impotentes diante dos obstáculos. Ao contrário do que muita gente pode pensar, o Espiritismo não nos ensina a procurar a dor, mas a superá-la, já que, no estágio evolutivo em que nos encontramos, é impossível afastála definitivamente de nossa experiência. Para viver bem, precisamos aprender a diferenciar que tipo de sofrimento está ao nosso alcance afastar e qual o gênero de dor da qual ainda não podemos nos libertar . O sofrimento, que é bênção, é aquele que se torna indispensável para a nossa auto-superação, como exercício de vida. Contudo, ainda assim, ele não tem um fim em si mesmo, não é o objetivo principal da vida, mas apenas um meio, através do qual podemos desenvolver mais competência para vivermos melhor, aprendermos e progredirmos sempre.  Quero saber o que vocês pensam sobre o planeta chupão, que está se aproximando da Terra para levar parte  de seus habitantes... Esse tipo de "revelação", que se propaga no meio espírita com certa facilidade, faz lembrar as revelações apocalípticas, muito próprias dos profetas visionários, que sempre se constituíram apanágio das religiões. Buscando inspiração na obra de Kardec - que é o nosso porto seguro - encontramos mil justificativas para não nos envolvermos nem tampouco nos entusiasmarmos com esse tipo de informação, venha de onde vier, por qualquer médium ou pelos mais renomados mentores espirituais. Toda vez que os Espíritos se envolveram com esse tipo de questão, principalmente a que se refere com vida em outros planetas e coisas tais, deram-se muito mal e até serviram de chacota aos adversários, que não entendem e nem pretendem entender as finalidades maiores da doutrina. Infelizmente há várias obras com revelações desse naipe, mais preocupadas em notoriedade e sensacionalismo do que com os valores morais do Espiritismo; essas obras se espalham facilmente pelo meio menos esclarecido doutrinariamente, despertando curiosidade e até risos e motejos. Em O LIVRO DOS MÉDIUNS, capítulo II, "Do Método", vemos Kardec muito preocupado com o desempenho nada recomendável dos "espíritas exaltados", que, já na sua época, estavam à cata de fenômenos intrigantes e de revelações espetaculosas, a fim de saírem anunciando aos quatro ventos. Na verdade, diz Kardec, esses espíritas, muito imaturos, por acreditarem em afirmações incertas e ridículas, colocam o Espiritismo na berlinda, prejudicando, muito mais do que ajudando a propagação de suas ideias e de seus ideais.


sábado, 14 de julho de 2018

REFLEXÕES IMPORTANTES


Um tema instigante. Tratado por Freud pai da Psicanálise na sua primeira obra INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS, já tinha merecido atenção de Allan Kardec no livro fundamental do Espiritismo. No século XX, o Espírito André Luiz, através de Chico Xavier, ampliaria nosso entendimento nas obras da coleção denominada NOSSO LAR. Na sequencia algumas respostas que o Espiritismo dá. Por que não conseguimos lembrar com clareza dos sonhos? O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos divinas.  O arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células cerebrais, é muito diferente, variando de alma para alma. Entretanto, na memória permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no período de vigília, não consigam positivar a origem..  Não podem reviver os pormenores, mas guardarão a essência, sentindo-se revigorados, de inexplicável maneira para eles, não só a retomar a luta diária no corpo físico, mas também a beneficiar o próximo e combater, com êxito, as próprias imperfeições.  O não lembrar claramente embora as impressões de bem estar ou não que as pessoas conservam após o corpo ter retornado às atividades normais sugerem desse modo a vivência de experiências reais? Sonhos inconscientes proporcionam essas sensações indefiníveis de contentamento e felicidade, de que não nos damos conta, e que são um antegozo daquilo de que desfrutam os Espíritos felizes.  Deduz-se daí que o Espírito encarnado pode sofrer transformações que modificam suas aptidões.  Um fato que talvez não tenha sido suficientemente observado vem em apoio da teoria acima.  Do primeiro grau de lucidez o Espírito passa, por vezes, a um grau mais elevado, no qual adquire novas ideias e percepções mais sutis.  Saindo deste segundo grau para voltar ao primeiro, não se lembrará do que disse, nem do que viu; depois, passando deste grau para o estado de vigília, há um novo esquecimento.  Uma coisa a notar é que há lembrança do grau superior ao grau inferior, enquanto há esquecimento do grau inferior para o superior.  O que se passa influi sobre as faculdades e as aptidões do Espírito.  Dir-se-ia que do estado de vigília ao primeiro grau o Espírito é despojado de um véu; que do primeiro ao segundo grau é despojado de um segundo véu. (ondas beta / 14cps / VIGILIA – alpha/7 a 14 cps / PRÉ SONO – Theta/ 4 a 7 cps – SONO / Delta 4 ou menos cps / SONO PROFUNDO) Não mais existindo esses véus nos graus superiores, o Espírito vê o que está abaixo e se lembra; descendo a escala, os véus se refazem sucessivamente e lhe ocultam o que está acima, fazendo que deles perca a lembrança.   (RE,7/1865) De que servem essas ideias ou esses conselhos, se a sua recordação se perde e não se pode aproveitá-los? Essas ideias pertencem, algumas vezes, mais ao Mundo dos Espíritos que. ao Mundo corpóreo, mas o mais frequente é que, se o corpo as esquece, o Espírito as lembra, e a ideia volta no momento necessário, como uma inspiração do momento. O Espírito encarnado, nos momentos em que se desprende da matéria e age como Espírito, conhece a época de sua morte? Muitas vezes a pressente, e às vezes tem dela uma consciência bastante clara, o que lhe dá, no estado de vigília, a sua intuição. É por isso que algumas pessoas preveem, às vezes, a própria morte com grande exatidão. A atividade do Espírito, durante o repouso ou o sono do corpo, pode fatigar a este?  Sim, porque o Espírito está ligado ao corpo, como o balão cativo ao poste. Ora, da mesma maneira que as sacudidas do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo, e pode produzir-lhe fadiga. (LE)





quinta-feira, 12 de julho de 2018

OBSESSÕES E REDUÇÃO PERISPIRITUAL



ALERTA


Na edição de março de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec incluiu um artigo comentando a atitude daqueles que se beneficiam de sua condição de canal de comunicação entre diferentes Dimensões intitulado MEDIUNS INTERESSEIROS. O Codificador, logo no início, considera esse “defeito como um dos que podem dar acesso aos Espíritos imperfeitos”. Analisando essas considerações, observamos sua atualidade, não só diante dos médiuns por trás daqueles panfletos que prometem “soluções” e “revelações” sobre problemas existenciais como relacionamento afetivo e trabalho, mas também dos transformam livros mediúnicos em meios de vida. Vejamos a opinião de Kardec: “-Na primeira linha dos médiuns interesseiros devem colocar-se aqueles que poderiam fazer de sua faculdade uma profissão, dando o que se costuma chamar de sessões ou consultas remuneradas (..). Como, porém, tudo pode tornar-se objeto de exploração, não seria de admirar que um dia quisessem explorar os Espíritos. Resta saber como eles encarariam o fato, se acaso se tentasse introduzir uma tal especulação. Mesmo sem iniciação ao Espiritismo, compreende-se quanto isso representa de aviltante; mas quem quer que conheça um pouco o quanto é difícil aos bons Espíritos virem comunicar-se conosco e quão pouco é preciso para os afastar, bem como  sua repulsa por tudo quanto represente interesse egoístico, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores sirvam ao capricho do primeiro que os evocasse a tanto por hora. O simples bom senso repele  tal suposição. Não será ainda uma profanação evocar pai, mãe, filhos e amigos por semelhante meio? Sem dúvida que dessa maneira se podem ter comunicações; mas só Deus sabe de que fonte! Os Espíritos levianos, mentirosos, travessos, zombeteiros e toda a caterva de Espíritos inferiores vem sempre: estão sempre prontos a tudo responder.  São Luiz nos dizia outro dia, na Sociedade: Evocai um rochedo, e ele vos responderá. Quem quiser comunicações sérias deve antes de tudo informar-se quanto às simpatias do médium com os seres do Plano Espiritual; aquelas que são dadas pela ambição do lucro só podem inspirar uma confiança falsa e precária. Médiuns interesseiros não são apenas os que poderiam exigir uma determinada importância: o interesse nem sempre se traduz na esperança de um lucro material, mas também nos pontos de vista ambiciosos de qualquer natureza, sobre os quais pode fundar-se a esperança pessoal. É ainda um tropeço que os Espíritos zombadores sabem utilizar muito bem, e de que se aproveitam com uma destreza e com uma desfaçatez verdadeiramente notáveis, acalentando enganadoras ilusões naqueles que assim se colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o Bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em escada para alcançar seja o que for que não corresponda aos desígnios da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os Bons Espíritos o combatem e, portanto, não é possível supor que venham servi-lo. Isto é tão racional, que sobre tal ponto seria inútil insistir. Os médiuns de efeitos físicos não estão nas mesmas condições: seus efeitos sendo produzidos por Espíritos inferiores, pouco escrupulosos quanto aos sentimentos morais, um médium dessa natureza, que quisesse explorar sua faculdade, poderia encontrar os que o assistissem sem muita repugnância. Mas teríamos ainda outro inconveniente. Assim como o médium de comunicações inteligentes, o de efeitos físicos não recebeu sua faculdade para seu prazer; esta lhe foi dada com a condição de usá-la bem e, se abusar, ela lhe pode ser retirada ou revertida em seu prejuízo porque, afinal de contas, os Espíritos inferiores estão às ordens dos Espíritos Superiores. Os inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados; se de boa vontade se prestam às brincadeiras e questões de curiosidade, como os demais, não gostam de ser explorados e, a cada momento, provam que tem vontade própria, que agem quando e como bem entendem, o que faz com que o médium de efeitos físicos esteja ainda menos seguro da regularidade das manifestações que os médiuns escreventes. Pretender as produzir em dias e horas predeterminados seria dar mostras de profunda ignorância. Que fazer então para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Eis o que pode acontecer, não só aos que disso fizessem uma profissão declarada, como também às criaturas aparentemente simples, que se limitam a receber uma retribuição qualquer dos visitantes. Se o Espírito nada produz, elas produzem: a imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro”.    

domingo, 8 de julho de 2018

CENTROS DE FORÇA E DEUS E MATÉRIA



O professor José Benevides Cavalcante responde a novas questões apresentadas por leitores. CENTROS DE FORÇA "Os centros de forças ( chakras) secundários ( cardíaco, laríngeo, frontal, umbilical e do baço) são considerados também como vórtices de energia fluídica, recebendo influência direta do meio físico, como pontos de troca de energia ou são todos interligados ao centro de força coronário, recebendo estímulo somente desse polo energético?"  É André Luiz que, na obra "ENTRE A TERRA E O CÉU", psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo XX, edição FEB, põe na boca do instrutor Clarêncio esclarecimentos a respeito dos sete campos de força do perispírito "que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem , para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento, vibra em circuito fechado". Refere-se, ato contínuo, a cada um desses centros, classificando o "coronário" - segundo a filosofia hindu - como "o mais significativo em razão de seu alto potencial de radiações", por receber, "em primeiro lugar, os estímulos do espírito, comandando os demais, vibrando todavia com eles em justo regime de interdependência". Em "EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS", capítulo II, afirma que o centro coronário é "o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas". Tudo leva a crer, pelo exposto, que esse centro de força é a sede da organização fisiológica do perispírito, exercendo papel preponderante no controle e assimilação de recursos superiores de conformidade com as criações mentais do espírito; mas cada um dos demais centros, ainda que comandado por ele e interdependente com todos os demais, é captador e transformador de recursos naturais afetos ao seu próprio campo de atuação no que interessa à economia perispiritual. DEUS E MATÉRIA  A questão 21 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS me parece contraditória: "A matéria existe desde o princípio, como Deus, ou foi criada por ele em determinado momento? Só Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a vossa razão deve indicar: Deus, modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo. Por mais distante que se consiga imaginar o início da sua ação, poder-seá compreendê-lo um segundo sequer na ociosidade?" Parece-me que a concepção de Deus, como Ser Perfeito, já é o suficiente para se inferir que ele criou a matéria num determinado momento, porque, se a matéria sempre existiu, ela poderia não ter sido criada por Deus, pois seria eterna como ele e inteligente. Esses primeiros capítulos de O LIVRO DOS ESPÍRITOS cuidam dos temas mais complexos e mais difíceis para o entendimento humano: Deus, o espírito e a matéria. Kardec procurou cercar a questão de todos os lados, segundo os conhecimentos da época, mas nem por isso conseguiu deixar tudo tão claro, a ponto de não restar dúvidas a ninguém. Seria impossível ensinar a complexidade da atomística a uma criança de pré-escola; somos como crianças, desvendando os mistérios do Universo. Aliás, os próprios Espíritos alertam Kardec sobre a impossibilidade de o homem, nesta etapa de evolução, adentrar conhecimentos mais profundos sobre a natureza de Deus e a origem do Universo, conforme lemos na resposta à questão 14 . Hoje, mais do que antes, com o desenvolvimento da física quântica, a própria ciência está reconhecendo sua impotência para desvendar os mistérios que envolvem a matéria, por causa da alta complexidade dos fenômenos que ocorrem no mundo intra-atômico. Na época de Kardec, matéria era uma coisa; hoje é outra, segundo as novas concepções: o conhecimento nada mais é do que a interpretação que o homem dá ao que julga ser realidade. A questão de matéria e espírito é tão intricada que André Luiz, em "NO MUNDO MAIOR", discutindo o assunto afirma: "Quase impossível é determinar-lhes a fronteira divisória, porquanto o espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações dogmáticas, o ponto onde termina a matéria e começa o espírito" (cap.4, 5ª ed., FEB, p.51). Em razão disso, ainda é impossível caminhar com segurança nesse terreno. Contudo, a continuarmos estabelecendo a antiga dicotomia espírito-matéria, nos termos da metafísica aristotélica, a sua conclusão é verdadeira.

SONHOS E SOBREVIVERAM




quinta-feira, 5 de julho de 2018

PROBLEMAS MENTAIS FÍSICOS E OBSESSIVOS

Transtornos mentais mantem-se em níveis crescentes no mundo contemporâneo. Quando do surgimento do Espiritismo quando o assunto não era tão pesquisado quanto hoje – Freud acabava de nascer -, Allan Kardec estabeleceu a diferença entre os de ordem física e obsessiva.  Hoje, a própria OMS – Organização Mundial de Saúde já reconhece na sua Classificação Internacional de Doenças uma diferença entre problemas de origem física e mental. Na sequência três questões abrindo nosso entendimento sobre a contribuição da Doutrina Espírita na avaliação da questão. 1 - Na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve que “sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da matéria”, acrescentando que Vontade “é o pensamento chegado a certo grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o pensamento não é uma reação fisiológica? O pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana.  O cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície sólida que se molda aos movimentos do instrumento.  Se o instrumento for danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um olho, não se pode mais ver. (RE; 7/1860) O pensamento  é... preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) força viva, em toda parte; atmosfera criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) força criadora de nossa própria alma; a continuação de nós mesmos, através da qual, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (L; 17) matéria, a matéria mental, compondo maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) fluxo energético do campo espiritual dos seres criados, se graduando nos mais diferentes tipos de onda, passando  pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (MM;4) vibração e transmite-se por onda, que só excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) 2 - Em mensagem reproduzida por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA de fevereiro de 1867, assinada por entidade identificada como Dr Morel Lavalee, entre outras coisas, ele afirma que “se, a doença procede da mente, do Espírito, o perispírito e o corpo, postos sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e nem será cuidando de um nem de outro que se fará desaparecer”.  Afinal o que é a Mente? As palavras Mente (latina); Psique (grega); Espírito e Alma tem o mesmo significado. Mente x corpo  físico são indissociáveis. Como campo da consciência, a mente reflete a personalidade e o estágio de evolução espiritual do indivíduo, podendo ser analisada  em dois níveis que atuam um sobre o outro: consciente e inconsciente. Surgido simples e ignorante, a experiência vai formando o conhecimento do Espírito, ou seja,  o conhecimento é o produto das experiências desenvolvidas pela individualidade (Espírito) nas sucessivas vivências  seja no Mundo Físico, seja no Mundo Espiritual. Tais experiências ficam registradas no nível inconsciente da mente exercendo influência sobre o comportamento do indivíduo expressando-se nas características da sua personalidade. Essa dinâmica resulta na formação da Consciência,  núcleo da mente e atributo essencial do Espírito, sendo a  consciência desperta, nivel de desenvolvimento da consciência alcançado pelo Espírito ao longo desse processo, refletindo seu estágio evolutivo. 3 - Onde se forma o pensamento ? As fontes do pensamento procedem de origens excessivamente complexas.  E, nesse sentido, cada criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que se encontra ligada de mente e coração.  Assim, as esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte. (PC) Observa, pois, os próprios impulsos.  Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas. Realizando, atrais. Atraindo, refletes.  E refletindo, estendes a própria influência, acrescida, dos fatores de indução do grupo com que te afinas. O pensamento, é, portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado essencialmente por três fatores específicos, ou, mais propriamente, a experiência (conjunto de nossos próprios pensamentos); o estímulo (circunstância que nos impele a pensar) e a inspiração (conjunto dos pensamentos alheios que aceitamos e procuramos). (SM,38)



EVOLUÇÃO, FLUIDOS E DOENÇAS




segunda-feira, 2 de julho de 2018

PORQUE NÃO?


Porque todas as mães que choram os filhos mortos e ficariam felizes se se comunicassem com eles, muitas vezes não o podem? Porque a visualização deles lhes é recusada, mesmo em sonhos, a despeito de seu desejo e preces ardentes? Naturalmente são duas perguntas que muitos se fazem diante do entusiasmo daqueles que se surpreendem com o conteúdo de informações e detalhes pessoais constantes das cartas mediúnicas, sobretudo as psicografadas por Chico Xavier. Por sinal, o canal de comunicação objetivamente disponibilizado a partir da identificação e definição da mediunidade pelo Espiritismo, revelou-se um instrumento útil para esse fim, utilizado especialmente por aqueles que, vencidos pela dor da separação, superam as barreiras do preconceito e conceitos nascidos nas escolas religiosas tradicionais ou nas sombras da ignorância. Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA, edição de agosto de 1866, teceu interessantes esclarecimentos sobre os “porquês” das perguntas com que iniciamos essas considerações. Pondera ele: “ - Além da falta de aptidão especial que, como se sabe, não é dada a todos, há, por vezes, outros motivos, cuja utilidade a sabedoria da Providência aprecia melhor que nós. Essas comunicações poderiam ter inconvenientes para as naturezas muito impressionáveis; certas pessoas poderiam delas abusar e a elas se entregar com um excesso prejudicial à saúde. Em semelhante caso, sem dúvida a dor é natural e legítima; mas, algumas vezes, é levada a um ponto desarrazoado. Nas pessoas de caráter fraco muitas vezes essas comunicações reavivam a dor, em vez de a acalmar.  Daí  porque nem sempre lhes é permitido receber, mesmo por outros médiuns, até que se tenham tornado mais calmas e bastante senhoras de si para dominar a emoção. A falta de resignação, em casos tais, é quase sempre uma causa do retardamento. Depois, é preciso dizer que a impossibilidade de se comunicar com os Espíritos que mais se ama, quando se o pode com outros, é, muitas vezes, uma prova para a fé e a perseverança e, em certos casos, uma punição. Aquele a quem esse favor é recusado deve, pois, dizer-se que sem dúvida a mereceu. Cabe-lhe procurar a causa em si mesmo, e não atribui-la à indiferença ou ao esquecimento do Ser lamentado. Enfim, há temperamentos que, não obstante a força moral, poderiam experimentar o exercício da mediunidade com certos Espíritas, mesmo simpáticos, conforme as circunstâncias. Admiremos em tudo a solicitude da Providência, que vela pelos menores detalhes e saibamos submeter-nos à sua vontade sem murmúrio, porque ela sabe melhor que nós o que nos é útil e providencial. Ela é para nós como um bom pai, que não dá sempre a seu filho o que ele deseja. As mesmas razões ocorrem no que concerne aos sonhos. Os sonhos são as lembranças do que o Espírito viu em estado de desprendimento, durante o sono. Ora, essa lembrança pode ser bloqueada. Mas aquilo de que a gente não se lembra não está, por isto, perdido para a alma. As sensações experimentadas durante as excursões que ela faz no mundo invisível, deixam, ao despertar, impressões vagas e a gente não cita pensamentos e ideias cuja origem, muitas vezes, não se suspeita. Pode, pois, ter-se visto, durante o sono, os seres aos quais se tem afeição, entreter-se com eles e não guardar a lembrança. Então se diz que não se sonhou. Mas se o Ser lamentado não se pode manifestar de uma maneira extensiva qualquer, nem por isso estará menos junto dos que o atraem por seu pensamento. Ele os vê, ouve suas palavras e, muitas vezes, adivinha-se sua presença por uma espécie de intuição, um sentimento íntimo, e, até mesmo por certas impressões físicas.  A certeza de que não está no nada; de que não está perdido nas profundezas do espaço, nem nos abismos do inferno; de que é mais feliz, agora isento dos sofrimentos corporais e das tribulações da vida; de que o verão, após uma separação momentânea, mais belo, mais resplendente, sob um envoltório etéreo imperecível, e não sob a pesada carapaça carnal; eis a imensa consolação que recusam os que creem que tudo acaba com a vida; eis o que oferece o Espiritismo”.