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domingo, 30 de julho de 2017

BASTIDORES


Pouco conhecido pelas gerações atuais, o nome Efigênio S Vitor era definido pelos que com ele conviveram como um espírita militante e sumamente devotado à causa d Evangelho. Desencarnado em 1953, ressurgiu meses depois através da mediunidade de Chico Xavier, nos trabalhos do Centro Espírita Luiz Gonzaga, tendo sido gravadas suas manifestações posteriormente inseridas nos livros INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM. Sacia através delas algumas curiosidades que ele mesmo acalentava enquanto encarnado. Numa das participações oferta-nos uma ideia da organização das atividades mantidas numa Casa Espírita, pelos Espíritos que nela trabalham. Reproduzimos a seguir uma parte de sua descrição: - Qual ocorre aos demais santuários de nossa fé, orientados pelo devotamento ao bem, junto aos quais o Plano Superior mantém operosas e abnegadas equipes de assistência, nossa casa, consagrada à Espiritualidade, é hoje um pequeno mas expressivo posto de auxílio, erigido à feição de pronto-socorro. Com a supervisão e cooperação de vasto corpo de colaboradores em que se integram médicos e religiosos, inclusive sacerdotes católicos, ministros evangélicos e médiuns espíritas já desencarnados, além de magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros, temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente. Nossa reunião está garantida por três faixas magnéticas protetoras. A primeira guarda a assembleia constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à tarefa da noite. A segunda faixa encerra um círculo maior, no qual se aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui, ainda em posição de necessidade, à cata de socorro e esclarecimento. A terceira, mais vasta, circunda o edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque, além dela, temos uma turba compacta — a turba dos irmãos que ainda não podem partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico. Essa multidão assemelha-se à que vemos, frequentemente, diante dos templos católicos, espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de participação no culto da fé. Bem junto à direção de nossas atividades, está reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos preservam as linhas magnéticas defensivas. À frente da mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos. E em contraposição com a porta de acesso ao recinto, dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de socorro, nos quais se alonga o serviço assistencial. Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica de contenção, destinada ao amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento pelo eletrochoque. E assim organiza-se nossa casa para desenvolver a obra fraterna em que se empenha, a favor dos companheiros que não encontraram, depois da morte, senão as suas próprias perturbações. Assinalando, de maneira fugacíssima, o setor de nossa movimentação, devemos recordar que, acima da crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que classificamos por «cinta densa», com a profundidade aproximada de 50 quilômetros, e, além dela, possuímos a «cinta leve», com a profundidade aproximada de 950 quilômetros, somando 1.000 quilômetros acima da esfera em que vocês presentemente respiram. Nesse grande mundo aéreo, encontramos múltiplos exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas espécies de criaturas sub-humanas, em desenvolvimento mental no rumo da Humanidade. Milhões de Espíritos alimentam-se da atmosfera terrestre, demorando-se, por vezes, muito tempo, na contemplação íntima de suas próprias visões e criações, nas quais habitualmente se imobilizam, à maneira da alga marinha que nutre a si mesma, absorvendo os princípios do mar. Meus amigos, para o espírita a surpresa da desencarnação pode ser muito grande, porque além-túmulo continuamos nas criações mentais que nos inspiravam a existência do mundo. O Espiritismo é uma concessão nova do Senhor à nossa evolução multimilenária. Surpreendemos em nossa Doutrina vastíssimo campo de libertação, mas também de responsabilidade profunda, e o maior trabalho que nos compete efetuar é o de nosso próprio burilamento interior, para que não estejamos vagueando nas trevas das horas inúteis, pois somente aqueles que demandam a morte, sustentando maiores valores de aperfeiçoamento próprio, é que se ajustam sem sacrifício à própria elevação. Reportando-nos à experiência religiosa, poucos padres aqui continuam padres, poucos pastores prosseguem pastores e raros médiuns de nossas formações doutrinárias continuam médiuns, porquanto os títulos de serviço na Terra envolvem deveres de realização dos quais quase sempre vivemos em fuga pelo vício de pretender a santificação do vizinho, antes de nossa própria melhoria, em nos referindo à construção moral da virtude. A morte é simplesmente um passo além da experiência física.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

FALANDO DE REENCARNAÇÃO

A edição de março de 1862 da REVISTA ESPÍRITA reproduz uma comunicação transmitida por um Espirito não identificado através de um médium chamado Barão de Kock recebida na cidade de Haia, na Holanda em torno do tema REENCARNAÇÃO. Em nota complementar, Allan Kardec observa que não teve a honra de conhecer o médium, a publicando por concordar com todos os princípios do Espiritismo., não sendo produto de nenhuma influência pessoal. Pelo fato de ser extensa destacamos alguns argumentos importantes realçados pelo Espírito comunicante: A doutrina da reencarnação é uma verdade que não pode ser contestada; desde que o homem só quer pensar no amor, na sabedoria e na justiça de Deus, não pode admitir nenhuma outra doutrina. É verdade que nos livros sagrados só se encontram estas palavras: “Depois da morte, o homem será recompensado segundo suas obras”. Mas não se presta suficiente atenção a uma infinidade de citações, que vos dizem ser absolutamente inadmissível que o homem atual seja punido pelas faltas e pelos crimes dos que viveram antes de Cristo. (...) Se se quiser examinar a questão sem preconceito, refletir sobre a existência do homem nas diferentes condições da sociedade e coordenar essa existência com o amor, a sabedoria e a justiça de Deus, toda a dúvida concernente ao dogma da reencarnação deve logo desaparecer. Efetivamente, como conciliar esta justiça e esse amor com uma existência única, onde todos nascem em posições tão diferentes? Onde um é rico e poderoso, enquanto o outro é pobre e miserável? Em que um goza de saúde, ao passo que o outro é afligido de males de toda a sorte? Aqui se encontram a alegria e a vivacidade; mais longe, tristeza e dor; em uns a inteligência é mais desenvolvida; em outros, apenas se eleva acima dos brutos. Pode-se crer que um Deus todo amor tenha feito nascer criaturas condenadas por toda a vida ao idiotismo e à demência? Que tenha permitido que crianças na primavera da vida fossem arrebatadas à ternura dos pais? Ouso mesmo perguntar se se poderia atribuir a Deus o amor, a sabedoria e a justiça à vista desses povos mergulhados na ignorância e na barbárie, comparados às nações civilizadas, onde imperam as leis, a ordem, onde se cultivam as artes e as ciências? Não basta dizer: “Em sua sabedoria, Deus assim regulou todas as coisas.” Não; a sabedoria de Deus, que antes de tudo é amor, deve tornar-se clara para o entendimento humano. O dogma da reencarnação tudo esclarece. (...) A vida humana é a escola da perfeição espiritual e uma série de provas. É por isso que o Espírito deve conhecer todas as condições da sociedade e, em cada uma delas, aplicar-se em cumprir a vontade divina. O poder e a riqueza, assim a pobreza e a humildade, são provas; dores, idiotismo, demência, etc., são punições pelo mal cometido numa existência anterior. Do mesmo modo que pelo livre-arbítrio o indivíduo se encontra em condições de realizar as provas a que está submetido, também pode falir. No primeiro caso, a recompensa não se fará esperar, consistindo numa progressão na perfeição espiritual. No segundo caso, recebe a punição, isto é, deve reparar em nova vida o tempo perdido na vida anterior, da qual não soube tirar vantagem para si mesmo. Antes de sua reencarnação, os Espíritos planam nas esferas celestes: os bons gozando a felicidade, os maus entregando-se ao arrependimento, expostos à dor de serem desamparados por Deus. Mas, conservando a lembrança do passado, o Espírito se recorda das infrações aos mandamentos divinos e Deus lhe permite escolher, em nova existência, suas provas e sua condição, o que explica por que, muitas vezes, encontramos nas classes inferiores da sociedade sentimentos elevados e entendimento desenvolvido, ao passo que nas classes superiores encontramos tendências ignóbeis e Espíritos embrutecidos. Pode-se falar de injustiça quando o homem, que empregou mal a sua vida, pode reparar suas faltas numa outra existência e alcançar sua meta? Não estaria a injustiça na condenação imediata e sem apelação? A Bíblia fala de castigos eternos, mas isto não se deveria entender por uma só existência, tão triste, e tão curta; para este instante, para este piscar em relação à eternidade. Deus quer dar a felicidade eterna como recompensa do bem, mas é preciso merecê-la e uma vida única, de curta duração, não basta para alcançá-la.


quarta-feira, 26 de julho de 2017

CHAVES LIBERTADORAS

A contribuição do Espiritismo afirmando que o Ser, a individualidade, o Espírito, enfim, é imortal, preexistente e sobrevivente ressurgindo periodicamente na Dimensão em que nos encontramos, ou seja, dos Encarnados na luta pela própria iluminação interior elucida muitos dos enigmas que bloqueiam a compreensão de transtornos físicos e mentais que atormentam a vida de milhares de Seres humanos. Para se ter uma ideia, reproduzimos na sequencia alguns dos conteúdos capazes de dissolver esses conflitos. 1- Na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve que “sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da matéria”, acrescentando que Vontade “é o pensamento chegado a um certo grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o pensamento não é uma reação fisiológica? O pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana.  O cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície sólida que se molda aos movimentos do instrumento.  Se o instrumento for danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um olho, não se pode mais ver. (RE; 7/1860) O pensamento é... preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) força viva, em toda parte; atmosfera criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) força criadora de nossa própria alma. a continuação de nós mesmos, através da qual, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (L; 17) matéria, a matéria mental, compondo maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) fluxo energético do campo espiritual dos seres criados, se graduando nos mais diferentes tipos de onda, passando  pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (MM;4) vibração e transmite-se por onda, que só excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) 2- Onde se forma o pensamento? As fontes do pensamento procedem de origens excessivamente complexas.  E, nesse sentido, cada criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que se encontra ligada de mente e coração.   Assim, as esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte. (PC) Observa, pois, os próprios impulsos.  Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas. Realizando, atrais. Atraindo, refletes.  E refletindo, estendes a própria influência, acrescida, dos fatores de indução do grupo com que te afinas. O pensamento, é portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado essencialmente por três fatores específicos, ou, mais propriamente, a experiência (conjunto de nossos próprios pensamentos); o estímulo (circunstância que nos impele a pensar) e a inspiração (conjunto dos pensamentos alheios que aceitamos e procuramos). (SM,38) 3- Para chegar nesse nível de estruturação a evolução do Espírito exige então milênios de experiências? Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações do Espírito; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus.  Apenas sabemos que são criados simples e ignorantes, tendo todos, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea.  Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que o Espírito tem consciência bastante clara de si mesmo, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima.  Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos.  Quando o Espírito goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus semelhantes é menos culpado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça.  Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida.  Durante longos períodos, o Espírito encarnado é submetido à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos.  Só então é que começa a séria responsabilidade.(RE, (1/1864)



segunda-feira, 24 de julho de 2017

A LEI, A REENCARNAÇÃO E VIDA PROFISSIONAL

A terceira das Leis Morais tratadas por Allan Kardec na revisão e atualização das recebidas por Moises no Monte Sinai denominadas DECÁLOGO é justamente a Lei do Trabalho. Segundo responderam os Espíritos Superiores ao Codificador, o trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a Civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos, acrescentando que o trabalho se impõe ao homem por ser uma consequência da sua natureza corpórea sendo expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento sua inteligência. observando que sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência, razão por que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Em nota complementar à abordagem, Kardec pondera que não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Uma pergunta surge naturalmente: existe relação entre a Lei de Causa e Efeito, reencarnação e vida profissional? Uma prospecção nos conteúdos oferecidos pela Espiritualidade através do médium Chico Xavier revela aspectos interessantes como destacado a seguir: 1-Encontramos na Terra, a cada passo, grandes talentos frustrados para a direção que anelariam imprimir aos próprios destinos. Inteligências vigorosas, barradas na obtenção de quaisquer louros acadêmicos; artistas contrariados nas mais altas aspirações, mulheres de profunda capacidade afetiva jungidas a corpos que lhes deprimem a apresentação; homens hábeis e enérgicos, carregando frustrações insidiosas e ocultas que lhes proíbem a euforia orgânica, de modo a edificarem o espírito de entendimento e caridade no âmago de si próprios.(EVC) 2- A Lei nos faculta empreendimentos e obrigações, QUASE SEMPRE JUNTO DAQUELES MESMOS, com os quais se verificaram nossos próprios delitos ou deserções em existências passadas. 3- Pensadores que antigamente corrompiam a mente popular com as depravações de espírito, JÁ EM VIAS DE AUTOBURILAMENTO, formam agora entre professores laboriosos, aprendendo a ministrar disciplinas, à custa do próprio exemplo. A LEI, A REENCARNAÇÃO E VIDA PROFISSIONAL 4- Antigos conquistadores militares que praticaram excessos, não vacilando em forjar a miséria física e moral dos semelhantes, na exaltação dos princípios subalternos em que se envileciam, voltam, DEPOIS DAS MEDIDAS INICIAIS DA PRÓPRIA CORRIGENDA, na condição de administradores capacitados à distribuição de valores e tarefas edificantes. 5-Políticos que dilapidaram a confiança do povo, QUANDO JÁ SITUADOS NAS LINHAS DO REAJUSTE, retornam no comércio ou na agricultura, com valiosa oportunidade de transpirar no auxílio àquelas mesmas comunidades que deprimiram. 6- Guerreiros e soldados que se valiam das armas para assegurarem imunidades aos instintos destruidores, QUANDO INTERNADOS NA REGENERAÇÃO COMEÇANTE, transfiguram-se em mecânicos e operários modeladores, dignificando o metal e a madeira que eles próprios perverteram em outras épocas. A LEI, A REENCARNAÇÃO E VIDA PROFISSIONAL 7- Agiotas desnaturados, verdugos rurais, defraudadores da economia pública e mordomos do solo, convertidos em agentes do furto, MODIFICADOS AO TOQUE DO BEM, volvem na posição de servidores limitados da gleba, suando de sol a sol no pagamento das dívidas a que se empenharam, imprevidentes. 8--Mulheres distintas que se ocuparam da maledicência e da intriga, prejudicando a liberdade e o progresso, APÓS RECONHECEREM OS PRÓPRIOS ERROS, tornam em regime de transitório cativeiro, ao recinto doméstico, aprisionadas em singelas obrigações, junto de caçarolas e tanques de lavar. 9- A reflexão na situação em que o presente nos coloca, nos mostrará dentro dela os sinais do passado e usando-a, não apenas em nosso favor, mas em favor de todos aqueles que se aproximarem de nós, no trabalho que a vida nos oferece, abriremos iluminada porta libertadora para o grande futuro. 10-Todo dia é dia de renovar o destino.

sábado, 22 de julho de 2017

RACIONALIDADE

Fitas, medalhas, joias poderiam exercer a influência ou o poder que se lhes atribui? A dúvida certamente paira na mente de muitas pessoas. Quando do lançamento da REVISTA ESPÍRITA, número de setembro de 1858, Allan Kardec deparou-se com o questionamento de um leitor propondo a mesma questão. A ela, o editor e Codificador do Espiritismo respondeu: -“Os Espíritos são atraídos ou repelidos pelo pensamento, e não pelos objetos materiais, que nenhum poder exercem sobre eles. Em todos os tempos os Espíritos superiores têm condenado o emprego de sinais e de formas cabalísticas, de modo que todo Espírito que lhes atribuir uma virtude qualquer, ou que pretender oferecer talismãs como objeto de magia, por isso mesmo revelará a sua inferioridade, quer quando age de boa-fé e por ignorância, em consequência de antigos preconceitos terrestres de que ainda se acha imbuído, quer quando, como Espírito zombeteiro, se diverte conscientemente com a credulidade alheia. Quando não traduzem pura fantasia, os sinais cabalísticos são símbolos que lembram crenças supersticiosas na virtude de certas coisas, como os números, os planetas e sua concordância com os metais, crenças que foram geradas nos tempos da ignorância e que repousam sobre erros manifestos, aos quais a Ciência fez justiça, ao revelar o que existe sobre os pretensos sete planetas, os sete metais, etc. A forma mística e ininteligível desses emblemas tinha por objetivo a sua imposição ao vulgo, sempre inclinado a considerar maravilhoso tudo aquilo que é incapaz de compreender. Quem quer que tenha estudado racionalmente a natureza dos Espíritos não poderá admitir que, sobre eles, se exerça a influência de formas convencionais, nem de substâncias misturadas em certas proporções; seria renovar as práticas do caldeirão das feiticeiras, dos gatos negros, das galinhas pretas e de outros sortilégios. Não podemos dizer a mesma coisa de um objeto magnetizado que, como se sabe, tem o poder de provocar o sonambulismo ou certos fenômenos nervosos sobre o organismo. Nesse caso, porém, a virtude do objeto reside unicamente no fluido de que se acha momentaneamente impregnado e que assim se transmite, por via mediata, e não em sua forma, em sua cor e nem, sobretudo, nos sinais de que possa estar sobrecarregado. Um Espírito pode dizer: “Traçai tal sinal e, à vista dele, reconhecerei que me chamais, e virei”; nesse caso, todavia, o sinal traçado é apenas a expressão do pensamento; é uma evocação traduzida de modo material. Ora, os Espíritos, seja qual for a sua natureza, não necessitam de semelhantes artifícios para se comunicarem; os Espíritos superiores jamais os empregam; os inferiores podem fazê-lo visando fascinar a imaginação das pessoas crédulas que querem manter sob dependência. Regra geral: para os Espíritos superiores a forma nada é; o pensamento é tudo. Todo Espírito que liga mais importância à forma do que ao fundo, é inferior e não merece nenhuma confiança, mesmo quando, vez por outra, diga algumas coisas boas, porquanto essas boas coisas frequentemente são um meio de sedução. Tal era, de maneira geral, nosso pensamento a respeito dos talismãs, como meio de entrar em relação com os Espíritos. Evidentemente que se aplica também àqueles que a superstição emprega como preservativos de moléstias ou acidentes. Entretanto, para edificação do proprietário da medalha, e para um melhor aprofundamento da questão, na sessão de 17 de julho de 1858 pedimos a São Luís, que conosco se comunica de bom grado sempre que se trata de nossa instrução, que nos desse sua opinião a respeito. Interrogado sobre o valor da medalha, eis qual foi sua resposta: “Fazeis bem em não admitir que objetos materiais possam exercer qualquer influência sobre as manifestações, quer para as provocar, quer para as impedir. Temos dito com bastante freqüência que as manifestações são espontâneas e que, além disso, jamais nos recusamos a atender ao vosso apelo. Por que pensais que sejamos obrigados a obedecer a uma coisa fabricada pelos seres humanos? P. – Com que finalidade foi feita essa medalha? Resp. – Foi fabricada com o objetivo de chamar a atenção das pessoas que nela gostariam de crer; porém, apenas por magnetizadores poderá ter sido feita, com a intenção de magnetizar e adormecer um sensitivo. Os signos nada mais são que fantasia.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A CERTEZA

Morrer nada mais é que abrir uma porta e passar a outra sala, concluiu o Psiquiatra norte americano Bryan Weiss diante do volume de relatos de pacientes por ele tratados dentro do procedimento denominado regressão de memória que, entre outras coisas, recuperou do inconsciente profundo desses pacientes registros de vidas passadas. Contudo, a continuidade da vida após a morte por eles contados vem sendo confirmada ao longo dos últimos 160 anos pela profusão de depoimentos obtidos através da mediunidade. Os detalhes são os mais variados e exceto alguns padrões, o fato é que é impossível generalizar as informações visto que cada um de nós é um projeto personalizado de Deus. A chegada – ou o retorno - ao Mundo dos Espíritos é um exemplo. Allan Kardec já havia abordado com os que o ajudaram a compor O LIVRO DOS ESPÍRITOS a questão da chegada à nova realidade, indagando se nossos parentes e nossos amigos vêm algumas vezes  ao nosso reencontro quando deixamos a Terra, obtendo como resposta: Sim, vêm ao encontro da alma que estimam; felicitam-na como ao retorno de uma viagem, se ela escapou aos perigos do caminho, e a ajudam a livrar-se dos laços corporais. É um privilégio para os bons Espíritos quando aqueles que estimam vêm ao seu encontro ao passo que aquele que será manchado fica no isolamento, ou a rodeá-lo tem apenas os que lhe são semelhantes: é uma punição. A seguir tres exemplos destacados do acervo de cartas psicografadas pelo médium Chico Xavier, nas reuniões públicas de Uberaba, MG. 1- Laura Maria Machado Pinto, 33 anos, vitima de uma colisão frontal, seguida de  incêndio, entre o carro que dirigia e um caminhão: “Tivemos instantes de lucidez, fora da vestimenta corpórea, no entanto, a Providência Divina jamais, nos abandona. Lá mesmo, ante a visão do campo aberto, uma equipe de enfermeiros nos aguardava. Aquilo nos fez pensar em preparação. Agarradas comigo, as nossas queridas filhas Patrícia e Beatriz me tomavam a alma toda. Gritos e lamentações surgiam, próximos de nós, no entanto, as ambulâncias que não conhecíamos nos recolhiam com pressa (...) Sentia-me exausta, com o cérebro tangido por alucinações de pavor (...), quando uma senhora de semblante simpático se abeirou de mim e notificou-me que o acidente imprevisível na Terra, fora anotado na Vida Espiritual antes de vir a ser e que ela estava junto de nós, com o fim de estender-nos mãos amigas. Apesar do espanto que me arrasava diante daquele montão de cinzas e objetos fumegantes, ainda tive meios de perguntar-lhe a que vinha e quem era que com tanta bondade se interessava por nós. Ela me informou ser a vovó Carmela (...) Abracei-me a ela, a avó que naquele momento se me fazia plenamente desconhecida e só então conseguia dar vazão às lágrimas que meu peito represava”.  2- Ângelo Di Sarno, 25 anos , vitima de acidente de trânsito no acesso à São Paulo, pela Rodovia Bandeirantes: “...Acordei numa outra paisagem. Não mais me senti dentro do carro e, sim, numa casa acolhedora cercada por um bonito “giardino”. Embora muito fraco, perguntei quem era aquela senhora que me socorrera no veículo, dirigindo-me a ela mesma. Ela me disse sorrindo: ─ Meu filho, somos tantos corações aqui reunidos que para alcançar a sua compreensão, direi apenas que sou avó da avó de sua avó Ana Maria e deixei a Itália há muitos anos...” 3- Victor Fernando Stocco Jr, Idade: 15 anos Aneurisma cerebral num clube de campo em Itapevi-SP: “... Vi que um senhor de idade madura me abraçou e disse: ─ Não se aflija. Sou seu “bi” e aqui me encontro pra cooperar com o papai e a mãezinha. Eu não tinha intimidade com ninguém que pudesse se apresentar naquela condição. Quase balbuciando as palavras indaguei sobre aquele “bi”, e ele me respondeu: ─ Sou seu bisavô Vítor e vim convidar você para o repouso. Aí, carregou-me nos braços; foi quando falei àquele parente: ─ Sou também Vítor e desejo a sua paz”


terça-feira, 18 de julho de 2017

ABORTO?

A mulher que promove semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarto uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. A revelação procede do Plano Espiritual que acrescenta que as desarmonias impostas ao aparelho reprodutor repercutem em futuras reencarnações, justificando o drama vivido por milhares de casais que, segundo explicam, anularam as próprias faculdades geradoras, quando não procederam de semelhante modo no presente, sequiosos de satisfação egoística agiram assim, no passado, determinando sérias anomalias na organização psíquica que lhes é peculiar. O problema hoje até pelo adensamento populacional do Planeta transformou-se num problema de saúde publica, pois de acordo com pesquisa, mais de 8,7 milhões de brasileiras com idade entre 18 e 49 anos já fizeram ao menos um aborto na vida.  Destes, 1,1 milhão de abortos foram provocados. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada dois dias, uma mulher morre no País, vítima de aborto clandestino, mais de 1 milhão de mulheres no país se submetem a abortos clandestinos anualmente. No extraordinário acervo de mensagens produzidas pela mediunidade  de Chico Xavier, no surpreendente livro INSTRUÇÕES PSICOFONICAS (feb), encontra-se uma manifestação de um Espírito acolhido e tratado nas reuniões do Centro Espírita Luiz Gonzaga na década de 50, em que ela nos da uma ideia das surpresas que a aguardavam logo após decidir-se pela realização do aborto na ultima existência. Lembrando que como demonstra o Espiritismo, não existem padrões visto que cada Ser é único. Mas vamos a um trecho do contado pela entidade: - Por odiar o rebento que me palpitava no seio, procurei destruí-lo, usando venenosa beberagem que igualmente me furtou a vida corpórea. Entretanto, se supunha que a morte fosse um ponto final à minha tragédia íntima, estava profundamente enganada, porque da poça de sangue a que se me reduziram os despojos, levantou-se, diante de mim, uma sombra acusadora. A princípio, dessa nuvem amorfa nascia o choro incessante de uma criança recém-nata. Tentando emudecer aqueles vagidos angustiosos, inutilmente rezei, usando orações decoradas na infância... A nuvem, porém, jazia algemada ao meu próprio peito, através de laços cuja consistência ainda hoje não posso definir. Abandonei, amedrontada, o meu aposento de mulher solteira e, esquecendo o culto do prazer a que me dedicara, procurei fugir, como se eu pudesse escapar de mim mesma. Perdi a ideia de rumo... Esqueci o calendário. De minha memória desapareceu a noção de tempo. Guardava a consciência de que a nuvem e eu corríamos sem cessar... Houve, contudo, um momento em que a sombra se converteu na forma de um homem, que me perseguia, amaldiçoando: — Desnaturada! Assassina!... Assassina!... Anelei, assim, depois da morte, a vinda de outra morte que me afundasse no esquecimento. Sentindo sede, debruçava-me no charco... Torturada de fome, atirava-me aos detritos dos animais mortos no campo... Ah! como será possível alguém adivinhar na Terra, enquanto a bênção do corpo físico é uma graça para o Espírito que opera entre os homens, o tormento da consciência que edificou em si mesma o inferno que a envolve? Minha existência passou a ser um suplício constante, terrível, inominável...



segunda-feira, 17 de julho de 2017

A MELHOR OPÇÃO

Allan Kardec nas suas análises sobre a evolução da dinâmica dos ensinos da Espiritualidade em nosso Plano, preservou o resultado de suas avaliações nas páginas da REVISTA ESPÍRITA. No número de outubro de 1860, por exemplo, encontramos vários itens extremamente interessantes não somente sobre a qualidade dos trabalhos em função da dimensão dos grupos, mas também sobre os Espíritos a eles ligados e os tipos de seguidores das ideias propostas pela Doutrina Espírita. Vamos a alguns pontos destacados de seus comentários:- Há três categorias de adeptos: os que se limitam a acreditar na realidade das manifestações e que, antes de mais, buscam os fenômenos. Para eles o Espiritismo é uma série de fatos mais ou menos interessantes. Os segundos veem algo mais do que fatos; compreendem o seu alcance filosófico; admiram a moral que dele resulta, mas não a praticam. Para eles a caridade moral é uma bela máxima, e eis tudo. Os terceiros, enfim, não se contentam em admirar a moral: praticam-na e aceitam todas as suas consequências. Bem convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, tratam de aproveitar esses curtos instantes para marchar na senda do progresso que lhes traçam os Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e reprimir suas inclinações más. Suas relações são sempre seguras, porque suas convicções os afastam de todo pensamento do mal. Em tudo a caridade lhes é regra de conduta. São estes os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas-cristãos. Sabe-se que as melhores comunicações são obtidas em reuniões pouco numerosas, sobretudo naquelas em que reinam harmonia e comunhão de sentimentos. Ora, quanto maior for o número, mais difícil será a obtenção dessa homogeneidade. Como é impossível que no começo de uma ciência, ainda tão nova, não surjam algumas divergências na maneira de apreciar certas coisas, dessa divergência infalivelmente nasceria um mal-estar, que poderá levar à desunião. Ao contrário, os pequenos grupos serão sempre mais homogêneos; as pessoas se conhecem melhor, estão mais em família e podem ser mais bem admitidos as que desejamos. E, como em última análise, todos tendem para um mesmo objetivo, podem entender-se perfeitamente e haverão de entender-se tanto melhor quanto não haja aquele melindre incessante, que é incompatível com o recolhimento e a concentração de espírito. Os Espíritos maus, que buscam incessantemente semear a discórdia, ferindo suscetibilidades, terão sempre menos domínio num pequeno grupo do que num meio numeroso e heterogêneo. Numa palavra, a unidade de vistas e de sentimento nele será mais fácil de estabelecer. A multiplicidade dos grupos tem outra vantagem: a de obter uma variedade muito maior de comunicações, pela diversidade de aptidão dos médiuns. Que essas reuniões parciais comuniquem reciprocamente o que elas obtêm, cada uma por seu lado, de modo que todas aproveitem os seus mútuos trabalhos. Aliás, chegará o momento em que o número de aderentes não permitiria mais uma reunião única, que deveria fracionar-se pela força das coisas. Eis por que preferível é fazer imediatamente aquilo que serão obrigados a fazer mais tarde. Incontestavelmente, do ponto de vista da propaganda, não é nas grandes reuniões que os neófitos podem colher elementos de convicção, mas na intimidade. Há, pois, um duplo motivo para preferir os pequenos grupos, que podem multiplicar-se ao infinito. Ora, vinte grupos de dez pessoas, por exemplo, indiscutivelmente obterão mais e farão mais prosélitos que uma reunião única de duzentas pessoas. Há pouco falei das divergências que podem surgir, e disse que elas não deviam criar obstáculos ao perfeito entendimento entre os diferentes centros. Com efeito, essas divergências só podem dar-se nos detalhes e não sobre o fundo. O objetivo é o mesmo: o melhoramento moral; o meio é o mesmo: o ensino dado pelos Espíritos. Se tal ensino fosse contraditório; se, evidentemente, um devesse ser falso e o outro verdadeiro, notai bem que isto não poderia alterar o objetivo, que é conduzir o homem ao bem, para sua maior felicidade presente e futura. Ora, o bem não poderia ter dois pesos e duas medidas. Do ponto de vista científico ou dogmático é, contudo, útil ou, pelo menos, interessante, saber quem está certo e quem está errado. Pois bem! Tendes um critério infalível para o apreciar, quer se trate de simples detalhes, quer de sistemas radicalmente divergentes; e isto se aplica não somente aos sistemas espíritas, mas a todos os sistemas filosóficos. Examinai, antes, o que é mais lógico, o que melhor corresponde às vossas aspirações, que melhor pode alcançar o objetivo. O mais verdadeiro será, evidentemente, aquele que explica melhor, que melhor dá a razão de tudo. Se se puder opor a um sistema um único fato em contradição com a sua teoria, é que a teoria é falsa ou incompleta.


quinta-feira, 13 de julho de 2017

JOGO RÁPIDO COM CHICO XAVIER

A figura de Chico Xavier é sempre inspiradora, sobretudo nas passagens preservadas por amigos que desfrutavam de sua intimidade. E, nos momentos de desalento, sempre oportuno, recordarmos alguns dos ensinamentos derivados de diálogos testemunhados. Selecionamos alguns para reflexões: 1- Havia sido publicado recentemente o extraordinário AVE CRISTO e quando das visitas mensais de um grupo ligado a importante atividade social da capital paulista,  Chico fazia revelações sobre alguns integrantes do mesmo que teriam sido personagens da narrativa. Um dos que não haviam sido identificados, curioso, cercava insistentemente o médium na ânsia de saber quem fora na referida história. A cada encontro, não perdia a oportunidade para questioná-lo, até que numa das visitas, Chico antecipou-se e foi logo dizendo: - Emmanuel deixou a resposta que você procura. Não contendo a excitação mental em que se mantinha, ouviu do querido amigo: - Quando o passado é muito obscuro é melhor pensar no futuro. 2- Uma pessoa que, ao observar os necessitados tomando sopa, perguntou para Chico: - O senhor acha que um prato de sopa vai resolver o problema da fome no mundo? Chico, sem titubear respondeu: - O banho também não resolve o problema da higiene no mundo, mas nem por isso podemos dispensá-lo. 3- Alguém perguntou a Chico, sobre o que os Espíritos dizem a respeito da natureza do corpo de Jesus, ele respondeu: - Jesus é como o Sol num dia de céu azul, e nós somos apenas palitos de fósforo acesos, à hora do meio-dia. O que é importante saber, e discutir, é sobre os seus ensinamentos e sua Vivência Gloriosa. 4- Pedagoga, estudiosa e sempre interessada em aprender mais, aproximou-se do médium para perguntar como podiam trabalhar daquela forma, com tanta gente - mais de quinhentas pessoas - fora os que vinham de fora só para conhecer o trabalho? Como era feito naquele espaço simples, num terreno baldio, a céu aberto? Como mantinham aquelas pessoas ali? Chico respondeu: -Nós não organizamos nada, minha irmã, é a fome, é a necessidade quem organiza tudo. E, então, ela voltou a questionar: - E essa moedinha que vejo você tirar do bolso do paletó, para dar a alguns mais pobres, de que adianta isso? E ouviu do dedicado servidor: - É  o amor, minha irmã. Aqui eles sabem que são amados. Não dar as costas àqueles que nos pedem é uma dádiva dos ensinos de nosso Senhor. 5- Um companheiro espírita, certa vez, disse à Chico - Chico, o Evangelho está ultrapassado. Ouvindo como resposta:: - Emmanuel está aqui e pede para dizer a vocês que o Evangelho só vai ficar ultrapassado o dia em que toda a Humanidade colocá-lo em prática. 6- O Chico passava por grandes dificuldades. Problemas gigantescos se avolumavam sobre sua cabeça. E tão gigantescos que ele perguntou ao espírito Emmanuel se não era possível rogar às esferas superiores um conselho de Maria de Nazaré, que ajudasse naqueles dias tão difíceis. Alguns dias se passaram, quando o espírito de Emmanuel lhe disse que o generoso Espírito de Maria havia atendido ao seu pedido, enviando-lhe a seguinte frase: - Isso também passa. Disse-nos Chico: - A frase foi para mim como anestesia sobre uma dor imensa. Fez-me tanto bem que a escrevi num papel e o coloquei sobre a cabeceira de minha cama. Todas às noites e todas as manhãs eu lia, sentindo grande consolo.  Emmanuel também me disse que ela serve  tanto para os momentos tristes, como para os momentos alegres.

terça-feira, 11 de julho de 2017

A PROPOSITO DA FAMÍLIA

“Das experiências que alguns de meus pacientes tem no estado de ‘entrevida’, passei a acreditar que é antes do nascimento que escolhemos a família de cada existência. Escolhemos viver os padrões de comportamento que melhor propiciarão nosso crescimento, com as almas que reproduzirão as situações de aprendizagem.  Com muita frequência, são almas que conhecemos e com quem interagimos de muitas maneiras em outras existências”. O comentário foi feito pelo Psiquiatra norte-americano Bryan Weiss no seu livro A CURA ATRAVÉS DA TERAPIA DE VIDAS PASSADAS (1966, sextante). Embora desconheça a visão disponibilizada pelo Espiritismo, sua observação confirma o dito pela revolucionária proposta oferecida ao mundo pelo educador Allan Kardec. Dos seus conteúdos, destacamos para reflexões alguns tópicos. Em texto incluído no livro OBRAS PÓSTUMAS, Allan Kardec explica que “muitas vezes um indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem juntos para constituir uma família nova noutra posição social, a fim de apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos”. Numa realidade constituída por bilhões de Espíritos como entender isso? A sucessão das existências corporais estabelece entre os Espíritos ligações que remontam às existências anteriores.  Daí, muitas vezes, a simpatia que vem a existir entre certos Espíritos que parecem estranhos. (LE, 204)  Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família.  Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vizinho, ou no servo, pode achar-se um Espírito a quem se tenha estado preso pelos laços da consanguinidade. (LE,205) Se bem os Espíritos não procedam uns dos outros, nem por isso menos afeição consagram aos que lhes estão ligados pelos elos da família, dado que muitas vezes eles são atraídos para tal ou qual família pela simpatia, ou pelos laços que anteriormente se estabeleceram. (LE,206) A família constitui-se num efeito das relações sociais além do que se imagina? Os laços de sangue não determinam necessariamente os laços espirituais.  O corpo gera o corpo, porém o Espírito não é gerado pelo Espírito, porque já existia antes da gestação do corpo.  Não foram os pais que geraram o Espírito de seu filho, eles apenas forneceram-lhe um corpo carnal.  Além disso, devem ajudá-lo no seu desenvolvimento intelectual e moral para fazê-lo progredir.  Os Espíritos que encarnam numa mesma família, principalmente como parentes próximos, são quase sempre ligados por laços de simpatia, unidos por relações anteriores, que são demonstrados na afeição mútua durante a vida terrena.  Pode acontecer, também, que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns aos outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se manifestam por suas aversões na Terra, e elas servirão de provação entre eles.  Portanto, os verdadeiros laços de família não são os da consanguinidade, mas sim os da simpatia e da afinidade de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e depois da encarnação.  É assim que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o fossem pelo sangue.  Eles se querem, se procuram, sentem prazer em estar juntos, enquanto dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, como aliás se vê todos os dias.  Há, portanto, duas espécies de famílias: as famílias por laços espirituais e as famílias por laços corporais.  As primeiras, duráveis, se fortificam pela purificação e prosseguirão no mundo dos Espíritos, por meio das muitas migrações da alma; as segundas, frágeis como a própria matéria, acabam com o tempo e, muitas vezes, se desfazem moralmente já na existência atual. (ESE)


domingo, 9 de julho de 2017

MÚLTIPLOS MEIOS

Pode uma mensagem de elevado teor ou conteúdo chegar do Mundo Espiritual através de pessoa de pouca instrução e cultura? Ou de conduta discutível? Ou mesmo um fenômeno de impacto? O questionamento é compreensível e usado por muitos para justificar o descredito que alimentam em relação ao proposto pelo Espiritismo. E foi objeto de matéria publicada na edição de julho de 1863 da REVISTA ESPÍRITA resultante de uma mensagem recebida por Allan Kardec de um Grupo Espírita de Sétif, na Argélia. Assina-a o Espírito Santo Agostinho, um dos pais da Teologia Católica e integrante da Equipe do Espírito da Verdade, responsável pelo surgimento do Espiritismo. Escreve ele: - Muitas vezes vos admirais ao ver faculdades mediúnicas, sejam físicas ou morais, que, em vossa opinião, deveriam ser prova de mérito pessoal, em pessoas que, por seu caráter moral, estão colocadas abaixo de semelhante favor. Isto se prende à falsa ideia que fazeis das leis que regem tais coisas, e que quereis considerar como invariáveis. O que é invariável é o objetivo; os meios variam ao infinito, a fim de ser respeitada a vossa liberdade. Este possui uma faculdade; aquele, outra; um é levado pelo orgulho, outro pela cupidez, um terceiro pela fraternidade. Deus emprega as faculdades e as paixões de cada um, e as utiliza em suas respectivas esferas, fazendo sair o bem do próprio mal. Os atos do homem, que vos parecem tão importantes, para ele nada são; aos seus olhos, é a intenção que faz o mérito ou o demérito. Feliz, pois, aquele que é guiado pelo amor fraterno. A Providência não criou o mal: tudo foi feito em vista do bem. O mal só existe pela ignorância do homem e pelo mau uso que este faz das paixões, das tendências, dos instintos que adquiriu em contato com a matéria. Grande Deus! quando lhe tiverdes inspirado a sabedoria para ter em mão a direção desse poderoso móvel: a paixão, quantos males desaparecerão! quanto bem resultará dessa força, da qual hoje não conhece senão o lado mau, que é sua obra! Oh! continuai ardentemente vossa obra, meus amigos; que, enfim, a Humanidade entreveja a rota na qual deve pôr o pé, para alcançar a felicidade que lhe é dado adquirir neste Globo! Não vos admireis se as comunicações que vos dão os Espíritos elevados, apoiadas inteiramente na moral do Salvador, vo-la confirmando e a desenvolvendo, vos oferecem tantos pontos de contato e de similitude com os mistérios dos Antigos. É que os Antigos tinham a intuição das coisas do Mundo Invisível e do que deveria acontecer, e que muitos tinham por missão preparar os caminhos. Observai e estudai cuidadosamente as comunicações que recebeis; aceitai o que a vossa razão não rejeitar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida. Aí tendes a marcha a seguir para transmitir às gerações futuras, sem receio de ver desnaturadas as verdades, que separareis sem dificuldade de seu cortejo inevitável de erros. Trabalhai, tornai-vos úteis aos vossos irmãos e a vós mesmos. Não podeis prever sequer a felicidade que o futuro vos reserva pela contemplação de vossa obra”. Concluindo o assunto, Allan Kardec observa: – Esta comunicação foi obtida por um jovem, médium sonâmbulo iletrado. Foi-nos enviada pelo Sr. Dumas, negociante de Sétif, membro da Sociedade Espírita de Paris, acrescentando que o sensitivo não conhece o sentido da maioria das palavras e nos transmitindo o nome de dez pessoas notáveis que assistiram à sessão. Os médiuns iletrados, que recebem comunicações acima de seu alcance intelectual, são muito numerosos. Acabam de mostrar-nos uma página verdadeiramente admirável, obtida em Lyon por uma senhora que não sabe ler nem escrever e não conhece uma palavra do que escreve; seu marido, que quase não sabe mais que ela, o decifra por intuição durante a sessão, mas no dia seguinte isto lhe é impossível. As pessoas a leem sem muita dificuldade. Não está aí a aplicação destas palavras do Cristo: “Vossas mulheres e vossas filhas profetizarão e farão prodígios?” Não é um prodígio escrever, pintar, desenhar, fazer música e poesia quando não se o sabe? Pedis sinais materiais: Ei-los. Dirão os incrédulos que é efeito da imaginação? Se assim fosse, seria preciso convir que tais pessoas têm a imaginação na mão, e não no cérebro. Ainda uma vez, uma teoria não é boa senão quando consegue explicar todos os fatos. Se um único fato vem contrariá-la, é que é falsa ou incompleta. 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

OBSESSÃO E SUICÍDIO

Os alarmantes índices de suicídio nos tempo que correm precisam ser revertidos. Todos os meios possíveis devem ser tentados alertar as pessoas sobre o componente espiritual nos processos que culminam nos gestos radicais. No expressivo acervo constituídos pelas cartas recebidas por Chico Xavier nas reuniões publicas de Uberaba, MG, provam isso. Dele destacamos alguns exemplos que confirma a influência de Espíritos obsessores em muitos casos. A seguir alguns exemplos:  1- Tudo se me refez na memória. Um telefonema que me deixou indisposta e a ideia que eu nunca deveria ter alimentado chegando, aos poucos, a me repletar o cérebro de resoluções lamentáveis. Dez minutos para as três horas da tarde, procurei certificar-me de que poderia agir sem a presença de quem quer que fosse e, como que amedrontada, diante de mim mesma, consegui a chave que me daria acesso à arma com a qual me anulei no quarto. Não sei até hoje que forças desumanas teriam possuído o meu ser... Recordo-me que chegava a sentir pesada mão sobre a minha para que o gatilho não falhasse. Cai, descontrolada, mas ainda escutava os rumores de casa, quando ouvi as vozes da Mônica...Claudia Pinheiro Galassi, 18 anos 2-  ... Não julguem que tivesse usado minhas mãos no suicídio. Havia tido contratempos no namoro, mas isso não era bastante para que me arrojasse a esse gesto infeliz. Sentira, na antevéspera do dia 4, uma grande dor de cabeça e quis afogar em alívio o meu pensamento com alguns comprimidos, que não mais me lembro quanto ao nome. Minhas ideias estavam embaralhadas... Parecia estar numa nuvem que me transportava para lugar nenhum... Não sei como foram alteradas as minhas ideias... No quarto, li cadernos ou tentei ler alguma coisa de que não sabia o sentido... As horas estavam diferentes para mim... Um impulso, que não compreendo até hoje, me levou a encontrar a arma, com a qual fiquei refletindo na vida e na morte... Seria aquele objeto um portador da morte em si? Perguntava a mim mesmo... Sem avaliar o perigo em que me achava, recordei os casos das roletas russas assim chamadas... Haveria uma bala determinada para cada pessoa em casos desses? Desconheço porque levei a arma a altura da cabeça, sem qualquer ideia de fugir da vida... Os pensamentos faziam um turbilhão no meu cérebro... Sentia-me tonto, descontrolado... Não tenho a ideia de haver puxado o gatilho, mas a verdade é que caí desamparado, acometido me absorvi de todo. Lincoln Goes Prata, 17 anos 3- Ainda não sei que força me tornou naquela quarta-feira. Tive a ideia de que uma ventania me abraçava e me atirava fora pela janela. Certamente devia mobilizar minha vontade e impedir que o absurdo daquele momento me enlouquecesse. Obedecia maquinalmente àquela voz que me ordenava projetar-me no vácuo. Quis recuar, mudar o sentido da situação, não consegui. Nunca imaginaria que tanto sofrimento se seguiria ao meu gesto. Renata Zacaro, 18 anos. 4- Creia que amanheci naquela terça-feira, quatro de maio, pensando em descobrir como iria encontrar um presente para o seu carinho no Dia das Mães. Pensava nas aulas, em minha professora Juvercídia e procurava concentrar-me nos livros para estudar; entretanto, quando vi o veneno, a força estranha me tomou o pensamento. Avancei para o suicídio quase sem conhecimento, embora muitas vezes não ocultasse o desejo de morrer. Tudo sem motivo, sem base.(...) A princípio, me vi numa nuvem com a garganta em fogo e uma dor que não parecia ter fim. Talvez exagerasse as coisas que eu sentia, talvez guardasse impressões da vida que eu não devia guardar. O que é mais doloroso é que provoquei a morte do corpo, sem razão. Lucia Ferreira, 16 anos 5- Ideias lamentáveis pareciam maribondos em meu cérebro, sugerindo-me pusesse termo à existência de rapaz errante, em busca de um emprego que não aparecia. Deixei-me invadir por aqueles pensamentos amargos, quando me falaram de almoço. Antes que me retirasse do trabalho, alvejei o meu próprio coração com um tiro certo. Lembro-me de que o papai correu para mim estirado no piso e, na suposição de que me faria viver, fez a respiração boca-a-boca, recebendo o meu próprio sangue que lhe atingiu a garganta. Arrependi-me de tanto mal praticado contra mim, no entanto era tarde. Aquele gesto de meu pai me mostrava quanto amor dispunha eu no coração de meu pai e de minha mãe, porém foi em vão que desejei levantar os braços para se rum menino de novo naquele colo paternal de homem bom que não vacilava em livrar-me de qualquer sufocação, trazendo para a boca que me beijara, tantas vezes em criança, o sangue do filho crescido que se fizera ingrato perante aqueles que mais me queriam na Terra. Sei que entrei num pesadelo em que via o meu próprio sangue a rolar do peito como se aquele filete rubro não tivesse recursos de terminar. Wladimir Ranieri, 24 anos

quarta-feira, 5 de julho de 2017

FLUIDOS: ENTENDA ALGUNS MISTÉRIOS


“Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é o do som. A afirmação é de Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA de junho de 1868. Avançando além do que foi o médico Franz Anton Mesmer, o Espiritismo tem muito a dizer sobre o que chama de fluidos espirituais. Destacamos alguns tópicos para reflexões:  1- Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera. 2- Um Espírito se faz visível a um encarnado que possua a vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo na época em que o segundo o conheceu, embora haja ele tido, depois dessa época, muitas encarnações.  3- Apresenta-se com o vestuário, os sinais exteriores – enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. – que tinha então. Um decapitado se apresentará sem a cabeça.  4- Não quer isso dizer que haja conservado essas aparências, certo que não, porquanto, como Espírito, ele não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que se dá é que, retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais defeitos, seu perispírito lhes toma instantaneamente as aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido.  5- Se, pois, de uma vez ele foi negro e branco de outra, apresentar-se-á como branco ou negro, conforme a encarnação a que se refira a sua evocação e à que se transporte o seu pensamento.  6- Por análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a sua charrua e seus bois, uma mulher velha a sua roca.  7- Para o Espírito, que é, também ele, fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais, como o eram, no estado material, para o homem vivo; mas, pela razão de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a deste.  8- Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som.  9- Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros. 10- Como se vê, é uma ordem de fatos inteiramente novos, que se passam fora do mundo tangível, e constituem, se assim nos podemos exprimir, a física e a química especiais do mundo invisível.  11- Como durante a encarnação, o princípio espiritual está unido ao princípio material, daí resulta que certos fenômenos do mundo espiritual se produzem conjuntamente com os do mundo material e são inexplicáveis por quem quer que não conheça as suas leis. Assim, o conhecimento dessas leis é tão útil aos encarnados quanto aos desencarnados, pois só ele pode explicar certos fatos da vida material.  12- Criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho, ou ainda como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa.  13- Tenha um homem, por exemplo, a ideia de matar a outro: embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito.  14- Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo.  15- Os olhos do corpo veem as impressões interiores que se refletem nos traços do rosto: a cólera, a alegria, a tristeza; mas a alma vê nos traços da alma os pensamentos que não se traduzem no exterior. 16- Contudo, vendo a intenção, o vidente bem pode pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições.


segunda-feira, 3 de julho de 2017

EVIDÊNCIAS DE VIDAS PASSADAS E O ESPIRITISMO

O Médico e Psiquiatra canadense Ian Stevenson trabalhando no início dos anos 60 na Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos da América do Norte, insatisfeito com a Psicanalise Freudiana e Behaviorista, buscando outras teorias de desenvolvimento da personalidade encontrou alguns relatórios isolados de relatos e lembranças espontâneas de Vidas Passadas em crianças. Reunindo quarentas desses casos, analisou-os comparativamente observando que tinham padrões em comum o que indicava que provavelmente eram autênticos, merecendo investigações mais profundas. Atraído por um único caso, objetivando confirmar outros, viajou em 1961 para a Índia, encontrou nas próximas 5 semanas, 25 casos que se multiplicaram em três anos em 400 o que iniciou um projeto de que se ocuparia pelo restante de sua vida, tornando-o uma referência neste campo de pesquisa. Publicou em 1966 o livro VINTE CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO, destacando aqueles que mais indícios ofereciam, inclusive 2 averiguados no Brasil. As décadas que seguiram colocaram em suas mãos centenas de casos permitindo a identificação de alguns como listado a seguir:   1- A revelação sobre uma Vida Passada ocorre na faixa de 2 a quatro anos, sem indução de ninguém; 2- A criança diz nome de pessoas e lugares que ninguém na família ouviu falar ou terá um comportamento estranho;  3- Na maioria dos casos descreve detalhes muito particulares da morte, geralmente violenta; 4- Em casos extremos, a criança diz ser outra pessoa, que tem pais diferentes e até mesmo uma esposa e filhos que vivem noutra localidade, insistindo para ser levada até lá. 5- Geralmente persiste em falar de suas lembranças durante meses ou anos, apesar das tentativas – por vezes, ríspidas – da família em dar fim às lembranças; 6- Quando levada ao local indicado, lidera o grupo que acompanha, sem ajuda de ninguém, através de ruas até a casa em que vivia em reencarnação anterior, reconhecendo espontaneamente a família e amigos da personalidade prévia, chamando-os pelos nomes, fazendo observações sobre mudanças no cenário, perguntando por pessoas ou bens de que sente falta e lembrando de fatos obscuros do passado, em alguns casos revelando o conhecimento de esconderijos ou lugares para esconder joias da família anterior ou segredos somente do conhecimento dela; 7- Reformas no local representarão novidade, desorientando-a pelo desconhecimento. A evolução de suas avaliações revelaram mais dados que coincide com as feitas por profissionais que, ao longo do século 20, perceberam nas práticas de Terapias de Vidas Passadas uma forma de ajudar seus pacientes: Certas fobias que não conseguem ser explicadas por nada ocorrido na vida atual, estão relacionadas com o tipo de morte em vida passada. Por exemplo: medo de água ou até tomar banho, ligam o paciente a morte por afogamento outrora; medo de veículos de grande porte remetem a atropelamento por caminhão. Pondera o Dr Stevenson que “parece razoável supor que a intensidade de uma experiência tal como a morte violenta possa de alguma forma reforçar ou fixar lembranças, de modo a que fiquem melhor preservadas na consciência”, enquanto o Dr Roger Wongler após inúmeros atendimentos no campo das Regressões de Memória, conclui que “a percepção intensificada que ocorre na morte imprime com intensidade exagerada os pensamentos, sentimentos e sensações naquilo que transfere nossa essência de uma vida para outra, seja que nome tiver”. Diante desse resultados, observa-se que a visão dilatada oferecida pelo Espiritismo está apenas encontrando ressonância nas observações desses dois pesquisadores do tema tão combatido quanto rejeitado da reencarnação.