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sexta-feira, 28 de julho de 2017

FALANDO DE REENCARNAÇÃO

A edição de março de 1862 da REVISTA ESPÍRITA reproduz uma comunicação transmitida por um Espirito não identificado através de um médium chamado Barão de Kock recebida na cidade de Haia, na Holanda em torno do tema REENCARNAÇÃO. Em nota complementar, Allan Kardec observa que não teve a honra de conhecer o médium, a publicando por concordar com todos os princípios do Espiritismo., não sendo produto de nenhuma influência pessoal. Pelo fato de ser extensa destacamos alguns argumentos importantes realçados pelo Espírito comunicante: A doutrina da reencarnação é uma verdade que não pode ser contestada; desde que o homem só quer pensar no amor, na sabedoria e na justiça de Deus, não pode admitir nenhuma outra doutrina. É verdade que nos livros sagrados só se encontram estas palavras: “Depois da morte, o homem será recompensado segundo suas obras”. Mas não se presta suficiente atenção a uma infinidade de citações, que vos dizem ser absolutamente inadmissível que o homem atual seja punido pelas faltas e pelos crimes dos que viveram antes de Cristo. (...) Se se quiser examinar a questão sem preconceito, refletir sobre a existência do homem nas diferentes condições da sociedade e coordenar essa existência com o amor, a sabedoria e a justiça de Deus, toda a dúvida concernente ao dogma da reencarnação deve logo desaparecer. Efetivamente, como conciliar esta justiça e esse amor com uma existência única, onde todos nascem em posições tão diferentes? Onde um é rico e poderoso, enquanto o outro é pobre e miserável? Em que um goza de saúde, ao passo que o outro é afligido de males de toda a sorte? Aqui se encontram a alegria e a vivacidade; mais longe, tristeza e dor; em uns a inteligência é mais desenvolvida; em outros, apenas se eleva acima dos brutos. Pode-se crer que um Deus todo amor tenha feito nascer criaturas condenadas por toda a vida ao idiotismo e à demência? Que tenha permitido que crianças na primavera da vida fossem arrebatadas à ternura dos pais? Ouso mesmo perguntar se se poderia atribuir a Deus o amor, a sabedoria e a justiça à vista desses povos mergulhados na ignorância e na barbárie, comparados às nações civilizadas, onde imperam as leis, a ordem, onde se cultivam as artes e as ciências? Não basta dizer: “Em sua sabedoria, Deus assim regulou todas as coisas.” Não; a sabedoria de Deus, que antes de tudo é amor, deve tornar-se clara para o entendimento humano. O dogma da reencarnação tudo esclarece. (...) A vida humana é a escola da perfeição espiritual e uma série de provas. É por isso que o Espírito deve conhecer todas as condições da sociedade e, em cada uma delas, aplicar-se em cumprir a vontade divina. O poder e a riqueza, assim a pobreza e a humildade, são provas; dores, idiotismo, demência, etc., são punições pelo mal cometido numa existência anterior. Do mesmo modo que pelo livre-arbítrio o indivíduo se encontra em condições de realizar as provas a que está submetido, também pode falir. No primeiro caso, a recompensa não se fará esperar, consistindo numa progressão na perfeição espiritual. No segundo caso, recebe a punição, isto é, deve reparar em nova vida o tempo perdido na vida anterior, da qual não soube tirar vantagem para si mesmo. Antes de sua reencarnação, os Espíritos planam nas esferas celestes: os bons gozando a felicidade, os maus entregando-se ao arrependimento, expostos à dor de serem desamparados por Deus. Mas, conservando a lembrança do passado, o Espírito se recorda das infrações aos mandamentos divinos e Deus lhe permite escolher, em nova existência, suas provas e sua condição, o que explica por que, muitas vezes, encontramos nas classes inferiores da sociedade sentimentos elevados e entendimento desenvolvido, ao passo que nas classes superiores encontramos tendências ignóbeis e Espíritos embrutecidos. Pode-se falar de injustiça quando o homem, que empregou mal a sua vida, pode reparar suas faltas numa outra existência e alcançar sua meta? Não estaria a injustiça na condenação imediata e sem apelação? A Bíblia fala de castigos eternos, mas isto não se deveria entender por uma só existência, tão triste, e tão curta; para este instante, para este piscar em relação à eternidade. Deus quer dar a felicidade eterna como recompensa do bem, mas é preciso merecê-la e uma vida única, de curta duração, não basta para alcançá-la.


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