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terça-feira, 29 de julho de 2014

POUCOS SABEM


“Sob o ponto de vista moral, o homem comum, em muitos aspectos, ainda lembra o chipanzé, agora com a inteligência desenvolta”, avalia Robert Southey em mensagem escrita através do médium Chico Xavier, em 1951. Nome pouco conhecido, Southey foi um historiador, escritor, prosador britânico que viveu entre 1774/ 1843. Órfão de pais, levado para Lisboa por um tio que era pastor anglicano, especializou-se na história de Portugal e do Brasil, construindo uma biblioteca com 14 mil volumes, entre os quais, supõe-se grande quantidade de livros e documentos originais espanhóis sobre Portugal e América do Sul. Entre 1810 e 1819, lançou em Londres, HISTÓRIA DO BRASIL, a primeira publicação contendo sua história geral, abrangendo todo período colonial até a chegada de D. João VI, em 1808. No centenário de sua morte (1943), foi objeto de várias homenagens em institutos culturais, históricos e geográficos no Brasil, especialmente em São Paulo. Na referida manifestação mediúnica, com a visão privilegiada dos que acompanham a história dos bastidores que retém aspectos desprezados e ignorados pela chamada história oficial, invariavelmente escrita por observadores contratados para esse fim, acrescenta detalhes singulares como o em que diz que “o romano arrogante e dominador, o grego inteligente e espirituoso, o fenício comerciante e astuto, e o judeu obstinado e rebelde ainda se fazem sentir, sob indumentária nova, em todas as latitudes da Terra, com o mesmo viço espiritual de há vinte séculos”. Considerando a interessante imagem oferecida pelos Espíritos à Allan Kardec afirmando que “um século, é um relampado na Eternidade”, bem como, a visão de que num século, ante a desproporcional população espiritual que evolui presa à Terra, poucos reencarnam mais de uma vez, e de que em presumíveis 60 anos de experiência no corpo físico, apenas 20 são aproveitados, visto que 20 dormimos e outros 20, desenvolvemo-nos na direção da vida adulta. Dentro de suas racionais percepções, Southey acrescenta que “em contraste com a sublimidade do Evangelho, temos a impressão de que a consciência humana ainda não se desamarrou das fraldas infantis. Excetuadas algumas organizações individuais, tocadas de santificante heroísmo, em todas as nações o conteúdo de animalidade na massa anônima revela que a civilização ainda próxima se encontra da caverna dos primatas e que o barco da vida, por enquanto, veleja muito longe do porto em que lhe cabe atracar”. Pondera que “de alguns milênios para cá, a mente humana tem demonstrado diminutas alterações para melhor. A crueldade e o vício tornam, quase que invariáveis, à arena da luta planetária, exibindo novas formas. Povos aparecem e desaparecem, sob as lei da morte e da reencarnação, a geografia política sofre modificações em todas as épocas, mas o espírito é o mesmo”.  A certo trecho, questiona: -“De que nos valem o poder aquisitivo, a técnica das industrias, a produção em massa, a universidade ativa e a riqueza rural, se não possuímos diques capazes de barrar as paixões individuais e as raciais, que ateiam o ruinoso fogo da guerra? De que serve construirmos soberbos templos, levantados à fé e à arte, para depois serem incendiados pelo nosso próprio vandalismo? Será razoável sensibilizar a alma coletiva com o espargimento de ideias salvacionistas, inclusive as de bondade fraterna e as de boa vizinhança, bombardeando, em seguida, hospitais e lares abertos? Será compreensível a exaltação de princípios superiores, quais os da dignidade pessoal e da liberdade humana, gastando-se três quartas partes do dinheiro público em petrechos bélicos, a par de quase total esquecimento da educação popular?  A vida não é trepidação de nervos, a corrida armamentista ou a tortura de contínua defesa. É expansão da alma e crescimento do homem interior, que se não coadunam com a arte de matar”. E, apesar de, em sua análise atualíssima, considerar que “a palavra do Cristo vagueia no mundo sem encontrar ouvidos que a recolha, com “as igrejas que a distribuem, até certo ponto se assemelhando a conservatórios de música preciosa sem artistas que a interpretem”, Southey,porém, otimista, preconiza: -“Sobre este mundo, em que a inteligência perquire as forças mais íntimas da Natureza, somente para conservar o poderia e o domínio destrutivos, um novo mundo surgirá”.



domingo, 27 de julho de 2014

UMA DAS UTILIDADES DO ESPIRITISMO

Não existe sofrimento maior do que a dor de perder um filho” comentou certa ocasião, Chico Xavier, acrescentando que “como médium, essa tarefa das cartas de consolação aos familiares em desespero na Terra foi o que sempre mais me gratificou”. Na edição de junho de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta interessante artigo de sua autoria intitulado EFEITOS DE DESESPERO em que expõe seu ponto de vista sobre o problema, demonstrando a utilidade que tem as ideias espíritas diante do problema.  Começa considerando que “seriam necessários volumes, para registar, de todos os trágicos acidentes causados pelo desespero, só aqueles que chegam ao conhecimento do público. Quantos suicídios, doenças, mortes involuntárias, casos de loucura, atos de vingança e, até, crimes, não produz ele todos os dias! Uma estatística muito instrutiva seria a das causas primeiras que levaram aos desarranjos do cérebro; e ver-se-ia que nela entra o desespero ao menos com oitenta por cento”. Lista, para exemplificar, três fatos ocorridos meses antes, dois dos quais noticiados pelo conceituado jornal Siècle. O primeiro na edição de 17 de fevereiro comunicando a morte de um homem chamado Laferrière, Inspetor Geral das faculdades de Direito da França e que, apesar de ter sentimentos religiosos, mergulhou em profunda depressão pela morte de sua única filha de 21 anos, poucos dias após ser acometida por arrebatadora doença; o segundo, objeto de matéria em 1º de março, falando da morte por suicídio do empresário do ramo de transportes Sr Léon L., de 25 anos, após o falecimento de sua esposa a quem amava apaixonadamente e com quem se casara dois anos antes. O terceiro, enviado por um correspondente da REVISTA, relata o caso de uma mulher que perdeu o marido, morte atribuída à imperícia do médico que o tratara. A viúva tomou-se de tal ressentimento contra ele, que o perseguia incessantemente com ameaças, dizendo-lhe, por toda parte onde o encontrava: - “Carrasco, não morrerás senão por minha mão!”. O conceito de ser muito piedosa e religiosa não a impedia de agir de forma tão perturbada, o que levou o médico a dirigir-se às autoridades, para sua própria segurança. Moradora de cidade que contava com numerosos adeptos do Espiritismo, ouviu de um de seus amigos que era espírita a pergunta: - “Que pensaríeis se um dia pudésseis conversar com vosso marido?”, ouvindo dela que “se tivesse a certeza de não o haver perdido para sempre, consolar-me-ia e esperaria”. Em breve lhe deram a prova. Seu próprio marido lhe veio dar conselhos e consolo e por sua linguagem ela não pôde conservar nenhuma dúvida quanto à sua presença ao seu lado. Desde então uma revolução completa operou-se em seu espírito: a calma sucedeu ao desespero e as ideias de vingança deram lugar à resignação, fazendo com que ela, oito dias depois, fosse à casa do médico, desculpando-se e se reconciliando com ele. Finalizando a matéria escreve Kardec:- “Inútil dizer que o médico aceitou bem a retratação apressando-se em saber a causa misteriosa a que daí em diante devia a sua tranquilidade. Assim, sem o Espiritismo, essa senhora talvez houvesse cometido um crime, apesar de tão religiosa. Isso prova a inutilidade da religião? De modo algum; mas apenas a insuficiência das ideias que ela dá do futuro, apresentando-o tão vago que em muitos deixa uma espécie de incerteza, ao passo que o Espiritismo, fazendo que, por assim dizer, se o toque com o dedo faz nascer na alma uma confiança e uma segurança mais completas. Ao pai que perdeu sua filha, que perdeu seu pai, ao marido que perdeu a esposa adorada, que consolação dá o materialista? Diz ele: Tudo acabou. Do Ser que vos era tão caro nada resta, absolutamente nada além desse corpo que em pouco estará dissolvido. Mas de sua inteligência, de suas qualidades morais, da instrução adquirida, nada; tudo isto é o nada; vós o perdestes para sempre. Diz o Espírita: De tudo isto nada é perdido; tudo existe; só há de menos o invólucro perecível; mas o Espírito desprendido de sua prisão é radiante; está aí, junto de vós, vendo-vos, escutando e esperando. Oh! Quanto mal fazem os materialistas, inoculando por seus sofismas o veneno da incredulidade! Jamais amaram. Do contrário poderiam ver com sangue frio os objetos de suas afeições reduzidas a um monte de pó? Assim, parece que para eles é que Deus reservou seus maiores rigores, pois nós os vemos todos reduzidos à mais deplorável posição no Mundo dos Espíritos, e Deus é tanto menos indulgente para com eles quanto mais perto estiveram de se esclarecer”. 



sexta-feira, 25 de julho de 2014

O QUE MAIS GEORGE VIU E SENTIU

Quatro sessões foram necessárias para que o Psiquiatra George Ritchie contasse ao seu paciente a incrível experiência que teve aos 21 anos. Segue sua narrativa lembrando que “ao constatar que o corpo coberto com os braços pendendo ao lado do leito em que se encontrava era igual ao seu, confuso e assustado, entregou-se a raciocínios sobre como conciliar as duas coisas: estar morto e acordado. Preso ao conceito de que a morte era o “nada”, desesperado, afundou na cama, literalmente, pois o corpo ali acomodado, não conseguiu contatar sua própria substância, aumentando-lhe o receio. Sem ter qualquer certeza, percebeu uma mudança na luminosidade do quarto em que estava. Uma luz cada vez mais intensamente brilhante, que não poderia ser produzida pela lâmpada de 15 watts acesa sobre a mesinha de cabeceira, claridade vinda de parte nenhuma, definiu-se numa forma humana, um homem feito de luz. A partir daí sua intensa e perturbadora vivência tornou-se mais impressionante. Alguns dos aspectos mostrando uma face da vida nunca antes cogitada foram os seguintes: 1- Telepaticamente, como se as ideias e conceitos estruturarem-se dentro dele, o Ser iluminado, que, a princípio pensou fosse Jesus, ordenou que levantasse, após o que, ocorreu como que uma recapitulação de toda sua vida, desde a infância, revendo em frações de tempo, detalhes perdidos na memória. 2- Cada pormenor dos 20 anos até ali vividos por ele foi recuperado nos seus pontos positivos, negativos, no habitual e comum, surgindo um questionamento, pensou, originado, como o efeito anterior, do Ser iluminado que tinha diante de si: -“Que fez Você da sua vida?”, pergunta que parecia dizer respeito a valores, e, não a fatos, seguida de outra ante seu silêncio: -“Que tem você para me mostrar daquilo que fez com sua vida?”. 3- Em determinado momento, sentiu-se voar bem alto, sobre a Terra, junto ao Ser iluminado, em direção a um longínquo ponto de luz, impressão diferente da viagem em desdobramento que fizera anos antes, ponto que ganhou as dimensões de uma grande cidade, em que se sentiu descer, em meio à noite. 4- Testemunhou uma população invisível interagindo com outra visível a qual influenciava ou usava, na ânsia, muitas vezes, desesperada de ter acesso àquilo que a ausência do corpo não possibilitava. 5- Com a rapidez do pensamento, viajou com o Ser iluminado de cidade a cidade, por lugares aparentemente familiares, dos Estados Unidos e, possivelmente, do Canadá, regiões que conhecidas, exceto pelos milhares de seres não físicos que, agora, observava ocupando também aquele espaço “normal”. 6- Viu um moço dentro de uma casa, seguindo homem mais velho, repetindo “desculpe, pai! Eu não sabia o que aquilo ia causar à mamãe. Eu não compreendia”; um rapaz que pelos corredores de um colégio, dizendo a uma adolescente “desculpe, Nancy!”; uma mulher de meia idade dirigindo a um homem de cabelos grisalhos, súplicas de perdão; fatos explicados mentalmente pelo Ser iluminado como sendo, “suicidas agrilhoados a cada consequência do ato cometido”. 7- Aos poucos, começou a reparar que todas as pessoas vivas que observava, traziam em torno de si mesmas uma pálida luminescência, semelhante a um campo elétrico que sobrepairava à superfície de seus corpos, acompanhando-as em seus movimentos, como se fosse uma segunda pele, uma luz pálida, quase imperceptível. 8- Num bar-churrascaria sujo para o qual foi conduzido, observou que uma parte dos homens que estavam de pé, eram incapazes de levar os drinques até os lábios, seguidamente, tentando agarrar as doses ao alcance da mão que passava através das canecas, do balcão de madeira e, até dos braços e corpos dos beberrões à volta deles. As descrições do registrado por George na Dimensão em que se via se sucedem compondo uma singular história, surpreendendo a cada linha o leitor da obra VOLTAR DO AMANHÃ (nórdica,1980), escrito em 1978. Por fim, deslocando-se velozmente - sempre acompanhado da Presença luminosa -, se viu de volta ao quarto onde localizara seu corpo, com o anel semelhante ao que carregava num dos dedos da mão. A muito custo, moveu os braços, o que lhe pareceu semelhante a tentar içar barras de chumbo, entrelaçando os dedos, de forma que conseguiu com os da mão direita, tocar o aro com a pedra oval, que estava no anular da mão esquerda, girando-o devagar várias vezes. Descobriu mais tarde que na manhã do dia 21, teve sua morte clinicamente confirmada, após diagnóstico de pneumonia dupla, retornando à vida quando já se iniciavam os preparativos para envio do corpo ao necrotério do Hospital. Para surpresa de todos, nove minutos haviam se passado.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

9 MINUTOS

Contar sua própria experiência foi ideia que o Psiquiatra George G. Ritchie teve para auxiliar seu paciente diagnosticado como portador de carcinoma nos pulmões, com metástase para o cérebro, o que prenunciava pouco tempo de vida. Procurado por ele meses antes, com um quadro de depressão profunda que, aliado à tosse seca, o fumar ininterrupto durante as sessões, fizeram-no sugerir-lhe um exame físico completo, que revelou o problema, por sinal, inoperável. Vencida a resistência inicial, George começou a relatar o fato que acabou por entrar nos anais da História da Medicina por ser único no mundo, o que o levou a ser submetido a uma verdadeira inquisição na Universidade de Virgínia para que pudesse concluir sua formação em Psiquiatria. Contava, então, 21 anos, era um jovem alto e magro, cheio de idealismo sobre vencer a guerra contra os nazistas, razão pela qual saíra de Richmond, Virgínia, sua terra natal para o Acampamento Berkeley, em Abilene, no Texas, onde em torno de 250 mil homens estavam sendo treinados para entrarem na guerra contra Hitler. Na verdade era uma cidade de barracos de madeira estendendo-se pelo deserto texano. Tempestades de pó, chuvas, lama, vento e, por fim, três meses depois, frio de 10 graus abaixo de zero, resultaram para ele, a princípio, numa dor de garganta acompanhada de febre, que o recolheram no dia 11 de dezembro, ao “estaleiro”, como era chamado o hospital da base. O hospital era algo da ordem de cinco mil leitos, ocupando mais de duzentas construções em madeira, baixas, todas entrecortadas por corredores. Isolado em área apropriada pelo seu estado febril, mantinha fixa a ideia de que no dia 18, de folga, pegaria o trem de volta para sua cidade, a fim de visitar seus familiares. Mantido até o dia 17 em observação, foi transferido para a recuperação após o termômetro mostrar que a febre cedera, pôs-se a imaginar o quanto seria bom regressar à sua casa, por ocasião do natal, mesmo que por alguns dias. A última medição de temperatura, contudo, fez com que o removessem novamente para o isolamento, onde, amargurado pelas conjecturas com a viagem que começava a se frustrar, tossiu miseravelmente durante a noite toda. Somente na manhã do dia 19, apresentou melhoras, voltando à ala da recuperação e, muito agitado, após acompanhar companheiro de quarto ao cinema da base, sentindo-se febril, ingeriu alguns medicamentos obtidos com um contínuo de serviço e adormeceu. A perturbação com o aumento anormal da febre, a escarradeira onde cuspia o expelido pela tosse, a ida em maca ao setor de Raio X, o clique da máquina, um zumbido que aumentava continuamente em seu ouvido, a lembrança de haver sentado sobressaltado no leito do cubículo minúsculo para o qual foi devolvido, a ideia fixa de haver perdido o trem,  o desaparecimento de seus pertences, a constatação de ver um jovem, de cabelos curtos e castanhos, deitado, imóvel, no leito do qual acabara de sair era algo esquisito de se pensar. Os acontecimentos que se seguiram o deixaram estupefato: no corredor que interligava as enfermarias, viu um enfermeiro ignorar seus berros, vindo em sua direção, sem diminuir o passo, e, ultrapassá-lo, ignorando um esbarrão que não aconteceu; sentiu-se, a seguir, do lado de fora das instalações em que se encontrava, correndo velozmente como nunca fizera, sem as impressões de frio ou calor; via as copas de alguns arbustos; deslocando-se celeremente sobre o deserto frio e escuro; mentalmente – iniciara antes de se alistar curso preparatório de Medicina - negando o que estava acontecendo; a visualização de uma cidade passando sob ele feito relâmpago; um rio extremamente largo abaixo de si; a sensação de estar suspenso a mais ou menos uns 15 metros de altura; a tentativa frustrada de pegar a maçaneta da porta – como se tocasse em algo rarefeito -, de um bar em cidade desconhecida em que se viu parar; a incredulidade, a volta ao hospital refazendo o trajeto anterior, ao pensar no rapaz que vira sobre a cama; a identificação dos ambientes bem conhecidos desde dez dias antes, a busca aflita pela localização  daquele que vira sobre a cama; a identificação em leito na sala de Raio X, do anel que lhe pertencia na mão de alguém cujo corpo estava todo coberto por um lençol, tendo apenas os braços descobertos. Foram os primeiros momentos da aterrorizadora, intensa, surpreendente e rica vivência de George, que, saberia depois através dos registros hospitalares, foi considerado morto e, quando começava a ter seu cadáver preparado por um auxiliar para o sepultamento, movimentou, a princípio, um dos braços e retornou à vida. Nove minutos apenas haviam se passado, mostrando que a variável tempo na Dimensão em que esteve é, realmente, muito diferente da realidade em que vivemos. O caso virou clássico no campo das chamadas EQMs Experiências de Quase Morte, estudadas desde os anos 70. (CONTINUA)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

NÃO É PERDA DE TEMPO

Conhecido apresentador e humorista da televisão brasileira, em recente programa de entrevistas dedicado a ele, questionado sobre o que pensa sobre a morte, respondeu “que nada, considerando ser uma perda de tempo este tipo de preocupação visto ela representar o fim”. Reconhecido por sua inteligência e cultura, a personalidade tipifica a maior porcentagem da intelectualidade do nosso mundo, focado exclusivamente na realidade material. Na verdade, o interesse pela morte não deve se transformar em prioridade nas cogitações dos seres humanos, mas, sim, o seu significado no contexto da vida, cuja finalidade, por sinal, deveria merecer reflexões mais amplas e profundas em face da multiplicidade de informações a respeito disponíveis na atualidade. Lamentavelmente tal assunto só é pensado quando o afastamento da “zona de conforto” leva as pessoas a tentar entender os “porquês”. O grande educador oculto no pseudônimo Allan Kardec, escreveu interessante texto incluído na edição da REVISTA ESPÍRITA, de julho de 1862, adequado para dissipar a ignorância dominante sobre o sentido da vida, a razão de vivermos, a partir das revelações de que foi Codificador, apresentando a proposta conhecida como Espiritismo. Diz ele: -“A vida corpórea é necessária ao Espírito, ou à alma, o que é a mesma coisa, para que possa realizar neste mundo material as funções que lhe são designadas pela Providência: é uma das engrenagens da harmonia Universal. A atividade que é forçado a desenvolver nas funções que exerce sem o suspeitar, crendo agir por si mesmo, ajuda o desenvolvimento de sua inteligência e lhe facilita o adiantamento. A felicidade do Espírito na vida espiritual é proporcional ao seu progresso e ao bem que pôde fazer como homem, do que resulta que, quanto maior importância adquire a Vida Espiritual aos olhos do homem, mais sente este a necessidade de fazer o que é necessário para se garantir o melhor possível. A experiência dos que viveram vem provar que uma vida terrena inútil ou mal empregada não tem proveito para o futuro, e que aqueles que não buscam aqui senão as satisfações materiais as pagam muito caro, que por sofrimentos no Mundo dos Espíritos, que pela obrigação em que se acham de recomeçar sua tarefa em condições mais penosas que as do passado, e tal é o caso dos que sofrem na Terra. Assim, considerando as coisas deste mundo do ponto de vista extracorpóreo, longe de ser estimulado à despreocupação e à ociosidade, o homem compreende melhor a necessidade do trabalho. Partindo do ponto de vista terreno, essa necessidade é uma injustiça aos seus olhos, quando se compara aos que podem viver sem nada fazer: tem-lhes ciúmes e inveja. Partindo do ponto de vista espiritual, essa necessidade tem uma razão de ser, uma utilidade,  e ele a aceita sem murmurar, pois compreende que sem o trabalho ficará indefinidamente na inferioridade e privado da facilidade suprema a que aspira e que não poderá alcançar se se não desenvolver intelectual e moralmente. A esse respeito parece que muitos Monges compreendem mal o objetivo da Vida Terrena e, ainda menos, as condições da vida futura. Pelo isolamento, privam-se dos meios de se tornarem uteis aos seus semelhantes e muitos dos que se acham no Mundo dos Espíritos confessam-nos que se enganaram redondamente e que sofrem as consequências de seu erro. Tal ponto de vista tem para o homem outra enorme consequência imediata: tornar mais suportáveis as tribulações da vida. É muito natural, e ninguém o proíbe de procurar o bem-estar e a sua existência terrena ser o mais agradável possível. Mas, sabendo que aqui está apenas momentaneamente, que um futuro melhor o aguarda, pouco se atormenta com as decepções que experimenta; e, vendo as coisas do alto, recebe os revezes com menor amargor; fica indiferente às embrulhadas de que é vítima, por parte dos ciumentos e invejosos; reduz a seu justo valor os objetos de sua ambição e coloca-se acima das pequenas suscetibilidades do amor-próprio. Liberto das preocupações criadas pelo homem que não sai da esfera estreita, pela perspectiva grandiosa que se desdobra aos seus olhos, é, ao contrário, mais livre para se entregar a um trabalho proveitoso para si próprio, e para os outros. Os vexames, as críticas severas, as maldades de seus inimigos não lhe são mais que nuvens imperceptíveis num imenso horizonte; não se inquieta por elas mais do que pelas moscas que zumbem aos ouvidos, pois sabe que em breve estará livre. Assim, todas as pequenas misérias que lhe suscitam deslizam por ele como água pelo mármore. Colocado do ponto de vista terreno irritar-se-ia e talvez se vingasse; do ponto de vista extraterreno, ele as despreza como os salpicos de lama de um caminhante inadvertido (...). Tal o resultado da diferença, do ponto de vista sob o qual se encara a vida: um, nos dá balbúrdia e ansiedade; outro, a calma e a serenidade”.

sábado, 19 de julho de 2014

RESULTADOS INESPERADOS

Indiscutivelmente, não fazia parte das conclusões habituais das terapias aplicadas em seus pacientes desde que se especializara em Psiquiatria na Universidade de Yale, renomada escola dos Estados Unidos da América do Norte. Exatamente por isso, o Professor e doutor Brian Weiss resolveu contar somente após quatro anos, a história construída com uma de suas pacientes, no início dos anos 80. Trabalhavam no mesmo Hospital, ligado à Escola de Medicina da cidade Miami, onde ele ministrava aulas e clinicava. Não se conheciam até o primeiro atendimento, sucessivas vezes adiado e consumado ante a insistência de colegas médicos que lhe solicitaram tentar resolver os distúrbios que perturbavam a harmonia de Catherine – nome fictício -, uma jovem na faixa dos 30 anos, acometida de depressão, insônia, algumas fobias e medos em estágio progressivo. Os resultados contrariavam não só tudo aquilo que havia aprendido em sua formação como o visto até então. De igual modo como acontece com aquelas capazes de redefinir paradigmas, foram descobertas casuais, embora não originais. Após 18 meses de tentativas frustradas de identificar a origem do perturbador processo que envolvia Catherine, o Dr Weiss resolveu experimentar a hipnose e os efeitos se fizeram sentir rapidamente, pois recuada à primeira infância, a paciente recuperou de suas memórias profundas uma vivência traumatizante aos 6 anos, num tratamento dentário; outro, aos 5 anos, quando a empurraram de um trampolim para uma piscina sem saber nadar e, por fim, a pior de todas, aos 3 de idade quando viu seu pai, militar ligado à Marinha, entrar alcoolizado no escuro de seu quarto, tapar sua boca e abusar dela sexualmente. Os registros desvendados, porém, não promoveram melhoras significativas e o terapeuta resolveu prosseguir com a regressão e o que se apurou a seguir foi surpreendente: Catherine transpôs a barreira desta vida e começou a resgatar memórias de outras que teria tido nos últimos quatro mil anos, em diferentes nações, civilizações, raças, culturas, minudenciando fatos que, revelavam inclusive a presença nas diferentes passagens pelo corpo físico, de alguns dos personagens presentes na sua existência atual. As surpresas, porém, não pararam por aí. A partir de uma das dezenas de sessões que se realizariam nas semanas seguintes, houve manifestações do que o Dr. Weiss chamou de Mestres. Na primeira delas, para assegurar a veracidade da ocorrência, Catherine repetiu algumas informações de ordem pessoal do médico, ou seja, somente do seu conhecimento. Uma, sobre o raro nome de seu pai, Avron, que havia morrido tempos antes e outra, sobre um filho do Dr Weiss morto 23 dias depois de ter nascido, e, passado por delicada cirurgia com que se pretendia reverter o quadro raríssimo - um em cada 10 milhões de nascimentos -, de trazer o coração invertido em relação aos corpos normais. A morte da criança provocou profunda reflexão no médico, em face da dor experimentada, fazendo-o optar pelo exercício da Psiquiatria por descrer das demais especialidades. A perda familiar, bem como do nome incomum de seu genitor, não era do conhecimento de Catherine que não privava de maior intimidade com a pessoa de Weiss. Os Mestres revelaram a Catherine ter ela tido 86 existências no corpo físico, alternando inclusive sua sexualidade, ora renascendo como homem, ora como mulher. Os conflitos enfrentados por Weiss, naturalmente, foram muitos, determinados não só pela sua formação acadêmica, como pela religiosa visto ser seguidor do Judaísmo que não considera nem remotamente a possibilidade da reencarnação. Buscando encontrar subsídios para entender aquilo com que se deparava, o médico releu inclusive o livro do curso de religiões comparadas frequentado por ele no seu primeiro ano na Universidade de Columbia. “Havia’, apurou ele, ‘referências à reencarnação no Velho e no Novo Testamento. Em 325 d.C, o imperado romano Constantino, o Grande e sua mãe, Helena, suprimiram as que estavam contidas no novo Testamento. O Segundo Concílio de Constantinopla em 553 d.C, validou este ato, declarando herético o conceito de reencarnação. Aparentemente, ele enfraqueceria o poder crescente da Igreja, dando aos homens tempo demais para buscarem a salvação”. Publicado em 1988, sob o título MUITAS VIDAS, MUITOS MESTRES (1991, salamandra), o livro tornou-se um campeão de vendagem, popularizando a história que influenciou milhares de profissionais ligados à saúde mental. Sugerimos, a propósito, uma visita ao link a seguir, que reproduz interessante entrevista com o Dr. Brian Weiss: https://www.youtube.com/watch?v=ilrtLMllRCs#t=1210


quinta-feira, 17 de julho de 2014

A ULTIMA FRONTEIRA

A observação de um ponto de vista mais amplo da evolução no Planeta em que vivemos, revela que a Humanidade avançou das conquistas  pela terra, posteriormente, para as do mar, e, mais à frente pelo ar. Não está errado pensarmos que a etapa mais recente se processará pelos chamados Universos Paralelos, como sugerido pelo físico Marcelo Gleiser na obra CRIAÇÃO IMPERFEITA (record, 2010), ao se referir na página 314 da mesma que, segundo a Teoria das Supercordas, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos” . A propósito disso, manifestações espirituais efetuadas desde o surgimento do Espiritismo, oferecem campo vasto para interessantes reflexões. O médium Chico Xavier, dentro de sua simplicidade, sugere no livro IMAGENS NO ALÉM, que “se cortarmos uma cebola ao meio teremos uma ideia de como se organiza a arquitetura do Plano Espiritual”, observando suas camadas e a interpenetração das mesmas. Reunimos a seguir alguns tópicos para sua avaliação que bem demonstram isso: 1- As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que o povoam. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. (OVE) 2- Não existem vazios no Universo. Todas as zonas interplanetárias estão repletas de vida em suas manifestações multiformes. (CUM) 3- As esferas vibratórias se interpenetram e expandem até os limites dos Planetas vizinhos. (CUM) 4- Se fosse possível cortar a Terra pelo meio, em seu todo, quer dizer, até onde alcançam seus limites verdadeiros, ver-se-iam círculos iguais, uns dentro dos outros, representando estágios da Vida Espiritual, ou Esferas Vibratórias onde vivem os Espíritos, de acordo com a sua elevação. (IA) 5- Os dois Planos, o visível e o invisível, se interpenetram no mundo, não sendo o imaterial percebido, pelo fato do sensório do encarnado, de modo geral, estar habilitado somente a certas percepções, restritas aos cinco sentidos (OC) 6- Na quarta esfera (chamada de UMBRAL), mais apegada a Terra e às suas ilusões, existem muitas organizações à maneira da dimensão mais física ..(CUM) 7- As áreas do espaço (espiritual), às vezes enormes, ocupadas por legiões de criaturas padecentes ou desequilibradas, estão circunscritas e policiadas, por maiores que sejam, funcionando à maneira de sítios terrestres, utilizados por grandes instituições para a recuperação dos enfermos da mente.(EVC) 8- A matéria mental, energia cuja existência mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que possamos calcular. 9- Cada mente vive na dimensão com que se harmonize. Milhares (…) se mantem dentro de linhas mentais infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitos permanecem em profundo desânimo nos recintos domésticos em que transitaram por alguns anos consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante. 10- As inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental ou frequência vibratória, em que se encontram. 11- Há infernos purgatoriais de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações (...), obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos das consciências, criando quadros aflitivos e dolorosos, onde o pavor e o sofrimento fazem domicílio.(FT) 12- Surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveraram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedores. (FT). Diante de tanta beleza e sabedoria do Criador, ignorada pela maioria das criaturas, seja pela acomodação mental em que a maioria vive, seja pelas restrições impostas pelo preconceito e intolerância das religiões, natural perguntarmos como reagem as criaturas humanas nos momentos que se seguem a transferências compulsoriamente imposta pela cessação das atividades do corpo físico. Os três comentários seguintes dão uma amostra do observado dos que nos precederam e trabalham por nos conscientizar: 1 - A situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irremediáveis que determinam a morte física, proporcionam sensações muito desconfortáveis à alma desencarnada. (OC). 2- Somente alguns poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo. (FT) 3- A impressão da alma no momento da morte varia com os estados de consciência dos indivíduos(...). .(PI)



terça-feira, 15 de julho de 2014

KARDEC EXPLICA PORQUE O ESPIRITISMO É IMPAR

No número de abril de 1864, o mesmo em que anunciava o lançamento d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec incluiu na pauta da REVISTA ESPÍRITA interessante artigo de sua autoria, intitulado Autoridade da Doutrina Espírita, ressaltando as diferenças entre ela e as demais propostas filosófico/religiosas existentes à época. E, os que o leem acabam concluindo: atualíssima.  Dos raciocínios nele desenvolvidos, destacamos 6 para sua avaliação: 1- Se a Doutrina Espírita fosse uma concepção puramente humana, não teria como garantia senão as luzes de quem a tivesse concebida. Ora, ninguém poderia ter a pretensão fundada de possuir, ele só, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram se tivessem manifestado a um homem só, nada garantiria sua origem, pois seria preciso crer, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido seu ensino. Admitindo de sua parte uma perfeita sinceridade, ao menos poderia convencer as pessoas de seu ambiente; poderia ter sectários, mas não conseguiria jamais atrair todo mundo. 2- Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por uma via mais rápida e mais autêntica. Eis porque encarregou os Espíritos de leva-la de um a outro polo, manifestando-se por toda parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo de ouvir sua palavra. Um homem pode ser enganado, pode mesmo enganar-se; assim não poderia ser quando milhões de homens veem e ouvem a mesma coisa; é uma garantia para cada um e para todos. Aliás, pode fazer-se um homem desaparecer, mas não desaparecem as massas; podem queimar-se livros, mas não os Espíritos. Ora, se se queimassem todos os livros, a fonte da Doutrina não seria emudecida, por isso que não está na Terra: surge por toda parte e cada um pode aproveitá-la. Em falta de homens para espalhá-la, haverá sempre Espíritos que atingem todo o mundo e ninguém pode atingi-los. 3- Na realidade, são os próprios Espíritos que fazem a propaganda, auxiliados por inumeráveis médiuns que suscitam por todos os lados. Se tivessem um intérprete único, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo seria apenas conhecido; esse mesmo interprete, fosse de que classe fosse, teria sido objeto de prevenções por parte de muita gente; nem todas as Nações o teriam aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicam por toda parte, a todos os povos, a todas as seitas e partidos, sendo aceitos por todos. O ESPIRITISMO NÃO TEM NACIONALIDADE; está por fora de todos os cultos particulares; não é imposto por nenhuma classe da sociedade, pois cada um pode receber instruções de parentes e amigos de além-túmulo. Era preciso que assim fosse, para que pudesse chamar todos os homens à fraternidade. Se se não tivesse colocado em terreno neutro, teria mantido dissenções, em vez de apaziguá-las. 4- Essa universalidade do ensino dos Espíritos constitui a força do Espiritismo. Aí, também, está a causa de sua propagação tão rápida. Ao passo que a voz de um só homem, mesmo com o auxílio da imprensa, teria levado séculos antes de chegar a todos os ouvidos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultaneamente em todos os pontos da Terra, para proclamar os mesmos princípios, e os transmitir aos mais ignorantes, como aos mais sábios, a fim de que ninguém fique deserdado. É uma vantagem de que não gozou nenhuma das doutrinas até hoje aparecidas. Se, pois, o Espiritismo é uma verdade, nem teme a má vontade dos homens, nem as revoluções morais, nem os desmoronamentos físicos do Globo, porque nenhuma dessas coisas pode atingir os Espíritos. 5- Sabe-se que os Espíritos por força da diferença existente em suas capacidades, estão longe de estar individualmente na posse de toda Verdade; que nem a todos é dado penetrar certos mistérios; que seu saber é proporcional à sua depuração; que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens e até menos que certos homens; que entre eles, como entre estes, há presunçosos e pseudo-sábios, que creem saber o que não sabem, sistemáticos que tomam suas ideias como verdades; enfim, que os Espíritos de ordem mais elevada, os que estão completamente desmaterializados, são os únicos despojados das ideias e preconceitos terrenos. Mas, sabe-se também, que os Espíritos enganadores não têm escrúpulos em esconder-se sob nomes de empréstimo, para fazerem aceitas suas utopias. Disso resulta que, para tudo quanto esteja fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter tem um caráter individual sem autenticidade; que devem ser consideradas como opinião pessoal de tal ou qual Espírito, e que seria imprudente aceita-las e promulga-las levianamente como Verdades absolutas. 6- O primeiro controle é, sem sombra de dúvida, o da razão, à qual é preciso submeter, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos.

domingo, 13 de julho de 2014

ESPIRITISMO,DOENÇAS E CURA

O Espiritismo seja através das chamadas obras básicas, seja através de manifestações posteriores reunidas em livros, oferece importantes elementos para reflexão sobre o tema doenças/cura. Compulsando, por exemplo, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, encontramos que “as doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições malsãs, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade”.  A respeito das “doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”.  Já através do médium Chico Xavier, o Benfeitor Espiritual Emmanuel no livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS diz que “a criatura, durante a reencarnação, elege, automaticamente, para si mesma, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações”. Mais tarde, em mensagem inserida no livro AMOR E SABEDORIA DE EMMANUEL, explica que “os estados mórbidos são reflexos ou resultantes de nossas vibrações mais íntimas (...). Essas DOENÇAS-AVISO se verificam por causas de ordem moral. Quando as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as nefrites, os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas (...). As moléstias dificilmente curáveis, como a tuberculose, a lepra, a cegueira, a paralisia, a loucura, o câncer são escoadouros das imperfeições. A epidemia é uma provação coletiva (...)”. Já na obra PENSAMENTO E VIDA, comentando a relação mente/doença, diz que “toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem da máquina sensível, e toda aflição amimalhada é como ferrugem destruidora, prejudicando lhe o funcionamento. Sabe hoje a Medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico. Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam suas secreções, e o estomago, entrando em espasmo, nega-se à produção do ácido clorídrico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os processos de nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem complexa. O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo”. Lá também poderá ser lido que “se não ultrapassássemos os limites do necessário, na satisfação das nossas exigências vitais, não sofreríamos as doenças que são provocadas pelos excessos, e as vicissitudes decorrentes dessas doenças”. Noutra oportunidade, escreveu que “se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo. Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Providência Divina nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna”. Por fim, o Espírito André Luiz, considera que “as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular. Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana (...). Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastásicas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias”.



sexta-feira, 11 de julho de 2014

CIGARRO - OPINIÕES E SUGESTÃO IMPORTANTE

Transformado pelas poderosas sugestões da propaganda e do marketing do século XX, em símbolo de “status”, o hábito de fumar tornou-se um dos vícios responsáveis por altos índices de mortalidade por câncer e doenças coronarianas. Um verdadeiro problema de saúde publica segundo estudos da OMS – Organização Mundial de Saúde, custando incalculável fortuna de recursos aos órgãos governamentais competentes, mesmo em países onde a propaganda através dos órgãos de comunicação de massa está proibida. Um vício de difícil erradicação, pois seu consumo começa na faixa de idade conhecida como juventude. Sendo, segundo o Espiritismo, uma dependência desenvolvida a nível espiritual, tendo o corpo físico apenas como veículo de sua satisfação, reverter o quadro depende de vontade firme, persistência e de efetiva conscientização do portador da mesma, já que, como informa a Espiritualidade a Allan Kardec n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, “há muitas pessoas que dizem ‘eu quero’; mas, a vontade não está senão nos lábios; elas querem, mas estão contentes que assim seja. Quando se crê não poder vencer suas paixões, é que o Espírito nelas se compraz em consequência de sua inferioridade”. O jornalista Fernando Worm procurou ouvir sobre o tema, o Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier, em interessante e esclarecedora entrevista preservada no livro JANELA PARA A VIDA. Dentre as reveladoras informações oferecidas pelo Benfeitor Espiritual, encontra-se a de que, após a morte, “o problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo”. Ampliando nosso entendimento sobre o estado do desencarnado dependente, diz que “as sensações do fumante inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obsedante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam desapercebidas, até que se lhe normalizem as percepções”. A propósito dos tratamentos no Plano Espiritual para os dependentes em geral, afirma que “perduram pelo tempo em que nossa vontade não se mostre tão ativa e decidida, quanto necessário, para a liberação precisa, de vez que nos planos extra-físicos, nas vizinhanças da Terra propriamente dita, as reincidências ocorrem com irmãos numerosos que ainda se acomodam com a indecisão e a insegurança”. Sobre os que alegam não poder deixar de fumar por considerarem o cigarro uma companhia contra a solidão, pondera que “o melhor dissolvente da solidão é o trabalho em favor do próximo, através do qual se forma, de imediato, uma família espiritual em torno do servidor” e, a propósito da questão da hereditariedade conforme a vemos na Terra interligar dependentes, esclarece que “muitas vezes os filhos ou netos de fumantes e dispsônamos inveterados, são aqueles mesmos Espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcoólicos em companhia deles mesmos, antes do retorno à reencarnação, o que explica o porque de muitas crianças apresentarem desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação”. Indagado sobre se a fome de nicotina e derivados do fumo, costuma ser mais compulsiva que a dependência orgânica dos viciados em narcóticos, explica que “ambos os tipos de dependência se equiparam na feição compulsiva com que se apresentam, cabendo a observação de que “o fumo prejudica, de modo especial, apenas ao seu consumidor, quando os narcóticos de variada natureza são suscetíveis de induzir seus usuários a perigosas alucinações que, por vezes,, lhes situam a mente em graves delitos, comprometendo a vida comunitária”. Para finalizar, reproduzimos sugestão do médium Chico Xavier a uma senhora que lhe solicitou uma orientação  que a auxiliasse a deixar o vício do cigarro: -“ Tomar o medicamento homeopático Calladium na 5ª dinamização, 3 gotas, 5 vezes ao dia. –“O remédio igualmente auxiliará a proceder a mais rápida liberação da vontade de fumar”, acrescentando, porém, que “este desejo tem que ser firme e valioso, pois na natureza nada se faz com violências e até os vícios tem que ser tratados com respeito e educação, para poderem ser mais facilmente debelados”.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

QUANDO A CONSCIÊNCIA SE ILUMINA

Objetivo final da caminhada do Ser, a evolução espiritual é um processo lento e difícil. Tanto maior quanto, em suas reencarnações, mais próximo está o Espírito das faixas primárias. E, voltar ao corpo sucessivas vezes é ideia abominada pela maioria, ignorante quanto a sua finalidade. O próprio Allan Kardec confessa que diante das revelações apresentadas pelos Espíritos sobre a reencarnação, preferiu ser cauteloso. Escreveu ele: -“Foi assim que procedemos com a doutrina da reencarnação, que não adotamos, embora vinda dos Espíritos, senão depois de havermos reconhecido que ela só e só ela, podia resolver aquilo que nenhuma filosofia jamais havia resolvido”. Durante muitas das experiências no corpo físico, prevalecem os instintos, reflexos que nos fazem buscar saciar predominantemente as necessidades de sensações nos campos do estomago e do sexo. A consciência de si mesmo é fruto de inúmeras passagens pelo chamado Plano Material, estágio estimado por Kardec talvez só após a centésima ou milésima encarnação”, analogamente  ao que “ se dá com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. Quando fixados valores mais significativos no âmbito dessa consciência, passa a individualidade a interferir na formatação das existências futuras. Exemplo disso nos é oferecido por matéria incluída na pauta da REVISTA ESPÍRITA de julho de 1863, sob o título Uma Expiação Terrestre. Refere-se  à morte em 1850, numa aldeia da Baviera – hoje, um dos Estados da Alemanha -, de um velho quase centenário, conhecido como Pai Max. Ninguém sabia, ao certo, sua origem, pois não tinha família. Durante mais de meio século, abatido por enfermidades que o impossibilitavam de ganhar a vida pelo trabalho, não tinha outro recurso senão a caridade pública, que dissimulava indo vender em fazendas e castelos, almanaques e pequenos objetos. Tinham-lhe dado o apelido de Conde Max e as crianças o chamavam Senhor Conde, com o que sorria sem se formalizar. Por que tal título? Ninguém saberia dizer: já era hábito. Talvez pela sua fisionomia e maneiras, cuja distinção contrastava com seus trapos. Vários anos após sua morte, apareceu em sonho à filha do dono de um dos Castelos, onde era hospedado na cavalariça, pois não tinha domicílio. E lhe disse: -“Obrigado por terdes lembrado do pobre Max em sua preces, pois foram ouvidas pelo Senhor. Desejais saber quem sou eu, alma caridosa que vos interessastes pelo infeliz mendigo? Vou satisfazer-vos. Será para todos uma grande instrução”. E contou: “-Um século e meio antes era um rico e poderoso senhor desta região, mas vão, orgulhoso e enfatuado de minha nobreza. Minha imensa fortuna jamais serviu senão para os meus prazeres, e apenas bastava, porque era jogador, debochado e passava a vida em orgias. Meus vassalos, que julgava criados para meu uso como animais de fazenda, eram oprimidos e maltratados para contribuir para as minhas prodigalidades. Ficava surdo às suas lamentações, como às de  todos os infelizes e, em minha opinião, deviam sentir-se honrados de servir aos meus caprichos. Morri em idade pouco avançada, esgotado pelos excessos, mas sem haver experimentado nenhuma verdadeira desgraça”. Segue recordando que objeto de funerais suntuosos, apesar dos lamentos dos vivedores como ele, nem uma lágrima caiu em sua sepultura, nem uma prece de coração subiu a Deus por ele e sua memória, amaldiçoada por todos aqueles cuja miséria havia agravado. O tempo calculado em vários anos, impôs-lhe padecimentos atrozes, vendo-se à frente de suas ameaçadoras vítimas quando da morte de cada uma delas. Os que se lhe diziam amigos, fugiam, parecendo dizer com desdém: - Não podes mais pagar nossos prazeres.  Fatigado, sem ver termo a sua rota, exclamou: Meu Deus tende piedade de mim!”. Então, uma voz, a primeira que ouvia desde que deixou a Terra, lhe disse que seu sofrimento se interromperia quando se arrependesse e humilhasse diante daqueles que humilhou, pedindo que intercedessem por ele, porque a prece do que perdoa é sempre agradável a Deus. Efetivamente, suas ações fizeram com que os rostos de suas vítimas fossem desaparecendo um a um. Alguns anos depois, nasceu de novo, mas desta vez em família de pobres camponeses. Órfão criança, ficou só, sem apoio, ganhando a vida como pode, ora como trabalhador, ora como criado, sempre honestamente. Aos quarenta anos, uma doença o tornou entrevado de todos os membros e teve de mendigar por mais de cinquenta anos nas mesmas terras das quais tinha sido senhor absoluto; que receber um pedaço de pão nas fazendas que tinham sido suas e onde, por amarga ironia, o tinham apelidado Senhor Conde, sentindo-se feliz com um abrigo nas cavalariças do castelo que fora seu, sonhando muitas vezes, percorrendo o castelo, o meio e sua antiga fortuna, visões que lhe deixavam ao despertar, indefinível sentimento de amargura e pes

segunda-feira, 7 de julho de 2014

DROGAS - PREVENÇÃO E TRATAMENTO

No final dos anos 80, o Espírito Luiz Sergio (Carvalho), escreveria CONSCIÊNCIA, o primeiro dos livros em que revelava sua integração a um grupo dedicado a tarefas de auxílio a dependentes químicos. Estudante de Engenharia, desencarnado aos 24 anos, em acidente de carro, na madrugada de 12 de fevereiro de 1973, imediações da cidade de Cravinhos (SP), quando regressava com amigos a Brasília onde residia, procedentes de São Paulo, onde tinha estado com três amigos para assistir a primeira corrida de Formula UM que se realizaria na capital paulista, passou a se comunicar mediunicamente apenas quatro meses após sua morte. Servindo-se, desde então de vários médiuns, construiu um acervo de mais de duas dezenas de obras, extremamente interessantes e importantes, especialmente para jovens que se iniciam no conhecimento das realidades espirituais a que nos ligamos. Liderado pelo Espírito Enoque, vivencia experiências ricas de ensinamentos e esclarecimentos sobre temas atualíssimos. Dois anos depois da obra citada, ressurgiria em DRIBLANDO A DOR, também registrando situações vividas entre vitimados pelo consumo de drogas, que a equipe de Espíritos de jovens desencarnados tentava auxiliar nos Dois Planos da vida. Deste excelente trabalho, destacamos alguns comentários que auxiliam uma análise mais precisa do avassalador problema enfrentado pela sociedade humana: SOBRE A ORIGEM DO PROBLEMA1º- O dependente de drogas é um doente psíquico, tem em seu inconsciente um trauma. Quem consome droga deseja driblar a dor. 2º- O jovem quando busca o tóxico, o faz por alguma causa. Se buscarmos a origem, encontraremos primeiramente a fraqueza familiar, ou seja, pais inseguros; lar desequilibrado, filhos negligenciados ou superprotegidos; dinheiro fácil; excesso de liberdade. SOBRE O TRATAMENTOPREVENTIVO - 1º- O tratamento se inicia no lar; é nele que o jovem aprende a viver em sociedade. Um Lar sem disciplina leva o jovem a afundar-se no ócio e nos vícios. Os pais devem desenvolver no jovem o senso de responsabilidade com relação à própria vida. 2º- Desde tenra idade oferecer ao filho educação firme e disciplinada, dando-lhe exemplos de ética, longe das mentiras e fraquezas. 3º- Ao presentear a criança ensiná-lo a amar seus brinquedos e não destruí-los, sentindo que os pais desembolsaram certa quantia para adquirir os brinquedos, mostrando-lhe que os brinquedos também gostam de carinho. 4º- Lembrar que com oito, dez ou doze anos a criança já está colocando para fora as suas neuroses. 5º- Procurar ajuda psicológica se notarem que há algo de errado no comportamento dos filhos, se mente demais, se é ápero com os irmãos, se agride a propriedade alheia, se é péssimo aluno, se destrói o que é seu ou dos outros, se apresenta mudanças de humor.6º- Respeitar o mundo da criança, lembrando que ela não é um brinquedo. 7º- Ser coerente entre o que diz para a criança e o que faz. CORRETIVO 1º- O que se deve fazer é levar a pessoa a interessar-se por si mesma, a se gostar, mostrar-lhe o quanto a sociedade perde por tê-la tão distante, agonizante mesmo. 2º- Fazer o dependente compreender o valor da vida. 3º- Entender que o jovem procura agredir a família ou se autodestruir. 4º- Entender que ele é por demais orgulhoso, tímido ou complexado. 5º- Lembrar que não importa sua idade, mas que ele se julgue útil e amado por todos. 6º- Que se os pais derem ao filho a certeza de um amor equilibrado, ele voltará atrás e abandonará o vício. 7º- Que se os pais continuarem apenas desejando que ele seja um homem de bem, sem a família ter um procedimento elevado, ele continuará a agredir. 8º- Que ao descobrir que o filho é viciado, tudo deve ser feito para mudar o ambiente familiar, o pai voltando a ser o herói da época infantil, a mãe o ninho de amor que o aconchega nas horas de tormenta. Apesar das duas décadas que nos separam da publicação do livro, seu conteúdo permanece extremamente atual não somente na avaliação do grave problema, mas também na elaboração de programas e estratégias tentando enfrentar e solucionar o mesmo.

sábado, 5 de julho de 2014

DADO SINTOMÁTICO

Pesquisa recentemente divulgada realizada no Planeta pela OMS - Organização Mundial de Saúde, sobre as principais causas da mortalidade de jovens na faixa de 10 a 19 anos, revela que atualmente a razão se concentra: - Acidentes de Transito; 2º- AIDS e - Suicídio.  Outro aspecto interessante: aos 14 anos, a maioria sofre de depressão. Naturalmente tal estado psicológico acaba determinando alguns problemas de ordem social como alcoolismo, dependência de drogas e a ideia da autodestruição. Nesse sentido, vale uma revisão em algumas informações incluídas entre as que compõem o amplo conteúdo d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, organizado por Allan Kardec. A seguir, ordenamos para maiores reflexões, algumas que podem auxiliar no diagnostico, bem como, das medidas corretivas ou preventivas do problema: 1º- “-Encarnando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados de sua educação”. - “-Em certa idade é difícil uma transformação do caráter. É, pois, à educação, e sobretudo à primeira educação, que incumbe os cuidados dessa natureza.  3º-  “- A paternidade é, sem contradita, uma missão. E ao mesmo tempo um dever muito grande, que implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro. Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a dirijam no caminho do Bem. E lhes facilitou a tarefa dando à criança uma organização débil e delicada, que a torna acessível a todas as impressões. Mas há os que mais se ocupam de endireitar as árvores do pomar e de fazê-las carregar de bons frutos do que em endireitar o caráter do filho. Se este sucumbir por sua culpa terão de sofrer a pena, e os sofrimentos da criança na vida futura recairão sobre eles, porque não fizeram o que lhes cometia para o seu adiantamento nas vias do Bem”. 4º- “-O Espírito dos pais, tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação: isto é para ele uma tarefa. Se nela falhar, será culpado”. 5º- “A natureza deu à mãe o amor pelos filhos, no interesse de sua conservação(...). Ele persiste por toda vida e comporta um devotamento e uma abnegação que constituem virtudes; sobrevive mesmo à própria morte, acompanhando o filho além do túmulo”. No final do século 20, convivendo com os dramas resultantes da acelerada mudança que se operava nos diferentes agrupamentos humanos, atordoados pelos extraordinários avanços tecnológicos, as crises observadas no instituto da família e o alheamento em relação às questões espirituais, o médium Chico Xavier, em comentários durante entrevistas ou bate-papos com amigos, expressões algumas opiniões que merecem ser lembradas: 1º- “-Essa fascinação pelo tóxico é a necessidade de amor que a criança e o jovem sentem naturalmente no seu próprio desenvolvimento. O jovem que se abandona ao tóxico, habitualmente pode estar com mesadas muito grandes, mas está sem o carinho e sem o calor paterno ou materno. E isso é muito sério na vida de quem está começando a existir no mundo. Às vezes, a privação do dinheiro e a doação de trabalho digno é que vai construir uma existência feliz”. 2º- “-Qualquer violência, em qualquer lugar e em qualquer tempo, é prejudicial ao autor e aos que lhe assistem a exteriorização, seja qual for a idade do espectador.  -Os primeiros mestres são os pais. O exemplo há de começar em casa; a demonstração há de iniciar-se pelo pensamento, pela palavra, pela atitude, pela vivência”. 4º- “Às sextas e sábados, ouço habitualmente nas duas noites, 500 a 800 pessoas, sendo que 60 por cento nos trazem problemas perfeitamente evitáveis. Se essas criaturas tivessem tido cuidado de educarem seus filhos, conversando sobre Deus, em respeito a Deus, em trabalho, ensinando o serviço... Quando cercam a criatura aos 28 anos, ela já está perdida. Isso é o problema da família (...)”. 5º- Toda criança deve ser educada no trabalho. Trabalho desde pequeno e, não fosse por semelhante providência, com certeza teria me perdido. No currículo escolar deveria ser incluída uma espécie de avaliação sobre o que as crianças cumprissem em casa, cooperando com os pais nos afazeres domésticos”. 6º- “O menino que cresce longe do trabalho, sofrerá sérios danos na formação do caráter”. Como podemos concluir, a solução do problema em sua origem, passa necessariamente por uma avaliação do tema educação, no que se refere ao aspecto preventivo e pelo amor exigente, persistente e paciente no sentido curativo desses males que colocam em risco o próprio futuro da Humanidade na Terra.



quinta-feira, 3 de julho de 2014

ORIENTAÇÃO SOBRE "REVELAÇÕES" ESPIRITUAIS

O interesse pelos assuntos relacionados aos temas espiritualistas transformou o mercado do livro em algo extremamente rentável quando bem administrado. Somente na área espírita mais de seis centenas de editoras. Esbarram, porém, na questão da distribuição. Os que dominam conhecimentos mercadológicos são poucos, transformando inúmeros títulos em publicações de uma, no máximo duas edições, oferecidos geralmente a amigos e conhecidos, fadados ao esquecimento e desaparecimento. Na verdadeira avalanche de obras editadas, observa-se pouca preocupação com o aspecto qualidade doutrinária, apesar do esmero gráfico com que chegam às prateleiras de livrarias, displays de Shoppings, lojas de autosserviço, paginas de catálogos. Atraem, muitas vezes, pelas inusitadas novidades de que se fazem veículo. Deparando-se com o problema já na fase inicial do Espiritismo, Allan Kardec analisou, de forma isenta e sóbria, o assunto. Atendia nas páginas da REVISTA ESPÍRITA, de abril de 1860, a consulta a respeito de artigo apreciando opiniões de certos Espíritos através de médiuns desconhecidos uns dos outros a respeito da Formação da Terra, expressa em edição anterior. Em suas considerações, escreveu Kardec: -“Os Espíritos tem duas maneiras de instruir os homens. Podem fazê-lo tanto se comunicando diretamente, o que ocorreu em todos os tempos, como o provam todas as histórias sagradas e profanas, quanto se encarnando entre eles, para o desempenho das missões de progresso. Tais são esses homens de Bem e geniais, que aparecem de tempos em tempos, como fachos para a Humanidade, fazendo-a avançar alguns passos. Vede o que acontece, quando esses mesmos homens vem através da Era propícia para as ideias que devem espalhar: são desconhecidos em vida, mas seu ensino não se perde. Depositado nos arquivos do mundo, como precioso grão de reserva, um belo dia sai do pó, no momento em que pode frutificar. Desde então se compreende que, se não tiver chegado o tempo necessário para disseminar certas ideias, será em vão que interrogaremos os Espíritos: eles não podem dizer senão o que lhes é permitido. Há, porém, outra razão, que compreendem perfeitamente todos os que têm alguma experiência do mundo espiritual. Não basta ser Espírito para possuir a Ciência universal, pois assim a morte nos faria quase iguais a Deus. Aliás, o simples bom senso se recusa a admitir que o Espírito de um selvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que separado da matéria, esteja no nível do cientista ou do homem de Bem. Isso não seria racional. Há, pois, Espíritos adiantados, e outros mais ou menos atrasados, que devem superar várias etapas, passar por numerosas peneiras antes de se despojarem de todas as imperfeições. Disso resulta que, no mundo dos Espíritos, são encontradas todas as variedades morais e intelectuais existentes entre os homens e outras mais. Ora, a experiência prova que os maus se comunicam tanto quanto os bons. Os que são francamente maus, são facilmente reconhecíveis; mas há também os meio sábios, falsos sábios presunçosos, sistemáticos e até hipócritas. Estes são os mais perigosos, porque transparecem uma aparência séria, de ciência e de sabedoria, em favor da qual proclamam, em meio a algumas verdades e boas máximas, as mais absurdas coisas. E para melhor enganar, não receiam enfeitar-se com os mais respeitáveis nomes. Separar o verdadeiro do falso, descobrir a trapaça oculta numa cascata de palavras bonitas, desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da ciência espírita. Para superá-la, faz-se necessária uma longa experiência, conhecer todas as sutilezas de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e guardar-se principalmente contra o entusiasmo que cega. Com o hábito e um pouco de tato chega se facilmente a ver a ponta da orelha, mesmo sob a ênfase da mais pretensiosa linguagem. Mas infeliz do médium que se julga infalível, que se ilude com as comunicações que recebe: o Espírito que o domina pode fasciná-lo a ponto de fazê-lo achar sublime aquilo que, por vezes, é apenas absurdo e salta aos olhos de todos, menos os seus (...). Temos muitos motivos para não aceitar levianamente todas as teorias dadas pelos Espíritos. Quando surge uma, fechamo-nos no papel de observador. Fazemos abstração de sua origem espiritual, sem nos deixar ofuscar pelo brilho de nomes pomposos. Examinamo-la como se emanasse de um simples mortal e vemos se é racional, se dá conta de tudo, se resolve todas as dificuldades. Foi assim que procedemos com a doutrina da reencarnação, que não adotamos, embora vinda dos Espíritos, senão depois de havermos reconhecido que ela só e só ela, podia resolver aquilo que nenhuma filosofia jamais havia resolvido

terça-feira, 1 de julho de 2014

MUITA COISA EM POUCAS RESPOSTAS

O Espiritismo ampliando nossos conhecimentos sobre as Leis que nos orientam a Evolução oferece ideias e respostas originais para analisarmos os fatos diante dos quais nos sentimos, muitas vezes, estarrecidos. Nesse contexto, a racionalidade com que Allan Kardec avalia certas questões serve de parâmetros para nossas reflexões. Ante essa constatação, simulamos uma entrevista para aproveitar alguns dos interessantes raciocínios desenvolvidos pelo responsável pela transformação do pensamento e informações de um seleto grupo de Espíritos nas OBRAS BÁSICAS da revolucionária Doutrina Espírita. Confirme como em apenas sete perguntas, encontramos respostas para uma série de dúvidas.  1- Como entendermos o que é a Humanidade? Allan Kardec - “A Humanidade se compõem de personalidades que constituem as existências individuais, e de gerações que constituem as existências coletivas. Ambas caminham para o progresso, por fases variadas de provas que são, assim, individuais para as pessoas e coletivas para as gerações. Do mesmo modo que, para o encarnado, cada existência é um passo à frente, cada geração marca uma etapa de progresso para o conjunto; é esse progresso do conjunto que é irresistível, e arrasta as massas, ao mesmo tempo, que modifica e transforma em instrumento de regeneração os erros e preconceitos de um passado chamado a desaparecer. Ora, como as gerações são compostas de indivíduos que já viveram nas gerações precedentes, o progresso das gerações é, assim, a resultante do progresso dos indivíduos. 2- Como entender tanta dor no mundo? Allan Kardec - A responsabilidade das faltas individuais ou coletivas, as da vida privada e da vida pública, dá a razão de certos fatos ainda pouco compreendidos, e mostra, de maneira mais precisa, a solidariedade que liga os seres uns aos outros, e as gerações entre si”.   3- Os Espíritos reencarnam onde querem? Allan Kardec - “Frequentemente, renascem na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a fim de estreitarem laços de afeição, ou repararem erros recíprocos. Pelas considerações de uma ordem mais geral, frequentemente, se renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, seja por simpatia, seja para continuar, com os elementos já elaborados, os estudos feitos, se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos começados, que a brevidade da vida, ou as circunstancias, não permitiram terminar. Essa reencarnação no mesmo meio é a causa do caráter distintivo entre povos e raças; tudo melhorando(...)até que o progresso os haja transformado completamente”. 4- O que leva a criatura humana a tantos comprometimentos ante as leis de DEUS ? Allan Kardec - “Não se pode duvidar de que haja famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas pelos instintos do orgulho, do egoísmo, da ambição, da cupidez, caminham em má senda e fazem coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente; uma família se enriquece às expensas de outra família; um povo subjuga outro povo, e leva-lhe a desolação e a ruína; uma raça que aniquilar outra raça. Eis porque há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião”. 5-  A criatura humana consegue fugir de si mesma, ou seja, das consequências de suas transgressões à lei de DEUS? Allan Kardec - “Quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo. Estas palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá seu sangue derramado; aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a tocha do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, seja despojado; aquele que subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado, por sua vez, quer seja um indivíduo, um nação ou uma raça, porque os membros de uma individualidade coletiva são associados do Bem como do mal que se faz em comum”. 6- Como considerar verdade as associações efeito/causa cogitadas pelo Espiritismo? Allan Kardec - A experiência e a observação dos fatos da vida diária fornecem provas físicas e de uma demonstração quase matemática. 7- Se não é possível obter provas mais concretas, como aceitar esses exemplos? Allan Kardec - É absolutamente necessário ver uma coisa para nela crer? Vendo os efeitos, não se pode ter a certeza material da causa? Fora da experimentação, o único caminho legítimo que se abre, a essa procura, consiste em remontar do efeito à causa. A justiça nos oferece um exemplo muito notável desse princípio, quando se aplica em descobrir os indícios dos meios que serviram para a consumação de um crime, as intenções que contribuem para a culpabilidade do malfeitor.