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quarta-feira, 30 de março de 2016

VÁLIDO REVER PARA REFLETIR

Descortinando o desconhecido Mundo Espiritual e suas interações com este em que vivemos momentaneamente, Allan Kardec identifica e define a mediunidade como o instrumento que possibilita as influências recíprocas entre as diferentes Dimensões. Esclarece também que as relações entre os Espíritos encarnados e desencarnados pode se transformar nas perturbações chamadas obsessão que podem ser individuais ou verdadeiras epidemias coletivas atingindo desde famílias até parte da população de cidades como o caso de Morzine, na Alta Saboia(Alpes franceses). No profícuo tempo do surgimento da Doutrina Espírita diferentes fenômenos eram não apenas produzidos nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris como comunicados através de cartas enviadas por dezenas de correspondentes da REVISTA ESPÍRITA distribuídos por mais de mil grupos inspirados no Espiritismo em várias regiões da Europa, norte da África e América. Há casos de obsessão coletiva como os enfeixados na obra OBSESSÃO que compila vários casos expostos nas páginas da importante publicação fundada e dirigida por Allan Kardec de 1858/1869. O mais surpreendente: pode atingir inclusive significativo número de habitantes de um país. Na edição de fevereiro de 1865, encontra-se interessante matéria explicando o fenômeno denominado Ramanenjana que se abateu sobre Madagascar, na famosa ilha e que culminou no atentado que matou o príncipe Radama II.  Ramanenjana significa tensão, exprime uma estranha doença que, de início, se manifestou ao sul de Emirne. A princípio era apenas um vago rumor que circulava entre o povo. Noticiava-se que numerosos grupos de homens e mulheres, acometidos por uma afecção misteriosa, subiam do sul para a capital, para falar ao rei, da parte de sua mãe (o Espírito da Rainha). Dizia-se que tais grupos se encaminhavam em pequenas jornadas, acampando cada noite nos vilarejos e engrossando, ao longo do caminho, com todos os recrutas que fazia na sua passagem. (...). Esta doença age especialmente sobre os nervos, neles exercendo uma pressão tal que logo provoca convulsões e alucinações, das quais apenas se dá conta do ponto de vista da ciência. Os que são atingidos sentem, inicialmente, violentas dores na cabeça, na nuca e depois no estômago. Ao cabo de algum tempo começam os acidentes convulsivos; é então que os vivos entram em comunicação com os mortos: veem a rainha Ranavalona, Radama I, Andrian Ampoinemerina e outros, que lhes falam e lhes dão incumbências. A maior parte dessas mensagens é dirigida a Radama II. Os Ramanenjana parecem especialmente enviados para a velha Ranavalona, para dar a entender a Radama que ele deve voltar ao antigo regime, fazer cessar a prece, expulsar os brancos, interditar os porcos na cidade santa, etc., etc; caso contrário, grandes desgraças o ameaçam, e que ela o renegará como seu filho. Pronunciando-se a respeito Allan Kardec escreve:- “Esses fenômenos são o resultado de uma obsessão, ou possessão coletiva, verdadeira epidemia de Espíritos maus, como se produziu ao tempo do Cristo e em muitas outras épocas. Cada população deve fornecer ao Mundo Invisível ambiente Espíritos similares que, do espaço, reagem sobre essas mesmas populações, das quais, devido à sua inferioridade, conservaram os hábitos, as inclinações e os preconceitos. Os povos selvagens e bárbaros estão, pois, cercados por uma massa de Espíritos ainda selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a se encarnarem num meio mais adiantado”. Referenda seu parecer reproduzindo uma comunicação espiritual psicografada pela médium Sra Delanne, na sequencia da reunião de 12 de janeiro de 1865, assinado por entidade presente que acompanhou a leitura e debates em torno do fato. Entre outras coisas diz: -“Essas alucinações, não passam de uma obsessão, embora de caráter diferente do das que conheceis. Aqui é uma obsessão coletiva, produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados que, tendo conservado suas antigas opiniões políticas, vêm tentar perturbar os seus compatriotas, por meio dessas manifestações, a fim de que estes últimos, tomados de pavor, não ousem apoiar as ideias de civilização que começam a implantar-se nesses países onde o progresso começa a despontar. Os Espíritos obsessores que impelem essa pobre gente a tantas manifestações ridículas são os dos antigos malgaxes, furiosos, repito, por verem os habitantes dessas regiões admitindo as ideias de civilização, que alguns Espíritos adiantados, encarnados, têm a missão de implantar entre eles. Assim, muitas vezes os ouvis repetir: “Nada de preces, abaixo os brancos, etc.” É para vos fazer compreender que são antipáticos a tudo quanto possa vir dos europeus, isto é, do centro intelectual (...). Observando os detalhes, cada individualidade oferece um estudo especial, ao passo que as manifestações de Madagáscar têm a espontaneidade e o caráter nacional. É toda uma população de antigos Espíritos atrasados, que veem com despeito sua pátria sofrer a influência do progresso. Não tendo progredido, eles próprios buscam entravar a marcha da Providência”.

segunda-feira, 28 de março de 2016

NÃO PODERIA DEIXAR PASSAR

A proposta revolucionária do Espiritismo não poderia desconsiderar a questão da vida fora da Terra e, por isso, Allan Kardec incluiu entre os questionamentos entre os Instrutores Espirituais que o auxiliavam na elaboração do livro base do Espiritismo – O LIVRO DOS ESPÍRITOS -, perguntas sobre o tema. Obteve como esclarecimento que “todos os Globos que circulam no espaço são habitados, estando o homem bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição", que “não sendo a mesma a constituição física dos mundos, os seres que os habitam tem organização diferente, como entre nós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar”, devendo ser as condições de existência dos seres apropriadas ao meio em que tem de viver, frisando Allan Kardec que se nunca tivéssemos visto peixes não compreenderíamos, como alguns seres podem viver na água. Anos depois, no número de março de 1859, da REVISTA ESPÍRITA, encontra-se preservada uma evocação autorizada pelo dirigente espiritual da Sociedade Espírita de Paris com o grande vulto da Humanidade, Alexandre Von Humboldt, em que afirma ter sido escolhido entre outros para desenvolver as experiências históricas no campo do clima planetário, revelando ainda que sua existência anterior se passou num mundo superior longe e muito diferente da Terra. Na edição de março de 1867, encontra-se interessante texto sobre um Espírito chamado Lumen comentando que o mesmo logo após sua libertação pelo fenômeno da morte “transportou-se com a velocidade do pensamento para o grupo de Mundos componentes do sistema da estrela designada em Astronomia sob o nome de Capella ou Cabra”. Praticamente um século depois, o Espírito André Luiz em entrevista reproduzida no ANUÁRIO ESPÍRITA 64, explicou que “Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra em encarnações de exercício evolutivo com frequência, de vez que muitos Espíritos superiores se reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade e criaturas inferiores costumam aí sofrer curtos ou longos períodos de exílio das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto, a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo”. Pesquisa em obras alusivas a antigas civilizações demonstra que fatos relacionados a OVNIs encontram-se preservadas em sugestivos registros sobre episódios envolvendo tais veículos. Vejamos alguns: 1- India –MAABÁRATA – Livro I, cap 4 –Deslumbrantes carros celestes em grande número atravessavam o céu sem nuvens/ Livro VIII, cap 8 – “Devas em seus carros sobre nuvens e gandharvas no céu  Olhavam do alto com mudo espanto os chefes humanos”. 2- Egito – LIVRO DOS MORTOS – Capítulos 124,17 – “Falo com os adeptos dos Deuses. Falo com o Disco. Falo com os Seres brilhantes”. /Capítulo 78,14 – “Eu sou um daqueles Seres brilhantes que vivem em raios de luz”. 3- Babilônia – CILINDROS DE BARRO ENCONTRADOS EM BIBLIOTECA de NÍNIVE –O Rei Etan, que viveu há mais ou menos 5 mil anos, foi levado como hóspede de honra numa nave voadora em forma de escudo, a qual pousou numa praça atrás do palácio real, rodando circundada por um vórtice de chamas(..). No meio dum remoinho de chamas e fumaça, ela  subiu tão alto, que a Terra, com seus mares, ilhas, continentes, parecia como “um pão numa cesta”; depois desapareceram de vista”. 4- Japão –Em 9 a.C., em 10 de fevereiro, apareceram no céu 9 sóis que causaram muito caos na Terra e na Dinastia Yamato que foi lançada em grande confusão. Foi no décimo ano do Imperador Suinin. Eram 9 sóis, ou discos solares, como os antigos os chamavam, eram discos voadores”. / Em 638 d.C – No dia 26 do primeiro mês da primavera, uma estrela comprida apareceu no noroeste. O sacerdote Bin disse que era uma estrela vassoura”. / Em 11 de agosto de 671 d.C. “Um objeto flamejante foi visto voando para o norte de muitos países no Japão”. /

sábado, 26 de março de 2016

UM CORAÇÃO RENOVADO

Apesar do tradicional feriado religioso da sexta feira santa, as atividades do Centro Espírita Luiz Gonzaga da noite de 7 de abril de 1955 aconteceram como regularmente. No grupo foi mais Intensa a movimentação socorrista em favor dos sofredores desencarnados, dentre os quais sobressaíram diversos irmãos hansenianos que, mesmo além da morte, revelavam dolorosas fixações mentais de revolta e amargura. Concluindo as tarefas, no horário dedicado aos Instrutores Espirituais, os recursos psicofônicos do médium Chico Xavier foram ocupados pelo poeta Jésus Gonçalves, desencarnado em Pirapitinguí, que também passou pela provação da lepra, cuja palavra nos trouxe amoroso esclarecimento. Chico não conhecera o Espírito quando encarnado a não ser através de correspondência recebida do Leprosário de Pirapitingui onde mantinha-se segregado desde anos antes transferido de outro da cidade de Bauru (SP) onde residira até os 27 anos quando  recebeu o diagnóstico da doença degenerativa. Desencarnando no inicio de 1947, em março apresentou-se semanas depois ao médium em reunião particular que este realizava com companheiros de São Manuel (SP), irradiando intensa luminosidade, particularmente nas áreas do corpo identificadas por Chico como as mesmas que vira na derradeira foto que Jésus lhe remetera tempos antes de sua morte física. Assumindo o controle das faculdades mediúnicas de Chico disse: -“Amigos. Sou o vosso irmão Jésus Gonçalves, o leproso de Pirapitingui, a quem o Espiritismo ofereceu nova visão da vida. Agradeço-vos o concurso fraterno, em socorro dos irmãos hansenianos desencarnados. Vieram conosco, entre a lamentação e a revolta, perturbados e oprimidos... No mundo, receberam a chaga física por maldição, quando poderiam utilizá-la como porta salvadora, e, no mundo espiritual, experimentam os efeitos da rebeldia. Trazem, ainda, na organização perispirítica, os remanescentes da enfermidade que os acabrunhava e, no íntimo, sofrem a indisciplina e a inconformação. Graças a Jesus, porém, recolheram o benefício da calma, pelas sementes de renovação evangélica espalhadas em vossos estudos de hoje e esperamos possam imprimir, desde agora, novos rumos à própria transformação. E, agora, peço permissão para orar convosco. Nesta noite, em que toda a Cristandade se volta, reconhecida, para a memória do Mestre, sentimo-lo igualmente em seu derradeiro sacrifício e, mentalizando-O no madeiro, de alma genuflexa, trazemos a Ele, nosso Eterno Amigo e Divino Benfeitor, a nossa prece de leproso diante da cruz. Em seguida a leve pausa, o Espírito Jésus Gonçalves modificou a inflexão de voz e, erguendo-se para o Alto, orou, em lágrimas, comovedoramente: Senhor, eu que vivia em vãos clamores, /Vinha de longe em ânsias aguerridas,/ Sob a trama infernal de horrendas lidas,/ Entre largos caminhos tentadores./ Tronos, glórias, tiaras, esplendores/ E cidades famélicas vencidas.../ Tudo isso alcancei, de mãos erguidas/ Aos gênios tenebrosos e opressores./Mas, fatigado, enfim, de ser verdugo,/ /Roguei, chorando, a graça de teu jugo/ E enviaste-me a lepra e a solidão. /E, confinado às dores que me deste,/ Abriu-se-me a visão à luz celeste,/ E achei-te, excelso, no meu coração. / Hoje, Mestre, ante a cruz em que te apagas,/ Na compaixão que ajuda e renuncia,/Não te peço o banquete da alegria,/ Embora o doce olhar com que me afagas./ Venho rogar-te a túnica das chagas /Para que eu volte à estrada escura e fria,/ Em que os filhos da noite e da agonia/ Sofrem ulcerações, bramindo pragas.../Dá-me, de novo, a lepra que redime,/ Conservando-me a fé por dom sublime,/ Agora que, contente, me prosterno!.../ E que eu possa exaltar, por muitas vidas,/ Sobre o lenho de angústias e feridas,/ O teu reino de amor divino e eterno. Jésus Gonçalves

quinta-feira, 24 de março de 2016

DEUS ESTÁ EM TODA PARTE?

Abrindo a edição de maio de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec publica interessante matéria com que procura responder a pergunta feita por muitos: Como é que Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, pode imiscuir-se em detalhes ínfimos, preocupar-se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo? Como sempre, o pesquisador e educador oculto no pseudônimo Allan Kardec desenvolve uma série de argumentos extremamente sensatos e lógicos. Escreve: -“Em seu estado atual de inferioridade, só dificilmente os homens podem compreender Deus infinito, porque eles próprios são finitos, limitados, razão por que o imaginam finito e limitado como eles mesmos; representando-o como um ser circunscrito, dele fazem uma imagem à sua semelhança. Pintando-o com traços humanos, nossos quadros não contribuem pouco para alimentar este erro no espírito das massas, que nele mais adoram a forma que o pensamento. É para o maior número um soberano poderoso, sobre um trono inacessível, perdido na imensidade dos céus, e porque suas faculdades e percepções são restritas não compreendem que Deus possa ou haja por bem intervir diretamente nas menores coisas. Na incapacidade em que se acha o homem de compreender a essência mesma da Divindade, desta não pode fazer senão uma ideia aproximada, auxiliado por comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, ao menos, mostrar-lhe a possibilidade do que, à primeira vista, lhe parece impossível. Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos. É evidente que cada molécula desse fluido produzirá sobre cada molécula da matéria com a qual está em contato uma ação idêntica à que produziria a totalidade do fluido. É o que a Química nos mostra a cada passo. Sendo ininteligente, esse fluido age mecanicamente apenas pelas forças materiais. Mas se supusermos esse fluido dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele agirá, não mais cegamente, mas com discernimento, com vontade e liberdade; verá, ouvirá e sentirá. As propriedades do fluido perispiritual dele podem dar-nos uma ideia. Ele não é inteligente por si mesmo, desde que é matéria, mas é o veículo do pensamento, das sensações e das percepções do Espírito. É em consequência da sutileza desse fluido que os Espíritos penetram em toda parte, perscrutam os nossos pensamentos, veem e agem a distância; é a esse fluido, chegado a um certo grau de depuração, que os Espíritos superiores devem o dom da ubiquidade; basta um raio de seu pensamento dirigido para diversos pontos para que eles possam aí manifestar sua presença simultaneamente. A extensão dessa faculdade está subordinada ao grau de elevação e de depuração do Espírito. Mas sendo os Espíritos, por mais elevados que sejam, criaturas limitadas em suas faculdades, seu poder e a extensão de suas percepções não poderiam, sob esse aspecto, aproximar-se de Deus. Contudo, eles nos podem servir de ponto de comparação. O que o Espírito não pode realizar senão num limite restrito, Deus, que é infinito, o realiza em proporções infinitas. Há, ainda, esta diferença: a ação do Espírito é momentânea e subordinada às circunstâncias, enquanto a de Deus é permanente; o pensamento do Espírito só abarca um tempo e um espaço circunscritos, ao passo que o de Deus abarca o Universo e a eternidade. Numa palavra, entre os Espíritos e Deus há a distância do finito ao infinito. O fluido perispiritual não é o pensamento do Espírito, mas o agente e o intermediário desse pensamento. Como é o fluido que o transmite, dele está, de certo modo, impregnado; e na impossibilidade em que nos achamos de isolar o pensamento, ele não parece fazer senão um com o fluido, assim como o som parece ser um com o ar, de sorte que podemos, a bem dizer, materializa-lo. Do mesmo modo que dizemos que o ar se torna sonoro, poderíamos, tomando o efeito pela causa, dizer que o fluido torna-se inteligente. Seja ou não seja assim o pensamento de Deus, isto é, quer ele aja diretamente ou por intermédio de um fluido, para facilitar a nossa compreensão vamos representar este pensamento sob a forma concreta de um fluido inteligente, enchendo o Universo infinito, penetrando todas as partes da Criação: a Natureza inteira está mergulhada no fluido divino; tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua Previdência, à sua solicitude; nenhum Ser, por mais ínfimo que seja, que dele não esteja, de certo modo, saturado. Assim, estamos constantemente em presença da Divindade. Não há uma só de nossas ações que possamos subtrair ao seu olhar; nosso pensamento está em contato com o seu pensamento e é com razão que se diz que Deus lê nos mais profundos recônditos do nosso coração; estamos nele como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo. Para entender sua solicitude sobre as menores criaturas, ele não tem necessidade de mergulhar seu olhar do alto da imensidade, nem deixar sua morada de glória, pois essa morada está em toda parte. Para serem ouvidas por ele, nossas preces não precisam transpor o espaço, nem serem ditas com voz retumbante, porque, incessantemente penetrados por ele, nossos pensamentos nele repercutem. A imagem de um fluido inteligente universal evidentemente não passa de uma comparação, mais própria a dar uma ideia mais justa de Deus que os quadros que o representam sob a figura de um velho de longas barbas, envolto num manto”.






terça-feira, 22 de março de 2016

EXPLICAÇÃO LÓGICA

Recepção de Pronto Socorro, de Ambulatório ou sala de atendimento de reuniões de curas espirituais reúnem casos que levam as pessoas que os observam a questionar muitas vezes onde está a Justiça de Deus. A resposta, contudo, está no conhecimento da finalidade da vida conforme explicada pelo Espiritismo: a evolução do Espírito imortal. O meio, a reencarnação sucessivas vezes, orientada pelos mecanismos da Lei de Causa e Efeito. Um dos exemplos mais ricos de situações difíceis de entender e aceitar produziu-se ao longo de quase duas décadas. A princípio na cidade onde surgiu, depois no Estado, no País e até em outras localidades do Planeta de onde acorriam legiões de desesperados desenganados pelos recursos disponíveis até então pela chamada Ciência. Envolveu um cidadão que tinha horror a sangue, mas que no estado alterado de consciência denominado mediunidade conseguiu efetuar em poucos minutos - ou segundos -, cirurgias de alta complexidade sob a influência de uma equipe de especialistas desencarnados liderados pelo Espírito de um médico alemão chamado Dr Fritz. Fatos testemunhados por inúmeros médicos encarnados, bem como número incalculável de pessoas diante das quais os fenômenos se produziam. Seu nome José Pedro de Freitas que se tornou mundialmente conhecido pelo apelido Zé Arigó. Dentre os milhares de atendimentos realizados, o Espírito que orientava as atividades do médium explicava sempre que possível aos colaboradores mais próximos as razões das difíceis doenças suportadas por aquelas pessoas que o procuravam na esperança de cura ou abrandamento de seus sofrimentos. Entre as testemunhas ainda encarnadas, uma – Leida Lucia de Oliveira, advogada -, atendendo a pedidos de familiares, reuniu suas lembranças dos anos de convívio com os trabalhos do Centro Espírita Jesus Nazareno, na cidade de Congonhas do Campo, Minas Gerais, onde assistiu a prodigiosos efeitos da mediunidade invulgar do conterrâneo. O titulo do livro CIRURGIAS ESPIRITUAIS DE JOSÉ ARIGÓ (ame editora). Num dos capítulos ela recorda algumas das revelações feitas pelo médium alemão sobre dolorosos quadros de dor avaliados no ambiente sempre apinhado de gente. Ilustram com bastante lógica a origem daquelas dores morais, lembrando que a generalização não se aplica nas avaliações oferecidas pela Espiritualidade, visto que cada um de nós é um projeto personalizado, com antecedentes, metas e níveis de comprometimento diferente perante as Leis de Deus.  CASO 1 – EFEITO – Criança apresentando abdômen exageradamente deformado, em decorrência de câncer diagnosticado em seu intestino. CAUSA – Homicídio cometido em encarnação anterior contra a esposa e um amigo, seguido de suicídio com uma facada na barriga. Na atual existência as duas vítimas assassinadas o receberam como filho a fim de amortizarem as dívidas recíprocas através da dor e do amor familiar. CASO 2EFEITO – Criança com a cabeça extremamente deformada em função da hidrocefalia com que renascera. CAUSA – Ações em vida passada em que executando abortos, esmagava a cabeça dos fetos que extraía do corpo das gestantes atendidas. CASO 3EFEITO - Homem portador de câncer nos testículos, dizendo ter a impressão de carregar o inferno no meio das pernas.  CAUSA – Pratica de estupros em encarnação pregressa, movido pelas perversões sexuais que acalentava em sua mente. CASO 4 – EFEITO – Mulher apresentando enorme obstrução na região da vagina por tumor nela localizado. CAUSA – Série de abusos sexuais praticadas em outra encarnação. CASO 5 - EFEITO – Casal com horríveis feridas por todo corpo, que exalavam mau cheiro insuportável. CAUSA – Ações à época da Inquisição, onde na condição de sacerdotes lançaram pessoas à fogueira além de torturarem muitos inocentes.

domingo, 20 de março de 2016

SURPREENDENTE

Nos tempos que vivemos, comum surgirem nos Centros Espíritas pessoas buscando informações sobre experiências do chamado desdobramento consciente. A abordagem do tema começa a despertar interesse até pela evolução das ideias sobre a Apometria, técnica experimentada a partir dos anos 60, pelo Dr José Lacerda de Azevedo, Psiquiatra ligado ao Hospital Espírita de Porto Alegre. Poucos livros, contudo tratam do assunto como os do sensitivo Wagner Borges e do Dr Waldo Vieira que no primeiro dia de 1980, prefaciou PROJEÇÕES DA CONSCIÊNCIA – DIÁRIO DE EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO FÍSICO. Para se ter uma ideia, buscamos um de seus relatos para vermos como as realidades que nos circundam vão além do que imaginamos: 6 de setembro de 1979. Em minutos, atravessando rapidamente o espaço, atingimos uma área no continente, junto ao mar, costa deserta sob tempestade de amplas proporções que parecia atingir o auge àquela hora, entre ribombos de trovões, faíscas sucessivas e bátegas em turbilhões escachoantes. Informaram-me que junto à tormenta física ocorria chuva torrencial de recursos magnéticos de Esferas Superiores na região, objetivando a limpeza periódica das espessas formas — pensamentos nas cavernas subcrostais que se ramificavam pela Crosta sob os morros e penhascos selvagens, infiltrando-se pelas entranhas da Terra. A tempestade assemelhava-se a vasto maremoto e terremoto conjugados levantando ondas imensas, soerguendo o solo e fazendo tremer as estruturas de todo o cenário. As cavernas começaram a ser inundadas por verdadeiros rios interiores, forçando a saída de animais, talvez ratazanas, dos covis de terra sólida, bichos nas águas, principalmente ariranhas de olhos coruscantes na escuridão, e morcegos desvairados cortando os ares. Todos tentavam sair em pânico dos saguões das galerias múltiplas, umas amplas e altas, outras acanhadas e baixas, a se multiplicarem em furnas, precipícios e gargantas no recôndito da massa terrestre. Fazíamos a passagem sobre os elementos deslizando com a emissão do potencial das forças mais íntimas para flutuar acima dos bichos e atravessar as revoadas de morcegos. O ambiente gélido das furnas, com exalações desagradáveis poluindo o ar, mostrava o hórrido-belo com toda a magnificência possível, além de qualquer pesadelo. Entre as cores das pedras escalavradas das paredes e a majestade estática das estalactites e estalagmites, os numerosos magotes de entidades padecentes, alienados mentais sem corpos físicos ainda profundamente materializados, sentiam os efeitos magnéticos e psicológicos das convulsões indescritíveis dos elementos, correndo espavoridos e exibindo assombro indefinível nas carantonhas pelas galerias espraiadas em labirintos, num "salve-se quem puder" deprimente e aterrador. Os recintos tenebrosos das cavernas pareciam transformados em catacumbas do horror. Angustioso pavor campeava nas fisionomias e nos gestos dos grupos desventurados que se amontoavam onde podiam, com os espíritos perturbados, muitos atônitos, alguns vacilantes, buscando apoio desesperado e inencontrável uns nos outros. Profunda compaixão brotava, espontânea, em todos nós que presenciávamos as cenas inesquecíveis atravessando o ambiente à meia altura, procurando manter-nos flutuando pouco acima, na posição difícil de espectadores impotentes ante o realismo da catástrofe programada. Era necessário dominar as emoções e abafar os impulsos de choro convulso. Secções dos elementos geológicos suspensos pareciam tremer e daí a pouco caíam fragorosamente sobre o leito turbilhonante das extensas grutas que acolhiam considerável população espiritual, vinda à tona nas águas misturadas de chuva e mar, saindo de cada enxovia escondida, poços de lama semelhantes a solitárias e cárceres encravados em esconderijos e tijucos, numa das piores atmosferas que se possa imaginar. Tarefeiros do conforto espiritual, em pequenas falanges luminescentes, chegavam para os trabalhos de cooperação fraternal, em levas contínuas, durante e após a tempestade hidromagnética

sexta-feira, 18 de março de 2016

UMA VOZ INTIMA

Alcançada a fase em que a responsabilidade de viver é atingida pelo Espírito em seu processo evolutivo, a consciência pessoal passa a comandar o mecanismo da Lei de Ação e Reação no próprio indivíduo. Encarnado ou desencarnado, o Ser passa a experimentar com mais frequência sensação de arrependimento e remorso, buscando sua reabilitação perante si mesmo, por saber que a dor e o sofrimento experimentados são culpa sua. Chico Xavier, por sinal, afirmou que o remorso é uma das mais difíceis experiências vividas pelo Ser humano. Como se o relógio parasse dentro a gente. Allan Kardec no número de agosto de 1867, da REVISTA ESPÍRITA, reproduz e comenta interessante mensagem assinada Um Espírito ampliando nossa compreensão sobre o tema. Diz ele: -“Não é somente no Mundo Invisível que a visão da vítima vem atormentar o assassino para o forçar ao arrependimento; lá onde a justiça dos homens não começou a expiação, a Justiça Divina faz começar, à revelia de todos, o mais lento e o mais terrível dos suplícios, o mais temível castigo. Há certas pessoas que dizem que a punição infligida ao criminoso no Mundo dos Espíritos, e que consiste na visão contínua de seu crime, não pode ser muito eficaz, e que em nenhum caso não é esta punição que, por si só, determina o arrependimento. Dizem que um naturalmente perverso, como é um criminoso, não pode senão amargurar-se cada vez mais por essa visão, e assim se tornando pior. Os que assim falam não fazem ideia do que pode tornar-se um tal castigo; não sabem quanto é cruel esse espetáculo contínuo de uma ação que jamais se queria haver cometido. Certamente vemos alguns criminosos empedernidos, mas muitas vezes é só por orgulho e por quererem parecer mais fortes que a mão que os castiga; é para fazer crer que não se deixam abater pela visão de imagens vãs; mas essa falsa coragem não tem longa duração, pois logo os vemos fraquejar em presença desse suplício, que deve muito de seus efeitos à sua lentidão e persistência. Não há orgulho que possa resistir a esta ação, semelhante à da gota d’água sobre a rocha; por mais dura que possa ser a pedra, é inevitavelmente atacada, desagregada, reduzida a pó. É assim que o orgulho, que faz com que esses infelizes se obstinem contra seu soberano senhor, mais cedo ou mais tarde é abatido, e que o arrependimento, enfim, pode ter acesso à sua alma. Como sabem que a origem de seus sofrimentos está em sua falta, pedem para repará-la, a fim de trazer um abrandamento a seus males. Pondera Allan Kardec: --“Sem ir buscar aplicações do remorso nos grandes criminosos, que são exceções na sociedade, nós as encontramos nas mais corriqueiras circunstâncias da vida. É esse sentimento que leva todo indivíduo a afastar-se daqueles contra os quais sente que tem censuras a se fazer; em presença deles sente-se mal; se a falta não for conhecida, ele teme ser adivinhado; parece-lhe que um olhar pode penetrar o fundo de sua consciência; vê em toda palavra, em todo gesto uma alusão à sua pessoa, razão por que, desde que se sente desmascarado, retira-se. O ingrato também foge de seu benfeitor, já que sua visão é uma censura incessante, da qual em vão procura desembaraçar-se, pois uma voz íntima lhe grita no fundo da consciência que ele é culpado. Se o remorso já é um suplício na Terra, quão maior não será esse suplício no Mundo dos Espíritos, onde não é possível subtrair-se à vista daqueles a quem se ofendeu! Felizes os que, tendo reparado já nesta vida, poderão sem receio enfrentar todos os olhares no mundo onde nada é oculto. O remorso é uma consequência do desenvolvimento do senso moral; não existe onde o senso moral ainda se acha em estado latente. É por isto que os povos selvagens e bárbaros cometem sem remorsos as piores ações. Aquele, pois, que se pretendesse inacessível ao remorso, assimilar-se-ia ao bruto. À medida que o homem progride, o senso moral torna-se mais apurado; ofusca-se ao menor desvio do reto caminho. Daí o remorso, que é o primeiro passo para o retorno ao Bem”.

quarta-feira, 16 de março de 2016

A MENTE E O ESPIRITISMO

Embora a ideia de mente e Espírito seja associada por muitos, o estudo criterioso das informações oferecidas pelos Espíritos leva a crer que a mente constitui-se num instrumento para que o Espírito trabalhe pela própria evolução. Consideram eles quetoda mente é dínamo gerador de força criativa”. (AR,5)  E queo pensamento é uma força, é o atributo característico do Ser Espiritual; é ele que distingue o Espírito da matéria; sem o pensamento o Espírito não seria Espírito. (RE, /1864) Acrescentam ainda que “o pensamento atua à feição de onda, com velocidade superior à da luz.  (AR, 5) Objetivando reunir elementos para suscitar maiores e mais profundas reflexões, foi elaborado MENTE, CORPO, DOENÇAS – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, disponibilizado no YOUTUBE. Dele destacamos duas questões para sua avaliação: 1- Para se relacionar com a vida, o Espírito se vale do instrumento chamado Mente. O que vem a ser? A mente humana, ainda que indefinível pela conceituação científica limitada, na Terra, é o centro de toda manifestação vital no Planeta. A mente emana do Espírito. É o instrumento criado pelo Espírito para aspirar, canalizar e modelar a energia espiritual extravasando seus impulsos ou aplicando-a para os fins que tem em mira. É a sede do raciocínio que guia nossos atos. A mente é o espelho da vida em toda parte . (PV,1) . É um núcleo de forças inteligentes, gerando plasma sutil (pensamento) que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios. (NDM; 1) Toda mente vibra na onda de estímulos e pensamentos em que se identifica, gerando o Espírito em si mesmo inimaginável potencial de forças mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e valores que acumulou em si próprio. (MM;12) Cada tipo de mente vive na Dimensão com que se harmonize. (FT ) 2- Então ela é o elo entre a realidade interior e a exterior? O reflexo mental vibra em tudo.  Nossa alma pode ser comparada a um espelho vivo com qualidades de absorção e exteriorização.  Recolhe a força da vida em ondas de sentimento e emite-as em ondas de pensamento a se expressarem através de palavras e atitudes, exemplos e fatos. Refletimos, assim, constantemente, uns nos outros.  É pelo reflexo mental que se estabelece o fenômeno da afinidade, desde os reinos mais simples da Natureza. Vemo-lo nos animais que se acasalam, no mesmo tom de simpatia, tanto quanto nas almas que se reúnem na mesma faixa de entendimento.  Quando se consolida a amizade entre um homem e um cão, podemos registrar o reflexo da mente superior da criatura humana sobre a mente fragmentária do Ser inferior, que passa então a viver em regime de cativeiro espontâneo para servir ao dono e condutor, cuja projeção mental exerce sobre ele irresistível fascínio. (IP) Procederam acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.  Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos.  E, como não podemos fugir ao imperativo da atração, somente retrataremos a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e a claridade no espelho de nossa vida íntima. Os reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam a jornada pra frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência, independentemente do corpo físico, porque, observando a vida apenas como transição entre dois tipos da mesma experiência, no ‘hoje imperecível’. (NDM)

segunda-feira, 14 de março de 2016

CAMINHO ABERTO


Os tratamentos oferecidos em muitos Centros Espíritas para pessoas envolvidas em processos obsessivos poderiam oferecer muitos elementos para a confirmação da reencarnação.  Lamentavelmente apenas as ações desenvolvidas pioneiramente no Sanatório Espírita de Uberaba durante parte da gestão do Psiquiatra Inácio Ferreira com o auxílio da médium Maria Modesto Cravo construíram um banco de dados significativo. Parte preservado no livro  NOVOS RUMOS A MEDICINA e, mais à frente, no A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO, ambos incluídos no catálogo da editora da FEESP. Ignorantes em relação ao Espiritismo e sua proposta revolucionária em muitos aspectos, uma geração de profissionais norte-americanos, começou a partir dos anos 60, a deparar-se com as experiências denominadas por eles de Terapia de Vidas Passadas, as quais resultaram em banco de dados consideráveis de indícios sobre a origem de determinados distúrbios físicos ou mentais terem se originado em encarnações recentes ou remotas da individualidade que cada um representa. Entre esses, o Dr. Brian Weiss que acabou reunindo em vários livros o resultado de suas conclusões. Prospectando suas obras, reunimos três, que referendam evidências obtidas por outros meios como, por exemplo, a alternância na morfologia sexual entre existências, as questões familiares, entre outras. Vejamos a alguns: CASO 1 – Michelle, Executiva  EFEITOS- FÍSICO: Dores constantes e lancinantes nos joelhos, às vezes acompanhadas de inchaços e edemas, particularmente no esquerdo, sobretudo após cirurgia no mesmo depois de contusão esportiva que a obrigou a fazer uma cirurgia. Não conseguia mais esticar completamente a perna, mancando discretamente. PSICOLÓGICOS: Se sentia com os “joelhos moles” nos estados de ansiedade. CAUSAS: Atropelamento aos quarenta e poucos anos, por uma carroça em existência no Meio-Oeste americano, em que, mulher, tinha o nome Emma, sofrendo o esmagamento do joelho e pé esquerdo, embora o direito tenha ficado muito machucado, processo que evoluiu para uma infecção impondo-lhe a invalidez.  Noutra vida, fora um soldado no Japão Medieval, cujo joelho foi perfurado por uma flecha.  A origem da lição cármica, contudo, nasceu numa existência ao norte da África, no período anterior à chegada dos romanos, em que, homem, na condição de carcereiro quebrava, com especial prazer, as pernas dos prisioneiros para que não pudessem fugir. Quebrava fêmures, enfiava pregos em joelhos, destruiu tendões de aquiles, causando muitas mortes por infecção, se regozijando com seus sofrimentos, recebendo recompensas por sua violência CASO 2 – Elaine, Psicóloga EFEITOS –  FÍSICOS::dores intermitentes e torturantes no pescoço, ombro e alto das costas,  PSICOLÓGICOS: pânico das alturas e afogamento, além de relutância em se expressar e assumir riscos CAUSA – Morte em vida anterior em consequência de ataque inesperado pelas costas, após ter sido feito prisioneiro como soldado, sentindo-se em seguida, precipitar-se num fosso que cercava o castelo em que o fato se deu. Noutra existência morrendo por enforcamento em praça pública, após ter sido acusada de crime que não cometera. CASO 11- Diana, 40 anos EFEITO: PSICOLÓGICO – Depressão Crônica, relacionamento tumultuado com a filha, por quem sentia grande rejeição desde que a segurou nos braços pela primeira vez.CAUSA – Vivência turbulenta com a filha em vida passada, sem vínculos de parentesco, sendo arqui-rivais disputando o amor do mesmo homem, na vida atual marido de Diana e pai de sua filha. CASO 13 – Samantha, 18 anos, 45 quilos, pré-vestibulanda de Medicina EFEITOS: PSICOLÓGICOS - Profunda ansiedade e depressão causada por sentimento de derrota ante sua dificuldade de aprendizagem, especialmente matemática, parte derivada de vívido sonho que tivera em relação a um futuro fracasso. CAUSA -  Duas existências passadas, uma na Grécia, outra em Roma cem anos depois da primeira, na condição masculina, Arquiteto e Construtor, mestre em relações espaciais e desenhos geométricos, profundamente inseguro e fracassado ante importante projeto pelo qual fora responsável na primeira, e, bem sucedido na segunda, matemático talentoso, conhecedor de composição e resistência dos materiais, considerado o melhor.


sábado, 12 de março de 2016

MÉDIUNS OSTENSIVOS: ESSENCIAIS ÀS REUNIÕES?

Argumento sustentado por muitos interessados no conhecimento e prática do Espiritismo é que na ausência de médiuns, as reuniões tornam-se desinteressantes e inúteis. No número de fevereiro de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec escreve matéria que não apenas responde a esta questão como orienta os que desejam conhecer a posição do Codificador a respeito. Explica ele: -“Um médium, sobretudo um bom médium, é incontestavelmente um dos elementos essenciais de toda assembleia que se ocupa do Espiritismo; mas seria erro pensar que, em sua falta, nada mais resta a fazer senão cruzar os braços ou suspender a sessão. Não compartilhamos absolutamente a opinião de uma pessoa que comparava uma sessão espírita sem médiuns a um concerto sem músicos. (...). Vai-se a um concerto para ouvir música. É, pois, evidente que se os músicos estiverem ausentes, o objetivo falhou. Mas numa reunião espírita vamos, ou pelo menos deveríamos ir, para nos instruirmos. A questão agora é saber se se pode fazê-la sem médium. Seguramente, para os que vão a essas reuniões com o único objetivo de ver efeitos, o médium é tão indispensável quanto o músico no concerto; mas para os que, acima de tudo, buscam instruir-se, que querem aprofundar as diversas partes da ciência, em falta de um instrumento de experimentação terão mais de um meio de o obter. É o que tentaremos explicar Inicialmente diremos que se os médiuns são comuns, os bons médiuns, na verdadeira acepção da palavra, são raros. A experiência prova diariamente que não basta possuir a faculdade mediúnica para obter boas comunicações. É preferível privar-se de um instrumento do que o ter defeituoso. Certamente para os que buscam, nas comunicações, mais o fato que a qualidade, que as assistem mais por distração do que para esclarecimento, a escolha do médium é completamente indiferente. Mas falamos dos que têm um objetivo mais sério e veem mais longe. É a eles que nos dirigimos, porque estamos certos de que nos compreendem. Por outro lado, os melhores médiuns estão sujeitos a intermitências mais ou menos longas, durante as quais há suspensão parcial ou total da faculdade mediúnica, sem falar das numerosas causas acidentais que podem privar-nos momentaneamente de seu concurso. Acrescentemos também que os médiuns inteiramente flexíveis, os que se prestam a todos os gêneros de comunicações, são ainda mais raros. Geralmente possuem aptidões especiais, das quais importa não os desviar. Vê- se, pois, que se não houver provisão de reserva, podemos ficar desprevenidos quando menos o esperamos, e seria desagradável que em tal caso fôssemos obrigados a interromper os trabalhos. O ensino fundamental que se vem buscar nas reuniões espíritas sérias é, sem dúvida, dado pelos Espíritos. Mas que frutos tiraria um aluno das lições dadas pelo mais hábil professor se, por seu lado, ele também não trabalhasse? Se não meditasse sobre aquilo que ouviu? Que progresso faria a sua inteligência se tivesse constantemente o mestre ao seu lado para lhe mastigar a tarefa e lhe poupar o esforço de pensar? Nas assembleias espíritas os Espíritos preenchem dois papéis; uns são professores que desenvolvem os princípios da ciência, elucidam os pontos duvidosos e, sobretudo, ensinam as leis da verdadeira moral; outros são materiais de observação e de estudo, que servem de aplicação. Dada a lição, sua tarefa está acabada, enquanto a nossa começa: a de trabalhar sobre aquilo que nos foi ensinado, a fim de melhor compreender, de melhor captar o sentido e o alcance. É com vistas a nos deixar tempo livre para cumprirmos o nosso dever – que nos permitam essa expressão clássica – que os Espíritos suspendem algumas vezes as suas comunicações. Bem que eles querem nos instruir, mas com uma condição: a de lhes secundarmos os esforços. Cansam-se de repetir sem cessar e inutilmente a mesma coisa. Advertem; contudo, se não são ouvidos, retiram-se, a fim de que tenhamos tempo para refletir. Na ausência de médiuns, uma reunião que se propõe algo mais que ver manejar um lápis tem mil e um meios de utilizar o tempo de maneira proveitosa”.



quinta-feira, 10 de março de 2016

PALAVRA CHAVE

“A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma EDUCAÇÃO bem compreendida pode curar. Nisto está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”, ponderou Allan Kardec num comentário inserido após a resposta à questão 685 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Atentos a isso, reunimos o conteúdo de EDUCAÇÃO INTEGRAL – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ. Para se ter uma ideia do quanto a Doutrina Espírita tem a dizer sobre o tema EDUCAÇÃO, destacamos a seguir algumas das informações disponibilizadas pelo trabalho.1-Considerando ser a evolução espiritual consequência da educação do Espírito percebe-se que após a ascensão do Princípio Inteligente à condição humana ele vai como que sendo empurrado pelas circunstâncias. Em que ponto a Individualidade começa a agir conscientemente no seu processo evolutivo? O Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. (RE,) Não é nem após a primeira, nem à segunda encarnação que a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos, talvez só após a centésima ou milésima.  Durante longos períodos o Espírito encarnado é submetido a influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dito, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradativamente, a inteligência domina os instintos. Só então começa a séria responsabilidade. A responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento da inteligência. No ponto em que estamos, a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sadiamente o Bem e o mal; e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada.(RE) 2-Preso, segundo o Espiritismo, inexoravelmente, aos efeitos das suas ações, o homem mantem-se ligado às pessoas com que se compromete. Como tirar proveito das relações humanas? A maior parte das misérias da vida tem origem no egoísmo dos homens. Desde que cada um pensa em si antes de pensar nos outros e cogita antes de tudo de satisfazer aos seus desejos, cada um naturalmente cuida de proporcionar a si mesmo essa satisfação, a todo custo, e sacrifica sem escrúpulo os interesses alheios, nas mais insignificantes coisas, como nas maiores, tanto de ordem moral, quanto de ordem material.  Daí todos os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os conflitos e todas as misérias, visto que cada um só trata de despojar o seu próximo.  O egoísmo, por sua vez, se origina do orgulho.  A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos. A importância que, por orgulho, atribui à sua pessoa, naturalmente o torna egoísta. (OP) 3-Quando se estuda o comportamento dos Espíritos que evoluem no Planeta Terra, percebe-se uma fixação pelas compulsões no campo gastronômico e do sexo que levando ao excesso resultam em transtornos físicos e mentais. Como entender o porque disso? A reencarnação determina sempre, procriação e alimentação, isto é, necessidades da matéria a satisfazer e, assim, entraves para o Espírito. A luta é necessária ao desenvolvimento do Espírito; é na luta que exercita suas faculdades. (...) Nos seres inferiores da Criação, naqueles em que o senso moral não existe, nos quais a inteligência ainda está no estado de instinto, a luta não poderia ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material.  Ora, uma das mais imperiosas necessidades materiais é a da alimentação.  Assim, lutam unicamente para viver, isto é, para apanhar ou defender uma presa, desde que não poderiam ser estimulados por um motivo mais elevado. É neste primeiro período que a alma se elabora e se ensaia para a vida. (RE) Quanto ao instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso. (EDM)


terça-feira, 8 de março de 2016

INTRIGANTE QUESTÃO SOCIAL NA VISÃO DO ESPIRITISMO

Vez ou outra, a mídia internacional noticia fatos estarrecedores envolvendo ações praticadas em algum lugar do Planeta em que vivemos capazes de envergonhar a espécie humana dita civilizada. Talvez pensando nisso também, Allan Kardec publicou em 1859, portanto dois anos após a primeira edição d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, um opúsculo intitulado O QUE É O ESPIRITISMO. Apresenta de forma sucinta, os princípios da Doutrina Espírita, assim como respostas às principais objeções que lhe podiam ser apresentadas. É dividida em três partes: na primeira três diálogos – com um  crítico, um cético e um padre; na segunda, noções elementares de Espiritismo; e, na terceira a solução de alguns problemas do cotidiano pela Doutrina Espírita.  No precioso trabalho, três respostas com elementos para refletirmos sobre a questão incialmente citada.1- Por que há na Terra selvagens e homens civilizados? Sem a preexistência da alma, esta questão é insolúvel, a menos que admitamos tenha Deus criado almas selvagens e almas civilizadas, o que seria a negação da sua justiça. Além disso, a razão recusa admitir que, depois da morte, a alma do selvagem fique perpetuamente em estado de inferioridade, bem como se ache na mesma elevação que a do homem esclarecido. Admitindo para as almas um mesmo ponto de partida — única doutrina compatível com a Justiça de Deus —, a presença simultânea da selvageria e da civilização, na Terra, é um fato material que prova o progresso que uns já fizeram e que os outros têm de fazer. A alma do selvagem atingirá, pois, com o tempo, o mesmo grau da alma esclarecida, mas como todos os dias morrem selvagens, essa alma Solução de alguns problemas pela Doutrina Espírita não pode atingir esse grau senão em encarnações sucessivas, cada vez mais aperfeiçoadas e apropriadas ao seu adiantamento, seguindo todos os graus intermediários a esses dois extremos. 2- Não será admissível, segundo pensam algumas pessoas, que a alma, não encarnando mais que uma vez, faça o seu progresso no estado de Espírito ou em outras esferas? Esta proposição seria admissível, se todos os habitantes da Terra se achassem no mesmo nível moral e intelectual; caso em que se poderia dizer ser a Terra destinada a determinado grau; ora, quantas vezes temos diante de nós a prova do contrário! Com efeito, não é compreensível que o selvagem não pudesse conseguir civilizar-se aqui na Terra, quando vemos almas mais adiantadas encarnadas ao lado dele; do que resulta a possibilidade da pluralidade das existências terrenas, demonstrada por exemplos que temos à vista. Se fosse de outro modo, era preciso explicar: Primeiro- por que só a Terra teria o monopólio das encarnações; Segundo- por que, tendo esse monopólio, nela se apresentam almas encarnadas de todos os graus. 3- Por que, no meio das sociedades civilizadas, se mostram seres de ferocidade comparável à dos mais bárbaros selvagens? São Espíritos muito inferiores, saídos das raças bárbaras, que experimentam reencarnar em meio que não é o seu, e onde estão deslocados, como estaria um rústico colocado de repente numa cidade adiantada.  Allan Kardec, por fim, observa: -“Não é possível admitir-se, sem negar a Deus os atributos de bondade e justiça, que a alma do criminoso endurecido tenha, na vida atual, o mesmo ponto de partida que a de um homem cheio de virtudes. Se a alma não é anterior ao corpo, a do criminoso e a do homem de Bem são tão novas uma como a outra; por que razão, então, uma delas é boa e a outra má?”.


domingo, 6 de março de 2016

PODER, POLÍTICA E AS LEIS ESPIRITUAIS

Uma dos aspectos que o Espiritismo revela é que a generalização não cabe no estudo dos casos envolvendo os Espíritos em evolução. Cada caso é um caso. O que é certo é que ninguém foge de si mesmo visto que a Lei da Consciência inscrita em nós mesmos impõem ao infrator os efeitos das ações praticadas pelo Ser em prejuízo do próximo e de si mesmo. Sua aplicação é tanto mais intensa quanto maior o conhecimento já alcançado no processo evolutivo. Para regular através da reencarnação tal mecanismo, funciona a Lei de Causa e Efeito que tem 32 dos seus princípios enunciados no capítulo CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA do livro O CÉU E O INFERNO. O incrível manancial de informações que representa a série NOSSO LAR, revela alguns casos interessantes de personagens que vivenciaram a arriscada prova do poder, especialmente através da política. Na obra OS MENSAGEIROS (feb,1944), capítulo 12, encontramos o exemplo de “Belarmino Ferreira, renascido para cooperar com o ensino e a orientação na área de despertamento espiritual, o que lhe permitiria reabilitar-se de antigos equívocos do passado, após  assumir tarefas com que se comprometera ainda no Plano Espiritual, deixou-se arrastar pela presunção e vaidade, e, após entregar-se ao negativismo completo, transferiu-se para o movimento, não da política que eleva, mas da politicalha inferior, que impede o progresso comum e estabelece a confusão nos Espíritos encarnados, desviou-se dos seus objetivos fundamentais, escravizando-se ao dinheiro que lhe transformou os sentimentos”. No capítulo quatro do  OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb, 1946), tomamos conhecimento da história de Luciana que no Plano Espiritual, buscara desenvolver as faculdades de que era portadora, a fim de socorrer, noutro tempo, o Espírito de seu pai, desencarnado numa guerra civil. Tivera ele preponderância no movimento de insurreição pública e permanecia nas esferas inferiores, alucinado pelas paixões políticas. Depois de paciente auxílio, reajustara emoções, obtendo possibilidades de reencarnar em grande cidade brasileira, para onde ela mesma, Luciana, seguiria também logo pudesse o genitor do pretérito organizar novo lar, restabelecendo-se a aliança de carinho e de amor, segundo o projeto por ambos estabelecido. No  livro NO MUNDO MAIOR (1947,feb), capítulo 7, o Espírito André Luiz reconstitui vivência que certamente encontra ressonância em muitas histórias observadas em nossa Dimensão: -“ Em rápidos minutos achávamo-nos em pequena câmara, onde magro doentinho repousava, choramingando. Cercavam-no duas entidades tão infelizes quanto ele mesmo, pelo estranho aspecto que apresentavam. O menino enfermo inspirava piedade.– É paralítico de nascença, primogênito de um casal aparentemente feliz, e conta oito anos na existência nova – informou  Calderaro, indicando-o –; não fala, não anda, não chega a sentar-se, vê muito mal, quase nada ouve dá esfera humana; psiquicamente, porém, tem a vida de um sentenciado sensível, a cumprir severa pena, lavrada, em verdade, por ele próprio. Há quase dois séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil. Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu nas regiões inferiores, apartado da carne, inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já lhe perdoaram os crimes; muitas, contudo, seguiram-no, obstinadas, anos afora... A malta, outrora densa, rareou pouco a pouco, até que se reduziu aos dois últimos inimigos, hoje em processo final de transformação. Com as lutas acremente vividas, em sombrias e dantescas furnas de sofrimento, o desgraçado aprestou-se para esta fase conclusiva de resgate; conseguiu, assim, a presente reencarnação com o propósito de completar a cura efetiva, em cujo processo se encontra, faz muitos anos. A paisagem era triste e enternecedora. O doente, de ossos enfezados e carnes quase transparentes, pela idade deveria ser uma criança bela e feliz; ali, entretanto, se achava imóvel, a emitir gritos e sons guturais, próprios da esfera sub-humana. Com o respeito devido à dor e com a observação imposta pela Ciência, verifiquei que o pequeno paralítico mais se assemelhava a um descendente de símios aperfeiçoados.  No capítulo primeiro do LIBERTAÇÃO (feb) ponderações importantes: “-Grandes políticos e veneráveis condutores nunca se ausentaram do mundo. Passam pela multidão, sacudindo-a ou arregimentando-a. É forçoso reconhecer, porém, que a organização humana, por si só, não atende às exigências do ser imperecível. (...) Permanecemos diante de um mundo civilizado na superfície, que reclama não só a presença daqueles que ensinam o Bem, mas principalmente daqueles que o praticam. Sobre os mananciais da cultura, nos vales da Terra, é imprescindível que desçam as torrentes da compaixão do Céu, através dos montes do amor e da renúncia. Cristo não brilha apenas pelo ensino sublimado”.


sexta-feira, 4 de março de 2016

UM CASO DE APARIÇÃO

Sem os extraordinários recursos disponíveis na atualidade, a forma de comunicação dominante até quase o final do século 19 eram as cartas. Referência para os que em grande parte da Europa, algumas regiões da África e Américas deparavam-se com fenômenos espirituais, Allan Kardec,  já em 1862,  revelava receber uma média de dez cartas por dia, encontrando dificuldades para responder a maioria que objetivavam esclarecer dúvidas facilmente elucidáveis nas OBRAS BÁSICAS até então lançadas. Inúmeros relatos de ocorrências, contudo, lhe chegavam ao conhecimento. No número de dezembro de 1867, Allan Kardec, por exemplo, inclui entre as matérias da REVISTA ESPÍRITA, uma sobre curioso fato reportado por um dos um dos correspondentes de Oloron (Baixo Pirineus, sudoeste extremo da França Metropolitana): -“Pelo fim do mês de dezembro de 1866, não longe do vilarejo de Monin, uma camponesa de vinte e quatro anos, chamada Marianne Coubert, estava ocupada em juntar folhas num prado, perto da casa onde mora com seu pai, de sessenta e quatro anos, e uma irmã de vinte e nove. Desde alguns instantes, um velho de estatura média, vestido à camponesa, já se mantinha no canto do gradeado que dá passagem para o prado. De repente, ele chamou a jovem, que logo se aproxima, e pergunta se ela lhe podia dar uma esmola. “ – Mas que vos poderia dar? perguntou ela. Nada tenho; a não ser que queirais aceitar um pedaço de pão. “ – O que quiserdes, replicou o velho. Aliás, podeis ficar tranquila, ele não vos faltará. “E a camponesa apressou-se em ir buscar o pedaço de pão. Ao retornar, disse-lhe o velho: “– Há muito tempo que já me respondestes. “– Como, respondeu a camponesa atônita, vos podia responder? Ainda não me tínheis chamado.– Eu não vos tinha chamado, é verdade, mas meu Espírito se havia transportado para vós, tinha penetrado o vosso Espírito e foi assim que conheci previamente as vossas intenções. Também parei diante de outra casa, lá embaixo; meu Espírito entrou e conheci as disposições pouco caridosas dos que ali habitam. Por isso pensei que seria inútil ali pedir alguma coisa. Se aquelas pessoas não mudarem, se continuarem a não praticar a caridade, muito terão a lamentar. Quanto a vós, jamais recuseis dar esmola, e Deus vos levará em conta os vossos sentimentos e vos dará muito além do que tiverdes dado aos infelizes... Estais doente dos olhos? “ – Ah! sim, respondeu a camponesa, a maior parte das vezes minha vista é tão fraca que não posso me dedicar aos trabalhos do campo. “ – Pois bem! continuou o velho, eis um par de óculos com os quais vereis perfeitamente. Tendes uma irmã que amastes muito e que morreu há oito anos e quatro meses. “– É verdade, respondeu a camponesa, cada vez mais atônita. “ – Vossa mãe morreu há um ano. “– É verdade, continuou ela, ainda mais espantada. (...) -Ambas se encontram num lugar onde são felizes e onde as revereis um dia. Antes de vos deixar, tenho algo a vos recomendar: ide à casa de tal pessoa (uma moça de má conduta, que tinha vários filhos) e pedi-lhe que vos deixe levar um de seus filhos, que educareis até a época de sua primeira comunhão. Enfim, eis um missal que deveis guardar preciosamente, e ao qual está ligado uma graça para todos os que o tocarem. As pessoas que vos vierem ver deverão, ao chegar e ao partir, dizer dois Pater e duas Ave (...). Entre essas pessoas, cujo número aumentará de dia para dia de modo considerável, há os que rirão, que zombarão; a estes não conteis nada. Não deixeis de recomendar à pessoa, na casa de quem deveis pegar o menino, que se converta, pois não creio que ela viva ainda muito tempo. Previno-vos que tereis uma grave moléstia pelo fim do mês de março; não mandeis chamar médico, pois será inútil; é uma prova a que vos deveis submeter com resignação. Aliás, eu voltarei a vos ver. E o velho afastou-se. Chegando a uma pequena ponte muito próxima, desapareceu de repente. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

POSTURA DE UM PESQUISADOR

Consulta sobre qual o critério utilizado pelo pesquisador Allan Kardec para desenvolver o trabalho que referencia a base do Espiritismo conduz naturalmente às seguintes informações: -“Comecei os meus estudos sérios de Espiritismo, menos, ainda, por meio de revelações, do que de observações. Apliquei a essa nova ciência, como o fizera até então, o método experimental; nunca elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia conseqüências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão quando resolvia todas as dificuldades da questão. Foi assim procedi sempre em meus trabalhos anteriores, desde a idade de 15 a 16 anos. Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da Humanidade, a solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma revolução nas ideias e nas crenças; fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspeção e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não me deixar iludir. Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações foi que os Espíritos, nada mais sendo do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência integral; que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau, que haviam alcançado, de adiantamento, e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal. Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo por base o que fora dito por um ou alguns deles. O simples fato da comunicação com os Espíritos, dissessem eles o que dissessem, provava a existência do mundo invisível ambiente. Já era um ponto essencial, um imenso campo aberto às nossas explorações, a chave de inúmeros fenômenos até então inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era que aquela comunicação permitia se conhecessem o estado desse mundo, seus costumes, se assim nos podemos exprimir. Vi logo que cada Espírito, em virtude da sua posição pessoal e de seus conhecimentos, me desvendava uma face daquele mundo, do mesmo modo que se chega a conhecer o estado de um país, interrogando habitantes seus de todas as classes, não podendo um só, individualmente, informar-nos de tudo. Compete ao observador formar o conjunto, por meio dos documentos colhidos de diferentes lados, colecionados, coordenados e comparados uns com outros. Conduzi-me, pois, com os Espíritos, como houvera feito com homens. Para mim, eles foram, do menor ao maior, meios de me informar e não reveladores predestinados. Tais as disposições com que empreendi meus estudos e neles prossegui sempre. Observar, comparar e julgar, essa a regra que constantemente segui. (...) Levava para cada sessão uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas. Eram sempre respondidas com precisão, profundeza e lógica. A partir de então, as sessões assumiram caráter muito diverso. Estava concluído, em grande parte, o meu trabalho e tinha as proporções de um livro. Eu, porém, fazia questão de submetê-lo ao exame de outros Espíritos, com o auxílio de diferentes médiuns. Lembrei-me de fazer dele objeto de estudo nas reuniões do Sr. Roustan. Ao cabo de algumas sessões, disseram os Espíritos que preferiam revê-lo na intimidade e marcaram para tal efeito certos dias nos quais eu trabalharia em particular com a Srta. Japhet, a fim de fazê-lo com mais calma e também de evitar as indiscrições e os comentários prematuros do público. Não me contentei, entretanto, com essa verificação; os Espíritos assim mo haviam recomendado. Tendo-me as circunstâncias posto em relação com outros médiuns, sempre que se apresentava ocasião eu a aproveitava para propor algumas das questões que me pareciam mais espinhosas. Foi assim que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, entregue à publicidade em 18 de abril de 1857. Sobre a forma pela qual evoluiu em suas pesquisas, o próprio Allan Kardec explica:-“É pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do mundo invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo mundo invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”.

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