faça sua pesquisa

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Obrigado, Chico !...

Exatamente como gostaria, no dia 30 de junho de 2002, enquanto o povo brasileiro respirava num clima de intensa alegria pela conquista do pentacampeonato mundial de futebol, concluía sua passagem por nossa dimensão Francisco Cândido Xavier, ou melhor, Chico Xavier. Foram 92 anos de dificuldades e lutas pessoais que resultaram na construção de inestimável contribuição para a consolidação e divulgação do Espiritismo. Observando-o por diferentes prismas, iremos recordar a seguir essa figura tão cara aos que direta ou indiretamente tomaram contato com sua história como homem, médium, sua obra, seu orientador espiritual Emmanuel e algumas lições inesquecíveis por ele deixadas para nossas reflexões. O HOMEM - Foi no sábado do outono brasileiro, dois de abril de 1910, que o casal Maria João de Deus e João Cândido Xavier, se alegrou com o nascimento do sexto dos nove filhos resultantes de sua união: Francisco Cândido Xavier. A vida, porém, começaria a marcar desde cedo a história do pequeno Chico, pois, aos 5 anos vê sua mãe partir(na verdade levada pela morte), prevenindo-o horas antes que não acreditasse quando dissessem que ela não voltaria ; foi em seguida entregue aos cuidados de uma madrinha que lhe imporia dura disciplina de trabalho, severos castigos físicos diários, chegando a usá-lo para lamber por três sextas- feiras uma ferida da perna do próprio filho seguindo a prescrição de amiga benzedeira, negando-se a devolvê-lo quando seu pai casou-se novamente e a esposa Cidália Batista estabeleceu como condição para aceitar-lhe o pedido o reagrupamento dos nove filhos dispersos. Encontrou na madrasta, uma segunda mãe e protetora, que, para criar condições para que alguns enteados (inclusive ele) pudessem estudar, organizou uma horta no amplo quintal da casa em que residiam, cujos cuidados dividia com os filhos pequenos de Maria João de Deus. Conseguiu chegar aos 12 anos até o final do antigo quarto anos primário (o qual repetiu),embora a avaliação do seu examinador no final da terceira e quarta série(na época alguém proeminente  na cidade era indicado para fazê-lo),o considerasse uma criança de grandes possibilidades intelectuais, inteligência muito lúcida, superior à normal, excelente memória, grande poder de assimilação e presença de espírito, observando apenas que a instrução mantinha-se em nível baixo ,em relação às suas faculdades. Bom que se diga que, nos dois anos referidos, Chico trabalhava das 15 às 24 horas, acumulando a vida de estudante no período da manhã. O menino começara a trabalhar aos 10 de idade na Tecelagem da cidade, por imposição do pai que cogitava sua internação numa instituição para tratamentos mentais pela sua insistência em afirmar ver o que ninguém enxergava, mantendo-se na dura atividade por quatro anos até que o ambiente insalubre e o ritmo além das possibilidades de uma criança começasse a impor prejuízos à sua saúde. Transferiu-se a seguir para o bar do Dove como auxiliar de cozinha, posteriormente, para a venda do senhor José Felizardo, atuando como auxiliar de balcão e porta e, por fim, na Fazenda Modelo, como Auxiliar de Serviços Gerais, mais tarde, Escriturário, função em que se aposentaria 30 anos depois. Experimentou constrangimentos e frustrações como o indiretamente causado por intelectual de Belo Horizonte que, impressionado com as dificuldades materiais da numerosa família que ajudava a sustentar (àquela altura 15 irmãos) que ajudava a sustentar, propôs-se a arrumar-lhe emprego na capital mineira, hospedando-o por três meses, sem que lograsse êxito, em suas intenções, embora amigos dele  tenham se oferecido para ajuda-lo desde que Chico assumisse a autoria dos poemas assinados por vários autores consagrados e incluídos na primeira edição do PARNASO DO ALÉM TUMULO. Sua saúde foi outro aspecto capaz de levar qualquer outro à desistência dos compromissos em função do ideal que abraçou a partir de determinado ponto de sua existência. Os primeiros problemas surgiram nos anos de exposição à umidade e esforços na Tecelagem; aos 15 anos, durante meses conviveu com os sintomas da Coreia (mal de São Guido) ; aos 21,por estranho amolecimento do globo ocular, não mais enxergou pelo olho esquerdo ; aos 30,um quadro agudo de uremia, quase o leva à morte ; aos 36,a tuberculose o surpreenderia ; aos 52,foi operado de uma hérnia estrangulada ; aos 58,da próstata ; aos 66 ,teve um enfarto do qual resultou a angina que o acompanharia até o fim impondo-lhe dores constantes no peito. Em 1939, trabalhando na Fazenda Modelo, teve de mudar de nome, visto a implicância de autoridade religiosa de Belo Horizonte, o qual passou a pressionar seu chefe, o senhor Romulo Joviano, a dispensá-lo, certamente pela projeção que as obras mediúnicas publicadas com seu nome alcançavam. Inspirado, o senhor Rômulo propôs que se registrasse novamente aproveitando decreto do então Presidente Getúlio Vargas que possibilitava gratuitamente a todo brasileiro que não tivesse registro de nascimento o fizesse e, observando ser 2 de abril consagrado à São Francisco de Paula, mudasse para Francisco de Paula Cândido. Assim, não perdeu o emprego, acalmando a autoridade religiosa. Sobre não ter namorado nem se casado, disse certa vez que se tivesse insistido nesse problema, talvez tivesse se definido, porém com a morte de sua madrasta em 1931(contava 21 anos),ficou tomando conta dos seis filhos dela. Confessou que por muito que o sexo o requisitasse não pode se decidir, resistindo aos impulsos, embora não tivesse sido fácil. Foi vítima das mais torpes calúnias a respeito de sua conduta sexual, não só pela condição de celibatário, mas pelo seu modo de falar e a maneira delicada de seus gestos. Contam que, certa vez nos anos 80,ante o olhar fixo e insistente de uma moça, sem que tivessem trocado qualquer palavra, dirigiu-se a ela repentina e incisivamente, embora de maneira cortês, dizendo: “-o que você está pensando de mim não procede. Nunca tive relações sexuais, muito menos com homem”.  Viveu como nasceu, pobre, com o fruto do próprio trabalho que lhe permitia proventos modestos, inclusive da aposentadoria requerida no início dos anos 60, por tempo de serviço e problemas de saúde. Estima-se que os direitos autorais dos milhões de exemplares dos livros publicados com seu nome, lhe garantiriam uma vida tranquila. Abdicou, contudo, deles em favor de inúmeras obras assistenciais e de divulgação do Espiritismo. Abriu várias vezes mão de doações de expressivas somas, propriedades (até um carro) a ele oferecidas por amigos e admiradores. Afinal, como dizia, o trabalho que lhe dava notoriedade não era dele mas,  dos Espíritos a quem servia. Sem dúvida, um homem como poucos.  O MÉDIUM - Hoje se sabe que o Espírito que conhecemos como Chico Xavier, em vidas passadas vivenciou a mediunidade, ignorada então, já que sua definição e denominação somente ocorreria em 1861, com a publicação d’O LIVRO DOS MÉDIUNS. Preparou-se para exercê-la na presente encarnação, subentendendo-se à orientação da Espiritualidade Superior que inclusive lhe frustraram a intenção de renascer novamente mulher, conforme revelaria a amigos ainda na década de 40. As manifestações da mediunidade começaram já aos 4 anos de idade quando assustou o próprio pai, intervindo certa noite ,em exaltados comentário que fazia à esposa sobre aborto cometido por uma vizinha, dizendo, enquanto aparentemente distraído brincava no chão, que ele estava enganado em sua avaliação pois o que se dera  “ foi um problema de nidação do óvulo, de forma que o feto assumiu posição ectópica”.  Meses depois do falecimento da mãe, abalado ante o tormento que se transformara a vida do menino, sob os cuidados da madrinha a que fora confiado, começa a avistar e conversar com o Espírito da mãe que ressurge como prometera no leito de morte, animando-o, insuflando-lhe esperança e prometendo que o socorro chegaria, como de fato ocorreu com o segundo casamento do pai e a reaproximação dos irmãos por imposição da madrasta. Aos dez anos, as visões que afirmava ter, levam seu pai a cogitar-lhe a internação para tratamento no que foi dissuadido pelo pároco da igreja local, Sebastião Scarzelli.  Aos 12 anos, em 1922,em que se celebrava o centenário da Independência do Brasil, quando se preparava para escrever a redação solicitada sobre o importante fato, viu um homem a seu lado, ditando-lhe o que deveria escrever. Assustado, indagou ao companheiro de banco se ele também o via, e, ante a negativa, aproximando-se da professora, após ser autorizada por ela, disse, em voz baixa o que ocorria, sendo aconselhado pela mesma a sentar-se na cadeira e concluir a prova. Semanas depois, a Secretaria da Educação de Minas, divulgava o resultado do concurso disputado por milhares de estudantes de todo Estado: a de Chico ganhara Menção Honrosa.
   Aos 17 anos, o encontro com Dona Carmem e seu marido José Hermínio Perácio, que restabeleceram com o esclarecimento do Espírito que a obssediava, o equilíbrio da irmã mais nova de Chico, Maria da Conceição. Nessa ocasião, o jovem é esclarecido pela bondosa senhora que seu problema  das visões era apenas mediunidade que lhe cumpria educar e exercer.  Revela José Jacintho de Alcantra, que José Hermínio Perácio, amigo íntimo do médium Paschoal Comanducci, de Belo Horizonte, logo após o episódio envolvendo a família Xavier, em maio de 1927,ouviu deste: “A principal missão de vocês agora é ajudar o Chico Xavier. Ele possui recursos mediúnicos múltiplos. Está cercado por falanges tão poderosas como as que assistiam Jesus. Esse menino assombrará o mundo. Escreverá mediunicamente centenas de livros e será intransigente defensor e divulgador do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Viverá muito. Desencarnado, não terá substitutos”.  Isso explica a mudança do casal Perácio de Curvelo (100 quilômetros distante) para Pedro Leopoldo, onde viveriam por seis anos, fundando o Centro Espirita Luiz Gonzaga, orientando os primeiros passos de Chico na longa estada da mediunidade, repassando a ele, na noite de oito de julho de 1927, a recomendação para apanhar papel e lápis em que foram escritas as 17 páginas da primeira mensagem por ele psicografada, assinada por Um Espírito Amigo(soube-se depois, o próprio Emmanuel).  Dois dias depois desse fato, Chico, em meio às orações om que precedia o sono, viu seu quarto subitamente, se iluminar com a presença de uma entidade que se identificou como Izabel de Aragão, concitando-o ao trabalho em favor dos pobres que, apesar das dificuldades econômicas, o rapaz iniciaria no sábado seguinte, com a distribuição de oito pães a pessoas que moravam sob uma ponte muito pobre de Pedro Leopoldo, atividade que, com os anos se ampliaria e manteria ininterruptamente até 1958,quando de sua mudança para Uberaba, onde seguiria até os últimos anos de vida.  Quatro anos após sua iniciação, milhares de páginas psicografadas, Chico vê pela primeira vez o Espírito Emmanuel que informa acompanha-lo desde muito e consultando-o sobre se ele estava resolvido a utilizar sua mediunidade na difusão do Evangelho  de Jesus e, embora assentindo, perguntou ao Benfeitor se o achava em condições, ouvindo como resposta: “ Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o serviço: 1-Disciplina; 2 – Disciplina  e, 3- Disciplina. Como médium, Chico mostrou-se exuberante não só nas variações dos  EFEITOS INTELIGENTES (clarividência,clariaudiência,incorporação,psicometria,psicografia,entre outras),mas também nos de EFEITOS FÍSICOS(transporte,materialização,clarividência,ectoplasmia,etc), existindo inúmeros testemunhos sobre ocorrências verificadas através dele.  O ORIENTADOR ESPIRITUAL EMMANUEL -   As figuras de Chico e Emmanuel são indissociáveis. Certamente, a obra construída pelos dois consumou programa traçado ainda na Espiritualidade, antes do reencarne de Chico. Acordados em relação aos requisitos apresentados por Emmanuel naquela tarde de domingo de 1931, o disciplina, disciplina, disciplina foi incorporado pelo jovem de 21 anos que o transformou em norma de conduta no que se refere ao trabalho da mediunidade até o fim dos seus dias na presente existência. O Instrutor Espiritual foi duro em muitos momentos e, não fosse a humildade de Chico, o trabalho grandioso por ele produzido não seria uma realidade. Muitos são os exemplos, representando lições para todos nós. Logo no início da caminhada em comum, certa noite  em que a reunião do Luiz Gonzaga havia terminado  por volta da uma da manhã, ao retornar à sua casa, Chico foi surpreendido pela sujeira que dois gatos muito queridos  haviam produzido na sala, com desarranjos intestinais. Sentindo as emanações, lembrou automaticamente da moça que ajudava na limpeza da moradia, pensando em chama-la para resolver o problema. No mesmo instante, vê Emmanuel praticamente materializado ao seu lado, dizendo: “-Mas, você, que vem de uma reunião espírita cristã, que tratou do Espiritismo em nome de Jesus Cristo, em nome e Allan Kardec, está fugindo da sua obrigação, exigindo que uma pobre menina fatigada por haver trabalhado om panelas, no tanque, para que não te faltasse comida, roupa lavada à sua família, vai exigir que ela venha a limpar esta casa, quando é sua obrigação limpar este chão e restituir esta sala tão limpa à família como você ensina no Centro Espírita? Você vai pegar um pano, trazer agua, sabão e vamos lavar. Cumprindo o recomendado, via Emmanuel perto dele observando. Quando pensava ter concluído a tarefa, ele dizia:”- Não, a sala tem odores desagradáveis, tem que lavar direitinho, de maneira que ninguém nem saiba o que os gatos fizeram. Então, teve de deixar a sala bem limpa, porque ele disse (o que serve, por sinal, para nós): “-No Espiritismo a pessoa tem que começar estudando nos grandes livros e começar também lavando as privadas, trabalhando fazendo sopa, ajudando os que estão com fome, lavando as feridas de nossos irmãos e distribuindo aquilo que for possível, porque se nós não tivermos coragem de ajudar na limpeza de uma banheiro, de uma privada, estaremos estudando os grandes livros da nossa Doutrina em vão”....Abalado e abatido ante as críticas e ironias ouvidas pouco depois da publicação do PARNASO DO ALEM TÚMULO, comentando sua luta íntima, ouviu: “- Escute. Se Jesus que era Jesus, saiu da Terra pelos braços da cruz, você é que está esperando uma carruagem para viver entre os homens?”... Quando, em 1940, sofreu um ataque agudo de uremia, ouvindo do médico que, se em 24 horas o problema perdurasse, Chico entraria em colapso e desencarnaria, crendo-se à beira da morte, pediu em sentida prece a Emmanuel o recebesse na Espiritualidade, ouviu dele: “-Não posso auxiliá-lo. Tenho muito que fazer. Mas se você sentir que a hora chegou, recorra aos amigos do LUIZ GONZAGA. Você não é melhor que os outros”. Noutra  ocasião, ante sua insistência em saber  o que fazer para que a mediunidade se lhe desenvolvesse de maneira mais ampla, ouviu: “-Chico, você está me obrigando a lhe dizer que é trabalhar mais e perguntar menos”. Lembrava Chico que por ocasião do rumoroso processo movido pela esposa por causa mensagens por ele recebidas de Humberto de Campos, pensou em desistir do compromisso com a mediunidade e, ao comentar com Emmanuel, este lhe disse: “-Se você quer parar pare. Nós continuaremos. Encontraremos outro médium e iremos em frente”... Outra vez em que ele se entretinha por mais de seis horas em conversa com amigos, lembrado por Emmanuel sobre a tarefa do livro, tendo respondido que tinha visitas e estava conversando, registrou o Guia lhe dizendo: “-Sem duvida compreendemos a oportunidade de uma a duas horas de entendimento fraterno para atender aos irmãos sem objetivo, porque, às vezes, através da banalidade, podemos algo fazer na sementeira de luz... Mas, não entendo, seis horas a fio de conversação sem proveito”. Ante a indecisão de alguns minutos, o Instrutor arrematou: “-Bem, eu não disponho de mais tempo. Você decide. Converse ou trabalhe”... Nos anos 50, ante sua natural aflição pelo trepidar resultante de turbulência enfrentada pelo avião em que viajava de Uberaba para Belo Horizonte, viu Emmanuel entrar no avião, perguntando-lhe o porque da cena propiciada por ele no meio dos demais passageiros e, obtendo como resposta que estavam em perigo, indagando se tinha chegado a hora dele morrer, ouviu do Guia Espiritual: “- Não posso saber se o senhor resolveu determinar sua  desencarnação. Mas, se julga que vai morrer, procure pelo menos morrer com educação, sem aumentar a aflição dos outros”..  Quando em 1969, cumpriu-se com a publicação de POETAS REDIVIVOS cumpriu-se a terceira etapa do programa traçado por Emmanuel para a produção de livros por seu intermédio, imaginando ter terminado sua tarefa, Emmanuel lhe informou que a Espiritualidade havia “desapropriado” seu corpo, que iriam utilizar como bem entendessem. Perguntando por seu livre arbítrio, ouviu que estava cassado embora continuasse respondendo pelos seus atos. Indagando se ele recusasse e recuasse, escutou: “-Então, nós o jogaremos debaixo das rodas de um carro”.   LIÇÕES INESQUECÍVEIS -   A continuada convivência com a Espiritualidade, os anos vividos, as dificuldades superadas desenvolveram em Chico, uma percepção e capacidade de análise dos problemas da vida pautadas por profunda e incomum sabedoria. Na sequência, algumas destas joias. Com a palavra o inesquecível Chico:
  Tudo passa; só não passa o que deixamos passar... A crítica não sobrevive ao silêncio de quem trabalha. O mal age sem convicção”...
  “Discordar do que os outros dizem é natural, mas porque discordar atirando pedras? A verdade sempre se defendeu de mãos nuas. Temos tanto a fazer e ficamos perdendo tempo!”...
   “Nossas imperfeições são como uma onça selvagem. Por ainda não sermos virtuosos, de vez em quando precisamos jogar uma “carninha” para ela. (...) Tenho medo dos puritanos. Mas não esqueçam, é só uma carninha, senão...”.
  “A mediunidade nunca impediu o desempenho de minhas obrigações”...
 “Aceito o mundo e os homens como eles são, e continuo eu mesmo”...
  “Quanto mais os bons espíritos escrevem por nosso intermédio, fazendo luz, mais reconheço a extensão de minha ignorância pessoal”.
   “O bem que fazemos tem retorno garantido. Ninguém tem necessidade de praticar a caridade pensando em recompensa”.
   “Quem tudo suporta em silêncio – calunia, agressões, injúrias – conquista uma autoridade moral que faz calarem os opositores e transforma aversão em admiração”.
“Depressão se cura à custa de trabalho. às vezes, o remédio necessário, mas o trabalho indispensável sempre”.
  “Dos Espíritos desencarnados com os quais tenho tido oportunidade de conversar, nenhum está satisfeito com o que pôde fazer sobre a Terra; todos acreditam que deveriam ter se esforçado por um melhor aproveitamento do tempo”...
  “A prece sempre aponta o melhor caminho”...
  “Quem pede a Deus pelos seus desafetos, vai quebrando as vibrações negativas daqueles com os quais não se afina e desarmando o espírito para uma futura reconciliação – nem que seja na Outra vida”.
  “O menino que cresce longe do trabalho sofrerá sérios danos na formação do caráter”...
   “Não suportaríamos ouvir a verdade a nosso respeito”...
  “Existem falanges de espíritos interessados no atraso moral da Humanidade. Eles gostariam de fazer da Terra o seu habitat, o seu quartel general no Sistema Solar... São os opositores do Cristo!”.
   “As escolas precisam falar de Deus todos os dias. Isto é preciso fazer parte do currículo”.
   “Infelizmente, muitos daqueles que nos dirigem não querem enriquecer  apenas para esta vida: acumulam indevidamente tanto dinheiro, que nos dão a impressão de que querem ser milionários para a Eternidade”...
 “Ainda com o desvio de verbas publicas, se nos deixássemos inspirar pelo amor que nos devemos uns aos outros, ser-nos ia possível erradicar a miséria e combater a ignorância”...
  “Sobre a Terra, tudo é ilusão, tudo passa, tudo se transforma de um instante para outro. O que conta é o que guardamos dentro de nós; tudo mais há de ficar com o corpo, que se desfará em pó. Não vale a pena tanta luta por nada! Precisamos crescer interiormente, adquirir valores que sejam eternos. Uma simples célula cancerígena que nos apareça no corpo joga tudo no chão”...
  “Os espíritas no Brasil conseguiram uma proeza – tornar-se “inimigos íntimos”.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

...Provocaram Desabamentos,Com Plena Consciência...

O relógio marcava trinta minutos depois da meia noite do dia 18 de janeiro de 1974, quando o casal Luzia e Detzi de Oliveira foi despertado por violento estrondo que, praticamente, fez a cama em que dormiam tremer. Levantando apressados, se defrontaram com a indescritível cena de ver o quarto onde dormiam as três filhas e uma sobrinha do Rio de Janeiro que passava férias escolares em sua casa, soterrado por parte da parede de um dos andares do edifício que se construía ao lado de sua casa, na Rua Santos Dumont, 78, em Juiz de Fora (MG), para abrigar um hospital de Oncologia. Desesperadamente, auxiliados por vizinhos e, posteriormente, pelos bombeiros, no escuro da madrugada, lutaram durante algumas horas para remover o entulho, para, um a um, localizarem os corpos, já sem vida, de Ana Paula (9 anos); Jussara Maria (20 anos); Tereza Cristina (22 anos) e Marcia Dias Mattos ( 13 anos). Apesar das convicções espíritas, a dor daqueles pais não se fez menor que a de outros que de forma inesperada e violenta se veem privados da companhia dos filhos, e, sem conseguirem se equilibrar, passados dois anos, após uma viagem cansativa, chegaram a Uberaba (MG), sabedores que Chico estaria na cidade, dando cumprimento ao seu consolador trabalho. Era o dia 9 de fevereiro de 1976, uma sexta-feira, e por volta das 4 horas da tarde, o senhor Detzi abordou Chico, dizendo: “- Estou aqui à sua procura, trazendo minha esposa para você consolá-la um pouco e a mim também, pois perdemos uma filha em um desastre”. Comentaria depois, nem saber por que, disse uma e não três filhas e uma sobrinha. Talvez, pela perturbação em que vivia. O médium, com   naturalidade, apenas disse: “- Ah! Meu filho, para obter comunicações é muito difícil, o telefone não toca toda hora para mim”, e, em meio ao diálogo que se seguiu, perguntou: “- Você conheceu Isaltino Dias Moreira, de Juiz de Fora?”. O senhor Detzi ficou surpreso, pois, tratava-se de seu sogro, desencarnado 18 anos antes. Ante a confirmação, Chico continuou: “- Ele está presente, mas, não foram quatro meninas que desencarnaram juntas?”. Minha esposa, já emocionada com a informação da presença do pai, ouvindo Chico falar das quatro meninas, dominada por emoção mais forte, desatou a chorar. Solicitado a outro atendimento, Chico disse: “- Fiquem aí de lado que daqui a pouco vou conversar com vocês”. Instantes depois,  procurou no salão por minha senhora para perguntar-lhe: “- A sua filha mais velha chamava-se Tereza Cristina? Era Professora?”. Ante a crescente emoção minha e de minha esposa, continuou: “- Ela está aqui presente, foi trazida pelas mãos de seu pai Isaltino Dias Moreira, segundo me diz Emmanuel ao ouvido. Vocês aguardem aí, poderão obter o que desejam. Vamos aguardar”. Esperamos e, na reunião daquela noite, recebemos das mãos de Chico a ansiada carta, recebida em meio a outras, assinada por Tereza Cristina, surpreendendo-nos ainda mais, com citações de nomes e fatos por nós desconhecidos. Logo no início, a comunicante diz: “- Estou num momento difícil. É verdade que temos estado juntos. De outras vezes separados pelas impressões. Unidos na mesma luz de confiança na prece. Agora, porém, meu avô Izaltino me encoraja a escrever. “- É preciso que sua mãe saiba de tudo, que vocês não morreram, diz ele”. Mais à frente, lembrando os derradeiros momentos em nossa dimensão, conta: “- “Creiam, no entanto, que a dor mesmo, a dor dos acidentes terrestres, como a imaginamos, não sentimos. Um choque como se uma dinamite rebentasse sobre nós, e depois do choque com o anseio inútil de me levantar, um torpor que não sei descrever”. O torpor citado, consiste no estágio comum a todos no fenômeno da morte física citado por Allan Kardec na abordagem sobre O PASSAMENTO no livro O CÉU E O INFERNO. Tereza prossegue: “- Depois de algum tempo, que igualmente não sei calcular, chegaram pessoas. Meu avô Izaltino e meu avô Militão se mostraram a mim, dando-se a conhecer. Um senhor de nome Histórico estava com eles e nos amparava. Outra senhora de nome Ernestina, creio que Milagres, Ernestina Milagres, me acalmava. Deram-nos passes e oraram”. Mais uma vez a mediunidade de Chico confirma a revelação contida na questão 160 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, segundo a qual no processo de desencarnação somos amparados por familiares, amigos e acompanhados por técnicos especializados no desligamento corpo espiritual/corpo físico. Continuando, Tereza lembra: “- Acordada, notei que as irmãs dormiam ainda. Fomos removidas e tratadas, e estamos por enquanto no Hospital-Escola, em que aprendemos reajuste e serenidade. A gente aí no mundo toma aulas de matemática, de línguas, disso e daquilo... Pois aqui somos matriculados em paciência, esperança, fé em Deus e em nós mesmos, tantas matérias com as quais no corpo da terra nem mesmo sonhamos. Estamos bem. Não chorem mais. Papai, tudo vai ser feito pelo melhor”. Noutro trecho, um comentário importante: “Agora, depois de alguns meses aqui, já consegui alguns ensinamentos e experiências sobre passado e reencarnação. Não me peça agora qualquer apontamento mais amplo sobre o assunto. Posso, no entanto, dizer que em outros tempos, algumas vezes, pessoas cultas e nobres provocaram desabamentos, com plena ciência de que agiam contra as leis estabelecidas pela Justiça Divina”.  Na postagem de 15 de junho, incluímos interessante revelação sobre os “milhões de Espíritos que através da morte violenta na atualidade, buscam livrar-se de registros de mortes violentas impostas a si e a outrem, em encarnações passadas”. Confirmando a presença junto aos familiares remanescentes dos que se ausentaram de nossa dimensão, do ponto de vista físico, noutro ponto de sua mensagem Tereza comenta: “- Mãezinha, o nosso maior receio, a princípio, foi o de que a senhora, viesse para cá por conta própria. Vimos o seu desejo de tudo deixar aí para acompanhar-nos. Reconheço que a formação cristã que a senhora recebeu não lhe permitia pensar no suicídio, mas aquele anseio de reencontro era perigoso. Hoje, ficaremos mais tranquilas. É preciso lutar, mamãe, suportar as nossas provas e abençoar todas elas”. Nessas palavras de Tereza, impressas nas páginas do livro ENXUGANDO LÁGRIMAS (ide), terminamos, propondo uma reflexão sobre “suportar as nossas provas e abençoar todas elas”.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Gente Famosa e os Fenômenos Paranormais

Acontecimentos considerados fora da normalidade – por isso, paranormais – marcam a vida de muitas pessoas, por vezes, casual e inesperadamente, outras em momentos críticos de suas vidas, em nossa Dimensão. Um pressentimento, uma intuição, um sonho, súbito mal estar ou o surpreendente comentário de um desconhecido com que cruzamos, levam-nos a refletir ou agradecer pelo alerta com que fomos poupados de acidentes ou até da morte. Questionando as entidades que o auxiliaram na elaboração d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec, na questão 522, obteve o esclarecimento de que estes fatos tanto podem representar o conselho íntimo e oculto de um Espírito que nos quer bem, como a conservação em nosso mundo interior de impressão de acontecimentos marcantes pelos quais temos de passar como provas, despertadas quando se aproxima o momento de se efetivarem. Comentando as revelações que incluem outras perguntas, pondera o Codificador: “- Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos pela voz da consciência, que fazem falar em nós. Mas, como a isso nós não ligamos sempre a importância necessária, nos dão de maneira direta, servindo-se das pessoas que nos rodeiam. Que cada um examine as diversas circunstâncias, felizes e infelizes, de sua vida e verá que em muitas ocasiões recebeu conselhos que nem sempre aproveitou e que lhe teriam poupado desgostos se os houvesse escutado”.  Várias celebridades tem registradas em algumas de suas biografias, passagens muito curiosas. No campo da música erudita, George Frieddrich Haendel, o autor do famoso oratório O MESSIAS, antes de executá-lo pela primeira vez, num impulso irresistível, disse: “- Este trabalho é obra de alguém fora de mim mesmo e eu nunca poderei aceitar um único níquel por ele ou advindo dele, pois não me pertence. Quando vier a render, esse produto deverá sempre ser revertido em benefício dos sentenciados e dos enfermos, pois que eu estava doente e me curei, era um prisioneiro e me libertei”. Efetivamente, os que viviam em sua intimidade contam que Haendel, durante 21 dias, ficara sem sair de seu quarto, praticamente sem se alimentar; erguendo-se ocasionalmente, andando de um lado para o outro; cantando esporadicamente, uma linha melódica, batendo o compasso com as mãos, vendo-se em seu olhar um expressão longínqua e estranha. Perdera totalmente a noção do tempo, não distinguindo o dia da noite, como se tivesse tomado de um poder criativo febril e fervoroso, tal seu arrebatamento, segundo apurou o historiador alemão Stefan Zweig. No mundo da política, no livro REMINISCÊNCIAS DE ABRAHAM LINCOLN, consta um relato do grande presidente norte americano, dizendo: “- Há cerca de três dias atrás, recolhi-me tarde. Não podia ter estado na cama por muito tempo, quando caí num cochilo, pois estava cansado. Logo comecei a sonhar. Parecia haver, ao meu redor, uma quietude semelhante à morte. Então, de repente, ouvi soluços abafados, como se muitas e muitas pessoas estivessem chorando. Pensei que deixava minha cama e vagava lentamente, no andar inferior. Lá o silêncio era quebrado pelos mesmos soluços lamentosos, mas os que pranteavam estavam invisíveis. Fui de sala em sala; nenhuma pessoa viva estava à vista, mas os mesmos sons entristecedores, de sofrimento, seguiram-me enquanto eu ia passando”. Detalhando com minúcias suas impressões, acrescenta que, por fim, “chegou à Sala Leste, onde se deparou com um cadafalco, sobre o qual repousava um cadáver embrulhado em vestes mortuárias, rodeado por soldados e uma multidão de pessoas, algumas olhando tristemente para o cadáver, cuja face estava coberta; outros chorando lastimosamente. Perguntando quem estava morto na Casa Branca, obteve como resposta, “- O Presidente, ele foi morto por um assassino!”., partindo da multidão, uma ruidosa explosão de dor que o acordou do sonho, que alguns dias tornar-se-ia realidade. No meio literário, João Guimaraes Rosa, um dos mais lidos escritores brasileiros, falando sobre suas obras, escreveu: “- Talvez seja correto confessar como tem sido que as estórias que apanho diferem entre si no modo de surgir. À BURITI (NOITES DO SERTÃO), por exemplo, quase inteira assisti, em 1948, num sonho duas noites repetidos. CONVERSA DE BOIS (SAGARANA), recebi-a, em amanhecer de sábado, substituindo-se a penosa versão diversa, apenas também sobre viagem de carro-de-bois e que eu considerava como definitiva ao ir dormir na sexta. A TERCEIRA MARGEM DO RIO ( PRIMEIRAS ESTÓRIAS), veio-me na rua, em inspiração; pronta e brusca, tão ‘de fora’, que instintivamente levantei as mãos para pegá-la, como se fosse uma bola vindo ao gol e eu o goleiro. CAMPO GERAL (MANUELZÃO E MIGUILIM) foi caindo já feita no papel, quando eu brincava com a máquina, por preguiça e receio de começar de fato um conto, para o qual só soubesse um menino morador à borda da mata e duas ou três caçadas de tamanduás e tatus; entretanto, logo me moveu e apertou, e, chegada ao fim, espantou-me a simetria e ligação de suas partes”. No mundo das artes, Elizabeth Taylor, quando filmava Cleópatra foi acometida por agudíssima traqueostenose, sendo internada num hospital, onde passou muito mal, a tal ponto que muitos amigos tinham a impressão de que ela chegara ao fim. A famosa atriz contou ter, nessa ocasião, vivido uma experiência estranha: a de que se separou de seu corpo. “-Eu não estava na cama e nem tampouco presa ao meu corpo, disse ela. “-Olhava a mim mesma como se aquela criatura pálida e de cabelos escuros fosse alguém extremamente parecida comigo. Senti que estava em outro lugar, flutuando e observando os acontecimentos. Havia dois ‘EUs’, a pessoa na cama, que estava morrendo e outra pessoa que se sentia um pouco estranha, porém, muito bem! Esta segunda era muito mais eu mesma. Jamais me esquecerei desta experiência”. No campo da ciência, Albert Einstein, segundo biografia de Dimitri Marianov, escritor russo que acabou se casando com sua filha, conta que “ao ser proclamada à vista das provas a exatidão de suas teorias, afirmou não ter necessidade de provas, revelando que, certa noite, desesperado, em face dos mistérios insondáveis, pretendia abandonar seus trabalhos. Com impressionante precisão, diante de seus olhos espirituais, delineou-se a imagem perfeita do Universo, com sua complexa estrutura, no tempo e no espaço; readquirindo a paz, a convicção, a certeza de que andava em caminho certo. Imediatamente escreveu, explicando essa visão, organizando mapas onde desenhou com a máxima exatidão todas as figuras em suas diferentes movimentações, de maneira que qualquer pessoa pudesse tudo compreender”. Como ocorre com qualquer um de nós, por serem gente como a gente, personalidades públicas vivenciam - ou vivenciaram - ao longo de suas existências neste Plano, experiências que confirmam a influência ou interferência do Mundo Espiritual, fatos logica e racionalmente explicados, até agora, somente pelo Espiritismo, justificado por Allan Kardec, no comentário: -“ Assim como a ciência estuda os fenômenos do mundo material, o Espiritismo tem por objeto o estudo dos fenômenos que se passam no mundo dos Espíritos e na inter-relação entre os dois aspectos de uma realidade única”.   

sábado, 23 de junho de 2012

Interessante Alerta

Desde que, em 1941, o médium Chico Xavier passou a conviver com o espírito que depois passaria a chamar André Luiz, a afinidade entre ambos permitiu que ao iniciarem a tarefa de produzir uma série de livros com a finalidade de despertamento, resultasse, de forma surpreendente e rápida do trabalho, reconhecido hoje, como altamente revelador.  Em poucos anos, quatro verdadeiras reportagens nos conduziram para uma realidade até então indefinida e abstrata. NOSSO LAR, OS MENSAGEIROS, MISSIONÁRIOS DA LUZ e OBREIROS DA VIDA ETERNA, obras substanciais, surgindo como uma fonte de agua cristalina, capaz de saciar a sede de todo aquele que se vê perdido no deserto da ignorância espiritual que caracteriza a Humanidade. Detalhes curiosos envolveram algumas delas, bem como o médium, Chico pela dificuldade criada por ele para reproduzir as descrições do autor espiritual, foi levado por este e Emmanuel a visitar área periférica da colônia espiritual; MISSIONÁRIOS DA LUZ teve sua recepção suspensa por vários dias, pois os Instrutores que supervisionavam o trabalho de André consideraram importante se reunir para examinar se ele poderia ou deveria apresentar certas teses no livro, notadamente no capítulo REENCARNAÇAO. E, justamente nesta obra encontramos, entre inúmeras outras, reveladora informação. É justamente no capítulo 12, em que André após se surpreender ouvindo conversa entre o Instrutor Alexandre e um amigo que o solicita intervir no processo que objetivava o reencarne de outro amigo comum de nome Segismundo. Indagando a respeito, depois dos esclarecimentos, Alexandre sugere uma visita ao Instituto especializado no encaminhamento de programas reencarnatórios da Colônia Nosso Lar, em torno da qual giram todas as narrativas de André, exceção da apresentada n’ E A VIDA CONTINUA. Descrevendo-a como imponente instituição, movimentado centro de serviço de vários prédios e numerosas instalações cercadas por árvores acolhedoras e extensos jardins. No interior, outras surpresas o impressionaram como iluminados protótipos de corpos masculino e feminino, as dependências consagradas aos serviços de desenho, onde pequenas telas, demonstrando peças do organismo humano, estavam ordenadas em todos os recantos,  a intensa movimentação de pessoas que ali trabalhavam, outras portando pequenos rolos semelhantes a pergaminhos que, saberia depois, eram pequenos  mapas de formas orgânicas, elaborados por orientadores do Plano Espiritual, especializados em conhecimentos biológicos da existência terrestre, estabelecendo planos adequados para fins essenciais conforme o graus de adiantamento do futuro reencarnante. Instigantes apontamentos André recolheria do contato com Manasses, um dos técnicos com que conversou sobre as atividades ali desenvolvidas. Manasses, segundo André, era um livro ambulante, cujos pareceres e informes traduziam ensinamentos. Um deles, sobre os determinantes de inúmeras quedas na dimensão em que nos encontramos. Oferecem elementos para reflexões e auto-avaliações. Esses caminhos que, muitas vezes, se constituem em desvios dos objetivos pelos quais voltamos a esse Plano, são a riqueza já que excesso de recursos nos torna acomodados ou distraídos quanto aos objetivos essenciais da vida; a inteligência que nos torna geralmente refratários às ideias de espiritualidade ou Deus; a beleza que nos entorpece sentimentos e o discernimento pela fixação no ‘eu’ inferior e, por fim, a autoridade que nos faz ilusoriamente sentirmo-nos superiores e mais poderosos que os semelhantes. Na visita, André recolhe alguns exemplos importantes como o de Silvério, que após 15 anos de trabalho nas atividades de auxílio mantidas por Nosso Lar, regressaria à nossa Dimensão para a liquidação de determinadas contas assumidas perante as Leis Cósmicas. A insegurança, porém o perturbava, sobretudo pelo esquecimento do passado, bem como pela restrição de um defeito na perna que autorizara no projeto do novo corpo de que se serviria na encarnação prevista em 70 anos, já que precisava de um antídoto à vaidade que lhe competia combater por quedas em vidas anteriores. O outro caso referia-se Anacleta, também reconhecida cooperadora na Colônia Espiritual, que retornaria brevemente à existência física para auxiliar quatro entidades - três rapazes e uma moça -, há mais de quarenta anos presas às regiões abismais das zonas inferiores, na verdade, filhos que não soubera encaminhar bem na existência anterior na condição de mãe. O terceiro caso, o de um Espírito que procura Manasses para que interviesse no projeto físico para ela elaborado pois, desejava alterações no seu sistema endócrino, particularmente que a tiroide e as para-tiroides não estivessem tão perfeitamente delineadas, já que as formas físicas sedutoras a exporiam à quedas em que não queria reincidir. O quarto caso, o de um amigo de Manasses cujo projeto previa algumas anormalidades na região gástrica através das quais, por fim, se liberaria de registros em sua memoria profunda nascidos de homicídio praticado há mais de 100 anos, assassinando um pobre homem a facadas. Pelo retrospecto, a vitima desencarnada logo a seguir, ligou-se fortemente a ele, e da semente do crime, que o infeliz assassino plantou num momento, colheu resultados terríveis por muitos anos. O ódio recíproco operando igualmente vigorosa imantação, favoreceu a vingança dele, todos os dias, devagarinho, através de ataques sistemáticos do pensamento mortífero. Quando o homicida desencarnou, por sua vez, trazia o organismo perispiritual em dolorosas condições, além do remorso natural que a situação lhe impusera. Arrependeu-se do crime, sofreu muito nas regiões purgatoriais e, depois de largos padecimentos purificadores, aproximou-se da vítima, beneficiando-a em louváveis serviços de resgate e penitência. Cresceu moralmente, tornou-se amigo de muitos benfeitores, conquistou a simpatia de vários agrupamentos do Plano Espiritual, obtendo preciosas concessões. Entretanto, a dívida permaneceu. O amor, contudo, transformou o caráter do trabalho de pagamento. Ao voltar à Esfera Física, não precisará desencarnar em espetáculo sangrento, mas onde estiver, durante os tempos de cura completa, experimentará desgostos, em virtude do sofrimento físico pertinaz, lutará incessantemente, desde a eclosão da úlcera até o dia do resgate final no aparelho fisiológico, atingindo, mais tarde, a plena libertação, se se mantiver fiel aos compromissos novos. Pelos casos aqui vistos, percebe-se quanto temos ainda a aprender sobre as variáveis que compõem o tema vida antes da concepção do novo corpo a ser utilizado em nossa Dimensão.       

terça-feira, 19 de junho de 2012

Papo de Religião?

Em recente reunião em que a interação se faz através da dinâmica pergunta/resposta, uma participante pediu-nos a opinião sobre avaliação de um dos expositores da RIO+20 que o crescimento dos níveis populacionais da Planeta vão  tornando cada vez mais difícil a sobrevivência da espécie humana pela escassez de alimentos. Na verdade, esse prognóstico acompanha a Humanidade desde o século passado. Os estudiosos da Economia, de forma recorrente, retomam essa tese. O que acontece é que o aceleramento das mudanças típicas das épocas de transição pela qual passa o Planeta periodicamente - ao que parece a cada 20 séculos -, precipitaram nossa sociedade nessa dimensão, aos mesmos problemas observados, por exemplo, no tempo em que se iniciou a Era Cristã. Corrupção, inversão de valores, opressão, exploração do homem pelo homem, guerras, etc... Todas as análises que eventualmente façamos, revelam que se baseiam apenas em efeitos, preferindo-se ignorar as causas. Se observarmos o mapa da Terra, por exemplo, perceberemos que o hemisfério sul que abrange os continentes sul-americano, africano e Oceania, possui inúmeras áreas desabitadas e ociosas, compreendendo imensas extensões territoriais. Isso sem considerar aquelas   que vem sendo aceleradamente desmatadas. Através de Chico Xavier, em 1956, o Espírito Emmanuel, em interessante entrevista resgatada pelo querido  amigo Eduardo Carvalho Monteiro e preservada na obra SALA DE VISITAS DE CHICO XAVIER (eme), comentou: “-(...) A Europa, superalfabetizada, se encontra num carma de débitos clamorosos, à frente da Lei (de Causa e Efeito), em dolorosa expectação, para o reajuste moral que lhe é necessária. Aqui mesmo, no Brasil, uma nação com  capacidade de asilar 900 milhões de habitantes, em quatrocentos e alguns anos de evolução ( lembramos, dito em 1956), mal estamos, os Espíritos reencarnados na terra em que temos a bênção de aprender, de recapitular a lição do Evangelho, mal estamos passando das faixas litorâneas, serviços imensos esperam por nossas almas no futuro próximo”. Pouco mais de meio século nos separam do dia em que tal comentário/prognóstico foi enunciado, a colonização do Brasil se interiorizou e a Europa efetivamente mergulha cada dia mais num processo político/social/econômico de desfecho imprevisível. Curiosamente, quando o jornalista Clementino de Alencar, enviado pelo jornal ‘O Globo’ a Pedro Leopoldo (MG), para investigar “o tal” Chico Xavier e a possível “farsa” por traz das crônicas mediúnicas do renomado escritor Humberto de Campos, morto meses antes, bem como, das poesias assinadas por importantes nomes do nosso mundo literário, enfeixadas no livro PARNASO D’ALÉM TÚMULO (feb), entre as reportagens com que alimentou o diário durante dois meses, incluiu na edição de 19 de junho, três respostas à perguntas formuladas por um estudioso em assuntos financeiros radicado na cidade de Sete Lagoas, MG. Vale ressaltar que Chico era um jovem de 25 anos, repetente do quarto ano primário, sempre vivera no remoto lugarejo onde renascera, trabalhava como balconista num boteco, muito longe dos meios intelectuais e culturais que lhe permitissem elaborar argumentos com tanta propriedade. Tais opiniões, surpreendentemente, foram dadas pelo Espírito chamado em sua mais recente encarnação Joaquim Pedro d’Oliveira Martins (Lisboa,1845/1894), político e cientista social português. No conteúdo das mesmas, um diagnóstico perfeitamente aplicável aos problemas atuais, não só no nosso País, como em várias nações. Entre outros pontos, o citado escritor, considerava que “todos os obstáculos à normalidade da vida econômica dos povos são oriundos da ausência de senso administrativo dos governos, que enveredam pelo terreno da política facciosa, prevalecendo as diretrizes pessoais de personalidades ou grupos em evidência”.  Sugerindo a união de esforços, conclui que “quando a economia for dirigida por esse corpo de mentalidades proficientes e conscienciosas, que deverão permanecer alheias aos conciliábulos de individualidades que transformam, às vezes, os recintos parlamentares em verdadeiros palcos de teatro jurídico onde se exibem os profissionais da palavra, constatar-se-a que a economia deve ser dirigida com superioridade”. Complementando sua resposta, o intelectual, disse: “-Fugindo dos temas temporários da política, o homem necessita convencer-se de que a única coisa real da vida é a sua alma. Tudo o mais que o rodeia reveste-se de caráter de transitoriedade”. Exatamente por isso, reafirmamos que as avaliações fixam-se sempre mais na superfície que na profundidade. O planeta é um grande condomínio, onde somos aqueles inquilinos que não respeitam o patrimônio alheio. Dias atrás, por sinal, assistindo a inteligente programa de televisão, ao encerramento,   diante da mensagem final dos entrevistados, dois especialista no tema criminalidade juvenil, que sugeria uma flexibilização da postura social – doar uma hora que fosse, por semana para causas sociais - das classes economicamente mais favorecidas, enclausuradas geralmente nos shoppings e condomínios de luxo, a experiente entrevistadora, habitualmente  impassível, deixou  transparecer certa indignação ante tal sugestão. Por traz da inesperada reação, comum, por sinal, à maioria, a origem do problema identificável em todos os seres humanos: o egoísmo, sempre acompanhado do orgulho que nos impede enxergar ou admitir o primeiro. A raiz do ‘cada um com seus problemas’. Ninguém quer deixar ou abrir mão de sua zona de conforto, reagindo contra quem ameaça-lo ou coloca-lo em risco. Se, por extensão, buscarmos tentar entender por que alguém persegue cargos eletivos; no exercício do poder público cede aos corruptores; porque os meios de comunicação de massa manipulam a informação atendendo a interesses econômicos ou políticos; porque uns acham seus familiares ou filhos melhores ou superiores aos dos outros; porque acho minha carreira, cargo, formação merecedora de reconhecimento financeiro maior que o do meu colega de trabalho; porque digo que a solução do problema social é problema do governo, etc, encontraremos sempre a mesma resposta: o binômio egoísmo/orgulho. O equivocado infrator da lei, num sentido profundo, é nosso irmão. Seu comportamento de hoje, talvez tenha sido o nosso ontem, admitida e reencarnação. Ou venha a ser amanhã. Afinal, quem “pode atirar a primeira pedra?”. No que se refere a nossa morada no Sistema Solar (assista ao documentário francês Home - A Terra é a Nossa Casa/2009), parafraseando, importante estadista, no discurso de posse que, certamente alguém escreveu para ele: não devemos perguntar o que nosso planeta ainda deve fazer por nós, mas o que nós devemos fazer por ele”. Retórica bonita, contendo profunda mensagem. Especialmente neste crucial momento vivido pela Humanidade da Terra que nos últimos duzentos anos, sofreu todo tipo de exploração de seus recursos naturais a ponto de muitas regiões não se dispor mais nem de água para a sobrevivência dos seus habitantes . A tecnologia cria, a todo momento, possuindo meios inimagináveis outrora ( veja o documentário alemão Zeitgeist, primeira versão/2007), capazes de melhorar não só a vida de alguns, mas dos milhões que passam (ou morrem) de fome, moram mal, vestem-se precariamente, vivendo em condições sub-humanas. Por que? Embora não queiramos enxergar ou admitir, pela mesma resposta: egoísmo e orgulho. E, nesse aspecto, não se trata da visão religiosa do tema, apesar de muitos nestes tempos de capitalismo insano, acreditarem ser preferível pagar a religiosos astutos e ambiciosos pelos ‘favores’ de Deus ou Jesus. A questão é  dos seres  humanos acordarem para a própria espiritualidade lidando com a intuição e trabalhando para ampliá-la. Não apenas na postura contemplativa, mas na dinâmica do relacionamento e convivência com o próximo, seja qual for o papel por ele desempenhado em suas vidas. Saber viver, tendo auto estima, autenticidade, amadurecimento, respeito, amor próprio, gratidão, plenitude. Sorrir mais, abraçar mais, apertar mais vibrantemente a mão que se lhe estende, criticar menos, elogiar mais, enfim, esforçando-se para ser hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje. Paulo,o Apóstolo, falando de si numa de suas cartas, sintetizou, indiretamente, o roteiro para alcançarmos a felicidade: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha”. E,no século 19, através da mediunidade prognosticou: Fora da Caridade Não Há Salvação". Por fim, em alguns comentários, Chico Xavier nos deixou grandes ensinamentos: “- O exemplo é uma força que repercute, de maneira imediata, longe ou perto de nós.(...) Sobre a Terra, tudo é ilusão, tudo passa, tudo se transforma de um instante para outro. O que conta é o que guardamos dentro de nós; tudo o mais há de ficar com o corpo, que se desfará em pó”.  (...) Infelizmente, muitos daqueles que nos dirigem não querem se enriquecer apenas para esta vida: acumulam indevidamente tanto dinheiro, que nos dão a impressão de que querem ser milionários para a eternidade”. (...) “Ainda com o desvio de verbas públicas, se nos deixássemos inspirar pelo amor que nos devemos uns aos outros, ser-nos-ia possível erradicar a miséria e combater a ignorância”. (...) “Tudo passa, mas o remorso faz com que o tempo pare dentro da gente. O relógio não espera ninguém, mas a consciência culpada se recusa a avançar. Muitos espíritos, do ponto de vista mental, permanecem presos ao passado”.       

domingo, 17 de junho de 2012

História Confirma: Questão de Tempo


Quando, em 1976, foram divulgadas as primeiras fotos obtidas pelas naves espaciais Viking 1 e 2, enviadas a  Marte para fazer prospecções sobre aquele planeta, uma das revistas da época publicou com destaque em sua edição de 29 de agosto, uma matéria intitulada  “A Nasa não sabe de nada...”, expondo grande foto de  paisagem marciana muito semelhante a alguns desertos da Terra, aproveitando para ironizar  mensagem psicografada pelo médium Chico Xavier, em 1939, onde Humberto de Campos,  o ainda famoso cronista desencarnado em dezembro de 1934, revela, que, a exemplo das excursões comuns entre nossos continentes e cidades, teria participado como Espírito de uma que o levara ao vizinho do sistema solar. Lá, segundo ele, além de uma atmosfera que permitia aos visitantes uma sensação de extrema leveza, divisou cidades fantásticas pela sua beleza inaudita, cujos edifícios, de algum modo recordavam a Torre Eiffel ou os mais ousados arranha-céus de Nova Yorque. O relato contido no livro NOVAS MENSAGENS (feb,1938), é extenso, minucioso em vários sentidos, “terminando pelo testemunho de uma palestra em praça pública onde após a visualização da Terra, observada de lá como uma estrela cuja claridade se percebia em meio a reflexos trêmulos e tristes através de potentes equipamentos, um dos expositores exortou todos os presentes a vibrarem e orarem em favor dos seres que a  habitam ( à época iniciava-se a Segunda Guerra Mundial), cuja ciência estava longe de entender as vibrações mais elevadas do Espírito; nos quais os vícios de uma falsa cultura casavam-se aos vícios das religiões convencionalistas, que não cogitam das causas profundas, provocando desequilíbrios na personalidade terrestre”. Ouvido sobre a reportagem pelo jornalista Fernando Worm, Chico comentou que “é possível que as teses apresentadas pela Ciência venham a prevalecer, até mesmo por muito tempo, quanto ao assunto, considerando as mensagens psicografadas por obras de ficção. Isso, porém, não invalida a realidade de que possuímos vida espiritual intensa em regiões que o homem físico designe como despovoadas. E isso acontece porque, por enquanto, as observações humanas, mesmo ampliadas por instrumentação de alta potência, apenas atingem a faixa de matéria em que nos achamos situados no Plano terrestre”. Disse ainda que, “em 1943, quando iniciou a psicografia dos livros do Espírito André Luiz, teve que ser levado no desdobramento natural do sono pelo autor e pelo orientador Emmanuel a visitar uma área periférica da Colônia Espiritual para que não criasse tanta dificuldade em repassar para o papel o conteúdo da narrativa. Passou então a reconhecer que a matéria se caracterizava por diferentes gradações e compreendeu que, em torno de paisagens cósmicas, sejam elas quais sejam, podem existir cidades e vida comunitária, em condições que nos escapam, por enquanto, ao conhecimento condicionado de espíritos temporariamente encarnados na existência física”. Acrescentou que Nosso Lar, situa-se no Plano Espiritual, sobre o norte do Rio de Janeiro; as regiões descritas no E A VIDA CONTINUA (feb), sobre o lado norte da cidade de Santos, indagando, por fim,  quais os aparelhos que as registram? A lente humana é o olho humano ampliado”. E, este  limitado ao nosso campo mental ajustado às impressões que somos capazes de perceber”. A propósito, Allan Kardec quando perguntou à Espiritualidade se existiria vazio  absoluto em alguma parte do espaço Universal, obteve como resposta que “não, nada é vazio. O que é vazio para ti, está ocupado por uma matéria que escapa aos teus sentidos e aos teus instrumentos”, conforme registrado na questão 36 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS e, na 85, onde indagando sobre, na ordem das coisas entre o Mundo Espiritual e o Mundo Corporal, qual seria o principal, ouve que “ o mundo espiritual; ele preexiste e sobrevive a tudo”.  Quando da recepção da mensagem de Humberto, a Física Quântica nascia; por ocasião da reportagem da década de 70, a Teoria da Cordas que, matematicamente e por experiências em laboratórios de alta energia, confirma a existência de Universos Paralelos - os Multiversos -, mantinha-se restrita a alguns meios acadêmicos e, agora no século 21, considera na avaliação de alguns de seus seguidores, ser nossa realidade virtual, estando a original, num Universo Paralelo. E, a história, aliada ao tempo, perseverança e trabalho, confirmou que o "irônicos" que desdenharam as teses de Colombo, Copérnico, Fleming, Pasteur, Marconi, dos que idealizaram o computador, o telefone celular, o telescópio Huble, entre outras revolucionárias ideias, foram levados pela esteira do tempo para o lugar merecido: o esquecimento, enquanto os ‘ridicularizados’ mudaram a existência na Terra. Sobre a vida em outros Planetas, André Luiz, nas obras da serie NOSSO LAR (feb), nos repassaria várias informações, como em OS MENSAGEIROS (feb), onde, o Instrutor Aniceto comenta que “em visita à Colônia Alvorada Nova, situada em esferas vibratórias mais altas, ficou sabendo que avançados núcleos de Espiritualidade Superior, dos planetas vizinhos, desde as primeiras declarações da Segunda Guerra, determinaram providências de máxima vigilância, nas fronteiras vibratórias mantidas com a Terra”; n’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), que “um Espírito de nome Asclépios que se manifesta numa reunião à que André estava presente através de equipamento especial considerando sua condição evolutiva superior, e, apesar disso, ansiava por integrar-se no quadro de representantes de nosso orbe, junto às comunidades que habitam, por exemplo, Jupiter e Saturno”; n’ ENTRE A TERRA E O CÉU (feb,),  que cada degrau da vida está superlotado por milhões de criaturas” e, que “a Humanidade Universal, nos infinitos mundos da grandeza cósmica, está constituída por criaturas, em diversas idades e posições”; em entrevista no ANUARIO ESPIRITA 1964 (ide), que “Espíritos muito superiores originários de outros Planetas, com frequência reencarnam na Terra a fim de colaborarem na educação da Humanidade, enquanto outros inferiores costumam nela sofrer curtos ou longos períodos de exílio das comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto, a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo”. Os jornalistas citados, talvez não soubessem, mas alguns anos antes das revelações de Humberto de Campos, discretamente a mãe biológica de Chico Xavier na atual existência, Maria João de Deus, detalha n’ CARTAS DE UMA MORTA (lake,1935), uma visita que teria feito a Saturno e Marte guiada por Benfeitor que a acompanhava, fazendo uso do recurso da volitação, processo descrito por André Luiz no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb,1958), como possibilidade de condução e movimento efetivamente não sonhados, já que o pensamento contínuo e a atração,(...) não mais encontram certas resistências peculiares ao envoltório físico”. Embora não fosse foco principal das reuniões do verdadeiro laboratório em que se converteu a Sociedade Espírita de Paris, fundada em 1858, por Kardec, permitindo a observação e pesquisa continuada do fenômeno mediúnico, bem como a manifestação de centenas de Espíritos aos longo dos doze anos sob a direção do Codificador do Espiritismo, surpreenderam manifestações como do Espírito conhecidos por nós como o grande compositor Mozart, habitante à época de Jupiter, cuja casa chegou a ser desenhada pelo Espírito Bernard Palissy, através do médium Victorien Sardou; de outra entidade de nome Georges que falou sobre a vida em Vênus; ou mesmo, do grande cientista e explorador alemão Alexandre Von Humboldt, evocado nas reuniões de 13 e 20 de maio de 1859, dias após sua morte em Berlim, Alemanha, e trazido pelo dirigente espiritual do grupo que se reunia na Sociedade, revelando dados instigantes como “ter sido escolhido entre numerosos candidatos à missão que desempenhou na Terra”( Humboldt percorreu a América e Ásia, fazendo estudos filosófico-naturalísticos do Globo, resumidos em sua obra COSMOS, caracterizada pela beleza das descrições e perfeição da linguagem, além de haver aplicado o método cartográfico ao estudo da distribuição dos fenômenos  geográficos e climáticos), além de dizer que antes de aqui reencarnar vivia em mundo superior à Terra, distante, embora pertencente ao nosso Sistema Planetário, desconhecido e invisível para nossos instrumentos de observação por não ser luminoso nem refletir a luz dos sóis que o rodeiam, possuindo uma densidade comparada ao nosso globo de um para cem” . Talvez parte de um Universo Paralelo. Quem sabe?...  

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Todas as Vítimas de Tragédias Estão Anulando Carmas?

Acidentes de Trânsito, queda de aviões, terremotos, inundações, tsunamis, furacões, como a mídia estampa, a todo o momento, resultam na morte de algumas a centenas de pessoas diariamente na Terra. Será que todos os que perecem estavam marcados para se tornar vítimas? Buscando respostas, com a mente aberta, livre de preconceitos, podemos encontra-las a partir da informação contida na questão 853 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, segundo a qual “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou por outro, não podeis dele vos livrar”, complementada pela seguinte, se ante qualquer perigo que nos ameace, não morreremos se nossa hora não chegou: “-Não, não morrerás, e tens disso milhares de exemplos. Mas quando chegar a tua hora de partir, nada te livrará”. Mas, e no caso de mortes coletivas? Essa lógica prevaleceria? Respondendo à pergunta formulada por algumas dezenas de presentes na reunião pública de 28 de fevereiro de 1972, em Uberaba (MG), sobre “porque Deus, sendo a Bondade Infinita, permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos grandes incêndios”, o Espirito Emmanuel esclareceu: “-Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio. Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla”. Exemplificando, traça alguns dos perfis que agrupam várias pessoas nos processos de morte coletivas: “-Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos. Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos  a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras. Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas. Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”. Analisando do coletivo para o individual, sintetiza: “- Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir lhe as consequências”. Observando-se rapidamente o cenário mundial atual, encontramos os mesmos comportamentos sociais: Invasores ambiciosos, exploradores da comunidade, promotores de guerras, corsários incendiando cidades, subjugando grupos humanos indefesos, pretextando a luta contra o terrorismo, cedendo à corrupção no exercício de cargos públicos, resistindo a pressões para não abandonar o poder, nos conflitos raciais, nos grupos paramilitares dos países subdesenvolvidos da África, Américas Central e do Sul. Comentando estas explicações vertidas através de Chico Xavier, incluídas no livro CHICO XAVIER PEDE LICENÇA (geem), o filósofo e escritor José Herculano Pires acrescentou que “as leis da Justiça Divina estão escritas na consciência humana. Caim matou Abel por inveja e a sua própria consciência o acusou do crime. Ele não teve a coragem heroica de pedir a reparação equivalente, mas Deus o marcou e puniu. Faltava-lhe crescer em amor para punir-se a si mesmo. O símbolo bíblico nos revela a mecânica da autopunição cumprindo-se compulsoriamente. Mas, nas almas evoluídas, a compulsão é substituída pela compaixão”. Pondera ainda: “- Para a boa compreensão desse problema precisamos de uma visão clara do processo evolutivo do homem. Como selvagem ele ainda se sujeita mais aos instintos do que à consciência. Por isso não é inteiramente responsável pelos seus atos. Como civilizado ele se investe do livre-arbítrio que o torna responsável. Mas o amor ainda não o ilumina com a devida intensidade. As Civilizações Antigas (como o demonstra a própria Bíblia), são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. Nas civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam”. Sem ter relação direta com as considerações feitas, uma carta psicografada, entre outras, pelo médium Chico Xavier, em reunião pública no dia 15 de setembro de 1984, amplia nosso entendimento sobre o tema. Na verdade, era a segunda mensagem – a primeira transmitida quarenta e sete dias após sua morte - assinada pelo Espírito Luiz Roberto Estuqui Junior, desencarnado em quatro de janeiro daquele ano após o capotamento do carro que dirigia retornando da capital paulista para São José do Rio Preto (SP). Nela, o jovem tenta esclarecer indagações da mãe sobre porque motivo teria ele, seu único filho, sido chamado à Vida Espiritual, dizendo que seu tio João Fausto Estuqui, desencarnado oito anos antes em acidente aviatório, nas imediações de Votuporanga (SP, explicou que, “por amigos daqui, veio a saber que milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra ( TRANSIÇÃO PLANETÁRIA). E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros, no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perderam com frivolidades nas vidas que usufruíram. São muitos os companheiros que se retiram da Terra, compulsoriamente, das comodidades humanas em que repousavam, de modo a rematarem o resgate de certos débitos que os obrigavam a sofrer no âmago da própria consciência”. Num dos interessantes estudos contidos n’ OBRAS PÓTUMAS, Kardec, questionando a Espiritualidade sobre AS EXPIAÇÕES COLETIVAS, obtém do Espírito Claire Duplantier a informação que o estudo das Leis que o Espiritismo nos revela,  mostra que “podem aplicar-se, sem medo de errar, as Leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há  as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma Lei. O algoz, relativamente à sua vítima, quer   encontrar-se em sua presença no espaço, quer vivendo em  contato com ela numa ou em muitas existências sucessivas, até a reparação do mal praticado. O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias, o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais”. Comentando a resposta, Kardec diz a certo trecho de suas ponderações: “- Quem matou com a espada perecerá pela espada”, são palavras do Cristo, palavras que se podem traduzir assim: aquele que fez correr sangue verá o seu também derramado; aquele que levou o facho do incêndio ao que era de outrem, verá o incêndio ateado no que lhe pertence; aquele que despojou será despojado; aquele que escraviza e maltrata o fraco será a seu turno escravizado e maltratado, quer se trate de um indivíduo, quer de uma nação, ou de uma raça, por que os membros de uma individualidade coletiva são solidários assim no bem como no mal que em comum praticaram”. Como isso se processa, Emmanuel explica através de Chico Xavier na obra O CONSOLADOR, questão 250: “- Na provação coletiva verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais ‘doloroso acaso’, às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”. Mas, não podem haver erros, estando a pessoas no lugar errado, na hora certa do acontecimento? A palavra final, pertence ao Espírito da Verdade nas questões 738 (a/b) d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS: “- Durante a vida o homem relaciona tudo a seu corpo, mas após a morte pensa de outra maneira. Como já dissemos, a vida do corpo é um quase nada; um século de vosso mundo é um relâmpago na Eternidade. Os sofrimentos que duram alguns dos vossos meses ou dias, nada são. Apenas um ensinamento que vos servirá no futuro. Os Espíritos que preexistem e sobrevivem a tudo, eis o mundo real. (...) Os corpos não são mais que disfarces sob os quais aparecem no mundo. (...) Se considerássemos a vida no que ela é, quão insignificante em relação ao infinito, menos importância lhe daríamos. “Essas vítimas terão noutra existência uma larga compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem lamentar”.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Tudo Está Marcado Para Acontecer?

Aquele trágico acidente amplamente noticiado estaria previsto na vida de suas vítimas?  E a morte resultante do furto que surpreendeu a pessoa? Alguns dizem que sim, outros que não. No vasto acervo oferecido pelo Espiritismo para nossa reflexão, existem diversos pontos relacionados a este assunto. O primeiro, na resposta à abordagem sobre ESCOLHA DAS PROVAS, questão 259 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na qual Allan Kardec indaga às Entidades que o auxiliavam na composição do conteúdo da nova proposta que surgia, se “todas as tribulações da vida foram previstas e escolhidas por nós”, obtendo como resposta que “não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o que vos acontece no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de provas; os detalhes são consequência de vossas próprias ações. (...) Os detalhes nascem das circunstâncias e da força das coisas. Só os grandes acontecimentos, que influem no destino, estão previstos. (...) Se ao passar por uma rua, uma telha te cair na cabeça, não penses que estava escrito, como vulgarmente se diz”. O complemento desta resposta talvez esteja nas questões 843 e 844, da mesma obra, onde tratando do LIVRE ARBÍTRIO, Kardec ouve dos Espíritos que “tendo a liberdade de pensar, o homem tem a de agir. Sem o livre arbítrio seria uma máquina”, ressalvando, porém, que “há a liberdade de agir, desde que haja liberdade de fazer”. Anos depois, desenvolvendo raciocínios n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO em torno da afirmação BEM AVENTURADOS OS AFLITOS, contida no belíssimo SERMÃO DA MONTANHA, proferido por Jesus em Cafarnaum e preservado no capítulo 5,6 e 7 do Evangelho de Matheus, Kardec explica existirem aflições derivadas de causas da vida atual e, as de vidas anteriores. Sobre as recentes, expõem em seu comentário: “- Quantas uniões infelizes, porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo isso com o coração! (...) Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e ingratidão. (...) A quem, portanto devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos, o autor de seus próprios infortúnios”. Já no Século XX, o Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, ofereceria maiores subsídios ao jornalista Clementino de Alencar, enviado a Pedro Leopoldo, em 1935, pelo jornal O Globo, para saber quem era o “autor” das crônicas atribuídas ao famoso e querido escritor Humberto de Campos (morto em 12/1934), bem como daqueles poemas assinados por grandes intelectuais da literatura brasileira como Casto Alves, Olavo Bilac, Guerra Junqueiro, Cruz e Souza, entre outros. O repórter, indagando ao Instrutor de Chico se o homem está subordinado ao livre arbítrio ou à fatalidade, obteve como resposta que “o homem está subordinado ao seu livre arbítrio; mas sua existência está também submetida a determinadas circunstâncias de acordo com o mapa de seus serviços e provações na Terra, delineado pela individualidade em harmonia com as opiniões dos seus guias espirituais antes da reencarnação. As condições sociais, as doenças, os ambientes viciosos, o cerco das tentações, os dissabores, são circunstâncias da existência do homem. Entre elas, porém, está a sua vontade soberana. Pode nascer num ambiente de humildade e modéstia, procurando vencer pela perseverança no trabalho e triunfando das deficiências encontradas; pode suportar as enfermidades com serenidade de ânimo e resignação; pode ser tentado de todas as maneiras. Mas só se tornará um criminoso se quiser. Na esfera individual o livre arbítrio é, pois, o único elemento dominante. A existência de cada homem é resultante de seus atos e pensamentos. O que se faz necessário é intensificar cada um sua educação pessoal. Um dos grandes erros do homem é não se conformar com sua situação de simples hóspede de um mundo que não lhe pertence. Se reconhecesse o quanto é passageira sua permanência na Terra, evitaria a influência nefasta do egoísmo e não agrilhoaria o seu coração ao cárcere de desejos inconcebíveis, causas naturais de muitos de seus maiores sofrimentos”.  Posteriormente, no livro O CONSOLADOR (feb), Emmanuel diria  que determinismo e livre arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos Espíritos, sendo que o primeiro é  absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo amplia-se com os valores da educação (espiritual, naturalmente), reafirmando a resposta à questão 262, d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, segundo a qual “à medida que seu livre arbítrio se desenvolve, o Espírito conquista maior liberdade de escolher”. Mais tarde, o Espírito André Luiz nos repassaria na obra NOSSO LAR, ponderações de sua mãe quando esta lhe explica o porque de ter pedido para  reencarnar brevemente,   dizendo que, “o devedor é escravo do compromisso assumido. Deus criou o livre arbítrio, nós criamos a fatalidade. É preciso quebrar, portanto, as algemas que fundimos para nós mesmos”. Posteriormente, aprofundando-se na questão, em conversa com o Ministro Druso em AÇÃO E REAÇÃO (Feb), aprende que “ cada alma cria na própria consciência os créditos e os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades e os obstáculos do caminho. Quanto mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações. Através de nossos pensamentos, palavras e atos, que nos fluem, invariáveis, do coração, gastamos e transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva, nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta agradável ou desagradável ante as Leis do Destino”. Estabelecendo um paralelo entre a escalada da violência e os sofrimentos dela derivados, em entrevista coletiva concedida, em 1982, quando de sua indicação para o Premio Nobel da Paz, Chico Xavier disse que “a violência é qual se fosse a nossa agressividade exagerada trazida ao nosso consciente, quando estamos em carência de amor. Ela lavra, por isso, o desamor coletivo da atualidade. Se doarmos mais um tanto, se repartirmos um tanto mais, se houver um entendimento maior, estaremos contribuindo para a diminuição desta onda crescente de agressividade. À medida que a riqueza material aumenta, o conforto e a aquisição de bens também cresce. Com isso retornaremos à autodefesa exagerada, isolando-nos das criaturas humanas. A vacina é o amor de uns pelos outros, programa que Jesus nos deixou há dois mil anos”. Uma analise comparativa entre essa avaliação e as três décadas que se passaram do dia em foi emitida, talvez explique os elevados índices de violência observados na atualidade. Sobre se a ideia do “carma” não seria uma fórmula ‘masoquista’ considerando o ‘sofrer para aprender’, esclareceu que “temos necessidade de resgatar o carma ou a dívida que assumimos perante a Lei de Causa e Efeito. Temos de compreender o sofrimento e procurar aliviá-lo. Entendo o sofrimento como a didática da própria vida. (...) Desconhecedores voluntários de uma Lei que é benéfica, somos compelidos a aprender através do sofrimento, a fim de adquirirmos a paciência. Não falo do conformismo preguiçoso, mas devemos aceitar com resignação nossas provas. O sofrimento é sempre uma bênção. Não deve ser visto como um drama diante do qual devemos perder as forças ou desconfiar de Deus. Antes, devemos disciplinar o nosso livre arbítrio. Emmanuel considera que “há um trajeto enorme entre a sede do pensamento e os lábios e que intimamente somos livres para construir, através das palavras e de nossos atos, mas depois que exteriorizamos essas ações somos dependentes delas”. Se  aquele que, aparentemente, não sofre estaria desprotegido, contrapôs uma pergunta: “Se uma pessoa está sensibilizada por anestésicos, por exemplo, nos processos obsessivos, como ela vai sofrer se está inconsciente?”. Na ocasião, presente, o médium Divaldo Pereira Franco acrescentou que “a pessoa nessa condição já estaria enferma porque o sofrimento das outras pessoas deve nos sensibilizar. O drama da miséria, da fome, das enfermidades diversas, a dor do próximo nos leva a sofrer. A pessoa que não sente deve estar doente”.    Finalizando, destacamos parecer incluso no livro EMMANUEL (feb), o primeiro dos inúmeros que o Benfeitor Espiritual publicaria pelo médium Chico Xavier,  nas décadas em que trabalharam juntos. Expondo seu ponto de vista, diz que “o porvir, sem estar rigorosamente determinado, está previsto nas suas linhas gerais. Imaginai um homem que fosse efetuar uma viagem. Todo o seu trajeto está previsto: dia de partida, caminhos, etapas, dia de chegada. Todas as atividades, contudo, no transcurso da viagem, estão afetas ao viajante, que se pode desviar ou não do roteiro traçado, segundo os ditames da sua vontade. Daí se infere que o livre arbítrio é lei irrevogável na esfera individual, perfeitamente separável das questões do destino, anteriormente preparados”.  


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Doação de Órgãos Para Transplantes: Para Refletir


“- Graças a Deus, melhorei da hemorragia incessante que me enlouquecia. Depois de algumas semanas de aflição, um médico apareceu com uma boa nova. Ele me disse que as preces de uma pessoa que se beneficiara com a córnea que doei ao Banco de Olhos se haviam transformado para mim num pequeno tampão que, colocado sobre o meu peito no lugar que o projétil atingira, fez cessar o fluxo do sangue imediatamente. Eu, que não fizera bem aos outros, que me omiti sempre na hora de servir, compreendi que o Bem mesmo feito involuntariamente por uma pessoa morta é capaz de revigorar-nos as forças da existência”. O depoimento inserido na longa carta que Wladimir Cezar Ranieri escreveu aos pais meses após sua desencarnação, através do médium Chico Xavier em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba (MG), nos oferece importante informação sobre outro significado dos transplantes. Wladimir, à época com 25 anos, dominado por obsessiva hipnose imposta por parte de criaturas desencarnadas que o seguiam, cujos convites injustos escutava e as quais poderia rechaçar fazendo uso do livre-arbítrio se não tivesse sido fraco, tentou fugir da vida recorrendo a um tiro de revolver no próprio peito, fazendo uso de uma arma que seu pai mantinha em gaveta do escritório de seu estabelecimento comercial, ao qual fora para substituir o irmão, convalescendo de uma cirurgia nos olhos de transplante de córnea. Enfrentando dificuldades para empregar-se, atendeu solicitação da mãe para auxiliar o pai naquele doze de maio de 1985 que mudaria traumaticamente a vida da família a que pertencia. Em sua carta psicografada incluída no livro AMOR E SAUDADE (ideal), isenta a mãe da sensação de culpa pelo pedido que lhe fizera, confessando o sofrimento experimentado ao ver o pai desesperado correndo na direção de seu corpo caído, tentando a respiração boca-a-boca que o fez sorver o sangue resultante da intensa hemorragia que se processava, gesto que lhe mostrou o quanto de amor seu genitor dispunha em seu coração em relação a ele, desejando, em vão levantar os braços para ser um menino de novo naquele colo paternal de homem bom que não vacilava em livrá-lo de qualquer sufocação, trazendo para a boca que o beijara tantas vezes em criança, o sangue do filho crescido que se fizera ingrato perante aqueles que mais o queriam na Terra”. No episódio relacionado ao benefício que resultou na cessação da sensação da perda continuada de sangue pelo orifício aberto em seu corpo físico e que persistiu no corpo espiritual (períspirito), necessário destacar que ele, motivado pelo sucesso do transplante de córnea em seu irmão Wagner, doou voluntariamente suas córneas ao Banco de Olhos de São Paulo. No acervo construído com as centenas de cartas mediúnicas recebidas por Chico Xavier, existe outra envolvendo o jovem Roberto Igor Porto Silva, que, por sinal, resultou no primeiro transplante cardíaco bem sucedido no Rio Grande do Sul. Roberto, desencarnou aos 25 anos, no dia primeiro de junho de 1984, em consequência das múltiplas fraturas resultantes de acidente com a moto que dirigia em alta velocidade a caminho da empresa onde trabalhava. Declarada sua morte cerebral, sua irmã autorizou a retirada de seu coração atendendo à solicitação dos médicos do Hospital que o assistiam. Recordando seus derradeiros momentos em nossa Dimensão, na mensagem recebida na reunião pública de cinco de abril de 1985, nove meses depois da sua morte física e incluída na obra VOZES DA OUTRA MARGEM (ide), conta : “- Mãe, deixei o meu corpo, como quem se afastava de uma roupa que se fizera imprestável, e, logo de saída, conquanto me sentisse privado da visão, senti uma dor muito grande no tórax. Os amigos de meu pai (seu pai desencarnara em 19/12/1976), me solicitaram esquecesse o vigor daquela agulhada que me transtornava todo o Ser; no entanto, eles se apressaram em me auxiliar com o magnetismo e a dor desapareceu. Soube mais tarde de que naquele momento eu tivera o coração do corpo físico arrancado para servir ao transplante que favoreceria um homem que se avizinhava da morte. Meu pai me informou que a medida fora autorizada por minha irmã e deu-me a conhecer a utilidade da providência, de vez que eu não mais recuperaria o corpo quebrado até a medula. Explicou-me que era justo o trabalho que se fez, entregando-se o meu coração, que ainda pulsava, ao irmão doente que, com isso, poderia continuar vivendo, e esclareceu-me com tanta lógica que acabei aderindo, reconhecendo que a Magali (sua irmã), vendo-me quase morto, do ponto de vista físico, permitira que o meu coração servisse para alguém que necessitava dele. Logo que me confessei agradecido e satisfeito com a medida, notei que o coração em meu corpo espiritual pulsava forte e robusto. Conto-lhe a minha experiência para que não se impressione com o que aconteceu, porquanto da queda de que fora vítima não mais levantaria. (...)Segundo   pode o seu generoso coração concluir, seu filho está feliz por ter encontrado o ensejo de cooperar em auxílio de alguém na hora da liberação que se achava prestes a se consumar”. Comparando os dois exemplos, encontramos três pontos que merecem ser comentados. Primeiro,  Wladimir chegara ao Hospital morto e Roberto Igor no estado de morte cerebral. Segundo, Wladimir doara espontaneamente as córneas e Roberto Igor, cedeu seu músculo cardíaco à revelia, por decisão de sua irmã. Vemos que situações são bem diferentes. Terceiro, a assistência dos técnicos que operavam no processo de desligamento se fez rapida, reduzindo os desconfortos por ele experimentados. A propósito, o Benfeitor Emmanuel, na obra PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), confirma isso dizendo que “ mesmo que a separação entre o Espírito e o corpo não tenha se completado, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos aos doadores”. Pronunciando-se em entrevista de televisão, em 1968, preservada no livro ENTREVISTAS (ide), Chico Xavier, disse que a “situação do doador de órgãos, no momento da morte, é o mesmo que sucede com uma criatura que cede seus recursos orgânicos a um estudo anatômico, sem qualquer repercussão no Espírito que se afasta – vamos dizer, de sua capsula material. Nosso amigo André Luiz considera que, excetuando-se determinados casos de mortes em acidentes e outros casos excepcionais, em que a criatura necessita daquela provação, ou seja, o sofrimento intenso no momento da morte, esta de um modo geral não traz dor alguma porque a demasiada concentração do dióxido de carbono no organismo determina anestesia do sistema nervoso central, provocando um fenômeno que eles chamam de acidose. Com a acidose vem a insensibilidade e a criatura não tem estes fenômenos de sofrimento que imaginamos. O doador, naturalmente, não tem, em absoluto, sofrimento algum".    Respondendo a questão sobre como a Espiritualidade encara o problema dos transplantes, diz que, “assim, como nós utilizamos o motor de um carro, com os demais implementos estragados, num outro carro que esteja com seus implementos perfeitos mas com o motor inutilizado. Não podemos comparar o homem com o automóvel, mas podemos adotar o símile para compreender que o transplante de órgãos é muito natural”. Sobre a doação, dizem o Amigos Espirituais que “assim como aproveitamos uma peça de roupa, que não tem utilidade para determinado grupo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede tal peça, é muito natural, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles que possam utilizá-los com segurança e proveito”. Sobre um possível choque entre o órgão que permaneceu no corpo espiritual e o que foi substituído no corpo físico, explicou, na época, que André Luiz considerava como um problema claramente compreensível, pois o coração do corpo espiritual está realmente presente no receptor, provocando os elementos da defensiva do corpo físico, o que os recursos imunológicos aperfeiçoados pelas pesquisas farmacêuticas, vão sustar ou coibir”. Na referida entrevista, Chico revelou ainda que “os Espíritos auxiliam e muito a doadores, receptores, bem como, equipes cirúrgicas, complementado que a Espiritualidade Superior considera, que a missão do médico se reveste de tamanha importância que, ainda mesmo o médico absolutamente materialista está amparado, pelas forças do Mundo Superior, a benefício da saude humana”.  Chico Xavier em opinião preservada no obra LIÇÕES DE SABEDORIA ( Fe),  considerava que “quando o doador é pessoa habituada ao desprendimento da posse de quaisquer objetos e desinteressada desse ou daquele domínio sobre pessoas e situações, a doação prévia de órgãos que lhe pertençam, por ocasião da morte física, não afeta o corpo espiritual desse doador. Entretanto, se estamos à frente de alguém que não atingiu o desprendimento que mencionamos, será importante pensar que esse alguém não se encontra com a precisa habilitação para doar recursos além da desencarnação”. 

sábado, 9 de junho de 2012

Dependências Químicas Além da Vida: Os Tóxicos


Discorrendo sobre o uso das drogas, o Espírito Bezerra de Menezes, explicava em palestra que proferia, ser ele muito antigo, variando as justificativas de acordo com o estágio da evolução de cada povo, sempre, porém, de resultados negativos. Religiosos e ascetas, guerreiros e filósofos, pobres e ricos em variados períodos da História utilizaram-se de substâncias vegetais e emanações químicas, de resinas e raízes para alcançar os desejos emocionais que não conseguiam pelos métodos normais ou para abrir as comportas do entendimento, para as viagens místicas, o aumento da coragem, o esquecimento. No Mundo Ocidental da atualidade é indiscriminado o uso de substâncias e vegetais tóxicos, em caráter quase generalizado. Ora para fins terapêuticos, sob controle  competente, ora para misteres injustificáveis sob direção dos infelizes manipuladores mafiosos da conduta das massas. Em razão da franquia de informações que a todos alcançam, encontrem-se preparados ou não, os meios de comunicação têm estereotipado as linhas da conduta moral e social de que todos tomam conhecimento e seguem com precipitação. Após, especialmente, a Segunda Guerra Mundial e, mais recentemente, as lamentáveis lutas no sudeste asiático, o consumo de drogas tomou conta do Ocidente, em particular, da imatura juventude”. Em meio às suas valiosas ponderações, acrescenta que “invariavelmente, defrontamos nas panorâmicas da toxicomania, da sexolatria, dos vícios em geral a sutil presença de obsessões, como causa remota ou como efeito do comportamento que o homem se permite, sintonizando com mentes irresponsáveis e enfermas desembaraçadas do corpo”. As considerações estão registradas no livro NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (leal),de autoria do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, através do médium Divaldo Pereira Franco, o qual descreve ocorrências envolvendo um Posto de Assistência à vitimados por ocasião do período de Carnaval, no Rio de Janeiro, no início da década de 80. Antecedem ações em favor de cinco jovens entorpecidos e eufóricos, ocupantes de um veículo  dirigido em alta velocidade  por um deles,  que, ao tentar se desviar de outro que freia subitamente à sua frente, desgoverna-se, sobe ao passeio, choca-se contra a balaustrada que se rompe, fazendo com que se precipite nas águas lodosas de mangue, determinando a morte física de todos. Na Dimensão vibratória fronteiriça a essa em que nos encontramos, uma treva densa pairava, dissipando-se após prece proferida pelo Benfeitor Bezerra, revelando um cenário semelhante aos descritos por Dante Aleghieri em sua famosa DIVINA COMÉDIA. Eram vagabundos e seres fesceninos, animalescos, lupinos e simiescos, enquanto os que preservavam, com anomalias, embora, as formas estavam andrajosos e sujos, formando um quadro dantesco, realmente apavorante. Cooperadores do Bem, atraídos pela prece formulada minutos antes, adestrados em diversos tipos de salvamento, inclusive, naquele gênero de acidentes. Munidos de uma rede especial, instados todos à concentração, desceram ao fundo do mangue repleto de resíduos negros, densamente pastosos, no qual pereceram asfixiados, os moços. Quatro cooperadores distenderam a rede que se fez luminosa, à medida em que descia suavemente, sobre os despojos, superando a escuridão compacta. Os corpos, alguns deles lacerados, com fraturas internas e externas, estampavam no rosto as marcas dos últimos momentos físicos. Fortemente imantados aos corpos, os Espíritos lutavam, em desespero frenético, em tentativas inúteis de sobrevivência. Morriam e ressuscitavam, remorrendo em contínuos estertores. Se gritavam por socorro, experimentavam a agua pútrida dominar-lhes as vias respiratórias, desmaiando, em angustias lancinantes. Sob comando seguro, os lidadores destrinçaram os laços mais vigorosos, enquanto colocavam os Espíritos na rede protetora, que foi erguida à superfície do mangue, donde foram transferidos para as padiolas que já os aguardavam, enquanto a equipe de salvamento prosseguiu liberando os condutos que mantiveram os corpos vivos sob a energia vital do Espírito, interrompendo a comunicação física, embora permanecendo poderosos liames que se desfaziam somente a medida em que evoluía o processo de decomposição cadavérica. Mais à frente, um dos vitimados revelava no exame a que foi submetido no Hospital do Plano Espiritual, bloqueio na área dos reflexos e ações motoras, resultado da excitação provocada pelas anfetaminas usadas, em alta dosagem. As drogas, explicou o especialista que o assistia, liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do períspirito, atingindo-o por largo tempo. Muitas vezes, esse modelador de formas imprime nas futuras organizações fisiológicas lesões e mutilações que são o resultado dos tóxicos de que se encharcou em existência pregressa. De ação prolongada, a dependência que gera, desarticula o discernimento e interrompe os comandos do centro da vontade, tornando os seus usuários verdadeiro farrapos humanos, que abdicam de tudo por uma dose, até a consumação total, que prossegue, entretanto, depois da morte. Além de facilitar obsessões cruéis, atingem os mecanismos da memória, bloqueando seus arquivos e se imiscuem nas sinapses cerebrais, respondendo por danos irreparáveis. A seu turno, o Espírito registra suas emanações, através da organização perispiritual, dementando-se sob sua ação corrosiva. Quando isso ocorre, somente através de futuras reencarnações consegue restabelecer, a contributo de dores acerbas e alucinações demoradas, o equilíbrio que malbaratou”. A obra é de 1982 e  condensamos a narrativa para mostrar a dimensão do trabalho gerado por atitudes insensatas. O problema do consumo dos alucinógenos não era tão divulgado e explícito quanto hoje. Naquela década, Luiz Sergio, jovem desencarnado em acidente de trânsito quando se deslocava de Brasília(DF) para a capital paulista, seguia com sua contribuição na divulgação da realidade que encontrou na continuidade da vida. O meio, a médium Irene Pacheco Machado, através da qual verteu para nossa Dimensão inúmeros livros. Um deles, publicado em 1984, narrava a integração e atividades de Luiz num grupo liderado por Espírito chamado Enoque, empenhado na assistência daqueles que se deixavam seduzir, envolver e dominar  pelas sensações provocadas pelas substâncias  entorpecentes. As descrições são impactantes, especialmente em se referindo ao que ninguém vê com os sentidos normais: a realidade do Plano chamado Invisível. Logo no início, dando detalhes de uma ‘balada’, revela esse outro lado: Espíritos dementados, aspirando as emanações daqueles corpos doentes e intoxicados. (...) Desvairados, disputavam, aos tapas, o contato com os dependentes. Em cada um deles podiam ser vistos grudados cerca de até seis desencarnados”. No capítulo 2, o caso de uma jovem de 16 anos, habituada à maconha pesada, cujo namorado a convence à primeira picada de heroína que a faz sentir como se tudo houvesse escurecido, seu corpo entorpecer, tudo desaparecendo à sua volta, inclusive o namorado. A heroína transformou-se naquele corpo, em sobrecarga aniquiladora para todas as células nervosas, o baço crescendo de tal forma que parecia ir se romper a qualquer momento. No capítulo 5, uma usuária de cocaína, desencarna em meio a contorções de seu corpo projetando seu corpo espiritual adormecido na outra dimensão, porém encolhido pelo impacto da dose excessiva, ganhando aspecto diferente da forma humana”. No capítulo 21, durante uma operação de auxílio em lugar de nossa Dimensão, na verdade uma pocilga para desencarnados. Luiz vê o Espírito de uma jovem de 14 anos, viciada em pico, em crise pela falta da droga, muitos outros Espíritos alienados, um senhor de seus 50 anos, sentado no chão de cabeça baixa.  Acabara de receber uma dose de morfina através do braço de um encarnado. Testemunhando a cena, conta que a adesão do Espírito ao períspirito do dependente  encarnado que este, ao tomar a dose acha pouco, aumentando a quantidade, sobrecarregando, muitas vezes, o coração que não aguenta. Geralmente, revela  Luiz, que um dependente encarnado sustenta fisicamente dez desencarnados. O livro intitulado CONSCIÊNCIA, seria sucedido por outro, DRIBLANDO A DOR, mostrando, entre inúmeras informações importantes e interessantes, que a prevenção, começa no lar, por ser nele que o jovem aprende a viver em sociedade. Um lar sem disciplina leva a criança e, consequentemente o jovem a afundar-se no ócio e nos vícios. Os pais devem desenvolver desde cedo na criança, o senso de responsabilidade com relação à própria vida. Com oito, dez ou doze anos, a criança já está colocando para fora suas neuroses. O certo é, desde tenra idade, oferecer ao filho, uma educação firme e disciplinada, dando-lhe exemplos edificantes, longe das mentiras e fraquezas. Para finalizar, destacamos importante comentário de Chico Xavier sobre a questão das drogas. Diz ele:   - O tóxico é o irmão mais sofisticado da cachaça, através da qual também nós temos perdido muita gente. A fascinação pelo tóxico é a necessidade de amor que o jovem tem. Mesadas grandes que não são acompanhadas de carinho e de calor humano paterno geram conflitos muito grandes. Muitas vezes a privação do dinheiro, o trabalho digno e o afeto vão construir uma vida feliz.