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sábado, 29 de novembro de 2014

NÃO É PORQUE SOMOS TODOS MÉDIUNS

A maioria dos seres humanos ignora, mas, como explicado e provado pelas pesquisas desenvolvidas por Allan Kardec, “muitas das situações observadas nos comportamentos da criatura humana tem sua fonte na reação incessante que existe entre o Mundo Visível e o Invisível, que nos cerca, e em cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os Espíritos, que não passam de almas dos que viveram e entre os quis há bons e maus. Esta reação é uma das forças, uma das leis da natureza, e produz uma porção de fenômenos psicológicos e morais incompreendidos, porque a causa era desconhecida. O Espiritismo nos deu a conhecer esta lei, e, desde que os efeitos são submetidos a uma lei da natureza, nada tem de sobrenatural. Vivendo no meio desse mundo, que não é tão imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora invisíveis, tem corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos sua influência. A dos bons Espíritos é salutar e benéfica; a dos maus é perniciosa como o contato das criaturas perversas na sociedade”. Em artigo com que abre a edição de janeiro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec esclarece como é possível aos Espíritos desencarnados exercer influência sobre o indivíduo, sem que este tenha consciência disso ou seja médium desenvolvido. Explica ele: - Pela natureza fluídica e expansiva do períspirito (corpo espiritual), Espírito atinge o indivíduo sobre o qual quer agir, rodeia-o, envolve-o, penetra-o e o magnetiza. O homem que vive em meio ao Mundo Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira. Elas se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas inteiramente contrárias. Essa influência difere, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; é como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça, constringe. Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho. Como se vê, isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. Estando a ação do Mundo Invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem, independentemente de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer Medicina. Ora, assim como a física nos ensina a causa de certos fenômenos e a Medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, parecerá inexplicável. A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do Mundo Invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição de experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita. Todo indivíduo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium. Por isso mesmo pode dizer-se que todo o mundo é médium. Mas é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. É, pois, uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que nos foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevivem ao corpo. Se se tratasse da descoberta de uma substância material e não inteligente, seria aceita sem dificuldade. Mas uma ação inteligente fora do homem é para eles superstição. Se, da observação dos fatos produzidos pela mediunidade, remontarmos aos fatos gerais, poderemos, pela similitude dos efeitos, concluir pela similitude das causa”.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

GUERRAS E A LEI DE CAUSA E EFEITO

Incluída por Allan Kardec n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS na abordagem sobre a Lei da Destruição, uma das LEIS MORAIS analisadas conjuntamente com a equipe responsável pelas originais propostas do Espiritismo, nas cinco perguntas feitas, alguns esclarecedores pontos para refletirmos: 1- A ocorrência da guerra na Terra “resulta da predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões entre os habitantes do Planeta, se tornando menos frequente à medida que o homem progride, porque ele evita suas causas e quando ela se faz necessária ele sabe adicionar-lhe humanidade”; 2- Que ela desaparecerá quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus, sentindo todos os povos como irmãos; 3- O objetivo da Providência Divina em tornar a guerra necessária é o desenvolvimento do senso de liberdade e progresso, resultando a subjugação observada da necessidade de fazer os povos andar mais depressa na caminhada evolutiva; 4- Aquele que suscita a guerra em proveito próprio é o verdadeiro culpado da sua eclosão, necessitando de muitas existências para expiar todos os assassínios de que foi causa. Episódios violentos e cruéis resultantes das atitudes observadas nas batalhas e invasões sofisticadas da atualidade em relação às manobras da Idade Média, por exemplo, demonstram que a evolução foi apenas foi apenas tecnológica. Operações onde o autodenominado EI – Estado Islâmico promove extermínio de mulheres, crianças e homens por questões raciais e religiosas, evidenciam o deplorável estado evolutivo desses seres. Nada, porém, passa desapercebido perante as Leis que nos governam. Individual e coletivamente. A seguir, exemplos que dão uma ideia de como tudo funciona perante a Lei de Ação e Reação: Caso 1- EFEITO - Nascimento em massa, a partir da segunda metade da década de 50, em várias partes da Terra, embora em maior número, em determinado País europeu, de crianças apresentando má-formação congênita como braços ou pernas mirradas, a maioria como resultado da ingestão por suas mães de anticoncepcionais que continham em sua fórmula uma substância chamada talidomida, ainda em fase de testes na época. CAUSA -Ações praticadas entre 1939/1943, em determinado país europeu por soldados nazistas (vítimas de hoje), contra judeus cujas residências eram invadidas para que anéis, brincos e joias fossem subtraídos em meio a golpes rápidos que resultavam em decepções cruéis de mãos, braços, orelhas, dedos ou na mutilação de pernas daqueles que tentassem socorrer os indefesos. Entre 1949/1953, em vale escuro do Plano Espiritual, centenas de seres humanos podiam ser vistos lastimando a ausência dos pés, braços ou mãos em seus corpos espirituais. Eram os mesmos infelizes, agentes do furto ou da morte, à margem da guerra, que desencarnando, se supliciavam no remorso incrustado na consciência, carregando a mente vincada pelas atrocidades de que foram autores, plasmando em si, nos órgãos e membros profundamente sensíveis do perispirito, as deformidades que infringiram aos indefesos irmãos israelitas, necessitando da reencarnação para se refazerem, nos fluídos anestesiantes do corpo físico. Caso 2 – EFEITO - Crianças, homens e mulheres, esquálidos, cadavéricos, morrendo de inanição no meio das ruas, se arrastando pelas sarjetas, a antropofagia generalizada, corpos sendo amontoados em tétricas pilhas, misturados aos quais há alguns que estertoram, outros ainda respirando acabavam devorados pelos abutres ou formigas que lhes assinalavam as derradeiras torturas físicas e psicológicas. Tudo consequência da absurda guerra interna da Biafra, país africano, nos anos 60. CAUSA - Ações levadas a efeito por soldados nazistas - vítimas de hoje - ao longo da Segunda Guerra Mundial, em campos de concentração na Alemanha, onde iludidos quanto a ideia da superioridade de sua raça, impunham a morte lenta através da fome ou outros procedimentos cruéis a homens, mulheres e crianças de origem judia feitos prisioneiros. Caso 3 – EFEITO - Jovem, sexo masculino, 19 anos, desencarna em 1998, dois meses após ter sido vítima do primeiro de dois aneurismas cerebrais, embora não tivesse desenvolvido vícios, desfrutando invejável saúde. CAUSA - Ação praticada em existência anterior na qual, em operação militar, não hesitou em atirar contra a cabeça de um prisioneiro, apesar dos pedidos de clemência do mesmo, impondo-lhe morte imediata. Caso 4 - EFEITO - Jovem diagnosticado com quadro de esquizofrenia após uma vida aparente normal até então, levando-o a internação em hospital especializado ,tornando-o dependente de medicações de uso contínuo. CAUSA - Ações levadas a efeito em experiências com seres humanos nos centros de pesquisa mantidos pelo exercito Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, impondo sofrimentos cruéis às cobaias selecionadas entre prisioneiros confinados em campos de concentração.






terça-feira, 25 de novembro de 2014

ALÉM DO QUE SE IMAGINA

Reportando-se a fatos que precederam o lançamento do livro NOSSO LAR em 1943, abrindo caminho para uma série de importância ainda não reconhecida  até mesmo por muitos espíritas, Chico Xavier registrou em carta datada de 12 de outubro de 1946 e endereçada ao Dr Antonio Wantuil de Freitas, então presidente da Federação Espírita Brasileira, mantenedora da editora através da qual todos os título foram publicados: “-Desde fins de 1941, o Espírito Emmanuel se dedicava, afetuosamente, aos trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a propósito de ‘algumas autoridades espirituais’ que estavam desejosas de algo lançar em nosso meio, com objetivos de despertamento. Falou-me que projetavam trazer-nos páginas que nos dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no ‘outro lado’, e, desde então, onde me concentrasse, via sempre aquele ‘cavalheiro espiritual, que depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase dois anos, antes de NOSSO LAR”. A partir daí os livros foram surgindo, de uma forma frenética. Cinco em cinco anos. Não obras quaisquer, mas trabalhos substanciais, verdadeiros documentários sobre a vida depois desta e suas interações com nossa Dimensão. E, o mais impressionante: através de um moço com  formação primária, trabalhador humilde de uma venda desde os quinze anos, cumprindo uma extenuante carga de trabalho.  A princípio rejeitadas por uma parcela de seguidores do Espiritismo por considerarem as informações contidas nos primeiros livros como materializadas demais, venceram o tempo e, como preconizado pelo engenheiro Hernani Guimarães Andrade - importante figura dedicada aos aspectos científicos da Doutrina Espírita -, os livros da série já são objeto de estudo em grupos universitários brasileiros. Além dos interessantes relatos, nas obras encontramos sugestivas informações. Comentando sobre a interação entre habitantes de diferentes Dimensões vibratórias, o Instrutor Alexandre, personagem central do MISSIONÁRIOS DA LUZ (1945,feb), diz que “os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”.  Ante a admiração de André Luiz, explica-se melhor, acrescentando: - “Tanta admiração, somente por vê-los tomando alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que o próprio homem encarnado, recebe mais de setenta por cento da alimentação comum através de princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda desintegração. Ora, os nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal”. Alguns capítulos à frente, é a vez de uma entidade de nome Apuleio, revelar -“ Eles (os encarnados) se alimentam, diariamente, de formas mentais, sem utilizarem a boca física, valendo-se da capacidade de absorção do organismo perispirítico (corpo espiritual), mas ainda não sentem a extensão desses fenômenos em suas experiências diárias. No lar, na via pública, no trabalho, nas diversões, cada criatura recebe o alimento mental que lhe é trazido por aqueles com quem convive, temperado com o magnetismo pessoal de cada um. Dessa alimentação dependem, na maioria das vezes, mormente para a imensa percentagem de encarnados que ainda não alcançaram o domínio das próprias emoções, os estados íntimos de felicidade ou desgosto, de  prazer ou sofrimento. Segundo você pode observar, também o homem absorve matéria mental, em todas as horas do dia, a ambientado dentro de si mesmo, nos círculos mais íntimos da própria estrutura fisiológica. Em sua experiência última na Crosta, quando envergava os fluidos carnais, nunca sentiu a perturbação do fígado, depois de um atrito verbal? Jamais experimentou o desequilíbrio momentâneo do coração, recebendo uma notícia angustiosa? Por que a desarmonia orgânica, se a hora em curso era muitas vezes, de satisfação e felicidade. É que em tais momentos, o homem recebe ‘certa quantidade de força mental’ em seu campo de pensamento, como fio recebe a ‘carga de eletricidade positiva’. O ponto de recepção está efetivamente no cérebro, mas se a criatura não está identificada com a Lei de Domínio Emotivo, que manda selecionar as emissões que chegam até nós, ambientará a força perturbadora dentro de si mesmo, na intimidade das células orgânicas, com grande prejuízo para as zonas vulneráveis”.  O próprio Apuleio considera “muito difícil explicar aos homens encarnados fatos rotineiros' como esses a que se referiu, 'repetidos pelos homens dezenas de vezes, durante cada dia de luta carnal”.


domingo, 23 de novembro de 2014

FALTA DISCERNIMENTO

A má fé, aliada à ignorância, costuma associar mediunidade e Espiritismo, quando, na verdade, o segundo somente cumpriu o importante papel de tirar a primeira da aura de mistério e misticismo, explicando e definindo-a como inerente ao Ser humano, por ser uma percepção orgânica. Está por trás de inúmeros fenômenos envolvendo a criatura humana, sua história individual e coletiva, suas venturas e desventuras, seu equilíbrio e desequilíbrio mento-emocional. E, vez ou outra, entra no foco dos noticiários através de vítimas de desencarnados a serviço da perturbação, na tentativa de desfigurar a verdade dos fatos, alimentando a descrença já tão combalida da espécie humana. Imaginam aqueles que lhes prestam atenção que os Espíritos nada mais são que pessoas como nós, sem o revestimento do corpo físico, que, como enfatiza o Espiritismo, não alcançaram níveis de evolução e elevação espiritual compatíveis com as características que demonstravam na sua forma de ser enquanto encarnados. Recentemente, alguns órgãos de comunicação de massa divulgaram a “assustadora” e “ridicularizante” notícia de que importante companhia aérea em operação no Brasil mudou provisoriamente o número de um de seus voos regulares ante a previsão registrada em cartório de um acidente aéreo que deveria se dar em área de grande concentração de edifícios altos, precisando  local e dia exatos em que se daria, resultando, naturalmente, em centenas de mortes e elevados prejuízos. Os que se contentam com os conhecimentos relativos que já possuem, presos à chamada “zona de conforto”, como inúmeros outros em situações similares, se valeram da “frustrante” não consumação da tragédia para ironizar, justificando seu descrédito em relação à mediunidade. Desconhecem, por exemplo, que n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, questão 10 do item 289, Allan Kardec reproduz o esclarecimento dos que o auxiliaram a compor a importante obra, que "os Espíritos que anunciam acontecimentos que não se realizam, fazem-no, as mais das vezes, para se divertirem com a credulidade, o terror ou a alegria que provocam; depois, riem-se do desapontamento. Essas predições mentirosas trazem, no entanto, algumas vezes, um fim sério, qual o de por à prova aquele a quem são feitas, mediante uma apreciação da maneira por que toma o que lhe é dito e dos sentimentos bons ou maus que isso lhe desperta”. Como, por exemplo, a exaltação da vaidade ou ambição. Quatro anos depois, na REVISTA ESPÍRITA, de julho de 1865, Allan Kardec se serve de artigo veiculado um mês antes no Grand Journal , assinado por respeitado articulista, no qual de forma irônica o mesmo relata fato envolvendo amigo pessoal que, aproveitando-se de visita a um médium, perguntou se ele poderia designar o vencedor das corridas de Chantilly, obtendo através da evocação de um dos mais célebres desportistas franceses,  pelas batidas a designação de letras, formando o nome Gontran. Coincidentemente havia um cavalo com inscrito no Derby corrido naquele dia chamado Gontran, que acabou vencedor da prova. Argumenta Allan Kardec que o fato, raro, se levado em consideração e divulgado para um maior número de pessoas, atrairia multidões consultando médiuns, transformados em ledores de sorte, dando razão aos que contra eles invocam a lei de Moisés, que diz respeito a reprovação enérgica “aos adivinhos, encantadores e os que tem o espírito de Piton”. Acrescenta aos seus comentários que “o Espiritismo não está destinado a fazer conhecer; os Espíritos vem para nos tornar melhores e não para nos revelar ou nos indicar os meios de ganhar dinheiro na ‘certa’ e sem correr perigo como diz o herói da aventura, ou se ocupar dos nossos interesses materiais, colocados pela Providência sob a salvaguarda de nossa inteligência, de nossa prudência, de nossa razão e de nossa atividade.(...). Eis o que todos os Espíritas sérios devem esforçar-se em propagar, se quiserem servir utilmente à causa. Temos dito sempre aos que sonharam fortunas colossais com o concurso dos Espíritos, sob o especioso pretexto que a sensação que um tal acontecimento produziria, tornaria todo mundo crente quando, se tivessem êxito, desfeririam um golpe funesto na Doutrina, excitando a cupidez em vez do amor ao Bem. É por isto que as tentativas desse gênero, encorajadas por Espíritos mistificadores, sempre foram seguidas de decepções”. No caso do cavalo vencedor, “deve ser aceito como fato isolado, sendo – diz Kardec -, louco e imprudente quem se fiasse em sua realização”. O “pequeno fato tinha uma utilidade: era um meio, talvez o único, para chamar a atenção de certas pessoas para a ideia dos Espíritos e sua intervenção no mundo”, acrescenta em suas ponderações.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

FATOS E ENSINAMENTOS

A morte que todos inevitavelmente encontraremos em algum momento do futuro breve não opera milagres. Sentir-nos-emos e veremos tal como aqui. E, a matemática da evolução nos compensará com a impressão de paz ou tormento construído nas vivências que tivemos, especialmente com nosso próximo, oculto em personagens com os quais construímos no caminho do progresso espiritual, experiências e comprometimentos que nos trazem sistematicamente de volta às limitações de nossa Dimensão para retificar. Como comenta Allan Kardec, “o Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em que viveu e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes teria feito”.  O caso que apresentaremos a seguir demonstra isso.  Envolve alguns dos poucos amigos e admiradores de Chico Xavier, à época um médium conhecido e procurado por poucos, ao contrário do que se observa na fase vivida em Uberaba.  O calendário marcava o ano de 1948 e alguns dos que privavam de sua amizade se encontraram para  uma reunião mediúnica prevista  a inauguração da sede de uma fazenda na cidade Esmeraldas, a noroeste de Belo Horizonte. Chico, atrasado por ter sido reconhecido no caminho por várias pessoas que faziam parar o carro que o conduzia, aos quais atendia carinhosamente, finalmente chega. Após abraçar aos que ansiosamente o aguardavam, dirige-se nominalmente a alguém que ninguém vê, chamando-o João Rosa, abraçando-o carinhosamente e demonstrando alegria por encontra-lo ali. Um dos presentes, José Costa, caçoa e, imperturbável Chico, retruca: - Perdão, João Rosa é desencarnado. Mais tarde, já no ambiente em que se desenvolveria a reunião mediúnica, o coordenador sugere seja retirada uma cadeira vaga, ponderando: - Não é bom deixar cadeira vaga à mesa de reunião, ouvindo Chico, delicadamente, discordar: - A cadeira não está vaga. Ocupa-o um irmão desencarnado. Iniciados os trabalhos, após a prece, leitura e comentários sobre o texto d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Chico pede a palavra e esclarece: - O irmão João Rosa, a quem cumprimentei ainda há pouco, lá fora, pediu e obteve permissão da Assistência Espiritual para participar desta reunião. Neste momento, está sentado na cadeira aparentemente vaga. Vejo, no espaço, um quadro dramático, diga-se trágico, emocionante. João Rosa, que era viúvo, ao desencarnar, passa a sofrer o assédio da ex-esposa, que o tortura, mostrando-se-lhe vestida com o véu tinto de piche, disposta a vingança implacável! Ante a admiração dos demais, prossegue: - João Rosa, visivelmente traumatizado, nos diz que seu casamento foi um fracasso; jamais conseguiu harmonizar-se com a esposa, vivendo o casal sob o impacto permanente do fogo cruzado decorrente do desajuste conjugal, até que a morte os separou. Retomando a descrição do quadro percebido pela sua vidência, Chico relata: - João Rosa diz que, ao comprar os aviamentos para a mortalha na loja de José Costa, em Sabará, indagou-lhe como proceder com o véu nupcial que a falecida guardava como preciosa relíquia. Ouvindo do outro que ‘deveria pichá-lo e com ele envolver o corpo da morta’, recebendo do mesmo, de presente, uma lata de piche, seguiu à risca o macabro conselho. Agora, desencarnado há 25 anos, arrosta, no Espaço, terrível confronto; pois ambos, vivendo em zona trevosa, dão prosseguimento ao conflito doméstico, sob insuportável clima de ódio e ressentimento. E atenção, caros irmãos: o acaso não existe. Não foi à toa que João Rosa veio até nós, externando seu pedido de socorro. E só há uma maneira infalível de se por termo a tal discórdia entre duas almas predestinadas: o perdão recíproco. Eu pediria então, ao querido companheiro José Costa, que orasse o Pai Nosso, rogando a misericórdia de Jesus, no sentido de conceder-lhe o necessário perdão pelo gesto leviano e impensado que ingenuamente praticara, com mau conselho e invigilância. Detalhe interessante é que José Costa, autor da lamentável sugestão, quando a fez não era espírita e a inspirada solicitação de Chico, objetivava neutralizar os efeitos gerados anos antes, destruindo a causa e, quem sabe, induzindo a reconciliação do casal. Sensibilizado, rosto banhado de lágrimas, José Costa ora fervorosamente, voz embragada, palavras sinceras brotando do âmago do coração. Retomando a palavra, Chico descreve: - As lágrimas de nosso irmão José Costa, subiram ao Céu, retornando em cascatas cintilantes. Luz bendita que, projetando-se sobre o casal e incidindo sobre o véu negro de rancorosas vibrações, transformam-no em manto angelical, qual veste nupcial, com a alvura do lírio. Agora, reconciliados, ambos se abraçam, selando com um beijo a nova aliança, na catedral da alma, entre rosas e lírios, ante a amplidão infinita. (material adaptado do livro CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO, de Divaldinho Matos, editora Didier)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

VISÃO SOMBRIA

O primeiro registro sobre o fenômeno foi feito por Albert De Rochas, engenheiro e diretor da Escola Politécnica de Paris, no livro VIDAS SUCESSIVAS (lachatrê), publicado em Paris no início do século 20. Na verdade, ocorreu meio que por acidente em experiências que realizava com duas voluntárias objetivando ver se no estado alterado de consciência chamado transe, ocorre algum tipo de liberação de estruturas mais sutis do corpo físico. Aliás, tão acidental quanto as regressões de memória ocorridas. Os novos registros, contudo, revelavam detalhes de acontecimentos pessoais a serem vividos futuramente pelas duas mulheres pesquisadas. No caso de uma delas, as revelações foram constatadas, enquanto que no da outra,  não foi possível por de Rochas ter perdido contato com ela.  O tempo avançou e, a partir dos anos 80, a Psicóloga, norte-americana Hellen Wambach que, quase vinte anos antes, iniciara uma cruzada para através de experimentos – segundo ela – provar a inexistência da reencarnação, concluindo, por fim, através de significativa amostragem ser impossível não acreditar nas vidas sucessivas como relata no livro REVIVENDO VIDAS PASSADAS (pensamento), resolveu ousar e encarar novo desafio: se é possível voltar no passado através da reencarnação, será possível ir ao futuro? Selecionou a princípio, entre muitos voluntários, três que lhe pareceram emocionalmente estáveis e, entre 1980 e 1985, realizou 2500 experimentos entre regressões progressões no tempo, apurando que apenas 5% destes americanos, se via reencarnado por volta do ano 2100. Os dados, considerados consistentes, revelaram que, em torno de 2300, a percentagem subia para 13 ou 15%, que parece indicar uma retomada do crescimento populacional, após drástico decréscimo. Tendo morrido em 1985, suas prospecções no futuro foram continuadas pelo amigo e também Psicólogo, o Dr Chet Snow, que vivendo à época na França, retorna ao seu país. Tabulando dados recolhidos de 133 pessoas sobre as expectativas para o ano 2100, o Dr Snow encontrou 35 vivendo no espaço, em viagens constantes ou colônias orbitando a Terra, o que sugere que o intercâmbio espacial ter-se-á tornado rotina no ano citado. O segundo grupo, composto de 24 pessoas, seria constituído de gente vivendo em pequenas comunidades terrenas, basicamente rurais ou pelo menos, afastadas dos grandes centros, e que, apesar da ausência de confortos e sofisticações tecnológicas, seriam autossuficientes e até felizes, revelando-se bem informada a respeito da realidade espiritual e familiarizada com os conceitos de reencarnação, sobrevivência do Ser, comunicabilidade entre vivos e mortos, entre outros. O terceiro grupo, compreendendo 41 pessoas, vivia em comunidades fechadas, altamente sofisticadas em termos tecnológicos, implantadas em espaços protegidos por cúpulas imensas que as mantinham isoladas do ambiente externo, usualmente árido e hostil. Ao contrário do segundo grupo feliz e descontraído, os habitantes do grupo fechado mostravam-se descontentes e indiferentes, como se a vida fosse desagradável imposição rotineira e não um privilégio e oportunidade valiosa, levando uma existência algo artificial, subsistindo à base de alimentos industrializados, muitos deles sintetizados em laboratórios, ao que parece, mantendo ativo intercâmbio com seres espaciais, só se aventurando fora de suas redomas coletivas por pouco tempo, protegidas por vestimentas e capacetes especiais que, em alguns casos, desarranjam-se, acarretando a morte do usuário. O quarto e último grupo, na classificação proposta pelo Dr Snow, é constituído por pessoas que ele considera como sobreviventes, seres marginalizados pelas catástrofes, vivendo, a duras penas, em regiões desoladas, usualmente em ruínas das grandes cidades do passado, como que regredidos a condições de vida mais precárias que do século 19, ainda dependentes de transporte animal, sem recursos que permitam um mínimo de conforto e segurança. Os depoimentos coligidos não sugerem ter havido nenhum apocalipse nuclear no período, tendo o desastre que impôs diminuição drástica da população planetária, de agressões ecológicas sofridas desde os últimos séculos do Segundo Milênio. O cenário descrito pelo prospectados é desolador, mostrando um planeta devastado também pela arrasadora ação combinada de erupções vulcânicas, enchentes e abalos sísmicos, impondo o desaparecimento de regiões inteiras sob as águas dos oceanos, e, o ressurgimento de outras do fundo dos mares. Avançando no tempo, entretanto, as progressões ao período 2300/2500, revelam a população mundial maior, comunidades mais espiritualizadas, parecendo consolidadas e em expansão, longevidade maior que as anteriores, diminuição dos marginalizados, apesar da persistência da violência em variadas formas. O apurado resultou no livro SONHOS COLETIVOS DO FUTURO do Dr. Snow, comentado pelo inesquecível Hermínio Correia de Miranda em opúsculo publicado em 1995 e preservado na sua obra AS DUAS FACES DA VIDAS,  ambos publicados pela editora Lachatrê.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

DÚVIDA NATURAL

Ao final de palestra, jovem questiona se associação da dita civilização com grupos humanos ainda vivendo em tribos, harmonicamente, com cultura e tradições próprias e respeito à natureza é realmente correta? Não seria melhor deixa-los viver como o fazem, sem os contaminar com uma sociedade decadente? Curiosamente indagação parecida foi tema de matéria na REVISTA ESPÍRITA de agosto de 1864, seção QUESTÕES E PROBLEMAS, em que Allan Kardec atende leitor da cidade de Bordeaux, em dúvida após ter lido matéria publicada sobre as Cartas de Cristóvão Colombo descrevendo o estado do México no momento da descoberta, especialmente no tocante aos habitantes locais que pareciam viver numa idade de ouro, em perfeita harmonia entre si e a natureza, infinitamente superiores  não só aos invasores como aos países mais civilizados.  Médium, tentou a opinião do seu guia espiritual, obtendo como resposta: -“Nós te responderíamos com prazer, se teu Espírito estivesse em estado de tratar, neste momento, de assunto tão sério, que requer alguns desenvolvimentos espírito-filosóficos. Dirige-te a Kardec. Esta ordem de ideias já foi debatida, mas ela voltar-se-á de maneira mais lucida do que poderias fazê-lo, porque sempre tens o espírito tenso e o ouvido à espreita. É uma consequência de tua posição atual e tens que te submeter”. Sobre a orientação Allan Kardec comenta: -“Disso ressalta uma primeira instrução: é que não basta ser médium, mesmo formado e desenvolvido, para, à vontade, obter comunicações sobre o primeiro assunto surgido. Aquele fêz suas provas, mas, no momento, seu Espírito, forte e penosamente preocupado com outras coisas, não podia ter a calma necessária. É assim que mil circunstâncias podem opor-se ao exercício da faculdade mediúnica. Nem por isso a faculdade deixa de subsistir, mas nada é sem o concurso dos Espíritos, que lhe dão, ou recusam, conforme julgam conveniente e isto, muitas vezes no interesse do médium”. Sobre a pergunta principal, a Espiritualidade se manifestou na reunião da Sociedade Espírita de Paris de 8 de julho, através do médium Sr. D’Ambel, esclarecendo o seguinte: -“Sob as aparências de uma certa bondade natural, e com costumes mais doces que virtuosos, os Incas viviam despreocupadamente, sem progredir nem se elevar. A essas raças primitivas faltava a luta; e se as batalhas sangrentas não os dizimavam; se uma ambição individual ali não exercia uma pressão soberana para lançar aquelas populações a conquistas, elas não eram menos atingidas pelo perigoso vírus que conduzia sua raça à extinção. Era preciso retemperar as fontes vitais desses Incas abastardados, dos quais os Aztecas representavam a decadência fatal, que deveria atingir todos aqueles povos. Se a essas causas inteiramente fisiológicas, juntarmos as causas morais, notaremos que o nível das ciências e das artes ali tinha igualmente ficado em prolongada infância. Havia, pois, utilidade de por esses países pacíficos no nível das raças ocidentais. Hoje se julga a raça desaparecida, porque se fundiu com a dos conquistadores espanhóis. Dessa raça cruzada surgiu uma Nação nova e vivaz que, por um vigoroso impulso, não tardará a atingir os povos do Velho Continente. Que resta de tanto sangue derramado? perguntam de Bordeaux. Para começar, o sangue derramado não foi tão considerável quanto se poderia crer. Antes as armas de fogo e alguns soldados de Pìzarro, toda a região invadida submeteu-se como ante semi-deuses, saídos das águas. É quase um episódio da Mitologia Antiga e essa raça indígena é, sob vários aspectos, semelhante às que defendiam o Tosão de Ouro”. Em comentário complementar, Allan Kardec, entre outros aspectos, pondera: -“Sem dúvida, é penoso pensar que o progresso, por vezes, precisa de destruição. Mas é preciso destruir as velhas cabanas, substituindo-as por casas novas, mais belas e cômodas. Aliás, é preciso levar em conta o estado atrasado do Globo, onde a Humanidade está apenas no progresso material e intelectual. Quando entrar no do progresso moral e espiritual, as necessidades morais ultrapassarão as necessidades materiais. Os homens serão governados segundo a Justiça e não mais terão que reivindicar seu lugar à força. Então a guerra e a destruição não mais terão razão de ser. Até lá, a luta é consequência de sua inferioridade moral. Vivendo mais material que espiritualmente, o homem não encara as coisas senão do ponto de vista atual e material e, por isso, limitado. Até agora, ignorou que o papel capital é do Espírito: viu seus efeitos, mas não conheceu as causas e é por isto que, durante tanto tempo, desencaminhou-se nas ciências, nas suas instituições e religiões. Ensinando-lhe a participação do elemento espiritual em todas as coisas do mundo, o Espiritismo alarga seu horizonte e muda o curso de suas ideias. Abre a Era do progresso moral”.

sábado, 15 de novembro de 2014

ATUALÍSSIMO

Aproximadamente mil e duzentas pessoas - oitenta por cento dos quais encarnados -, presentes em função da liberação natural do sono físico. Conforme explicações, não guardariam plena recordação do que ouviriam em retomando o corpo carnal, em virtude da deficiência do cérebro, incapaz de suportar a carga de duas vidas simultâneas, persistindo, contudo, a lembrança no fundo do Ser, orientando as tendências pessoais para o terreno da elevação e abrindo a porta intuitiva para serem assistidos no pensamento. O encontro, desdobrado durante a madrugada da Terra, reunia trabalhadores de várias frentes espiritualistas, necessitados de orientação e fortalecimento em suas lutas. A prédica esteve a cargo de um Instrutor de nome Eusébio que, no diagnóstico apresentado delineia a situação da Humanidade no estágio atual. Pode se dizer atualíssimo. De suas palavras, destacamos algumas que bem demonstram a razão de dessa avaliação. “Somos, no palco da Crosta Planetária, os mesmos atores do drama evolutivo. Cada milênio é um ato breve, cada século um cenário veloz. Utilizando corpos sagrados, perdemos, entretanto, quais despreocupadas crianças, entretidas apenas em jogos infantis, o ensejo santificante da existência (...). Enquanto milhões de almas desfrutam bons ensejos de emenda e reajustamento, de novo entregues ao esforço regenerativo nas cidades terrestres, milhões de outras deploram a própria derrota, perdidas no atro recesso da desilusão e do padecimento (...). Falamos de todos nós, viajores que extravagamos no deserto da própria negação (...). Porque não represar o curso das paixões corrosivas que nos flagelam o espírito? Porque não sofrear o ímpeto da animalidade, em que nos comprazemos, desde os primeiros laivos de raciocínio? (...). O vendaval das paixões fulminantes de homens e de povos passa ululante, de um a outro polo, a semear maus presságios. Até quando seremos gênios demolidores e perversos? (...) Cevamos e expandimos unicamente o egoísmo e a ambição, a vaidade e a fantasia na Crosta Planetária. Contraímos pesados débitos e nos escravizamos aos tristes resultados de nossas obras, deixando-nos ficar, indefinidamente, na messe de espinhos. Foi assim que atingimos a época moderna, em que a loucura se generaliza e a harmonia mental do homem está a pique de soçobro. De cérebro evolvido e coração imaturo, requintamo-nos, presentemente, na arte de esfacelar o progresso espiritual. (...). Hoje, as coletividades humanas ainda sofrem o assédio da espada homicida, e chuvas de bombas arremetem contra populações indefesas (...). Existe, porém, nova ameaça ao domicílio terrestre; o profundo desequilíbrio, a desarmonia generalizada, as moléstias da alma que se inserem, sutis, solapando-vos a estabilidade. Vossos caminhos não parecem percorridos por seres conscientes, mas assemelham-se a estranhas veredas, ao longo dos quais tripudiam duendes alucinados. Como fruto de eras sombrias, caracterizadas pela opressão e pela maldade reciprocas, em que temos vivido, odiando-nos uns aos outros, vemos a Terra convertida em campo de quase intérminas hostilidades. Homens e nações perseguem o mito do ouro fácil; criaturas sensíveis abandonam-se aos distúrbios das paixões, cérebros vigorosos perdem a visão interior, enceguecidos pelos enganos, enceguecidos pelos enganos de personalidade e do autoritarismo. Empenhados em disputas intermináveis, em duelos formidandos de opinião, conduzidos por desvairadas ambições inferiores, os filhos da Terra abeiram-se de novo abismo, que o olhar conturbado não lhes deixa perceber (...). Quase todos os quadros da civilização moderna se acham comprometidos na estrutura fundamental (...). Não vos esqueça da vossa luz própria. Não conteis com archotes alheios para a jornada. Em míseros planos de sofrimento regenerador, nas vizinhanças da carne, choram amargamente milhões de homens e mulheres que abusaram do concurso dos bons, precipitando-se nas trevas aos perder no túmulo os olhos efêmeros com que apreciavam a paisagem da vida à luz do Sol. (...). Não basta crer na imortalidade da alma. Inadiável a iluminação de nós mesmos, a fim de que sejamos claridade sublime (...). O Plano Superior não se interessa pela incorporação de devotos famintos de um paraíso beatífico. Admitireis, porventura, vossa permanência na Crosta Planetária, sem finalidades específicas? Se a erva tenra deve produzir consoante objetivos superiores, que dizer da magnífica inteligência do homem encarnado?(...) Abandonai a ilusão, antes que a ilusão vos abandone. (...) Deixai plantado o Bem na esteira de vossos passos. O desequilíbrio generalizado e crescente invade os departamentos da mente humana. Combatem-se, desesperadamente, as nações e as ideologias, os sistemas e os princípios (...). Encarnados e desencarnados de tendências inferiores colidem ferozmente, aos milhões. Inúmeros lares transformam-se em ambientes de inconformação e desarmonia. Duela o homem consigo mesmo no atual processo acelerado de transição. Equilibrai-vos, pois, na edificação necessária, convictos de que é impossível confundir a Lei ou trair-lhe os ditames universais”. (Compilação inspirada no capítulo dois do livro NO MUNDO MAIOR (1947; feb) , do Espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier)

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

INTERESSANTE ASSOCIAÇÃO

Na época não existiam equipamentos sofisticados como os exames de imagem disponíveis hoje para pesquisas sobre variados ângulos e aspectos. Tampouco laboratórios preocupados com as atividades de ordem mental, as quais seriam objeto de investigações mais aprofundadas no final daquele século, o Dezenove. Declinava em sua credibilidade apenas a Frenologia, uma teoria desenvolvida em 1800, pelo médico alemão Franz Hoseph Gall que afirmava ser capaz, através dela, de determinar o caráter, características da personalidade e grau de criminalidade pela forma da cabeça dos seres humanos. Classificada como pseudociência, mereceria mais tarde o crédito por contribuir com a ciência médica com as ideias de que o cérebro possui áreas específicas relacionadas com determinadas funções, sendo órgão da mente, sendo elevada ao “status” de protociência. Atento ao interesse que a dita teoria despertava na França do seu tempo, Allan Kardec escreveu vários artigos sobre ela, publicados na REVISTA ESPÍRITA. Chama a atenção contudo, sua opinião sobre a origem da memória humana expressa em texto preservado no livro OBRAS PÓSTUMAS, publicado uma década após sua morte em março de 1869, a partir de iniciativa de sua esposa Sra Amelie Boudet e seu editor, resgatando escritos e estudos na maioria não conhecidos publicamente. Explica Allan Kardec que no “início de sua caminhada evolutiva limitado em suas ideias e aspirações, tendo circunscrito seus horizontes, o homem precisa gravar todas as coisas e identifica-las, a fim de guardar delas apreciável lembrança e basear seus estudos nos dados que haja reunido. Pelo sentido da visão foi que lhe vieram as primeiras noções do conhecimento. Foi a imagem de um objeto que lhe ensinou a existência desse objeto. Quando conheceu muitos objetos, tirou deduções das impressões diferentes que eles lhe produziam no íntimo do Ser, fixou na inteligência a quintessência deles por meio do fenômeno da memória. Ora, que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se foram? Esse álbum tem marcas nos pontos capitais. De alguns fatos o individuo imediatamente se recorda; para recordar-se de outros, é-lhe necessário folhear por longo tempo o álbum. A memória é como um livro! Aquele em que lemos algumas passagens facilmente nô-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou raramente perlustradas tem que ser folheadas uma a uma, para que consigamos reconstituir um fato sobre o qual pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura”. O pai da Psicanálise Sigmund Freud ainda era um adolescente quando tal cogitação foi escrita, provavelmente não a conheceu, contudo sua Teoria do Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente guarda estrita relação com ela, na medida em que coloca o Inconsciente como elemento decisivo no comportamento humano. Se considerasse o Espírito em suas elucubrações perceberia que, através das múltiplas experiências na condição humana, este vai acumulando neste Inconsciente, dados, informações, imagens que interagem no sentido de promover a Evolução Espiritual. Se acrescêssemos a isso, as pesquisas do russo Ivan Pavlov sobre o reflexo condicionado, o resultado seria extraordinário. Hoje, sabe-se que esse Inconsciente constitui-se num “poderoso banco de dados capaz de processar cerca de 20 milhões de estímulos ambientais por segundo contra 40 estímulos interpretados pela mente consciente no mesmo segundo. A informação é referência no excelente livro BIOLOGIA DA CRENÇA (butterfly, 2007) do biólogo norte americano Bruce Lipton que acrescenta que “a mente subconsciente, um dos processadores de informações mais poderosos de que se tem notícia até hoje, observa o mundo ao seu redor e a consciência interna do corpo, interpreta os estímulos do ambiente e entra imediatamente num processo de comportamento previamente adquirido”. Diz o Dr Lipton que esse “subconsciente é nosso “piloto automático, enquanto que a mente consciente, o controle manual”. Um dos entusiastas da Epigenética, concluiu através de pesquisas que “nossos genes são de fato controlados e manipulados pela forma como nossa mente percebe e interpreta nosso meio ambiente”, revelando que “podemos mudar muitas coisas sobre o jeito que somos, inclusive a saúde, mudando a forma como interpretamos os acontecimentos e situações que acontecem conosco”. Se tivesse lido EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (1958;feb), do Espírito André Luiz através da mediunidade Chico Xavier e Waldo Vieira, certamente encontraria muitos subsídios para avançar em seus estudos, aprofundando de forma surpreendente suas cogitações sobre o estudo da vida a partir da célula, tema central de suas investigações.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

SERÁ POSSÍVEL? ALLAN KARDEC DIZ QUE SIM

Pode uma pessoa praticar mais mal numa existência que em sua encarnação precedente? Em artigo com que abre a edição de junho de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec afirma que sim.  Parte do princípio da não retrogradação dos Espíritos, explicando que o retrocesso se dá no sentido de nada perderem do progresso realizado, podendo ficar momentaneamente estacionários. Esclarece, todavia, “que de bons não podem tornar-se maus, nem de sábios, ignorantes. Tal é o princípio geral, que só se aplica ao estado moral e não à situação material, que de boa pode tornar-se má, se o Espírito a tiver merecido. Façamos uma comparação. Suponhamos um homem do mundo, instruído, mas culpado de um crime que o conduz à prisão. Certamente há para ele uma grande descida como posição social e como bem estar material. À estima e à consideração sucederam o desprezo e a abjeção. Entretanto ele nada perdeu quanto ao desenvolvimento da inteligência; levará à prisão as suas faculdades, seus talentos, seus conhecimento. É um homem decaído e é assim que devem ser compreendidos os Espíritos decaídos. Deus pode, pois, ao cabo de certo tempo de prova, retirar de um mundo onde não terão  progredido aqueles que o tiverem desconhecido, que se tiverem rebelado contra as suas leis, mandando que expiem seus erros e seu endurecimento num mundo inferior, entre seres ainda menos adiantados. Aí serão o que eram antes, moral e intelectualmente, mas numa condição infinitamente mais penosa, pela própria natureza do Globo e, sobretudo, pelo meio no qual se acharem. Numa palavra, estarão na posição de um homem civilizado forçado a viver entre os selvagens ou de um homem educado, condenado à sociedade dos forçados (como nos regimes totalitaristas). Perderam a posição e as vantagens, mas não regrediram ao estado primitivo. De adultos não se tornaram crianças. Eis o que se deve entender pela não-retrogradação. Não tendo aproveitado o tempo, é para eles um trabalho a recomeçar. Em sua bondade, Deus não os quer deixar por mais tempo entre os bons, cuja paz perturbam. Por isso os envia entre homens que terão por missão fazer estes últimos progredirem, ensinando-lhes o que sabem. Por esse trabalho poderão eles próprios adiantar-se e se resgatarem, expiando as faltas passadas, como o escravo que pouco a pouco economiza para um dia comprar a liberdade. Mas como o escravo, muitos só economizam dinheiro, em vez de amontoar virtudes, as únicas que podem pagar o resgate. Esta tem sido, até agora, a situação de nossa Terra, mundo de expiação e prova, onde a raça adâmica, raça inteligente, foi exilada entre as raças primitivas inferiores, que a habitava antes. Tal a razão pela qual há tantas amarguras aqui, e que estão longe de sentir no mesmo grau os povos selvagens. Há, certamente, retrogradação do Espírito no sentido de que recua seu caminho, mas não do ponto de vista de suas aquisições, em razão das quais e do desenvolvimento de sua inteligência, sua derrota social lhe é mais penosa. É assim que o homem do mundo sofre mais num meio abjeto do que aquele que sempre viveu na lama”. Mais à frente, indaga: -“Nero pode, como Nero, ter feito mais mal que na sua precedente encarnação? A isto respondemos sim, o que não implica que na existência em que tivesse feito menos mal fosse melhor. Para começar, o mal pode mudar a forma sem ser pior ou menos mal. A posição de Nero, como Imperador, o tendo posto em evidência, o que ele fez ficou mais notado; numa existência obscura podia ter cometido atos tão repreensíveis, posto que em menor escala e que passaram desapercebidos. Como Soberano pode incendiar uma cidade; como pessoa comum pôde queimar uma casa e fazer perecer a família. Tal um assassino vulgar, que mata alguns viajantes para roubar, se estivesse no trono seria um tirano sanguinário, fazendo em grande escala o que a posição só o permite em escala reduzida. Considerando a questão de outro ponto de vista, diremos que um homem pode fazer mais mal numa existência que na precedente, mostrar vícios que não tinha, sem que isto implique uma degeneração moral. Muitas vezes são as ocasiões que faltam para fazer o mal, quando o princípio existe latente; vem a ocasião e os maus instintos se revelam. A vida comum nos oferece numerosos exemplos: certo homem, que era tido como bom, de repente revela vícios que ninguém suspeitava, e que causam admiração. É simplesmente porque soube dissimular ou porque uma causa provocou o desenvolvimento 

domingo, 9 de novembro de 2014

EUTANÁSIA: DOIS CASOS SUGESTIVOS E UM APELO

Se a vida continua quais seriam os efeitos ao submetido à eutanásia? Ante decisões tomadas sob o efeito da visão imediatista resultado em leis a partir de uma visão parcial da realidade dominante em nosso Plano Existencial,  destacamos para nossas reflexões, dois casos contidos nos sugestivos relatos do repassado pelo Espírito André Luiz – como se sabe médico em nossa Dimensão em sua encarnação mais recente -, através do médium Chico Xavier.  O primeiro caso é apresentado no livro NOSSO LAR (1943; feb). Refere-se a um senhor internado no Pavilhão 5 do Hospital Espiritual onde  o autor se integra como cooperador, descrito como um velho com fisionomia desagradável, olhar duro, cabeleira desgrenhada, rugas profundas, lábios retraídos, inspirando mais piedade que simpatia. Recebe a visita de uma filha também desencarnada sem uma palavra de ternura para ela que o saudou carinhosa. Semelhava-se a uma fera humana enjaulada pelo olhar, evidenciando aspereza e revolta, por ter sido vítima de eutanásia praticada por um filho médico ambicionando a herança a ser por ele deixada,  o que resultou na intensa vibração de ódio pelo vitimado, revelando-se profundamente perturbado mental e emocionalmente. O segundo caso é narrado em OBREIROS DA VIDA ETERNA (1946, feb) e, diferentemente do primeiro, foi integralmente testemunhado por André Luiz. Envolve paciente terminal de um processo cancerígeno já alastrado por todo seu corpo, segundo avaliação descrita pelo autor. Homem de fé, o enfermo, cujo nome era Cavalcante, acumulara muitos méritos pela dedicação às ações em nome da caridade inspirada na escola de fé por ele abraçada fazendo-o merecedor da assistência de equipe espiritual presente no local. Embora real, mas, parecendo surreal, André Luiz comenta que “o ambiente da enfermaria em que era mantido estava repleto de cenas deploráveis, com diversas entidades inferiores retidas pelos próprios doentes, em grande viciação da mente, postados em vários leitos, impingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando e perseguindo-os”. Depois de mais de quatro dias de acompanhamento pela equipe de técnicos espirituais especializados em processos de liberação do corpo espiritual do físico, o responsável deliberou fossem desatados os laços que o retinham à esfera física. Influenciado através dos canais intuitivos, o doente solicitou a presença de sacerdote a fim de ouvi-lo em confissão, o qual abreviou ao máximo o contato, em virtude das emanações desagradáveis que se desprendiam do corpo do pobre homem, incentivando o médico que o assistia à prática da eutanásia por este cogitada. Embora no Plano Espiritual o trabalho de desligamento se aproximasse do final, a providência que se tornou impraticável, pois o médico ministrou-lhe a chamada “injeção compassiva”, levando em poucos instantes o moribundo a “calar-se, inteiriçado-se-lhe os membros, imobilizando sua máscara facial, fazendo-lhe vítreos os olhos móveis”. O responsável pelo trabalho que se operava no Plano Invisível, comentou, todavia, que “a carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o sistema nervoso, replica-se nos centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de decorridas mais de doze horas”, tempo efetivamente calculado por André Luiz em vinte horas, após serviço muito laborioso. Finalizando repetimos apelo de André Luiz no capítulo sete de SEXO E DESTINO (1963; feb): -“Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a ideia de lhes acelerardes a morte!... Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do Plano Espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!...(...) Companheiros do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne, por amor aos vossos sentimentos mais caros, dai consolo e silêncio, simpatia e veneração aos que se abeiram do túmulo! Eles não são as múmias torturadas que os vossos olhos contemplam, destinadas à lousa que a poeira carcome.. São filhos do Céu, preparando o retorno à Pátria, prestes a transpor o rio da Verdade, a cujas margens, um dia, também vós chegareis!..

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

SUICÍDIO ASSISTIDO, EUTANÁSIA E ESPIRITISMO

-“Já vos dissemos e repetimos, muitas vezes, que estais na Terra de expiação para completar as vossas provas, e que tudo o que vos acontece é consequência de vossas existências anteriores, as parcelas da dívida que tendes a pagar”, respondeu o Espírito Bernardim, quando perguntado se “deve-se por termo às provas do próximo, quando se pode, ou devemos, por respeito aos desígnios de Deus, deixa-las seguir o seu curso?”, Conforme reproduzido no capítulo cinco d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. O desconhecimento disso, a não cogitação ou compulsões trazidas no inconsciente de encarnações passadas levam pessoas como a jovem Brittany Maynard a optarem pelo suicídio assistido como permitido pela legislação do Oregon e outros cinco Estados norte-americanos, ou a Eutanásia praticada por profissionais de saúde na Holanda, Bélgica e parte da Suíça. Moça de 29 anos, casada recentemente acometida por tipo raro de câncer na cabeça, escolheu o que se convencionou chamar “morte digna”. No mesmo capítulo do livro citado, colocada a situação-problema de “um homem que agoniza, presa de cruéis sofrimentos, sabendo-se que seu estado é sem esperanças, seria permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim”, obteve-se da Espiritualidade a seguinte resposta: -“Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para em seguida retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e lhe modificar os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões? (...) O materialista que só vê o corpo, não levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro”. Noutra resposta, alerta que “quer o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre o de abreviar a vida, e, por conseguinte, há o suicídio de intenção, embora não haja de fato”. O caso da  americana parece se enquadrar neste . Pergunta-se se a fé não poderia inspirar outra decisão. Provável. Ocorre que ninguém dá o que não tem. As gerações nascidas nas últimas décadas em várias regiões do Planeta, especialmente naquelas em que predomina a cultura materialista, as crianças cresceram e crescem sem qualquer referência sobre seu sentido espiritual, distantes da religião, atualmente incapaz nas escolas dominantes de oferecer respostas lógicas para as mentes argutas dos Espíritos que tem reencarnado. Brittany, como a esmagadora maioria das criaturas humanas ligadas aos processos e programas reencarnatórios, ignoram que “os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual”, e - como observa o Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier - que o “homem vê unicamente o carro orgânico em que o Espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, habitualmente não enxergando os retoques de aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque na estação de destino”. Pelas regras, ou seja, pelos mecanismos da Lei da Causa e Efeito, a cada momento construímos o próprio destino, resolvendo ou complicando problemas criados com nossas ações deliberadas. E, não fugimos de nós mesmos. A facilidade com que se entregou ao suicídio mesmo que disfarçado de “morte suave”, bem como, a doença rara de que foi acometida, a idade em que se deu; sugerem estar ela presa a decisões radicais que, pela profundidade e extensão com que lesionam e traumatizam as áreas atingidas, plasmam dores e sofrimentos, acrescidos da compulsão para repetir o gesto. Apesar do amparo da lei humana, não conseguirá, porém, fugir das consequências espirituais de seu ato, decretando para si futura existência assinalada pelos efeitos causados na que interrompe, talvez agravados pelos que trazia do passado para se libertar. Sem falar do despertar no Plano Espiritual como observamos na obra LOUCURA E OBSESSÃO (1986, feb), psicografado por Divaldo Pereira Franco, onde o Espirito Manuel Philomeno de Miranda descreve visita feita com o Dr Bezerra de Menezes a um necrotério para auxiliar médium com que o Benfeitor trabalhava, cuja filha, suicida, debatia-se no cadáver enregelado, sem conseguir libertar-se dele, nem ser socorrida em sua aflição. 


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O HOMEM ATUAL QUER COMPREENDER

Embora cumprindo importante papel social, as escolas filosóficas e religiosas tradicionais permanecem cristalizadas em concepções e princípios que não atendem mais aos anseios do Mundo moderno, a não ser para aqueles que preferem se acomodar em fantasias inconsistentes. Os líderes dessas escolas, exalando pretensão e presunção mantem-se em debates intermináveis contribuindo para que o Ser humano coletivamente se distancie cada vez mais do entendimento sobre o significado da existência. Expondo seu ponto de vista, Allan Kardec argumenta que “o Espiritismo vem, não como uma religião, mas como doutrina filosófica, trazer sua teoria, apoiada no fato das manifestações. Ele não é imposto: não exige confiança cega; infiltra-se entre as criaturas e diz: Examinai, comparai e julgai; se achardes algo do que vos dou, tomai-o. Ele não diz: Venho derrocar as bases da religião e substituí-la por um culto novo. Diz: Dirijo-me, não aos que creem e que se acham satisfeitos em suas crenças, mas aos que abandonam as vossas fileiras pela incredulidade e que não soubestes ou pudestes reter. Venho falar-lhes sobre as verdades que repelem uma interpretação de natureza a satisfazer sua razão e que os leva a aceita-la. E a prova de que o consigo é o número dos que tiro do atoleiro da incredulidade. Escutai, e todos vos dirão: Se me tivessem ensinado estas coisas assim em minha infância, jamais teria duvidado. Agora creio porque compreendo”. Nesse sentido, um dos tópicos que poderia ajudar as criaturas a entender muita coisa e motivar revisões comportamentais é o princípio da reencarnação. Porque as limitações físico/mentais; a inversão sexual; os conflitos familiares? Porque, afinal, sofremos? Na REVISTA ESPÍRITA de março de 1862, Allan Kardec alinha alguns argumentos em artigo de sua autoria, muitos úteis em nossas reflexões: -“Mas, que é o que dá poder à teoria do futuro? Que é o que lhe consigna tantas simpatias? É - dizemos nós – a sua lógica inflexível, que resolve todas as dificuldades até então insolúveis; e isto ela deve ao princípio da pluralidade das existências. Com efeito, tirai este princípio, e imediatamente surgirão milhares de problemas cada qual mais insolúvel. A cada passo a gente se choca com inúmeras objeções. Essas objeções não eram levantadas outrora, porque ninguém pensava nelas. Mas hoje que a criança se fez adulto, quer ir ao fundo das coisas; quer ver claro o caminho por onde o conduzem; sonda e pesa o valor dos argumentos que lhe apresentam; e se estes não lhe satisfazem à razão, se o deixam no vago e na incerteza, rejeita-os e espera coisa melhor. A pluralidade das existências é uma chave que abre novos horizontes, que dá uma razão de ser a inúmeras coisas incompreendidas, que explica o inexplicado. Ela concilia todos os acontecimentos da vida com a justiça e a bondade de Deus. Por isso os que tinham chegado à dúvida quanto a essa justiça e a essa bondade, agora reconhecem o dedo da Providência onde o tinham ignorado. Sem a reencarnação, com efeito, a que atribuir as ideias inatas? Como justificar a idiotia, o cretinismo, a selvageria, ao lado do gênio e da Civilização? A profunda miséria de uns ao lado da felicidade dos outros? As mortes prematuras e tantas outras coisas? Do ponto de vista religioso certos dogmas, como o do pecado original, o da queda dos anjos, a eternidade das penas, a ressurreição da carne, etc. encontram neste princípio uma interpretação racional, que leva à aceitação do seu espírito, mesmo por aqueles que repeliam a letra. Em resumo, o homem atual quer compreender. O princípio da reencarnação ilumina o que estava obscuro. Por isso dizemos que esse princípio é uma das causas que dão favorável acolhida ao Espiritismo. Dir-se-á que a reencarnação não é necessária para crer nos Espíritos e em sua manifestação; e aprova disso é que há crentes que não a admitem. É verdade. Também não dizemos que se não possa, sem isto, ser bons Espíritas. Não somos daqueles que atiram pedras aos que não pensam como nós. Apenas dizemos que eles não abordaram todos os problemas levantados pelo sistema unitário, sem o que teriam reconhecido a impossibilidade de lhes dar uma solução satisfatória. A ideia da pluralidade das existências a princípio foi acolhida com espanto, com desconfiança. Depois, pouco a pouco, familiarizaram-se com ela, à medida que reconheciam a impossibilidade de, sem ela, saírem das inúmeras dificuldades levantadas pela psicologia e pela vida futura. Há uma coisa certa: o sistema ganha terreno diariamente, enquanto o outro o perde”.



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

SOMOS SEMPRE OS RESPONSÁVEIS

Como, a não ser através do sofrimento e da dor, motivar os Espíritos imperfeitos a caminhar na estrada da evolução? Acertadamente lembra um Amigo Espiritual, que se tudo estiver “redondo”, cedemos facilmente à acomodação da “zona de conforto”. Não entender isso tem prováveis dois motivos: 1- a condição evolutiva ainda precária da individualidade, e 2- “fingir” que não entendemos. A disseminação dos princípios da Lei de Causa e Efeito dentro do conteúdo apresentado pelo Espiritismo, mas especificamente no capítulo sete da primeira parte do livro O CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, oferece trinta e três artigos do Código Penal da Vida Futura delineando os mecanismos das normas que regulam o processo de elevação do Ser na direção de sua iluminação. Não, como disse Allan Kardec -, a partir da opinião de uma única pessoa, mas através dos depoimentos de milhares de Espíritos que em várias regiões da Terra desde meados do século 19 tem dado testemunhos de sua sobrevivência após a morte procurando alentar o que permanecem no Plano dos chamados encarnados que a vida continua, repercutindo sempre de forma mais intensa o que cada um faz de si. Como argumenta Allan Kardec “a responsabilidade das faltas individuais ou coletivas, as da vida privada e da vida pública, dá a razão de certos fatos ainda pouco compreendidos, e mostra, de maneira mais precisa, a solidariedade que liga os seres uns aos outros, e as gerações entre si”. Na sequência, alguns exemplos interessantes para reflexão, agrupados na sistemática que parte do efeito para remontar à causa.  CASO 1- EFEITO - Mulher, casada, quatro filhos. Toda sua vida foi inimiga acirrada do pai, pessoa socialmente considerada simples, humilde e que sempre a tratou com carinho e bondade, tendo ele tudo feito para reverter tal situação. Ante a aproximação dos dois, notava-se o olhar carregado de ódio da mulher transtornada pela repulsa e desprezo, com palavras incisivas e duras para o pai, comprazendo-se visivelmente com os tormentos morais estampados no rosto do mesmo. CAUSA - Ações praticadas 120 anos antes, em pequena vila de nome Pedra Grande, em Portugal. Na época, a senhora de hoje, estava encarnada na condição masculina, negociava vinhos, era casado e tinha filhos. Aventureiro, precipitou em quedas morais várias mulheres e jovens, chegando a ser pai de muitos filhos naturais não reconhecidos.                                                                     Entretendo relações comerciais com um negociante, veio a seduzir a filha deste, induzindo-a à prostituição a levando ao suicídio. Seu sogro que o auxiliava bastante, tendo sido quem o criara, sabedor dessa aventura, não desejando mais que sua filha suportasse os contínuos escândalos e sofresse mais desgostos, expulsou-o de casa. Fugiu, para nunca mais voltar. Agora, reencarnou como mulher. Seu pai atual era o antigo sogro. Seu marido, o noivo da moça que seduzira e levara ao suicídio e, esta, por sua vez, renasceu como uma de suas filhas. CASO 2 – EFEITO - EB, casada, mãe de nove filhos, tendo, ao longo dos anos, perdido para a morte cinco deles, quatro de forma violenta – um, criança, aos 7 anos e demais adultos, respectivamente por afogamento, suicídio e acidentes de trânsito. CAUSA - Influência decisiva sobre a as dúvidas da Rainha francesa Catarina de Médicis para deflagar a caça e morte dos Huguenotes presentes em Paris e cidades do interior, reunidos para o casamento de sua filha Margot e Henrique de Navarra na noite de 24 agosto de 1572, episódio registrado pela História como Noite de São Bartolomeu, lavrando sua sentença cármica ao afirmar que “dar nossos filhos a semelhante empresa é privilégio que devemos disputar”, ante a pergunta – “e seus filhos?” - de alguém presente à fatídica reunião que resultou na morte por intolerância religiosa de milhares de pessoas. CASO 3 - EFEITO - I.F.V, 28 anos, sexo feminino, apesar de grávida de seis meses, num quadro de neurose, se revelava desesperançada de ter filhos por ter perdido 7 gestações sucessivas, em abortos espontâneos, a despeito de longos tratamentos e internações hospitalares. CAUSA -Presença de um obsessor interferindo em sua vida, por razões cármicas bem sérias, nascidas em vida anterior, onde ela fora esposa do atual obsessor, que em seu ciúme desvairado, em seu egoísmo feroz, não admitia viesse ela a dividir com mais ninguém o amor que exigia só para si. Na existência referida, levou-a a cometer vários abortos e, na atual, não aceitando seu casamento com outro indivíduo, em seu ódio lhe frustrava as gestações.



sábado, 1 de novembro de 2014

AVERSÕES INEXPLICÁVEIS

Quinze dias após ter sido internado para se submeter a desintoxicação alcoolica que já provocava delírio e alucinações, restabelecido, foi possível conhecer parte da história daquele caboclo forte, disposto, trabalhador, dedicado a conduzir gado pelas estradas. Casado, pai de seis filhos, dois dos quais, àquela altura, casados, dizia-se um homem econômico que jamais deixou faltar nada para os seus, inclusive educação primária, ofício para os rapazes e todas as prendas domésticas para as filhas, como era habitual na época. Durante a formação dos filhos, jamais procurou corrigi-los com castigos corporais, tampouco se lembrava de ter proporcionado à esposa momentos reprováveis pela sua conduta. Lutou enquanto os filhos cresciam para proporcionar-lhes conforto para o presente, e, se possível, evitar-lhes preocupações financeiras para o futuro. Entre as inúmeras viagens  no exercício de sua profissão, todavia, apesar da ausência, ao retornar ao lar, era tratado com frieza por todos, situação agravada nos últimos três anos, considerando suas permanências em casa serem mais frequentes. Ouvida, sua esposa não só confirmou tudo como disse sofrer muito com as atitudes dos filhos, dos quais se tornara confidente, revelando que o temiam e detestavam, a ponto de desaparecerem de casa, quando estivesse presente. O quadro se assemelha ao observado na vida de muitas famílias. O conhecimento do Espiritismo, contudo, pode auxiliar na avaliação de fatos semelhantes. Isto porque, segundo Allan Kardec em observação n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, nos programas reencarnatórios objetivando o progresso das individualidades, “o Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em que viveu, se relaçionando com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Explica ainda que a “sucessão das existências corporais estabelece entre os Espíritos laços que remontam às vidas anteriores, donde decorrem as causas da simpatia entre os envolvidos e outros que parecem estranhos”. Já no século 20, através do médium Chico Xavier, o Espírito conhecido como André Luiz transferiu para nossa Dimensão, OBREIROS DA VIDA ETERNA (1946; feb), obra onde encontramos interessante ponderação de um Assistente de nome Barcelos que, entre outras coisas,diz que “em obediência às lembranças vagas e inatas, os homens e as mulheres, jungidos uns aos outros pelos laços de consanguinidade ou dos compromissos morais, se transformam em perseguidores e verdugos inconscientes entre si. Os antagonismos domésticos, os temperamentos aparentemente irreconciliáveis entre pais e filhos, esposas e esposos, parentes e irmãos, resultam de recapitulações retificadoras do pretérito distante (...). Sentem e veem na tela mental, dentro de si mesmos, situações complicadas e escabrosas de outra época, malgrado os contornos obscuros da reminiscência, carregando consigo fardos pesados de incompreensão”. E o caso apresentado no início, destacado do livro A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO (feesp) do médico Inácio Ferreira, diretor do Sanatório Espírita de Uberaba desde sua fundação até desencarnar nos anos 80, bem ilustra a dinâmica revelada pela Doutrina Espírita. Através da excepcional médium Maria Modesto Cravo que não apenas ajudou a construir e fundar a casa de saúde citada como era aproveitada em suas faculdades mediúnicas no socorro a muitas criaturas nela internadas. Buscando entender o fator causal do drama do paciente, viram-se diante de uma entidade espiritual ligada aos envolvidos no drama atual. Apontava a vitima de agora como um assassino e ladrão em existência pregressa na cidade Ilhéus, na Bahia. Segundo o comunicante ele pretendia casar-se com uma das filhas do doente em tratamento, intenção frustrada, a princípio por falta de recursos por não encontrar serviço compensador. O homem focalizado matou cruelmente um indivíduo, fugiu à Justiça e integrou-se a um dos muitos bandos existentes na região, dedicados a saquear e arrasar lugarejos, espalhando o terror. Retornando esporadicamente às escondidas ao seu lar, geralmente maltratando esposa e filhos, tomando conhecimento do seu interesse por sua filha, levou-a, uma noite, entregando-a a um dos componentes do seu bando, impondo a morte à esposa. O Espírito manifestante, contou ainda que conseguiu empregar-se num convento, e, diante de terrível seca que se abatia sobre a região, foi encarregado com outro funcionário de fazer compras pelas redondezas, tendo sido vitima de assalto praticado pelo bando. Seu amigo escapou, mas ele foi morto pelo “monstro” do qual queriam informações, tendo sido amarrado pelos pés e arrastado pelo cavalo que ele montava, por ter ouvido ser seu desejo vê-lo um dia, amarrado no pelourinho existente em frente ao convento. Revelou, por fim que, sua esposa, filhos e filhas atuais, são os mesmos daquela vida passada.