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domingo, 28 de fevereiro de 2021

LUCIDEZ NO ESTADO DE COMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

-(....) Você teve quatro enfartes ? “- Dois. Tive foram quatro operações, com hemorragias inacreditáveis. Uma de úlcera. Outra de aneurisma abdominal...” – Ficou em estado de coma?.. “- Fiquei em coma perto de quinze dias. Uma experiência terrível. Lembro que eram pessoas que já haviam morrido. Parentes mortos, estou vendo, eles se assentam no canto do quarto, e ficam me olhando...Ouvi o Lacerda fazendo discurso. Ouvi-o falando. Ele estava morto. Muita gente que morrera apareceu no quarto. Era um quarto de um sofrimento incrível. Eu sofri barbaramente.” – E quando voltou a si, que sensação? “Espanto, surpresa, clarividência. Eu enxergava mais que normalmente. Porque eu estava do outro lado. Eu estava muito mais pra lá do que pra cá...” Este é um fragmento de   entrevista feita pelo jornalista e cronista Lourenço Diaféria para a seção que assinava no suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 1979. O entrevistado, ninguém menos que o grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, alguns meses antes de morrer. Sua transcrição objetiva demonstrar, no período em que esteve em coma, sua lucidez diante dos fatos que o cercavam onde se encontrava hospitalizado. A propósito, o resultado de pesquisas levadas a efeito e tornadas públicas nos Estados Unidos da América do Norte a partir dos anos 70 pelos médicos Raymond Moody Junior e Elizabeth Kubler Ross, no campo de investigações que se tornaria conhecido como EQM (Experiências de Quase Morte) com pessoas que, por determinantes diferentes - inclusive comas prolongados -, relatam, em muitos casos, terem atravessado tais transes lúcidas, embora inconscientes fisicamente. Se considerarmos que o estado de coma, sob determinado aspecto, corresponde a certa imobilização do corpo determinada pela manifestação de desarranjos ou avarias havidas em componentes ou sistemas integrantes da máquina física, ocorre-nos uma dúvida: se o Espírito jamais está inativo (questão 401, O LIVRO DOS ESPÍRITOS), durante os processos comatosos, onde se encontra o corpo espiritual? Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), André Luiz através do médium Chico Xavier, disse  que “ seu aprisionamento ou a parcial liberação do arcabouço físico, depende da situação mental do enfermo”. Posteriormente, o orientador espiritual Emmanuel, no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), perguntado sobre o que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, até mesmo anos, no estado vegetativo do coma, respondeu que “seu estado será de acordo com sua situação mental, havendo casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais”. Esses, avalia, “são pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação”. “Em outros casos’, diz ele, ‘os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade”. Salienta que “em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Corresponde à informação contida no depoimento de Nelson Rodrigues. Concluindo sua resposta, Emmanuel afirma: “- Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados, familiares e médicos”.


A  Roselaine Dias disse que já participou do programa e agora volta a perguntar: “Numa situação em que uma mulher grávida morre num acidente e com ela morre também o filho que estava para nascer, o que acontece depois? Eles vão se encontrar no mundo espiritual?”

 Não temos uma resposta pronta e definitiva para todas as situações, Roselaine, porque cada caso é um caso, cada Espírito tem sua trajetória. No entanto, conjecturando sobre relatos apresentados por André Luiz, através do médium Chico Xavier, sobre reencontro de mãe e filho no mundo espiritual, podemos dizer até mais que isso, tomando por base, por exemplo, o caso Segismundo que está no livro “MISSIONÁRIOS DA LUZ”.

  Regra geral, o Espírito não reencarna por acaso numa determinada família. Isso quer dizer que entre ele e a mãe – ou entre ele, os pais e irmãos – podem ter havido relações anteriores em encarnações passadas e, desse modo, eles não são desconhecidos entre si. Todavia, a relação mais próxima para a encarnação presente se dá com a mãe, antes mesmo da concepção e do nascimento. É claro, pois o Espirito virá através da mãe e é, primeiramente com ela que ele terá que se sintonizar.

 No caso de Segismundo -  por exemplo – ele, a mãe o pai eram velhos conhecidos. Uma rivalidade entre ele e o pai na encarnação anterior, justamente por causa daquela que será a sua  mãe atual, acabou gerando briga de morte entre eles. Segismundo, depois de muito tempo, arrependido e já praticamente regenerado, queria renascer como filho da mulher que foi o pivô do crime que ele praticou e que, agora seria sua mãe.

 Isso fez com que Segismundo, com ajuda de seus benfeitores, começasse a preparar terreno para renascer, entrando em contato com a futura mãe Raquel, muito antes de sua concepção. E isso acontecia quando Raquel estava dormindo e ela, em espírito, desprendendo-se do corpo, encontrava-se com ele, que seria seu futuro filho. Contando esse fato, André Luiz esclarece que esses encontros entre o Espírito que vai renascer e sua futura mãe pode acontecer, de maneira que, mesmo que seja apenas espiritualmente, eles já se conhecem.

– Ora, transferindo essa situação para o caso de uma grávida, que perdeu a vida e o filho num acidente, podemos presumir que podem tratar-se de Espíritos afins ou já conhecidos, e acreditamos que isso deve acontecer com frequência. Nesse caso, é bem provável que eles vão se reencontrar no plano espiritual após a morte física; ao que tudo indica, ele com a personalidade que teve em encarnação anterior  e não como um feto,  naturalmente.

 Casos como esse acontecem, mas não sabemos os antecedentes desses Espíritos e a causas que determinaram tal situação. Mas na hipótese de existir alguma ligação mais íntima entre esses Espíritos e algum compromisso entre os dois, é possível que venham se encontrar na Terra em nova encarnação na mesma condição de mãe e filho ou em outra situação

sábado, 27 de fevereiro de 2021

PERISPÍRITO E MEDIUNIDADE; LEIS DO PRINCÍPIO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR



 


 

O Cristiano, de Vera Cruz, pergunta:  Segundo a Doutrina Espírita qual a causa da esquizofrenia? Ela pode ser consequência de uma obsessão espiritual?

  O que a medicina considera esquizofrenia é uma perturbação mental crônica do paciente, um comportamento estranho e dissociado da realidade,  caracterizado por confusão mental, delírios, alucinações, dificuldade de relacionamento e de integração no meio em que vive. No passado era o que se chamava simplesmente de loucura.

 Como toda doença mental, é de difícil diagnóstico e tratamento. Trata-se de uma psicose (dissociação da mente) que leva o paciente a perder a conexão com o mundo real.  Geralmente esse quadro se manifesta a partir de 17-18 anos ( quando o paciente já está na idade da razão) e pode ter causas físicas, genéticas, algumas vezes ser potencializado pelo efeito de drogas, com disfunções ou distonias no funcionamento do cérebro.

- Segundo o Espiritismo, porém, o problema pode ter implicações mais profundas. Pode ser realmente um distúrbio mental proveniente do próprio Espírito, por desarranjos que provocou no cérebro atual, mas cujas causas estão em vidas passadas. De outras vezes, os sintomas que caracterizam a esquizofrenia podem estar acobertando a ação de um Espírito inimigo com propósito de vingança. E, numa terceira situação, pode ser uma e outra coisa – ou seja, tanto a doença mental, que já se instalou no corpo, como a ação do obsessor.

 No primeiro caso, pela Lei de Causa e Efeito, os prejuízos morais causados aos outros, mais cedo ou mais tarde, acabam provocando na consciência moral do Espírito um conflito dele com ele mesmo. Para fugir da culpa que o atormenta, o indivíduo tende a perder contato com a realidade, desarranjando suas estruturas mentais. Quando o Espírito reencarna nesta condição perturbadora, automaticamente ele transmite essas impressões ao corpo em formação, e com o tempo  acabará por manifestar a doença.

  Se  para a Doutrina Espírita ninguém está vivendo na Terra pela primeira vez ( pois, aqui reencarnamos em inúmeras ocasiões) , é lógico concluir que as pessoas, que já nascem doentes ou nascem para desenvolver determinadas doenças ao longo da vida, são Espíritos que trazem essa predisposição do passado, em face dos males que causou e da culpa que as perseguem. Essa predisposição, aliada aos fatos da sua vida atual, à influência do ambiente em que vai viver, concorre para a manifestação da doença.

 Na literatura espírita, Cristiano, encontramos várias referências à esquizofrenia, como por exemplo,  nas obras de Bezerra de Menezes, de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda, este dois últimos autores espirituais pela psicografia de Chico Xavier e Divaldo Franco, respectivamente. De Bezerra de Menezes temos o livro “A Loucura Sob Novo Prisma” ( escrito ainda no século XIX ); de André Luiz, temos “No Mundo Maior” ( lançado em 1947 ) e de Manoel Philomeno de Miranda,  temos o livro “Loucura e Obsessão” ( de  1988) .

  Ao que tudo indica, a psiquiatria, hoje com a ajuda da neurociência, prescreve tratamento  para esquizofrenia, mas ainda não fala em cura. Do mesmo modo, vemos em obras espíritas opiniões semelhantes, ainda mais quando se trata de distonias mentais com raízes profundas, ocasionadas pela fuga da culpa que traz do passado e da investida de inimigos que prejudicou. Muitas vezes para alcançar o seu reajustamento, o Espírito depende de mais de uma encarnação. No meio espírita, recomenda-se tanto o tratamento médico como o tratamento espiritual.

 Em outras ocasiões, como acontece com o personagem Carlos do livro “ Loucura e Obsessão”, a doença é potencializada pela ação de obsessor. Isso acontece porque, o sentimento de culpa que levou o Espírito a lesionar seu cérebro, no processo de fuga, decorre de erro grave que praticou no passado contra esse obsessor, o qual  agora o persegue sequioso de vingança.

  Somando-se o peso da culpa mais o ataque do inimigo ( uma coisa atrai a outra), o quadro patológico se agrava ainda mais, razão pela qual, no Espiritismo, recomendamos que, ao lado do tratamento psiquiátrico convencional, faça-se também o tratamento espiritual, através do contato paciente e amoroso com o paciente, da aplicação de passes, da água fluidificada e também das sessões mediúnicas para atender as necessidades espirituais do obsessor ou obsessores.

 Contudo, pode acontecer que os sintomas de aparente esquizofrenia sejam apenas efeitos de obsessão espiritual, não existindo propriamente a doença em si. Nesses casos o tratamento espiritual é o mais adequado, pois se conseguiria a cura mediante a mudança íntima tanto do paciente quanto do Espirito obsessor, utilizando-se dos instrumentos de socorro do Espiritismo.

A -Desse modo, o doente mental  na família, seja qual for o caso,  é um Espírito que necessita de muita compreensão e carinho por parte de todos. Sua amarga condição pede isso. Se os familiares entenderem o alcance espiritual desse quadro e o compromisso que assumiram com esse Espírito, poderão ajudá-lo muito. Difícil prever o desenrolar desse processo, mas há casos em que o paciente alcança uma condição de recuperação, chegando próximo à cura. Os medicamentos o auxiliarão, mas a influência espiritual do ambiente lhe dará proteção e segurança.

   A mediunidade de cura pode restabelecer a saúde mental de um indivíduo que sofre de esquizofrenia?

   Como podemos perceber, Cristiano, a questão da esquizofrenia é um caso complicado para o Espírito. Não é apenas uma doença física que foi somatizada pela culpa; é mais que isso: ao lado de alguma anomalia de ordem física ou fisiológica (falamos do quimismo cerebral), o paciente traz na mente um processo de dissociação mental – é como sua mente estivesse fragmentada.

 Logo, não depende apenas de tratamento medicamentoso ou de uma intervenção física; a questão é muito mais espiritual; está na consciência moral do Espírito. Um médium de cura poderia ajudar, certamente, mas a verdadeira cura vai depender do paciente. Foi ele que se feriu na sua intimidade espiritual, através de um processo de autopunição, de fuga ou de auto-rejeição.  É ele que precisa aprender a se curar.

 Pelo que depreendemos das informações prestadas pelos Espíritos, a expectativa de cura se estende por muito tempo. Contudo, precisamos levar em consideração que cada caso é um caso. Existem muitas distonias mentais que não são propriamente esquizofrenia, como é o caso dos transtornos emocionais, o transtorno bipolar, o transtorno obsessivo-compulsivo (mais conhecido por TOC). Como as doenças que afetam a vida mental são muito parecidas em seus vários de seus sintomas, muitas vezes os próprios médicos não estão concordes no diagnóstico.

 Mas não cremos que um caso típico de esquizofrenia seja objeto de cura apenas por um médium de cura. E quando for o caso, em que a perturbação ocorre única e exclusivamente por obsessão espiritual, o melhor caminho é ajudar o paciente, tanto quanto a família, a integrar as atividades do centro espírita, pois o tratamento ocorre com o tempo, implicando na reeducação espiritual do paciente e de Espíritos que possam estar causando o problema.

 














sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

FALSOS PROFETAS: PROBLEMA SEMPRE ATUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A questão das profecias estapafúrdias e das revelações fantásticas atribuídas a Espíritos desencarnados através de médiuns com nomes associados ao Espiritismo já era assunto nas páginas da REVISTA ESPÍRITA. Atualmente, basta a mediunidade mais pronunciada se tornar conhecida pelo seu portador para que ele se julgue infalível e porta voz de entidades que julga “donas da verdade”. Chico Xavier contava ter sido orientado em 1931, pelo guia espiritual Emmanuel logo no primeiro encontro que tiveram, a jogar fora toda a produção desde quando o jovem psicografara quatro anos antes, sua primeira mensagem, pois, até ali fizera parte apenas de seu treinamento. Para nos basearmos em informação confiável, no número de abril de 1860, Allan Kardec, desenvolve algumas considerações sobre carta recebida do amigo Sr Jobard, abordando a TEORIA DA FORMAÇÃO DA TERRA PELA INCRUSTAÇÃO DE VÁRIOS CORPOS PLANETÁRIOS. Dizendo-se não adepto da mesma apesar de ter sido dada em várias épocas por certos Espíritos e através de médiuns desconhecidos uns dos outros, salienta não passarem de hipóteses, até que dados mais positivos venham confirma-las ou desmenti-las. Destacando que sua posição geraria críticas do tipo não tendes confiança nos Espíritos e duvidais de suas afirmações” ou como inteligências desprendidas da matéria, não podem remover todas as dúvidas da Ciência e lançar a luz onde reina a obscuridade?, Allan Kardec pondera “ser esta uma questão séria, que se liga à própria base do Espiritismo, e que não poderíamos resolver no momento, sem repetir o que temos dito a respeito; acrescentaremos apenas algumas palavras, a fim de justificar nossas reservas. Para começar, responderemos que nos tornaríamos sábios muito facilmente se tratássemos apenas de interrogar os Espíritos para conhecer tudo quanto se ignora. Deus quer que adquiramos a Ciência pelo trabalho, e não encarregou os Espíritos de nô-la trazer preparada, favorecendo nossa preguiça. Em segundo lugar, a Humanidade, como os indivíduos, tem a sua infância, sua adolescência, sua juventude e sua idade viril. Encarregados por Deus de instruir os homens, devem pois, os Espíritos proporcionar-lhes ensinos para o desenvolvimento da inteligência; não dirão tudo a todos e, antes de semear, esperam que a Terra esteja pronta para receber a semente, a fim de fazê-la frutificar. Eis por que certas verdades que nos são ensinadas hoje não o foram aos nossos pais, que também interrogavam os Espíritos; eis por que, ainda, verdades para as quais não estamos maduros só serão ensinadas aos que vierem depois de nós. Nosso equívoco está em nos julgarmos chegados ao topo da escada, quando apenas nos achamos a meio caminho”. Observando que “os Espíritos podem instruir os de instruir os homens tanto se comunicando diretamente – como provam todas as histórias sagradas ou profanas -, quanto encarnando-se entre eles, para o desempenho das missões de progresso”, salienta que “não basta ser Espírito para possuir a Ciência universal, pois assim a morte nos faria quase iguais a Deus. Aliás, o simples bom senso se recusa a admitir que o Espírito de um selvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que separado da matéria, esteja no nível do cientista ou do homem de Bem. Isto não seria racional. Há, pois, Espíritos adiantados, e outros mais ou menos atrasados, que devem superar ainda várias etapas, passar por numerosas peneiras antes de se despojarem de todas as imperfeições. Disso resulta que, no mundo dos Espíritos, são encontradas todas as variedades morais e intelectuais existentes entre os homens e outras mais. Ora, a experiência prova que os maus se comunicam tanto quanto os bons. Os que são francamente maus, são facilmente reconhecíveis; mas há também os meio sábios, falsos sábios presunçosos, sistemáticos e até hipócritas. Estes são os mais perigosos, porque afetam uma aparência séria, de ciência e de sabedoria, em favor da qual proclamam, em meio a algumas verdades e boas máximas, as mais absurdas coisa. E para melhor enganar, não receiam enfeitar-se com os mais respeitáveis nomes. Separar o verdadeiro do falso, descobrir a trapaça oculta numa cascata de palavras bonitas, desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da ciência espírita. Para superá-la, faz-se necessária uma longa experiência, conhecer todas as sutilezas de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e guardar-se principalmente contra o entusiasmo que cega. (...).  Mas infeliz do médium que se julga infalível, que se ilude com as comunicações que recebe: o Espírito que o domina pode fasciná-lo a ponto de fazê-lo achar sublime aquilo que, por vezes, é apenas absurdo e salta aos olhos de todos, menos os seus”.

 


 Comentário de um companheiro do grupo de estudo. “Pelo que pude entender, quando reencarnamos esquecemos tudo o que planejamos no mundo espiritual. Chegando aqui, como não lembramos de nada, escolhemos o caminho mais fácil que geralmente não é o que planejamos. Fico pensando, então, que não temos tanto compromisso com nosso plano de vida, até porque não lembramos dele.”

 Em primeiro lugar, precisamos deixar claro que participar ativamente do planejamento da vida terrena não é para todo e qualquer Espírito. Há Espíritos que ainda não se encontram em condições de tomar decisões importantes sobre sua próxima encarnação e que, por isso, vão precisar da assistência de benfeitores espirituais, que nesses casos farão o papel de pais em relação a filhos ainda imaturos.

 Por outro lado, quanto aos que participaram da elaboração de seu novo plano de existência, é bom lembrar que, na condição de desencarnado, a visão que o Espírito tem da vida é mais ampla e profunda do que na condição de encarnado. A vida física restringe em muito essa percepção, porque ela gira exclusivamente em função dos poucos anos que vai viver aqui na Terra. Esta é diferença. No plano espiritual, como ele vê mais longe, suas metas vão além desta curta existência.

 Um exemplo vivo de casos como esse é o do atual papa Francisco. Na sua biografia consta que a mãe queria que ele fosse médico, mas, mesmo contrariando a mãe, ele preferiu a vida sacerdotal. E não foi só isso. Foi um padre que dedicou sua vida aos pobres e à justiça social num período conturbado de seu país, lutando pela causa dos oprimidos. Só bem mais tarde, quando se destacou pelo seu elevado espírito de abnegação e coragem, é que a mãe dele se reaproximou, reconhecendo sua verdadeira vocação.

 É claro que estamos dando o exemplo de um caso especial, mas a questão do chamamento íntimo, que é voz de Deus em cada um de nós, aplica-se a todas as situações em que nos defrontamos com um desafio por uma causa nobre.  Eurípedes Barsanulfo, por exemplo, renunciou ao que mais queria na vida, frequentar uma faculdade e ser médico, quando percebeu que, apesar de ter vários irmãos, era dele que a mãe doente mais precisava.

 Quantos de nós não nos vemos chamados para tarefa ou compromisso, às vezes dentro da própria família, em prejuízo de um caminho mais fácil e tranquilo e, no último momento, decidimos apenas e tão somente pela condição mais cômoda, mesmo sabendo que nossa participação seria extremamente útil! Certamente, durante o sono físico, somos muitas vezes alertados sobre isso pelos nossos próprios protetores, mas, em nome do comodismo, resolvemos optar pelo lado mais fácil..

 Todavia, não podemos esquecer que o processo evolutivo só ocorre com a  concordância  do Espírito pelo caminho do bem e, para isso, ele precisa de muitas experiências para amadurecer. Não se amadurece espiritualmente, vivendo apenas situações cômodas e confortáveis. As dificuldades, os obstáculos, a dor e a aflição, são muitas vezes a forma mais eficaz para despertar a alma para a sua verdadeira missão.

 Além do mais, devemos lembrar que a verdade não se mostra à nossa frente com tanta claridade e nitidez quanto gostaríamos. Precisamos aprender a amar a verdade, a lutar pela verdade e, sem dúvida alguma, a verdade mais difícil, com a qual podemos deparar em nossa longa trajetória espiritual, é a verdade sobre nós mesmos. Eis a razão e a importância do esquecimento.

















quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

CONCEPÇÃO; PONDERAÇÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


 



Como resolver o problema de uma família onde as pessoas vivem discutindo e ninguém se entende. Já me disseram que existem Espíritos dentro da casa que estão causando esses problemas. Será que se trouxer um médium e fazer uma sessão na casa, é possível afastar esses Espíritos? (anônima)

 Os Espíritos podem entrar qualquer casa. No LIVRO DOS MÉDIUNS lemos que os Espíritos geralmente se encontram onde estão as pessoas, por causa dos interesses e das afinidades que existem entre encarnados e desencarnados. Muitas vezes, recebemos em casa, sem que percebamos, familiares, entes queridos desencarnados que vêm nos visitar. Algumas pessoas mais sensíveis, podem até perceber essas presenças com sensações de alegria e bem estar, mas só um médium clarividente poderia vê-los.

 Pode acontecer, também, que Espíritos mal intencionados se aproximem, como ou aqueles que, como se costuma dizer, são mandados. No entanto, os maus só conseguem nos perturbar, se já estivermos perturbados com nossos maus pensamentos ou conduta. O que regula as relações entre os Espíritos, encarnados e desencarnados, é a qualidade dos pensamentos (ou dos sentimentos), pois para haver uma interação de verdade é preciso que haja sintonia.

 Desse modo, não devemos atribuir aos Espíritos os problemas de relacionamento que temos em casa. Quase sempre o que costuma acontecer é justamente o contrário:  são os maus pensamentos dos encarnados que atraem Espíritos perturbadores, que ali comparecem para complicar mais ainda a situação.  Há solução? Há.

 Vamos mudar nosso ambiente, assumindo uma postura cristã. As dificuldades nas relações surgem da falta de paciência, da intolerância, do ciúme, da inveja, tudo assentado sobre o orgulho e o egoísmo. Quando alguém resolve agir de outra forma, procurando mudar suas atitudes e conduta dentro de casa, a tendência é a melhora das relações.